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DIREITO SUCESSÓRIO ROMANO

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HERANÇA E TESTAMENTO NO DIREITO DA ROMA ANTIGA E UMA COMPARAÇÃO COM O DIREITO BRASILEIRO ATUALMENTE
Glaidson Lucas C. Teixeira
Acadêmico do curso de direito da Faculdade Almeida Rodrigues – FAR
e-mail: glaaydsonlucas@gmail.com 
Olga Helena Resende
Acadêmica do curso de direito da Faculdade Almeida Rodrigues – FAR
e-mail: olgaa.helena@gmail.com 
RESUMO: O presente trabalho foi escrito com intenção de demonstrar como era o Direito Romano ao que se trata de Herança e Testamento na Roma Antiga, e após também se busca uma comparação com a norma atual. Serão respondidas questões referentes ao herdeiro, os tipos de sucessão, os princípios que regem o Direito Sucessório Romano e porque esse processo era importante no meio social que existia sob autoridade patriarcal. 
PALAVRAS CHAVE: Herança, Testamento, Roma, Resumo
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A sociedade romana teve mérito em diversas áreas, contribuindo de forma magnífica para a evolução da sociedade. Os romanos viveram por séculos em uma sociedade patriarcal, onde o patriarca era o símbolo de autoridade em uma família, o líder não só familiar, mas também no meio social. Para perpetuar o título de patriarca da família, o direito romano criou normas para que existisse um sucessor daquele patriarca, ele morria, mas o seu título não. Algumas dessas normas perduram até os dias atuais, não para manter o título de patriarca, mas numa sociedade movida pelo capital como é a de hoje, é importante deixar os bens para os familiares, e o direito sucessório trabalha para exercer esse papel.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi preciso expressar a problemática do tema e como ele era constituído em Roma. Sendo assim foram pesquisadas algumas páginas da internet e encontrados dois artigos, os mesmos foram analisados e resumidos conforme as normas.
HERANÇA E TESTAMENTO NA ROMA ANTIGA
A Roma Antiga tinha lideres que regiam a política e a economia do Estado, e tinham grande influência no meio social, os chamados Pater Familias. O título de Pater Familias tinha tanta importância para a sociedade que um meio foi criado com intenção de perpetuar o título caso o indivíduo viesse a falecer, trata-se da herança ou hereditas, que significa o processo de passagem de um objeto, patrimônio, de determinados direitos e obrigações do defunto ao seu sucessor, o herdeiro, ou heres. 
O Paterfamilias exercia autoridade absoluta sobre o filho, fosse ele púbere ou não, casado ou não, e tinha o poder de deserdá-lo. Para casar, celebrar negócios, obter empréstimos, tomar posse em cargos públicos e exercer quaisquer outros atos da vida civil o filho necessitava de prévio consentimento do pai. O filho ‘só se tornava inteiramente romano, ‘pai de família’, após a morte do pai’. (ARIÈS, Phillipe e DUBY, Georges, 2009, apud, TSUTSUI, 2013)
O processo é de suma importância, pois a família dos Pater era muito dependente dele, ele morria, mas a família continuava. Originalmente no Direito Romano tal sucessão se restringia exclusivamente aos filhos, eles eram considerados conforme atestam as fontes romanas como donos de seus pais, na expectativa de receber futuramente a herança. Caso não houvesse descendente a família poderia acabar e por consequência, por exemplo, um centro de atividade agrícola se extinguir. Para evitar que isso acontecesse, algumas famílias praticavam a adoção ou adrogatio, que implica na absorção de uma família por outra. 
O patrimônio do defunto passava por um balanço, entre ativo e passivo, e também a herança podia ser ativa ou passiva, o herdeiro substituía o defunto também nas obrigações e arcava com as dividas deste. Em caso de pluralidade de herdeiros, a dívida era divida entre eles, e se o patrimônio não fosse suficiente para quitar, eles passavam a ser devedores. A responsabilidade do herdeiro no Direito Romano era pessoal, ia além do ativo da herança, as dividas eram tratadas como se o próprio herdeiro tivesse as contraído.
