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Direito Civil Direito Imobiliario

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1 
 
 
 
 
 
 
 
Apontamentos de aula por James Jesser Rodgher, José Roberto Monteiro e José Portinho Junior 
 
04/02 
 
� Relaciona-se com o direito constitucional, tributário, administrativo, civil, 
penal, processual civil e entre outros. 
 
Compromisso de compra e venda 
 
Trata-se de um contrato preliminar admissível em qualquer hipótese de compra e 
venda, contudo mais utilizado e regulamentado quando se trata de bens imóveis. 
 
É um contrato perfeito e acabado. Cabe adjudicação compulsória na transferência 
de domínio em caso de inadimplência do proponente vendedor. 
 
As partes têm as seguintes denominações: 
 
Comprador: promissário, compromissário comprador, compromissário adquirente e 
cessionário. 
 
Vendedor: promitente, compromitente vendedor ou cedente. 
 
Art. 107,Código Civil: A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
Art. 108, Código Civil: Não dispondo a lei em contrário, a escritura 
pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no 
País. 
 
 Obrigação de dar 
Compromisso de C/V 
 Obrigação de fazer 
 
 
� Adjudicação compulsória é o instrumento para fazer valer o direito de 
transmissão do imóvel. 
 
� É possível fazer valer a obrigação de dar por execução, busca e apreensão; 
a de fazer por perdas e danos. 
 
� A transferência de domínio do bem imóvel se dá com o registro no Cartório 
de registro de imóveis. 
 
Direito Imobiliário 
e Registral – 7º semestre – 2014 
 
2 
 
O compromisso de compra e venda trata-se de um contrato perfeito e acabado, pois 
as partes não prometem outro contrato, mas a compra e venda definitiva de um 
imóvel. 
 
Diferentemente dos demais, neste, a lei confere ao compromissário comprador, a 
obtenção do título por via judicial no caso de inadimplemento. 
 
Gera a obrigação de dar e de fazer, e quando inscrito no registro de imóveis, gera o 
direito de adjudicação compulsória, se o contrato for irretratável. Há julgados que 
reconhecem o direito de adjudicação compulsória mesmo sem inscrição no registro 
de imóveis. 
 
Todos os poderes inerentes são domínio, transferem-se para o compromissário 
comprador, ficando o vendedor apenas com a sua propriedade até o pagamento 
total do preço. 
 
 
Ação de adjudicação compulsória 
 
A ação de adjudicação compulsória emana do contrato de compromisso de compra 
e venda de imóveis, e busca compelir o promitente vendedor a transferir a 
propriedade através de sentença que tenha o condão (força) de substituir a sua 
vontade na lavratura da escritura de compra e venda. 
 
 
Requisitos para a ação de adjudicação compulsória 
 
 
 Gerais – as mesmas do CPC 
 
Condições + 
 Existência do contrato de compra e venda 
 Especiais 
 Prova do pagamento do preço 
 
 
 
Ação de resolução de promessas de compra e venda de imóveis: 
 
 
Resolução: por inadimplemento por parte de uma das partes. 
 
Resilição: extingue-se o contrato por vontade de ambas as partes. 
 
A resolução do contrato de compra e venda só ocorre por parte do vendedor, pois 
se for do vendedor, cabe ao comprador a ação de adjudicação compulsória. 
 
Na resolução por inadimplemento pelo comprador, terá a este, direito a restituição 
dos valores pagos, deduzidas as despesas e custos suportados pelo vendedor, 
além do montante relativo a fruição do imóvel a título de aluguel. 
3 
 
 Pelo comprador: devolve-se, inadimplemento 
 
RESOLUÇÃO 
 Pelo vendedor: resolve-se pela ação de adjudicação 
 compulsória 
 
� O princípio do enriquecimento sem causa garante a devolução dos valores 
pagos pelo comprador inadimplente. 
 
 
Art. 53, Código de Defesa do Consumidor: Nos contratos de 
compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em 
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, 
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam 
a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em 
razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a 
retomada do produto alienado. 
§ 1º(Vetado) . 
§ 2ºNos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a 
compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma 
deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica 
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou 
inadimplente causar ao grupo. 
§ 3ºOs contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos 
em moeda corrente nacional 
 
 
 
11/02 
 
Imissão na posse 
 
Imissão na posse é a medida judicial por meio da qual se objetiva a colocação do 
interessado na posse direta da coisa (Roberto Senise Lisboa) 
 
 Direta: A que o indivíduo exerce 
Posse 
Indireta: O proprietário sempre a tem, como na locação, 
comodato, etc. 
 
