Buscar

Responsabilidade Civil no CDC - Fato do Produto ou do Serviço

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO
Responsabilidade pelo fato do produto
A responsabilidade pelo fato do produto está disciplinada no art. 12 do CDC, que assim determina:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
        § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
        I - sua apresentação;
        II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
        III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
        § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
        I - que não colocou o produto no mercado;
        II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
        III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Responsabilidade civil objetiva
O CDC adota a responsabilidade civil objetiva, o que pode ser observado através da expressão independentemente de culpa, utilizada no caput do art. 12.
Sendo assim, para que o consumidor tenha seus prejuízos ressarcidos face um acidente de consumo, ele deverá provar o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do fornecedor e o dano, bem como a extensão dos danos.
Dispensa de provar a culpa
O consumidor fica, portanto, dispensado de provar a culpa do fornecedor no evento danoso.
Facilitação da defesa do consumidor em juízo
Sem dúvida que a adoção da responsabilidade objetiva pelo CDC facilita a defesa do consumidor em juízo, e a efetiva reparação dos danos, estando em plena consonância com os princípios que norteiam a legislação consumerista, na forma do artigo 6º., incisos VI, VII e VIII.
Responsáveis pela reparação
O caput do art. 12 explicita quem são os responsáveis pela reparação dos danos. Ao invés de utilizar o vocábulo fornecedor, preferiu o legislador inserir rol taxativo dos responsáveis, quais sejam:
- fabricante, construtor, importador e produtor, alcançado a todos na cadeia produtiva.
Três tipos de fornecedores:
- fornecedor real: compreendidos o fabricante, produtor e construtor;
- fornecedor presumido: assim entendido o importador de produto industrializado ou in natura.
- fornecedor aparente: aquele que apõe seu nome ou marca no produto final.
Responsabilidade civil do comerciante
Art. 13 do CDC
O comerciante também pode ser responsabilizado pelo fato do produto, na forma do art. 13 do CDC, ressaltando-se que este deverá indenizar o consumidor sempre que não puder ser identificado ou quando não houver identificação do fornecedor (fabricante, construtor, produtor ou importador), ou, ainda, na hipóteses de o comerciante não conservar adequadamente o produto.
O comerciante, ainda responde.
O comerciante também responde em razão da medição, da pesagem, ou se a balança não estiver aferida oficialmente pelo órgão responsável.
Fornecedor mediato e imediato
Logo, somente o fornecedor mediato é quem deve responder pelos danos causados ao consumidor por defeito do produto.
O fornecedor imediato (comerciante) somente responderá por defeito do produto nas hipóteses estabelecidas no art. 13 do CDC.
Exemplificando: Acórdão
Acórdão que reconhece a responsabilidade do comerciante pela contaminação dos consumidores de torta que estava impregnada de salmonela, além de apresentar contagem de coliformes fecais e de bolores e leveduras acima dos níveis tolerados pela divisão nacional de vigilância sanitária de alimentos (TJRS, Apel. Cível 59844108)
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO COMERCIANTE
Diga-se que esta ressalva quanto a responsabilidade do comerciante somente deve ser aplicada ao DEFEITO DO PRODUTO, podendo ser classificada como subsidiária para estas hipóteses.
Art. 25 do CDC – Responsabilidade solidária
Observe-se, ainda, que o art. 25 do CDC estabelece responsabilidade SOLIDÁRIA entre todos os fornecedores, razão pela qual o comerciante responderá solidariamente nas hipóteses de vício do produto e do serviço.
DIREITO DE REGRESSO
O direito de regresso é garantido ao comerciante que foi condenado ao pagamento de indenização. É evidente que, mesmo nas hipóteses trazidas pelo legislador, o comerciante pode não ser o causador do dano, ficando clara a possibilidade de o comerciante requerer o ressarcimento perante o causador do dano.
Afinal, o que é defeito e o que é vício do produto ou serviço?
Antes de nos aprofundarmos no tema das responsabilidades, cabe melhor definição dos termos vício e defeito em consonância com o disposto no CDC.
VÍCIO
Vício como sendo “as características de qualidade ou quantidade que tornem os serviços (ou os produtos) impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes diminuam o valor. Da mesma forma são considerados vícios os decorrentes da disparidade havida em relação às indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária”. (NUNES, 2004, p. 285).
Sendo assim, o vício não atinge a incolumidade física do consumidor, ficando adstrito somente ao produto ou serviço.
DEFEITO – CAUSA O ACIDENTE DE CONSUMO
Já o defeito do produto ou serviço é capaz de causar dano à saúde do consumidor. Assim, “o defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto, que causa um dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não-funcionamento, a quantidade errada, a perda do valor pago. 
