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Conteúdo aulas 1 a 6 de Fluxo de Caixa e Tesouraria

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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E TESOURARIA
AULA 2 Prof.ª Kessyane Novaes Horbucz
CONVERSA INICIAL
Olá, querido aluno, dando sequência ao estudo da disciplina de Gestão de Fluxo de Caixa e Tesouraria, a atividade mais importante dentro da administração financeira é a tomada de decisão, pois de nada vale elaborar extensos relatórios, gráficos complexos e calcular vários tipos de indicadores financeiros sem a competência de analisar todos esses elementos e avaliar qual a melhor decisão para sua empresa.
Dessa maneira, a dinâmica da decisão financeira se pauta em dois propósitos: o de investimento (onde, como, quanto e quando irei aplicar os recursos?). E o de financiamento (quanto, até quando necessito de recursos?), dois grandes propósitos decisórios de uma empresa que são integrados às variáveis de risco, ao retorno e aos custos das operações financeiras.
O objetivo principal é ampliar o conhecimento com foco na tomada de decisão, apresentando termos técnicos e algumas ferramentas que são importantes para esse processo decisório.
CONTEXTUALIZANDO
As decisões financeiras de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requerem uma reflexão mais crítica de seus aspectos conflitantes, exigindo uma adaptação à realidade dos negócios. O processo de tomada de decisões reflete a essência do conceito de administração.
Para Assaf Neto (2007), administrar é decidir, e a continuidade de qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua vez, são tomadas com os dados e as informações viabilizados pela contabilidade, levantados pelo comportamento do mercado e desempenho interno da empresa.
No entanto, esse processo decisório é essencial ao sucesso de toda empresa, e vem assumindo complexidade e risco cada vez maiores na economia brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência de poupança a longo prazo, intervenções frequentes nas regras da economia, entre outros aspectos vêm exigindo uma capacidade mais analítica e questionadora das unidades decisórias. (Assaf Neto, 2007)
Conceitos financeiros consagrados em outros ambientes costumam encontrar enormes dificuldades de adaptação em nossa realidade empresarial,
demandando um conjunto de ajustes e reflexões nem sempre seguidos pelo mercado.
PESQUISE
Como podemos realizar uma boa administração financeira? Quais são os elementos que constituem as decisões financeiras? Como ocorrem as relações empresas x mercado?
TEMA 1 – A DINÂMICA DAS DECISÕES FINANCEIRAS
Como vimos, administrar é um processo de tomada de decisões. Segundo Ross (2002), a continuidade das organizações depende da decisão correta e esta deve ser feita baseada em dados e informações, sejam elas fornecidas pela contabilidade e outros setores da empresa, ou pelo ambiente no qual a empresa está inserida. Fatores como desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, inflação, riscos financeiros e mudanças no mercado tornam esse processo de decisão algo nada fácil.
A dinâmica das decisões financeiras envolve:
Planejamento financeiro – necessidades de expansão, desajustes futuros e rentabilidade sobre os investimentos;
Controle financeiro – análise e correção de desvios entre previsto e realizado;
Administração de ativos – melhor estrutura dos investimentos em termos de risco e retorno;
Administração de passivos – gerenciamento de composição de financiamento.
O foco principal se dá por conta das decisões de investimento e das decisões de financiamento. Retomando, investimentos são atividades executadas em decorrência das aplicações de recursos. As atividades de investimento costumam ser classificadas no Balanço Patrimonial, na conta de investimentos, por exemplo: compras de máquinas e equipamento, aplicações financeiras de curto e longo prazo.
Já o financiamento reflete as decisões tomadas diante das atividades operacionais e de investimentos. As contas de financiamento costumam ser classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP) e no Patrimônio Líquido. Exemplos: captação de empréstimos bancários, integralização de capital da empresa, etc., ou seja, “o que se deseja fazer é definir e alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, dada a composição dos investimentos”
(Sanvicente, 1987, p. 16).
Decisão de investimento, também chamado de administração da estrutura de ativos, constitui a etapa em que o administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de Ativo Circulante. (Ross, 2002)
De acordo com Pereira Filho (2014), o gestor deverá também decidir quais são os melhores Ativos Permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras das empresas e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).
É na administração da estrutura dos ativos que o gestor deve fazer os seguintes questionamentos: onde, como, quanto e por quanto tempo irei aplicar meus recursos?
Já a decisão de investimento ou administração da estrutura do passivo relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Conforme Gitman (2010), dois enfoques sustentam essa atividade do administrador financeiro:
A decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global.