Ação de imissão na posse 
 
Trata-se de uma posse nova para aquele que ainda não a teve. 
 
Tem como pressupostos: 
 
1) Direito a posse sem que a antes a tenha exercido 
 
2) Posse direta ou detenção do sujeito passivo 
 
3) Recusa de entrega da posse 
4 
 
Exemplos de fundamentos para ação de imissão na posse 
 
• Ação de comprador contra o vendedor que não entrega a coisa 
 
• Ação do compromissário comprador contra o promitente vendedor. 
 
• Ação do arrematante de imóveis contra o possuidor. 
 
• Ação do proprietário contra invasores de seu imóvel. O proprietário pode 
nunca ter tido a posse direta. 
 
 
 
18/02 
 
Alienação fiduciária em garantia de bem imóvel 
 
� “É o negócio jurídico pelo qual o devedor ou fiduciante, com o escopo de 
garantia, contrata a transferência ao credor ou fiduciário da propriedade 
resolúvel da coisa imóvel.” � Art. 22, Lei 9.514/97 
 
Se financiado pelo próprio proprietário ou construtora, a propriedade continua sendo 
do vendedor até o pagamento total do bem, chamado resolúvel, passando a posse 
direta para o comprador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na alienação fiduciária o comprador devedor recebe a propriedade e, ato contínuo, 
transfere-a ao financiador credor como garantia. 
 
Assim, se o comprador devedor – também chamado fiduciante – não cumprir o 
contrato, a propriedade fica consolidada em nome do financiador credor – também 
chamado fiduciário, conforme preconiza o Art. 26, caput, lei 9.514/97. 
 
Art. 26. Vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e constituído em mora o 
fiduciante, consolidar-se-á, nos termos deste artigo, a propriedade do imóvel em 
nome do fiduciário. 
 
 
 
Resolúvel ���� que tem condição resolutiva. 
A condição resolutiva acarreta a extinção do contrato quando verificado 
determinado fato. De acordo com o artigo 127, do Código Civil, "se for 
resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio 
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele 
estabelecido", porém, assim que sobrevier a condição, extinguirá o direito 
a que ela se opõe. Caso a condição resolutiva seja aposta em um 
negócio jurídico cuja execução seja periódica, ocorrida a condição os 
negócios anteriores somente serão válidos se compatíveis com a 
condição e se as partes agiram com boa-fé. 
5 
 
Regime jurídico 
 
� É pacto adjeto (que se junta, acessório) de garantia. 
� Representa direito real de garantia. 
� Constitui-se a propriedade fiduciária mediante registro. 
 
Cumprido o contrato, pago o preço, resolve-se a propriedade fiduciária, extingue-se 
este gravame, com eficáciaretroativa – ex tunc – tendo o credor o prazo de 30 dias 
para entregar o termo de quitação, sob pena de multa de 0,5% ao mês sobre o valor 
do contrato. 
 
À vista do termo de quitação, o registro imobiliário cancela o gravame sobre a 
propriedade. 
 
Constituído em mora o devedor, se em 15 dias não pagar, o oficial do cartório 
promoverá a consolidação da propriedade em nome do credor, desde que pago o 
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – tendo o credor 30 dias para 
providenciar leilão público para a alienação do bem. 
 
Vendido o imóvel em leilão, o que se obtiver além do débito será restituído ao 
comprador, e se sobrar débito, responderá ainda o devedor com outros bens do seu 
patrimônio. 
 
 
25/02 
 
Financiamentos imobiliários 
 
Se ao fim do pagamento pelo comprador ao vendedor, este se nega a fazer o título 
– lavrar a escritura – o comprador pode interpor uma ação de adjudicação 
compulsória. A sentença judicial vale como título para fins de registro de imóveis. 
 
No SFH – Sistema Financeiro da Habitação – a garantia real do banco junto ao 
comprador é a hipoteca a favor do banco. Se o comprador não paga, o banco 
executa o comprador e penhora o imóvel. 
 
A hipoteca fica averbada no registro de imóveis e o imóvel fica gravado, 
 
 
 
 
Sistema financeiro imobiliário ���� alienação fiduciária 
 
O domínio é transferido para o comprador, que imediatamente o transfere para o 
banco. Também vai a registro. 
 
O domínio não fica consolidado nem no comprador nem no vendedor. 
 
Ao término dos pagamentos o banco tem até 30 dias para dar a quitação, que 
permite que o comprador consolide o domínio no registro e imóveis. 
O SFH financiou a maior parte dos imóveis até 1999. Hoje ainda existe, mas não é tão utilizado. 
6 
 
Se o comprador não paga o banco vai ao registro de imóveis para consolidar o 
domínio em nome do banco. 
 