O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu patrimônio jurídico, seja moral e/ou material. Por isso, somente se fala propriamente em acidente, e, no caso, acidente de consumo, na hipótese de defeito, pois é aí que o consumidor é atingido”. (NUNES, 2004, P. 286).
ACIDENTE DE CONSUMO
O defeito do produto ou serviço (que sempre pressupõe a existência de vício) expõe o consumidor a risco de dano a sua saúde ou segurança, e dele decorre o acidente de consumo.
EXEMPLIFICANDO
Dois consumidores vão à concessionária receber seu automóvel zero quilômetro. Ambos saem dirigindo seu veículo alegremente. Os consumidores não sabem, mas o sistema de freios veio com problema de fábrica.
CONSUMIDOR 1
Aquele que sai na frente passa a primeira esquina e segue viagem. No meio do quarteirão seguinte, pisa no freio e este não funciona. Vai, então, reduzindo as marchas e com sorte consegue parar o carro encostando-o numa guia. 
CONSUMIDOR 2
O segundo, com menos sorte, ao atingir a primeira esquina, depara com o semáforo no vermelho. Pisa no freio, mas este não funciona. O carro passa e se choca com outro veículo, causando danos em ambos os carros.
No primeiro caso, como o problema está só no freio do veículo, é de vício. No segundo, como foi além do freio do veículo, causando danos não só em outras áreas do próprio automóvel como no veículo de terceiros, trata-se de defeito.
EXEMPLO 2
Um consumidor compra uma caixinha longa vida de creme de leite. Ao chegar a casa, abre-a e vê que o produto está embolorado. É vício, puro e simplesmente.
Outro compra o mesmo creme de leite. Abre a caixa em casa, mas o faz com um corte lateral. Prepara um delicioso strogonoff e serve para a família. Todos têm de ser hospitalizados, com infecção estomacal. É caso de defeito.
EFEITO E RESULTADO
É, portanto, pelo efeito e pelo resultado extrínseco causado pelo problema que se poderá detectar o defeito. O chamado acidente de consumo está relacionado com o defeito.
Conforme se verá, o CDC trata vício de
maneira muito diferente de defeito, inclusive no que respeita ao agente que pode ser responsabilizado, aos prazos etc. (NUNES, 2005, p. 168). 
PRODUTO DEFEITUOSO
O CDC garante a reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas bem como por informações sobre a utilização e riscos.
Classificação do DEFEITO
- DEFEITO DE CRIAÇÃO OU CONCEPÇÃO: o defeito está na fórmula do produto, sendo tanto da escolha inadequada do material utilizado pelo fornecedor quanto do projeto tecnológico;
DEFEITO DE PRODUÇÃO: é o defeito decorrente da falha instalada no processo produtivo e está presente na fabricação, montagem, construção ou acondicionamento do produto;
DEFEITO DE INFORMAÇÃO OU COMERCIALIZAÇÃO: é o defeito que decorre da apresentação ao consumidor, presente na rotulagem e na publicidade. A apresentação do produto inclui todo o processo de informação ao consumidor, incluindo instruções constantes e manuais de instrução para utilização do produto, rótulos e embalagens.
Definição de produto defeituoso
A definição de produto defeituoso está estampada no § 1º. do art. 12 do CDC. Pela dicção legal, o produto deve ser considerado defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente é esperada, levando-se em consideração as circunstância relevantes, entre as quais sua apresentação, uso e riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi colocado em circulação.
DIREITO À INFORMAÇÃO
O direito à informação é direito básico do consumidor garantido pelo art. 6º., III, CDC, lembrando que o fornecedor, ao inserir no mercado de consumo produto ou serviço, deve apresentá-lo com todas as informações sobre os riscos e cuidados que o consumidor deve tomar ao utilizar o produto ou serviço. 
E o que inclui?
Destarte, o modo de apresentação do produto inclui a comercialização, a publicidade anunciada pelo fornecedor, a rotulagem, as bulas e os manuais de instrução.
RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR PELOS PREJUÍZOS
Frise-se que, mesmo tomando todos os cuidados necessários, o fornecedor continua RESPONSÁVEL pelos prejuízos que causar aos consumidores, salvo as hipóteses de EXCLUSÃO de responsabilidade que veremos a seguir.
CAUSAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Vimos que o CDC adotou a responsabilidade objetiva, respondendo o fornecedor pelos danos causados aos consumidor, independentemente da existência de culpa.
HIPÓTESES DE EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
No entanto, assim como na doutrina civilista, o legislador entendeu que o fornecedor, em algumas hipóteses, será exonerado do dever de reparar o dano. 
