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CCJ0034-WL-D-LC-Estatuto do Desarmamento-Alexandre Leopoldo

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DireitoDireito Penal IVPenal IV
Prof. Alexandre Leopoldo
Estatuto do Desarmamento
Lei 10.826/2003
 Tutela-se, principalmente a incolumidade
publica, ou seja, a garantia e a
preservação do estado de segurança,
integridade corporal, vida , saúde e
patrimônio dos cidadãos indefinidamente
considerados contra possíveis atos que
exponham a perigo. Punem somente as
condutas que acarretam situação de
perigo à coletividade em geral, isto é a
um numero indeterminado de individuo.
 COMPETENCIA
A competência para tais crimes é a justiça comum, o
que a lei pretendeu proteger é o direito a vida,
integridade corporal,e, com isso, garantir a segurança
do cidadão em todos os aspectos.
 Não se vislumbra, salvo na hipótese de trafico
internacional de armas em que está envolvido um
interesse de fiscalização, nenhum interesse da pessoa
jurídica de direito publico denominada União, capaz
de despertar a competência da Justiça Federal. Sum.
122 do STJ (Se pensar que se trata de competência
da Justiça Federal os crimes conexos também
deveriam ser julgados pela Justiça Federal).
CRIMES DE PERIGOCRIMES DE PERIGO
 Perigo Abstrato ou Presumido: É aquele cuja existência
dispensa a demonstração efetiva de que a vitima ficou
exposta a uma situação concreta de risco.
 Perigo Concreto: Exige a comprovação de que pessoa
determinada ou pessoas determinadas ficaram sujeitas a
um risco real de lesão. Trata-se de situação de real
modificação no mundo exterior perceptível naturalmente e
consciente na alteração das condições de intangibilidade do
bem existentes antes da pratica de condutas. O perigo
concreto deflui de dada situação objetiva em que o
comportamento humano gerou uma possibilidade concreta
de destruição do bem jurídico tutelado.
 Por outro lado, isso não significa que a lei possa presumir o 
perigo em qualquer conduta. Arma Absolutamente inapta para 
efetuar disparos, o fato é atípico.
 Quando, de antemão, já se verifica que a conduta jamais poderá 
colocar o interesse tutelado em risco, não há como presumir o 
perigo. Em suma, não existe crime de perigo quando tal perigo 
for impossível.
 Juarez Tavares: “O poder do Estado de punir não pode proibir 
condutas, senão quando impliquem em lesão”.
 Luiz Flavio Gomes: “A presunção legal de perigo permite a 
imposição de sanção penal a quem ( concretamente ) não lesou 
nem colocou em perigo qualquer bem juridico, violando dessa 
forma o principio da ofensividade ou lesividade ou do nullum
crimen sine iniuria” o ou perigo de lesão a bens jurídicos.

