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FARMÁCIA ODONTOLOGIA FACS – UNIVALE Fisiologia II - 2008 Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 1 Introdução: Este guia de estudos tem o objetivo de auxiliar a você, aluno, a buscar informações nos livros textos e/ou periódicos e enfatizar os temas essenciais para o aprendizado da Fisiologia Humana, imprescindível na formação de qualquer profissional da área de Ciências Biológicas. Este é o resultado da compilação da bibliografia recomendada e, é importante salientar, sob hipótese alguma, deve substituí-la. A Fisiologia Humana é uma disciplina belíssima por tratar do dom mais precioso do ser humano: a vida. Justamente por isso, é ampla, e seu estudo jamais poderá ser esgotado em um Guia de Estudos. Em conseqüência, queremos crer que você, aluno, não restringirá seus estudos a este guia; mas que este será de grande valia em sua trajetória rumo ao conhecimento. Bons estudos! Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 2 Capítulo 01: O MÚSCULO CARDÍACO: O CORAÇÃO COMO UMA BOMBA FIGURA 01 FONTE: http://www.geocities.com/~malaghini/coracao.html Como somos complexos seres multicelulares e como todas as nossas células, enquanto vivas, desempenhando suas funções, necessitam constantemente de nutrição, oxigênio e demais substâncias, é necessário um 1 - Coronária Direita 2 - Coronária Descendente Anterior Esquerda 3 - Coronária Circunflexa Esquerda 4 - Veia Cava Superior 5 - Veia Cava Inferior 6 - Aorta 7 - Artéria Pulmonar 8 - Veias Pulmonares 09 - Átrio Direito 10 - Ventrículo Direito 11 - Átrio Esquerdo 12 - Ventrículo Esquerdo 13 - Músculos Papilares 14 - Cordas Tendíneas 15 - Válvula Tricúspide 16 - Válvula Mitral 17 - Válvula Pulmonar Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 3 bombeamento contínuo do sangue por toda a vasta rede vascular que possuímos. Tal bombeamento é feito o tempo todo, através de uma bomba muscular, que se encontra funcionando desde a nossa vida embrionária, quando nem sequer tínhamos, ainda, forma humana: o nosso coração. O coração pode ser, portanto, considerado como uma importante bomba muscular. FIGURA 02 FONTE: http://www.geocities.com/~malaghini/coracao.html Como podemos observar na ilustração acima (FIG.02), o nosso coração possui 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. Através das 2 veias cavas (inferior e superior) o sangue, venoso, chega ao coração proveniente da grande circulação sistêmica. O coração recebe este sangue através do átrio direito. Do átrio direito o sangue, rapidamente, vai passando ao ventrículo direito. Cerca de 70% a 75% do enchimento ventricular se faz mesmo antes da contração atrial. Durante a contração atrial completa-se o enchimento ventricular. Logo em seguida, com a sístole ventricular (Período de contração), uma boa quantidade de sangue venoso do ventrículo direito é ejetada para a artéria pulmonar. Desta, o sangue passa para uma grande rede de capilares pulmonares. Ao passar através dos capilares pulmonares as moléculas de hemoglobina presentes no interior das hemáceas vão recebendo moléculas de oxigênio que se difundem do interior dos alvéolos, através da membrana respiratória, para o interior dos capilares pulmonares e interior das hemáceas. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 4 O gás carbônico, ao mesmo tempo, se difunde em direção contrária, isto é, do interior dos capilares pulmonares para o interior dos alvéolos. Desta maneira o sangue se torna mais enriquecido de oxigênio e menos saturado de gás carbônico. Este sangue volta então, mais rico em oxigênio, ao coração. Através das veias pulmonares o sangue atinge o átrio esquerdo e vai rapidamente passando ao ventrículo esquerdo. Com a sístole atrial uma quantidade adicional de sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, completando o enchimento deste. Em seguida, com uma nova sístole ventricular, o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a artéria aorta e desta será distribuído, por uma enorme rede vascular, por toda a circulação sistêmica. Após deixar uma boa quantidade de oxigênio nos tecidos, o sangue retorna mais pobre em oxigênio dos mesmos, é coletado pelas grandes e calibrosas veias cavas, por onde retorna ao coração, no átrio direito. As válvulas átrio-ventriculares (válvulas tricúspide e mitral) impedem o refluxo do sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole, enquanto as válvulas semi-lunares ( as válvulas aórtica e pulmonar) impedem o refluxo do sangue das artérias aorta e pulmonar para os ventrículos durante a diástole. Todas essas válvulas abrem e fecham passivamente. Isto é, elas se fecham quando um gradiente retrógrado de pressão empurra o sangue para trás, abrindo-se quando um gradiente de pressão, dirigido para adiante, empurra o sangue para frente. A Curva da pressão aórtica: Quando o ventrículo esquerdo se contrai, a pressão ventricular aumenta rapidamente, até que a válvula aórtica se abra. A partir daí, a pressão no ventrículo só vai aumentar muito pouco, visto que o sangue começa a fluir do ventrículo para a aorta. A entrada do sangue nas artérias faz com que suas paredes sejam estiradas, com elevação da pressão. Então, ao fim da sístole, após o ventrículo esquerdo ter cessado de ejetar sangue e a válvula aórtica ter se fechado, a retração elástica dessas artérias mantém uma pressão elevada nelas, mesmo durante a diástole. Uma deflexão, chamada de incisura, aparece na curva da pressão aórtica, quando a válvula aórtica se fecha. Ela é causada por breve refluxo de sangue, imediatamente antes do fechamento da válvula, seguida pela interrupção abrupta desse refluxo. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 5 Após a válvula aórtica ter se fechado, a pressão na aorta decresce lentamente, durante toda a diástole, pelo escoamento do sangue que ficou retido nas artérias elásticas distendidas através dos vasos periféricos, para retornar às veias. Antes que o ventrículo volte a se contrair, a pressão aórtica, em geral, cai para o valor de 80 mm Hg (pressão diastólica), que é cerca de dois terços da pressão máxima de 120 mm Hg (pressão sistólica) que ocorre na aorta durante a contração ventricular. Por conseguinte, diz-se que a pressão arterial sistêmica normal é de 120/80, ou seja, uma pressão sistólica de 120 mm Hg e uma pressão diastólica de 80 mm Hg. A curva de pressão na artéria pulmonar é semelhante a da aorta, mas as pressões registradas são de apenas um sexto das pressões aórticas. Um jovem saudável, em repouso, apresenta aproximadamente os seguintes volumes de sangue nas câmaras ventriculares: ♦ Volume Diastólico Final (o volume de sangue que se encontra em cada câmara ventricular ao final de uma diástole – período de relaxamento) 110 a 120 ml. ♦ Volume Sistólico Final (o volume de sangue que se encontra em cada câmara ventricular ao final de uma sístole) 40 a 50 ml. ♦ Volume Sistólico ou Débito Sistólico (o volume de sangue ejetado por cada câmara ventricular durante uma sístole) 70 ml. ♦ Fração de ejeção (fração do volume diastólico final que é ejetada) 60% Se, durante 1 minuto, um adulto normal em repouso apresenta aproximadamente 70 ciclos (sístoles e diástoles) cardíacos e se, a cada ciclo, aproximadamente 70 ml de sangue são ejetados numa sístole, podemos concluir que, durante 1 minuto, aproximadamente 5 litros (70 x 70 ml.) de sangue são ejetados por cadaventrículo a cada minuto. O volume de sangue ejetado por cada ventrículo a cada minuto é denominado Débito Cardíaco (DC). Relações das Bulhas Cardíacas com o Bombeamento Cardíaco: Quando se ausculta o coração por meio de estetoscópio, não se ouve a abertura das válvulas, pois este processo tem desenvolvimento lento, não produzindo sons. Todavia, quando as válvulas se fecham, os folhetos valvulares e os líquidos circundantes vibram pelo efeito dos diferenciais abruptos de pressão que são produzidos pelo fechamento, gerando sons que trafegam em todas as direções pelo tórax. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 6 Quando os ventrículos se contraem, ouve-se primeiro um som, causado pelo fechamento das válvulas AV. Essa vibração é de timbre baixo (grave) e relativamente longa e contínua, isso constitui a primeira bulha cardíaca. Quando as válvulas aórtica e pulmonar se fecham, ao fim da sístole, ouve-se um rápido estalido, visto que estas válvulas se fecham rapidamente, e as válvulas circundantes vibram por apenas breve período. Isto constitui a Segunda bulha cardíaca. Por vezes, pode-se ouvir uma bulha atrial (quarta bulha), quando os átrios se contraem, devido às vibrações associadas ao fluxo de sangue para os ventrículos. Também, por vezes, ocorre uma terceira bulha cardíaca, perto do fim do primeiro terço da diástole, que parece causada pelo fluxo de sangue em turbilhão, para os ventrículos já quase cheios. Doença Valvular Cardíaca: A causa mais freqüente de doença valvular cardíaca é a febre reumática, doença resultante de reação imune à toxina secretada pelas bactérias estreptocócicas. Os anticorpos formados pelo sistema imune do corpo em resposta a toxina estreptocócica atacam, não apenas a toxina, mas também as válvulas. Algumas vezes, as válvulas são completamente destruídas, outras vezes, ficam tão constrangidas e endurecidas que não mais podem fechar. Em alguns casos, na febre reumática, os orifícios valvulares ficam tão estreitados por tecido fibroso cicatricial que o sangue só pode fluir com ele, com grande dificuldade. Esta condição é chamada de estenose. Muitas vezes, as válvulas não ficam estenosadas mas, ao contrário, são muito erodidas, de modo que não podem mais fechar. Essa condição é chamada de Insuficiência, marcada pela regurgitação do sangue. “Sopros Cardíacos” na Doença Valvular O método mais comum para o diagnóstico da doença valvular cardíaca é pela ausculta com estetoscópio, para a detecção de sons cardíacos anormais. Esses sons anormais são chamados de “sopros” cardíacos. Conceitos de Pré-carga e Pós-carga: Ao se avaliar as propriedades contráteis do músculo, é importante especificar o grau de tensão do músculo quando ele começa a se contrair, o que é chamado de pré-carga e especificar a carga contra a qual o músculo exerce sua força contrátil, a chamada pós-carga. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 7 Para a contração cardíaca, a pré-carga é, normalmente, considerada como sendo a pressão diastólica final quando o ventrículo já está cheio. A pós-carga do ventrículo é a pressão na artéria que se origina do ventrículo ou seja, a pressão sistólica. A importância dos conceitos de pré-carga e pós-carga é que, em muitos estados funcionais anormais cardíacos ou da circulação, a pressão durante o enchimento ventricular ( a pré-carga) ou a pressão arterial contra a qual o ventrículo deve se contrair ( a pós-carga), ou ambas, estão gravemente alteradas. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 8 Capítulo 02: REGULAÇÃO DA ATIVIDADE CARDÍACA Conforme foi dito no capítulo 01, o coração, num adulto jovem saudável e em repouso, ejeta, a cada minuto, aproximadamente 5 litros de sangue, através de cada câmara ventricular. Mas acontece que, ao se praticar alguma atividade física mais intensa, com a dilatação acentuada de diversos vasos sangüíneos na musculatura esquelética, uma quantidade bem maior de sangue passa a retornar ao coração. O coração então, nessas ocasiões, passa também a ejetar a mesma quantidade através de seus ventrículos e evitando assim a ocorrência de uma estase sangüínea. Em determinados momentos, com atividade física intensa, o volume de sangue que retorna ao coração chega até aproximadamente 25 litros por minuto e, ainda assim, muitas vezes o coração é capaz de bombear todo este volume. Lei de Frank-Starling (Lei do Coração): Estabelece que o coração, dentro de limites fisiológicos, é capaz de ejetar todo o volume de sangue que recebe, proveniente do retorno venoso. Podemos então concluir que o coração pode regular sua atividade a cada momento, seja aumentando o débito cardíaco, seja reduzindo-o, de acordo com a necessidade. Vejamos, portanto, de que forma o coração controla sua atividade: Controle da Atividade Cardíaca: O controle da atividade cardíaca se faz tanto de forma intrínseca como também de forma extrínseca: • Controle Intrínseco: Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras. Isso faz com que, ao se contraírem durante a sístole, o fazem com uma maior força. Uma maior força de contração, consequentemente, aumenta o volume de sangue ejetado a cada sístole (Volume Sistólico). Aumentando o volume sistólico aumenta também, como conseqüência, o Débito Cardíaco (DC = VS x FC). Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 9 Outra forma de controle intrínseco: Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras, inclusive as fibras de Purkinje. As fibras de Purkinje, mais distendidas, tornam-se mais excitáveis. A maior excitabilidade das mesmas acaba acarretando uma maior freqüência de descarga rítmica na despolarização espontânea de tais fibras. Como conseqüência, um aumento na Freqüência Cardíaca se verifica. O aumento na Frequência Cardíaca faz com que ocorra também um aumento no Débito Cardíaco (DC = VS X FC). • Controle extrínseco: Além do controle intrínseco o coração também pode aumentar ou reduzir sua atividade dependendo do grau de atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). O Sistema Nervoso Autônomo, de forma automática e independendo de nossa vontade consciente, exerce influência no funcionamento de diversos tecidos do nosso corpo através dos mediadores químicos liberados pelas terminações de seus 2 tipos de fibras: Simpáticas e Parassimpáticas. As fibras simpáticas, na sua quase totalidade, liberam nor- adrenalina. Ao mesmo tempo, fazendo também parte do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, a medula das glândulas Supra Renais libera uma considerável quantidade de adrenalina na circulação. Já as fibras parassimpáticas, todas, liberam um outro mediador químico em suas terminações: acetilcolina. • Um predomínio da atividade simpática do SNA provoca, no coração, um significativo aumento tanto na freqüência cardíaca como também na força de contração. Como conseqüência ocorre um considerável aumento no débito cardíaco. • Já um predomínio da atividade parassimpática do SNA, com a liberação de acetilcolina pelas suas terminações nervosas, provoca um efeito oposto no coração: redução na freqüência cardíaca e redução na força de contração. Como conseqüência, redução considerável no débito cardíaco. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALEProf.a. Andrea B. do Valle Coelho 10 Efeito da Freqüência Cardíaca sobre o Funcionamento do Coração como Bomba: Em geral, quanto mais freqüente for o batimento cardíaco por minuto, mais sangue ele poderá bombear, mas existem limitações importantes a esse efeito. Por exemplo, quando a freqüência cardíaca se eleva acima de um nível crítico, a própria força de contração diminui, presumivelmente pelo uso excessivo dos substratos metabólicos para o músculo cardíaco. Além disso, o período da diástole entre as contrações fica tão diminuído que o sangue não tem tempo para fluir adequadamente dos átrios para os ventrículos. Por essas razões, quando a freqüência cardíaca é aumentada artificialmente, por estimulação elétrica, o grande coração animal normal tem sua capacidade máxima de bombeamento de grandes quantidades de sangue nas freqüências cardíacas compreendidas entre 100 a 150 batimentos por minuto. Por outro lado, quando sua freqüência é aumentada por estimulação simpática, ela atinge sua capacidade máxima para bombear sangue nas freqüências cardíacas entre 170 a 220 batimentos por minuto. A razão para essa diferença é que a estimulação simpática não apenas aumenta a freqüência cardíaca, mas também a força cardíaca. Ao mesmo tempo, ela diminui a duração da contração sistólica, permitindo mais tempo para o enchimento durante a diástole. Efeito da Temperatura sobre o Coração: A temperatura aumentada, como acontece quando a pessoa tem febre, provoca aumento acentuado da freqüência cardíaca, algumas vezes, até o dobro do normal. A baixa da temperatura pode provocar redução, também acentuada, da freqüência cardíaca, chegando, às vezes, a apenas alguns batimentos por minuto, quando a pessoa está próxima a morte por hipotermia, na faixa de 15,5 a 21,1oC (60 a 70 o F). Presumivelmente, esses efeitos resultam do fato de o calor aumentar a permeabilidade iônica da membrana celular, resultando em aceleração do processo de auto-excitação. A força contrátil do coração é, por vezes, aumentada temporariamente por aumento moderado de temperatura, mas a elevação prolongada da temperatura exaure os sistemas metabólicos do coração, causando fraqueza. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 11 Capítulo 03: EXCITAÇÃO E CONDUÇÃO DO IMPULSO ELÉTRICO PELO CORAÇÃO: A ritmicidade própria do coração, assim como o sincronismo na contração de suas câmaras, é feito graças a um interessante sistema condutor e excitatório presente no tecido cardíaco: O Sistema de Purkinje. Este sistema é formado por fibras auto-excitáveis, que se distribuem de forma bastante organizada pela massa muscular cardíaca., e permite que os átrios se contraiam 1/6 de segundos antes dos ventrículos se contraírem, o que , por sua vez, permite que os ventrículos se encham de sangue antes de se contraírem. Podemos conferir, na ilustração abaixo (FIG.03), como se distribuem as diversas fibras que formam o Sistema de Purkinje: FIGURA 03 FONTE: http://www.geocities.com/~malaghini/coracao.html 1. Nodo (Nó) Sinuatrial (SA): Também chamado Nodo Sinusal, é de onde partem os impulsos, a cada ciclo, que se distribuem por todo o restante do coração. Por isso pode ser considerado o nosso marcapasso natural. Localiza-se na parede lateral do átrio direito, próximo à abertura da veia cava superior. Apresenta uma freqüência de descarga rítmica de aproximadamente 70 despolarizações (e repolarizações) a cada minuto. A cada despolarização, forma-se uma onda de impulso que se distribui, a partir deste nodo, por toda a massa muscular que forma o sincício atrial, provocando a contração do mesmo. Cerca de 0,03 Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 12 segundos após a partida do impulso do nodo SA, através de fibras denominadas internodais, o impulso chega ao Nodo AV. O potencial de membrana da fibra do Nodo SA está entre –55 e –60mV, comparado com –85 a –90mV da fibra muscular ventricular. O potencial de ação do nó sinusal ocorre pelos seguintes motivos: Os Canais Rápidos de Sódio estão inativados no potencial de membrana de repouso, mas existe uma lenta entrada de sódio na fibra deste nodo sinusal. Entre os potenciais de ação, o potencial de membrana aumenta gradual e lentamente, devido a entrada de sódio na fibra, até que o potencial atinja –40mV. Neste momento, os Canais de Cálcio-Sódio são ativados e se abrem, permitindo rápida entrada de sódio e cálcio, deflagrando o potencial de ação. Os Canais de Potássio se abrem, permitindo que o potássio saia da célula (isto ocorre 100 a 150 milissegundos após a abertura dos canais de cálcio-sódio). Esta saída de íons potássio da célula promove o retorno do potencial de membrana para potencial de repouso e reinicia o processo de excitação com a entrada de sódio lenta e gradualmente até atingir o limiar e deflagrar novo potencial de ação. Vias Internodais e interatriais: Transmitem os impulsos dentro dos átrios. Podem ser divididas em 3 : 1) Via Internoidal Anterior; 2) Via Internoidal Média; 3) Via internoidal Posterior. Estas vias transmitem o impulso do Nodo Sinusal até o átrio-ventricular (Nodo AV). Pequenos feixes de fibras musculares atriais transmitem o impulso de forma muito mais rápida que as fibras atriais normais, e um destes é o feixe interatrial anterior, que conduz impulsos do átrio direito para a parte aneror do átrio esquerdo. 