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CCJ0034-WL-C-LC-Lei de Abuso de Autoridade-Alexandre Leopoldo

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Direito Penal IV
Prof. Alexandre Leopoldo.
Lei 4898/65. Lei de Abuso de Autoridade.
Fundamento Constitucional: Artigo 5º XXXIV a) da CR. 
Representação : Trata-se de uma notitia criminis que a autoridade competente pode apurar de oficio, porem sem a credibilidade que se deve extrair de uma autentica representação. Pensamos, pois, que, antes de ouvir a autoridade formalmente, deve o órgão receptor da noticia anônima realizar um mínimo de investigação para checar a credibilidade do que foi comunicado.. Privilegiar o anonimato pode dar ensejop a uma serie de denuncias contendo calunias, difamações e injurias que se tornariam impunes, em razão do desconhecimento do seu autor.
COMPETÊNCIA: Justiça Comum, dependendo do interesse Justiça federal
Justiça Militar: Não tem competência para julgar crimes de abuso de autoridade, ao menos quando cometidos contra civis, por não haver descrição típica da infração do COM
Artigo 124 da Constituição: Crimes definidos como militar.
Sumula 172
Artigo 176 do CPM “ Ofender inferior, mediante ato de violência que por natureza ou pelo meio empregado, se considere aviltante.
Formalidades da Representação: Exige-se uma petição o mais detalhada possível, com o objetivo de facilitar a analise do fato, detectar exatamente o que ocorreu, conhecer a autoridade que sofre a imputação e a maneira pela qual pretende o representante provar o alegado.
 Ação Penal: Pública Incondicionada
Taxatividade: Cremos que os tipos penais desta Lei, são ofensivos ao princípio da taxatividade, pois não descrevem, convenientemente, as condutas típicas. O que seria um atentado a liberdade de locomoção? Assim as figuras do artigo 3º merecem interpretação restritiva.
Sujeito Ativo: Autoridade ( artigo 5º da Lei) 
Sujeito Passivo: Estado e qualquer pessoa que sofreu o abuso de autoridade.
 Bem Juridico Protegido: Dignidade da função publica e a lisura no exercício da autoridade do Estado. Secundariamente a liberdade de locomoção, a inviolabilidade de domicilio, o sigilo de correspondência, a liberdade de consciência e de crença, o livre exercício de culto religioso, a liberdade de associação. O direito ao sufrágio, o direito de reunião a incolumidade física e o direito ao exercício profissional. Paralelamente, insere-se também a administração da justiça.
Classificação: Crime Próprio, formal( porem pode ocorrer o resultado no caso de liberdade de locomoção , violação de domicilio ou de sigilo de correspondência, de liberdade de crença, consciência e culto, de associação, de exercício de voto, do direito de reunião, de exercício profissional porem de resultado material no tocante a incolumidade física.
Pode ter a forma permanente
Unissubjetivo e plurissubsistente. Não admite tentativa, pois esta é equiparada ao crime consumado.
Fundamento Constitucional: Artigo 5º XV.
Detenção para averiguação: Deve se averiguar o elemento subjetivo especifico. É natural que o policial detenha pessoas embriagadas, bem como com distúrbios ou mesmo vândalos que buscam destruir coisas publicas. Porem, se o fizer com o intuito de fazer cessar a situação anômala, pelo tempo necessário ao retorno da tranqüilidade, estamos diante do correto exercício do poder estatal
Deve se levar em conta o bom senso e regular exercício de poder de policia de fiscalizar.
Atentado a inviolabilidade de domicilio. Artigo 5º XI da CR
Na hipótese de flagrante deve ser somente considerado o flagrante próprio, não sendo cabível ampliar para o flagrante presumido ou impróprio.
Se houver a noticia de crime permanente é viável a prisão em flagrante. Caso aja duvida se mostra recomendável que se peça a ordem judicial
Conceito de Domicilio : Artigo 150 §4º.
Principio da Especialidade: 150 X 4898/65 
Buscas domiciliares: Artigo 245 CPP. Em período noturno, se não houver consentimento do dono da casa, deve-se aguardar o amanhecer.
Período Diurno: 6 as 18hs.
Artigo 4º. Fundamento Constitucional: Artigo 5º LXI “ ninguém sera preso, senão em flagrante delito. Por ordem escrita da autoridade competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente dito.