 CLASSIFICAÇÃO
 Crimes de Perigo, de modo a tutelar o bem
jurídico contra agressões em seu estagio
embrionário. Pune-se a infração de perigo para
que não venha a se transformar em dano efetivo.
No caso da Lei 10826/2003 o interesse maior
protegido é a incolumidade publica, evitando-se
seja exposta a qualquer risco de lesão.
Incolumidade vem de incólume, que significa
livre do perigo, são e salvo. Pretende o legislador
proteger a vida a integridade corporal, o
patrimônio, ou seja, de modo mais abrangente, a
segurança de toda a coletividade.
 Objeto Material: Armas de Fogo, acessórios ou munições de uso 
permitido ou restrito, bem como artefatos explosivos e incendiários.\
 Arma de fogo de uso proibido: Trata-se de arma que não pode ser 
utilizado em hipótese nenhuma, aquelas que não podem ser usadas nem 
mesmo quando autorizada pelas Forcas Armadas. Restrito é aquele que 
só pode ser utilizado por parcela especifica de pessoas. Proibido é o 
artefato que não pode ser vendido, possuído ou portado por ninguém. É o 
caso de um canhão, um tanque de guerra ou de granadas, armamentos 
que nem mesmo o exercito pode autorizar o particular a ter.
 Armas de uso restrito: É uma arma que só pode ser utilizada pelas 
forcas armadas, por algumas instituições de segurança publica e por 
pessoas físicas e jurídicas habilitadas. Ex: Metralhadoras, Bazucas, 
granadas, pistolas de calibre nominal 45 etc
 Arma de uso permitido: É a arma cuja utilização é permitida a 
pessoas físicas em geral, de acordo com a legislação normativa 
do Exercito. São aquelas de pequeno potencial ofensivo,aptas a 
defesa pessoal e do patrimônio definidos no Decreto 3665/2000. 
Ex: Armas de fogo curtas, de repetição (aquelas em que o 
atirador precisa acionar um mecanismo de alimentação da 
munição) ou semi-automática de qualquer tamanho, que se 
utilizem os seguintes calibres e munições: 22,32,25,380,38-40 e 
44-40.
 Armas de fogo inaptas a efetuar disparos também não será 
considerada arma para efeitos dos crimes previstos na lei, 
equiparando-se a armas obsoletas dada a inexistência de 
potencialidade lesiva.
 Arma de fogo descarregada ou desmontada que estiver 
sendo transportada, mesmo sem a possibilidade de uso imediato, 
a principio caracteriza o crime previsto no artigo 14 ou 16 da Lei, 
dada a inclusão da elementar transportar pelo legislador. 
 Em sentido contrario:
 RHC81057 / SP - SÃO PAULO
RECURSO EM HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE
Relator(a) p/ Acórdão: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Julgamento: 25/05/2004 Órgão Julgador: Primeira Turma 
 Publicação DJ 29-04-2005 PP-00030 EMENT VOL-02189-02 PP-00257
 RTJ VOL-00193-03 PP-00984 Parte(s)
 RECTE. : LOURIVAL DANTAS ROTEASADVOGADO: PGE-SP - SERGIO GARDENGHI SUIAMARECDO. : MINISTÉRIO 
PÚBLICO FEDERAL Ementa
EMENTA: Arma de fogo: porte consigo de arma de fogo, no entanto, desmuniciada e sem que o agente tivesse, nas circunstâncias, 
a pronta disponibilidade de munição: inteligência do art. 10 da L. 9437/97: atipicidade do fato: 1. Para a teoria moderna - que dá 
realce primacial aos princípios da necessidade da incriminação e da lesividade do fato criminoso - o cuidar-se de crime de mera 
conduta - no sentido de não se exigir à sua configuração um resultado material exterior à ação - não implica admitir sua existência 
independentemente de lesão efetiva ou potencial ao bem jurídico tutelado pela incriminação da hipótese de fato. 2. É raciocínio que 
se funda em axiomas da moderna teoria geral do Direito Penal; para o seu acolhimento, convém frisar, não é necessário, de logo, 
acatar a tese mais radical que erige a exigência da ofensividade a limitação de raiz constitucional ao legislador, de forma a 
proscrever a legitimidade da criação por lei de crimes de perigo abstrato ou presumido: basta, por ora, aceitá-los como princípios 
gerais contemporâneos da interpretação da lei penal, que hão de prevalecer sempre que a regra incriminadora os comporte. 3. Na 
figura criminal cogitada, os princípios bastam, de logo, para elidir a incriminação do porte da arma de fogo inidônea para a 
produção de disparos: aqui, falta à incriminação da conduta o objeto material do tipo. 4. Não importa que a arma verdadeira, mas
incapaz de disparar, ou a arma de brinquedo possam servir de instrumento de intimidação para a prática de outros crimes, 
particularmente, os comissíveis mediante ameaça - pois é certo que, como tal, também se podem utilizar outros objetos - da faca à 
pedra e ao caco de vidro -, cujo porte não constitui crime autônomo e cuja utilização não se erigiu em causa especial de aumento
de pena. 5. No porte de arma de fogo desmuniciada, é preciso distinguir duas situações, à luz do princípio de disponibilidade: (1) 
se o agente traz consigo a arma desmuniciada, mas tem a munição adequada à mão, de modo a viabilizar sem demora significativa 
o municiamento e, em conseqüência, o eventual disparo, tem-se arma disponível e o fato realiza o tipo; (2) ao contrário, se a 
munição não existe ou está em lugar inacessível de imediato, não há a imprescindível disponibilidade da arma de fogo, como tal -
isto é, como artefato idôneo a produzir disparo - e, por isso, não se realiza a figura típica.
 Acessórios e Munição:

 A lei equiparou a posse ou o porte deacessórios ou munição à 
arma de fogo. Dessa forma, o sujeito que for detido 
transportando somente a munição de um armamento de uso 
restrito incidirá nas mesmas penas que aquele que transportar a 
própria arma municiada. Não parece ser a medida mais justa, 
pois o projétil, sozinho, isto é, desacompanhado da arma de fogo, 
pode não ter idoneidade vulnerante. De qualquer forma, o 
legislador adotou o critério de presumir o perigo nas condutas 
descritas no Estatuto do desarmamento, com já havia feito por 
ocasião da Lei 9437/97. Assim o Principio da Ofensividade
segundo o qual somente existe crime quando demonstrar efetiva 
lesão ou perigo de lesão do bem juridico, deve ser aplicado 
excepcionalmente, apenas quando claramente for hipótese de 
crime impossível. Ex: Munição inidônea e arma obsoleta.
 Brinquedos, réplicas ou simulacros de armas de fogo.

 Artigo 26 da Lei apenas regulamentou a fabricação das referidas armas. Portanto as armas de brinquedo, 
não constituem mais objeto material de crime, no atual Estatuto do Desarmamento. Apenas foi criada 
norma vedando a fabricação, a venda e a comercialização destas, sem que tais fatos constituíssem crime, 
ante a ausência de qualquer disposição legal especifica.. A lei 10826/2003 portanto revogou o artigo 10§1º 
da Lei 9437/97, o qual sempre se argumentou que era um artigo inaplicável gerando a chamada abolitio
criminis.