Havia dois tipos de processo na herança ou sucessão, seria por lei, sucessão denominada como legítima, ab intestato, onde o herdeiro seria o heredes legitimi, ou por vontade do falecido, denominada como testamentária, onde o herdeiro seria o heres scriptus. Dois princípios regiam o Direito Sucessório Romano, o primeiro é a superioridade do testamento sobre sucessão, e o segundo é que não é permitido um herdeiro receber mais que os outros herdeiros. Os heredes de primeiro grau são os sui, pessoas livres submetidas às potestas do pater e que passam a sui júris por ocasião da morte. (Potestas  é uma palavra latina que significa poder, competência ou faculdade) 
A sucessão legítima decorre automaticamente, os sui heredes são considerados como herdeiros de bens os quais já eram donos. E os herdeiros tinham obrigação de continuar e zelar pelo patrimônio que lhes foi deixado, proteger a família e perpetuar o seu culto religioso.
A sucessão testamentária decorre da vontade do defunto, ele expressa no testamento o desejo de dispor de seu patrimônio. É a mais antiga forma de sucessão no Direito Romano, mesmo antes da Lei das XII Tábuas, todo cidadão tinha o dever de deixar um testamento pois era desonroso a pessoa falecer sem destinar seu patrimônio. O pater famílias tinha amplo poder para decidir a quem destinar seu patrimônio, não importando se fosse de fora da família, sem dar satisfação a ninguém. A respeito da validade do testamento, havia algumas condições, o herdeiro deveria ter capacidade jurídica para tanto, eram impedidos os alieni júris, os loucos, os impúberes, os pródigos e as mulheres nos primeiros tempos, além de condenados por falso testemunho. Essa regra foi abrandando-se com o tempo e os estrangeiros também passaram a ser admitidos como testadores, assim como os escravos, que poderiam deixar metade dos seus bens se fossem escravos do Estado. Em alguns casos quando o herdeiro já havia recebido alguns bens do defunto ainda em vida, não era justo que fossem divididos entre todos os herdeiros, os bens relacionados assim configuram o instituto da colação, ou collatio. 
HERANÇA E TESTAMENTO NA ATUALIDADE
Se uma pessoa morre sem deixar testamento, seu patrimônio será divido entres os herdeiros de acordo com a ordem de vocação hereditária.
Os herdeiros, chamados de herdeiros necessários na linguagem jurídica, serão classificados em descendentes e ascendentes. Os descendentes são: filhos, netos, bisnetos e o conjugue. os ascendentes são: pais ou, na ausência destes, avós e bisavós. Os parentes colaterais que se apresentam na seguinte ordem: irmãos, sobrinhos, tios e primos; serão beneficiados apenas na ausência de todos os herdeiros necessários. Quando uma adoção é feita conforme determina a lei, os filhos adotivos adquirem os mesmo direitos que filhos biológicos. 
Os primeiros na ordem sucessória são os descendentes e o conjugue. Se não houver descendentes serão chamados os ascendentes e também o conjugue. Se não houver nem descendentes nem ascendentes, os bens herdados passarão somente ao conjugue. Se não houver conjugue, caberá aos parentes colaterais. 
Ressaltando que uma ordem de herdeiros exclui a outra, por exemplo, se o falecido tiver esposa e filhos, os pais não tem direito a herança. Se tiver somente esposa, ou apenas pais, os irmãos não recebem nada. Se o autor da herança quiser beneficiar algum parente que não seja herdeiro necessário, deverá fazer um testamento.
Quando não há herdeiros e nem testamento, considerada jacente, a herança ficará em poder do Estado. Foi observado através das pesquisas que existem muitos escritos a par do assunto e que mesmo com tanto conteúdo, são muitas as dúvidas a cerca do assunto, não só da Roma Antiga, mas das normas atuais que tratam do mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema é de suma importância tanto para entender o passado quanto para o presente, pois algumas das colocações analisadas são válidas até os dias de hoje, sendo elas exemplos para muitas sociedades. O Direito Romano é um Direito muito completo com normas e regras previstas para adversas situações,e isso dá certo ânimo para ser um legislador, imaginar que há tempos a Lei era clara e concreta, porque nos dias de hoje não se pode ser do mesmo modo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TSUTSUI, Priscila Fialho, Pater famílias, casamento e divórcio na Roma antiga. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,paterfamilias-casamento-e-divorcio-na-roma-antiga,45892.html> Acesso em 04/09/2015
JACOBINO, Guilherme de Oliveira. A SUCESSÃO NO NOVO CÓDIGO CÍVIL BRASILEIRO. Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/187.pdf> Acesso em 04/09/2015
 ABREU, Laura Dutra de. DIREITO DAS SUCESSÕES. Disponível em: <http://direitounimep2008.xpg.uol.com.br/direitoromano/aula5.doc> Acesso em 04/09/2015

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