O juízo de quais fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo prazo, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para esse tipo de decisão.
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As questões que o gestor deve fazer na administração da estrutura do passivo se pauta em: como, quanto, por quais taxas e com quem irei financiar os meus recursos?
Porém, como saber se o investimento e o financiamento realizados darão o meu retorno esperado? Qual ou quais os riscos que podem ocorrer? Veremos essas questões no tema a seguir.
TEMA 2 – RISCO X RETORNO
Para compreender melhor essa aula, vamos conceituar risco e retorno. Risco é a volatilidade de retornos associado a um determinado ativo. Como normalmente estamos preocupados com a possibilidade de um prejuízo, tentamos medir com precisão a volatilidade do retorno que pode causar esse prejuízo.
No entanto, volatilidade, segundo o dicionário, é a qualidade do que sofre constantes mudanças; característica do que é volátil, do que não é firme, daquilo que muda constantemente ou se vaporiza. Em finanças, entendemos como uma oscilação entre os valores dos ativos.
Por exemplo, se você realiza uma aplicação de renda fixa que promete juros de R$ 50 daqui a 30 dias, não está correndo risco de volatilidade do retorno. O resultado possível é um só. Não existe volatilidade de retorno associada à sua aplicação. Imagine agora que o gerente do banco lhe oferece uma aplicação que promete juros no intervalo de R$ 0 a R$ 100. Ou seja, você pode ganhar qualquer valor entre R$0 e R$ 100. Esse investimento é mais arriscado em virtude da elevadavolatilidade de retorno. Volatilidade de retornos aqui significa que você pode ganhar qualquer valor entre R$ 0 e R$ 100.
Em suma, o risco pode ser definido como uma medida de incerteza associada aos retornos esperados de investimento.
Já o retorno é a expectativa de uma rentabilidade, ou seja, quanto irei ganhar ao investir em determinado ativo.
Dessa maneira, devemos ficar atento a alguns tipos de risco e tentar ao máximo prevê-los e nos prepararmos para eles. Seguem os principais tipos de riscos, conforme Pereira Filho (2014).
Risco de mercado – é associado às variações de rentabilidade dos ativos decorrendo das condições da economia, que podem fazer os juros, o câmbio e os preços das ações variarem, influenciando seu investimento.
Um exemplo é quando são expostas notícias sobre empresas de capital aberto, pois, se essa notícia for negativa, automaticamente os preços das ações reduzem.
Risco de crédito – esse risco ocorre quando há o chamado popularmente de “calote”, ou seja, quando não há o pagamento da parte devedora para a parte credora, o que vai fazer com o que o credor não receba o esperado, e os impactos dessa ação podem chegar a uma falência.
Risco de liquidez – está relacionado com a facilidade de você negociar um ativo, ou seja, o quanto você conseguirá transformar um ativo em dinheiro o mais rápido possível. No entanto, às vezes você precisa ceder e reduzir o valor solicitado para fechar a negociação, sendo essa perda computada como risco de liquidez.
Risco legal – são questões legais que podem ocasionar algum transtorno para uma ou mais partes da relação. Podem existir cláusulas jurídicas que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, permitindo ao devedor ou tomador não honrar as obrigações assumidas.
Risco operacional – quando há a possibilidade de ocorrerem falhas e poderão ser provenientes de problemas nos equipamentos, falhas humanas má administração, fraudes, entre outros.
Além disso, de acordo com Sanvicente (2012), existem riscos que envolve a área empresarial, sendo eles:
Risco econômico – também denominado de risco empresarial, está relacionado às eventualidades que afetam o resultado de uma empresa, ou seja, a possibilidade de a empresa não atingir os resultados esperados.
Risco financeiro – é resultado da instabilidade do resultado, ocorre quando uma empresa não possui a capacidade de honrar seus compromissos financeiros no prazo acordado.
Na prática, encontramos no mercado diversos ativos e, com isso, há de se esperar que os riscos sejam também diferentes, dessa maneira, quanto maior for o risco de um investimento, maior deverá ser o seu retorno esperado.
TEMA 3 – RELAÇÃO COM OS MERCADOS 
Empresas bem-sucedidas têm uma necessidade constante de fundos. Um dos principais atores envolvidos nesse processo de canalização de fundos são as instituições financeiras.
As instituições financeiras, conforme Gitman (2010) agem como intermediários, canalizando as poupanças de pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais para empréstimos e investimentos. Muitas instituições financeiras remuneram direta ou indiretamente seus depositantes com juros sobre os recursos depositados, e outras prestam serviços em troca de tarifas.