 Como fica a questão do roubo praticado com emprego de arma de fogo:
 Antes do Estatuto
 Para um corrente o que prevalecia era o poder intimidatório que a arma exerce sobre a vítima. Assim 
seguia a sumula 174 do STJ.
 Com o cancelamento da Sumula 174 em 2001 passou a prevalecer o entendimento que no sentido de que a 
causa de aumento de pena no crime de roubo tem por fundamento o perigo real que o emprego de arma de 
fogo representa a incolumidade física da vitima. Assim o emprego da arma de brinquedo passou não mais a 
acarretar o aumento da pena no crime de roubo.

 Situação atual: A lei 10826/2003 revogou o artigo 10§1º

 Inseriu nessa figura típica dois novos objetos materiais: Munição e acessório de arma de fogo.

DOS CRIMES DE ARMA DE FOGO DOS CRIMES DE ARMA DE FOGO 
EM ESPÉCIE.EM ESPÉCIE.
 ARTIGO 12 - POSSE IRREGULAR DE 
ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO.
 Aplicação da Lei no Tempo: Se o 
sujeito já possuía arma de fogo em sua 
residência e com a advento da Lei a pena 
seria mais grave, respondera pela nova lei 
com a aplicação da Sumula 711 do STF. 
Como a conduta continuou a ser praticada 
sob a vigência da nova lei, esta ultima é 
que será aplicada.
 Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
 Sujeito Passivo:A coletividade. Indeterminado.
 Tipo Objetivo: Possuir, ter em seu poder, fruir a posse
 Manter sob sua guarda: Ter o cuidado, preservar, no caso, o artefato, em nome de terceiro. Difere do 
Deposito, pois este consiste na guarda para si próprio.

 Elemento subjetivo do tipo: DOLO Vontade e Consciência do agente em realizar uma das duas 
condutas descritas no tipo, abrangendo o conhecimento dos elementos normativos do tipo.

 Tentativa: Inadmissível. Na hipótese em que tenta adquirir ilegalmente e é surpreendido será a hipótese 
do crime do artigo 14 na forma tentada.

 Prazo para regulamentação: 23/10/2005 Lei 11.191/2005. Prorrogou o prazo do artigo 32 da Lei 
10826/2003.
 Fiança: Pode ser arbitrada pelo próprio delegado

 Classificação: Crime comum,de perigo abstrato, de mera conduta e de tipo penal misto ou alternativo. 

 Trata-se de norma Penal em Branco em sentido estrito, uma vez que a expressão “em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar” denota a necessidade de complementação do que vem a ser a arma 
de fogo, acessório ou munição, de uso permitido.

 Consumação: O agente consuma o delito no momento em que realiza as condutas descritas no tipo penal. 
A tentativa é inadmissível.

 A arma de fogo acessório ou munição deve ser de uso permitido, pois, em sendo de uso restrito ou proibido, o delito será previsto 
no artigo 16 da Lei.

 Elemento normativo do tipo: “em desacordo coma determinação legal ou regulamentar”.O artigo 5º caput diz que “o 
certificado de Registro de Arma de fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter arma de 
fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicilio, ou dependências desses, desde que seja o titular ou responsável 
legal do estabelecimento ou empresa”. Assim, se o agente possuir o certificado de registro de arma de fogo, estará excluído o fato 
típico, restando ele autorizado a manter de arma de fogo nos locais indicados pela norma.

 No interior da própria residência ou local de trabalho: Quintal, garagem, celeiro, ou qualquer lugar da residência ou do 
interior dela.
 Também será considerado crime possuir sem registro arma de fogo, o acessório ou munição, no local de trabalho do 
agente, desde que seja o responsável ou titular do local de trabalho. Não sendo o titular do local de trabalho, poderá responder
pelo crime mais grave. Porte ilegal de armas.( artigo 14).

 Diferença entre a posse irregular e o porte ilegal de arma de fogo: incorre em posse irregular de arma de fogo aquele que 
possui arma no interior de sua residência ou domicilio, sem que ela esteja devidamente registrada; em porte ilegal, aquele, que 
embora possuindo a arma registrada, retira-a de sua residência para leva-la consigo, sem a autorização da autoridade competente.

 Exame Pericial: Indispensável, para definir se é de uso permitido ou não, se obsoleta ou replica de arma verdadeira.

 Pena: Cumulativa ( Privativa de Liberdade + Multa). Não se trata de crime de menor potencial ofensivo, haja vista a pena 
máxima privativa de liberdade ser superior a dois anos. Todavia, como a pena mínima privativa de liberdade é igual há um ano, é
cabível a suspensão condicional do processo do artigo 89 da Lei 9099/95.

 Se a arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido estiver guardada em local não abrangido pelo 
tipo, como uma caverna ou matagal, o fato será atípico a este dispositivo. Pode configurar, desde que 
presentes as elementares do tipo, o crime previsto no artigo 14, desta lei, cuja pena é de mais exasperada.

 Concurso aparente de normas: Com a entrada em vigor da Lei 10.826/2003, como ficaram os 
dispositivos da Lei de contravenções penais?

