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UNIVERSIDADE DE UBERABA PAULO ROBERTO RIBEIRO FRATARI ECONOMIA NO CONSUMO DE ENERGIA POR MEIO DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE LÂMPADAS TRADICIONAIS POR LÂMPADAS LED: ESTUDO DE CASO PARQUE DO SABIÁ – UBERLÂNDIA/MG UBERLÂNDIA – MG 2012 PAULO ROBERTO RIBEIRO FRATARI ECONOMIA NO CONSUMO DE ENERGIA POR MEIO DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE LÂMPADAS TRADICIONAIS POR LÂMPADAS LED: ESTUDO DE CASO PARQUE DO SABIÁ – UBERLÂNDIA/MG Trabalho apresentado à Universidade de Uberaba, como parte das exigências à conclusão da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do 10º período, do curso de Engenharia Ambiental. Orientadora: Ma. Djane Araujo Inácio da Cunha UBERLÂNDIA – MG 2012 PAULO ROBERTO RIBEIRO FRATARI ECONOMIA NO CONSUMO DE ENERGIA POR MEIO DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE LÂMPADAS TRADICIONAIS POR LÂMPADAS LED: ESTUDO DE CASO PARQUE DO SABIÁ – UBERLÂNDIA/MG Trabalho apresentado à Universidade de Uberaba, como parte das exigências à conclusão da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do 10º período, do curso de Engenharia Ambiental. Orientadora: Ma. Djane Araujo Inácio da Cunha Aprovado em: 18/12/2012 BANCA EXAMINADORA ____________________________ Prof.ª Ma. Djane Araujo Inácio da Cunha Universidade de Uberaba Orientador ____________________________ Prof.ª Esp. Flávia Alice Borges Soares Universidade de Uberaba Orientador ____________________________ Prof.ª Eleonora Henriques Amorim de Jesus Universidade de Uberaba Orientador AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente aos meus familiares, e principalmente ao meu pai, por todo o apoio, paciência e dedicação, pois sem eles, nada disso estaria acontecendo. Agradeço à Universidade de Uberaba, aos mestres e professores do curso por todas as oportunidades e experiências compartilhadas, e em especial à minha orientadora Djane Araujo, que tanto ajudou na realização deste trabalho. Agradeço também aos meus colegas de curso e aos amigos por estarem sempre presentes, me dando força e motivação nos momentos de dificuldade. E por fim, agradeço aos fornecedores e a todas as outras pessoas que direta ou indiretamente contribuíram e colaboraram para a conclusão do trabalho. RESUMO A economia de energia elétrica é um assunto de grande importância. A modernização dos parques de iluminação pública permite uma evolução na qualidade do serviço de iluminação e ganhos diretos com a redução no consumo de energia elétrica. Buscando cada vez mais o desenvolvimento de tecnologias eficientes e sustentáveis, nos últimos anos tem-se visto grandes mudanças no campo da iluminação, por conta dos avanços realizados no desenvolvimento dos LEDs (Light Emission Diode) – Diodo Emissor de Luz. O LED de alta potência é um novo produto que adapta a eficiência energética na iluminação pública, além de não conter substâncias nocivas à saúde humana e ao meio ambiente. Neste sentido, o presente estudo fez uma comparação em relação à economia no consumo de energia e sugere o uso de tecnologias mais sustentáveis, visando a possibilidade de substituição parcial das tradicionais lâmpadas de vapor de sódio ou similares por lâmpadas de LED, na iluminação pública do Parque do Sabiá, localizado na cidade de Uberlândia – MG. A utilização da tecnologia a LED já é uma realidade em alguns países e tem grandes chances de ser aplicada em outros. Apesar do custo de implantação destas ser alto, o retorno se dá com a economia de energia ao longo do tempo e pelo uso racional dos recursos naturais, em nossas usinas hidrelétricas. Palavras-chave: sustentabilidade; iluminação pública; LED; eficiência energética. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Conceitos básicos de iluminação ....................................................................... 17 Figura 2: Comparativo entre os IRC’s da lâmpada de LED e vapor de sódio ............. 18 Figura 3: Lâmpadas incandescente, vapor de mercúrio, vapor de sódio e LED ......... 20 Figura 4: Localização das atrações do Parque ................................................................. 23 Figura 5: Sede da FUTEL – vista lateral ............................................................................ 24 Figura 6: Sede da FUTEL – vista frontal ............................................................................ 25 Figura 7: Pista arborizada .................................................................................................... 26 Figura 8: Infraestrutura ao longo da pista .......................................................................... 26 Figura 9: Pista de corrida sobre a ponte da represa ........................................................ 27 Figura 10: Vista da represa .................................................................................................. 27 Figura 11: Imagem de satélite e delineação da pista ...................................................... 32 Figura 12: Tipo de luminária empregada no Parque ....................................................... 33 Figura 13: Luminária com reator interno ............................................................................ 33 Figura 14: Caracterização da iluminação do parque ....................................................... 34 Figura 15: Iluminação noturna do parque .......................................................................... 35 Figura 16: Iluminação a LED ............................................................................................... 37 Figura 17: Poluição Luminosa ............................................................................................. 40 Figura 18: Fator que causa a poluição luminosa .............................................................. 40 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tipos e quantidade de lâmpadas instaladas no Brasil................................... 16 Tabela 2: Especificações da lâmpada de vapor de sódio ............................................... 35 Tabela 3: Orçamento da luminária LED ............................................................................. 36 Tabela 4: Especificações da luminária LED ...................................................................... 36 Tabela 5: Diferenças entre as lâmpadas de sódio e LED ............................................... 37 Tabela 6: Resultados obtidos .............................................................................................. 