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Novo CPC - Lei 13.105/15 - Objetivos e mudanças na organização do 
diploma 
 
Este blog tem o intuito de compartilhar diversas opiniões de estudiosos do Direito 
acerca do novo CPC. Assim, poderemos ter uma boa noção do que está por vir 
quando ele entrar em vigor no próximo ano. 
O autor usará 5 livros diferentes para comentar artigo por artigo: (i) Novo CPC - 
Código de Processo Civil Comparado - Luiz Fux e Daniel Amorim Assumpção Neves; 
(ii) Novo Código de Processo Civil de 2015 - Comparativo com o Código de 1973 -
 Fredie Didier Jr. e Ravi Medeiros Peixoto; (iii) Novo CPC - Fundamentos e 
Sistematização - Humberto Theodoro Júnior; (iv) Novo Código de Processo Civil 
Anotado - Cassio Scarpinella Bueno; (v) CPC Referenciado Lei 13.105/2015 Dierle 
Nunes e Natanael Lud Santos e Silva (livro que pode ser baixado gratuitamente 
em:.http://cron.adv.br/publicacao/novo-cpc-referenciado-para-download-gratuito/) 
Recomenda-se a leitura da exposição de motivos do Novo CPC (encontrada no último 
livro indicado acima). 
 
Feitos estes breves apontamentos iniciais, vamos ao conteúdo. 
Começaremos indicando os objetivos da elaboração do Novo CPC que estão na 
exposição de motivos: 
 
"Com evidente redução da complexidade inerente ao processo de criação de um novo 
Código de Processo Civil, poder-se-ia dizer que os trabalhos da Comissão se 
orientaram precipuamente por cinco objetivos: 1) estabelecer expressa e 
implicitamente verdadeira sintonia fina com a Constituição Federal; 2) criar condições 
para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à realidade fática 
subjacente à causa; 3) simplificar, resolvendo problemas e reduzindo a complexidade 
de subsistemas, como, por exemplo, o recursal; 4) dar todo o rendimento possível a 
cada processo em si mesmo considerado; e, 5) finalmente, sendo talvez este último 
objetivo parcialmente alcançado pela realização daqueles mencionados antes, 
imprimir maior grau de organicidade ao sistema, dando-lhe, assim, mais coesão." 
 
Os quatro primeiros objetivos não se exaurem tão somente com a mudança legislativa, 
mas devem ser verificados ao longo do tempo a partir da aplicação prática desta nova 
lei. O quinto objetivo, apesar de, pela própria exposição de motivos, ser verificável 
posteriormente à realização dos demais, se torna mais palpável neste momento com a 
mudança organizacional (Livros, Títulos etc.) do Novo CPC em comparação ao CPC 
de 1973. Assim apresenta-se a nova disposição: 
 
"O projeto apresenta uma redivisão topográfica dos livros do CPC. Ao invés de 
trabalhar com os cinco livros existentes no Código de Processo Civil de 1973 
reformado, o Novo CPC apresenta uma PARTE GERAL dividida em seis Livros ( 
LIVRO I - DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS; LIVRO II -DA FUNÇÃO 
JURISDICIONAL; LIVRO III - DOS SUJEITOS DO PROCESSO; LIVRO IV - DOS 
ATOS PROCESSUAIS; LIVRO V - DA TUTELA ANTECIPADA; LIVRO VI - 
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO) e UMA PARTE 
ESPECIAL, dividida em três Livros (LIVRO I - DO PROCESSO DE CONHECIMENTO 
E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA; LIVRO II - DO PROCESSO DE EXECUÇÃO; 
 LIVRO III - DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO 
DAS DECISÕES JUDICIAIS), e finalmente um LIVRO COMPLEMENTAR (DAS 
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS)." (Nunes, Dierle CPC Referenciado - Lei 
13.105/2015 / Dierle Nunes, Natanael Lud Santos e Silva 1ª ed. – Florianópolis: 
Empório do Direito Editora, 2015. p. 16). 
 
Esta mudança foi explicada na exposição de motivos nos seguintes termos, em 
referência ao doutrinador Egas Moniz de Aragão: 
 
"Para EGAS MONIZ DE ARAGÃO, a ausência de uma parte geral, no Código de 1973, 
ao tempo em que promulgado, era compatível com a ausência de sistematização, no 
plano doutrinário, de uma teoria geral do processo E advertiu o autor: “não se 
recomendaria que o legislador precedesse aos doutrinadores, aconselhando a 
prudência que se aguarde o desenvolvimento do assunto por estes para, colhendo-
lhes os frutos, atuar aquele” (Comentários ao Código de Processo Civil: v II 7 a Ed 
Rio de Janeiro: Forense, 1991, p 8) O profundo amadurecimento do tema que hoje se 
observa na doutrina processualista brasileiro justifica, nessa oportunidade, a 
sistematização da teoria geral do processo, no novo CPC." 
 
Por fim, uma rápida passagem da exposição de motivos sobre a inserção da parte 
geral no Novo CPC: 
 
"A Comissão trabalhou sempre tendo como pano de fundo um objetivo genérico, que 
foi de imprimir organicidade às regras do processo civil brasileiro, dando maior coesão 
ao sistema O Novo CPC conta, agora, com uma Parte Geral, atendendo às críticas de 
parte ponderável da doutrina brasileira Neste Livro I, são mencionados princípios 
constitucionais de especial importância para todo o processo civil, bem como regras 
gerais, que dizem respeito a todos os demais Livros. A Parte Geral desempenha o 
papel de chamar para si a solução de questões difíceis relativas às demais partes do 
Código, já que contém regras e princípios gerais a respeito do funcionamento do 
sistema." 
 
 
 
 
 
 
PARTE GERAL 
LIVRO I 
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS 
TÍTULO ÚNICO 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS 
PROCESSUAIS 
CAPÍTULO I 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 1o O processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais 
estabelecidos na Constituição da 
República Federativa do Brasil, 
observando-se as disposições deste 
Código. 
 
- Para Fredie Didier Jr., Ravi Peixoto, 
Cassio Scarpinella Bueno este artigo não 
possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves há 
correspondência com o artigo 1º do 
CPC/1973: “Art. 1º A jurisdição civil, 
contenciosa e voluntária, é exercida pelos 
juízes, em todo o território nacional, 
conforme as disposições que este Código 
estabelece.”. 
 
 
- Apesar de não achar correspondente ao artigo 1º do novo CPC, Cássio Scarpinella 
Bueno comenta-o em relação à mudança redacional que a Câmara dos Deputados 
havia proposto: “A Câmara havia subtraído a previsão, colocando, em seu lugar, a 
previsão de que ‘o processo civil será ordenado e disciplinado conforme as normas 
deste Código’. Tratava-se de verdadeiro retrocesso que dava a falsa impressão de que 
as normas deste Código são bastantes para ordenar e disciplinar o processo civil. Não 
é verdade porque o contraste de qualquer lei com a Constituição é tarefa insuprimível 
no ordenamento jurídico nacional da atualidade. Trata-se de consequência inarredável 
do controle de constitucionalidade que, na sua modalidade incidental, pode e deve ser 
feito por qualquer magistrado em qualquer instância, observado, no âmbito dos 
tribunais, o art. 97 da CF, fundamento da Súmula Vinculante 10 do STF.” (Bueno, 
Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella 
Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 41). 
 
- “O que, enfim, se pode extrair desse quadro normativo fundamental é a linha 
principiológica geral do sistema ligada, sempre, à ideia matriz de que o processo se 
exterioriza como um mecanismo democrático de dimensionamento de conflitos 
organizado, necessariamente, segundo os critérios da cooperação ou 
comparticipação”. (Novo CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro 
Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. 
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 65). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 2o O processo começa por iniciativa 
da parte e se desenvolve por impulso 
oficial, salvo as exceções previstas em 
lei. 
 
- Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela 
jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e 
forma legais. 
- Art. 262. O processo civil começa por 
iniciativa da parte, mas se desenvolve por 
impulso oficial.- “O novo CPC mantém o consagrado ‘princípio dispositivo’ ou da ‘inércia jurisdicional’ 
como basilar ao direito processual civil, amalgamando em um só dispositivo o que no 
CPC atual consta de seus arts. 2º e 262 (...) As ‘exceções previstas em lei’ são os 
casos em que o ordenamento impõe a predominância do ‘princípio inquisitório’, isto é, 
em que a atuação oficiosa do magistrado é admitida (em rigor, é imposta). Tal 
atuação, contudo, não significa – e não pode querer significar – dispensa ou 
eliminação de prévio contradirório (...)”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de 
Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 43). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação 
jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma 
da lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que 
possível, a solução consensual dos 
conflitos. 
§ 3o A conciliação, a mediação e outros 
métodos de solução consensual de 
conflitos deverão ser estimulados por 
juízes, advogados, defensores públicos e 
membros do Ministério Público, inclusive 
no curso do processo judicial. 
- Para Fredie Didier Jr., Ravi Peixoto, 
Cassio Scarpinella Bueno este artigo não 
possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves há 
correspondência dos §§ 2º e 3º com o 
artigo 125, IV, do CPC/1973: “Art. 125. O 
juiz dirigirá o processo conforme as 
disposições deste Código, competindo-
lhe: 
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as 
partes.”. 
 
 
- CF, art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito. 
 
- Lei 9.307/96, Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da 
arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
 
- “Trata-se do princípio do ‘acesso à Justiça’ ou da ‘inafastabilidade da jurisdição’ (...) 
As exceções feitas pelos parágrafos – da arbitragem e dos ‘meios alternativos de 
resolução de conflitos’ – são plenamente compatíveis com o referido princípio e devem 
ser – como, felizmente, são – incentivadas pelas leis processuais civis e também pelo 
novo CPC”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil 
anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 43). 
 
- “Ao analisar o disposto no art. 3º do Novo CPC, percebe-se uma notória tendência de 
estruturar um modelo multiportas que adota a solução jurisdicional tradicional 
agregada à absorção dos meios alternativos.”. (Novo CPC – Fundamentos e 
sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco 
Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 
2015. p. 241). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 4o As partes têm o direito de obter 
em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa. 
- Para Fredie Didier Jr., Ravi Peixoto, 
Cassio Scarpinella Bueno este artigo não 
possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves há 
correspondência com o artigo 125, II, do 
CPC/1973: “Art. 125. O juiz dirigirá o 
processo conforme as disposições deste 
Código, competindo-lhe: 
II – velar pela rápida solução do litígio.”. 
 
 
- CF, art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação. (Princípio da economia e eficiência processuais). 
 
- Enunciado n. 278 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC): o CPC 
adota como princípio a sanabilidade dos atos processuais defeituosos. 
 
- Enunciado n. 292 do FPPC: Antes de indeferir a petição inicial, o juiz deve aplicar o 
disposto no art. 322 (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo 
referente passou a ser o 321). 
 
- “A expressa menção a ‘atividade satisfativa’ é digna de destaque para evidenciar que 
a atividade jurisdicional não se esgota com o reconhecimento (declaração) dos 
direitos, mas também com a sua concretização.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo 
Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 
2015. p. 44). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma 
participa do processo deve comportar-se 
de acordo com a boa-fé. 
- Para Cassio Scarpinella Bueno este 
artigo não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves, 
Fredie Didier Jr. e Ravi Peixoto há 
correspondência com o artigo 14, II, do 
CPC/1973: “Art. 14. São deveres das 
partes e de todos aqueles que de 
qualquer forma participam do processo: 
II – proceder com lealdade e boa-fé.”. 
 
 
- Enunciado n. 6 do FPPC: O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres 
inerentes à boa-fé e à cooperação. 
 
- “(...) é bom lembrar que a boa-fé aparece no direito processual, como em todo o 
ordenamento jurídico, sob a roupagem de uma cláusula geral, e assim, tem a força de 
impregnar a norma que a veicula de grande flexibilidade. Isso porque a característica 
maior dessa modalidade normativa é a indeterminação das consequências de sua 
inobservância, cabendo ao juiz nos limites do debate processual e em comparticipação 
com as partes, avaliar e determinar seus efeitos, adequando-os às peculiaridades do 
caso concreto. (...) Assim, dentro dos limites do debate processual, a infração ao 
princípio da boa-fé pode, por exemplo, gerar tanto a preclusão de um poder 
processual (supressio), como o dever de indenizar (em caso de dano), ou, ainda, a 
imposição de medida inibitória, de sanção disciplinar, de nulidade do ato processual 
etc. (...) Tal princípio no campo processual tem como destinatários todos os sujeitos 
processuais e não somente as partes, alcançando juízes e tribunais. (...) No campo 
processual, em face do modelo constitucional de processo e de sua evidente 
decorrência do devido processo legal, a boa-fé induz a adoção de comportamentos 
que não quebrem a proteção da confiança e que obstem o recorrente comportamento 
não cooperativo de todos os sujeitos processuais, sejam os dos juízes mediante 
voluntarismos e de decisionismos, sejam os das partes e advogados, mediante, v.g., 
estratégias com a finalidade de atrasar o curso do procedimento.”. (Novo CPC – 
Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre 
Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense, 2015. p. 185-187, 201). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo 
devem cooperar entre si para que se 
obtenha, em tempo razoável, decisão de 
mérito justa e efetiva. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
 
 
- Enunciado n. 6 do FPPC: O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres 
inerentes à boa-fé e à cooperação. 
 
- “O art. 6º do novo CPC trata do ‘princípio da cooperação”, querendo estabelecer um 
modelo de processo cooperativo – nitidamente inspirado no modelo constitucional – 
vocacionado à prestação efetiva da tutela jurisdicional, com ampla participação de 
todos os sujeitos processuais, do início ao fim da atividade jurisdicional. (...) Não se 
trata, portanto, de envolvimento apenas entre as partes (autor e réu), mas também de 
eventuais terceiros intervenientes (em qualquer uma das diversas modalidade de 
intervenção de terceiros), do próprio magistrado, de auxiliares da Justiça e, 
evidentemente, do próprio Ministério Público quando atue na qualidade de fiscal da 
ordem jurídica.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil 
anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 45). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 7o É assegurada às partes paridade 
de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos 
meios de defesa, aos ônus, aos deveres 
e à aplicação de sanções processuais, 
competindo ao juiz zelar peloefetivo 
contraditório. 
- Para Fredie Didier Jr. e Ravi Peixoto 
este artigo não possui correspondência 
com o CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves e 
Cassio Scarpinella Bueno há 
correspondência com o artigo 125, I, do 
CPC/1973: “Art. 125. O juiz dirigirá o 
processo conforme as disposições deste 
Código, competindo-lhe: 
I – assegurar às partes igualdade de 
tratamento.”. 
 
 
 
- Enunciado n. 107 do FPPC: O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se 
manifestar sobre a prova documental produzida. 
 
- Enunciado n. 235 do FPPC: Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança 
os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. 
 
- “O dispositivo agasalha expressamente o princípio da isonomia e do contraditório. 
(...) Contraditório, insista-se, no sentido de participação e cooperação efetivas e aptas 
a contribuir com o proferimento das decisões e satisfação do direito tal qual 
reconhecido.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil 
anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 45). 
. 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, 
o juiz atenderá aos fins sociais e às 
exigências do bem comum, resguardando 
e promovendo a dignidade da pessoa 
humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a 
legalidade, a publicidade e a eficiência. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
 
- LINDB, Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige 
e às exigências do bem comum. 
 
- É muito perigoso estimular julgamentos puramente principiológicos sem verdadeira 
densidade normativa (fruto da escolha solitária do julgador), dado o risco do 
decisionismo, em que as razões de decidir se localizem em critérios ideológicos do 
juiz, e não do Direito positivo (...) De tal sorte, a pura, simples e vaga invocação de um 
falso princípio nunca seria suficiente para o juiz deixar de aplicar uma norma. Só assim 
se preservará a harmonia das garantias de segurança jurídica e de justiça que a 
Constituição assegura por meio dos princípios fundamentais do acesso à justiça (Novo 
CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, 
Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – 
Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 66-67). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra 
uma das partes sem que ela seja 
previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto 
no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência 
previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
- Para Fredie Didier Jr., Ravi Peixoto, 
Cassio Scarpinella Bueno este artigo não 
possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves há 
correspondência com o artigo 797 do 
CPC/1973: “Art. 797 Só em casos 
excepcionais, expressamente autorizados 
por lei, determinará o juiz medidas 
cautelares sem audiência das partes.”. 
 
 
- Enunciado n. 235 do FPPC: Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança 
os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. 
 
- “O objetivo da norma é de evitar o proferimento das chamadas ‘decisões surpresa’, o 
que também é perseguido, embora em perspectiva diversa, pelo art. 10 do novo CPC. 
(...) Nas hipóteses do parágrafo único do art. 9º, é importante frisar, o que ocorre é 
mero postergamento do contraditório; nunca sua eliminação, o que atritaria não só 
com a norma anotada, mas superiormente, com o ‘modelo constitucional’. (Bueno, 
Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella 
Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 46-47). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 10 O juiz não pode decidir, em grau 
algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se 
tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria 
sobre a qual deva decidir de ofício. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Enunciado n. 235 do FPPC: Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança 
os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. 
 