 Artigo 18 da LCP- Foi derrogado, ainda é aplicado quando se tratar de armas brancas.
 Artigo 19, LCP foi derrogado. A nova lei não fala em armas brancas, deixando a aplicação do artigo 19 nos 
casos de porte de arma branca, como faca, facão etc. O artigo 19 necessita, continuar em vigor dadas as 
suas aplicações residuais. Aplica-se, ainda o dispositivo contravencional quando se tratar de espingarda de 
chumbo etc.

 Artigo 28 caput- Derrogado.
 P. único: Continua em vigor.

 Ação Penal: Publica incondicionada. No caso de Prisão em flagrante, a autoridade policial poderá 
arbitrar fiança, nos termos do artigo 322 e 325 letra a do CPP, em razão de inexistir qualquer dispositivo 
proibitivo nesta novatio legis incriminadora.
 Prazo para regulamentação: 23/10/2005 Lei 11.191/2005. Prorrogou o prazo do artigo 32 da Lei 
10826/2003.

 OMISSAO DE CAUTELA (ARTIGO 13)

 Sujeito Ativo: Crime Próprio, somente proprietários ou possuidores da arma podem 
pratica-lo .
 Sujeito Passivo: Coletividade
 Classificação: Trata-se de crime culposo, mormente de forma negligente. Omissivo 
próprio, material de perigo abstrato.
 Consumação: Ocorre com o efetivo apoderamento da arma pelo inimputável. Sem o 
apoderamento da arma, o delito não se caracteriza.
 Tentativa: Inadmissível, uma vez que, em regra, os crimes culposos não admitem 
tentativa.
 Concurso aparente de normas: Este dispositivo não revogou o artigo 19 §2º letrac, 
apenas derrogou-º O dispositivo da Lei de CONTRAVENÇÕES Penais ainda continua em 
vigor em relação as armas brancas e as de arremesso.

 Não nos olvidemos de que este artigo 13 refere- se a não observância das cautelas 
necessárias na guarda de armas de fogo de uso permitido e devidamente registradas.
 A lei revogada cuidava de uma causa excludente da ilicitude, quando para praticar 
tiro desportivo, o menor estivesse acompanhado de responsável ou instrutor. Hoje não 
mais se cogita esta possibilidade.
 Ação Penal Publica Incondicionada: Delito de Menor potencial ofensivo não sujeitando o 
autor ao pagamento de fiança desde que assuma o compromisso do artigo 69 da Lei 
9099/95.

 PARAGRAFO ÚNICO:
 Sujeito Ativo: Proprietários ou diretor responsável por empresa de segurança
 Consumação: Consuma-se no momento em que se exaure o prazo de 24 horas da ocorrência do fato, sem que o diretor ou 
responsável pela empresa tome qualquer providência 
 Tentativa: Inadmissível
 Pena: Trata-se de infração de menor potencial ofensivo. E o crime é afiançável.

 O artigo 6ª da Lei permite o porte de arma em seu inciso VIII as empresas de segurança privada e transportes de 
valores constituídas nos termos desta lei. Seus integrantes poderão ser autorizados a portar arma de fogo, desde que comprovem 
capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, a serem atestadas na forma disposta no regulamento 
desta Lei ( artigos 6º §2º e 4º).

 Trata-se de crime omissivo próprio, que pune a desídia do proprietário ou diretor responsável da empresa que deixar de 
registrar e comunicar ocorrência envolvendo arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 
horas depois de ocorrido o roubo, furto, perda ou extravio desses objetos.
 O crime é próprio, uma vez que só pode ser praticado pelo proprietário ou diretor responsável da empresa.
 A lei tem em mira um efetivo controle do SINARM nos termos do artigo 2º IV da Lei. 
 A colaboração das empresas de segurança e transporte de valores nas comunicações e informações envolvendo a perda, 
furto, roubo ou extravio de armas de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, imediatamente após a constatação 
do fato, concorrerá para o conveniente funcionamento do SINARM, quando consultado.
 Digamos que uma arma de fogo registrada em nome de determinada empresa de segurança seja apreendida em poder 
de terceiros e, ao ser efetuada a consulta, junto ao SINARM, caso não tiver sido comunicado o extravio da arma o Sistema prestara 
informação de que anda sobre ela, não obstante ter sido roubada ou furtada.

 Para configurar a infração penal, o agente tem dupla obrigação : registrar a ocorrência, em qualquer repartição policial e comunicar 
oficialmente a Policia Federal 
 Confronto com o artigo 242 do ECA

 Cuida –se de crime comissivo. E o artigo 13 é omissivo e culposo, porem ambos coexistem para aplicação conforme a hipótese do 
caso concreto.
 ARTIGO 14- PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