A poupança que os clientes individuais depositam nas instituições financeiras fornece grande parte dos recursos de que dispõem. Esses clientes não apenas proporcionam recursos às instituições financeiras, como também os demandam dela sob a forma de empréstimo. No entanto, as pessoas físicas são ofertantes líquidos para as instituições financeiras: poupam mais do que tomam emprestado. (Gitman, 2010)
No caso das empresas que depositam seus recursos nas instituições financeiras, elas também tomam empréstimos, porém são demandantes líquidos de fundos: tomam mais dinheiro do que poupam. (Gitman, 2010)
Em resumo, todo o processo descrito até agora pode ser dito da seguinte forma: as relações financeiras são estabelecidas sempre que um agente econômico é capaz de transferir o comando de recursos financeiros para terceiros contra o reconhecimento de uma obrigação (dívida, expressa em um contrato ou título) e seus serviços por parte do beneficiário. A mais simples forma de relação financeira é o crédito: um agente empresta dinheiro a outro, por um prazo determinado, e é remunerado pelo pagamento de juros futuro. (Carvalho, 2015)
Nesse processo, existem dois agentes principais: os agentes superavitários (credores) e os agentes deficitários (devedores).
Segundo Gitman (2010), os agentes superavitários, também chamados de poupadores, veem-se às voltas com excesso de renda corrente sobre seus gastos planejados e, portanto, demandam formas de acumulação de riqueza. São demandantes de ativos financeiros e ofertantes de poupança financeira – recursos para uso imediato de terceiros. Já os agentes deficitários, tomadores, pretendem gastar mais que sua renda corrente, demandando financiamento de seus gastos excedentes. Trocam parte de sua renda futura pela antecipação de recursos financeiros. Esses agentes são demandantes de poupança financeira e emitem obrigações, um passivo financeiro a ser saldado no futuro. (Gitman, 2010)
Vistos esses conceitos, no Brasil, quem são os atores do sistema financeiro nacional?
Conforme Ferreira (2014), o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que tem como objetivo regulamentar, fiscalizar e executar as operações relacionadas à gestão da moeda e do crédito.
O SFN possui uma estrutura padrão dividida em dois subsistemas. 
Subsistema Normativo: capaz de regular e fiscalizar o mercado financeiro.
Os órgãos e instituições especiais que o compõem são:
Conselho Monetário Nacional (CMN); Banco Central (BACEN);
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC);
Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
Caixa Econômica Federal (CEF); Banco do Brasil (BB).
Subsistema Operativo: sistema composto por todas as instituições que trabalham na intermediação financeira e na realização da transferência de recursos entre fornecedores e tomadores de recursos por meio de regras bem definidas.
Compõem esse subsistema:
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE); Cooperativas de Crédito; Bancos de Investimentos;
Sociedades Corretoras;
Sociedades de Crédito Imobiliário;
Bancos Cooperativos etc.
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
O sistema financeiro nacional é constituído por várias instituições e órgãos que zelam pelo bom funcionamento das operações financeiras, viabilizando o trânsito de recursos financeiros entre empresas e investidores. (Ferreira, 2014)
Dessa maneira, seu principal objetivo é o de estabelecer uma ligação entre os agentes do mercado financeiro influenciando na maior eficiência nas operações.
TEMA 4 – RELAÇÃO COM A CONTABILIDADE
Como vimos na aula anterior, as atividades de finanças (tesoureiro) e contabilidade (controller) são intimamente relacionadas e, via de regra, sobrepõem-se. Na verdade, muitas vezes é difícil diferenciar a administração financeira da contabilidade.
No entanto, em empresas de pequeno porte, o controller com frequência executa a função financeira e nas maiores, muita controllers estão diretamente envolvidos com diversas atividades financeiras. Existem, porém, duas diferenças básicas entre finanças e contabilidade: ênfase nos fluxos de caixa e a tomada de decisões. (Gitman, 2010)
No que diz respeito à ênfase nos fluxos de caixa, Gitman (2010) afirma que a função principal dos controllers é desenvolver e relatar dados para mensurar o desempenho da empresa, avaliar situações financeiras, atender aos requisitos dos reguladores de títulos e apresentar relatórios, além de registrare pagar impostos. Usando determinados princípios padronizados e geralmente aceitos, os controllers preparam demonstrações financeiras que reconhecem as receitas no momento da venda e as despesas no momento em que são incorridas, abordagem conhecida como regime de competências.