Vejamos as situações:
- a ausência de nexo de causalidade;
- a culpa exclusiva da vítima ou e terceiro.
IMPORTANTE
Lembre-se que, em todas as hipóteses de exclusão de responsabilidade aqui previstas, cabe ao fornecedor a PROVA da ausência do nexo de causalidade e da culpa exclusiva vítima ou de terceiro.
Art. 12, § 3º., I, CDC
Prova de que o fornecedor não colocou o produto no mercado.
Ora, se o fornecedor não colocou o produto no mercado de consumo não há que se falar em responsabilidade civil.
MARCAS ILEGALMENTE COPIADAS
Esta exclusão prevista pelo legislador é importante para os fornecedores que têm as suas marcas ilegalmente copiadas e inseridas em produtos falsificados causando grandes prejuízos aos consumidores em razão da péssima qualidade do produto.
AUSÊNCIA DE DEFEITO DO PRODUTO
Outra hipótese é a AUSÊNCIA DE DEFEITO DO PRODUTO. Sem dúvida, o defeito do produto é pressuposto da responsabilidade por danos; se não houver defeito no produto, não haverá nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido pelo consumidor e a ação do fornecedor, ressaltando que a prova de ausência de defeito deve ser feita pelo fornecedor.
CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU DE TERCEIRO
Neste caso, cabe ao fornecedor provar que o CONSUMIDOR OU TERCEIRO agiu com culpa no evento danoso, considerando aqui “o terceiro” qualquer pessoa estranha à relação de consumo.
CULPA EXCLUSIVA DA VITIMA
Fala-se em culpa exclusiva da vítima quando sua conduta se erige em causa direta e determinante do evento, de modo a não ser possível apontar qualquer defeito no produto ou no serviço como fato ensejador da sua ocorrência.
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Se o comportamento do consumidor é a única causa do acidente de consumo, não há como responsabilizar o produtor ou fornecedor pela ausência de nexo de causalidade entre a sua atividade e o dano (CAVALIERI FILHO, 2005, p. 509).
CULPA CONCORRENTE
Há discussão doutrinária a respeito da exclusão da responsabilidade do fornecedor em razão de CULPA CONCORRENTE DO CONSUMIDOR. Há autores que a admitem e a jurisprudência majoritária caminha no sentido de admitir a culpa concorrente como causa de redução da indenização, mas não como forma de EXCLUSÃO.
POSIÇÃO DO STJ
Resp 287.849-SP:
“A culpa concorrente da vítima permite a redução da condenação imposta ao fornecedor”.
ATOS DOS PREPOSTOS E REPRESENTANTES
O art. 34 do CDC prevê ainda a solidariedade entre os atos dos prepostos e representantes do fornecedor. Assim, não poderá o fornecedor alegar a exclusão de responsabilidade por ato de seus prepostos ou representantes, posto que estes não são considerados terceiros na relação de consumo.
HIPÓTESES DE EXCLUSÃO DO FORNECEDOR:
 Prova, pelo fornecedor, de que não colocou o produto no mercado;
Prova, pelo fornecedor, de que, embora tenha colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro;
Havendo culpa concorrente, o fornecedor deverá arcar com parte dos prejuízos sofridos pelo consumidor se o defeito do produto foi causa preponderante do acidente.
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR
A teoria clássica da responsabilidade civil insere como excludentes de responsabilidade o caso fortuito e a força maior. O art. 393 do CC em vigor assim dispõe:
“Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.”
REQUISITOS
Pela leitura do dispositivo legal, podemos deduzir que, para a configuração do caso fortuito e força maior, é necessária a presença dos seguintes requisitos: 
Fato inevitável e superveniente;
Ausência de culpa de qualquer das partes;
Fato irresistível, que escapa do controle do homem.
DISTINGUINDO CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR
Caso fortuito decorre de fato ou ato inevitável que, portanto, independe da vontade das partes;
Exemplo: o devedor adoece; uma máquina de sua empresa apresenta um defeito oculto, uma greve, etc.
Força maior, também inevitável, decorre de forças físicas da natureza (vendaval, enchente, terremoto).
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO
Estudamos a responsabilidade civil pelo fato do produto. 
Passaremos a analisar a responsabilidade civil do fornecedor em razão da prestação de serviços defeituosos (fato do serviço), disciplinado no art. 14 do CDC. Vejamos.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
        § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
  I - o modo de seu fornecimento;
  II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
  III - a época em que foi fornecido.
  § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
   § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
   I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
   II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
   § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação
de culpa.
Pela dicção legal, é possível verificar que as mesmas considerações feitas na seção anterior em que tratamos da responsabilidade civil pelo fato do produto são aplicáveis para a responsabilidade pelo fato do serviço.