- Enunciado n. 259 do FPPC: A decisão referida no § 4º do art. 191 depende de 
contraditório prévio (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo 
referente passou a ser o 190, parágrafo único). 
 
- “Trata-se, nesse sentido, de escorreita aplicação do ‘princípio do contraditório’, 
também expressado pelo art. 9º do novo CPC. (...) Ressalva importante contida na 
norma está em que o prévio contraditório deve ser observado mesmo quando se tratar 
de ‘matéria sobre a qual deva decidir de ofício’. Assim, importa conciliar o dever do 
magistrado de apreciar determinadas questões ao longo de todo o processo, 
independentemente de provocação (v.g.: questões relativas à higidez do 
desenvolvimento do direito de ação ou ao desenvolvimento do processo e, até mesmo, 
questões de ordem material), e o dever de as partes serem ouvidas previamente sobre 
a resolução de tais questões (...) A norma exige que as partes sejam ouvidas 
previamente. É possível interpretar a palavra mais amplamente para se referir aos 
terceiros, assim entendido também o Ministério Público quando atuante na qualidade 
de fiscal da ordem jurídica? A resposta só pode ser positiva porque, a insistência 
nunca é demasiada, o contraditório deriva diretamente do ‘modelo constitucional do 
direito processual civil’, sendo mera expressão redacional sua a contida no dispositivo 
anotado. Cabe destacar, por fim, que a palavra ‘fundamento’ empregada pelo 
dispositivo não está sendo usada como sinônimo de ‘causa de pedir’. O art. 10 não 
está a autorizar que a causa de pedir seja alterada pelo magistrado desde que as 
partes sejam previamente ouvidas. À hipótese, prevalece a vedação expressa do art. 
141 e, de forma mais ampla, do princípio da vinculação do juiz ao pedido, preservado 
pelo novo CPC. Por isso mesmo, importa compreender ‘fundamento’ de forma ampla, 
a título de ‘argumento’ ou de ‘razões’ aptas para justificar a decisão a ser tomada pelo 
magistrado. É sobre esse argumento (ou essas razões) que as partes devem ser 
ouvidas. Após sua discussão específica, segue-se a decisão.”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São 
Paulo: Saraiva, 2015. p. 47-48). 
 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 11 Todos os julgamentos dos órgãos 
do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob 
pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo 
de justiça, pode ser autorizada a 
presença somente das partes, de seus 
advogados, de defensores públicos ou do 
Ministério Público. 
 
- Para Fredie Didier Jr. e Ravi Peixoto, 
este artigo não possui correspondência 
com o CPC/1973. 
- Para Daniel A. Assumpção Neves há 
correspondência com o artigo 165, e 
artigo 458, II, do CPC/1973: “Art. 165. As 
sentenças e acórdãos serão proferidos 
com observância do disposto no art. 458; 
as demais decisões serão 
fundamentadas, ainda que de modo 
conciso. Art. 458. São requisitos 
essenciais da sentença: II - os 
fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito.”. 
- Para Cassio Scarpinella Bueno há 
correspondência com o artigo 131, artigo 
155 e artigo 165, do CPC/1973: “Art. 131. 
O juiz apreciará livremente a prova, 
atendendo aos fatos e circunstâncias 
constantes dos autos, ainda que não 
alegados pelas partes; mas deverá 
indicar, na sentença, os motivos que Ihe 
formaram o convencimento. Art. 155. Os 
atos processuais são públicos. Correm, 
todavia, em segredo de justiça os 
processos: I - em que o exigir o interesse 
público; Il - que dizem respeito a 
casamento, filiação, separação dos 
cônjuges, conversão desta em divórcio, 
alimentos e guarda de menores. 
Parágrafo único. O direito de consultar os 
autos e de pedir certidões de seus atos érestrito às partes e a seus procuradores. 
O terceiro, que demonstrar interesse 
jurídico, pode requerer ao juiz certidão do 
dispositivo da sentença, bem como de 
inventário e partilha resultante do 
desquite. Art. 165. As sentenças e 
acórdãos serão proferidos com 
observância do disposto no art. 458; as 
demais decisões serão fundamentadas, 
ainda que de modo conciso.”. 
 
 
- CF, art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá 
sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente 
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no 
sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Princípios da publicidade e da 
motivação). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
 
Art. 12 Os juízes e os tribunais deverão 
obedecer à ordem cronológica de 
conclusão para proferir sentença ou 
acórdão. 
§ 1o A lista de processos aptos a 
julgamento deverá estar 
permanentemente à disposição para 
consulta pública em cartório e na rede 
mundial de computadores. 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
I - as sentenças proferidas em audiência, 
homologatórias de acordo ou de 
improcedência liminar do pedido; 
II - o julgamento de processos em bloco 
para aplicação de tese jurídica firmada 
em julgamento de casos repetitivos; 
III - o julgamento de recursos repetitivos 
ou de incidente de resolução de 
demandas repetitivas; 
IV - as decisões proferidas com base nos 
arts. 485 e 932; 
V - o julgamento de embargos de 
declaração; 
VI - o julgamento de agravo interno; 
VII - as preferências legais e as metas 
estabelecidas pelo Conselho Nacional de 
Justiça; 
VIII - os processos criminais, nos órgãos 
jurisdicionais que tenham competência 
penal; 
IX - a causa que exija urgência no 
julgamento, assim reconhecida por 
decisão fundamentada. 
§ 3o Após elaboração de lista própria, 
respeitar-se-á a ordem cronológica das 
conclusões entre as preferências legais. 
§ 4o Após a inclusão do processo na lista 
de que trata o § 1o, o requerimento 
formulado pela parte não altera a ordem 
cronológica para a decisão, exceto 
quando implicar a reabertura da instrução 
ou a conversão do julgamento em 
diligência. 
§ 5o Decidido o requerimento previsto no 
§ 4o, o processo retornará à mesma 
posição em que anteriormente se 
encontrava na lista. 
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista 
prevista no § 1o ou, conforme o caso, no 
§ 3o, o processo que: 
I - tiver sua sentença ou acórdão 
anulado, salvo quando houver 
necessidade de realização de diligência 
ou de complementação da instrução; 
II - se enquadrar na hipótese do art. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
1.040, inciso II. 
 
 
- O art. 485 do novo CPC, que se encontra como exceção à ordem cronológica do 
artigo em comento (art. 12, § 2º, IV) se refere às sentenças sem resolução de mérito. 
Por sua vez, o art. 932, em situação idêntica, se refere às hipóteses de proferimento 
de decisão monocrática no âmbito dos Tribunais. 
 
- “(...) os magistrados devem se manifestar nos processos com observância da ordem 
cronológica da conclusão, disponibilizada a lista respectiva – para fins de controle – ao 
público em geral, inclusive pela internet (§1º). O § 2º do dispositivo indica uma série de 
exceções para a ordem imposta pelo caput, quais sejam: (...). Os §§ 3º a 5º querem 
evitar eventuais burlas à cronologia decorrente do caput. Para garantir o cumprimento 
da regra, há expressa previsão para que o escrivão ou chefe de secretaria observe a 
ordem cronológica do dispositivo quando do envio dos autos à conclusão, como se 
pode verificar do art. 153 do novo CPC. O § 6º, por sua vez, quer criar condições para 
que os casos nele indicados – sentença ou acórdão anulado, salvo se houver 
necessidade de diligência ou reabertura da fase instrutória e quando for o caso de 
aplicação do paradigma decorrente de recurso extraordinário e/ou especial repetitivo – 
sejam julgados o mais rapidamente possível. Na primeira hipótese, de anulação da 
sentença ou do acórdão, a iniciativa quer evitar a sensação de ‘tempo perdido’ que 
poderia ser experimentada com a nulidade da decisão anterior. Na segunda, a opção é 
claramente política, harmônica ao que quer o novo CPC quanto a transformar as 
decisões proferidas pelos Tribunais Superiores em verdadeiros indexadores da 
jurisprudência, obtendo, com a iniciativa – e de maneira reflexa, maior celeridade 
processual.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil 
anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 50). 
 