 Bem juridico protegido: a Incolumidade Pública, a Coletividade.
 Trata-se de crime comum, de mera conduta, de ação múltipla, unissubjetivo e de 
perigo abstrato. Todavia, diante da possibilidade de ocorrer perigo concreto, o deLito será 
formal.
 Norma Penal em branco em sentido estrito: contida na expressão “em desacordo 
com a determinação legal ou regulamentar”, que denota a necessidade de 
complementação do que vem a ser arma de fogo de uso permitido.
 Objeto material: Arma de fogo, acessório e munição de uso permitido.
 Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
 Sujeito Passivo: A coletividade
 Elemento objetivo do tipo: 13 verbos
 Portar: Trazer consigo arma de fogo, acessório ou munição
 Deter: Conservar em seu poder; Adquirir: Obter; Fornecer: Abastecer o comércio 
clandestino; Receber: aceitar ou recolher; Ter em depÓsito: Conservar; Transportar: 
Conduzir; Ceder, ainda que gratuitamente- transferir a posse ; Emprestar: Confiar a 
alguém, gratuitamente ou não, o uso da arma de fogo; Remeter: Expedir ou enviar; 
Empregar: Fazer uso; Manter sob a guarda: Conservar em seu poder; Ocultar: Dissimular, 
esconder a arma de fogo.

 As armas de fogo, mencionadas no dispositivo comentado, referem-se aquelas de uso permitido.
 Consumação: O agente consuma o delito no momento em que adquire, guarda , empresta etc.
 Tentativa: Inadmissível na maioria das condutas. Admitida, em tese, nas condutas de fornecer, 
receber, emprestar e ceder. Isso ocorre pq , na verdade, o inicio de um ato executório de uma determinada 
conduta já configura a consumação de outra
 Elemento subjetivo: DOLO
 Elemento normativo do tipo: “sem autorização em desacordo com determinação legal e 
regulamentar”.

 Exame pericial: Indispensável para definir se a arma de fogo é de uso permitido ou não.
 Fiança: O delito é inafiançável, consoante expressa disposição do parágrafo único. Somente se admitirá 
fiança se a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. Não estando a arma de fogo de 
uso permitido registrada, ou estando registrada em nome de terceiro o delito será inafiançável.

 Causa de aumento de pena: Prevê o artigo 20 que a pena é aumentada da metade se o crime for 
praticado por integrante de órgãos e empresas referidas nos artigos 6º, 7º e 8º desta Lei, ou seja: 
integrantes das Forças Armadas, da Policia Federal, das Policias Civil e Militar dos Estados e do Distrito 
Federal; das Guardas Municipais. Dos agenteS e guardas prisionais, das escolta de presos e guardas 
portuários, das empresas de segurança e de transporte de valores e das entidades de desporto legalmente 
constituídas etc.

 ARTIGO 15- DISPARO DE ARMA DE FOGO
 Trata-se de crime comum, de mera conduta, de perigo abstrato, unissubjetivo. 
Não se pude o disparo acidental de arma de fogo, haja vista não existir a 
modalidade culposa
 Sujeito ativo: qualquer pessoa
 Sujeito Passivo: A coletividade
 Elemento objetivo do tipo: Dois são os verbos, disparar e acionar, tipo misto 
alternativo.
 Consumação: Ocorre com o primeiro disparo da arma de fogo ou o 
acionamento da munição. A tentativa é cabível, como, por exemplo, se o tiro 
falhar, ou se o agente for seguro no exato momento em que iria acionar a 
munição.

 O delito restará configurado caso o agente efetue um disparo para o 
alto, ou em direção ao chão, desde que seja em lugar habitado ou em suas 
adjacências ou em via publica.

 Como diferenciar o crime de disparo de fogo com o crime de periclitação á saúde ou a vida de 
outrem do artigo 132 do CP?
 Quando o disparo colocar em perigo pessoa certa, a exemplo dentro de um local habitado será o 
crime do artigo 132. Quando o disparo ocorrer em via publica e local aberto será o crime do artigo 15 da 
Lei.
 Ação publica incondicionada. Não será permitida a fiança tendo em vista o disposto no p. único do 
artigo. Adin3112/DF
 Crime de Subsidiariedade expressa “desde que a conduta não tenha como finalidade a pratica de outro 
crime”.

 Lei 10826/2003 e o Principio da Subsidiariedade no crime de disparo de arma de fogo.
 O artigo 15 da Lei 10826/2003 modificou a ressalva final do crime de disparo de arma de fogo 
contida no antigo artigo 10 da Lei 9437/97 ( “ se o fato não constitui crime mais grave”). Com a nova 
redação do artigo 15 sobreveio a mudança que consta (“ desde que a conduta não tenha a finalidade a 
pratica de outro crime”).
 De acordo com a mudança parece que não se leva em conta mais a gravidade do crime e sim a 
finalidade perseguida pelo autor do crime.
 Assim aquele, que pretende praticar o crime de lesão corporal leve , deveria responder pelo crime do artigo 
129 caput que a pena é mais branda que o tipo da lei de armas. Ou então aquele que quisesse expor a 
saúdeou a vida de outrem responderia pelo crime do artigo 132, ou seja, parece que expressamente o 
legislador por razoes de política criminal afastou a aplicação do principio da subsidiariedade, levando em 
conta a finalidade do agente na pratica das condutas.

