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CCJ0035-WL-B-PP-Processo Civil I - Aula 3 - Adriano Pinto

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
Profº Adriano Pinto 
 
 
AULA 3 
 
O Juiz: papel e atos. Suspensão e extinção da relação jurídica processual. Exercícios de 
revisão. 
 
 
1. O JUIZ: PAPEL E ATOS 
O Juiz é uma das figuras centrais da relação jurídica processual e tem sua 
atuação prevista inicialmente nos arts. 125 a 138 do CPC, que demonstram de forma cabal 
o papel designado pelo legislador. 
Longe de ser mero expectador da vontade subjetiva de atuação das partes, O JUIZ É 
VERDADEIRO DIRIGENTE DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL. A observância do art. 
125 do CPC permite a conclusão de qual deve ser o papel e quais são os poderes do Juiz. 
 
Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento >> PRINCÍPIO DA ISONOMIA (art. 5º, caput, 
CF) 
II - velar pela rápida solução do litígio >> PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO 
PROCESSO (art. 5º, LXXVIII, CF) 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça >> MÁ FÉ 
PROCESSUAL (art. 14 e ss, CPC) 
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes >> INCENTIVO À CONCILIAÇÃO >> Art. 331, 
CPC 
 
O Juiz deve ser compreendido não só como o julgador, mas como aquele que zela 
pelos princípios da isonomia, razoável duração do processo, boa-fé processual e 
também do incentivo à conciliação. 
Ele também não pode se furtar a decidir, podendo em certas ocasiões até 
mesmo decidir fora do eixo central da legalidade, mas “sempre dentro dos limites em 
que foi provocado pelas partes”. 
 
O que quer dizer “sempre dentro dos limites em que foi provocado pelas partes”? 
Princípio da legalidade + princípio da legalidade não estrita. 
Será que na jurisdição contenciosa, por exemplo em uma ação em que se discute a 
responsabilidade civil do transportador aéreo, pode um juiz fugir da legalidade e decretar 
que determinada empresa não é responsável objetivamente, dizendo que o CC não se aplica 
àquele caso, sem considerar eventual exceção prevista no próprio CC? Será que esse juiz 
estará livre para fugir da legalidade? 
Não, pois estamos dentro da jurisdição contenciosa. 
E quando o juiz estaria livre para atuar fora da legalidade estrita se necessário for 
para a melhor resolução da lide? (não é porque ele pode ou porque ele quer) 
É quando ele estiver atuando em jurisdição voluntária, em que, por um conceito 
doutrinário + objetivo, diz-se que não há lide, já que duas pessoas estão atuando com 
comunhão de interesses. Então, nessas hipóteses, estaria o juiz autorizado a atuar fora da 
legalidade estrita, podendo observar certos princípios e, principalmente, a equidade. 
Previsão: art. 1109, CPC >> AUTORIZAÇÃO PARA ATUAÇÃO DO JUIZ FORA DA 
LEGALIDADE ESTRITA. 
 
 PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO DO JUIZ: 
 LEGALIDADE: É a regra >> Juiz atuando em conformidade com a lei 
 LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO (arts. 130 e 131, CPC): É a exceção, como 
já dito. Previsão no art. 1109, CPC. É o principio que vigora na APRECIAÇÃO DAS 
PROVAS. 
 
Para tanto, o juiz deverá praticar determinados atos que são os (art. 162): 
 DESPACHOS: São atos praticados NO CURSO DO PROCESSO, de ofício ou a 
requerimento da parte a cujo respeito a lei não estabeleça outra forma. Ex: 
Quando o juiz se comunica com o Cartório 
 DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: São atos pelos quais o Juiz, no curso do 
processo RESOLVE QUESTÃO INCIDENTE. 
 Significa que posso ter decisão interlocutória ANTES e DEPOIS da sentença 
(fase de cognição e fase de execução) 
 Questão incidente que pode afetar diretamente ou não o direito material 
pleiteado 
 SENTENÇAS: É ato do Juiz que implica em situações previstas nos arts. 267 e 
269 do CPC. Pela sentença, o Juiz resolve ou não o mérito levado a juízo. 
SENTENÇA NÃO NECESSARIAMENTE ACABA COM O PROCESSO (por ex, se 
for um processo bifásico, a sentença não acabará com o processo, o qual se 
estenderá para a fase de execução) 
 Art. 267: Sentenças que NÃO RESOLVEM O MÉRITO 
 Art. 269: Sentenças que RESOLVEM O MÉRITO 
 