- Abre-se uma divergência de entendimentos (ao menos aparente, já que o autor 
acima não especifica o que seria “manifestar” e sabemos que o juiz se “manifesta” 
através de sentenças, decisões interlocutórias e despachos) naquilo que foi destacado 
acima quanto ao momento que deve se aplicar esta ordem cronológica: “Vale lembra 
que, de toda sorte, a regra do art. 12 de julgamentos por ordem cronológica sofre 
exceções previstas no § 2º do próprio artigo. Leonardo C. da Cunha aduz, também 
como exceção à regra da cronologia a questão referente ao momento em que se deve 
observar a ordem cronológica: no primeiro grau, quando os autos estão conclusos 
para sentença; nos Tribunais, quando conclusos para julgamento colegiado – uma vez 
que a lei fala na observância da ordem cronológica a partir do momento em que há 
‘conclusão do processo para julgamento final’ -, não se aplicando a decisões 
liminares ou qualquer outra decisão tomada antes do julgamento final.”. (Novo CPC – 
Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre 
Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense, 2015. p. 171). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 13 A jurisdição civil será regida pelas 
normas processuais brasileiras, 
ressalvadas as disposições específicas 
previstas em tratados, convenções ou 
acordos internacionais de que o Brasil 
seja parte. 
- Para Fredie Didier Jr. e Ravi Peixoto, 
este artigo não possui correspondência 
com o CPC/1973. 
 
- Para Daniel A. Assumpção Neves há 
correspondência com o artigo 1º do 
CPC/1973: “Art. 1º A jurisdição civil, 
contenciosa e voluntária, é exercida pelos 
juízes, em todo o território nacional, 
conforme as disposições que este Código 
estabelece.”. 
- Para Cassio Scarpinella Bueno há 
correspondência com o artigo 1.211 do 
CPC/1973: “Art. 1.211. Este Código 
regerá o processo civil em todo o 
território brasileiro. Ao entrar em vigor, 
suas disposições aplicar-se-ão desde 
logo aos processos pendentes.”. 
 
- “Não há como colocar em dúvida, até em função do emprego da palavra ‘norma’, a 
necessária observância de todo o ‘modelo constitucional do direito processual civil’ 
nesta regência (...) Trata-se, neste sentido, de importante inovação (ao menos literal) 
diante da primeira parte do art. 1.211 do CPC atual, que dá a (falsa) impressão de que 
é o Código, apenas ele, que rege o processo civil em todo território nacional.”. (Bueno, 
Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella 
Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 51). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 14 A norma processual não 
retroagirá e será aplicável imediatamente 
aos processos em curso, respeitados os 
atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a 
vigência da norma revogada. 
- Para Daniel A. Assumpção Neves este 
artigo não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
- Para Cassio Scarpinella Bueno, FredieDidier Jr. e Ravi Peixoto há 
correspondência com o artigo 1.211 do 
CPC/1973: “Art. 1.211. Este Código 
regerá o processo civil em todo o 
território brasileiro. Ao entrar em vigor, 
suas disposições aplicar-se-ão desde 
logo aos processos pendentes.”. 
 
- LINDB, Art. 6o A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em 
que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, 
possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou 
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba 
recurso. 
 
- “Aprimorando a segunda parte do art. 1.211 do CPC atual, o texto do art. 14 
agasalha expressamente o princípio do tempus regit actum que deve ser entendido 
como a incidência imediata das novas leis no processo em curso com a preservação 
dos atos processuais já praticados. É essa a razão pela qual se extrai do dispositivo 
também o chamado ‘princípio do isolamento dos atos processuais’, corretamente 
garantido (art. 5º, XXXI, da CF), ao assegurar o respeito aos atos processuais 
praticados e às situações jurídicas consolidadas sob o pálio da lei Anterior. O Livro 
Complementar do novo CPC volta ao tema nos art. 1.046, caput e §§ 1º e 2º, 1.047, 
1.052 e 1.057, ora para enfatizar o referido princípio, ora para mitigá-lo, revelando, 
assim, as opções políticas que o legislador processual civil mais recente fez com 
relação ao tema e aos seus diversos desdobramentos. A iniciativa é importante porque 
as decisões interlocutórias que venham a resolver as intrincadas questões de direito 
intertemporal somente serão agraváveis de instrumento, isto é, imediatamente, 
quando se amoldarem às hipóteses indicadas no art. 1.015 e, neste sentido, é 
preferível, como fazem as regras destacadas, à exceção do caput do art. 1.046, no 
mesmo sentido do art. 14, impedir a eficácia imediata do novo CPC aos processos em 
curso, ainda que de forma limitada a determinados atos ou fases.”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São 
Paulo: Saraiva, 2015. p. 51). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 15 Na ausência de normas que 
regulem processos eleitorais, trabalhistas 
ou administrativos, as disposições deste 
Código lhes serão aplicadas supletiva e 
subsidiariamente. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- CLT, Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária 
do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as 
normas deste Título. 
 
- Enunciado n. 245 do FPPC: O fato de a parte, pessoa natural ou jurídica, estar 
assistida por advogado particular não impede a concessão da justiça gratuita na 
Justiça doTrabalho. 
- Enunciado n. 246 do FPPC: Dispensa-se o preparo do recurso quando houver 
pedido de justiça gratuita em sede recursal, consoante art. 99, § 6º, aplicável ao 
processo do trabalho. Se o pedido for indeferido, deve ser fixado prazo para o 
recorrente realizar o recolhimento (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o 
artigo referente passou a ser o 99, § 7º). 
 
- Enunciado n. 250 do FPPC: Admite-se a intervenção do amicus curiae nas 
causas trabalhistas, na forma do art. 138, sempre que o juiz ou relator vislumbrar a 
relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão 
geral da controvérsia, a fim de obter uma decisão respaldada na pluralidade do debate 
e, portanto, mais democrática. 
 
- Enunciado n. 266 do FPPC: Aplica-se o art. 218, § 4º, ao processo do trabalho, 
nãose considerando extemporâneo ou intempestivo o ato realizado antes do termo 
inicial do prazo. 
 
- Enunciado n. 270 do FPPC: Aplica-se ao processo do trabalho o art. 224, § 1º. 
 
- Enunciado n. 294 do FPPC: O julgamento liminar de improcedência, disciplinado 
noart. 333, salvo com relação ao § 1º, se aplica ao processo do trabalho quando 
contrariar: a) enunciado de súmula ou de Orientação Jurisprudencial do TST; b) 
acórdão proferido pelo TST em julgamento de recursos de revista repetitivos; c) 
entendimento firmado em resolução de demandas repetitivas (com a mudança dos 
projetos de lei no Congresso o artigo referente passou a ser o 332). 
 
- Enunciado n. 302 do FPPC: Aplica-se o art. 380, §§1º e 2º, ao processo do 
trabalho, autorizando a distribuição dinâmica do ônus da prova diante de 
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade da 
parte de cumprir o seu encargo probatório, ou, ainda, à maior facilidade de obtenção 
da prova do fato contrário. 
O juiz poderá, assim, atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que de forma 
fundamentada, preferencialmente antes da instrução e necessariamente antes da 
sentença, permitindo à parte se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído (com a 
mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo referente passou a ser o 373, §§ 1º 
e 2º). 
 
- Enunciado n. 304 do FPPC: As decisões judiciais trabalhistas, sejam elas 
interlocutórias, sentenças ou acórdãos, devem observar integralmente o disposto no 
art. 499, sobretudo o seu § 1º, sob pena de se reputarem não fundamentadas e, por 
conseguinte, nulas (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo 
referente passou a ser o 489, § 1º). 
 
- Enunciado n. 325 do FPPC: A modificação de entendimento sedimentado pelos 
tribunais trabalhistas deve observar a sistemática prevista no art. 521, devendo se 
desincumbir do ônus argumentativo mediante fundamentação adequada e específica, 
modulando, quando necessário, os efeitos da decisão que supera o entendimento 
anterior (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo referente passou a 
ser o 927). 
 
- Enunciado n. 326 do FPPC: O órgão jurisdicional trabalhista pode afastar a 
aplicação do precedente vinculante quando houver distinção entre o caso sob 
julgamento e o paradigma, desde que demonstre, fundamentadamente, tratar-se de 
situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica diversa. 
 
- Enunciado n. 329 do FPPC: Na execução trabalhista deve ser preservada a quota 
parte de bem indivisível do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução, sendo-lhe 
assegurado o direito de preferência na arrematação do bem em igualdade de 
condições. 
 
- Enunciado n. 330 do FPPC: Na Justiça do trabalho, o juiz pode deferir a aquisição 
parcelada do bem penhorado em sede de execução, na forma do art. 911 e seus 
parágrafos (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo referente 
passou a ser o 895). 
 