 Distorções decorrentes da ressalva legal: A lei foi infeliz , nas hipóteses 
acima aventadas o autor do crime seria levado ao Juizado Especial e se livrará 
do processo., no caso de disparos para o alto respondera por uma pena 
máxima é reclusão de 4 anos e sendo o crime inafiançável.
 Cabe indagar, como infrações de menor gravidade podem prevalecer sobre 
infrações de maior gravidade. Diante da aparente incidência de dois tipos 
penais, no caso deverá prevalecer o mais amplo, o mais grave o continente e 
não o conteúdo menos grave.
 Para o legislador foi mais grave alvejar o infinito do que alvejar uma pessoa 
com uma arma de fogo. Trata-se portanto de um estimulo a violência contra a 
pessoa um paradoxo, na medida que a lei visa justamente a desarmar as 
pessoas com o escopo de prevenir as condutas contra a integridade físicas das 
pessoas. Por essa razão não há como prevalecer à solução legal. A melhor 
solução, no caso, será interpretar a ressalva como incidente, apenas quando o 
crime fim, isto é o resultado perseguido pela vontade finalística do agente, for 
de maior gravidade do que o disparo de arma de fogo, por exemplo quando a 
vitima com os disparos for matar alguém. Trata-se de adoção do principio da 
subsidiariedade implícita.
 ARTIGO 16- POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO.
 Bem Juridico protegido: A incolumidade publica
 Objeto material: Arma de fogo de uso restrito ou proibido.
 Trata-se de crime comum, mera conduta, de ação múltipla e de perigo 
abstrato. Todavia, diante da possibilidade de ocorrer perigo concreto, o delito 
será formal. Norma Penal em Branco em sentido estrito: “em 
desacordo...” 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa
 Sujeito Passivo: A coletividade
 Elemento objetivo do tipo: 14 são os verbos. Os mesmos do artigo 14 apenas 
acrescido de possuir que quer dizer “ser proprietário de arma de fogo”
 A diferença entre o artigo 14 e 16 reside na qualidade da arma de fogo.
 Consumação:no momento em que realiza o verbo do tipo
 Elemento subjetivo : DOLO
 Elemento normativo: “sem autorização e em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar”.

 Ação pública incondicionada. Inaplicável a Lei 9099/95. Incabível liberdade provisória nos termos do artigo 21 da Lei.

 Parágrafo Único: Nas mesmas penas incorre quem
 Inciso I: Elemento objetivo do tipo: Trata-se de tipo misto ou alternativo, sendo dois os verbos transitivos que descrevem a 
conduta proibida: suprimir ou alterar. Numeração ou qualquer sinal de identificação da arma de fogo ou acessório.
 Inciso II- Este dispositivo pune a pessoa que modifica as características de uma arma de fogo de uso permitido, tornando-a 
equivalente a uma arma de fogo de uso restrito ou proibido. O segundo elemento subjetivo especial do tipo esta contida na 
expressão “para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial , perito ou juiz.
 Aqui se pune apenas o agente modificador, aquele que portar será punido pelo inciso IV.
 Inciso III – Elemento objetivo : Possuir, deter, fabricar e empregar.
 Objeto material: Artefato explosivo ou incendiário, como por exemplo, as bombas caseiras e os coquetéis feitos com gasolina( 
coquetel molotov).
 Inciso IV: Este dispositivo preencheu uma lacuna da lei anterior : Portar, Possuir, Adquirir, Transportar, Fornecer.
 Objeto material: Arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimindo ou alterando.
 Inciso V: Este inciso é um inovação.
 Os §§1ºe 2º do artigo 23 da Lei, estabelecem que “todas as munições comercializadas no País deverão estará acondicionadas em 
embalagens com um sistema de código de barras, gravado na caixa, visando a possibilitar a identificação do fabricante e do 
adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta lei. Para os órgãos referidos no artigo 6º, somente será 
expedidas autorizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projeteis, na forma do 
regulamento desta lei”.
 Ademais dispõe o §5º do artigo 4º da Lei, que “a comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre 
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do SINARM”.
 Não obstante tais proibições, o regulamento da Lei poderá autorizar, em alguns casos, a recarga da munição.
 Não havendo autorização legal para a produção, recarga e reciclagem de munição ou explosivo, a conduta positiva 
caracterizara o crime desde inciso.