LXII – O preso sera informado de seus direitos, entre os quais permanecer calado, sendo lhe assegurado a assistência a família e de advogado.
Uso de algemas: Pode constituir abuso de autoridade.
Artigo 284 CPP.
Artigo 199 LEP
Pacto san Jose da Costa Rica.
Súmula Vinculante 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
Data de Aprovação
Sessão Plenária de 13/08/2008
Prisão por guarda Municipal: Legalidade, se for em flagrante delito. Qualquer pessoa do povo pode realizar prisão desde que seja em flagrante.
HC 89429 / RO - RONDÔNIA
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. CÁRMEN LÚCIA
Julgamento:  22/08/2006           Órgão Julgador:  Primeira Turma 
Ementa 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. USO DE ALGEMAS NO MOMENTO DA PRISÃO. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA EM FACE DA CONDUTA PASSIVA DO PACIENTE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PRECEDENTES. 1. O uso legítimo de algemas não é arbitrário, sendo de natureza excepcional, a ser adotado nos casos e com as finalidades de impedir, prevenir ou dificultar a fuga ou reação indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado receio de que tanto venha a ocorrer, e para evitar agressão do preso contra os próprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo. O emprego dessa medida tem como balizamento jurídico necessário os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Precedentes. 2. Habeas corpus concedido.
Conflito com o artigo 230 do ECA: Princípio da Especialidade
Fundamento Constitucional : Artigo 5º da CR XLIX “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”
Bem como é assegurado ao preso, o respeito a integridade física e moral”.
Regime Disciplina Diferenciado: sem previa ordem judicial. Configura crime de abuso de autoridade.
Artigo 232 ECA: Principio da Especialidade.
Autoridade Juduciaria Competente: Artigo 5º III da Constituição Federal
Diferenças entre crime de Tortura e Abuso de Autoridade
Primeira:
 O crime de abuso de autoridade tem como bem jurídico a proteção dos direitos e garantias individuais, mormente aqueles previstos no art.5º da Constituição, a exemplo da liberdade de locomoção, inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspondência, quando violados pela ação ilegal e abusiva de agentes públicos atuando na condição de detentores de parcela do poder estatal.  
O crime de tortura, por sua vez, tem como bem jurídico a defesa da incolumidade física e psíquica do individuo quando causada por agente público ou não, objetivando, além de lesionar, causar sofrimento, desde que tal conduta esteja inserida numa das formas previstas no art.1º da Lei nº 9.455/97, anteriormente mencionada. 
Segunda: 
A conduta estabelecida na Lei de Abuso de Autoridade e na Lei de Tortura são idênticas, como ocorre com a proteção da incolumidade física do indivíduo prevista no art.3º, alínea “ i” da primeira, a distinção entre ambas é enorme, pois, além da diferença de sujeitos ativos e bens jurídicos protegidos, conforme acima exposto, o delito de abuso de autoridade pressupõe que a autoridade(crime próprio) esteja inicialmente agindo licitamente e, em determinado momento, ultrapasse, conscientemente, o limite da legalidade, passando a atuar ilegalmente, mas, sempre a pretexto de cumprir com o seu dever 
No crime de tortura, independente de ser o autor agente público ou qualquer do povo, toda a ação, desde o seu início, está eivada de ilicitude, não permitindo, mesmo superficialmente, qualquer idéia de legalidade. 
Terceira:
Finalmente, enquanto no que pertine ao crime de abuso de autoridade, diante do princípio da relatividade dos direitos, ser possível eliminar-se
a antijuridicidade da conduta, aplicando-se, no caso concreto em que haja aparente conflito de direitos constitucionalmente consagrados, o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, no que concerne a conduta de torturar jamais a ilicitude poderá ser excluída, respondendo o agente na medida da sua culpabilidade. Isto porque, segundo explicitam o art.5º, incisos III, XLIII, XLVII, alínea “e”, e XLIX, da Carta Magna, o delito de tortura está inserido em nosso Ordenamento Jurídico como uma infração penal gravíssima, equiparada aos crimes hediondos, aviltante, extremamente ofensiva à dignidade da pessoa humana e as regras mais comezinhas de civilização e urbanidade.

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