- Enunciado n. 331 do FPPC: O pagamento da dívida objeto de execução trabalhista 
pode ser requerido pelo executado nos moldes do art. 932 (com a mudança dos 
projetos de lei no Congresso o artigo referente passou a ser o 916). 
 
- Enunciado n. 332 do FPPC: Considera-se vício sanável, tipificado no art. 951, § 1º, 
a apresentação da procuração e da guia de custas ou depósito recursal em cópia, 
cumprindo ao relator assinalar prazo para a parte renovar o ato processual com a 
juntada dos originais (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo 
referente passou a ser o 938, § 1º). 
 
- Enunciado n. 333 do FPPC: Em se tratando de guia de custas e depósito recursal 
inseridos no sistema eletrônico, estando o arquivo corrompido, impedido de ser 
executado ou de ser lido, deverá o relator assegurar a possibilidade de sanar o vício, 
nos termos do art. 951, § 1º (com a mudança dos projetos de lei no Congresso o artigo 
referente passou a ser o 938, § 1º). 
 
- Enunciado n. 335 do FPPC: O incidente de assunção de competência aplica-se ao 
processo do trabalho.- Enunciado n. 347 do FPPC: Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de 
resolução de demandas repetitivas, devendo ser instaurado quando houver efetiva 
repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de 
direito. 
 
- Enunciado n. 350 do FPPC: Cabe reclamação, na Justiça do Trabalho, da parte 
interessada ou do Ministério Público, nas hipóteses previstas no art. 1.000, visando a 
preservar a competência do tribunal e garantir a autoridade das suas decisões e do 
precedente firmado em julgamento de casos repetitivos (com a mudança dos projetos 
de lei no Congresso o artigo referente passou a ser o 988). 
 
- Enunciado n. 352 do FPPC: É permitida a desistência do recurso de revista 
repetitivo, mesmo quando eleito como representativo da controvérsia, sem 
necessidade de anuência da parte adversa ou dos litisconsortes; a desistência, 
contudo, não impede a análise da questão jurídica objeto de julgamento do recurso 
repetitivo. 
 
- Enunciado n. 353 do FPPC: No processo do trabalho, o equívoco no 
preenchimento da guia de custas ou de depósito recursal não implicará a aplicação da 
pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, 
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de cinco dias. 
 
- “O art. 15, contudo, nada fala sobre a aplicação supletiva e subsidiária do novo CPC 
aos ‘processos penais’. A questão, pertinentíssima, é saber se, não obstante este 
silêncio, a aplicação continua a ser autorizada pela art. 3º do CPP. A melhor resposta 
parece ser a positiva, o que se justifica até mesmo pela amplitude do texto da referida 
regra processual penal. De resto, nos casos em que o Código de Processo Penal faz 
expressa remissão ao Código de Processo Civil (art. 139 [depósito e administração de 
bens arrestados]; art. 362 [citação por hora certa] e art. 790 [homologação de 
sentença estrangeira]), é irrecusável o prevalecimento da disciplina trazida pelo novo 
CPC. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio 
Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 52). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO II 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 16 A jurisdição civil é exercida pelos 
juízes e pelos tribunais em todo o 
território nacional, conforme as 
disposições deste Código. 
- Art. 1º A jurisdição civil, contenciosa e 
voluntária, é exercida pelos juízes, em 
todo o território nacional, conforme as 
disposições que este Código estabelece. 
 
- “O art. 16 do novo CPC repete, com modificação de texto, o art. 1º do CPC atual, 
sumprimindo a distinção entre a ‘jurisdição contenciosa’ e a ‘jurisdição voluntária’. Em 
rigor, tanto quanto no direito em vigor, a norma é insuficiente porque a jurisdição 
deriva, em primeiro plano, não da lei ou do Código de Processo Civil, mas, sim, 
superiormente, da Constituição Federal.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código 
de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 54). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 17 Para postular em juízo é 
necessário ter interesse e legitimidade. 
- Art. 3º Para propor ou contestar ação é 
necessário ter interesse e legitimidade. 
 
- “O art. 17 evita, diferentemente do art. 3º do CPC atual, o emprego da palavra ‘ação’. 
Emprega, em seu lugar, a expressão ‘para postular em juízo’, o que é indicativo, como 
aceita com tranquilidade a doutrina, do exercício do direito de ação. Postular, contudo, 
não pode ser compreendido apenas do ponto de vista do autor, aquele que rompe a 
inércia da jurisdição para pedir tutela jurisdicional. Também o réu postula em juízo. E o 
faz mesmo quando se limita a resistir à pretensão autoral sem reconvir. Os terceiros, 
ao pretenderem intervir no processo, também postulam. (...) Haverá quem diga, diante 
disso, que a nova fórmula redacional quer evitar o emprego da consagradíssima 
expressão ‘condições da ação’, o que se confirma também, mas não só, pela redação 
do inciso VI do art. 485, segundo o qual ‘o juiz não resolverá o mérito quando: (...) 
verificar a ausência de legitimidade ou de interesse processual’, que difere do atual art. 
267, VI, que adota a referida expressão. (...) É possível antever, de todo modo, que a 
doutrina brasileira, em geral, certamente irá se impressionar bastante com a fórmula 
redacional aqui discutida e irá sustentar a abolição da categoria das condições da 
ação, propondo, na linha de outros ordenamentos jurídicos, que o interesse e a 
legitimidade sejam tratados ao lado dos pressupostos processuais como pressupostos 
de admissibilidade do julgamento de mérito, genericamente considerados. (...) 
Superados estes questionamentos, outra observação importante acerca do art. 17 do 
novo CPC é a compreensão de que ele abandonou as três ‘condições da ação’ aceitas 
no CPC atual: interesse, legitimidade e possibilidade jurídica do pedido. Para o novo 
CPC, apenas o interesse e a legitimidade devem estar presentes para viabilizar, na 
perspectiva do exercício do direito de ação (que não tem nenhuma relação com a 
higidez do processo), o julgamento de mérito. A justificativa geralmente aceita para a 
supressão é a de que a ‘possibilidade jurídica do pedido’ seria, ontologicamente, 
decisão de mérito e, como tal, arredia à sua concepção como algo que, por definição, 
deve anteceder o julgamento de mérito, com ele não se confundindo.”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São 
Paulo: Saraiva, 2015. p. 54-55). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 18 Ninguém poderá pleitear direito 
alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição 
processual, o substituído poderá intervir 
como assistente litisconsorcial. 
 
- Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em 
nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei. 
 
- Enunciado n. 110 do FPPC: Havendo substituição processual, e sendo possível 
identificar o substituto, o juiz deve determinar a intimação deste último para, querendo, 
integrar o processo. 
 
- “O art. 18 do novo CPC trata da ‘legitimação extraordinária’, comumente tratada 
como sinônimo de ‘substituição processual’. (...) O parágrafo único do art. 18 do novo 
CPC faz expressa a compreensão de que, havendo substituição processual, o 
substituído poderá intervir no processo na qualidade de assistente litisconsorcial. A 
previsão é, em certa medida, irrealista, porque ela não trata de como e se 
necessariamente o magistrado deve dar ciência, ao substituído, do atuar do substituto. 
(...) Preferível, por isso mesmo, a versão do Projeto do Senado, que impunha ao 
magistrado o dever de dar ciência ao substituído e determinava que, com sua 
intervenção, cessava a substituição. (...) O que se põe para discussão, é se aquela 
diretriz pode ser extraída do sistema, malgrado a sua não aprovação ao final dos 
trabalhos legislativos. A resposta é positiva porque ela decorre dos princípios do 
contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Assim, cabe ao magistrado, 
defrontando-se com hipóteses de substituição processual (ou, mais amplamente, de 
legitimação extraordinária), dar ciência ao substituído para, querendo, intervir no 
processo. Trata-se neste sentido, de verdadeiro dever-poder do magistrado. (...) 
Havendo intervenção, contudo, deve prevalecer a escolha feita pelo novo CPC: o 
substituído atuará ao lado do substituto na qualidade de assistente litisconsorcial, 
qualidade esta que impedirá a prática de atos dispositivos de direito por este.”. (Bueno, 
Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella 
Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 56). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 19 O interesse do autor pode limitar-
se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do 
modo de ser de uma relaçãojurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de 
documento. 
 
- Art. 4º O interesse do autor pode limitar-
se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de 
relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de 
documento. 
 
- Súmula 258, STF: É admissível reconvenção em ação declaratória. 
 