38 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica CMMAD – Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento COPEL – Companhia Paranaense de Energia COSERN – Companhia Energética do Rio Grande do Norte ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A FUTEL – Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer GE – General Electric GW – Giga-watts IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IRC – Índice de Reprodução de Cor K - Kelvin Km² - Quilômetros Quadrados KWh – Quilowatt-hora LED – Light Emission Diode (Diodo Emissor de Luz) Lm – Lúmen m²– Metros Quadrados mm – milímetros MWh – Megawatts-hora NBR – Norma Brasileira W – Watt SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 11 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 12 1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 12 1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 13 1.3 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ............................................................. 14 1.3.1 Planejamento Urbano e Sustentabilidade ........................................................ 14 1.3.2 Iluminação Pública ............................................................................................... 15 1.3.3 Definições de termos luminotécnicos ................................................................ 16 1.3.4 Tecnologias utilizadas em sistemas de iluminação ........................................ 18 1.3.5 Caracterização da área de estudo ..................................................................... 21 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 29 2.1 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................ 29 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 32 3.1 QUANTIFICAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DAS LÂMPADAS DO PARQUE ...................................................................................................................... 32 3.2 ESPECIFICAÇÃO DO MODELO DE LED PARA SUBSTITUIÇÃO .................... 36 4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 ANEXOS ................................................................................................................... 45 ANEXO I – Demonstrativo de conta de energia do Parque do Sabiá ....................... 46 ANEXO II – Especificações do modelo de led do fornecedor Via Luz ...................... 47 1 INTRODUÇÃO A intensidade da urbanização e as altas taxas de crescimento urbano verificadas nos últimos 50 anos no Brasil mudaram o cenário dos problemas ambientais, anteriormente entendidos como tema relacionado apenas à preservação de ecossistemas naturais. Assim, a questão ambiental hoje, busca a melhoria da qualidade de vida dos povos, e deve passar a ter como centralidade a gestão ambiental urbana, desta forma, as cidades poderão contribuir para um desenvolvimento sustentável. Cabe destacar que o espaço urbano é constituído basicamente por áreas edificadas (casas, comércio e indústrias), áreas destinadas à circulação da população (sistema rodo-ferroviário) e áreas livres de edificação (praças, quintais, parques, entre outros). Neste sentido, os recursos naturais são os elementos encontrados na natureza e utilizados pelo homem no processo de desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral, podendo ser classificados em renováveis, potencialmente renováveis e não renováveis. Sendo que alguns exemplos de recursos renováveis são a energia do sol e do vento. Já exemplos de recursos considerados potencialmente renováveis são a água, o solo e as árvores. E por fim, considerados como limitados, tem-se o petróleo e os minérios em geral, classificados como não renováveis. Assim sendo, é cada vez mais evidente que qualquer atividade humana tem, direta ou indiretamente, um impacto negativo sobre o finito estoque dos recursos naturais e que por isso o desenvolvimento de práticas que aperfeiçoem o uso desses recursos torna-se necessário para que se obtenha um desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento sustentável é um conceito que foi proposto pela Comissão Mundial do Desenvolvimento e Meio Ambiente (CMMAD), em 1987. Essa comissão foi formada em 1984 pela Organização das Nações Unidas, e incluía 23 membros de 22 países. Por três anos consecutivos, a comissão e seus assessores estudaram os conflitos entre os crescentes problemas ambientais e as necessidades quase desesperadoras das nações em desenvolvimento. A comissão definiu – em seu 10 relatório final com o título ‘Nosso Futuro Comum’ – o conceito de desenvolvimento sustentável: “Atender às necessidades da geração presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”. (BRAGA, 2005). Esse conceito trouxe uma nova forma para se pensar no desenvolvimento econômico, pois liga-se à preservação dos recursos naturais. Portanto, o planejamento das cidades deve abordar de forma integrada, as questões sociais, ambientais e econômicas, permitindo assim que ocorra um desenvolvimento mais sustentável. Atualmente, algo em torno de 80% da população mundial vive nas cidades. Rabinovick (2000), afirma que se vive no século mais urbanizado da história da humanidade. Desse modo, esse fato favoreceu o surgimento de alguns problemas ambientais nos centros urbanos, tais como a escassez de água, a erosão do solo, a poluição sonora e do ar. Sendo assim, considera-se a ocorrência da necessidade de se pensar na integração das questões urbanas e ambientais que antes eram tratadas isoladamente, levando a procurar meios e estratégias que possam resolver esses problemas. Entre esses meios e estratégias, inclui-se os estudos dos parques urbanos, componentes-chaves de uma cidade especialmente dedicada em propiciar um alto nível de qualidade de vida aos seus habitantes. Segundo Silva (2003, p.1, apud SOUZA, 1984), Os espaços verdes contidos no meio citadino tinham, principalmente, um objetivo estético e artístico, haja vista terem sido concebidos pela classe burguesa do século XVIII, pois possuía os meios artísticos e estéticos necessários para investir no embelezamento das cidades. Entretanto, só recentemente, na segunda metade do século XX, tais espaços foram reconhecidos como áreas de extrema importância para a manutenção da qualidade de vida no meio urbano, pois as áreas verdes podem oferecer aos habitantes urbanos o sentimento de bem estar, satisfação e felicidade no cotidiano, além disso, tais áreas oferecem oportunidades de lazer - indicador social utilizado para se mensurar qualidade de vida. Há algumas décadas, as questões ligadas ao ambiente urbano ainda não se encontravam delineadas com precisão e não incluíam a relação entre crescimento 11 urbano, preservação ambiental e qualidade de vida. Posteriormente, surgiu a necessidade de tratar o espaço urbano como um espaço em constante evolução, vinculado aos problemas ambientais e à qualidade de vida dos habitantes. Para Moraes (2001), na legislação brasileira, o papel de definir e de implementar as áreas verdes é do Estado; à comunidade cabe o papel de utilizar, e, numa concepção mais moderna, participar também da gestão. Dentro deste enfoque, a ampla divulgação e aplicação dos conhecimentos técnicos, aliados às ações de práticas de educação ambiental para as populações urbanas, é que garantirão a economia efetiva dos recursos energéticos. 