Apenas complementando, no âmbito dos tribunais falamos em acórdão e não 
sentença e decisão monocrática, no lugar de decisão interlocutória. 
 
* Obs: Em prova, cobra-se o ATO PROCESSUAL e o RECURSO CABÍVEL (estudo 
sistematizado). 
Dos ATOS DO JUIZ, dois são atacáveis por RECURSO: 
 Decisão interlocutória: cabe AGRAVO e suas modalidades para atuação 
 Sentença: cabe APELAÇÃO e EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
Do despacho não cabe recurso pois, em tese, ele não está resolvendo um pleito. 
Na maioria das vezes, ele está realizando uma comunicação / esclarecimento cartorário. 
 
Observe que as decisões interlocutórias, apesar de poderem ocorrer no JUIZADO 
ESPECIAL CÍVEL, raramente ocorrem nessa justiça porque a previsibilidade legal de 
acontecimentos favorece a concentração dos atos. 
Ex: Parte não requereu tutela antecipada e foi designada audiência de conciliação >> 
A audiência de conciliação foi convertida no mesmo dia em audiência de instrução e 
julgamento, tendo o juiz proferido sentença nessa oportunidade, a parte nem terá chance de 
agravar. 
 
 
* Pergunta: 
 No caso de CERCEAMENTO DE DEFESA pelo magistrado, será cabível MANDADO DE 
SEGURANÇA por abuso de autoridade? 
 Mandado de segurança é uma ação diferenciada que se impetra em razão de lesão de 
direito líquido e certo, não amparado por HC. CABE NO PROCESSO CIVIL, DESDE QUE 
NÃO HAJA RECURSO DISPONÍVEL OU QUE, APESAR DA FERRAMENTA RECURSAL 
TER SIDO EMPREGADA E ELA TENHA SIDO INADMITIDA. 
 Portanto: Cabe MS em face de DECISÃO JUDICIAL, desde que a decisão não 
possa ser atacada por APELAÇÃO ou AGRAVO. Se eu tenho um recurso, tenho que 
utilizá-lo dentro do respectivo prazo recursal. 
 
 
2. SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL. 
 
É sabido por todos que após a PROVOCAÇÃO DA DEMANDA e FORMAÇÃO 
REGULAR DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL (com a citação válida do réu) o Juiz 
deve conduzir a tramitação processual com base na LEGALIDADE PROCEDIMENTAL de 
caso concreto, velando sempre pela rápida solução do litígio e consequentemente do 
processo.(art. 5º, LXXVIII da CF 88). 
Assim, para que tal situação jurídica ocorra, é necessário fazer uso da SENTENÇA, 
ato pelo qual ele encerra e relação jurídica processual com base em alguma das situações 
do art. 267 ou 269 do CPC. Ou seja, em tese, o processo, uma vez tendo início, só para 
com a sentença. 
É necessário e lógico associar as temáticas dos arts. 267 e 269 do CPC com o 
PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO (ART. 5º, LXXVIII da CF88). 
Se considerarmos que o papel do Juiz é prevenir e resolver conflitos, quanto antes 
isso ocorra e após tal possibilidade jurídica, não faz sentido manter acesa a chama do 
processo, por simples falta de legalidade e razão de ser. Perde–se a função 
constitucionalmente criada. 
Dessa forma, o zelo pela celeridade, economia de atos necessários, expurgos 
daqueles desnecessários e preocupação com a tutela executiva. 
Por outro lado, em determinados casos, a continuidade do processo sem observância 
ou definição de certas situações jurídicas que surgem em seu curso não é conveniente ou 
mesmo possível, assim como seria sua extinção um peso demasiado grande para todos. 
 