 ARTIGO 17 - COMÉRCIO ILEGAL DE ARMAS.
 Bem juridico protegido: A incolumidade publica
 Objeto material: Arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido. Caso o objeto seja de uso proibido ou restrito, incidirá 
causa de aumento de pena ate a metade, nos exatos termos do artigo 19 da Lei.
 Trata-se de crime comum, formal de ação múltipla e de perigo abstrato.
 Norma Penal em branco em sentido estrito “em desacordo coma determinação legal” 
 Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa
 Sujeito Passivo: A coletividade
 Elemento objetivo do tipo: 14 verbos.
 Elementares do tipo: “em proveito próprio ou alheio”. Se excluído o proveito, o fato será atípico, podendo entretanto, o fato 
configurar outro delito.
 “no exercício de atividade comercial ou industrial” com a conotação dada pelo parágrafo único do dispositivo sob comento. Da 
mesma forma, se ausente a elementar o fato será atípico.
 Este dispositivo pune o comércio clandestino de armas de fogo de uso permitido. Caso a arma de fogo seja de uso 
proibido incidira a causa de aumento de pena do artigo 19 da Lei.
 Consumação e tentativa: A consumação ocorre com a realização de uma das condutas expressas no tipo. A tentativa é sempre em 
tese admitida
 Elemento Subjetivo do Tipo: Dolo
 Elemento normativo do tipo: “sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. A existência de 
autorização exclui o fato típico.
 Exame pericial: Necessário.
 Ação penal Publica incondicionada.
 Liberdade Provisória: Incabível com ou sem fiança, ex vi do artigo 21 da Lei.
 Norma Penal Explicativa: O P. único traz a explicação necessária sobre o alcance da atividade comercial ou industrial.
 Elementares do tipo: “em proveito próprio ou alheio”. Se excluído o proveito, o fato será 
atípico, podendo entretanto, o fato configurar outro delito.
 “no exercício de atividade comercial ou industrial” com a conotação dada pelo parágrafo 
único do dispositivo sob comento. Da mesma forma, se ausente a elementar o fato será 
atípico.
 Este dispositivo pune o comércio clandestino de armas de fogo de uso permitido. 
Caso a arma de fogo seja de uso proibido incidira a causa de aumento de pena do artigo 
19 da Lei.
 Consumação e tentativa: A consumação ocorre com a realização de uma das condutas 
expressas no tipo. A tentativa é sempre em tese admitida
 Elemento Subjetivo do Tipo: Dolo
 Elemento normativo do tipo: “sem autorização ou em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar”. A existência de autorização exclui o fato típico.
 Exame pericial: Necessário.
 Ação penal Publica incondicionada.
 Liberdade Provisória: Incabível com ou sem fiança, ex vi do artigo 21 da Lei.
 Norma Penal Explicativa: O P. único traz a explicação necessária sobre o alcance da 
atividade comercial ou industrial.
 ARTIGO 18: TRAFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO
 Bem juridico protegido: è o interesse do Estado quanto à proteção da industria nacional 
de armas e munições, e secundariamente, a incolumidade publica, que pode vir a ser 
lesada com a entrada no território nacional de armas, acessórios ou munições.
 Sujeito Ativo:Qualquer pessoa
 Sujeito Passivo: Estado e secundariamente a Coletividade.
 Trata-se de crime comum, formal, comissivo ou omissivo e plurissubsistente, e próprio, 
formal, instantâneo e comissivo ou omissivo( na conduta favorecer).
 Objeto material: Arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido. Caso o uso seja 
proibido ou restrito, incidira a causa de aumento de pena prevista no artigo 19 da Lei.
 Elemento objetivo do tipo: 3 verbos
 Importar: Introduzir em território nacional
 Exportar: Retirada do território nacional
 Favorecer: Facilitar , auxiliar, não criar obstáculos para a entrada e saída de arma de fogo.

 O tipo penal é misto alternativo. As duas primeiras condutas assemelham-se ao delito 
desenhado no artigo 334 do CP, e a ultima, aquele insculpido no artigo 318 do CP. Esses 
disposItivos tem sua aplicabilidade afastada quando objeto material forma arma de fogo, 
acessório ou munição, me função do princÍpio da Especialidade.
 O favorecimento pode ser realizado por ação ou omissão.
 Quer nos parecer que o favorecimento trata-se de crime próprio uma vez que somente 
funcionário encarregado da fiscalização poderá favorecer a entrada ou saída de arma de 
fogo ou acessório ou munição do território nacional. Não existe previsão para a modalidade 
culposa.
 Elemento normativo do tipo : “Sem autorização da autoridade competente”.
 Consumação: Ocorre no momento da entrada ou saída da arma de fogo acessório ou 
munição do território nacional. Se a munição ou arma não chega a entrar ou sair haverá 
crime tentado.
 Caso a entrada ou saída de arma ocorra pela via alfandegária ou aduaneira, a 
consumação ocorrera no momento da liberação do objeto material. Se ocorrer a 
interrupção da liberação, por circunstâncias alheias a vontade do agente, haverá tentativa.
 Ação Penal Publica Incondicionada. O agente não terá direito a liberdade provisória nos 
termos do artigo 21da Lei.

 Causas de aumento de pena: A primeira diz respeito à natureza do objeto material, pois, 
se a arma de fogo ou acessório for de uso proibido a pena é aumentada a metade. A 
segunda diz respeito a qualidade do sujeito ativo, nos termos do artigo 20 da Lei.