1.1 JUSTIFICATIVA De acordocom Silva (2006, p.15), a adoção e uso de tecnologias mais eficientes e sustentáveis na modernização de parques de iluminação pública, permitem uma evolução na qualidade do serviço e trazem alguns benefícios como o ganho direto na redução do consumo de energia elétrica, já que as novas tecnologias de iluminação permitem os mesmos níveis de iluminamento, utilizando- se potências cada vez menores. Desde o início da iluminação elétrica, há mais de cem anos, vêm sendo desenvolvidos sistemas cada vez mais aperfeiçoados de fontes de luz artificial, caracterizando-se principalmente por um aumento de sua durabilidade e eficiência, e por outro lado, a economia de energia elétrica tornou-se também um assunto de grande importância. A lâmpada com filamento incandescente inventada por Thomas Edison, em 1879, foi durante cerca de 50 anos, o paradigma para produção de luz. (SILVA, 2006). A partir de então progressivamente os sistemas de iluminação pública foram se desenvolvendo e aperfeiçoando, e as lâmpadas incandescentes foram sendo substituídas. Para Marcato (2008, p.107), 12 A melhoria da qualidade do sistema de iluminação pública traduz-se em melhor imagem da cidade, favorecendo o turismo, o comércio, e o lazer noturno, ampliando a cultura do uso eficiente e racional da energia elétrica, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico da população. Buscando cada vez mais o desenvolvimento de tecnologias eficientes e sustentáveis, nos últimos anos tem-se visto grandes mudanças no campo da iluminação, por conta dos avanços realizados no desenvolvimento dos LEDs (Light Emission Diode) – Diodo Emissor de Luz. Assim, o LED de alta potência é um novo produto que adapta a eficiência energética na iluminação pública, além de não conter substâncias nocivas à saúde humana e ao meio ambiente sendo que a tecnologia a LED já é uma realidade em alguns países e pode ter grandes chances de ser aplicada em outros. Ao considerar que os parques situados no meio urbano são de extrema importância para a qualidade de vida, e que a tecnologia de LED é considerada mais econômica, sustentável e eficiente energeticamente, esse trabalho trouxe grandes benefícios para sociedade e ao meio ambiente como um todo, pois permitiu não só o uso racional dos recursos naturais, mas também melhoria na qualidade do sistema de iluminação. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Visando a possibilidade de substituição parcial das tradicionais lâmpadas de vapor de sódio ou similares por lâmpadas de LED, estudou-se a iluminação pública da pista de caminhada do Parque do Sabiá, para realizar uma comparação entre a economia no consumo de energia e o custo de instalação das lâmpadas, incentivando assim, o uso de uma tecnologia mais sustentável. 13 1.2.2 Objetivos específicos Levantar referencial teórico-conceitual sobre o tema do trabalho; Realizar visitas ao Parque do Sabiá para caracterização da área; Quantificar, identificar e especificar os tipos de lâmpadas bem como estimar o consumo de energia empregada na iluminação publica da pista de caminhada do Parque do Sabiá, da cidade de Uberlândia; Comparar o consumo de energia estimado, bem como os custos das lâmpadas tradicionais com o consumo de energia e custos necessários para a utilização de lâmpadas de LED; Fazer propostas para que o uso de energia no parque se torne mais sustentável. 14 1.3 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL 1.3.1 Planejamento Urbano e Sustentabilidade O planejamento urbano surgiu como uma necessidade de resposta devido aos problemas enfrentados pelas cidades. Hoje, o principal desafio do planejamento urbano é criar soluções nos setores de transporte, áreas verdes, despejo de resíduos, geração local de energia e redução no consumo, entre outros. Pode-se considerar isso como um planejamento urbano sustentável. Dentro desse aspecto, o termo “cidades sustentáveis” vem sendo cada vez mais utilizado. (ECOPOLÍTICA, 2012) Existe uma intensa discussão sobre o que constituiria uma cidade sustentável e há um consenso de que ainda não existe uma cidade que possa ser considerada inteiramente sustentável. Cidades sustentáveis possuem política de desenvolvimento para promover o meio ambiente natural e construído, de forma que não atrapalhe a natureza. São cidades que adotam uma série de práticas eficientes voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população e desenvolvimento econômico, fazendo com que se tenha um uso eficiente e sem desperdícios de água, energia, e com utilização de materiais renováveis. (ECOPOLÍTICA, 2012) A adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana devem ser compatíveis com os limites de sustentabilidade ambiental, social e econômica do município e do território sob a sua área de influência. O Estatuto da Cidade, com esta diretriz, recomenda que a produção e o consumo de bens e de serviços respeitem e visem uma sociedade mais justa (sustentabilidade social); a preservação e utilização racional e adequada dos recursos naturais, renováveis e não renováveis incorporados às atividades produtivas (sustentabilidade ambiental); e a gestão e aplicação mais eficientes dos recursos para suprir as necessidades da sociedade e não permitir a submissão absoluta às regras do mercado (sustentabilidade econômica). (OLIVEIRA, 2001) Parte essencial do processo de busca da sustentabilidade é o redesenho das cidades. Elas precisam ser repensadas e reprogramadas de acordo com seus 15 espaços urbanos. Nesse processo, é fundamental que as cidades sejam reconciliadas e integradas com a geografia natural. Alguns exemplos de práticas sustentáveis adotadas por essas cidades são: ações voltadas para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa; planejamento e qualidade nos serviços de transporte público utilizando fontes de energia limpa; ações para melhorar a mobilidade urbana, reduzindo o tráfego de veículos; destinação adequada para resíduos e criação de sistemas eficientes para reciclagem de lixo; aplicação de programas ambientais voltados para o desenvolvimento sustentável; ações que visem o uso racional da água e seu reaproveitamento; criação de espaços verdes (parques e praças); arborização das ruas e espaços públicos; entre outros. (ECOPOLÍTICA, 2012) Neste contexto, é importante também considerar o estudo a respeito da adoção de tecnologias alternativas, eficientes e sustentáveis para a utilização da energia empregada na iluminação pública. 