Assim o legislador define os casos de SUSPENSÃO ou EXTINÇÃO do 
PROCESSO, de acordo com cada caso concreto. 
Como se resolvem questões incidentais 
 
Se o mundo fosse perfeito, não haveria processo. 
Se ele fosse um pouco menos perfeito, nós só teríamos sentenças pelo art. 269 
(EXTINÇÃO COM RESOLUÇÃO). 
Mas como ele tem um grau maior de imperfeição, nós temos também sentenças pelo 
art. 267 (EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO). 
Como, em algumas situações, a relação jurídica processual não deve – sob a ótica do 
legislador - continuar enquanto outras questões não forem decididas, nós temostambém a 
possibilidade de DECISÕES pelo art. 265. 
Atente que as decisões pelo art. 265 não são extintivas do processo. 
Casos de suspensão = excepcionais = não são boas nem para o juiz nem para as 
partes = Vai contra o principio da RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO e, por isso, faça 
sempre uma INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA 
 
 Casos que geram SUSPENSÃO (art. 265): 
1. MORTE /PERDA DE CAPACIDADE PROCESSUAL DE QUALQUER DAS PARTES, 
REPRESENTANTE OU PROCURADOR. 
 Objetivo: Não ter um processo tramitando sem um dos pressupostos processuais 
(1º porque podem causar um cerceamento de defesa; 2º porque proporcionam 
uma possibilidade de anulação desse processo no futuro, sob a alegação de que 
alguns direitos foram preteridos) 
2. PELA CONVENÇÃO DAS PARTES. 
 Se eu tenho 2 partes inicialmente em litígio mas que depois se interessam pela 
conciliação, é claro que é saudável que esta ocorra. 
 “Nunca poderá exceder 6 meses; findo o prazo, o escrivão fará os autos conclusos 
ao juiz, que ordenará o prosseguimento do processo” (§3º). 
 
3. QUANDO FOR OPOSTA EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO, DA CÂMARA 
OU DO TRIBUNAL, BEM COMO DE SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO DO JUIZ. 
4. QUANDO A SENTENÇA DE MÉRITO (a) depender do JULGAMENTO DE OUTRA 
CAUSA, DA DECLARAÇÃO DE EXISTÊNCIA OU INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO 
JURÍDICA DISTINTA; (b) NÃO PUDER SER PROFERIDA SENÃO DEPOIS DE 
VERIFICADO DETERMINADO FATO OU PRODUZIDA PROVA, REQUISITADA A 
OUTRO JUÍZO; (c) tiver por PRESSUPOSTO O JULGAMENTO DE QUESTÃO DE 
ESTADO, requerido como declaração incidente 
5. FORÇA MAIOR. 
6. DEMAIS CASOS. 
 
* Obs: 
1) Uma coisa é suspender o processo na fase de cognitiva. Outra coisa é fazer o pedido de 
suspensão na fase de execução, onde fora determinado o pagamento parcelado para 
cumprimento. A perspectiva muda completamente. Por isso é que ESTA REGRA, 
MAJORITARIAMENTE, FALA NA SUSPENSÃO DO PROCESSO TENDO COMO IDEAL A 
FASE COGNITIVA. E dentro desse contexto da fase cognitiva, está-se falando na não 
deliberação, ainda, do direito material. 
 
2) Durante a suspensão do processo, É POSSÍVEL A PRÁTICA DE ATOS 
PROCESSUAIS? 
Olhe o que o art. 266 diz: “Durante a suspensão é defeso praticar qualquer ato 
processual; poderá o juiz, todavia, determinar a realização de ATOS URGENTES, a fim de 
EVITAR DANO IRREPARÁVEL”. 
O que seria dano irreparável? Por ex, um bem que foi arrestado incidentalmente, 
uma tutela antecipada que fora deferida anteriormente e está sendo cumprida mas que deve 
ser revista pela ocorrência de uma situação nova de fato, etc. Ou seja, tudo atrelado ao 
direito material. O objetivo é que a suspensão burocrática (principalmente nos casos de 
suspensão por incompetência, impedimento, suspeição) não afete o principal, que é o direito 
material das partes. 
 