 INFORMATIVO Nº 562
 TÍTULO
Porte Ilegal de Munição
 PROCESSO
Rcl - 4591
ARTIGO
Ante as peculiaridades do caso, a Turma, por maioria, deferiu habeas corpus para reconhecer a atipicidade da conduta imputada a 
denunciado pela prática do delito previsto no art. 16 da Lei 10.826/2003, por ter sido apreendida munição de uso proibido ou 
restrito no interior de sua residência. Na espécie, as instâncias inferiores reputaram a conduta materialmente atípica, em face da 
ausência lesiva da munição, porquanto desacompanhada da arma de fogo. Ocorre, contudo, que o STJ reformara tal acórdão por 
considerar irrelevante a não apreensão da arma para configuração do tipo, haja vista cuidar-se de delito de perigo abstrato. 
Inicialmente, salientou-se que, durante o seu interrogatório, o paciente afirmara que mantinha as munições em roupeiro a título de 
recordação do período em que servira o Exército. Em seguida, assentou-se que a conduta em apreço, a rigor, enquadrar-se-ia no 
tipo previsto no art. 16 do Estatuto do Desarmamento. Destarte, asseverou-se que se estaria diante de conduta formalmente típica, 
a qual, todavia, não se mostraria típica em sua dimensão material, na medida em que não seria possível vislumbrar, nas 
circunstâncias, situação que expusesse o corpo social a perigo, dado que a munição apreendida — guardada em armário e 
desacompanhada da arma de fogo — seria incapaz, por si só, de provocar qualquer lesão ao bem jurídico tutelado — a 
incolumidade pública. Por fim, enfatizou-se que não se estaria a firmar tese segundo a qual a munição desacompanhada da arma
seria conduta atípica, mas apenas se atentando às singularidades do caso concreto. Vencido o Min. Marco Aurélio, que indeferia o
writ por entender típica a conduta. Aduzia que a quadra vivenciada levara ao abandono do enquadramento do porte de munição 
como simples contravenção penal e o Congresso Nacional, em uma opção político-normativa, trouxera à balha o art. 16 da Lei 
10.826/2003, que possui diversos núcleos — que são conducentes a concluir-se que se tem crime formal e não material. Salientava 
que no referido tipo penal se teve presente, numa ficção jurídica, que qualquer das condutas colocaria em risco a paz pública, os 
cidadãos em geral. HC 96532/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.10.2009. (HC-96532) 
 INFORMATIVO Nº 561
 TÍTULO
Porte Ilegal de Arma de Fogo e Exame Pericial
 PROCESSO
HC - 98306
ARTIGO
A Turma indeferiu habeas corpus em que condenados pela prática do crime de 
porte ilegal de arma de fogo (Lei 10.826/2003, art. 16, parágrafo único, IV) 
sustentavam a nulidade da perícia técnica efetuada na arma de fogo, dado 
que o laudo fora firmado por pessoas sem a qualificação necessária para a sua 
realização. Entendeu-se que a eventual nulidade do exame pericial da arma,
por si só, não afastaria a caracterização do delito em questão. Ressaltou-se, 
por oportuno, que, no presente caso, a pistola apreendida estava municiada e 
que o laudo pericial — ainda que não tivesse informado se os peritos 
nomeados para o exame possuíam diploma de curso superior — concluíra que 
a arma se mostrara eficaz para produzir disparos. HC 98306/RS, rel. Min. Ellen 
Gracie, 29.9.2009. (HC-98306) 
 INFORMATIVO Nº 558
 TÍTULO
Porte Ilegal de Arma de Fogo com Sinal de Identificação Raspado
 PROCESSO
HC - 99582
ARTIGO
Para a caracterização do crime previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/2003, é irrelevante 
se a arma de fogo é de uso permitido ou restrito, bastando que o identificador esteja suprimido. Com base 
nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em que condenado pela prática do crime de porte 
ilegal de arma de fogo com numeração raspada (Lei 10.826/2003, art. 16, parágrafo único, IV) pleiteava a 
desclassificação da conduta que lhe fora imputada para a figura do porte ilegal de arma de fogo de uso 
permitido (Lei 10.826/2003, art. 14). Sustentava a impetração que, se a arma de fogo com numeração 
raspada é de uso permitido, configurar-se-ia o delito previsto no art. 14 e não o do art. 16, parágrafo 
único, IV, ambos do Estatuto do Desarmamento. Observou-se que, no julgamento do RHC 89889/DF (DJE 
5.12.2008), o Plenário do STF entendera que o delito de que trata o mencionado inciso IV do parágrafo 
único do art. 16 do Estatuto do Desarmamento tutela o poder-dever do Estado de controlar as armas que 
circulam no país, isso porque a supressão do número, da marca ou de qualquer outro sinal identificador do 
artefato potencialmente lesivo impediria o cadastro, o controle, enfim, o rastreamento da arma.
Asseverou-se que a função social do referido tipo penal alcançaria qualquer tipo de arma de fogo e não 
apenas de uso restrito ou proibido. Enfatizou-se, ademais, ser o delito de porte de arma com numeração 
raspada delito autônomo — considerado o caput do art. 16 da Lei 10.826/2003 — e não mera qualificadora 
ou causa especial de aumento de pena do tipo de porte ilegal de arma de uso restrito, figura típica esta 
que, no caso, teria como circunstância elementar o fato de a arma (seja ela de uso restrito, ou não) estar 
com a numeração ou qualquer outro sinal identificador adulterado, raspado ou suprimido. HC 99582/RS, 
rel. Min. Carlos Britto, 8.9.2009. (HC-99582) 


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