Já o administrador financeiro enfatiza os fluxos de caixa, as entradas e saídas de dinheiro. Ele mantém a empresa solvente, planejando os fluxos de caixa necessários para que ela honre suas obrigações e adquira os ativos necessários para realizar suas metas, o chamado regime de caixa. O administrador financeiro aplica esse regime de caixa para reconhecer as receitas e despesas apenas quando das entradas e saídas efetivas de caixa. Independentemente de seus lucros ou prejuízos, cada empresa precisa ter fluxo de caixa suficiente para atender as suas obrigações à medida que se tornem devidas. (Gitman, 2010)
A segunda grande diferença entre finanças e contabilidade tem a ver com a tomada de decisões. Os controllers dedicam maior parte dos seus esforços para coletar e apresentar os dados financeiros. Já os administradores financeiros, por sua vez, avaliam as demonstrações contábeis, desenvolvem mais dados e tomam decisões a partir da análise marginal resultante. É claro que isso não quer dizer que os controllers jamais tomem decisões, ou que os administradores financeiros jamais coletem dados. Apenas que o foco principal de suas atividades é bastante diferente. (Gitman, 2010)
Como já vimos, além do envolvimento constante com a análise e o planejamento financeiros, o administrador financeiro também toma decisões de investimento e de financiamento. Segundo Gitman (2010), as decisões de investimento determinam as combinações e os tipos de ativos que a empresa possui. Já as decisões de financiamento determinam a combinação e os tipos de financiamento usados.
Para compreender melhor, observe a figura a seguir, em que é apresentado um balanço patrimonial. Vale ressaltar que as decisões são
efetivamente tomadas com base nos efeitos do fluxo de caixa sobre o valor geral da empresa.
Balanço patrimonial
	Ativo circulante
	
	Passivo circulante
	
	
	
Dívidas de longo prazo e
�
Ativo não circulante
�
patrimônio líquido
�
	Tomada de decisões de
	Tomada de decisões de
	investimento
	financiamento
Após compreendida essa relação das finanças com a contabilidade, vamos partir para o último tema, o qual trata do disponível, que são os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da entidade.
TEMA 5 – O DISPONÍVEL
O disponível compõe o grupo dos ativos circulantes, ou seja, são os
recursos financeiros disponíveis para a empresa, os quais, geralmente, ela deixa sob a guarda de instituições financeiras.
O ativo faz parte das contas patrimoniais e compreende o conjunto de bens e direitos da organização, possuindo valores econômicos e podendo ser convertido em dinheiro. É parte positiva da posição patrimonial e identifica onde os recursos foram aplicados, além de representar os benefícios presentes e futuros da empresa.
A finalidade de uma empresa é o lucro, e o ativo é a aplicação de bens e direitos de modo a produzir lucro. Para que algo seja considerado um ativo, é necessário que ele cumpra quatro requisitos: constituir bem ou direito para a empresa, ser de propriedade, posse ou controle da sociedade, ser mensurável monetariamente e trazer benefícios (ou expectativa de benefícios) para a empresa. O dinheiro é o ativo por excelência, pois é o meio de troca da economia e sua liquidez é plena.
As contas desse grupo não se encerram com a apuração do resultado do exercício e podem ser debitadas ou creditadas, sendo o saldo sempre devedor (com exceção das contas redutoras do ativo).
Conforme Athar (2005), o ativo se divide em duas partes: ativo circulante e ativo não circulante.
Ativo Circulante: contempla o grupo de contas do ativo com maior liquidez. São contas que estão constantemente em giro, movimento, circulação. Nesse grupo, são registrados os bens e direitos que a empresa consegue transformar em dinheiro até o final do exercício seguinte, ou seja, no curto prazo.
Por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2015, deverá classificar no curto prazo (ativo circulante) todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2016.
Após compreendido o ativo circulante, voltamos ao disponível, que pertence a esse grupo de ativos.
O disponível compreende valores existentes em caixa e bancos, assim como as aplicações de curtíssimo prazo e liquidez absoluta. Significa o que está disponível para a empresa, podendo ser utilizado a qualquer momento e para qualquer fim. As contas desse grupo estão a todo instante sendo movimentadas (entra e sai dinheiro). São exemplos de disponível:
caixa – dinheiro em espécie na empresa;
Conta em banco – nessa conta são registrados os recursos depositados em contas-correntes de livre movimentação. As contas de livre movimentação são as contas bancárias cujo saldo pode ser sacado imediatamente pelo cliente, no todo ou em parte.