 Na sequência, vamos aos casos de EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO de mérito (sem análise 
do conteúdo material do direito do Autor): 
1. INDEFERIMENTO DA PET.INICIAL 
 Houve um descumprimento pelo advogado 
2. PARALISAÇÃO POR MAIS DE 1 ANO POR NEGLIGÊNCIA DAS PARTES 
3. ABANDONO DA CAUSA POR MAIS DE 30 DIAS 
4. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
5. PEREMPÇÃO, LITISPENDÊNCIA E COISA JULGADA 
6. FALTA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO 
7. ARBITRAGEM 
8. DESISTÊNCIA DO AUTOR 
9. INTRANSMISSIBILIDADE DA AÇÃO 
 
* Combinar o art. 267 com o art. 301, CPC (preliminares do mérito): 
 A CARÊNCIA DE AÇÃO descrita aqui (no art. 267), que foi reconhecida no art. 301 
e feita como PRELIMINAR PELO RÉU EM SUA CONTESTAÇÃO, gerará, se acatada pelo 
juiz, a sentença sem resolução do mérito. 
 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
 II - incompetência absoluta: para as regras de competência, temos a CF, tratados, CPC, leis 
extravagantes. 
 III - inépcia da petição inicial; 
 IV - perempção; 
 V - litispendência; 
 Vl - coisa julgada; 
 VII - conexão; 
 Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
 IX - convenção de arbitragem; 
 X - carência de ação; 
 Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
 
 Os arts. 267 e o 301 são as maiores “colas”, por trazerem as QUESTÕES DE 
ORDEM PÚBLICA (= são aquelas que o juiz normalmente as declara de ofício). 
EXCEÇÃO: Na CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM, o juiz não se manifesta de ofício. 
Assim, se o réu esqueceu-se de que pactuou em uma cláusula compromissória ou em um 
compromisso arbitral a arbitragem como meio alternativo à jurisdição e depois, tacitamente, 
acatou aquela decisão que foi proposta no Judiciário, o juiz não poderá se envolver nessa 
situação. 
 
* Pergunta: A suspensão sempre deverá ser requerida? Poderá haver situações de 
suspensão tácita do processo? 
 Em uma prova objetiva, a resposta deve ser no sentido de que a suspensão deverá 
sempre ser requerida e DEFERIDA pelo juiz, eis que se trata de situação excepcional. 
 Não existe “suspensão tácita” do processo mas, sim, abandono da causa. 
 Se as partes, por exemplo, firmaram um acordo extrajudicial e não tomaram 
nenhuma providência no processo, não se pode admitir que está havendo uma suspensão do 
processo. Isso porque a relação jurídica processual engloba o Estado, que “não tem ciência” 
do acordo firmado. TODA HIPÓTESE DE SUSPENSÃO DEVE SER FORMAL E MATERIALMENTE 
COMUNICADA. 
 
 
 São casos de EXTINÇÃO COM RESOLUÇÃO de mérito: 
a) PROCEDÊNCIA / IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO 
b) RECONHECIMENTO DO PEDIDO PELO RÉU 
c) TRANSAÇÃO 
 Natureza jurídica da transação: CONTRATO, por ser um ato jurídico bilateral 
sinalagmático. Sendo a transação um contrato, há a livre manifestação de vontade 
das partes. Isso é direito material ou processual? Se é um CONTRATO, o direito é 
MATERIAL. Se a sua natureza jurídica é de DIREITO MATERIAL, a partir de que 
momento eu posso exigir o cumprimento daquela obrigação? (pergunta boa para cair 
na 1ª ou 2ª fase) Por exemplo, se eu transacionei com o réu hoje, obrigando este ao 
pagamento de 5.000,00 semanais, já poderei cobrar do réu na semana que vem ou 
terei que aguardar a homologação da sentença? É claro que a transação firmada 
necesita da da homologação do juiz mas é para permitir a exigencia do direito 
material nela previsto ou a homologação do juiz tem outra finalidade apenas? Se o 
direito é material, posso cobrar do réu. A título de exemplo, cite-se Humberto 
Theodoro, que diz que “a transação é irretratável unilateralmente, ainda que não 
tenha havido homologação do acordo”. Nenhuma diferença existe entre a transação 
firmada extrajudicial e a judicial. E por que o juiz tem que homologar a 
transação? A homologação por sentença visa extinguir pelo art. 269 aquela 
relação jurídica. Mesmo que a obrigação seja cumprida, é necessária uma sentença 
homologando a transação realizada. 
 
