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CCJ0022-WL-A-LC-ECA - Aula 14 - Apuração de Irregularidades

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AULA 14
PROCEDIMENTOS DE APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO E DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA DAS NORMAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
DO PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO
Este procedimento tem por fim encontrar e suprir as irregularidades e deficiências no atendimento de entidades governamentais e não-governamentais que executam programas de proteção ou socioeducativos destinados a crianças ou adolescentes. 
PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO
- Legitimação ativa = Pode ser iniciada por:
1) Portaria do Juiz da Infância ou 
2) Representação do MP ou Conselho Tutelar. 
- Natureza jurídica desse procedimento: Divergência na doutrina, pelo fato de iniciar-se por ato do Juiz da Infância, denominado portaria. Vale destacar três correntes predominantes:
1ª) Entende tratar-se de natureza administrativa;
2ª) Natureza jurisdicional;
3ª) Híbrida (será jurisdicional quando proposto pelo MP e Conselho Tutelar, e administrativa quando proposta pelo próprio magistrado).
- Legitimado passivo: Qualquer entidade de atendimento constante no rol do art. 90 do ECA, representada pelo seu dirigente.
- Da competência: Juiz da Vara da Infância do local da entidade. 
 Já quanto ao recurso, a competência será indicada pelo regimento interno do TJ
- Da fase postulatória:
O ECA exige que a representação ou portaria contenha um resumo dos fatos que caracterizam as irregularidades e, havendo motivo grave, as razões da necessidade de ser decretado liminarmente o afastamento do dirigente da entidade. Deve ser ressaltado que as razões que irão nortear a representação ou portaria devem estar interligadas ao inadimplemento dos deveres arrolados nos arts. 90 a 94 do ECA e, qualquer que seja a forma eleita para dar início a esse procedimento, a peça inicial deverá estar instruída com os documentos indispensáveis à sua propositura (art. 283 do CPC).
- Do afastamento provisório do dirigente:
Como a lei permite ao juiz decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade, além dos requisitos descritos no art. 191 deverão estar narradas as irregularidades que permeiam o procedimento, bem como o pedido de afastamento do dirigente, fundamentado nos requisitos para concessão de qualquer liminar (periculum in mora e fumus boni iuris).
DO AFASTAMENTO DO DIRIGENTE DA INSTITUIÇÃO FACE À APARENTE CONTROVÉRSIA ACERCA DA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS APLICÁVEIS A ELAS
O art. 97 não prevê nenhuma medida desse porte para as ENTIDADES NÃO GOVERNAMENTAIS. 
Dessa forma, a melhor interpretação desse conflito será no sentido de se APLICAR O DISPOSTO NO § ÚNICO PARA AS DUAS HIPÓTESES. Ou seja, para os dirigentes de entidades governamentais ou não governamentais.
Também há um outro argumento: os dirigentes de abrigo são equiparados por lei como guardiões e, como tal, poderão ser afastados a qualquer tempo em benefício dos guardados. 
Quanto à resposta da parte ré, prevê a lei que esta deva ser feita por advogado no prazo de dez dias (art. 192 c/c art. 206), sendo esse o momento propício para reunir as provas que entender necessárias para elidir a acusação. 
Ultrapassada essa fase, terá início a audiência de instrução e julgamento, onde será produzida a prova oral e os debates, para em seguida o juiz proferir a sua decisão, pautado nas medidas previstas no art. 97.
DO PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ÀS NORMAS DE
PROTEÇÃO À CRIANÇA OU AO ADOLESCENTE
Com relação a este procedimento, não há discussão, exceto quanto à sua natureza jurídica: 
uma parte da doutrina entende tratar-se de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
outra parte entende tratar-se de PROCEDIMENTO JUDICIAL.
A causa dessa divergência tem como fato gerador a expressão “procedimento”, utilizada pelo legislador. Independentemente desse uso, trata-se de VERDADEIRO PROCESSO JUDICIAL na medida em que começa por uma petição inicial, sob forma de REPRESENTAÇÃO ou DE AUTO DE INFRAÇÃO, e como tal terá que conter a narração dos fatos, a causa de pedir e o pedido, ao final, ser extinto através de uma sentença, que faz coisa julgada sobre o assunto.
DA COMPETÊNCIA:
- Regra: Do local onde se deu a infração
- Exceção: 2 situações (art. 147, § 3º):
1. Em se tratando de infração praticada por DESCUMPRIMENTO DOS DEVERES DECORRENTES DA AUTORIDADE FAMILIAR, em que a competência será a da residência dos pais ou responsáveis;
2. Ou a infração foi cometida através de transmissão de rádio ou TV que atinja mais de uma comarca, onde a competência será a do local da sede da emissora.
RITO PROCESSUAL:
- Segundo o disposto no art. 194, esse procedimento terá início:
1. por representação do MP 
2. por representação do Conselho Tutelar; ou
3. por auto de infração elaborado por servidores efetivo ou voluntário credenciado
(comissário de menores).
Para facilitar a atuação dos comissários, o legislador permitiu que fossem utilizadas fórmulas impressas, o que não impede que sejam respeitados os requisitos de qualquer petição inicial. (art. 194, § 1º). 
Ainda dentro dessa temática, o legislador também previu que, na impossibilidade da lavratura imediata aos fatos, caso haja algum impedimento PODERÁ SER LAVRADO APÓS, mas deverão ser certificados os MOTIVOS DO RETARDAMENTO do mesmo, por exemplo: falta do próprio auto-impresso (art. 194, § 2º).
Com a finalidade de garantir o contraditório, o legislador se preocupou em apontar as VÁRIAS FORMAS DE CITAÇÃO que ele denomina de NOTIFICAÇÃO, ou seja, no próprio auto pelo autuante, por oficial de justiça ou por edital (art. 195). 
A partir da notificação, o requerido terá o prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa. 
Apresentada a contestação e não havendo mais provas a produzir, será designada audiência de instrução e julgamento (art. 197).

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