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19/10/2016 1 Fundamentos de Psicologia Experimental Capítulo -Motivação Tema- Motivação Básica: O conceito de Homeostase e a Teoria do Drive O conceito de Homeostase Homeostase - Tendência para manter o meio interno do nosso corpo ESTÁVEL ou CONSTANTE, face as grandes variações do meio externo. O conceito de homeostase teve início com Claude Bernard Claude Bernad (1813-1878)- Fisiologista Francês . Enfatizou o fato de que todo organismo em um determinado meio externo possui um meio interno altamente constante a despeito das grande variações do meio externo. Por exemplo, a temperatura do meio externo pode variar mas a do meio interno permanece constante. O nome “homeostase” foi cunhado por Cannon, que desenvolveu uma teoria sobre motivação calcado nesse conceito Walter Cannon (1871-1945)- Fisiologista Americano com grandes contribuições para a Psicologia. Desenvolveu uma teoria sobre motivação (teoria dos sinais locais) calcado no conceito de homeostase, termo cunhado por ele. Desenvolveu, junto com Phillip Bard, uma teoria acerca das emoções (teoria talámica das emoções) Assim como Claude Berdard, Cannon percebeu que o corpo tem mecanismos que regulam uma série de variáveis fisiológicas em torno de um certo valor. Essa regulação homeostática pode ser atingida através de processos fisiológicos ou comportamentais. Por exemplo....... Se a temperatura ambiente está muito alta o corpo transpira. Se está muito baixa, o corpo treme. Mas o comportamento pode aumentar as possibilidades de se atingir esse equilíbrio homeostático. Assim ....... 19/10/2016 2 Se a temperatura ambiente está muito alta, podemos nos esconder em uma sombra. Se a temperatura está muito fria, podemos ascender uma fogueira ou vestir um casaco. Em outras palavras, o comportamento também faz parte do sistema homeostático que mantém a temperatura do nosso corpo em torno de um valor ótimo O equilíbrio homeostático requer uma sistema que produza uma ação bem como um sensor que possa detectar essa ação (sensor) e verificar se o ponto de equilíbrio foi atingido. Ger ador de u m a a çã o Sen so r : "O pon to de equ ilíbr io fo i a t in gido ?" Açã o Ge r a d o r d e u m a a çã o S e n so r : "O p o n t o d e e q u i l íb r io fo i a t in gid o ?" S IM. P a r e a Açã o Açã o Co n t in u e a Açã o Nã o . Mais ainda, A regulação homeostática depende também de um sistema de feedback ou retroalimentação negativa. Ge r a d o r d e u m a a çã o S e n so r : "O p o n to d e e q u il í b r i o fo i a t in gid o ?" SIM. P a r e a Açã o Açã o Co n t in u e a Açã o Nã o . Dessa forma, se o ponto de equilíbrio ainda não foi atingido, o sistema de de ação continua ativo, ou seja, nada acontece. No entanto, se esse ponto de equilíbrio já foi atingido, o sistema de ação pode parar. Esse é exatamente o sistema de retroalimentação negativa. Esse sistema de retroalimentação negativa também é conhecido como servomecanismo e tem sido utilizado na indústria de um modo geral Vejamos como funciona um ar condicionado ....... Sistesma de retroalimentação negativa ou servomecanismo Gera r Ar Fr io pelo com pressor Ar Fr io A tem per a tu r a da sa la já está n o seu pon to de equ ilíbr io (tem per a tu r a a ju sta da n o ter m osta to ? Nã o. Con t in u e a gera r a r fr io . SIM. P a r e o com p r essor Isto é u m Is to é u m . . . 19/10/2016 3 Sistesma de retroalimentação negativa ou servomecanismo responsável pela motivação alimentar Sen tim en to de Fom e Com er O sen t im en to d a fo m e já fo i sa cia d o ? Nã o. Con tin u e com en do . SIM. P a r e de com er Ist o é u m . . . Dessa forma, a motivação pode ser compreendida como de um sistema homeostático controlado através de um mecanismo de retroalimentação negativa. No caso, a motivação ocorre quando ocorre um desequilíbrio homeostático. Esse desequilíbrio gera uma resposta que faz com que o equilíbrio seja reestabelecido. Esse é exatamente o princípio da Teoria do Drive proposta por Clark Hull. Clark Hull (1884-1952) - Psicólogo Americano. Um dos grande teóricos da aprendizagem animal. Teve