1.3.2 Iluminação Pública A iluminação é essencial para a qualidade de vida nos centros urbanos, podendo atuar como instrumento de cidadania, permitindo que a população possa aproveitar de todo o espaço público no período noturno. Além disso, a iluminação também está ligada à segurança, ajudando a prevenir a criminalidade. Favorecendo o turismo e comércio, destaca e valoriza monumentos, entre outros. De acordo com a Eletrobrás – Centrais Elétricas Brasileiras S.A (2008), A iluminação pública no Brasil corresponde a aproximadamente 4,5% da demanda nacional e a 3,0% do consumo total de energia elétrica do país. O equivalente a uma demanda de 2,2 GW e a um consumo de 9,7 bilhões de kWh/ano. Segundo o último levantamento cadastral realizado pela ELETROBRAS (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.), realizado em 2008, junto às distribuidoras de energia elétrica, há 15 milhões de pontos de iluminação pública instalados no país. Em relação aos tipos e quantidades de lâmpadas, tem-se aseguinte distribuição, de acordo com a Tabela 1: 16 Tabela 1: Tipos e quantidade de lâmpadas instaladas no Brasil Tipo de Lâmpada Quantidade Vapor de Sódio 9.294.611 62,93% Vapor de Mercúrio 4.703.012 31,84% Mista 328.427 2,22% Incandescente 210.417 1,42% Fluorescente 119.535 0,81% Multi-Vapor Metálico 108.173 0,73% Outras 5.134 0,03% Total 14.769.309 100% Fonte: ELETROBRAS, 2008. Conforme pode-se observar, as lâmpadas de vapor de sódio estão disponíveis em maior número, sendo amplamente utilizadas em iluminação externa, em áreas que necessitam de iluminação por períodos de tempo prolongados, como estradas, avenidas, estacionamentos, entre outros. 1.3.3 Definições de termos luminotécnicos A seguir, serão definidos alguns termos luminotécnicos e elétricos, necessários para a compreensão das demais seções ao longo do texto. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (COPEL), em seu Manual de Iluminação Pública, são eles: fluxo luminoso, eficiência luminosa, iluminância, temperatura de cor, índice de reprodução de cor, vida mediana e luminância. Alguns desses termos são exemplificados na Figura 1: 17 Figura 1: Conceitos básicos de iluminação Fonte: Novicki, 2008. Fluxo luminoso é a quantidade de energia radiante em todas as direções, emitida por unidade de tempo, e avaliada de acordo com a sensação luminosa produzida, sendo sua unidade de medida, o lúmen (lm). Nessa perspectiva, considera-se eficiência luminosa como a relação entre o fluxo luminoso emitido pela potência elétrica absorvida. Este conceito é utilizado para comparar as diferentes fontes luminosas e sua unidade de medida é o lúmen por watt (lm x w-1). A iluminância é a densidade de fluxo luminoso recebido por uma superfície, sua unidade de medida é o lúmen por metro ao quadrado (lm x m-²), podendo ser denominada também de lux. A verificação deste parâmetro é fundamental para comprovar a qualidade de iluminação de um local. Assim, destaca-se que o parâmetro relacionado à sensação de conforto que uma lâmpada proporciona a um determinado ambiente é a temperatura de cor. Quanto mais alto for o valor deste parâmetro, expresso em Kelvin (K), mais branca será a luz emitida, comumente utilizada em ambientes de trabalho, induzindo maior atividade. Caso seja baixo esse valor, a luz será mais amarelada, utilizada em salas de estar e quartos. Neste sentido, o índice de reprodução de cor (IRC) de uma fonte luminosa é a medida de cor real de uma superfície e sua aparência a ser iluminada pela fonte artificial. A iluminação feita com LEDs possui alto nível de IRC, portanto, apresenta as cores de um objeto com a máxima fidelidade. As lâmpadas de vapor de sódio 18 possuem baixo IRC, assim, a definição das cores é um pouco prejudicada. Essa diferença de IRC’s pode ser observada, conforme ilustra a Figura 2: Figura 2: Comparativo entre os IRC’s da lâmpada de LED e vapor de sódio Fonte: Companhia Paranaense de Energia (COPEL) e GE – General Eletric, 2011. A vida mediana é o tempo após o qual 50% das lâmpadas de uma determinada amostragem, submetidas a um ensaio de vida, deixam de funcionar. E por fim, a luminância é a intensidade luminosa produzida ou refletida por uma superfície aparente. Os aspectos de eficiência luminosa e vida útil são os que mais contribuem para a eficiência energética e são, portanto, de grande importância para análise e implantação de um sistema de iluminação artificial. 1.3.4 Tecnologias utilizadas em sistemas de iluminação Desde os primórdios, os sistemas de iluminação vêm sendo desenvolvidos e aperfeiçoados, caracterizando-se principalmente por um aumento de sua durabilidade e eficiência. Uma boa iluminação requer atenção de aspectos quantitativos e qualitativos da luz. A elaboração de um bom projeto luminotécnico deve considerar a quantidade de luz adequada a uma determinada atividade, a maneira que essa luz é direcionada 19 ao plano de interesse, a reprodução de cor e a aparência da luz e sua relação com as superfícies a serem iluminadas de modo a evitar ofuscamentos. O objetivo principal é criar ambientes visuais agradáveis que possibilitem a visualização dos objetos de forma apropriada, garantindo desempenho e segurança nas atividades a serem executadas. Em geral, as lâmpadas são classificadas de acordo com o seu mecanismo básico de produção de luz. A seguir, serão apresentadas as fontes artificiais de luz mais utilizadas para iluminação pública, segundo a COPEL, 2012. Algumas dessas fontes estão demonstradas na Figura 3. a) Lâmpada incandescente: é comercializada desde 1907, é a mais popular entre as fontes luminosas disponíveis. A produção de luz ocorre pelo aquecimento de um filamento, fabricado em tungstênio. Para os sistemas de iluminação pública, esta lâmpada não é muito indicada devido à sua baixa eficiência luminosa e baixa vida mediana, que é cerca de 1000 horas. Porém, são muito utilizadas em residências devido ao seu baixo custo. b) Lâmpada a vapor de mercúrio, em alta pressão: comercializada a partir de 1908, e tem sua produção de luz através da excitação de gases provocada por corrente elétrica. Na partida desta lâmpada há a ionização de um gás inerte, em geral o argônio, provocando um aquecimento no bulbo fazendo evaporar o mercúrio e produzindo uma luz amarelada pela migração de elétrons. Na sequência há a ionização do mercúrio e as colisões entre os elétrons livres deste com o argônio produz uma luz azulada, e a composição das duas é o resultado obtido desta lâmpada. Este equipamento é mais eficiente que a incandescente e possui maior vida mediana, sendo muito empregado no sistema de iluminação pública. c) Lâmpada a vapor de sódio, em alta pressão: tem o princípio de funcionamento muito similar à de vapor de mercúrio, tendo como diferença básica, a adição de sódio. Atualmente, é a tecnologia mais eficiente para aplicação em sistemas de iluminação pública, porém, sua desvantagem é o baixo índice de reprodução de cor e a cor amarelada da luz emitida. d) Lâmpada a multivapores metálicos: é uma evolução da tecnologia a vapor de mercúrio, mas é fisicamente semelhante à de vapor de sódio. O princípio é basicamente o mesmo, porém, a adição de iodetos metálicos confere maior 20 eficiência luminosa e IRC. Produz uma luz muito brilhante, sendo empregada em determinados locais para destacar monumentos, entre outros. e) Lâmpada fluorescente de indução magnética: tecnologia recente, e seu princípio de funcionamento é a excitação do mercúrio e dos gases nobres no seu interior através da aplicação de um campo magnético externo de alta frequência. Devido à sua alta vida mediana, em torno de 6000 horas, esta fonte luminosa pode ser utilizada em lugares de difícil acesso, como túneis, por exemplo. f) LED: a evolução desta tecnologia na iluminação pública tem crescido muito. Diferente das outras lâmpadas, que emitem luz através da queima de um filamento ou pela ionização de alguns gases, o LED produz luminosidade através da liberação de fótons provocada quando uma corrente elétrica flui através deste componente. São fontes de luz livres de materiais pesados com alta vida mediana, cerca de 50000 horas, tem alta eficiência, elevado IRC e resistente a vibrações, assim, espera-se que no futuro, essa seja a alternativa mais viável para sistemas de iluminação. No entanto, seu alto custo, a falta de normas a respeito e o desconhecimento do real desempenho de todo o equipamento do conjunto, tende a tornar seuuso inviável. Figura 3: Lâmpadas incandescente, vapor de mercúrio, vapor de sódio e LED Fonte: Companhia Paranaense de Energia (COPEL), 2012 A lâmpada elétrica é sem dúvida um dos maiores inventos da história da humanidade, e graças a ela, tem-se nos dias de hoje toda a comodidade e segurança dentro das residências e nas ruas. Devido ao surgimento da lâmpada elétrica, foi possível eliminar o uso de lampiões, tochas ou velas, que além de serem pouco eficientes e perigosos, eram também extremamente poluentes. 21 1.3.5 Caracterização da área de estudo Considerando que a área de estudo é muito específica para a caracterização de alguns dados, foram consideradas áreas maiores, como o Município de Uberlândia. Uberlândia foi criada em 31 de agosto de 1888, está localizada na porção central do Brasil, na região do Triângulo Mineiro, com altitude de 860 metros acima do nível do mar. A sede do município localiza-se geograficamente no ponto 18°55’23’’ de latitude sul e 40°17’19’’ de longitude oeste. Limita-se ao norte com Araguari, a leste com Indianópolis, a oeste com Monte Alegre de Minas, a sudeste com Prata, a sudoeste com Uberaba, a noroeste com Tupaciguara e ao sul com Veríssimo. (COLESANTI, 1980). A vegetação local é caracteristicamente do Cerrado, com matas abertas, constituídas por árvores com alturas variáveis (podendo alcançar até oito metros), relativamente espaçadas (com arbustos esparsos de 0,50 a 3,0 metros de altura) e um tapete de gramíneas, mesclado de subarbustos e alguns arbustos baixos. Os principais tipos fisionômicos da região do Cerrado são: vereda, campo limpo, campo sujo ou cerradinho, cerradão, mata de várzea, mata de galeria, mata ciliar e mata mesofítica. A fauna local caracteriza-se por uma vasta biodiversidade, sendo composta por amimais de médio e pequeno porte, aves, mamíferos, répteis e espécies endêmicas. (COLESANTI, 1980). Uberlândia possui uma área total de aproximadamente 4115 Km², sendo que 3896 Km² são de área rural e os outros 219 Km² restantes são de área urbana. Tem uma população com cerca de 612.000 habitantes, sendo a 30ª mais populosa do país e a segunda maior do estado (IBGE, 2011). O Parque do Sabiá fica a três km da área central da cidade de Uberlândia, localizado na porção leste da cidade, possui 1.850.000 m2, sendo 350.000 m2 de mata natural e incluindo sete lagoas, foi criado em 23 de março de 1971, na bacia do Córrego Jataí, direcionado ao lazer e recreação dos trabalhadores uberlandenses, e também para área de descanso, práticas esportivas, pescaria e fins turísticos. Possui um zoológico, quadras desportivas, campos de futebol, lago para esportes 22 náuticos, pista de caminhada, lanchonetes, parque infantil, tanques para peixes e uma praia artificial estruturada para banhistas. (COLESANTI, 1980). A Figura 4 mostra um croqui com todas as atrações do parque: 23 F o n te : F U T E L , 2 0 1 2 . F ig u ra 4 : L o c a liz a ç ã o d a s a tr a ç õ e s d o P a rq u e O Parque do Sabiá apresenta uma cobertura vegetal heterogênea, formando uma grande variedade de ambientes, onde se encontra o capão da mata, os buritis e a vegetação recomposta em muitos locais com árvores ornamentais e frutíferas (COLESANTI, 1980). O Parque do Sabiá é administrado pela Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (FUTEL), que é uma entidade criada em 1978, através da Lei nº 2.759 de 27 de março de 1978, revogada pela Lei Complementar nº 497 de 20 de Julho de 2009. É uma Fundação Municipal voltada exclusivamente para o esporte e o lazer em Uberlândia. Dentre as prerrogativas institucionais, é de sua competência valorizar e promover as manifestações esportivas e de lazer, garantindo ao cidadão a oportunidade de convivência, de integração, entretenimento e, sobretudo, de satisfação e prazer, visando uma vida social saudável. (FUTEL, 2012) Atualmente, a sede da FUTEL está situada na área verde do Parque para melhor comodidade e atendimento à população, conforme ilustram as Figuras 5 e 6: Figura 5: Sede da FUTEL – vista lateral Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 25 Figura 6: Sede da FUTEL – vista frontal Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Com extensão de 5.100 metros, a pista de caminhada que é asfaltada, praticamente circula todo o complexo. Existem ainda as opções com trilhas de terra e calçadas no meio da mata. Quem faz caminhada no Parque do Sabiá tem o privilégio não só de fazer caminhada num local de ar puro, mas também de apreciar a beleza do verde e da represa, como podem ser observados nas Figuras 7, 8, 9 e 10: 26 Figura 7: Pista arborizada Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Figura 8: Infraestrutura ao longo da pista Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 27 Figura 9: Pista de corrida sobre a ponte da represa Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Figura 10: Vista da represa Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 28 Várias melhorias ainda estão sendo implementadas gradativamente no complexo que envolve o parque, como exemplo, na Área Verde do Parque do Sabiá, encontra-se em andamento obras do Centro de Informação ao Turista, reforma e construção de mais banheiros, Posto Avançado do Corpo de Bombeiros, tudo isso para levar mais segurança e qualidade de vida para população. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para execução do trabalho, foram empregadas técnicas de pesquisa de campo e bibliográficas. A pesquisa bibliográfica teve como fonte primária, livros temáticos, e como fontes secundárias, artigos e trabalhos acadêmicos retirados da internet, ajudando na abordagem das vantagens e desvantagens na instalação do sistema de LEDs e na identificação do modelo apropriado para substituição. A pesquisa de campo foi realizada para coleta de dados. No estudo proposto, foi considerada a possibilidade de substituição parcial das lâmpadas tradicionais, empregadas na iluminação da pista de caminhada do Parque do Sabiá, localizado em Uberlândia, por lâmpadas de LED correspondentes, visando verificar a economia no consumo de energia, bem como a comparação do custo inicial de substituição das mesmas. Para a realização do trabalho comparativo entre as lâmpadas, foram consideradas que as eficiências dos dois sistemas de iluminação atendem aos parâmetros fornecidos pela norma NBR 5101, de 1992, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), relativa à Iluminação Pública. 2.1 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO Para desenvolver a pesquisa, o trabalho foi dividido basicamente em três etapas envolvendo os trabalhos de campo e pesquisa de dados fornecidos pela Prefeitura de Uberlândia, por intermédio da administração do Parque do Sabiá. Assim, os dados coletados foram organizados para se realizar uma análise descritiva, e desta análise pode-se assim obter as informações necessárias para responder aos objetivos específicos e questões a serem investigadas. Na primeira etapa foi feito o levantamento em campo com a finalidade de quantificar, identificar e especificar os tipos de lâmpadas utilizadas na iluminação do parque. Também, realizou-se o levantamento dos dados, junto à administração do parque para se obter dados referentesàs faturas sobre o consumo de energia. Em seguida, foi feita a especificação das lâmpadas de LED correspondentes e os pontos de iluminação que poderão ser substituídos. 30 Na segunda etapa, passou-se então para o levantamento junto aos fornecedores, dos preços das lâmpadas de vapor de sódio e de LED disponíveis no mercado. Já na terceira etapa, analisaram-se os dados de custo e consumo estimados para as lâmpadas tradicionais de vapor de sódio e comparados com os custos e consumos esperados, requeridos para as lâmpadas de LED. Para determinar a convenção de horas de funcionamento dos sistemas para faturamento, foi adotado o estabelecido na Resolução nº 456/2000 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com base em uma estimativa de 360 horas mensais, o equivalente a 12 horas por dia e a 4320 horas anuais. A tarifa adotada para a pesquisa foi a tarifa vigente, conforme resolução ANEEL nº 1269 de 03/04/2012, especificada na fatura referente ao mês de setembro de 2012, conforme anexo 1, no valor de R$ 0,37738 / Quilowatt-hora (KWh). O período adotado para o referido estudo foi de 12 anos, levando-se em conta o período de vida útil da lâmpada de LED, sendo que no caso das lâmpadas de vapor de sódio, serão necessários 2 lâmpadas e 2 reatores, considerando o período de vida útil dos mesmos em relação a cada lâmpada de LED. Os dados foram apresentados em forma de tabelas comparativas para representação das informações. Para se fazer os cálculos de custo e consumo de energia, foram utilizadas a seguintes equações, de acordo com a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN): ( ) ( ) (1) Onde P: potência em kW de cada lâmpada + potência do reator de cada lâmpada; T: tempo de funcionamento das lâmpadas em horas/mês e n: quantidade de lâmpadas. O custo mensal foi obtido multiplicando-se o consumo mensal pela tarifa em R$/kWh. ( ) x 0,37738 (R$) (2) 31 E para se ter o consumo anual, multiplicou-se o consumo mensal obtido por 12 meses. ( ) (3) Em seguida, obteve-se o custo anual multiplicando-se o custo mensal por 12 meses. ( ) (4) Considerando o período de vida em 12 anos, conforme mencionado anteriormente, obteve-se então o consumo e o custo no período, multiplicando-se respectivamente o consumo anual e o custo anual por 12 anos. ( ) (5) ( ) (6) Por fim, calculou-se o custo total no período, que corresponde ao custo no período mais o custo total das lâmpadas, fazendo-se a comparação dos valores obtidos para cada uma das lâmpadas especificadas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 QUANTIFICAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DAS LÂMPADAS DO PARQUE De acordo com o levantamento de campo e também com os dados obtidos junto à administração do parque e da prefeitura da cidade, foi possível identificar, quantificar e especificar as lâmpadas empregadas na pista de caminhada, objeto do referido estudo. Para melhor identificação da área empregada na pesquisa, foi feito também o delineamento da pista de caminhada, conforme demonstra a Figura 11: Figura 11: Imagem de satélite e delineação da pista Fonte: Google Earth, 2012. Ao longo da pista de caminhada e na área da portaria Recanto do Sabiá, área determinada para o desenvolvimento da pesquisa, existe 1 poste com 3 luminárias, 38 postes com 2 luminárias e 165 postes com 1 luminária, perfazendo um total de 204 postes e 244 luminárias. A altura dos postes é de 11,5 m e a distância média entre eles é de 27 m. 33 As luminárias empregadas são da marca SIMON, modelo BETA, com porta- lâmpadas E40 e com espaço interno para alojamento do reator, como pode-se observar nas Figuras 12 e 13: Figura 12: Tipo de luminária empregada no Parque Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Figura 13: Luminária com reator interno Fonte: Catálogo Simon Lighting, 2012. 34 Cada luminária contém no seu interior uma lâmpada vapor de sódio de 150 W de potência, além de um reator de 25 W de perda de carga. Os reatores são equipamentos auxiliares necessários para o acendimento de lâmpadas de descarga. Servem para limitar a corrente e adequar as tensões ao perfeito funcionamento da lâmpada. (SANTANA, 2009) A lâmpada de vapor de sódio utilizada é indicada para iluminação externa, em avenidas, estradas, viadutos, entre outros. Essas lâmpadas representam uma fonte de luz com baixo índice de reprodução de cor e uma baixa temperatura de cor, dando-as uma luz de cor amarelada, como mostram as Figuras 14 e 15: Figura 14: Caracterização da iluminação do parque Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 35 Figura 15: Iluminação noturna do parque Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Segundo pesquisas de mercado, os preços médios encontrados para as lâmpadas de vapor de sódio e dos reatores foram em torno de R$ 39,90 e R$ 75,00, respectivamente. As principais especificações para as lâmpadas de sódio podem ser observadas na Tabela 2, segundo o fornecedor: Tabela 2: Especificações da lâmpada de vapor de sódio Especificações Lâmpada vapor de sódio Consumo 150 W Luminosidade 18000 lúmens Índice de Reprodução de Cor 25 Vida útil 26000 horas Temperatura de Cor 2000 K Aplicação Postes Fonte: Philips e Prefeitura Municipal de Uberlândia, 2012. A lâmpada de vapor de sódio utilizada é de alta pressão e se apresenta na versão tubular, com bulbo externo transparente, possui alto índice de iluminação e baixa reprodução de cor. 36 3.2 ESPECIFICAÇÃO DO MODELO DE LED PARA SUBSTITUIÇÃO De acordo com os dados recebidos do fornecedor Via Luz, o melhor modelo LED indicado para a substituição das lâmpadas de vapor de sódio de 150W, é o modelo Via Luz HDA 90-01, de 90W de potência, conforme demonstrados nas Tabelas 3 e 4 e na Figura 16: Tabela 3: Orçamento da luminária LED Código Descrição Quantidade Valor Unitário Total HDA 90-01 90 W | 24 LEDs | 6000 K 244 R$ 1.520,52 R$ 371.006,88 Fonte: Via Luz Iluminação, Comércio e Serviços, 2012. Tabela 4: Especificações da luminária LED Especificações HDA 90-01 Consumo 90 W Luminosidade 8930 lúmens Índice de Reprodução de Cor 75 Tensão Full Range – 90 ~ 264 VAC Vida útil > 50000 horas Temperatura de Cor 6000 K Temperatura de Operação - 30º C ~ 50º C Ângulo de Abertura 125º Grau de Proteção IP 65 Dimensões 42,5 cm (52,5) x 19 cm x 4 cm Peso 3,5 Kg Aplicação Postes Fonte: Via Luz Iluminação, Comércio e Serviços, 2012 37 Figura 16: Iluminação a LED Fonte: Via Luz Iluminação, Comércio e Serviços, 2012. Como especificado nas tabelas acima e ilustrado na Figura 16, o modelo de LED indicado possui altos níveis de temperatura de cor e IRC e uma longa durabilidade. Para melhor entendimento e organização dos dados, as principais características, especificações e diferenças das lâmpadas estão expostas na Tabela 5 abaixo: Tabela 5: Diferenças entre as lâmpadasde sódio e LED Quesitos Lâmpada de Sódio 150W Lâmpada LED Custo da lâmpada R$ 39,90 x 2 R$ 1520,52 Custo do Reator R$ 75,00 x 2 -- Quantidade de lâmpadas 244 244 Vida útil média 26000 h (6 anos) > 50000 h (12 anos) Potência 175 W (150 W + 25 W reator) 90 W Fluxo luminoso 18000 lumens 8930 lumens 38 Reprodução de cor Cor amarelada e espectro luminoso que dificulta a identificação de cores Problema não preocupante Temperatura de Cor 2000K 6000K Índice de Reprodução de Cor (IRC) 25 75 Ignitor Acompanha o reator (ponto a mais para defeito) Não utiliza ignitor Vida útil média do reator 24000 h (6 anos) Não utiliza reator Fonte: Catálogos Via Luz e Philips, 2012. Na determinação dos custos, levaram-se em conta apenas os valores unitários das lâmpadas empregadas no referido estudo, sendo que não foram considerados os custos de mão de obra para instalação, substituição de lâmpadas queimadas, substituição de reatores danificados, soquetes ou adaptadores, e as manutenções diversas requeridas pelo sistema. Os resultados dos cálculos dos investimentos necessários, bem como os consumos de energia para cada tipo de lâmpada, no período considerado, estão demonstrados e comparados na Tabela 6: Tabela 6: Resultados obtidos Vapor de Sódio LED Custo unitário das lâmpadas + reator (R$) 229,80 1520,5 Custo total de lâmpadas 56.071,2 371.006,8 Potência unitária (kW) 0,175 0,09 Consumo mensal unitário (kWh/mês) 63 32,4 Consumo mensal total (kWh) x 244 15.372 7.905,6 Consumo anual (kWh) 184.464 94.867,2 Tarifa Média (R$/kWh) 0,37738 0,37738 39 Custo mensal (R$) 5.801,08 2.983,4 Custo anual (R$) 69.612,96 35.800.9 Período de estudo (anos) 12 12 Consumo no período (kWh) 2.213.568 1.138.406 Custo no período (R$) 835.355,52 429.611,1 Custo total no período (lâmpada + consumo) (R$) 891.426,72 800.617,9 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Conforme demonstrado na Tabela 6, percebe-se que as lâmpadas de vapor de sódio tem praticamente o dobro do consumo, quando comparadas às LEDs, assim, a utilização das LEDs reduz o consumo e consequentemente os custos com energia pela metade. Dentro do período de 12 anos estimado, a diferença de custo com o consumo de energia entre os dois tipos de lâmpadas paga o investimento inicial feito para a compra do equipamento LED, portanto, a substituição é viável. Desta forma, de acordo com os dados apresentados, as lâmpadas LEDs podem ser usadas para substituição das lâmpadas de vapor de sódio, e além disso, as LEDs possuem ainda várias vantagens que justificam o seu uso, tais como: Devido à grande economia de energia, há um aproveitamento racional dos recursos naturais; É um equipamento sustentável, não contém sódio, chumbo, mercúrio e nenhum elemento nocivo, evitando poluição ao meio ambiente; Devido à longa vida útil, diminuem-se os custos de manutenção e também os riscos de acidentes; Não há necessidade do uso de reatores e ignitores, que além de necessitarem de manutenções, ainda podem causar rádio interferência; Possuem boa eficiência luminosa e considerável qualidade de reprodução de cor; Não causam poluição luminosa. Essa poluição é causada pelo desperdício de luz artificial no período da noite, sendo projetada de maneira incorreta ao céu que fica coberto por uma bolha luminosa, como exemplificam as Figuras 17 e 18. A razão deste efeito está no modo como é projetada a luz, sendo que na iluminação a LED, este efeito é minimizado. 40 Figura 17: Poluição Luminosa Fonte: Novicki, 2008. Figura 18: Fator que causa a poluição luminosa Fonte: Novicki, 2008. No entanto, existem alguns pontos desfavoráveis no uso de LEDs. Com o passar dos anos, a sua luminosidade pode não se manter constante, se degradando de forma acentuada, em função da temperatura que estão submetidas, podendo causar superaquecimento e comprometimento de parâmetros de vida útil, cor, entre outros. Por se tratar de uma nova tecnologia, os custos iniciais de implantação ainda são elevados, limitando uma aplicação mais ampla do produto. Outro problema também pode ser a sobretensão. A rede elétrica está sujeita a distúrbios no sistema elétrico, com picos de tensão. Como forma de proteção, é aconselhável investir em dispositivos de segurança para evitar danos e queimaduras das LEDs. 4 CONCLUSÕES Conforme demonstrado pelos resultados, pode-se concluir que o projeto é possível de ser implementado e, apesar de o investimento inicial nesta solução ser alto, o retorno é dado ao longo do tempo de uso com a redução no consumo de energia. Gasta-se mais com a instalação das luminárias mas economiza-se na energia elétrica, dessa forma reduzindo o consumo de recursos naturais para a geração de energia elétrica. De acordo com os dados obtidos, verificou-se que a qualidade de reprodução de cor produzida pelo equipamento LED é muito superior à das lâmpadas de vapor de sódio, o que é uma característica desejável. E também que a partida da lâmpada é instantânea, não havendo o tempo de estabilização necessário nas demais lâmpadas de descarga. Analisando do ponto de vista ambiental, os LEDs possuem inúmeras vantagens se comparados com as lâmpadas de vapor de sódio, tais como excelente qualidade, longa durabilidade e a não utilização de materiais tóxicos na sua fabricação. Além disso, as LEDs convertem cerca de 40% da energia elétrica em luz, enquanto uma lâmpada incandescente converte cerca de 5% da energia que consome. Essa diminuição no desperdício de energia traz benefícios evidentes ao meio ambiente, sendo, portanto, um produto ambientalmente mais sustentável. Seguindo ainda esse raciocínio, nos países em que a eletricidade é produzida a partir da queima de combustíveis fósseis, essa economia significa menos gases do efeito estufa na atmosfera. Há ainda que se considerar outros benefícios, tais como a redução de resíduos, pois, por ser de maior durabilidade, significa trocas menos frequentes, há também a possibilidade de reciclagem e o uso de menos materiais e recursos. Segundo pesquisa com fabricantes, a tecnologia LED para iluminação pública ainda está em fase de desenvolvimento, sendo assim, o seu estudo ainda poderá ser estendido e aprofundado, fazendo com que este tipo de aplicação seja difundido e assim, tenha o seu custo de implantação reduzido. Portanto, destaca-se que para o profissional de engenharia ambiental, estudos que tratem sobre o desenvolvimento sustentável permitem uma observação 42 mais detalhada do meio ambiente, pois, com o modo de produção atual, torna-se muito difícil políticas que pregam o consumo “zero”, nesse sentido, o ideal é que se tenha o desenvolvimento econômico ligado à preservação ambiental e desenvolvimento social. REFERÊNCIAS ABADIO, T. M.; ARAUJO, C. B.; et al. Análise da Viabilidade Técnica na Substituição de uma Lâmpada Convencional por Lâmpadas LED na Iluminação Pública. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Nº 456: Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica, 2000. Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Nº 1269, de 03/04/2012: Homologa as tarifas de fornecimento de energia e as Tarifas de Uso dos Sistemas de distribuição- TUSD, 2012. Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 5101:Iluminação Pública”, Rio de Janeiro, 1992. BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 318 p. COLESANTI, Marlene T.M. Educação Ambiental: estudo de caso Parque do Sabiá Uberlândia. Tese de Doutorado, UNESP, 1980. Companhia Paranaense de Energia - COPEL. Manual de Iluminação Pública, fevereiro, 2012. Disponível em: http://www.copel.com/hpcopel/root/pagcopel2.nsf/0/F5F8DB1E97503339032574F10 05C8FF9/$FILE/MANUAL_IluminacaoPublica.pdf Acesso em: 22. abr. 2012 Companhia Energética do Rio Grande do Norte – COSERN. Calcule o seu consumo – Orientação ao cliente. Disponível em: < http://www.cosern.com.br/ORIENTACAO%20AO%20CLIENTE/BAIXA%20TENSAO/ USO%20EFICIENTE%20DA%20ENERGIA/CALCULE%20SEU%20CONSUMO/380 35%3B41478%3B26317789%3B0%3B0.asp?c=250>. Acesso em: 21.out.2012. ECOPOLÍTICA. Cidades Sustentáveis já tem Modelo Básico. Disponível em: http://www.ecopolitica.com.br/2011/08/17/cidades-sustentaveis-ja-tem-modelo- basico/. Acesso em: 12.out.2012. ELETROBRAS. Iluminação Pública no Brasil. Disponível em: <http://www.eletrobras.gov.br/elb/procel/main.asp?TeamID={EB94AEA0-B206- 43DE-8FBE-6D70F3C44E57}>. Acesso em: 20. mar. 2012. NÁDIA, G. B.; SILVA, M. I. S.; Estudo do Consumo de Energia Elétrica na Cidade de Uberlândia – MG. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010. NOVICKI, J. M.; MARTINEZ, R. LEDs Para Iluminação Pública. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. 44 OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras; Estatuto da Cidade: Para Compreender. Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), Rio de Janeiro, 2001. 64 p. Philips. Catálogo de Produtos. Disponível em: < http://www.lighting.philips.com/br_pt/connect/tools_literature/index.wpd>. Acesso em: 21.out.2012. Portal da Prefeitura de Uberlândia. Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (FUTEL). Disponível em: <http://www.uberlandia.mg.gov.br/?pagina=Futel>. Acesso em: 5.out.2012. SANTANA, Marcos do Santos; Aplicação dos Princípios de Produção Mais Limpa (P + L) e Ecodesign na Redução do Consumo de Energia Elétrica. Estudo de Caso: SATC, Criciúma - SC. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, junho de 2009. SILVA, Luciene de Jesus Maciel; Parques urbanos: A natureza na cidade. Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília - Centro de Desenvolvimento Sustentável, Outubro de 2003. SILVA, L. L. F.; Iluminação Pública no Brasil: Aspectos Energéticos e Institucionais. 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Acesso em: 21.out.2012. 45 ANEXOS 46 ANEXO I – Demonstrativo de conta de energia do Parque do Sabiá 47 ANEXO II – Especificações do modelo de led do fornecedor Via Luz 1 INTRODUÇÃO 1.1 JUSTIFICATIVA 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral 1.2.2 Objetivos específicos 1.3 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL 1.3.1 Planejamento Urbano e Sustentabilidade 1.3.2 Iluminação Pública 1.3.3 Definições de termos luminotécnicos 1.3.4 Tecnologias utilizadas em sistemas de iluminação 1.3.5 Caracterização da área de estudo 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 2.1 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 QUANTIFICAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DAS LÂMPADAS DO PARQUE 3.2 ESPECIFICAÇÃO DO MODELO DE LED PARA SUBSTITUIÇÃO 4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS ANEXOS ANEXO I – Demonstrativo de conta de energia do Parque do Sabiá ANEXO II – Especificações do modelo de led do fornecedor Via Luz
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