Aplicações financeiras – a curto prazo, representam os investimentos efetuados pela empresa em títulos de liquidação imediata (que sejam prontamente conversíveis em dinheiro). Ou seja, são investimentos por um curto período, pois, assim que a empresa necessitar do dinheiro, ela pode se desfazer da aplicação e usá-lo. São feitas pelas entidades com o objetivo de obter recursos financeiros, normalmente sendo realizadas junto a estabelecimentos bancários (as empresas em geral efetuam essas aplicações por obter boas taxas remuneratórias, por excesso de recursos monetários, por obrigações contratuais ou por falta de opção de negócios).
Depósitos bancários à vista – para cheques e/ou transferências que entrarão na conta da empresa a curto prazo.
Em resumo, os recursos do disponível são utilizados para compra de bens do imobilizado, que podem ser vendidos eventualmente. As sobras de caixa são aplicadas temporariamente no mercado financeiro para maximizar os recursos financeiros, gerando receitas que são deduzidas das despesas geradas pelos financiamentos bancários de curto e longo prazos. (Hoji, 2001)
Com isso, existe uma ferramenta – o fluxo de caixa – que exerce a função de acompanhar o saldo do disponível e a tesouraria, e, ao acompanhar essas movimentações, auxilia o gestor na tomada de decisão, inclusive no momento de transformar essa disponibilidade em reserva que irá compor o patrimônio líquido com a qual poderá contar posteriormente para a liquidação dos compromissos assumidos pela empresa.
Leitura obrigatória
Leia mais sobre o Sistema Financeiro Nacional no livro Finanças sem complicação, capítulo 5, páginas 173 a 211.
Como é o nome do movimento de entrada e saída de dinheiro de uma empresa?
Qual a relação do fluxo de caixa com o desempenho organizacional?
Qual o papel do gestor financeiro? Quais as suas principais atividades?
Qual a diferença entre o administrador financeiro e o contabilista? Quais os cuidados que o administrador financeiro deve ter em
relação ao mercado?
Quais os passos necessários para realizar um investimento e um financeiro?
Quais as habilidades do gestor financeiro? Quais as funções do gestor financeiro?
TROCANDO IDEIAS
Após apresentados os principais pontos a respeito da administração financeira, chegou a hora de dividir o seu entendimento a partir de tudo que foi abordado nesta rota, além de apresentar possíveis dúvidas e questionamentos que surgiram durante os estudos. Dessa forma, para iniciarmos as discussões, responda:
Quais as duas principais atividades do administrador financeiro relacionado ao balanço patrimonial da empresa?
NA PRÁTICA
Conseguindo manter o equilíbrio financeiro pessoal (finanças domésticas), fica mais fácil desenvolver hábitosque irão contribuir, sempre que necessário, para tomar decisões financeiras, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.
FINALIZANDO
Quando se aborda a tomada de decisão financeira dentro das organizações, é importante observar todos os setores da organização; um tomador de decisão necessita acompanhar todos os indicadores financeiros da empresa, delegando à sua equipe o monitoramento eficiente desses dados, sendo que uma omissão de dados ou algum dado lançado erroneamente modifica o cenário da organização.
O controle deve ser constante, ou seja, uma rotina, pois, quanto mais controle houver em um curto espaço de tempo, menor será a dimensão dos problemas e mais fácil será saná-los rapidamente.
Importa ao gestor financeiro decidir sobre as opções mais rentáveis de investimentos, sem se esquecer de observar os riscos dessas operações. Também é função do gestor financeiro optar pelas melhores opções de financiamento, analisando taxas e prazos.
Seria contraditório estudar finanças sem entender a importância do mercado e dos bancos dentro dessa relação. Dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN), deparamos com o mercado financeiro, que é constituído de intermediadores financeiros que compõem os mercados de crédito, monetário, de capitais e cambial.
Em administração financeira, existe outra relação tão importante quanto a relação com os mercados, que é a relação com a contabilidade. Em muitos momentos, torna-se difícil distinguir as finanças da contabilidade, pois é comum que as atividades dessas duas áreas sejam desempenhadas pelo mesmo indivíduo, tal como um diretor financeiro, um controller e até mesmo um contador.
No entanto, esse processo decisório essencial ao sucesso de toda empresa vem assumindo complexidade e risco cada vez maiores na economia brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência de poupança a longo prazo, intervenções frequentes nas regras da economia, entre outros aspectos vêm exigindo uma capacidade mais analítica e questionadora.
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