2. Nodo Atrio-Ventricular (AV): Chegando o impulso a este nodo, demorará aproximadamente 0,09 segundos para seguir em frente e atingir o 3.Feixe AV (átrio-ventricular), que vem logo a seguir, onde ocorre mais um retardo de aproximadamente 0,04 segundos. Portanto, este nodo, localizado em uma região bem baixa do sincício atrial, tem por função principal retardar a passagem do impulso antes que o mesmo atinja o sincício ventricular. Isto é necessário para que o enchimento das câmaras ventriculares ocorra antes da contração das mesmas, pois, no momento em que as câmaras atriais estariam em sístole (contraídas), as ventriculares ainda estariam em diástole (relaxadas). Após a passagem, Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 13 lenta, através do nodo AV, o impulso segue em frente e atinge o feixe AV. A razão para que a condução seja lenta no Nodo AV é a seguinte: 1) dimensões consideravelmente menores que as das fibras musculares atriais normais e, principalmente; 2) Existem muito poucas “gap junctions” (junções celulares que praticamente “colam” a membrana de uma célula à da outra célula) nas células do Nodo Av, assim a passagem do impulso fica mais lento, porque a passagem dos íons é mais dificultada. 4. Fibras de Purkinje (Ramos Direito e Esquerdo ) Através destes ramos, paralelamente, o impulso segue com grande rapidez em direção ao ápice do coração, acompanhando o septo interventricular. Ao atingir o ápice do coração, cada ramo segue, numa volta de quase 180 graus, em direção à base do coração, desta vez seguindo a parede lateral de cada ventrículo. Note que cada ramo emite uma grande quantidade de ramificações. Estas têm por finalidade otimizar a chegada dos impulsos através da maior quantidade possível e no mais curto espaço de tempo possível por todo o sincício ventricular. Com a chegada dos impulsos no sincício ventricular, rapidamente e com uma grande força, ocorre a contração de todas as suas fibras. A contração das câmaras ventriculares reduz acentuadamente o volume das mesmas, o que faz com que um considerável volume de sangue seja ejetado, do ventrículo direito para a artéria pulmonar e, do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. O tempo total para a condução do impulso cardíaco, desde os ramos iniciaisdestes feixes até a última fibra ventricular, no coração normal é de 0,06 segundos. Capítulo 4: VISÃO GERAL DA CIRCULAÇÃO A principal função da circulação é oferecer os nutrientes necessários aos tecidos, através do transporte dos mesmos, além de transportar os dejetos destes tecidos, para que estes sejam eliminados do organismo. Além disto, atua também transportando hormônios de um local ao outro do corpo, de modo a manter a homeostase dos líquidos teciduais, proporcionando um equilíbrio para o perfeito funcionamento celular e do corpo humano como um todo. A circulação pode ser dividida em Circulação Pulmonar, a qual supre os pulmões de sangue, e Circulação Sistêmica, a qual supre os tecidos de todo o restante do corpo humano. Os segmentos funcionais da circulação são: Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 14 ♦ As artérias, que são vasos sangüíneos que transportam sangue para os tecidos, sob alta pressão. Estes vasos têm paredes vasculares fortes e permitem um fluxo sangüíneo rápido. ♦ As arteríolas, que são as ramificações finais do sistema arterial. São vasos que têm paredes musculares muito fortes e que permitem dilatações e constrições vigorosas, o que acaba por regular o fluxo de sangue para os capilares, em função das necessidades dos tecidos supridos por estes vasos. ♦ Os capilares, que são os menores vasos sangüíneos, e que permitem a troca de líquidos, nutrientes e substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Têm paredes vasculares muito finas e altamente permeáveis a pequenas moléculas. ♦ As vênulas, que coletam o sangue dos capilares e vão, progressivamente, juntando-se umas as outras, até formarem veias de calibre progressivamente maiores. ♦ As veias, que atuam como condutos para o transporte do sangue dos tecidos, de volta para o coração; igualmente importante, elas também atuam como reservatório de sangue. Suas paredes são delgadas porém, suficientemente musculares para se contrair e expandir podendo acomodar grande quantidade de sangue. Hemodinâmica: O estudo dos princípios físicos que governam o fluxo sangüíneo pelos vasos e pelo coração constitui a hemodinâmica. A circulação é um circuito completo. A contração do ventrículo esquerdo propulsiona o sangue para a circulação sistêmica, através da aorta, a qual continua enviando o sangue para artérias de menor calibre posteriormente para as arteríolas, chegando até os capilares. Em função dos vasos sangüíneos serem capazes de distenderem-se, cada contração do coração os distende; embora durante o relaxamento ventricular os vasos se contraiam e mantenham o fluxo do sangue até a próxima contração ventricular. Então, o sangue que deixa os tecidos, com baixa concentração de oxigênio e cheio de produtos de degradação metabólica, entra nas vênulas, depois em veias maiores, até penetrarem no átrio direito e posteriormente no ventrículo direito, para ser novamente propulsionado pelo ventrículo direito para os pulmões, onde será oxigenado. Como o sangue circula em um circuito fechado, qualquer alteração no fluxo de sangue para uma determinada parte do corpo, acaba por alterar o fluxo de sangue em outras partes. Por exemplo, uma forte constrição nas artérias sistêmicas, pode causar uma redução no débito Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 15 cardíaco total, e nesta situação, tanto o fluxo de sangue para os pulmões, quanto para a circulação geral do corpo, ficam diminuídos. Outro dado importante é que quando ocorre uma forte constrição de vasos sangüíneos em um local da circulação, ocorre simultaneamente dilatação em outra parte do sistema circulatório, pois, se o sistema é fechado, para que o conteúdo de sangue seja acomodado, quando ocorre uma constrição dos vasos sangüíneos em um local, faz-se necessário haver dilatação em outro local. Quando ocorre uma constrição forte nas veias da circulação sistêmica, a quantidade de sangue que chega ao coração fica muito aumentada. Isso faz com que o coração se dilate e distenda as fibras musculares cardíacas, o que faz com que as mesmas se contraiam com mais força, aumentando assim, o volume do sangue que é ejetado na aorta pelo ventrículo esquerdo e na artéria pulmonar, pelo ventrículo direito, aumentando, portanto, o débito cardíaco (FIG. 04). Figura 04 – Esquema da circulação A maior parte do sangue está distribuída nas veias da circulação sistêmica. Em torno de 84% do volume sangüíneo total do corpo encontra-se na circulação sistêmica, sendo 64% deste sangue da circulação sistêmica, presente nas veias, 13% nas artérias e 7% nas arteríolas sistêmicas e capilares. Os 16% do restante do volume sangüíneo total do corpo estão divididos entre 7% no coração e 9% na circulação pulmonar (FIG. 05). As pressões variam nas diferentes partes da circulação. Como o bombeamento de sangue pelo coração é pulsátil, a pressão arterial na aorta atinge o ponto mais alto, a pressão sistólica, durante a sístole, e atinge o seu Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 16 ponto mais baixo, a pressão diastólica, durante a diástole. Em um adulto normal, a pressão sistólica é de 120mm Hg e a pressão diastólica é de 80mm Hg. Isto é usualmente escrito como pressão de 120/80mm Hg. A diferença entre a pressão sistólica e a pressão diastólica é chamada de pressão de pulso ( que neste exemplo em que a pressão sistólica é 120 mm Hg e diastólica 80mm Hg, a pressão de pulso seria igual à 40mmHg). A pressão de pulso é determinada pela razão entre o débito sistólico e a complacência (Quantidade de sangue que pode ser armazenada em determinada porção da circulação para cada milímetro de mercúrio de aumento de pressão). À proporção que o sangue flui na circulação como um todo, ele vai diminuindo progressivamente sua pressão até atingir 0mm Hg (zero), quando chega ao átrio direito, através das veias cavas. As pressões nos capilares sistêmicos variam de 35mm Hg nas terminações arteriolares à 10mm Hg nas terminações venosas, e é esta diferença de pressão, que propulsiona o sangue no sentido arteríolas vênulas (FIG. 05). FIGURA 05 – Distribuição do sangue e pressão 7% Artérias – 13% 10mmHg Arteríolas e capilares – 7% Veias e vênulas 64% Circulação pulmonar – 9% 35 mmHg 10 mmHg 0 mmHg Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 17 Teoria Básica da função Circulatória: Existem 3 princípios básicos, que regulam a Função Circulatória: 1. O fluxo de sangue para cada tecido humano é precisamente controlado pela necessidade daquele tecido. O controle do fluxo de sangue para estes tecidos dá-se basicamente pela dilatação ou constrição de microvasos, mediados por fatores hormonais e nervosos sistêmicos e/ou locais. 