 
d) PRESCRIÇÃO /DECADÊNCIA 
 
Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
 I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor >> O juiz analisou o DIREITO MATERIAL 
 II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido 
 III - quando as partes transigirem 
 IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição 
 V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação 
 
* Pergunta: A sentença do art. 285-A é com ou sem resolução do mérito? 
 
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido 
proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação 
e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada 
 
Neste caso, O JUIZ JULGA o PEDIDO COMO IMPROCEDENTE, RESOLVENDO O 
MÉRITO DA CAUSA. Art. 285-A c/c art. 269 
 
 
 Sobre SUSPENSÃO e EXTINÇÃO DO PROCESSO precisamossaber: 
 EXCEÇÃO: A SUSPENSÃO e a EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO devem ser encaradas 
como uma excepcionalidade e não regra, ao contrário da extinção com resolução de 
mérito. 
 TAXATIVIDADE: os casos são taxativos e teoricamente abordam as hipóteses 
legalmente possíveis pelo ordenamento PARA OS CASOS DE PROCESSO DE 
CONHECIMENTO. >> A sentença aqui tratada é a da fase cognitiva 
 PROCESSOS DE EXECUÇÃO: Se não houver conflito, as regras também se aplicam, 
sem prejuízo de disposições próprias(arts 793 a 795 do CPC). 
 PROCESSOS CAUTELARES: Idem ao processos de execução, com as ressalvas próprias 
(arts. 807 a 811 do CPC). 
 QUESTÕES DE PROVA: As provas geralmente abordam o tema com questões que 
trabalham a TAXATIVIDADE DA LEI. 
 
Na sentença do processo de conhecimento, o juiz: condena ou constitui ou desconstitui 
ou revisa ou declara um direito. 
Então, na tutela cognitiva, é tranqüilo o entendimento do art. 267 e art. 269. 
A pergunta é: o que fazer? Como interpretar os arts. 267 e 269 para a fase 
executiva ou para os processos cautelares (quando preparatórios)? 
Na FASE EXECUTIVA (ou mesmo no processo autônomo de execução), teremos outra 
sentença que irá encerrar a relação jurídica-processual, determinando algumas providências. 
Então a classificação que nós temos dos arts. 267 e 269 está prevista, 
inicialmente, para os processos de conhecimento e, com as adaptações 
necessárias, para os processos cautelares e para a fase executiva dos processos. 
Para estes últimos, é claro que não aplicaremos o art. 269. Mas o acordo, por exemplo, se 
ele surgir, terá um efeito semelhante em todos. Por isso é que precisamos compreender a 
finalidade da tutela cognitiva, da tutela executiva e da tutela cautelar. 
A sentença cautelar determina o arresto ou não, ela não vai tratar ou decidir o direito 
material. Mas eu posso ter um processo cautelar que não atendeu aos pressupostos 
processuais? Perfeitamente. 
Posso ter um processo de execução de título executivo extrajudicial que não atendeu ao 
requisito do título (não apresentação do título)? Posso. 
Em suma: Posso ter falhas processuais em qq das 3 espécies de tutela. O art. 
267 aplica-se a qq uma dessas sentenças. 
Posso ter direito material em qq uma delas? Não. Em tutela cautelar não terei direito 
material, salvo uma condenação por dano por abuso de direito.

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