- Súmula 181, STJ: É admissível ação declaratória, visando obter certeza quanto à 
exata interpretação de cláusula contratual. 
 
- Súmula 242, STJ: Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço 
para fins previdenciários. 
 
- “Quando comparado com o art. 4º do CPC atual, o art. 19 mostra-se mais amplo 
porque acabou por acolher expressamente o entendimento de que cabe a ‘ação 
declaratória’ para definir o ‘modo de ser de uma relação jurídica’, diretriz que encontra 
eco na Súmula 181 do STJ: (...).”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de 
Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 57). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 20 É admissível a ação meramente 
declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. 
- Art. 4º (...) 
Parágrafo único. É admissível a ação 
declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. 
 
- Enunciado n. 111 do FPPC: Persiste o interesse no ajuizamento de ação declaratória 
quanto à questão prejudicial incidental. 
 
- “É possível, assim, pedir tutela jurisdicional ‘meramente declaratória’ quando a 
hipótese, em rigor – porque de lesão se trata (na perspectiva da afirmação do autor) - , 
já autorizaria a tutela jurisdicional ‘condenatória’, querendo compelir ao réu a fazer, 
não fazer, entregar algo diverso de dinheiro ou a pagar. (...) Por que veicular o 
comando como artigo independente e não como parágrafo único, iniciativa, repita-se, 
adotada pelo CPC atual e pelo Projeto do Senado? A resposta nada tem de técnica. O 
que se passou foi e simplesmente, a necessidade de ocupar o ‘espaço vago’ gerado 
pela supressão da ‘ação declaratória incidental’ na etapa final do processo legislativo 
na Câmara dos Deputados.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo 
Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 57-58). 
 
 
 
TÍTULO II 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO 
INTERNACIONAL 
CAPÍTULO I 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 21 Compete à autoridade judiciária 
brasileira processar e julgar as ações em 
que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua 
nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a 
obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou 
ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto 
no inciso I, considera-se domiciliada no 
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que 
nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 88. É competente a autoridade 
judiciária brasileira quando: 
I - o réu, qualquer que seja a sua 
nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a 
obrigação; 
III - a ação se originar de fato ocorrido ou 
de ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto 
no no I, reputa-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver 
agência, filial ou sucursal. 
 
 
- LINDB, Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu 
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
 
- “Em todas estas situações, a lei brasileira não nega a existência de processos 
perante órgãos jurisdicionais estrangeiros envolvendo as mesmas partes, com o 
mesmo pedido e a mesma causa de pedir. A litispendência e/ou a coisa julgada, 
nestes casos, pressupões a homologação da decisão estrangeira para surtir no Brasil 
seus efeitos, disciplina que é dada pelos arts. 960 a 965 (art. 24).”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São 
Paulo: Saraiva, 2015. p. 58). 
 
- “Na nova legislação, o art. 21, define os limites da atividade jurisdicional brasileira de 
modo relativo (ou concorrente), seguindo a fórmula já adotada no CPC/1973.”. (Novo 
CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, 
Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – 
Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 141-142). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 22 Compete, ainda, à autoridade 
judiciária brasileira processar e julgar as 
ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência 
no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais 
como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de 
benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, 
quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou 
tacitamente, se submeterem à jurisdição 
nacional. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “Complementando o art. 21, o disposto no art. 22, traz outros critérios para que o 
juízo brasileiro possa conhecer determinadas demandas.”. (Novo CPC – Fundamentos 
e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco 
Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 
2015. p. 142). 
 
- “Por fim, o inciso III reconhece a jurisdição da autoridade judiciária brasileira quando 
as partes, expressa ou tacitamente, submeterem-se à jurisdição nacional, previsão 
que merece destaque diante da sempre crescente globalização. Uma verdadeira 
cláusula de eleição de foro com opção pelo Judiciário nacional, hipótese em que será 
necessário discernir até que ponto o ajuste entre as partes – mesmo que celebrado 
sob as vestes de ‘negócio processual’ (art. 190) -, pode querer definir o juízo 
competente. Indubitavelmente, aplicam-se à espécie as mesmas considerações feitas 
sobre o art. 25 e sobre os § § 3º e 4º do art. 63.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo 
Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 
2015. p. 59). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 23 Compete à autoridade judiciária 
brasileira, com exclusão de qualquer 
- Art. 89. Compete à autoridade judiciária 
brasileira, com exclusão de qualquer 
outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, 
proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o 
autor da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou 
dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda 
que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional. 
outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil; 
II - proceder a inventário e partilha de 
bens, situados no Brasil, ainda que o 
autor da herança seja estrangeiro e tenha 
residido fora do território nacional. 
. 
 
- CF, Art. 5º (...) XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre 
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus". 
 
- LINDB, Art. 10 A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que 
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação 
dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
 
- LINDB, Art. 12 (...) § 1o Só à autoridade judiciária brasileira competeconhecer das 
ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
 
- “O art. 23 trata dos casos em que o direito brasileiro afirma-se competente com 
caráter exclusivo para o processamento e julgamento das causas. Eventual decisão 
estrangeira entre as mesmas partes, com a mesma causa de pedir e o mesmo pedido 
não é idônea para ser homologada (art. 964, caput) e, por isso, não terá aptidão de 
produzir seus efeitos em território brasileiro. (...) A expressa menção feita pelo inciso III 
à ‘separação judicial’, alvo de discussões até os últimos momentos dos debates do 
Projeto no Senado Federal, é a preferível. Aos civilistas é que cabe defender a 
manutenção, ou não, da separação judicial na perspectiva do direito material após o 
advento da Emenda Constitucional n. 66/2010, que aboliu o prazo mínimo para o 
divórcio. Aos processualistas em geral e ao Código de Processo Civil em específico 
cabe se referir aos efeitos processuais daquela figura que, é esta a grande verdade, 
subsiste para muitos e assim continuará sendo a despeito da facilitação do divórcio.”. 
(Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio 
Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 60). 
 
- “Uma outra conclusão poderá ainda ser assumida: pela interpretação a contrário 
senso, o juízo brasileiro deveria reconhecer que não poderá conhecer de mesmas 
demandas quanto aos imóveis situados no estrangeiro ou a inventário e partilhas 
situados no estrangeiro, casos que também escapariam dos limites da jurisdição 
nacional. Temos, na forma do art. 17 da LINDB e do art. 216-F do RISTJ, situação que 
almeja a denegação do pedido de homologação de sentença estrangeira. Polido, 
entretanto, lembra que: ‘especificamente quanto ao art. 23, inciso III, que os tribunais 
superiores têm mitigado a regra de competência exclusiva ali contida, anteriormente 
formulada em sede jurisprudencial, a partir de uma interpretação extensiva do Art. 89, 
II, do [...] CPC de 1973. Em determinadas situações, é possível reconhecer a validade 
e os efeitos de acordos consensuais, em processos de divórcio ajuizados no 
estrangeiro, envolvendo partilha de bens do casal situados no Brasil, e que tenham 
sido objeto de decisão proferida por tribunais do Estado estrangeiro e posteriormente 
submetida à homologação no Brasil perante o Superior Tribunal de Justiça.”. (Novo 
CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, 
Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – 
Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 143). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 24 A ação proposta perante tribunal 
estrangeiro não induz litispendência e 
não obsta a que a autoridade judiciária 
brasileira conheça da mesma causa e 
das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados 
internacionais e acordos bilaterais em 
vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa 
perante a jurisdição brasileira não impede 
a homologação de sentença judicial 
estrangeira quando exigida para produzir 
efeitos no Brasil. 
- Art. 90. A ação intentada perante 
tribunal estrangeiro não induz 
litispendência, nem obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça 
da mesma causa e das que Ihe são 
conexas. 
. 
 