2. O débito cardíaco é controlado principalmente pela soma de todos os fluxos teciduais locais. Após o sangue fluir pelo sistema arterial para o tecido, ele retorna quase que imediatamente pelo sistema venoso, para o coração. O coração responde, bombeando este sangue, que chegou até ele, no sistema arterial. Seguindo este raciocínio, o coração na verdade responde, ao bombear o sangue no sistema arterial, às necessidades dos tecidos, naturalmente tendo a participação da estimulação nervosa e hormonal. 3. Na maior parte das vezes, a pressão arterial é controlada, independentemente do fluxo sangüíneo local ou do controle do débito cardíaco. O sistema circulatório é provido de um extenso sistema de controle da pressão arterial. Se a pressão cai abaixo dos níveis normais, uma série de reflexos nervosos vão ser desencadeados, proporcionandovárias alterações circulatórias, que culminarão com o retorno da pressão arterial para níveis normais. Essas alterações circulatórias incluem aumento da força de contração do coração, a contração de grandes reservatórios venosos, o que faz com que mais sangue chegue ao coração, assim como a constrição da maior parte das arteríolas do corpo. Este mecanismo de controle da pressão arterial funciona a curto prazo, entretanto, para o controle da pressão arterial por períodos mais prolongados tornam-se importantes os rins, através da secreção de hormônios que controlam a pressão e o volume sangüíneo circulante. O fluxo sangüíneo, ou seja, a quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação, em dado período de tempo, é determinado pela diferença de pressão do sangue, entre as duas extremidades do vaso e o impedimento ao fluxo de sangue, ao longo do vaso, chamado de resistência vascular, conforme a equação: Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 18 (Q = P R ) A medida do fluxo sangüíneo, em um vaso, para determinada diferença de pressão é chamada de condutância. A condutância é inversamente proporcional à resistência. Pequenas mudanças no diâmetro de um vaso alteram intensamente sua condutância. Assim, a condutância dos vasos aumenta em proporção à quarta potência do seu diâmetro. Quanto maior for a viscosidade do sangue, menor será o fluxo em um vaso, se os outros fatores se mantiverem constantes. O que pode afetar a viscosidade do sangue? A viscosidade do sangue aumenta, drasticamente, à medida que o hematócrito (percentagem do sangue constituída por células) aumenta. Outro fator que afeta a viscosidade do sangue é a concentração de proteínas plasmáticas e os tipos de proteínas do plasma, mas esses efeitos são bem menos importantes do que os efeitos do hematócrito. PRESSÃO VENOSA: Pressão Atrial Direita A pressão, no sistema venoso, é determinada, em sua maior parte, pela pressão no átrio direito. Normalmente, a pressão no átrio direito é muito próxima de zero – isto é, quase exatamente a mesma pressão do ar que circunda o nosso corpo. Isso não quer dizer, no entanto, que a força que distende as paredes do átrio direito tem intensidade zero, dado que a pressão na cavidade torácica, em torno do coração, é cerca de 4 mm Hg menor do que a pressão atmosférica. Esse vácuo parcial no tórax repuxa as paredes atriais para fora, de modo que o sangue é, na verdade, aspirado das veias para os átrios. Se o coração fica enfraquecido, o sangue começa a ficar retido no átrio direito, o que faz com que sua pressão se eleve. Ou, se quantidades excessivas de sangue começam a fluir para o coração, vindas das veias, de novo, a pressão no átrio direito aumenta. Portanto, a pressão atrial direita, embora normalmente com valor muito próximo a zero, aumenta acima deste valor, com bastante freqüência, em condições normais. Q=fluxo sanguíneo P é a diferença de pressão Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 19 Pressão Venosa Periférica: A pressão em veia periférica é determinada por: 1.A pressão atrial direita: Como o sangue flui, nas veias, em direção ao coração, a pressão em qualquer veia periférica de uma pessoa deitada deve ser sempre igual ou maior do que a vingente no átrio direito. Em média, a pressão em veia do braço ou da perna de pessoa deitada é, aproximadamente, de 6 a 8 mm Hg, o que contrasta com o zero de pressão, no átrio direito. 3. A resistência ao fluxo de sangue, desde a veia até o átrio direito; 4. A intensidade do fluxo sangüíneo ao longo dessa veia; 5. A pressão causada pelo próprio peso da coluna de sangue, chamada de “pressão hidrostática”: A pressão hidrostática é a pressão que resulta do próprio peso do sangue. Para o sangue fluir, das veias mais inferiores, até o coração, em uma pessoa em pé, é necessário que exista pressão adicional para empurrar o sangue para cima. O peso do sangue, desde o nível do coração até a planta do pé, é suficientemente grande para que, quando todos os demais fatores que influenciam a pressão venosa não estejam em atividade, a pressão venosa, a nível do pé, atinja valores de 90 mm Hg. 6. A bomba venosa: Para impedir as pressões venosa extraordinariamente elevadas que podem ser causadas pela pressão hidrostática, o sistema venoso é dotado de um mecanismo especial para empurrar o sangue em direção ao coração. Esse mecanismo é a bomba venosa ou bomba muscular. Todas as veias periféricas possuem válvulas que apenas permitem o fluxo de sangue em direção ao coração. Cada vez que um músculo contrai, os tecidos em movimento comprimem, pelo menos, algumas veias. Como as válvulas impedem o refluxo retrógrado, isso sempre empurra o sangue para a frente, em direção ao coração, o que serve para esvaziar as veias e reduzir a pressão venosa periférica. Normalmente, a bomba venosa é tão eficiente, que, mesmo quando a pessoa anda muito lentamente, as pressões nas veias da perna são de apenas 15 a 30 mm Hg. Mas, quando as válvulas são destruídas, ocorrem pressões tão elevadas ( de 80 a 90 mm Hg) nas veias das pernas, que essas veias vão ser progressivamente distendidas até diâmetros de 4 a 5 vezes Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 20 maiores do que os normais, provocando a condição das veias varicosas (ou varizes). Capítulo 05: SISTEMA LINFÁTICO: O corpo é dotado de conjunto de vasos muito delgados e de paredes muito finas: os linfáticos, que têm origem em quase todos os espaços teciduais, sob a forma de capilares linfáticos . Os linfáticos representam sistema acessório para o fluxo de líquido desde os espaços teciduais até a circulação. Os capilares linfáticos são tão permeáveis que até mesmo grandes partículas e moléculas de proteínas passam diretamente para seu interior, junto com os líquidos dos tecidos .Portanto, na verdade, o líquido que flui pelos linfáticos é o líquido que transborda dos espaços teciduais, é chamado de linfa e tem os mesmos constituintes que o líquido intersticial normal Em muitos pontos ao longo dos linfáticos, particularmente onde vários linfáticos de menor calibre se juntam para formar vasos mais calibrosos, os linfáticos atravessam os gânglios linfáticos(linfonodos), que são pequenos órgãos que filtram a linfa, dela extraindo todo o material particulado, antes que atinja o sistema venoso (FIG. 08). FIGURA. 08: Sistema linfático Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 21 Funções Fisiológicas dos Linfáticos: ♦ Devolução de Proteínas a Circulação A função mais importante desempenhada pelos linfáticos é a devolução das proteínas à circulação, quando vazam dos capilares sangüíneos. Alguns dos poros dos capilares são tão grandes que permitem o vazamento contínuo de pequenas quantidades de proteínas, chegando a atingir, a cada dia, cerca de metade do total de proteínas da circulação. Caso essa proteína não fosse devolvida a circulação, a pressão coloidosmótica do plasma da pessoa teria valor extremamente baixo, o que faria com que perdesse grande parte de seu volume sangüíneo pelos espaços intersticiais, levando a morte dentro de 12 a 24 horas ♦ Como conseqüência, o sistema linfático também tem participação central no controle: (1) da concentração protéica nos líquidos intersticiais; (2) do volume do líquido intersticial e (3) da pressão do líquido intersticial Capítulo 06 CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIALO fluxo sangüíneo no interior dos vasos depende diretamente da pressão arterial: quanto maior a pressão, maior é o fluxo. Portanto, é muito importante que nós tenhamos uma adequada pressão arterial, pois, se esta for muito baixa, o fluxo será insuficiente para nutrir todos os tecidos; por outro lado, uma pressão excessivamente elevada pode, além de sobrecarregar o coração, acelerar o processo de envelhecimento das artérias e, pior ainda, aumentar o risco de um acidente vascular (do tipo derrame cerebral). Para que a pressão arterial em nosso corpo não seja nem elevada demais nem baixa demais, possuímos alguns mecanismos que visam controlar nossa pressão arterial. Estes mecanismos atuam em conjunto ou separada- mente, dependendo da gravidade das alterações de pressão. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 22 O primeiro deles se inicia em segundos e, como o próprio nome diz, controle neural, envolve a importante participação do Sistema Nervoso. Não é o mecanismo mais importante, porém é o mais rápido em sua ação. Situado no tronco cerebral, na base do cérebro, um circuito neuronal funciona a todo o momento, estejamos nós acordados ou dormindo, em pé ou sentados ou mesmo deitados, controlando, entre outras coisas, a nossa freqüência cardíaca, força de contração do coração e tônus vascular de grande parte de nossos vasos. Tal circuito denomina-se Centro Vasomotor (FIG. 09). Quando a pressão arterial sobe, os barorreceptores localizados no seio carotídeo e arco aórtico (receptores de pressão), são estimulados, inibindo o centro vasomotor (bulbo), e ocorrem em conseqüência vasodilatação, diminuição da freqüência cardíaca e da força de contração do coração. Desta forma, a resistência periférica e o débito cardíaco caem, reduzindo a pressão arterial. Por outro lado, quando a pressão arterial desce, os barorreceptores deixam de ser estimulados, ou são apenas fracamente estimulados, e o centro vasomotor passa a atuar no sentido de provocar vasoconstrição, aumento da freqüência e da força de contração do coração. Com isso, elevam-se a resistência periférica e o débito cardíaco e, conseqüentemente, a pressão arterial. Os quimiorreceptores do corpo carotídeo e do corpo aórtico auxiliam os barorreceptores na regulação da pressão arterial. Eles são estimulados pela diminuição de oxigênio e pela elevação de CO2, quando há queda da pressão arterial. Nestas condições, eles excitam o centro vasomotor, que promove o aumento da pressão arterial através do aumento da resistência periférica e do débito cardíaco. As ações do centro vasomotor na regulação da pressão arterial se fazem através das fibras simpáticas existentes nos vasos e no coração e através das fibras parassimpáticas do coração. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 23 FIG.09 : Centro vasomotor Fonte: Guyton e Hall (2002) O segundo mecanismo de regulação da pressão arterial pode ser chamado de humoral, pois envolve a participação de várias substâncias. Atua principalmente auxiliando os barorreceptores e os quimiorreceptores na elevação da pressão arterial, quando a sua queda é mantida por alguns minutos, devida à incapacidade destes dois sistemas em elevá-la aos valores normais. Nesta situação, a medula da supra - renal (glândula adrenal) libera pequenas quantidades de noradrenalina e grandes de adrenalina. Estas duas substâncias, quando caem na corrente circulatória, aumentam a pressão arterial porque produzem os mesmos efeitos da estimulação simpática determinada pelo centro vasomotor, reforçando a sua ação. Outro fator importante no processo de elevação e controle da pressão arterial é o sistema renina-angiotensina, responsável pela formação no sangue de angiotensina II, um dos mais potentes vasoconstritores conhecidos. A renina é uma enzima liberada pelos rins quando três condições básicas se instalam: 1) quando a pressão do sangue na artéria renal está diminuída; 2) quando o sódio plasmático está baixo; e 3) quando os nervos simpáticos renais são estimulados. A renina é liberada de células especializadas, chamadas justaglomerulares, existentes nas arteríolas aferentes e eferentes dos Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 24 glomérulos renais. No sangue, a renina catalisa a conversão de uma das proteínas plasmáticas, denominada substrato renina ou angiotensinogênio, em angiotensina I. A angiotensina I tem vida muito curta, pois logo se transforma em angiotensina II, por ação da enzima conversora da angiotensina (ECA). Esta conversão ocorre em todos os tecidos, mas principalmente nos pulmões. Os níveis plasmáticos da ECA podem ser aumentados pelos corticóides, pelos hormônios da tireóide e pelos estrogênios. A conversão pode ser inibida pelos inibidores da ECA, como o captopril, substância que tem sido largamente utilizada como anti-hipertensivo. No córtex supra-renal, a angiotensina II aumenta a liberação de aldosterona elevando com isso a reabsorção renal de sódio e água, determinando subida da pressão arterial. Em acréscimo, a angiotensina II também atua diretamente nos rins, induzindo a retenção de sódio e água. A angiotensina II exerce diversos efeitos complexos sobre vários órgãos do organismo. Promove a vasoconstrição sistêmica, atua sobre as terminações simpáticas, aumentando a liberação de seus neurotransmissores, provoca a liberação do hormônio antidiurético, que também aumenta a reabsorção de água nos túbulos renais, atua no cérebro estimulando a sede e a ingestão de água. Todos estes efeitos são realizados no sentido de elevar a pressão arterial. Muitas substâncias, como vasopressina, adenosina, histamina, se:rotonina, bradicinina e prostaglandinas, promovem vasodilatação ou vasoconstrição. Estas substâncias não participam diretamente da regulação da pressão arterial; porém, indiretamente, podem ser responsáveis pelas alterações dos seus valores. Atualmente, considera-se como um elemento muito importante na regulação da pressão arterial a existência de um fator natriurético secretado pelas células musculares atriais, denominado peptídio natriurético atrial (PNA). O mecanismo de ação do PNA sobre os rins ainda não está bem es- tabelecido. A natriurese (eliminação de sódio através da urina) provocada e a conseqüente diminuição da pressão arterial podem ser devidas ao aumento da filtração glomerular e à elevação da excreção de sódio pelos túbulos renais. Geralmente, as ações do PNA são opostas às da angiotensina 11, promovendo redução da sensibilidade do músculo liso visceral a muitas substâncias vasoconstritoras, bem como diminuindo a sensibilidade da zona glomerular (córtex da supra – renal) a estímulos que normalmente aumentam a secreção de aldosterona. Além disso, o PNA inibe a secreção de renina, reduzindo os níveis circulantes de angiotensina II. O balanço final destas ações se dá sempre no sentido de diminuir a pressão atrial quando ela se encontra elevada. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 25 O terceiro mecanismo de regulação da pressão arterial é dado pelos rins. Este mecanismo é mais demorado do que os demais, gastando dias, semanas ou mesmo meses para normalizar os valores de pressão arterial. Porém, é mais duradouro e não adaptativo como o sistema dos barorreceptores. Baseia-se na perda e no ganho de água e de sódio, sendo o principal componente deste sistema a vasopressina ou hormônio antidiurético. Quando a pressão arterial aumenta, os rins passam a eliminar maiores volumes de água, o que é conhe- cido por diurese por pressão, e maiores quantidades de sódio, o que é chamado de natriuresepor pressão. Estes dois fatores contribuem para reduzir o volume de líquido circulante, o débito cardíaco e a pressão arterial. Ao contrário, quando a pressão arterial diminui, ele passa a reter água e sódio, elevando o volume de sangue circulante, o débito cardíaco e a pressão arterial. Há ainda um mecanismo muito simples de regulação da pressão arterial, o mecanismo do desvio do fluido capilar. Através dos numerosos capilares que possuímos em nossos tecidos, o sangue flui constantemente graças a uma pressão hidrostática a qual é submetido. Os capilares são fenestrados e, portanto, moléculas pequenas como água, podem, com grande facilidade e rapidez, passar tanto de dentro para fora como de fora para dentro dos através da parede dos capilares. A pressão hidrostática, no interior dos capilares, força constantemente a saída de água para fora dos capilares. Felizmente há uma pressão oncótica (ou pressão coloidosmótica), exercida por colóides em suspensão no plasma (como proteínas plasmáticas) que força, também constantemente, a entrada de água para dentro dos capilares. Normalmente há certo equilíbrio: a mesma quantidade de água que sai, também entra. Mas quando ocorre um aumento ou redução anormal na pressão hidrostática no interior dos capilares, observamos também um aumento ou uma redução mais acentuada na saída de água através da parede dos mesmos capilares. Isso faz com que fiquemos com um volume sangüíneo mais reduzido ou mais aumentado, dependendo do caso, o que certamente influi na pressão arterial, reduzindo-a ou aumentando-a. PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA A pressão arterial média é o valor médio da pressão durante todo um ciclo de pulso de pressão. Essa pressão média, na maioria das vezes não é igual à média entre as pressões sistólica e diastólica, visto que durante um ciclo de pressão, a pressão fica por tempo menor na faixa de valores sistólicos do que na faixa de valores diastólicos. Portanto, quando é tirada a média de todos os valores que foram medidos durante o ciclo de pressão, a pressão Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 26 média resultante fica sempre mais próxima do valor diastólico do que do sistólico. A pressão média em um adulto jovem é em torno de 93 mm hg. HIPERTENSÃO (Pressão Arterial Alta) A hipertensão, palavra que quer dizer "pressão aumentada do sangue”, significa pressão arterial elevada, ocorrendo, aproximadamente, em uma de cada cinco pessoas antes do término de suas vidas, em geral, na meia idade ou na velhice. A pressão arterial excessiva da hipertensão pode provocar ruptura dos vasos sangüíneos cerebrais, dando origem aos "acidentes vasculares cerebrais", bem como dos vasos renais, causando "insuficiência renal", ou dos vasos de outros órgãos vitais, produzindo cegueira, surdez, ataques cardíacos, etc. Por outro lado, também pode representar carga excessiva para o coração, levando a sua insuficiência. Capítulo 07 SISTEMA URINÁRIO Nosso sistema urinário é formado por dois rins (FIG. 10), dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. Dos cerca de 5 litros de sangue bombeados pelo coração a cada minuto, aproximadamente 1.100 ml, ou seja, em torno de 22% deste volume flui, neste mesmo minuto, através dos nossos rins. Trata-se de um grande fluxo se considerarmos as dimensões anatômicas destes órgãos. FIGURA 10: Rim FONTE: http://www.geocities.com/~malaghini/rim.html Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 27 Os rins desempenham múltiplas funções, incluindo as seguintes: • Excreção de produtos de degradação do metabolismo e de substâncias químicas estranhas; • Regulação do equilíbrio eletrolítico; • Regulação da osmolalidade e das concentrações de eletrólitos dos líquidos corporais; • Regulação do equilíbrio ácido-básico; • Regulação da pressão arterial; • Secreção, metabolismo e excreção de hormônios; • Gliconeogênese. A urina é formada a partir do sangue, pelos néfrons (FIG. 11). A partir desses néfrons, a urina flui para a pelve renal e daí, pelo ureter, até a bexiga urinária. Os dois rins contêm, aproximadamente, dois milhões de néfrons e visto que cada néfron funciona quase que exatamente do mesmo modo como os demais, podemos caracterizar a maior parte da função do rim como um todo, pela explicação do funcionamento de um único néfron. O néfron é formado por duas partes principais, o corpúsculo renal e os túbulos. Por sua vez, o corpúsculo renal é formado por um tufo de capilares ( glomérulo) e a cápsula de Bowman, sobre os quais falaremos a seguir. FIGURA 11: O néfron Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 28 A função básica do néfron é a de limpar, ou “ aclarar “ ( ou “ depurar” ) o plasma sangüíneo, dele retirando as substâncias indesejáveis durante sua passagem pelo rim, ao mesmo tempo que retém no sangue todas as substâncias que ainda são necessárias ao corpo. Por exemplo, os produtos finais do metabolismo, como, especialmente, a uréia e a creatinina, são retirados do sangue. E os íons sódio, os íons cloreto e os outros íons são também eliminados quando presentes no sangue em quantidade excessiva. O néfron depura o plasma das substâncias indesejáveis, por dois mecanismos distintos: (1) Filtra grande quantidade de plasma através das membranas glomerulares do próprio néfron. Então, conforme esse líquido filtrado flui ao longo dos túbulos, as substâncias indesejáveis não são reabsorvidas, sendo assim eliminadas pela urina, enquanto as substâncias necessárias são seletivamente reabsorvidas pelo plasma. (2) Algumas substâncias são depuradas pelo processo de secreção. Isto é, a parede dos túbulos removem, por processos ativos, substâncias do sangue para secretá - las para o interior dos túbulos. Desta forma, a urina que é eventualmente formada é composta de substâncias filtradas e substâncias secretadas menos as substâncias que são reabsorvidas (U = FG – RT + ST). O sangue entra em cada rim através da artéria renal. No interior de cada rim, cada artéria renal se ramifica em diversas artérias interlobares. Estas se ramificam em artérias arqueadas que, por sua vez, ramificam-se então em numerosas artérias interlobulares. Cada artéria interlobular, no córtex renal, ramifica-se em numerosas arteríolas aferentes. Cada arteríola aferente ramifica-se num tufo de pequenos capilares denominados, em conjunto, glomérulos (FIG. 10). Os glomérulos, milhares em cada rim, são formados, portanto, por pequenos enovelados de capilares (FIG. 12). Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 29 FIGURA 12: leito capilar e néfron Na medida em que o sangue flui no interior de tais capilares, uma parte filtra-se através da parede dos mesmos. O volume de filtrado a cada minuto corresponde a, aproximadamente, 125 ml. Este filtrado acumula-se, então, no interior de uma cápsula que envolve os capilares glomerulares (cápsula de Bowmann). A cápsula de Bowmann é formada por 2 membranas: uma interna, que envolve intimamente os capilares glomerulares e uma externa, separada da interna. Entre as membranas interna e externa existe uma cavidade, por onde se acumula o filtrado glomerular(FIG 13). FIGURA 13: Glomérulo e Cápsula de Bowman Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 30 O filtrado glomerular tem o aspecto aproximado de um plasma: um líquido claro, sem células. Porém, diferente do plasma, tal filtrado contém uma quantidade muito reduzida de proteínas (aproximadamente 200 vezes menos proteínas), pois as mesmas dificilmente atravessam a parede dos capilares glomerulares.O filtrado passa a circular, então, através de um sistema tubular contendo diversos distintos segmentos: Túbulo Contornado Proximal, Alça de Henle, Túbulo Contornado Distal e Ducto Coletor. Na medida em que o filtrado flui através destes túbulos, diversas substâncias são reabsorvidas através da parede tubular, enquanto que, ao mesmo tempo, outras são excretadas para o interior dos mesmos. FILTRAÇÃO GLOMERULAR: No interior dos capilares glomerulares existe uma considerável pressão hidrostática (60 mmHg), que força o sangue a fluir para frente, em direção à arteríola eferente, e também contra a parede dos capilares. No interior da cápsula de Bowmann existe também uma pressão hidrostática, mas esta é menor (18 mmHg). Outra pressão que não podemos deixar de mencionar é uma pressão denominada oncótica ou coloidosmótica (32 mmHg) no interior dos capilares glomerulares, devido à grande concentração de proteínas no interior dos tais vasos. Este tipo de pressão atrai água do exterior para o interior dos capilares glomerulares. Analisando-se as três pressões citadas acima, conclui-se que existe realmente uma pressão resultante da ordem de 10 mmHg., que pode ser considerada como Pressão de Filtração, que favorece a saída de líquidos do interior para o exterior dos capilares glomerulares e, com isso, proporcionar uma boa filtração do sangue. A cada minuto, aproximadamente, cerca de 125 ml de filtrado se formam no interior da cápsula de Bowmann. Tal filtrado é denominado filtrado glomerular. É fácil imaginar que, se houver uma queda significativa na pressão sangüínea haverá também, como conseqüência, uma queda na pressão hidrostática no interior dos capilares glomerulares. Isso provocará uma queda acentuada na pressão de filtração, o que reduzirá a filtração glomerular, poupando líquido (volume) para o corpo, numa tentativa de se corrigir a queda da pressão. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 31 O contrário se verificaria num caso de aumento da pressão sangüínea. A angiotensina, potente vasoconstritor, produzida a partir da ação da renina sobre o angiotensinogênio, exerce importante poder vasoconstritor especialmente sobre a arteríola eferente. Portanto, um aumento na produção de angiotensina ocasiona uma vasoconstrição mais acentuada nesta arteríola e, como conseqüência, um aumento da pressão de filtração e da filtração glomerular. A nor-adrenalina, mediador químico liberado pelas terminações nervosas simpáticas, exerce importante efeito vasoconstritor especialmente sobre a arteríola aferente. Portanto, um predomínio da atividade simpática do sistema nervoso autônomo tem o poder de aumentar a vasoconstrição nesta arteríola e, como conseqüência, provocar uma redução da pressão de filtração e da filtração glomerular. APARELHO JUSTAGLOMERULAR: Em numerosos néfrons, observamos algo muito interessante: Um pequeno segmento do túbulo contornado distal aproxima-se intimamente a um segmento de uma ou ambas as arteríolas (aferente e/ou eferente). Onde isso ocorre, observamos uma diferenciação tanto na parede do túbulo contornado distal quanto na parede da arteríola. A parede do túbulo, que normalmente é constituída por um epitélio cubóide, se torna neste segmento com um epitélio diferente, com grande número de células cilíndricas, umas bem próximas às outras. Tal região recebe o nome de mácula densa. Já na parede da arteríola, verificamos uma grande quantidade de células, neste segmento, com aspecto bem diferente daquelas que formam o restante da parede do vaso. Tais células apresentam em seu citoplasma uma grande quantidade de grânulos de secreção, demonstrando que são células produtoras de alguma substância. A substância produzida nestas células, chamadas de justaglomerulares, é exatamente a famosa renina. O segmento descrito acima, formado por células justaglomerulares (na parede das arteríolas) mais a mácula densa (na parede do túbulo contornado distal) é conhecido como aparelho justaglomerular. Portanto, podemos dizer que a renina é produzida por este aparelho (FIG. 14). As células da mácula densa detectam, através de sinais que ainda não estão totalmente elucidados, a ocorrência de alterações do volume que chega ao túbulo distal. A diminuição da concentração de cloreto de sódio produz sinal que se origina na mácula densa e tem dois efeitos: (1) diminui a resistência das arteríolas aferentes, o que eleva a pressão hidrostática glomerular e ajuda a Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 32 normalizar a FG e (2) aumenta a liberação de renina pelas células justaglomerulares das arteríolas aferentes e eferentes, que desencadeiam a formação de angiotensina II que provoca constrição preferencialmente na arteríola eferente, aumentando assim, a pressão hidrostática glomerular e normalizando a FG. Este é o feedback túbuloglomerular atuando na auto- regulação da FG. FIGURA 14: Estrutura do aparelho justaglomerular RENINA – ANGIOTENSINA – ALDOSTERONA: A renina, ao entrar em contato com o angiotensinogênio, transforma-o em angiotensina-I. Esta, sob ação de enzimas encontradas principalmente em capilares pulmonares, transforma-se em angiotensina-II. A angiotensina-II é um potente vasoconstritor. Fazendo vasoconstrição, aumenta a resistência ao fluxo sangüíneo e, portanto, eleva a pressão arterial. Além do poder vasoconstritor, a angiotensina é um dos fatores que provocam, na glândula supra-renal, um aumento na secreção do hormônio aldosterona. A aldosterona aumenta a reabsorção de sal + água no túbulo contornado distal. Consequentemente aumenta o volume do compartimento vascular (volemia). Aumentando o volume sangüíneo, o coração aumenta seu Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 33 débito (débito cardíaco). O aumento do débito cardíaco faz com que também ocorra um aumento na pressão arterial. Portanto, é fácil concluir que um aumento na secreção de renina determina um aumento na pressão arterial. Já uma redução em sua secreção, o efeito inverso se verifica. TÚBULO CONTORNADO PROXIMAL Ao passar pelo interior deste segmento, cerca de 100% da glicose é reabsorvida (transporte ativo) através da parede tubular e retornando, portanto, ao sangue que circula no interior dos capilares peritubulares, externamente aos túbulos. Ocorre também, neste segmento, reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas que porventura tenham passado através da parede dos capilares glomerulares. Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos aproximadamente 65% das moléculas de Na+ e de Cl- (estes últimos por atração iônica, acompanhando os cátions). A reabsorção de NaCl faz com que um considerável volume de água, por mecanismo de osmose, seja também reabsorvido. Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado deixa o túbulo contornado proximal e atinge o segmento seguinte: a Alça de Henle. ALÇA DE HENLE Esta se divide em três segmentos funcionalmente distintos: o ramo descendente delgado, o ramo ascendente delgado e o ramo ascendente espesso. No ramo descendente a membrana é bastante permeável à água e ao sal NaCl. Já o mesmo não ocorre com relação à membrana do ramo ascendente, que é impermeável à água e, além disso, o segmento espesso do ramo ascendente, apresenta um sistema de transporte ativo que promove um bombeamento constante de íons sódio do interior para o exterior da alça, carregando consigo íons cloreto (por atração iônica). TÚBULO CONTORNADO DISTAL: Neste segmento ocorre um bombeamento constante de íons sódio do interior para o exterior do túbulo. Tal bombeamento se deve a uma bomba de Disciplina de Fisiologia II- FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 34 sódio e potássio que, ao mesmo tempo em que transporta ativamente sódio do interior para o exterior do túbulo, faz o contrário com íons potássio. Esta bomba de sódio e potássio é mais eficiente ao sódio do que ao potássio, de maneira que bombeia muito mais sódio do interior para o exterior do túbulo do que o faz com relação ao potássio em sentido contrário. O transporte de íons sódio do interior para o exterior do túbulo atrai íons cloreto (por atração iônica). Sódio com cloreto formam sal que, por sua vez, atrai água. Portanto, no túbulo contornado distal do nefron, observamos um fluxo de sal e água do lumen tubular para o interstício circunvizinho. A quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal depende bastante do nível plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas supra-renais. Quanto maior for o nível de aldosterona, maior será a reabsorção de NaCl + H2O e maior também será a excreção de potássio. O transporte de água, acompanhando o sal, depende também de um outro hormônio: ADH (hormônio anti - diurético), secretado pela neuro- hipófise. Na presença do ADH a membrana do túbulo distal se torna bastante permeável à água, possibilitando sua reabsorção. Já na sua ausência, uma quantidade muito pequena de água acompanha o sal, devido a uma acentuada redução na permeabilidade à mesma neste segmento. DUCTO COLETOR: Neste segmento ocorre também reabsorção de NaCl acompanhado de água, como ocorre no túbulo contornado distal. Da mesma forma como no segmento anterior, a reabsorção de sal depende muito do nível do hormônio aldosterona e a reabsorção de água depende do nível do ADH . CONTROLE DA MICÇÃO: Aproximadamente 1 ml. de urina, a cada minuto, escoa através dos ureteres em direção à bexiga. A partir de um volume de aproximadamente 400 ml. de urina na bexiga, com a distensão da mesma devido a um aumento de pressão em seu interior, receptores de estiramento localizados em sua parede se excitam cada vez mais. Com a excitação dos receptores de estiramento impulsos nervosos são enviados em direção ao segmento sacral da medula espinhal onde, a partir de um certo grau de excitação, provocarão o Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 35 surgimento de uma resposta motora através de nervos parassimpáticos (n. pélvicos) em direção ao músculo detrussor da bexiga (forçando-o a contrair- se) e ao esfincter interno da uretra (relaxando-o). Desta forma ocorre o reflexo da micção. Para que, de fato, a micção ocorra, ainda torna-se necessário o relaxamento de um outro esfincter, o esfinter externo da uretra. Porém este esfincter externo é constituído de fibras musculares esqueléticas e, portanto, são controladas por neurônios motores localizados nos cornos anteriores da medula. Estes neurônios recebem comando do córtex motor (no cérebro). Sendo assim, não sendo o momento adequado à micção diante de um reflexo, nosso cortex motor, área consciente de nosso cérebro, manterá o esfincter externo contraído e a micção, ao menos por enquanto, não se fará acontecer. Capítulo 08 SISTEMA ENDÓCRINO As funções do corpo são reguladas por dois grandes sistemas de controle: (1) o Sistema Nervoso e (2) o Sistema Hormonal ou Endócrino. As múltiplas atividades das células, dos tecidos e dos órgãos do organismo são coordenadas pela inter-relação de vários tipos de sistemas de comunicação, incluindo: 1. Neural, em que ocorre liberação de substâncias químicas (neurotransmissores) nas junções sinápticas, que atuam localmente para controlar a função celular. 2. Endócrino, em que glândulas, ou células especializadas, liberam no sangue circulante substâncias químicas (hormônios) que influenciam a função das células em outros locais do corpo. 3. Neuroendócrino, em que os neurônios secretam substâncias (neuro-hormônios) que alcançam o sangue circulante e influenciam a função das células em outros locais do corpo. 4. Parácrino, em que as células secretam substâncias que se difundem para o líquido extracelular, afetando células adjacentes. 5. Autócrino, em que uma célula secreta substâncias que afetam a função da mesma célula através de sua ligação a receptores na superfície celular. Em geral, o Sistema hormonal está implicado principalmente com as diferentes funções metabólicas do corpo, como as velocidades das reações químicas nas células e o transporte de substâncias através das membranas celulares, ou outros aspectos do metabolismo celular como o crescimento e a Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 36 secreção. Alguns efeitos hormonais ocorrem em segundos, enquanto outros requerem vários dias simplesmente para começar, mas então continuam durante semanas ou mesmo meses. Hormônios: São substâncias químicas produzidas por um grupo de células, numa parte do corpo e, secretadas na corrente sangüínea, controlam ou ajudam no controle de outras células, em outra parte do corpo. A secreção, como se faz diretamente na corrente sanguínea e não por ductos, como nas glândulas exócrinas, é denominada endócrina. As glândulas responsáveis pela secreção dos hormônios, portanto, são classificadas como glândulas endócrinas. Tipos de Hormônios: Alguns hormônios afetam a maioria das células do corpo; assim, por exemplo, o hormônio de crescimento causa crescimento em quase todas as partes do corpo; enquanto outros afetam apenas tecidos específicos, denominados, tecidos-alvos, visto que apenas esses tecidos têm receptores para estes hormônios. Podemos classificar os hormônios, quanto a natureza química dos mesmos, em 3 tipos: 1 - Proteínas e polipeptídeos – são produzidos a partir de cadeias de aminoácidos. Geralmente, quando constituídos por 100 ou mais aminoácidos são denominados proteínas, enquanto com menos de 100 aminoácidos são considerados peptídeos.São sintetizados na extremidade rugosa do retículo endoplasmático nas diferentes células endócrinas, da mesma maneira que a maioria das outras proteínas. Em geral, são sintetizados inicialmente, na forma de proteínas maiores, biologicamente inativas (pré-pró-hormônios), sendo clivadas para formar pró-hormônios menores no retículo endoplasmático e transferidas para o aparelho de Golgi, para seu armazenamento em vesículas secretoras. As enzimas presentes nestas vesículas clivam os pró-hormônios, produzindo hormônios menores e biologicamente ativos e fragmentos inativos. As vesículas são armazenadas no citoplasma, e muitas estão ligadas à membrana celular, até que a sua secreção se torne necessária. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 37 2 Esteróides – Têm estrutura química semelhante a do colesterol e, na maioria dos casos, são derivados do próprio colesterol e não são armazenados. Embora haja, armazenamento muito pequeno de hormônio nas células endócrinas produtoras de esteróides, grande reserva de ésteres de colesterol nos vacúolos citoplasmáticos pode ser rapidamente mobilizada para a síntese de esteróides, após estímulo apropriado. Grande parte do colesterol próvém do plasma, mas também pode ser sintetizado nas células produtoras de esteróides. Um vez sintetizados, como são lipossolúveis, esses hormônios, simplesmente se difundem través da membrana, para o líquido intersticial e, a seguir, para o sangue circulante. 3 Derivados do aminoácido tirosina (amina) – São as catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e os secretados pela tireóide (tiroxina e triiodotironina). São formados pela ação de enzimas presentes nos compartimentos citoplasmáticos das células glandulares. Os hormônios tireóideossão sintetizados e armazenados na glândula tireóide e incorporados em macromoléculas da proteína denominada tireoglobulina, que é armazenada nos grandes folículos no interior da glândula tireóide. Quando as aminas são clivadas da tireoglobulina, os hormônios são secretados para a corrente sangüínea. As catecolaminas são formadas na medula da glândula supra-renal e captadas em vesículas pré-formadas e armazenadas até a sua secreção, por exocitose. Transporte e depuração dos hormônios no sangue Os hormônios hidrossolúveis (peptídeos e catecolaminas) são dissolvidos no plasma e transportados de seus locais de síntese até o tecido alvo, onde se difundem dos capilares para o líquido intersticial e deste para as células – alvo. Por outro lado, os hormônios esteróides e os hormônios tireóideos circulam no sangue, principalmente ligados às proteínas plasmáticas. Em geral, menos de 10% destes hormônios, são encontrados no plasma, na forma livre. A concentração de um hormônio no sangue depende da velocidade com que ele é secretado e a velocidade de sua remoção do sangue (depuração metabólica) Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 38 Controle da Secreção Hormonal por Feedback Na maioria dos casos o controle da secreção hormonal é realizado por feedback negativo. Quando a atividade do tecido-alvo é aumentada, pela ação de um hormônio, ações de feedback para a glândula endócrina ficam suficientemente potentes para diminuir a secreção hormonal deste hormônio. Em alguns casos, ocorre feedback positivo quando a ação biológica do hormônio determina a secreção adicional do próprio hormônio, como, por exemplo, o surto do hormônio luteinizante (LH) que ocorre em conseqüência do efeito estimulador do estrogênio sobre a hipófise anterior antes da ovulação, que por sua vez aumenta a secreção de estrogênio, intensificando a produção de LH, até que o LH atinja sua concentração apropriada para que seja exercido o controle de feedbak negativo sobre a secreção hormonal. Existem ainda, variações periódicas da liberação dos hormônios que são influenciadas por mudanças sazonais, pelos vários estágios do desenvolvimento e envelhecimento, pelo ciclo diurno ou pelo sono. Mecanismos De Ação Dos Hormônios: A primeira etapa na ação de um hormônio é sua çligação a receptores específicos na célula – alvo. Estes receptores localizam-se na membrana da célula – alvo, em seu citoplasma ou núcleo. Existem diversos mecanismos através dos quais os hormônios agem em suas respectivas células-alvo e fazem-nas executar alguma função. • Modificação da permeabilidade da membrana. • Ativação de segundo – mensageiro: Ativação da adenilciclase e formação de AMP-cíclico intracelular – é o mecanismo geralmente utilizado pela grande maioria dos hormônios protéicos. O hormônio, uma vez ligado a um receptor específico localizado na membrana celular de uma célula-alvo, provoca a ativação de uma enzima intracelular (adenilciclase). Esta enzima converte parte do ATP intracelular em AMP-cíclico. O AMP-cíclico, também chamado de “ segundo mensageiro” para a mediação hormonal, enquanto presente no interior da célula, executa na mesma, uma série de alterações fisiológicas como: ativação de enzimas; alterações da permeabilidade da membrana celular; modificações do grau de Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 39 contração de músculo liso; ativação de síntese protéica; aumento na secreção celular. Ativação de genes – é o mecanismo como agem, geralmente, os hormônios esteróides. Através deste mecanismo o hormônio, de encontro à sua respectiva célula-alvo, penetra em seu interior e então liga-se a um receptor específico. Ligado ao receptor, o hormônio atinge o núcleo da célula, onde genes específicos seriam então ativados. Com a ativação de determinados genes, moléculas de RNA mensageiro se deslocam para o citoplasma da célula e determinam a síntese de determinadas proteínas. Estas proteínas, então aumentam atividades específicas da célula. Principais Glândulas Endócrinas: GLÂNDULA HORMÔNIO PRINCIPAIS FUNÇÕES ESTRUTURA QUÍMICA Hipotálamo TRH SecreçãoTSH e Prolactina Peptídio CRH Liberação ACTH Peptídeo GHRH Liberação H. de crescimento Peptídeo GHIH (somatostatina) Inibe H. de crescimento Peptídeo GnRH Liberaçãogonadotropinas (LH e FSH) Peptídeo Dopamina Inibe prolactina Amina Hipófise Anterior H. de crescimento Estimulasíntese de (proteínas) crescimento global Peptídeo TSH Síntese e secreção T3 e T4 Peptídeo ACTH Síntese e secreção h. adrenocorticais Peptídeo Prolactina Mamas + secreção leite Peptídeo FSH Crescimento folículos (ovários) maturação (espermatozóides) testículos Peptídeo LH Síntese testosterona (testículos); ovulação; formaçãocorpo lúteo síntese estrogênio + progesterona (ovários) Peptídeo Hipófise Posterior ADH (vasopressina) ↑reabsorção água (rins); vasoconstricção; ↑PA Peptídeo Ocitocina Ejeção (leite)mamas; contrações uterinas Peptídeo Tireóide T4 e T3 ↑ metabolismo corporal Amina Calcitonina ↑ Cálcio (ossos) ↓líquido extracelular Peptídeo Córtex Adrenal Cortisol metabolismo (proteínas, carboidratos e gorduras); Efeitos antiinflamatórios esteróide Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 40 Aldosterona ↑reabsorção sódio; secreção de potássio e Hidrogênio (rins) esteróide Medula Adrenal Norepinefrina, epinefrina Estimulação simpática Amina Pâncreas Insulina (Células β) Entrada (glicose) células Peptídeo Glucagon (células α) ↑síntese + liberação (glicose) fígado líquidos corporais Peptídeo Paratireóide PTH controla [Ca] sérica Peptídeo Testículos Testosterona Desenvolvimento sistema Reprodutor masculino e caracteres sexuais secundários Esteróide Ovários Estrogênios Desenvolvimento sistema Reprodutor feminino e caracteres sexuais secundários Esteróide Progesterona Secreção “leite uterino”; desenvolvimento aparelho secretor (mamas) Esteróide Placenta Gonadotropina Coriônica Humana Crescimento corpo lúteosecreção (estrogênio + progesterona) Peptídeo Capítulo 09 SISTEMA RESPIRATÓRIO Ventilação Pulmonar Nossas células necessitam, enquanto vivas e desempenhando suas funções, de um suprimento contínuo de oxigênio para que, num processo químico de respiração celular, possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento e produção de trabalho. Disciplina de Fisiologia II - FACS - UNIVALE Prof.a. Andrea B. do Valle Coelho 41 Da mesma forma que um motor de automóvel necessita, para produzir seu trabalho mecânico, além da fonte de energia orgânica fornecida pelo combustível (gasolina, álcool ou diesel), de fornecimento constante de oxigênio; da mesma forma que uma chama num palito de fósforo, para permanecer acesa necessita, além da matéria orgânica presente na madeira do palito, também de oxigênio, nossas células também, para manterem seu perfeito funcionamento necessitam, além da fonte de energia proporcionada pelos diversos alimentos, de um fornecimento constante de oxigênio. O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera. E para captá- lo necessitamos de nosso aparelho respiratório. A função do Sistema Respiratório é, primeiro, a de suprir oxigênio para os tecidos e, segundo, de remover o gás carbônico. Os pulmões contêm milhões de pequenos sacos cheios de ar, os alvéolos, conectados pelos bronquíolos e pela traquéia, com o nariz e a boca. A cada inspiração, os alvéolos são expandidos, enquanto que, na expiração, o ar é forçado
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