RESPONSÁVEIS PELA REPARAÇÃO
O art. 14 do CDC utiliza somente o vocábulo FORNECEDOR para indicar o responsável pela reparação de danos causados aos consumidores pelo FATO DO SERVIÇO. 
SERVIÇO DEFEITUOSO
A responsabilidade do fornecedor de serviços também tem por fundamento o dever de segurança. Os defeitos do serviço podem ser de concepção, de prestação ou de comercialização.
Assim sendo, o serviço será considerado defeituoso sempre que não apresentar a segurança esperada pelo consumidor, levando em consideração:
 o modo de fornecimento;
o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
 a época em que foi colocado em circulação.
JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência tem considerado defeito na prestação de serviço, entre outras, as seguintes hipóteses:
Erro de resultado em exame laboratorial, gerando o dever de indenização pelos danos morais e materiais (TJRJ, Apel. Cível n. 8.505/97);
Furto ou roubo de veículo em estacionamento (STJ – Resp 73.243/PR; STJ – Resp 227.014/GO;
3. Ausência de manutenção de rodovia, causando acidente ao consumidor em razão de animais mortos na estrada (STJ – Resp 467.883).
A falta de informações necessárias
É de se notar também que toda vez que o fornecedor de serviços infringir o dever de prestar as informações necessárias e adequadas sobre o serviço inserido no mercado de consumo, deverá ressarcir o consumidor pelos prejuízos causados por este experimentados.
ADOÇÃO DE NOVAS TÉCNICAS
Ressalte-se que o serviço não será considerado defeituoso em razão de adoção de novas técnicas. Destarte, se o serviço já era prestado de forma satisfatória, de modo a não expor o consumidor a riscos, não há que se falar em defeito do serviço, simplesmente em razão de adoção de nova tecnologia que faz parte do processo evolutivo.
CAUSAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Na forma do art. 14, § 3º. do CDC
A inexistência de defeito no serviço;
A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro no evento danoso.
É importante salientar que a prova da excludente de responsabilidade é do fornecedor de serviços. Assim, para que o fornecedor fique ISENTO de responsabilidade, DEVE PROVAR a inexistência de defeito no serviço ou a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
JURISPRUDÊNCIA STJ
“a deficiência do fornecimento de energia elétrica pode justificar a paralisação do serviço de telefonia, em prejuízo da obrigação de continuidade, porém é indispensável a demonstração inequívoca da culpa de terceiro, o que não se verifica na espécie. O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral, mas somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas afloições ou angústias no espírito de quem ela se dirige” (Resp 599.538/MA).
CULPA CONCORRENTE DO FORNECEDOR E DA VÍTIMA
Se houver culpa concorrente do fornecedor e da vítima deverá o magistrado perquirir se o defeito do serviço foi ou não a causa preponderante do acidente de consumo para que haja a meação dos prejuízos.
O caso fortuito e a força maior
O caso fortuito e a força maior também são considerados, pela doutrina majoritária, excludentes da responsabilidade civil do fornecedor de serviços. Veja tópico anterior.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROFISSIONAL LIBERAL
O legislador faz diferenciação com relação à responsabilização do profissional liberal. Conforme a regra do § 4º. do art. 14, a prestação de serviços do profissional liberal é orientada pela teoria da responsabilidade subjetiva.
Destarte, na hipótese em que o fornecedor de serviço for profissional liberal, inseridos aqui os serviços prestados por médicos, engenheiros, dentistas e advogados, deve o consumidor provar a culpa do fornecedor para que haja o dever de indenizar, além do nexo de causalidade e da extensão dos danos.
Obrigação de meio e não de resultado
O legislador preferiu tratamento diferenciado para os profissionais liberais em razão do caráter dos serviços prestados, já que assumem obrigação de meio e não de resultado.
Distinção de obrigação de meio e de resultado
O jurista Álvaro Villaça de Azevedo nos ensina:
Obrigação de meio – o devedor obriga-se a fornecer todos os meios necessários para a realização de um fim, sem responsabilizar-se por ele, pelo resultado. O devedor deve desenvolver, neste tipo obrigacional, todos os esforços, todos os cuidados necessários à consecução do resultado, sem, contudo, obrigar-se por ele.
Se houver obrigação de resultado, o devedor há que realizar determinada finalidade para cumprir sua obrigação. Realmente, por esta forma, enquanto o resultado não sobrevier, o devedor não tem por cumprida a obrigação, esta não se exaure.
Desta forma, sendo uma obrigação de meio a do profissional liberal, sua responsabilidade é subjetiva, devendo provar o consumidor que o fornecedor for negligente, imperito ou imprudente, ou tenha agido com dolo.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais