Prévia do material em texto
139 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Unidade IV 7 TRANSPORTE EM ÁREAS URBANAS, ROTEIRIZAÇÃO E RASTREAMENTO DE VEÍCULOS, OS SISTEMAS EXISTENTES, TMS 7.1 O transporte de mercadorias em áreas urbanas Antes de iniciarmos o tema propriamente dito, é deixada a você, aluno (a), uma reflexão quanto ao assunto que discorreremos. Você tem notado o volume de caminhões que circulam nas áreas urbanas em nosso país? Quais são os resultados disso para as empresas e para os consumidores em geral? Podemos perceber que, ao longo dos anos, os consumidores estão cada vez mais próximos do considerado mercado ideal, ou seja, as áreas urbanas se desenvolvem e a indústria de bens e serviços enxerga isso como mais uma fonte de renda. Não vamos aqui discutir o que é certo ou errado, mas sim mostrar essa nova realidade de nosso mercado. A urbanização das grandes cidades passa por um processo de agrupamento social que, no decorrer do tempo, esteve distante das fontes produtoras de alimentos, matérias primas e insumos. Com o aumento dessa demanda, a indústria e empresas ligadas ao setor fizeram um trabalho de aproximação e modernização dos seus sistemas de distribuição e transporte para suprir essa necessidade de mercado cada vez mais crescente. As áreas urbanas possuem uma característica quase universal. As empresas olham para esse cenário e percebem que esse setor não pode existir sem um confiável e sustentável fluxo direcionado a ela dentro da própria área. É necessária uma política urbana, um bom planejamento de transporte de massa e uma configuração especial. Porém, o que se percebe, é a falta de planejamento, um descaso dos poderes públicos e um trânsito cada vez maior e insustentável. As empresas, em especial as de transporte de cargas, vivem uma situação de restrições de caminhões em determinados locais. A falta de política para o transporte e de infraestrutura dentro das cidades, fazem com que, muitas vezes, esses caminhões sejam tratados como algo que atrapalha o desenvolvimento e o andamento do fluxo de veículos nessas regiões. Outro aspecto que nos remete a uma reflexão está no fato dos caminhões serem considerados os grandes vilões dos congestionamentos nas cidades. Parece haver uma eterna competição entre os motoristas de caminhões, carros, motos e outros meios de transporte. É a famosa briga pelo espaço, cada vez mais reduzido. Associe a essa problemática a questão dos passageiros, dos comerciantes que criam restrições nas suas calçadas e da área de recebimento de alguns pontos comerciais que muitas vezes não facilita a vida do entregador de mercadorias. 140 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 Na verdade, o que é sinalizado, não será chamado de “problema”, mas sim de uma maneira quase particular na qual cada um busca fazer sua parte e não se importa com a do outro, parecendo uma questão de individualismo. O quesito transporte em áreas urbanas deve ser cuidado pelo gestor da áreacomo uma situação de cunho estratégico, que merece um tratamento diferenciado e especial, dada sua complexidade. A seguir, discorremos sobre um assunto peculiar referente a essa situação dentro das atividades de transporte. Lembrete Os caminhões representam apenas 5% do que as autoridades reconhecem como trânsito nas cidades e em especial nas áreas urbanas. Observação Em grandes cidades como São Paulo, por exemplo, existem restrições à circulação de caminhões em locais como o centro e grandes avenidas, alguns bairros e marginais. 7.2 Como melhorar o desempenho do transporte de cargas Analisando todos os problemas enfrentados para se realizar a distribuição de cargas em áreas urbanas, uma solução ideal parece estar longe. Cabe a quem vivencia a logística na sua essência buscar possíveis formas de melhorias e o poder público tem sim sua parcela de responsabilidade. Estão listadas a seguir algumas medidas que poderiam ser implantadas para otimizar a distribuição de cargas nas áreas urbanas: • adequar a infraestrutura viária para circulação de caminhões; • mudar a regulamentação com relação aos horários de carga e descarga, especialmente nos centros das grandes cidades; • criar facilidades de transferência intermodal de cargas em portos e aeroportos; • apropriar terminais de cargas que operem com controle adequado para atuarem 24 horas por dia; • fazer uma ligação entre os pontos produtivos por via expressa exclusiva para facilitar o escoamento de mercadorias; • criar um centro de armazenagem para caminhões de grande porte; • criar pontos de descanso e guarda de caminhões nas grandes rodovias do país. 141 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Olhando para todos esses fatores, talvez eles nos pareçam intangíveis. Porém, fica claro que isso é uma questão de sobrevivência para as empresas produtoras e de transporte, cada vez mais necessárias no país. Perceba que as medidas sugeridas bem como aquilo que será alterado no futuro têm um aspecto importante no que tange a minimização dos impactos oriundos das entregas de cargas nas cidades, que pode acontecer de acordo com os seguintes aspectos: • redução dos congestionamentos por meio de medidas que controlem os horários para circulação de caminhões; • diminuição da emissão de poluentes com controle veicular; • redução do barulho dos caminhões com controle de deslocamento em determinados locais; • limitação do acesso de caminhões aos bairros residenciais; • aumento do controle sobre os caminhões objetivando a redução de acidentes. Não é possível dizer se medidas como essas poderão dar certo ou não. O que sabemos é que serão necessárias mudanças para que os impactos possam ser minimizados em todos os aspectos das atividades das empresas e dos clientes. Observação A logística, bem como as atividades inseridas nesse contexto, estão evoluindo ao longo dos anos. Vale lembrar que países da Europa, o Canadá e os Estados Unidos já desenvolvem esse tipo de medidas desde os anos 70. Em países considerados de primeiro mundo, a movimentação das cargas é de responsabilidade do setor privado. O setor público tem um papel importante por prover a manutenção das rodovias e da rede viária urbana, além de realizar o planejamento de transportes e o controle de tráfego, isso é claro, associado à necessidade que o governo tem do crescimento econômico dos respectivos países. Perceba que existe um movimento em todas as partes do processo: governo, empresas, clientes e consumidores. Algo diferente do que tem sido sinalizado ao longo do texto sobre nossas necessidades? Seria interessante poder contar com dados estatísticos reais para que fosse possível analisar o que acontece em termos de movimentação em nossas áreas urbanas. Infelizmente, no Brasil, não existem esses dados para confrontar essa realidade. 7.2.1 Como circulam as cargas em áreas urbanas Ao ler o título acima, o aluno deve logo imaginar que isso se dá pelos processos convencionais existentes. Na verdade, existem três tópicos considerados essenciais para que a distribuição de mercadorias ocorra: 142 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : Már ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 • haver um processo de distribuição física nas áreas urbanas que compreenda as várias formas como esse processo será realizado do ponto de origem ao ponto de destino; • envolver os participantes do processo: quem irá embarcar, quem irá expedir, as empresas transportadoras e o pessoal envolvido na atividade; • o papel e a natureza das cargas como, por exemplo suas características e influência delas em termos de negócios e atendimento à demanda. Em se tratando de negócios, há muito mais o que ser feito por uma empresa do que simplesmente enviar seus produtos de acordo com as necessidades de seus clientes. Ao longo dos anos, as corporações têm abandonado o conceito de “empurrar estoques” para “puxar estoques”, o que, em termos técnicos, seria dizer que será comprado apenas o necessário. O processo produtivo muda suas estratégias ao perceber que a demanda e as informações são necessárias para um bom desempenho. Em termos de importância, a área urbana possui um grande significado econômico. Houve uma grande revolução nas características das frotas, as viagens passaram a ser programadas e o abastecimento se dá a partir da necessidade do mercado. Perceba que, ao tentarem ser competitivas, as empresas direcionam seus esforços em aproximar cada vez mais consumidores e clientes nas áreas urbanas e associá-los à necessidade de consumo. 7.3 O bem maior A discussão dos assuntos ligados à distribuição de mercadorias está longe de terminar, até porque há muito a ser feito. As empresas direcionam boa parte de seus esforços na melhoria de seus serviços e principalmente de seus produtos, o seu bem maior. Para que essa mercadoria possa chegar ao consumidor, nela deverão estar inclusas as seguintes descrições: • classificação bem como as descrições em termos de codificação; • estado que esse produto permanece (sólido, líquido etc.); • peso do carregamento da carga; • volume a ser transportado; • número de peças bem como os itens individuais (caso existam); • grau de fragilidade e os devidos cuidados no manuseio; • necessidade de abastecer os clientes face à demanda; • frequência para atendimento dos clientes. 143 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Essas informações são de extrema importância para que a empresa possa compreender as reais necessidades do mercado. Muitas dessas ações podem determinar valor do produto, bem como os ganhos dentro da cadeia logística. Além dos aspectos relacionados aos produtos, vamos nos remeter a outro fator também importante, que é por onde nossos caminhões circulam, ou seja, por meio da rede viária. Algumas especificações das redes viárias incluem fatores como: • distância entre a área produtora e a consumidora; • tempo gasto na viagem; • forma como a rede viária está classificada; • tipos de controle do tráfego; • restrições ou proibições específicas (altura máxima permitida, peso, etc.); • natureza do solo, quando houver essas informações. Ao longo dos anos, é crescente o número de terminais de operações de recebimento de cargas que fazem parte do contexto logístico e da infraestrutura do país. Aliados às questões de demanda e oferta por serviços e produtos, os terminais têm um papel essencial e estratégico nas atividades empresariais. Eles, além de apresentarem informações relacionadas aos produtos, seria necessário que também expusessem dados como: • tipo do terminal e as cargas a serem manuseadas; • atividades de movimentação a serem realizadas; • equipamentos necessários para a movimentação da carga; • operações de apoio operacional, manutenção e escritório; • capacidade interna do terminal de cargas; • horários nos quais serão realizadas as operações; • mediação da capacidade do terminal em termos de sustentabilidade, por exemplo, a utilização de a luz solar. Ainda em relação à movimentação das cargas e produtos, é necessário que haja um meio pelo qual essa mercadoria chegue aos pontos de vendas. Na sua maioria, os veículos que transportam produtos são os caminhões de cargas. Nas áreas urbanas, outros tipos de veículos são normalmente encontrados 144 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 como os de passageiros e recreação, que na sua essência, não influenciam na questão do transporte de mercadorias. Outro problema bem característico da área urbana são os veículos que transportam e executam serviços neste segmento. Eles realizam atividades como reparos, serviços pessoais como eletricista e pintor, comerciais e industriais como técnicos de computação e ainda domésticos, além de entregas de alimentos. As características dos veículos que circulam pelas áreas urbanas podem ser assim definidas de acordo com: • sua configuração (se o caminhão é unitário, articulado duplo ou triplo); • o corpo do veículo (se é tanque, plataforma, basculante etc.); • o peso que o caminhão transporta; • as dimensões características de cada caminhão; • o número de eixos e rodas do veículo; • a capacidade de carga que será transportada; • a definição de propriedade (particular, terceiros e outros); • o controle para tráfego, caso seja de uma transportadora ou particular; • a permissão para transporte em determinadas vias. Vários são os problemas que influenciam nesta modalidade de transporte nas áreas urbanas. Assim como as empresas, o governo deverá incluir normas e procedimentos além de incentivar e melhorar o fluxo desses veículos em um mercado crescente, o que impacta direta e indiretamente nas atividades logísticas, produtivas e de negócios das corporações. O profissional de logística precisa criar meios para que os caminhões possam realizar suas atividades de carga e descarga dessas mercadorias em um curto espaço de tempo e com segurança. O mercado urbano é uma realidade e, como tal, deve ser tratado como um novo canal de distribuição de nossas mercadorias incentivado pelo crescimento do consumo. 7.4 Algumas estratégias de roteirização Como já pôde ser percebido, o transporte em áreas urbanas é um desafio constante, pois existe uma série de variáveis que tornam o processo muitas vezes ineficiente em termos de resultados concretos. 145 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Iniciaremos o próximo assunto tratando exatamente de como criar uma forma de escoar mercadorias sem riscos para a empresa em termos de deslocamento de veículos e manutenção da segurança das pessoas envolvidas no processo. Vejamos o termo roteirização que significa a forma como um produto será escoado a partir de um ponto específico. Esse é um processo que deverá seguir uma rota determinada, passando por outros locais e obedecendo uma sequência de paradas que deverá ser cumprida pelo veículo da frota. O objetivo é visitar um conjunto de pontos geograficamente dispersos em locais predeterminados que necessitem de atendimento e recebimento de mercadorias. Um dos grandes problemas da roteirização de veículos consiste em definir roteiros que minimizem o custo total de atendimento, cada um com inícioe término no depósito ou base dos veículos, assegurando que cada ponto seja visitado exatamente uma vez e a demanda em qualquer rota não exceda a capacidade do veículo que a atende. Outro fator que cria um complicador para a entrega de mercadorias são as chamadas janelas de tempo ou horário de recebimento das cargas. O gerenciamento eficiente e eficaz da distribuição física recebe cada vez mais relevância dentro dos setores público e privado. Uma grande parcela dos custos associados aos sistemas de transporte e distribuição está relacionada com o problema de roteirização e programação de veículos e, como tal, deverá receber atenção especial em todos os setores ligados à logística de transporte e distribuição de cargas. Um problema de roteirização pode ser definido por três fatores: • as decisões envolvem a determinação de quais clientes (em função da demanda) serão atendidos por cada veículo e quais as rotas e programações a serem cumpridas no serviço de distribuição da carga; • o objetivo é a redução dos custos de operação e de investimento, sem que seja comprometido o nível de serviço acordado e exigido pelo cliente na contratação; • as restrições estão associadas às rotas e dizem respeito ao tempo máximo de viagem permitido, à capacidade de carga do veículo, às regulamentações, aos recursos disponíveis, ao máximo de paradas etc. Para um bom planejamento de um sistema de distribuição, procura-se levantar as características dos problemas de roteirização inerentes a cada região, sem comprometer o nível de serviço desejado. Vários são os problemas que norteiam a distribuição física de mercadorias: • tipo de operação – as operações variam de acordo com as necessidades de cada cliente como, por exemplo, o serviço de entrega de empresas denominadas ponto com, que precisam entregar no local definido pelo cliente; • local da demanda – a demanda pode ocorrer em pontos específicos das redes de transporte. Neste caso, a empresa deverá ser responsável por fazer essa mercadoria chegar ao cliente, como exemplo, as empresas de venda porta a porta; 146 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 • número de facilidades – uma mesma empresa pode deter várias plantas e depósitos, facilitando a entrega de mercadorias; • frequência de viagens – cabe ao fornecedor realizar o número de viagens necessário para o abastecimento de mercadorias em locais onde não pode haver falta de produtos, como em hospitais e postos de combustíveis; • janelas de tempo – um problema típico que engloba algumas regiões é o horário de funcionamento, como por exemplo, a inviabilidade de um serviço bancário ser realizado a noite; • tempo de viagem – nas áreas urbanas, é muito comum nos defrontarmos com problemas característicos de cada área como feiras livres, manutenção de túneis, restrições de deslocamento de caminhões etc.; • capacidade multidimensional – em algumas regiões, pode haver problemas característicos em função do volume e da capacidade da carga que está sendo transportada; • tipos de veículos – a empresa deverá optar pelo veículo em função do tipo de mercadoria que está sendo transportada; • tamanho da frota – o tamanho da frota pode ser determinado antes da roteirização ou ser o resultado de um planejamento, objetivando atender àquilo que foi solicitado pelo cliente; • terceirização da frota – as empresas, diversas vezes, encaram esse tipo de problema: a escolha entre a frota própria, terceirizada ou mista. Essa opção depende novamente da estratégia da corporação e afeta diretamente a roteirização de veículos e as necessidades do contratante; • cargas separadas – a definição de como deverá ser transportada a carga precisa ser tomada em função da capacidade do veículo e o peso da mercadoria; • valor da mercadoria – por conta do aumento de furtos de cargas as empresas passaram a dividir cargas de valor elevado em mais de um veículo, de acordo com as determinações das empresas seguradoras. O objetivo é reduzir a possibilidade de sinistro; • característica física da rede viária – afeta direta e indiretamente a forma como o trajeto será definido pelas empresas de transporte. Restrições como pedágio e as formas de tráfego nas áreas urbanas atingem a distribuição de cargas; • tempo real – com o avanço da tecnologia e a roteirização dos veículos, é possível saber, em tempo real, o que ocorre com o caminhão que está transportando mercadorias; • custos – o custo pode variar de acordo com a distância, o tempo de carga e descarga e a área urbana na qual será entregue o produto; 147 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE • função objetivo – o objetivo das empresas é minimizar seus custos e aumentar sua lucratividade, fatores esses que podem ser alcançados quando ambos estão dispostos a trabalhar em conjunto. Um bom planejamento do sistema de roteirização deverá ser elaborado entre as empresas envolvidas no processo de transporte de carga: a empresa que produz e quem acondiciona essa mercadoria. Esse é um trabalho que deverá ser realizado para atender às necessidades e expectativas dos clientes. Um bom sistema de roteirização e rastreamento de cargas é aquele que apoia o transportador no momento de sua saída e dá suporte para que ele retorne à sua base com segurança, com a mercadoria entregue nas mãos do cliente. 7.4.1 Roteirização e programação de veículos Em um cenário altamente competitivo, as empresas de transporte vêm tentando dar maior confiabilidade e mais velocidade e flexibilidade às suas operações de entrega. A busca por uma maior eficiência e pontualidade nas tarefas de entrega e/ou coleta de mercadorias tem sido o grande desafio dessas empresas. Isso é benéfico para quem produz, para quem compra e também para quem entrega. Um dos grandes objetivos é o aproveitamento da frota e dos motoristas, a redução dos tempos de ciclo e de obtenção e o melhor planejamento das rotas. Tais atividades visam: • reduzir os custos das operações; • melhorar a imagem da empresa no mercado; • aumentar a fidelização dos clientes; • conquistar a maior fatia do mercado. Perceba que todas essas metas estão ligadas diretamente à evolução da empresa no mercado. Quando ela possui frota própria, sempre irá encontrar problemas para despachar um veículo a partir de sua base central para uma série de clientes em pontos diferentes, com o objetivo de que o mesmo veículo retorne à base, de preferência, é claro, com as entregas realizadas. Os maiores problemas enfrentados na roteirização de veículos são: • determinação do número de veículos envolvidos na operação; • capacidade de cada veículo; • pontos de parada para coleta ou entrega de mercadoria em cada roteiro de um determinado veículo; • a sequência das paradas para coleta ou entrega de mercadorias. 148 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 O número de processos de roteirização que envolve muitas paradas e veículos, além do total de roteiros possíveis é astronômico. Por isso, princípios operacionais que resultem em boas soluções podem ser muito úteis desde que o processo de entrega seja eficiente. A questão é: como fazê-lo? Uma boa roteirização é aquela capaz de atender a todos os clientesno prazo estipulado e que o caminhão volte à base da empresa, de preferência vazio. Normalmente, a pessoa envolvida no processo de roteirização é um funcionário que conhece bem o setor e que pode desenvolver a rota a partir desse conhecimento. Sugerir uma roteirização ideal está longe de nossos objetivos, até porque as empresas e a forma como esse processo será definido é característico de cada companhia. Observação Algumas empresas adotam medidas como assinalar observações nas notas fiscais (como uma facilidade ao pessoal que executa a roteirização) e verificar informações (como restrições em locais que são normalmente visitados pelos vendedores e que conhecem bem a região). 7.4.2 Sistemas de roteirização Uma prática muito comum nas empresas é a utilização dos sistemas de roteirização e programação de veículos ou, simplesmente, roteirizadores. São sistemas de computadores que, por meio de uma apropriada base de dados, são capazes de obter soluções para problemas de roteirização e programação de veículos com resultados relativamente satisfatórios para as empresas de distribuição e transportadoras. Algumas restrições ou condicionantes que um sistema pode considerar na sua utilização: • possibilidade de análise de um ou mais depósitos com o objetivo de distribuir melhor a mercadoria; • janelas de tempo a serem consideradas no processo de entrega da mercadoria; • tipos de veículos que estão envolvidos nas operações; • análise dos tempos de parada; • velocidades variáveis ao longo do percurso; • análise de limitações de capacidade dos veículos; • múltiplos compartimentos característicos de cada veículo; • possíveis barreiras físicas; • possíveis restrições de circulação de veículos e jornadas de trabalho do pessoal envolvido no processo. 149 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Perceba que um sistema torna possível a obtenção de modelos muito próximos da realidade atual, sendo de grande importância para o processo de tomada de decisão em âmbito empresarial. Cabe ao alto escalão das companhias apoiar e decidir por um sistema que dê resultados satisfatórios dentro dessa atividade. Ao longo dos anos, a computação passou por intensa evolução. Os sistemas de roteirização hoje estão cada vez mais próximos da internet, uma ferramenta essencial e capaz de ajudar nas tomadas de decisões. Com relação aos sistemas, analisaremos e verificaremos sua aplicabilidade no processos de roteirização, lembrando que isso pode variar muito de acordo com a necessidade particular de cada empresa. As Informações sobre o número, tempo e local de parada dos veículos e sua velocidade são definidas de acordo com o percurso e: • as operações que envolvem a coleta e entrega; • o planejamento da forma de distribuição; • o cálculo das distâncias objetivando diminuir a quilometragem rodada; • o desenvolvimento da coleta de lixo sólido e reciclável; • os roteiros definidos a partir da capacidade de peso ou volume de cada veículo; • definição das rotas com horário determinado. 7.5 Os softwares de roteirização existentes no mercado Existe no mercado um número cada vez maior de softwares destinados à roteirização que ajudam as empresas a planejarem e programarem seus serviços de distribuição de mercadorias. Um dos objetivos é minimizar o tempo gasto com o processo de entrega de produtos, diminuindo um dos grandes problemas que é, exatamente, saber em tempo real onde está a carga e quando ela será entregue. Entretanto, alguns problemas na utilização desses softwares devem ser considerados, ou seja, a aquisição, bem como a manutenção da base de dados, gera custos elevados, vistos pelas empresas como um fator negativo. Um sistema mal implantado e mal gerenciado origina vários custos e desgastes no seu processo de administração. Algumas questões devem ser analisadas antes da aquisição de um sistema de roteirização: • quais os reais problemas a serem solucionados? • a aquisição de um sistema poderá trazer que tipos de problemas? • quais os objetivos da aquisição do sistema? • quais e quantos recursos serão disponibilizados para essa aquisição? 150 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 • em que fases do processo será feita a implantação? • quais as tarefas e atividades a serem desenvolvidas? • quais os profissionais devem ser envolvidos no processo? • o ideal é comprar um sistema pronto ou desenvolvê-lo? • é possível comparar os roteirizadores disponíveis no mercado? • é possível analisar as principais características de cada produto? • quais os critérios que devem ser adotados na seleção do sistema a ser implantado? • qual o prazo para surgirem os primeiros resultados? O grande problema da maioria das empresas ao adquirir um sistema de roteirização é a falta de planejamento e a empolgação com relação aos resultados, que na maioria das vezes demanda certo tempo para a efetiva concretização. Ao adquirir um sistema, as questões sinalizadas anteriormente deverão ser respondidas para que se evite uma frustração quanto ao resultado futuro. Um sistema não vai solucionar todos os problemas. Ele vai apenas proporcionar uma possibilidade na busca de melhores resultados. Existe uma gama enorme de sistemas de roteirização e cabe às empresas a busca de acordo com as suas necessidades. Segue a relação de alguns desses sistemas disponíveis: • Trucks; • Truck-Stops; • Roadshow; • TransCAD; • ROTAcerta; • ArcLogistics Route. Lembrete Cada um desses sistemas possui sua característica e particularidade em relação aos resultados. A roteirização e a programação de veículos são, atualmente, grandes questões a serem analisadas e solucionadas dentro dos grupos empresariais. Optar por um software, por bons profissionais ou por 151 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE atividades funcionais parece ser uma solução a longo prazo, prazo esse que, na maioria das vezes, está fora de cogitação dos clientes. A pessoa que está envolvida em qualquer atividade na área logística deve, antes de qualquer ação, prever fatores extras e agir com sabedoria e, acima de tudo, com responsabilidade para atingir e suprir as expectativas dos clientes. 7.6 Rastreamento de veículos de cargas Antes de iniciarmos um novo assunto, pensemos primeiro na seguinte questão: O que é rastreabilidade? No cenário atual, no qual as empresas necessitam saber exatamente onde está o produto dentro da cadeia logística, será preciso implantar um sistema e uma forma de rastrear essa mercadoria. Será que é apenas por esse motivo? Certamente não. O que acontece com a mercadoria dentro do centro de distribuição? Existe uma série de necessidades associadas ao rastreamento desta carga. O sistema de rastreamento é um instrumento fundamental quando a mundialização dos mercados comerciais torna muito difícil a identificação da origem das matérias-primas e das circunstâncias em que se realiza a produção dos alimentos em face do aumento da cadeia produtiva. Esta indicação permite ainda, no caso de surgir um problema de saúde pública, identificar todo o lote contaminado e, se necessário, retirá-lo do mercado antes de contaminar as pessoas,bem como definir a responsabilidade de cada um dos intervenientes na produção. Permite, assim, uma intervenção rápida por parte das autoridades competentes em prol da saúde coletiva. 7.7 Sistemas de rastreamento Passamos a tratar exatamente dos sistemas de rastreamento. Eles permitem aplicações de segurança em empresas de transporte, com controle e atendimento de alarmes e emergências. Além de executar funções na cadeia logística, podemos fazer a definição de rotas e tempos, possíveis correções de percursos e determinação de áreas com permissão para entrega de mercadorias, entre outras funções. Os sistemas de rastreamento são uma ferramenta indispensável para o gerenciamento da operação com informações precisas e invioláveis, garantindo maior segurança das atividades com relação aos produtos e as formas como serão transportadas as mercadorias. O monitoramento da carga é feito a partir de um sistema muito conhecido hoje no mercado. O GPS é uma ferramenta que auxilia no acompanhamento da carga e do veículo. O sistema consiste basicamente em uma central de controle, um link de comunicação entre esta central e as unidades móveis e os veículos propriamente ditos, equipados com um hardware específico para este fim. Essa atividade, em conjunto com o software para operação e gerenciamento de frotas, oferece inúmeros recursos para várias aplicações nas atividades de logística, bem como em outros serviços. Atualmente, o GPS é muito 152 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 utilizado por empresas de segurança e seguradoras de veículos. Algumas das aplicações estão inseridas no seguinte contexto: • o rastreamento e segurança de veículos tanto de transporte como de passeio; • o uso nas atividades de logística aplicada, no gerenciamento de frotas urbanas. Uma vez devidamente instalado, o módulo de rastreamento passa a ser o responsável pela leitura e processamento das informações internas do veículo e de serviços das funções logísticas, além de promover a interface de comunicação com a central de monitoramento responsável por cada uma das atividades. Veremos a seguir, o funcionamento de um sistema de rastreamento. O equipamento possui um receptor GPS que faz uma leitura, a cada fração de segundo, de todas as informações de localização, movimentação, direção e velocidade do veículo a ser monitorado. Existe um módulo que faz ainda a análise da situação do motor em estado ligado e/ou desligado, a leitura dos sensores de entrada, comanda as ações realizadas via atuadores nas saídas analógicas ou digitais, avalia o resultado dos contadores internos, informa o valor absoluto do hodômetro, mede a temperatura interna e a voltagem de alimentação, entre outras informações referentes ao veículo e ao sistema em uso. Sua arquitetura de comunicação on-line é baseada na tecnologia GSM/GPRS, utilizada em rádios de comunicação e celulares. A tecnologia GSM que significa Global System for Mobile Communications, ou simplesmente Sistema Global para Comunicações Móveis, é móvel e, atualmente, é o padrão mais popular usado em telefones celulares do mundo. A tecnologia GPRS que significa Serviço de Rádio de Pacote Geral é uma tecnologia que aumenta as taxas de transferência de dados nas redes GSM existentes. Ela permite o transporte de dados por pacotes. Sendo assim, o GPRS oferece uma taxa de transferência de dados muito mais elevada que a das tecnologias anteriores. O sistema deverá estar numa área coberta pelo sinal da operadora telefônica, independente de utilizar as tecnologias GSM/GPRS, para que as informações do sistema sejam corretamente enviadas à central de rastreamento. Isto significa que é um sistema parcialmente controlado por satélites e recebe informações dos mesmos, porém as envia por outro meio de comunicação que não se utiliza de plataforma de satélite. Eis um dos motivos pelos quais o sinal perde-se ocasionalmente. 7.8 Ferramenta GPS Muito utilizado e conhecido no mundo, o Sistema de Posicionamento Global, popularmente conhecido por GPS (que vem do acrônimo do inglês Global Positioning System), inclui um conjunto de satélites e é um sistema de informação eletrônico que fornece, via rádio, a um aparelho receptor móvel, a posição do mesmo com referência às coordenadas terrestres. Existem atualmente dois sistemas efetivos de posicionamento por satélite: o GPS americano e o Glonass russo. Existem também mais dois sistemas em implantação: o Galileo europeu e o Compass chinês. Isso se faz necessário universalmente, 153 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE pois o sistema americano é controlado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, o chamado DoD, exclusivamente para uso militar e, embora, atualmente, encontre-se aberto para uso civil e gratuito, poucas garantias temos que, em tempo de guerra, ele continue emitindo sinais, o que resultará num sério risco de espionagem industrial. Os receptores GPS existem numa variedade de formatos, desde dispositivos integrados dentro de carros, telefones, e relógios, até aparelhos dedicados somente ao GPS como os fabricados pelas marcas Trimble, Garmin e Leica, as mais comercializadas hoje no mundo. A ferramenta GPS é muito útil em um país como o Brasil onde cada vez mais aumenta o número de furtos de cargas. Esse assunto será abordado posteriormente. 7.8.1 Exemplo de rastreabilidade de produtos O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas mundiais. A mercadoria como um todo é vulnerável e, portanto, fácil de ser desviada. Algumas medidas vêm sendo adotadas pelos produtores bem como pela indústria de um modo geral. Veja a seguir o exemplo dos produtores de bananas. Os produtores de bananas, com um olhar cada vez mais fixo no diferencial para melhor atender o mercado, iniciam um processo de investimento em sistemas de rastreamento como uma forma de garantir sua produção. O maior objetivo, sem dúvida, é garantir um lucro superior e um produto mais saudável ao consumidor. Com o avanço do conceito de rastreabilidade bem como o aumento de sua importância significativa nos mercados nacionais e internacionais de produtos agrícolas, nos últimos anos, o Brasil vem se destacando. Fatores como esses fazem com que as empresas, os produtores e o próprio governo direcionem seus olhares para essa atividade e para a necessidade da rastreabilidade. A rastreabilidade é um mecanismo que permite a localização de um determinado produto além de monitorá-lo e identificá-lo desde sua origem até que ele esteja nas mãos do consumidor final. É um conjunto de medidas que possibilita controlar todas as movimentações nas unidades, de entrada e saída, objetivando a produção de qualidade, com origem garantida e venda concreta. Isso dá ao produtor e ao consumidor a certeza de que o consumo de um produto com qualidade está assegurado. Medidas em outros setores da economia começam a tomar corpo à face do mercado cada vez mais competitivo e a forma como as empresas visualizam hoje a segurança de seus produtos. 7.9 O gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas No Brasil, especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, assiste-se a um crescente e sistemático aumento nos índices de criminalidade relativos aos roubos, furtos e desvios de cargas em geral, além do aspecto psicológico que afeta as pessoas vítimas desses crimes cada vez mais intensos1. 1 Os tópicos 7.9 e 7.10, assim como os subtópicos 7.9.1,7.10.1 e 7.10.2 foram adaptados de conteúdo disponível em: <http://www.ntcelogistica.org.br/gris/gerenciamento.asp>. Acesso em: 11 jul. 2011. 154 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 Os sinistros acontecem normalmente em áreas urbanas, rodovias, depósitos de cargas, postos de combustível, enfim, em qualquer lugar e em qualquer etapa do ciclo da atividade de transporte de mercadorias. Nesse contexto, as respostas dos órgãos responsáveis pela segurança pública têm se mostrado insuficientes para o enfrentamento do problema que a cada dia nos assusta, preocupando as empresas e o consumidor final. 7.9.1 O que é Gris? O termo gerenciamento de riscos é a adoção de um conjunto de técnicas e medidas preventivas que visam identificar, avaliar e evitar ou minimizar os efeitos de perdas ou danos que possam ocorrer no transporte de mercadorias nas atividades empresariais e de transporte. Essas ações serão implantadas com o objetivo de preservar a carga desde a origem até o destino final, garantindo que o produto esteja no local desejado, dentro do prazo previsto e de acordo com sua conformidade e ao menor preço possível, ou seja, aquilo que o mercado e o cliente desejam. A responsabilidade por preservar e manter a carga é do transportador, independente do acordo que tenha sido firmado. O Gris é uma prática que, ao longo dos anos, vem passando por reformulações e aprimoramentos cujo objetivo maior é a manutenção da carga e da integridade física das pessoas envolvidas. O Gris possui os seguintes aspectos: • caráter de prevenção; • tratamento de riscos que possam causar perdas ou danos pessoais, materiais, financeiros, ao meio ambiente e à imagem da empresa; • opção estratégica que busca envolver o planejamento, investimento, tecnologia e execução competente na busca pela solução, mesmo que paliativa; • soluções integradas e medidas preventivas e corretivas envolvendo mudanças tecnológicas, operacionais e comerciais dentro das empresas e em atividades ligadas ao produto; • agregação de valor à logística da empresa, aprimorando os processos e propiciando melhores controles e coordenação pela equipe responsável, passando tais responsabilidades a outros envolvidos na cadeia; • necessidade básica de qualquer empresa ou ramo de atuação, um diferencial mercadológico que é bem visto aos olhos do consumidor. 7.10 Os objetivos do gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas Como qualquer atividade no mundo empresarial, comercial ou de serviços, existem os objetivos a serem cumpridos e definidos. Passaremos a verificar as principais metas do Gris, exatamente onde ele deverá atuar no TRC. Vamos a elas: 155 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE • desenvolver formas de redução dos riscos e da sinistralidade envolvidos na atividade empresarial, com consequente diminuição dos prêmios de seguros da carga e de seus custos ao consumidor final; • preservar vidas humanas e bens materiais da empresa; • viabilizar seguros adequados às atividades operacionais da empresa, permitindo a redução de custos e possibilitando a competitividade no mercado nacional e internacional; • cumprir os compromissos com clientes, garantindo que os produtos estejam no lugar certo e na hora certa, ou conforme o acordo determinado, ao menor custo possível; • utilizar uma ferramenta de diferencial competitivo no mercado; • aumentar a produtividade e a lucratividade da empresa, como um dos diferenciais competitivos; • manter a imagem da empresa no mercado; • criar formas de motivação dos seus funcionários e colaboradores. 7.10.1 Abrangência do Gris no TRC Assim como qualquer atividade, o Gris tem uma abrangência que deve considerar a estrutura organizacional e operacional da empresa de transporte rodoviário de cargas. No conceito do Gris, algumas definições são consideradas prioritárias e definidas por quatro áreas setoriais de uma organização: 1. área de recursos humanos; 2. instalações e áreas físicas; 3. sistemas de informação como os documentos, as informações digitais e as comunicações; 4. operações móveis de transporte de cargas. Uma vez definidas as áreas que serão desenvolvidas dentro do conceito do Gris, abordaremos cada uma delas. A área de recursos humanos Toda e qualquer empresa tem a necessidade de possuir um departamento que atue diretamente com as pessoas que fazem parte do contexto empresarial, caracterizado como recursos humanos. O RH tem um papel essencial no que tange à questão do Gris por atuar e administrar o conjunto de pessoas que colabora para a empresa, sejam eles funcionários, prestadores de serviços ou até mesmo autônomos. 156 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 Observação Quanto mais sensíveis forem os cargos a ocupar, maior será a necessidade de segurança na seleção de pessoal. O departamento de RH, bem como as pessoas envolvidas nas atividades de Gris, deverá adotar algumas medidas e realizar etapas no processo. Vamos a elas: • primeira etapa – seleção de pessoal; Nessa etapa, o que se busca, em termos de segurança, é eliminar aqueles candidatos que possam configurar riscos à empresa de uma maneira geral. Durante o processo de seleção, deverá ser priorizada a pesquisa de antecedentes criminais e socioeconômicos do futuro colaborador, além da entrevista realizada com o candidato ao cargo. Na contratação de funções como “carreteiros”, além do próprio condutor, a análise do veículo que estará envolvido na atividade profissional também deve receber atenção especial. Todo o cuidado e prevenção deverão ser tomados nesta etapa. • segunda etapa – adoção e manutenção de comportamentos das pessoas envolvidas em todas as atividades da empresa; Aqui, o que se visa é a conscientização do corpo de funcionários quanto aos riscos potenciais como um todo e à conduta adequada a cada situação, criando uma mentalidade coorporativa de segurança, por meio de uma mudança de comportamento calcada em acreditar que a situação de risco poderá acontecer a qualquer momento e a qualquer pessoa envolvida no processo. Os treinamentos deverão ser realizados constantemente com o objetivo de prepará-la para necessidades futuras. • terceira etapa – controle de segurança no desempenho funcional de cada funcionário. Esta etapa parece uma das mais complicadas. O RH deverá ter sensibilidade para criar mecanismos de controle efetivo sobre as pessoas envolvidas, evitando que elas possam ir a outro caminho. Observação Por melhor que seja a tecnologia empregada, os procedimentos de segurança precisam estar bem incorporados pelo corpo funcional da organização. O treinamento de RH é fundamental. 7.10.2 Os sistemas de informação no Gris Dentro das empresas, o tratamento dado às informações segue critérios e um nível de segurança maior. Os sistemas de informação são suportes que estão disponíveis para armazenar fisicamente 157 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTEuma informação determinada e possuem os meios para enviá-la a um destinatário, normalmente da companhia, ou a uma empresa pertencente ao grupo corporativo. Neste processo, pode-se englobar: • os documentos mais comuns; • os sistemas digitais; • as comunicações e os meios de transmissão da informação. Algumas empresas não dão a devida atenção a questões como segurança das informações, principalmente com relação às transportadoras. Infelizmente, a realidade nessas empresas é bem diferente do que normalmente estamos acostumados. Em muitas delas, existem verdadeiros olheiros que, mesmo trabalhando para a companhia, passam informações para outras pessoas de fora da empresa. Portanto, numa visão abrangente, um dos objetivos que se buscam na prevenção é como salvaguardar conhecimentos e/ou dados de interesse contra: • futuras ações como fenômenos naturais e possíveis acidentes; • vazamentos de informações sigilosas; • ações criminosas como espionagem, sabotagem, invasões etc. Além do mais, será necessário garantir: • o sigilo nas comunicações e transmissões de dados da empresa interna e externamente; • a integridade dos meios de comunicações e informática como os softwares e hardwares existentes na empresa e a forma de sua utilização. Passamos a analisar outros aspectos considerados essenciais na proteção de informações de empresas. Os alvos a serem protegidos são: • documentos – os documentos são vulneráveis a riscos de espionagem e de sabotagem. São de fácil leitura e memorização. Os papéis tem um ciclo de vida curto por serem suscetíveis à destruição. Serão necessárias ações como termos de responsabilidade, proibição de cópias e outras; • informações digitais – esses tipos de informações são de fácil acesso, principalmente para crimes cibernéticos, adulteração de sistemas e fraudes. As informações digitais deverão ser administradas por especialistas no assunto; • meios de comunicação – os meios de transmissão de informação são vulneráveis a diferentes formas de interceptação, neste caso, violação dos dados. 158 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 As medidas de proteção a serem adotadas pelas empresas devem focalizar alguns aspectos como a segurança dos meios de transmissão por meio da: • verificação da localização correta dos equipamentos de comunicações que existem na empresa; • forma de controle dos acessos às suas instalações; • forma de inspeções de segurança visuais, varreduras e de telefone. A ação de segurança de conteúdo das mensagens enviadas pode ser realizada da seguinte maneira: • com o uso de meios criptológicos; • com a escolha do meio de comunicação mais adequado ao tipo de mensagem de informações internas. As medidas de segurança necessárias à proteção dos sistemas de informação estão sustentadas em três pilares que serão tratados individualmente por cada empresa, dependendo da maneira com a qual se pretende proteger-se. São eles: • normas internas de segurança com procedimentos claramente definidos a todos os colaboradores, direta e indiretamente; • criação de ferramentas que auxiliem na execução dos processos de proteção das informações da empresa; • mudança nas atitudes e comportamentos das pessoas envolvidas no processo empresarial. As operações móveis de transporte As operações móveis de transporte nada mais são do que o processo operacional em que as mercadorias são transportadas pelo veículo. Neste momento, as cargas, bem como o veículo, estão vulneráveis no processo. Um dos motivos disso é o fato do transportador ser o responsável pela carga. Outro fato é que o veículo, estando na rua, passa a ser alvo de bandidos que muitas vezes são inibidos ao perceberem que o ele é rastreado. Uma vez que essas pessoas possuam algum tipo de informação, o risco passa a ser maior. Para a proteção às operações móveis de transporte alinhadas ao sistema de Gris, serão necessárias algumas ações como: • selecionar rigorosamente o pessoal, envolvendo motoristas, agregados, terceiros e ajudantes, além dos funcionários dos setores de expedição e tráfego, ou seja, o transporte da empresa; • estabelecer e normas de segurança específicas às funções e educação de segurança para motoristas e ajudantes, pessoal de expedição e operadores de rastreamento; 159 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE • possuir veículos adequados e em boas condições de uso; • desenvolver e empregar tecnologias de rastreamento/monitoramento e bloqueio de veículos em todas as atividades de transporte; • fracionar e separar as cargas de maior valor agregado; • realizar um planejamento de viagem e operações urbanas para a entrega de mercadorias; • desenvolver um Centro de Controle Operacional conhecido como CCO que funcione 24 horas por dia, ou o necessário; • criar um cadastramento de rotas dos setores disponíveis no sistema; • fazer um mapeamento dos locais considerados de maior risco de furtos de cargas; • analisar e estudar rotas e pontos de parada durante o trajeto do veículo; • desenvolver um plano de viagem contanto com imprevistos; • definir a origem, itinerários e destinos do veículo em função da mercadoria a ser entregue; • determinar os pontos de parada, caso existam; • estabelecer a programação dos horários de parada, que podem variar em função do cliente; • alternar as rotas e horários de partida (caso seja necessário) em função das características de recebimento do cliente; • desenvolver e criar uma formação de comboios (quando necessário) para que isso possa garantir uma segurança maior da carga; • escoltas em áreas consideradas críticas e de riscos para a carga; • criar uma forma de comunicação em permanente disponibilidade durante toda a operação de carga e descarga ao longo das atividades internas e externas. Não é simples desenvolver as medidas de gerenciamento de riscos em uma organização. Por isso, para serem viáveis, essas medidas devem: • contar com o apoio da direção da empresa no sentido da preservação de seus valores; • ser decorrentes de um planejamento eficaz em função dos resultados futuros; 160 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 • ter um custo compatível; • ser culturalmente aceitas, o que é o mais importante. As instalações e áreas físicas da empresa Os bens patrimoniais fixos da empresa também devem merecer prioridade no contexto do gerenciamento de riscos. E, como dedução lógica, quanto mais importante ou sensível for determinada área, bem como a instalação para a organização, maior deve ser a atenção em relação a ela. Preservar o bem da empresa é uma situação que engloba todas as pessoas envolvidas. Em uma transportadora e suas instalações e áreas, podemos visualizar, como regra geral, os seguintes alvos a serem protegidos: • o perímetro ou área externa da empresa; • as instalações e as edificações; • a sede da empresa, caso exista como sendo própria; • os depósitos de carga; • outros tipos de depósitos como de combustíveis, garagens, depósitos de materiais, casas de força, caixas d’água etc. Ainda com relação à questão da proteção, existem as áreas consideradas sensíveis e restritas. Sinalizamos a seguir, as áreas aserem protegidas: • o setor financeiro da empresa deve ser bastante cuidadoso ao tratar da segurança; • a central de informática é outro departamento que também precisa possuir segurança e vigilância constante; • a central de comunicações, considerada um setor sensível, deverá possuir uma segurança sempre ativa. Perceba que, por questões culturais de cada empresa, os setores a serem protegidos e a maneira como essa proteção será feita devem ser decididos pela diretoria e seus respectivos colaboradores. A prevenção tem seus objetivos definidos em função de manter as áreas sensíveis e físicas da empresa. Dentro desta questão, podemos sinalizar os seguintes objetivos: • impedir o acesso de intrusos às instalações da empresa; • criar uma forma de controlar a circulação de pessoas e veículos estranhos e ameaçadores; • evitar danos materiais à empresa e às pessoas que estão inseridas no contexto empresarial principalmente. 161 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE O maior objetivo na prevenção e segurança, principalmente quando nos referimos a uma transportadora, é definir exatamente quais os alvos a serem protegidos. Uma vez definidas as metas, é necessário analisar os fatores que irão influenciar no planejamento e conduzir à solução. Para tal, considera-se: • a localização do imóvel e sua topografia bem com as vias de acesso e o tipo de vizinhança além de como estão dispostos o policiamento na área próxima à empresa ou ao centro de distribuição; • as prioridades quanto à segurança; • a ordem de prioridades, em função dos riscos, no contexto do que efetivamente a empresa pretende proteger; • os produtos considerados de risco, normalmente em estoque, as quantidades, os valores e o tempo de permanência; • os tipos de barreiras de segurança, ou seja, os meios de segurança possíveis de serem aplicados; • barreiras estruturais como muros, cercas, trancas, cadeados, portaria e guarita, enfim, o melhor meio para a proteção e dificuldades de acesso; • barreiras eletrônicas com sistemas de imagens, de alarmes e outros; • barreiras humanas como vigias, guardas, rondas e outros que se façam necessários; • barreiras animais como cães de guarda; • ronda com helicóptero. Lembre-se que toda e qualquer medida de segurança a ser adotada por uma empresa deverá levar em consideração o custo/benefício bem como o fator de investimento e o alvo a ser protegido. Muitas vezes, a questão de segurança em massa cria um quesito de preocupação para as pessoas que visitam e trabalham na empresa. É necessário que ela se faça de uma forma bem discreta. Observação Não existe segurança perfeita. O que na verdade deve ser adotada como prática é a prevenção acima de tudo. Não se avalia a existência de pessoas dignas de confiança ou não, mas se existem (ou não) controles eficientes. 162 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 7.10.3 Os processos logísticos e o produto O fator que mais contribuiu com o crescimento das empresas foi a abertura do mercado internacional por conta da globalização. Com isso, percebemos que o consumidor, bem como os produtores, encontram-se cada vez mais dispersos no nosso território. Abundantes em algumas regiões do país, as matérias-primas não necessariamente estão próximas aos locais em que se estabelecem as empresas que as utilizam como insumos em seus processos produtivos, e, posteriormente, estes bens vêm a ser consumidos em terceiros territórios, distantes de sua área de origem. A logística tem um papel importante porque é capaz de auxiliar empresas e organizações na agregação e criação de valor ao cliente, seja ele final ou não. Ela pode ser a chave para uma estratégia de sucesso, provendo uma multiplicidade de maneiras e formas para que a empresa se diferencie da concorrência por meio de um serviço superior ou ainda de interessantes reduções de custo operacional dentro das suas atividades. Além do mais, a logística tem presença marcante no mundo empresarial, pois, ao se estabelecer uma relação comercial de compra e venda de mercadorias, as atividades logísticas são acionadas para possibilitarem o fluxo de produtos, sejam matérias-primas, artigos semiacabados ou destinados ao consumidor final. Em conformidade e tempestivamente com o que foi demandado, não importa o local e sim a forma como essa mercadoria deverá estar à disposição desse cliente. A tarefa da distribuição de mercadorias em território nacional cabe, também, aos inúmeros operadores logísticos bem como aos CDs e aos prestadores de serviços logísticos atuantes principalmente no Brasil. Em franca expansão, este negócio promove a integração de todos os setores da economia do país, sendo ainda favorecido pelo alto grau de desenvolvimento tecnológico observado nos últimos anos. O transporte de carga na modalidade rodoviária no Brasil efetua desde o escoamento de volumosas safras agrícolas até o envio de pequenas encomendas, não importando o local mas a maneira como essa carga será entregue. Todavia, o índice de roubo no modal rodoviário vem crescendo demasiadamente. Devido a este expressivo prejuízo, as seguradoras estão evitando a aceitação de seguro para cargas muito visadas, tanto na indústria de bens duráveis (como eletroeletrônicos, por exemplo), quanto na de produtos de consumo, representados pelos medicamentos, cigarros, alimentos e outros itens considerados de risco. A solução encontrada para tentar minimizar o alto índice de furtos de cargas é aliar a logística de distribuição e transportes aos recursos de tecnologias disponíveis em nosso mercado. Uma possibilidade é a utilização do transporte como estratégia na distribuição de mercadorias. A área de transportes de uma empresa possui uma forte relação com a logística, inclusive sendo parte dela, devido à evidência de seu papel estratégico na seleção da modalidade, no dimensionamento da frota, na definição de níveis de serviço e no detalhamento dos custos, contabilizados os seguros de veículos e de cargas. Percebe-se a forte influência dessa atividade como estratégia. 163 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE O transporte é um elemento chave e de enorme peso no custo de distribuição ou logístico de uma empresa. Esses gastos são importantes para a maioria dos produtos e para os resultados obtidos no serviço junto ao cliente. Seu desempenho pode influenciar a ilação de uma operação logística, alterando a percepção da qualidade do serviço sentida pelo comprador. Os gastos com as atividades de transporte chegam a representar em torno de 50% dos custos de uma empresa. Após termos abordado o produto e algumas atividades da logística, vamos tratar de um assunto importante: os sistemas de transporte inteligentes. 7.11 Sistemas de Transporte Inteligentes – STI O STI é uma iniciativa mundial de aliar tecnologia da informação e comunicação à infraestrutura de transportes e veículos. Um dos grandes objetivos é gerenciar fatores que comprometem o volume transportado e rotas de carga e descarga, agilizando a entrega e diminuindo o desgaste de veículos, o tempo de deslocamento, o consumo de combustíveis entre outros. Problemas como congestionamentos são algoque vem preocupando muito as autoridades e a segurança pública por afetar a sociedade como um todo. O conceito de STI foi desenvolvido nos Estados Unidos na década de 20 com o objetivo de facilitar o controle da migração e da urbanização da época. Foi uma maneira encontrada para minimizar os efeitos do crescimento das grandes cidades por meio de um acompanhamento maior da população e do avanço da motorização, o que, na verdade, era um meio de facilitar a vida do cidadão. Nas grandes cidades, existe o monitoramento em tempo real de vias expressas e grandes avenidas com o objetivo de facilitar o ir e vir do cidadão. Veremos a seguir algumas aplicações desta tecnologia de sistema inteligente. Pedágio eletrônico – uma das aplicações dos STI é o pedágio eletrônico cujo objetivo é facilitar a passagem de veículos normais de passeio e de cargas, reduzindo engarrafamentos em guichês de pedágio e automatizando a coleta da tarifa. Inovações mais recentes têm usado o pedágio eletrônico para criar zonas de restrição nos centros da cidade e faixas exclusivas para fluxo de veículos. Zonas de restrição – são usadas inicialmente em centros urbanos onde o transporte público é uma alternativa à direção de carros particulares, reduzindo o fluxo desses veículos por meio da cobrança de um pedágio. A seguir, passaremos a mostrar alguns sistemas disponíveis no mercado para esse fim: • Sistema Control Loc – é indicado para monitoramento on-line e rastreamento em tempo real, permitindo total controle da frota, da gestão e da logística do veículo, com acompanhamento das operações de distribuição e elaboração de relatórios de serviços executados pelas empresas de transporte; 164 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 • GPSMobile Load – dispositivo de localização desenvolvido no Brasil cujo tamanho é menor que um maço de cigarros. É indicado para ser inserido entre as cargas, dentro de caixas ou junto com algum produto de valor que está sendo transportado, sendo muito utilizado também pela indústria farmacêutica. Tem sua base constituída por um dispositivo móvel de GPS associado a uma ferramenta de configuração de registro entre o motorista e o veículo, via internet. Permite elaborar relatórios a partir de uma base de dados exportados para uma planilha eletrônica, podendo ser rastreado por meio de um telefone celular; • Sistema Logis – esse sistema é formado por um centro de controle, instalado no escritório do cliente ou em uma agência de gerenciamento de risco. Sua utilização pode ser configurada tanto para uso em carros de passeio quanto em frotas de caminhões de cargas comerciais. Utiliza a internet e a tecnologia GPS e GPRS. 7.11.1 Exemplos de aplicação do STI É muito comum o questionamento em relação às aplicações de determinados sistemas. Veremos a seguir um exemplo. Caberá ao aluno buscar o aprimoramento dessas atividades. Sistemas Inteligentes de Transporte são algumas alternativas para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos2 Segundo o Ministério das Cidades, 80% dos R$ 100 bilhões direcionados às obras para os dois eventos serão investidos em projetos de mobilidade urbana no Brasil. Agência T1 – O Centro de Convenções Bolsa de Valores do Rio de Janeiro sediou, nos 24 e 25 de maio, o seminário Sistemas Inteligentes de Transporte – ou simplesmente SIT, papel estratégico para a mobilidade urbana. Além de debater o posicionamento do Rio de Janeiro para implantar instrumentos inovadores e confiáveis de gestão do transporte e de seu desenvolvimento, o evento reuniu empresários, executivos, técnicos e dirigentes do setor de transporte, governo e profissionais de engenharia para analisar as possíveis soluções e projetos integradores capazes de aperfeiçoar e modernizar o transporte urbano. A idealização do seminário surgiu após análises da situação precária do trânsito do Rio de Janeiro e da importância dos eventos internacionais que acontecerão no Brasil: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Para o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e membro do comitê técnico do Seminário, Alexandre Rojas, o objetivo do evento foi expor e discutir as principais tecnologias relacionadas aos Sistemas Inteligentes de Transporte – SIT que podem contribuir para a mobilidade urbana, principalmente diante dos cenários dos próximos eventos no Rio de Janeiro. “O evento possibilitou uma rica troca de experiência entre academia, governo e entidades privadas sobre os caminhos do SIT no 2 Texto disponível em: <http://www.agenciat1.com.br/467-sistemas-inteligentes-de-transporte-sao-alternativas -para-a-copa-do-mundo-e-jogos-olimpicos/>. Acesso em: 11 jul. 2011. 165 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Brasil. Foi possível observar as principais tecnologias que vêm sendo adotadas e estimular as prefeituras a implantarem sistemas SIT na gestão do transporte”. Na cidade do Rio de Janeiro, estão sendo desenvolvidos projetos de infraestrutura na área de transportes como a construção do Arco Metropolitano, que desviará o tráfego pesado de caminhões da Avenida Brasil da Ponte Rio-Niterói, a construção da Transcarioca, a linha 4 do Metrô, além do outras obras definidas no Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal – PAC. O Seminário foi uma realização da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, por meio de seu Programa de Engenharia de Transportes e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, em parceria com a empresa Planeja & Informa Comunicação e Marketing. Durante o evento, foram discutidos temas como o modelo de Sistemas Inteligentes de Transporte brasileiro, o Programa de Engenharia de Transporte e a implementação e gestão do sistema de monitoramento do tráfego em Vitória, cidade do Espírito Santo. Segundo Alexandre Rojas, o Brasil ainda depende essencialmente do transporte urbano de ônibus movido a óleo diesel. “Algumas iniciativas, como a do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, em criar um ônibus a hidrogênio, ainda estão em sua fase preliminar e dependerão de financiamento governamental e apoio da iniciativa privada”, explica. Segundo informações do Ministério das Cidades, 80% dos R$ 100 bilhões direcionados às obras para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 serão investidos em projetos de mobilidade urbana no Brasil inteiro. Os Sistemas Inteligentes de Transporte, através da união da telemática e de ferramentas de controle, representam novos meios de pensar a locomoção urbana. A utilização eficiente dessas tecnologias promove a redução de congestionamentos e dos tempos de viagem, melhoria na qualidade do ar pela redução da emissão de poluentes, possibilidade da indicação de rotas alternativas, aprimoramento dos níveis de serviço além de aumentar a produtividade, a confiabilidade e a segurança dos sistemas de transporte. A Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT estabeleceu, no final do ano passado, a tecnologia a ser adotada pelas rodovias concedidas para aquisição de dados dos Sistemas Inteligentes de Transporte. Empresas de ônibus e secretarias municipais de transporte estão implantando esses sistemas para controle da frota e gestão do tráfego. O Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos – SINIAV, a ser implantado em todos os veículos em circulação no território nacional, poderá promover elementos para a implantação de umsistema nacional daqui a alguns anos. Para Alexandre Rojas, os Sistemas Inteligentes de Transporte podem gerar desenvolvimentos socioeconômicos e ambientais sustentáveis na medida em que uma melhor gestão do transporte, envolvendo passageiros e carga, possibilitará viagens mais rápidas, mais conforto ao passageiro e uma ação maior por parte do governo nos desvios 166 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 dos contratos de concessão. “Isso irá reduzir níveis de emissão de poluentes pela redução do número de viagens e uma melhor possibilidade de deslocamento com conforto e rapidez. Os Sistemas Inteligentes de Transporte encontram-se bastante desenvolvidos em alguns países como Estados Unidos e Japão. A União Europeia, igualmente, vem investindo significativamente na área”, defende. Para Rojas, os SIT começam agora a ser discutidos de forma mais sistemática e passam a ser incluídos nas próximas licitações de concessões, sejam elas de rodovias ou de transporte urbano. “Esperamos que nos próximos anos já possamos colher os frutos destes investimentos”. A Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro – Fetranscarga fez uma apresentação no seminário Sistemas Inteligente de Transporte, no dia 24 de maio, sobre a mobilidade urbana do abastecimento da cidade, envolvendo todos os segmentos do comércio, indústrias centrais e o próprio cidadão. Para o presidente da Federação, Eduardo Rebuzzi, normalmente, as autoridades públicas não dão a devida atenção ao transporte de carga, que é uma atividade estratégica, essencial para o desenvolvimento econômico e social. “Lamentavelmente, a sociedade também não tem a exata percepção dessa importância. Sem abastecimento, a economia e o cidadão não sobrevivem. Os eventos internacionais são importantes para a visibilidade da cidade e o aumento do interesse pelo que podemos oferecer aqui aos turistas estrangeiros. Mas temos que aproveitar essa oportunidade para deixar um legado positivo, principalmente para os cariocas”, defendeu. A Fetranscarga adota programas importantes como o Despoluir, desenvolvido e controlado pela Confederação Nacional do Transporte – CNT Aderiu também ao Selo Verde/Fumaça Preta, um convênio com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o Instituto Estadual do Ambiente – INEA e a Conpet/Petrobrás. Os programas visam à redução da emissão de partículas de gás carbônico (CO2) no meio ambiente e à diminuição do consumo do óleo diesel. Além disso, a Federação realiza o Circuito Verde em cidades do estado do Rio de Janeiro, levando conhecimento e proporcionando debates sobre temas que preservem o ambiente e priorizem o desenvolvimento sustentável. Para Rebuzzi, o seminário reuniu profissionais e pessoas conhecedoras ou interessadas no assunto para a busca de soluções para o transporte no Brasil, seja ele de pessoas ou bens. “O seminário realizado nesses dois dias foi muito interessante e trouxe bons temas ao debate. Resta, a partir do que se tratou, haver a aplicação prática para que possamos ver os resultados. Não podemos nos contentar com a teoria”. Saiba mais Maiores informações sobre esses e outros eventos ligados ao STI, acesse: <http://www.agenciat1.com.br>. 167 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE 7.12 Análise e estudos de produtos transportados e rastreados no Brasil Pe rc en tu al 32% 19% 3% 14% 5% 27% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Alimentos e bebidas Material de construção Móveis e produtos eletrônicos Combustíveis e produtos químicos Higiene e limpeza Diversos Relação de produtos Produtos movimentados que são rastreados Gráfico 2 O gráfico3 mostra quais produtos comercializados no país são rastreados. Percebe-se que mercadorias de valor considerado baixo são monitoradas com maior frequência. Nota-se também que móveis e eletrônicos têm um nível baixo de acompanhamento, bem como o segmento de higiene e limpeza. Vale lembrar que o monitoramento é uma questão a ser decidida por cada empresa. Es ca la 26% 5% 7% 4% 13% 45% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Segurança Exigência seguradora Melhor prestação serviço Redução $ seguro Indicação de corretor Controle cargas Motivos Aquisição de sistema de rastreamento 35% 40% 45% Gráfico 3 3 Os dados desse e do próximo gráfico estão disponíveis em: <http://www.setcesp.org.br/index.asp>. Acesso em: 11 jul. 2011. 168 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 O gráfico mostra a real necessidade das empresas na aquisição dos sistemas de rastreamento. O item segurança aparece como um dos maiores valores sinalizados no estudo, seguido da exigência das seguradoras. Essa tem sido a grande preocupação das empresas na busca pela preservação de seus produtos. 7.13 O sistema TMS Uma das ferramentas muito utilizadas pelas empresas em suas atividades logísticas visando melhorias nas atividades de transporte é o TMS – Sistema de Gerenciamento de Transporte. Um dos seus objetivos é assegurar a rastreabilidade do pedido e a produtividade em todo o processo de distribuição. Por uma necessidade cada vez maior de redução de custos e manutenção da competitividade, várias empresas optam pelo uso desta ferramenta. A distribuição representa hoje, uma das parcelas mais significativas em termos de custos logísticos. A tecnologia da informação tem sido, ao longo dos anos, uma das principais aliadas na busca pela eficácia e redução de custos nas atividades logísticas das empresas. Uma das possíveis alternativas das companhias é controlar as mercadorias em todo o processo, garantindo que elas estejam nas mãos dos clientes. Muitas empresas integram suas atividades a partir dos ERPs, seus sistemas corporativos, com o objetivo de coordenar as informações em nível estratégico. O TMS é uma ferramenta de gerenciamento que gradualmente vem incrementando a ligação entre as atividades de distribuição e transporte, melhorando assim a qualidade dos serviços associados à produtividade. A sigla significa Transportation Management System, ou simplesmente Sistema de Gerenciamento de Transporte. As características de funcionamento de um TMS são muito particulares e variam de acordo com o ramo de atuação e atividades empresariais. Assim, as soluções TMS possuem módulos diferenciados. Em relação a eles, podemos citar algumas funções: • gestão de frotas; • gestão de fretes; • roteirização; • programação de cargas; • controle de rastreamento e tráfego; • atendimento aos clientes. Sinalizamos apenas algumas características, o que significa dizer que, ao optar por um sistema específico, é necessário saber exatamente o que a empresa precisa e o que será controlado. Cada módulo pode ser adquirido de forma independente, e é possível buscar apenas aquilo que se enquadra nas atividades desenvolvidas. 169 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTEVisualizaremos o desempenho de alguns módulos específicos: • gestão de frota – controlar o cadastro de veículos da frota com informações referentes a cada um deles como seguro, por meio de: — documentação – analisando informações do veículo como: licenciamento, taxas, boletins de ocorrência, pagamentos e outros; — manutenção – cuidando de todas as atividades ligadas à conservação do veículo; — controle de estoque de peças – regulando todo o cadastro de componentes e sua localização; — controle de funcionários agregados – organizando todo o cadastro dos funcionários agregados; — controle de combustíveis e lubrificantes – se fazendo necessário para que seja possível saber exatamente quando os veículos foram abastecidos etc.; — controle dos tacógrafos – possibilitando saber como o motorista se comporta durante as viagens; — controle de pneus e câmaras – precisando ser feito para evitar que algum caminhão saia com avarias exatamente neste item; — controle de engate e desengate – regulando e registrando todas as operações de engates e desengates da carreta e seu histórico. O controle da frota atua exatamente em itens que, em teoria, não nos parecem ser de valor elevado, porém, são essenciais para monitorar e assegurar os veículos que estejam na rua. • gestão de fretes: — controle por meio de um cadastro geral – neste cadastro são administradas informações sobre transportadoras, rotas, taxas e outras; — tabelas de fretes – um controle sobre as tabelas de fretes se faz necessário em razão da característica particular e do desempenho das transportadoras; — análise e cálculo de fretes – possibilita à empresa tomar a melhor decisão sobre o futuro colaborador; — cálculos e simulações de fretes – essa ferramenta permite uma análise e avaliação dos diferentes custos existentes entre os fornecedores; — cálculo baseado em diferentes modais – é uma forma de calcular os custos por trecho percorrido bem como os associados ao modal; 170 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 — controle de conhecimento da carga – é direcionado aos modais específicos e seus custos; — apontamento de rotas – possibilita direcionar as rotas mais indicadas; — fluxo de informações – controla o fluxo de informações por meio de EDI; — pagamentos – liberação de pagamentos e recebimentos; — conferência – fazer uma verificação, principalmente de documentos. Às vezes, imagina-se que o frete é apenas o pagamento feito à empresa que presta o serviço e fim. Porém é bom lembrar-se sempre do que foi dito em relação a um trabalho bem elaborado e eficaz. As formas de controle são o segredo de uma boa atividade profissional. • roteirizadores – são módulos específicos e podem ser incorporados ao sistema propriamente dito. Possuem características que organizam: — rotas – determinando as melhores rotas a serem utilizadas; — cargas – formando carregamentos a partir das rotas e índices de ocupação do veículo; — entrega – integrando uma sequência de entrega definida que direciona a separação dos pedidos respeitando a ordem de carregamento, possibilitada por meio do TMS; — distribuição – analisando-a a partir de mais de um CD em que se possa consolidar a melhor forma de distribuição; — tempo – gerenciando o tempo de entrega por cliente e identificando as dificuldades específicas de cada um no que tange à carga e descarga; — reprogramação – permitindo (pelo TMS) que se faça a reorganização de entrega em função de situações inesperadas como os congestionamentos, quebra de veículos etc. O nome pode ser estranho, mas o roterizador é muito importante por conta de sua funcionalidade em relação às entregas e formas de controle. • controle de cargas – é responsável por funções específicas de planejamento e controle de: — equipes – organizando conjuntos de carregamento de cargas; — funcionários – controlando os funcionários separados em equipes; — gerenciamento de equipes – permitindo um gerenciamento de equipes específicas que envolvem, por exemplo, transportes internacionais; 171 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE — acomodação da carga – programando a acomodação da carga no veículo em função do peso, volume e outros; — autorizações – controlando as autorizações do veículo que presta o serviço. Como em todo o sistema, é necessário medir os resultados e o desempenho em relação àquilo que a empresa exatamente espera. O investimento em um sistema de tecnologia não é nada barato, porém, o retorno será garantido. É necessário analisar que os custos não estão somente na aquisição e manutenção do sistema propriamente dito, eles também irão compor os gastos na busca pela melhoria nas atividades. 7.13.1 Roubo de cargas no Brasil Infelizmente a realidade de nosso mercado está cada vez mais assustadora em função dos riscos que os motoristas correm ao transportar uma mercadoria. O case a seguir mostra exatamente o que vem ocorrendo. É importante sempre tentar acompanhar o mercado por meio da leitura de revistas especializadas, com cases ligados ao assunto. O roubo de cargas tem figurado entre os crimes que mais crescem no país. Este tipo de delito tem sido praticado principalmente por quadrilhas especializadas que utilizam no seu modus operandi toda uma logística, envolvendo a parte operacional, a utilização de equipamentos e armas modernas, estratégias de abordagem e principalmente uma rede de receptadores que infelizmente sustenta o crime. Os bandidos não se limitam a assaltantes que interceptam caminhões nas estradas. O roubo de cargas é mais complexo e engenhoso. Hoje, a maioria dos roubos, já é por encomenda, ou seja, antes dos criminosos agirem, já se sabe quem foi o receptador que realizou o pedido. O crime se tornou uma rede de negócios, implantando uma estrutura que envolve executivo e empresário na busca de mercadorias valiosas. A cada dia, surgem soluções que ajudam na segurança da carga e do motorista, além de ganhos reais em toda a operação logística. Atualmente, os seguros estão cada vez mais exigentes e as empresas foram obrigadas a tomar medidas para garantir mais estabilidade para seu negócio. Muitas companhias estão adotando o gerenciamento de riscos visando reduzir o índice de roubos. As medidas de segurança são: utilização de tecnologia de monitoramento via satélite, escolta armada, rastreamento com todos os sistemas, incluindo sensores de porta e baú, consulta dos dados do motorista, do proprietário do caminhão e da carreta/caminhão e cavalo, certificando-se de que tudo é idôneo etc. As consequências deste crime atingem a todos. O impacto econômico reflete nos custos empresariais, gerando principalmente aumento de preços, o que é repassado ao consumidor. Mais uma vez, como nos demais delitos, quem acaba sendo prejudicado é o cidadão comum.4 4 Texto adaptado de conteúdo disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/46289/1/ROUBO-DE-CARGAS/ pagina1.html#ixzz123IiTKLY>. Acesso em 11 jul. 2011. 172 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 7.13.2 Roubo de carga nos Estados Unidos Às vezes, pode-se pensar que a sensação de risco ocorre apenas em nosso país, porém, a realidade é bem diferente. Em nações mais desenvolvidas,também ocorre o furto de cargas como em qualquer outro lugar. O case a seguir mostra exatamente o que vem ocorrendo em outras terras. Os Estados Unidos são a maior economia do mundo e representam importante papel no cenário internacional de comércio exterior. O país responde por 13% de todas as transações realizadas no mundo, o que justifica a dependência que a economia mundial tem dessa nação. O volume expressivo do comércio nos Estados Unidos cria um alvo atraente para o ataque de terroristas, que tanto atormenta o governo e o povo americano. Além dessa preocupação, surge outra que vem crescendo e causando enormes prejuízos não só às empresas americanas, mas à economia mundial como um todo: o roubo de carga. O roubo de carga é um problema global. Só nos Estados Unidos, estima-se uma perda anual de 10 bilhões de dólares em assaltos a caminhões, portos e aeroportos. As mercadorias mais visadas são as de alto valor e de fácil comercialização, como os produtos eletrônicos e de informática, alimentos e bebidas, roupas e sapatos e produtos farmacêuticos. Essas mercadorias correspondem a 50% de tudo que é roubado em solo americano. A maioria dos roubos ocorre na Califórnia, Flórida e Texas. Por estas razões, esses estados despertam muita atenção nos criminosos. Grande parte dos roubos acontece durante o percurso rodoviário entre os armazéns dos consolidadores de logística até o porto e o aeroporto de embarque. Com o crescente percentual de roubo de mercadorias em todo o mundo, a indústria de soluções de segurança e logística, registra um crescimento sem precedentes. Até mesmo em regiões aparentemente seguras, as empresas necessitam de medidas de segurança para proteger as cargas que fabricam ou transportam. Algumas companhias americanas têm criado sistemas próprios de segurança, como a varejista Target Corporation National, o segundo maior importador de mercadorias da sua atividade nos EUA. A empresa tem uma equipe de agentes de segurança e monitoramento que vigia suas cargas em tempo integral. Assim como ocorre no Brasil, nos Estados Unidos as empresas de transportes estão com dificuldades para contratar o seguro de carga. São criados entraves tais como, a limitação de valores por embarque, a fixação de franquias elevadas, a exigência de gerenciamento de risco adequado, a exclusão de cobertura para determinadas mercadorias e a cobrança de altas taxas. Mesmo as empresas que dão ênfase à segurança de suas cargas sabem que o combate ao roubo de carga é uma batalha difícil, pois há uma demanda muito grande de determinados produtos. Cada uma das partes interessadas (desde o fabricante do produto ao consumidor final) deve colaborar de alguma forma para tentar impedir o crescimento desta atividade criminosa5. 5 Texto adaptado de conteúdo disponível em: <http://www.sfiec.org.br/portalv2/sites/cinv2/home.php?st=mailClip ping&dialog=1&data_inicio=2010-09-01+00:00:00>. Acesso em: 11 jul. 2011. 173 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE 8 ANÁLISE E ESTUDO SOBRE O ROUBO DE CARGAS O número de furtos de carga que ocorre em nosso país é cada vez maior. Várias medidas de segurança (como as sinalizadas anteriormente) e de prevenção (realizadas por órgãos governamentais e outros) são desenvolvidas ao longo dos anos. As empresas investem mais de 15% em tecnologia e formas de controle contra possíveis furtos, valores esses que são repassados ao consumidor final. As empresas são avisadas e sinalizadas sobre as áreas que oferecem risco de possíveis furtos dessas mercadorias. No site do Setcesp – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, é feito um estudo gráfico dos furtos de carga no país como um todo e também em estados como São Paulo. Em função desses números, foi desenvolvida aqui uma análise gráfica dos dados do ano de 2010. As informações não são apenas para serem guardadas, mas para que o aluno possa saber o local dessas informações. Saiba mais Veja o site do Setcesp – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região. Disponível em: <http://www.setcesp.org.br>. Essas informações são de utilidade pública e como tal podem e devem ser utilizadas constantemente. Consulte-as sempre que houver dúvidas com relação ao mercado, talvez seja possível melhorar a atividade de transporte a partir da análise de um simples gráfico. 560 440 400 360 320 280 240 200 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Período das ocorrências Roubo de carga na cidade de São Paulo Jan/Jun – 2010 – Ocorrências – 3477 480 520 600 640 680 720 760 536 671 624 617 517512 Gráfico 4 174 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 O gráfico6 anterior mostra o período de ocorrência de furtos entre janeiro e junho de 2010. Note que, a partir de março até o mês de junho, o número de furtos foi maior em relação aos outros meses. Março é o mês que, teoricamente, as empresas estão a todo vapor e consequentemente, o número de furtos aumenta. 20.000 10.000 5.000 – Jan Fev Mar Abr Mai Jun Período das ocorrências Roubo de carga na cidade de São Paulo Jan/Jun – 2010 – Valores > 136 milhões 15.000 25.000 30.000 16.813 20.899 27.712 26.776 26.493 18.140 Gráfico 5 O gráfico nos mostra os valores que foram furtados entre os meses de janeiro e junho. Note que quando são sinalizados valores superiores a 100 milhões de reais, isso é preocupante, pois boa parte disso poderia ser investido em novos recursos tecnológicos, na contratação de novos funcionários e na melhoria da logística da empresa. Infelizmente, são valores que se perderam. 1.200 400 200 0 Rodovias Localidade Roubo de carga na cidade de São Paulo Jan/Jun – 2010 – Regiões onde ocorreram roubos 1.000 1.400 2.200 Interior Gde SP Capital 600 800 1.600 1.800 2000 719 338 612 1.808 Gráfico 6 6 Esse e os demais gráficos a seguir foram adaptados de outros gráficos disponíveis em: <http://www.setcesp.org. br/arquivos/seguranca/Jan_Dez2010.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2011. 175 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE Esse gráfico mostra as localidades em que ocorreram os furtos. O número de delitos é maior na capital do Estado de São Paulo e menor no interior. Esses números são influenciados pelo número de empresas bem como o tamanho da região: quanto maior a extensão, maior a possibilidade de furtos. 400 200 100 0 Centro Local das ocorrências Roubo de carga na cidade de São Paulo Jan/Jun – 2010 – Local dos furtos 300 500 600 104 229 474 464 537 Zona Oeste Zona Norte Zona Sul Zona Leste 1.808 – ocorrências Gráfico 7 O gráfico foi dividido pelas zonas da capital de São Paulo. Nota-se que o número de furtos na zona leste é maior em função do tamanho da região e da proporção de habitantes. Outro fator interessante é que, nessa localidade, existe um número alto de pequenos e médios supermercados. O centro aparece com uma quantidade menor de furtos ocorridos no período, pois, nessa área, existe mais policiamento e o número de empresas e centros de distribuição é bem menor. Furto nas rodovias Ocorrências – 719 SP-348 (Bandeirantes); 59; 8%Outras rodovias; 96; 13% BR-116 (Dutra); 116; 16% BR-116 (Régis); 155; 21% BR-381 (Fernão Dias); 48; 7% SP-021 (Rodoanel); 14; 2% SP-065 (D. Pedro I); 19; 3% SP-070 (A. Senna); 24; 3% SP-075 (S. Dumont); 14; 2% SP-270 (Raposo Tav.); 28; 4% SP-280 (Castelo Bco); 49; 7% SP-310 (W. Luís); 13; 2% SP-330 (Anhanguera); 84; 12% Gráfico 8 176 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 Esse gráfico mostra as rodovias nas quais ocorrem mais furtos no estado. Perceba que as rodovias maiores e com um fluxo grande de caminhões são as mais visadas em termos de roubos de cargas. As rodovias com menos fluxo de veículos mostram um resultado menor. 400 200 100 0 Dom Dias das ocorrências Jan/Jun – 2010 300 500 800 600 700 Seg Ter Qua Qui Sex Sáb 77 522 658 728 717 545 230 Gráfico 9 Esse gráfico mostra os dias da semana em que ocorrem mais furtos. Parece que no meio da semana, entre terças e sextas-feiras, os números aumentam, ao passo que nos finais de semana, esse número diminui. Existe uma relação com o período de descanso das empresas. Horário em que ocorrem os furtos 08 às 10; 502; 14% 10 às 12; 631; 18% 06 às 08; 385; 11% 04 às 06; 199; 6% 02 às 04; 92; 3% 12 às 14; 482; 14% 14 às 16; 323; 9% 00 às 02; 104; 3%Ignorado; 150; 4% 22 às 24; 140; 4% 20 às 22; 141; 4% 18 às 20; 138; 4% 16 às 18; 190; 6% Gráfico 10 Analisemos os horários em que os furtos ocorrem. Percebe-se que entre 6h da manhã e 16h da tarde é o período em que o número de furtos aumenta. É necessário que haja um controle maior sobre 177 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE o transporte nesses horários para tentar minimizar os furtos. Uma possibilidade é o transporte em horários alternativos. Produtos mais roubados Prod. metalúrgicos; 189; 5% Mat. construção; 62; 2% Prod. químicos; 89; 3%Outros tipos; 195; 6% Alimentos; 912; 26% Cargas fracionadas; 461; 13% Madeira/móveis; 38; 1% Prod. higiene/limpeza; 62; 2% Eletro-eletrônicos; 431; 12% Combustíveis; 59;2% Prod. farmacêuticos; 268; 8% Cigarros; 149; 4%Têxtil; 141; 4% Auto-peças; 141; 4% Bebidas; 163; 5% Calçados; 38; 1% Papelaria; 25; 1% Gráfico 11 Esse gráfico mostra os produtos mais visados pelas quadrilhas especializadas em furtos de carga. Porque será que os alimentos estão no topo do ranking? Certamente em função da facilidade com que eles são colocados no mercado. 20 10 5 0 Ele tro ele trô nic os Roubo de cargas – Jan a Jun/2010 Tipos de cargas mais visadas 15 25 40 30 35 35 ,9 41 Ca rga fra cio na da Ali me ntí cio s Me tal úrg ico s Me dic am en tos Au to- pe ças Têx tei s Cig aro /fu mo Qu ím ico s Co mb ust íve is De ma is t ipo s 24 ,1 56 14 ,4 97 9, 38 1 10 ,6 61 12 ,6 64 6, 07 9 3,452 2,843 3,347 13 ,8 12 (em R$ milhões – acumulado no ano) – R$ 136,833 Gráfico 12 178 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 Ao analisarmos esse gráfico, nota-se que os valores que são desviados tem uma representação maior nos eletroeletrônicos, pois o valor agregado desses itens é muito superior, por exemplo, ao itens alimentos. Independentemente disso, deve-se proteger todos os tipos de produtos, afinal, o bem maior das empresas está neles. Ano Ocorrências – 2009/2010 (1º Sem) Total Média mês 2009 2010 7776 3477 648 579,5 Redução / ocorrências –10,57% Gráfico 13 O último gráfico é uma análise comparativa entre o primeiro semestre dos anos de 2009 e 2010. Em 2009, a média de furtos foi de 648 contra 579,5 em 2010, havendo uma redução na ordem de 10,57%, o que parece um bom sinal. Porém, a grande dúvida é: como foi possível reduzir os furtos neste período? Quais os números para o ano de 2011 e quais as perspectivas? Enfim, essas são questões que poderemos responder no momento em que as formas de controle sobre as operações de transporte forem bem direcionadas. Sempre que possível, acesse as informações no site indicado para que seja possível fazer um melhor acompanhamento e análise sobre como o transporte tem se comportado como um todo. Resumo O transporte nas áreas urbanas em nosso país cresce a um nível considerável em face do aumento do consumo. A atividade de transporte tem um papel estratégico para que a mercadoria possa chegar ao consumidor. Uma das alternativas é criar mecanismos de controle e medição do desempenho das empresas envolvidas no transporte de cargas. A forma de analisar e controlar essas atividades está no sistema de roteirização e a programação de entrega desses produtos. A área urbana 179 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE 7 Texto adaptado de conteúdo disponível em: <http://www.ntcelogistica.org.br/gris/gerenciamento.asp>. Acesso em: 11 jul. 2011. tem uma particularidade em relação ao local e à maneira como essas mercadorias serão entregues. O rastreamento dessas cargas se faz necessário se levarmos em consideração o elevado número de furtos em nosso país. Sistemas como STI e TMS são aliados nesse controle. Cabe às empresas, bem como aos profissionais envolvidos nessas atividades, desenvolverem formas e atividades que possam preservar o bem maior das companhias, que é o produto. As atividades de transporte vão muito além de simplesmente levarem uma mercadoria de um ponto a outro. É importante visualizar o transporte como uma atividade estratégica. Exercício O termo gerenciamento de riscos é a adoção de um conjunto de técnicas e medidas preventivas que visam identificar, avaliar e evitar ou minimizar os efeitos de perdas ou danos que possam ocorrer no transporte de mercadorias nas atividades empresariais e de transporte. Essas ações serão implantadas com o objetivo de preservar a carga desde a origem até o destino final, garantindo que o produto esteja no local desejado, dentro do prazo previsto e de acordo com sua conformidade e ao menor preço possível, ou seja, aquilo que o mercado e o cliente desejam7 A responsabilidade por preservar e manter a carga é do transportador, independente do acordo que tenha sido firmado. O Gris é uma prática que, ao longo dos anos, vem passando por reformulações e aprimoramentos cujo objetivo maior é a manutenção da carga e da integridade física das pessoas envolvidas. Ao afirmar de quem é a responsabilidade bem como a reformulação das atividades de Gris, o texto nos leva a qual análise correta? Assinale a seguir: a) A responsabilidade pela preservação da carga está nas mãos do governo. b) Um dos maiores problemas com relação ao furto está associado a quem compra mercadorias roubadas, inclusive grandes empresas. c) A culpa pelo furto das mercadorias está nas mãos da segurança pública. d) O RH tem total responsabilidadepor contratar um funcionário sem a devida qualificação. 180 Unidade IV Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 e) O gestor de uma empresa de transporte deve agir como um intermediário entre a empresa de transporte e a indústria. Análise das alternativas (A) Alternativa incorreta. Justificativa: o governo não tem total responsabilidade pelos roubos de carga. Ele deve dar condições de segurança para as empresas desenvolverem suas atividades. (B) Alternativa correta. Justificativa: o furto de mercadorias ocorre pelo fato de haver pessoas e empresas que fazem a captação dessas cargas. Se não houver quem compre, não existe quem rouba. (C) Alternativa incorreta. Justificativa: a segurança pública não é a única responsável pelo furto de carga. A informação sobre o veículo e a carga, muitas vezes, sai da própria empresa. (D) Alternativa incorreta. Justificativa: o RH tem sim uma parcela de contribuição ao selecionar um funcionário, porém, a busca por facilidades de um ou outro funcionário escapa aos olhos deste departamento. (E) Alternativa incorreta. Justificativa: o papel de um gestor é buscar novas possibilidades de negócios para a empresa, bem como facilitar as atividades logísticas internas e externas. 181 Re vi sã o: C ri st in a - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 11 / / 2ª R ev is ão : C ri st in a - Co rr eç ão : M ár ci o - 19 -0 7/ 11 GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 disponível em: <http://officeimg.vo.msecnd.net/en-us/images/MH910218818.jpg>. Acesso em 7 jul. 2011. Figuras 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 disponíveis em: <http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=10465>. Acesso em 8 jul. 2011. REFERÊNCIAS Textuais BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. Tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Editora Atlas, 1993. BANZATO, E. Tecnologia da informação aplicada à logística. São Paulo: IMAM, 2005. FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. CAIXETA-FILHO, J. V., MARTINS, R. S. (orgs). Gestão logística do transporte de cargas. 1ª ed. 6ª reimpressão. São Paulo: Editora Atlas, 2009. KEEDI, S. Transportes, unitização e seguros internacionais de carga: prática e exercícios. 4ª ed. São Paulo: Editora Aduaneiras, 2008. RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e à logística internacional. 4ª ed revista e ampliada. São Paulo: Editora Aduaneiras, 2007. WANKE, P. F. Logística e transporte de cargas no Brasil: produtividade e eficiência no Século XXI. São Paulo: Editora Atlas, 2010. Sites http://www2.transportes.gov.br/bit/ferro/fns/inf-fns.htm http://www.valec.gov.br/oeste-leste.htm http://www.valec.gov.br/centro-oeste.htm http://www.valec.gov.br/ http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/AngraReis.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Itaguai.pdf 181 182 http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Itajai.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Maceio.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Manaus.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Paranagua.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/PortoAlegre.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/RioJaneiro.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Salvador.pdf http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Portos/Santos.pdf http://aeroportosdomundo.wordpress.com/2011/02/08/os-21-maiores-aeroportos-do-brasil-em- numero-de-passageiros-no-ano-de-2010/ http://www2.anac.gov.br/anac/relatorioaeroporto.asp http://www.antt.gov.br/carga/dutoviario/dutoviario.asp http://www.antt.gov.br/carga/multimodal/TransporteMultimodal_otm.asp http://www.dw-world.de/dw/article/0,,358559,00.html http://www.ntcelogistica.org.br/Gris/gerenciamento.asp http://www.agenciat1.com.br/467-sistemas-inteligentes-de-transporte-sao-alternativas-para-a-copa -do-mundo-e-jogos-olimpicos/ http://www.agenciat1.com.br http://www.setcesp.org.br/index.asp http://www.webartigos.com/articles/46289/1/ROUBO-DE-CARGAS/pagina1.html#ixzz123IiTKLY http://www.sfiec.org.br/portalv2/sites/cinv2/home.php?st=mailClipping&dialog=1&data_inicio=2010 -09-01+00:00:00 http://www.setcesp.org.br http://www.setcesp.org.br/arquivos/seguranca/Jan_Dez2010.pdf http://www.ntcelogistica.org.br/Gris/gerenciamento.asp 183 184 185 186 187 188 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000