grande influência no movimento behaviorista propondo o método hipotético dedutivo. Desenvolveu um sistema matemático que pudesse explicar a força de um comportamento. Teoria do Drive (Impulso) de Clark Hull Drive significa dar força, dar impulso. Daí a tradução da Teoria do Drive para Teoria do Impulso. Primeiro temos o impulso (drive). São as necessidades, que podem ser produto de alguma privação ou necessidade biológica (por exemplo, fome, sede, sexo). O impulso produz comportamento. Não um comportamento específico (se fosse específico seria algo mais parecido com um instinto ou padrão fixo de ação), mas sim uma atividade geral. Finalmente, um comportamento qualquer tem a capacidade de reduzir o impulso. Nesse momento ocorre uma aprendizagem que é reforçada graças a redução do impulso. Necessid a d e Bio lógica (n ecessid a d e d e com id a , á gu a , oxigên io , e tc...) Im p u lso (fo m e , sed e, e tx..) Teoria do Impulso Ativação comportamental Co m p o r ta m en to s q u e n ã o r ed u zem o im p lu so sã o en fr a q u ecid o s Co m p o r ta m en to q u e r ed u z o im p u lso é fo r ta lecid o inibição do impulso 19/10/2016 4 Comportamento é igual a motivação vezes aprendizagem Para Hull, a força de um comportamento (C) era produto do impulso (variável motivacional, representada pela letra “D” de Drive) e da aprendizagem desse comportamento (representada pela letra “H” de hábito). Assim temos C=DxH A fórmula C=DxH postula comportamentos em geral e causou grande impacto uma vez que mostrava que o comportamento podia ser sistematizada através de leis básicas e formalizadas matematicamente. Mas outra variável entrou em cena...... O Incentivo O reforço que tem a capacidade de reduzir o impulso é responsável pela aprendizagem. Mas a magnitude do reforço e a representação que o sujeito tem do reforço parece também ser uma variável importante na força do comportamento. Ele treino 3 (três) grupos de ratos privados por 24 horas de comida a correrem por uma pista para ganharem 1, 16 ou 256 bolinhas de comida durante 20 tentativas. Vejamos um experimento realizado em 1942 por Crespi Os resultados foram claros. 0 1 2 3 4 2 4 5 8 10 12 14 16 18 20 Tentativas Te m po da co rr id a (p és /s eg ) 256 bolas 16 bolas 1 bola Animais que ganhava mais reforço (256 bolas) corriam mais rápido. Os que ganhavam menos reforço (1 bola) corriam menos Quando os três grupos estabilizaram a aprendizagem, Crespi MUDOU a forma como o reforço era apresentado. Todos os animais passaram a ganhar 16 bolas de comida. Assim, o grupo que recebia 256 bolas passou para 16 bolas (256 bolas- 16 bolas). O grupo que recebia 16 bolas continuou recebendo as 16 bolas (16 bolas - 16 bolas). E o grupo que recebia apenas 1 bola passou a receber também 16 bolas (1 bola - 16 bolas). E os resultados ........ Resultados do Experimento de Crespi 0 1 2 3 4 2 4 5 8 10 12 14 16 18 20 2 4 6 8 10 Tentativas Te m po da co rr id a (pé s/s eg ) 256 bolas - 16 bolas 16 bolas -16 bolas 1 bola - 16 bolas Antes da mudança Após a mudança 19/10/2016 5 Os animais que vinham ganhando 16 bolas e continuaram a ganhar as 16 bolas continuaram com o mesmo comportamento No entanto, quem vinha ganhando 256 bolas e passaram a ganhar as16 bolas demostraram uma queda brutal no desempenho. Mas aqueles que vinha ganhando apenas 1 bola e passaram a ganhar 16 bolas apresentaram uma melhora abrupta no seu desempenho. 0 1 2 3 4 2 4 5 8 10 12 14 16 18 20 2 4 6 8 10 Tentativas Te m po da co rr id a (pé s/ se g) 256 bolas - 16 bolas 16 bolas -16 bolas 1 bola - 16 bolas Antes da mudança Após a mudança Portanto o incentivo ( a representação do Reforço) é um determinante do desempenho, como também um determinante de aprendizagem. Mudando a magnitude do incentivo observa- se também uma mudança na força do comportamento. Se a magnitude do incentivo aumenta ou decresce, então a força do comportamento também aumentada ou diminuída. Hull inclui a representação psicológica do reforço (valor do incentivo) na sua fórmula, denominando essa variável de “K”. Assim temos C=DxHxK
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