- “O parágrafo único do art. 24, ao confirmar a regra do caput, permite a homologação 
da sentença estrangeira, a despeito de seu similar nacional. Trata-se de solução que 
deve limitar-se, contudo, aos casos em que o direito brasileiro admite (ou reconhece) 
concorrência de jurisdições.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo 
Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 61). Aplica-se 
então aos arts. 21 e 22. 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 25 Não compete à autoridade 
judiciária brasileira o processamento e o 
julgamento da ação quando houver 
cláusula de eleição de foro exclusivo 
estrangeiro em contrato internacional, 
arguida pelo réu na contestação. 
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às 
hipóteses de competência internacional 
exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 
63, §§ 1o a 4o. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “Do mesmo modo que o art. 22, III, permite às partes, consensualmente, optarem 
pela sua submissão à jurisdição brasileira, o art. 25 permite a elas ajustarem a sua 
exclusão. (...) Quando se tratar de hipóteses em que a competência (melhor: 
jurisdição) brasileira for exclusiva, afasta-se a possibilidade da eleição de foro no 
estrangeiro. (...) A remissão ao art. 63, feita pelo § 2º do art. 25, permite que as regras 
relativas à eleição de fora sejam aplicadas à hipótese. Assim é que a eleição de foro 
só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a 
determinado negócio jurídico. Cabe acrescentar diante do caput do dispositivo que se 
deve tratar de contrato internacional. O foro contratual obriga os herdeiros e 
sucessores das partes. Antes da citação, a cláusula de eleição de foro pode ser 
reputada ineficaz de ofício pelo juízo se abusiva, determinando a remessa dos autos 
ao juízo do foro de domicílio do réu. Cabe ao réu, citado, alegar a abusividade da 
cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São 
Paulo: Saraiva, 2015. p. 61). 
 
- “Entretanto, não pode ser deixado de lado o que disciplina o art. 25 do Novo Código 
de Processo Civil. Já que nos casos de eleição de foro pelas partes levando ao juízo 
estrangeiro a causa e excluindo a apreciação do juízo brasileiro não pode ser 
ignorada. Preserva-se, assim, a autonomia da vontade dos litigantes e observando a 
lógica do ‘choice-of-court agreements’. Aqui, a definição e escolha do judiciário 
(brasileiro ou estrangeiro) acontecerá antes de eventual litígio, tendo por efeito tornar 
exclusivamente único aquele judiciário, que, todavia, era originalmente concorrente. 
(...) Além do mais, Polido lembra que conforme o Direito Internacional, é possível que 
o Brasil seja signatário de tratados multilaterais ou bilaterais que imponham o 
reconhecimento da litispendência em determinados processos em trâmite no 
estrangeiro.”. (Novo CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro 
Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. 
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 144-145). 
 
 
CAPÍTULO II 
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
Seção I 
Disposições Gerais 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 26 A cooperação jurídica 
internacional será regida por tratado de 
que o Brasil faz parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido 
processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre 
nacionais e estrangeiros, residentes ou 
não no Brasil, em relação ao acesso à 
justiça e à tramitação dos processos, 
assegurando-se assistência judiciária aos 
necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas 
hipóteses de sigilo previstas na legislação 
brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central 
para recepção e transmissão dos pedidos 
de cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de 
informações a autoridades estrangeiras. 
§ 1o Na ausência de tratado, a 
cooperação jurídica internacional poderá 
realizar-se com base em reciprocidade, 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
manifestada por via diplomática. 
§ 2o Não se exigirá a reciprocidade 
referida no § 1o para homologação de 
sentença estrangeira. 
§ 3o Na cooperação jurídica internacional 
não será admitida a prática de atos que 
contrariem ou que produzam resultados 
incompatíveis com as normas 
fundamentais que regem o Estado 
brasileiro. 
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as 
funções de autoridade central na 
ausênciade designação específica. 
 
- “O Novo CPC, nos arts. 26 e ss., se refere à cooperação jurídica internacional como 
sendo um conjunto de normas jurídico-processuais concernentes à viabilização de 
mecanismos de colaboração, no plano internacional, entre Estados distintos, com o 
objetivo precípuo de facilitação de trâmites e de garantia de cumprimento de medidas 
judiciais, tais como as cartas rogatórias, a homologação de sentença estrangeira, os 
pedidos de extradição e a transferência de pessoas condenadas, podendo variar em 
âmbito cível ou penal, dependendo do caso.”. (Novo CPC – Fundamentos e 
sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco 
Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 
2015. p. 150). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 27 A cooperação jurídica 
internacional terá por objeto: 
I - citação, intimação e notificação judicial 
e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de 
informações; 
III - homologação e cumprimento de 
decisão; 
IV - concessão de medida judicial de 
urgência; 
V - assistência jurídica internacional; 
VI - qualquer outra medida judicial ou 
extrajudicial não proibida pela lei 
brasileira. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “Das diversas formas pelas quais a cooperação jurídica internacional pode se dar no 
âmbito cível – e, com isso, fica excluída qualquer consideração sobre a extradição -, o 
CPC atual disciplina duas: as cartas rogatórias e a homologação de sentença 
estrangeira.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil 
anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 63). A princípio, 
pela leitura deste comentário, há divergência com o comentário do artigo 
anterior, pois naquele o jurista entende ser aplicável as normas do Novo CPC, 
referentes à cooperação jurídica internacional, à extradição, já neste é dito que 
“fica excluída qualquer consideração sobre a extradição”. 
 
 - “O objeto do art. 27 é definir os objetivos da cooperação jurídica internacional, 
delimitando os atos processuais e as diligências compreendidos no pedido. Tais atos, 
portanto, poderão ser de natureza meramente instrutória, decisória ou executória e 
abrangerem situações nas quais para a solução do procedimento faz-se necessária a 
prática de ato(s) que escapa(m) ao(s) limite(s) da jurisdição do Estado que está 
processando a causa. Tem-se, então, de um lado o Estado requerente como aquele 
que formula o pedido de cooperação; e o Estado requerido para quem o pedido é 
formulado.”. (Novo CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto Theodoro Júnior, 
Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., 
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 152). 
 
Seção II 
Do Auxílio Direto 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 28 Cabe auxílio direto quando a 
medida não decorrer diretamente de 
decisão de autoridade jurisdicional 
estrangeira a ser submetida a juízo de 
delibação no Brasil. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “(...) uma das formas de cooperação internacional, que dispensa a expedição de 
carta rogatória para viabilizar não só a comunicação, mas também a tomada de 
providências solicitadas entre Estados. Existe acesa controvérsia sobre a 
constitucionalidade do auxílio direto no direito brasileiro. Isso porque o art. 105, i, da 
CF, prescreve competir ao STJ ‘processar e julgar, originariamente: (...) a 
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias’. (...) Os defensores da constitucionalidade do auxílio direto sustentam que 
a previsão acima transcrita, fruto da EC n. 45/2004, é ampla o suficiente para albergar 
a hipótese. (...) Trata-se, não há por que negar, de interpretação que tem a simpatia 
do próprio Superior Tribunal de Justiça que, ao expedir a Resolução n. 9/2005, para 
disciplinar a nova competência que lhe foi reconhecida pela referida Emenda 
Constitucional, previu no parágrafo único de seu art. 7º o seguinte: ‘Os pedidos de 
cooperação jurídica internacional que tiverem por objeto atos que não ensejem juízo 
de delibação pelo Superior Tribunal de Justiça, ainda que denominados como carta 
rogatória, será encaminhados ou devolvidos ao Ministério da Justiça para as 
providências necessárias ao cumprimento por auxílio direito’. Aquele ato normativo é, 
inequivocamente, um elemento importante para o reconhecimento do fundamento de 
validade constitucional da cooperação internacional, o que tem o apoio da doutrina 
especializada no assunto. Nessa perspectiva, não há por que colocar em dúvida a 
plena constitucionalidade do art. 28 do novo CPC e da circunstância de ele albergar, 
generalizando, este importante mecanismo de cooperação internacional no direito 
positivo brasileiro. Coerentemente com sua razão de ser, o art. 28 do novo CPC exclui, 
para os casos de auxílio direto, o exercício do juízo de delibação, reservado para as 
cartas rogatórias (arts. 36 e 963). Os objetos do auxílio direito estão indicados no art. 
30.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio 
Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 64). 
 
- “Aqui, dispensa-se a necessidade de ‘exequatur’, que é empregado para execução 
de atos estrangeiros, incluídas nesse grupo cartas rogatórias e decisões. A autoridade 
judiciária deve verificar se os requisitos formais do ato estrangeiro foram cumpridos, 
sem, entretanto, entrar no mérito dele.”. (Novo CPC – Fundamentos e 
sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco 
Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 
2015. p. 153). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 29 A solicitação de auxílio direto será 
encaminhada pelo órgão estrangeiro 
interessado à autoridade central, 
cabendo ao Estado requerente assegurar 
a autenticidade e a clareza do pedido. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “Explica Polido que: ‘As autoridades centrais, por sua vez, representam os órgãos de 
entrelace, tramitação e comunicação de atos e pedidos de cooperação e assistência 
jurisdicional e administrativa, estabelecidos em tratados, por designação dos Estados. 
No caso brasileiro, vários órgãos estão investidos dessa função no âmbito de tratados 
e convenções processuais internacionais e de cooperação jurídica internacional, 
designados por decretos do Executivo. Entre eles destacam-se o Ministério das 
Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Secretaria de Direitos Humanos da 
Presidência da República e Ministério Público Federal. As atribuições de autoridade 
central variam de acordo com o ato internacional que embasa o regime de cooperação 
jurídica internacional. O art. 26, § 4º, estabelece uma regra supletiva em caso de 
ausência de designação específica da autoridade central, cujas funções serão 
exercidas pelo Ministério da Justiça. ’”. (Novo CPC – Fundamentos e 
sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco 
Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 
2015. p. 152). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 30 Além dos casos previstos em 
tratados de que o Brasil faz parte, o 
auxílio direto terá os seguintes objetos: 
I - obtenção e prestação de informações 
sobre o ordenamento jurídico e sobre 
processos administrativos ou 
jurisdicionais findos ou em curso; 
II - colheita de provas, salvo se a medida 
for adotada em processo, em curso no 
estrangeiro, de competência exclusiva de 
autoridade judiciária brasileira; 
III - qualquer outra medida judicial ou 
extrajudicial não proibida pela lei 
brasileira. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “Polido lembra que o inciso II do art. 30, que estabelece o objeto do auxílio direto 
para pedidos de colheitas de provas, não poderá ser atendido quando adotadoem 
processo estrangeiro que verse sobre matéria de competência exclusiva do judiciário 
brasileiro. E acrescenta: ‘O dispositivo parece se apoiar em redação bastante confusa, 
sugerindo a ideia de que haverá delibação indireta, pela qual a autoridade brasileira 
previamente controla a compatibilidade entre a medida de cooperação solicitada e as 
causas de competência exclusiva do juiz brasileiro (como, por exemplo, aquelas 
endereçadas pelo art. 23 do CPC, ou em normas esparsas do direito brasileiro, como 
em matéria de falências e recuperação judicial de empresas, nos termos do arts. 3º e 
76 da Lei n.º 11.101 de 2005).”. (Novo CPC – Fundamentos e 
sistematização/Humberto Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco 
Bahia, Flávio Quinaud Pedron – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 
2015. p. 154). 
 
- “A previsão do inciso III, ao se referir a ‘qualquer outra medida judicial ou extrajudicial 
não proibida pela lei brasileira’, assumia feição restritiva diante do art. 35 do novo 
CPC, que impunha a carta rogatória ao ‘pedido de cooperação entre órgão 
jurisdicional brasileiro e órgão jurisdicional estrangeiro para prática de ato de citação, 
intimação, notificação judicial, colheita de provas, obtenção de informações e 
cumprimento de decisão interlocutória, sempre que o ato estrangeiro constituir decisão 
a ser executada no Brasil’. Com o veto daquele dispositivo, não subsiste razão para 
deixar de entender que o auxílio direto será pertinente também naqueles casos. É o 
caso de ressalvar, apenas, o cumprimento de decisões interlocutórias estrangeiras 
concessivas de medida de urgência hipótese em que prevalece o disposto no § 1º do 
art. 962, sem prejuízo, de qualquer sorte, do disposto no § 4º daquele mesmo 
dispositivo e no § 1º do art. 960.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de 
Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 65). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 31 A autoridade central brasileira 
comunicar-se-á diretamente com suas 
congêneres e, se necessário, com outros 
órgãos estrangeiros responsáveis pela 
tramitação e pela execução de pedidos 
de cooperação enviados e recebidos pelo 
Estado brasileiro, respeitadas 
disposições específicas constantes de 
tratado. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “O auxílio direto, como visto, caracteriza-se pela viabilidade de comunicação direta 
entre as autoridades centrais na forma indicada pelo art. 31, dispensando-se, para 
tanto, a necessária e prévia intervenção do Superior Tribunal de Justiça para os fins 
do art. 105, III, i, da CF.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil 
anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 65). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 32 No caso de auxílio direto para a 
prática de atos que, segundo a lei 
brasileira, não necessitem de prestação 
jurisdicional, a autoridade central adotará 
as providências necessárias para seu 
cumprimento. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 33 Recebido o pedido de auxílio 
direto passivo, a autoridade central o 
encaminhará à Advocacia-Geral da 
União, que requererá em juízo a medida 
solicitada. 
Parágrafo único. O Ministério Público 
requererá em juízo a medida solicitada 
quando for autoridade central. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “O pedido de auxílio direto passivo é aquele formulado por Estado estrangeiro ao 
brasileiro para que aqui seja adotada alguma medida de cooperação internacional, 
observando-se o art. 30. A Advocacia Geral da União (que é quem representa, em 
juízo, o Ministério da Justiça – art. 26, § 4º), e, se for o caso, o Ministério Público, 
quando for ele a autoridade central (parágrafo único), têm legitimidade para requerer 
em juízo a medida solicitada nestes casos.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo 
Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 
2015. p. 66). 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 34 Compete ao juízo federal do lugar 
em que deva ser executada a medida 
apreciar pedido de auxílio direto passivo 
que demande prestação de atividade 
jurisdicional. 
- Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- “O art. 34 complementa a regra do art. 33, indicando o juízo competente para 
apreciar, se for o caso de intervenção jurisdicional, o auxílio direto. (...) Questão 
importante que se põe sobre o art. 34 do novo CPC é a sua constitucionalidade, já que 
não há, no art. 109 da CF, previsão símile [vide inciso X] (...). É importante que o 
intérprete extraia da previsão constitucional mais seu sentido (a regra nela contida) do 
que a sua literalidade (seu texto) sugere. Como o auxílio direto é verdadeira opção, em 
termos de cooperação internacional, à execução de carta rogatória e de sentença 
estrangeira, é coerente que, nos casos em que a prévia homologação do STJ não se 
faz necessária, seja reconhecido como competente o juízo federal. Para quem 
discordar do entendimento, é irretorquível a inconstitucionalidade da regra e, 
consequentemente, a identificação do juízo competente de acordo com as regras 
usuais, desde (e sempre) o ‘modelo constitucional do direito processual civil’. Nesta 
pesquisa, importa em consideração que o juízo competente é o do local em que deva 
ser executada a medida solicitada.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de 
Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 66). 
 
- “A regra contida no dispositivo em comento mantém paralelismo com a regra de 
competência da Justiça Federal, segundo o art. 109, inciso X, da CF, para a [sic] 
cumprimento de cartas rogatórias e de execução decisões estrangeiras, apões 
satisfeito o juízo de delibação, pelo Superior Tribunal de Justiça, relativamente ao 
‘exequatur’ de rogatórias e homologação de decisões estrangeiras (art. 105, I, ‘i’ da 
Constituição Federal com arts. 216-N e 216-V do Regimento Interno do STJ, com a 
Emenda Regimental n.º 18, de 17 de dezembro de 2014). Isso significa que, para 
pedidos passivos de auxílio direto, a Advocacia-Geral da União ou MP terão de propor 
medida perante o juiz federal de primeira instância do local em que deva ser cumprido 
o pedido passivo de cooperação formulado por auxílio direto, de acordo, portanto, com 
um critério territorial.”. (Novo CPC – Fundamentos e sistematização/Humberto 
Theodoro Júnior, Dierle Nunes, Alexandre Melo Franco Bahia, Flávio Quinaud Pedron 
– 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 155-156). 
 
Seção III 
Da Carta Rogatória 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 35 (VETADO). - Não possui correspondência com o 
CPC/1973. 
 
- Redação do artigo vetado: "Art. 35. Dar-se-á por meio de carta rogatória o pedido de 
cooperação entre órgão jurisdicional brasileiro e órgão jurisdicional estrangeiro para 
prática de ato de citação, intimação, notificação judicial, colheita de provas, obtenção 
de informações e cumprimento de decisão interlocutória, sempre que o ato estrangeiro 
constituir decisão a ser executada no Brasil.". 
 
- Razões do veto: "Consultados o Ministério Público Federal e o Superior Tribunal de 
Justiça, entendeu-se que o dispositivo impõe que determinados atos sejam praticados 
exclusivamente por meio de carta rogatória, o que afetaria a celeridade e efetividade 
da cooperação jurídica internacional que, nesses casos, poderia ser processada pela 
via do auxílio direto.". 
 
CPC 2015 CPC 1973 
Art. 36 O procedimento da carta rogatória 
perante o Superior Tribunal de Justiça é 
de jurisdição contenciosa e deve 
assegurar às partes as garantias do 
devido processo legal. 
§ 1o A defesa restringir-se-á à discussão 
quanto ao atendimento dos requisitos 
para que o pronunciamento judicial 
estrangeiro produza efeitos no Brasil. 
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a 
revisão do mérito

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