Em 30 dias o banco tem que providenciar o leilão público e arrematar o imóvel. 
 
O resultado paga a dívida do comprador; se maior, o saldo vai para o comprador; se 
menor, o banco busca outros bens do comprador para saldar o resto da dívida. 
 
Qualquer atraso faculta o banco a pedir a consolidação do domínio. Na prática, 
contudo, isso não interessa ao banco, que, em geral, opta por negociar. 
 
Financiamento pela incorporadora com ou sem recursos próprios 
 
O comprador do imóvel dá um sinal e paga prestações diretamente à incorporadora 
através de um contrato de compromisso de compra e venda. 
 
A princípio não haverá relação jurídica entre o comprador e o banco. O imóvel 
comprado, no entanto, poderá servir como garantia da incorporadora ao banco, por 
negócio jurídico anterior ou posterior à compra. 
 
Esse empréstimo da incorporadora junto ao banco poderá posteriormente ser 
repassado ao comprador, que passará a dever diretamente ao banco – tudo, ou 
parte do financiamento. Então o comprador pagará parte ao banco e parte à 
incorporadora. 
 
Nesse caso, no contrato deve constar que o financiamento feito pela incorporadora 
é para a construção do imóvel que está sendo comprado para evitar a utilização 
para outros fins. 
 
STJ Súmula nº 308 - 30/03/2005 
Hipoteca entre Construtora e Agente Financeiro - Eficácia Perante os 
Adquirentes do Imóvel 
A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à 
celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os 
adquirentes do imóvel. 
 
 
 
11/03 
 
Loteamento / Parcelamento do solo 
 
 
Projeto 
Memorial descritivo 
Registro de imóvel 
 
 
 
 
 
7 
 
Loteamento segundo a lei 6.766/79: 
 
Art. 2, §1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a 
edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou 
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. 
 
É necessário reservar espaço para áreas públicas, como vias de circulação, 
implantação de equipamentos urbanos (abastecimento de água, serviços de 
esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado 
– Art. 5, parágrafo único da lei 6.766/79) e comunitários (creches, escolas, hospitais, 
praças e etc.). 
Art. 5º. O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada 
loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. 
Parágrafo único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento 
de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede 
telefônica e gás canalizado. 
 
Cada lote deve ter área mínima de 125m2 e frente de 5m, salvo legislação 
específica com exigências maiores. 
 
O projeto de loteamento com seu memorial descritivo deve ser aprovado pela 
prefeitura e registrado no registro de imóveis antes da oferta dos lotes para venda. 
 
Os espaços livres de uso comum, tal como as vias públicas, praças e demais 
equipamentos urbanos descritos no projeto, não poderão ter sua destinação 
alterada pelo loteador e passam a integrar o patrimônio do município. 
 
Remembramento 
 
É o procedimento administrativo a promover a fusão ou unificação de 2 ou mais 
terrenos para a formação de um novo lote, pelo reagrupamento de lotes contíguos, 
surgindo daí um terreno maior. 
 
O terreno resultante é considerado juridicamente um novo imóvel, com matrícula 
distinta dos demais que serão extintos. O novo terreno deve ter frente para uma via 
pública, não podendo interferir na configuração das áreas públicas já existentes. 
 
O procedimento é regulado por lei municipal, já que a lei federal não regula a 
matéria. Se houver necessidade de retificação de área, dependerá de processo 
judicial. 
 
A aprovação dependerá de adequações da destinação do terreno as diretrizes de 
política urbana. 
 
O remembramento possibilita a edificação de prédios com maior área de 
construção. 
 
 
8 
 
18/03 
 
Parcelamento do solo rural 
 
Imóvel rural é o que não é urbano. A área urbana é definida por lei municipal. 
 
O imóvel rural tem seu desmembramento regulado pelo INCRA – Instituto Nacional 
de Colonização e Reforma Agrária – que estipula o módulo mínimo como sendo o 
módulo rural – 2 hectares. 
 
Os proprietários pagam ITR – Imposto Territorial Rural – e não IPTU como na área 
urbana. 
 
Para hipóteses especiais de desmembramento com área menor que o módulo 
mínimo, há necessidade de aprovação pelo INCRA. Após o desmembramento é 
necessário o registro de imóveis. 
 
Limites ambientais ao parcelamento 
 
O proprietário tem a liberdade de utilizar sua propriedade urbana ou rural dentro dos 
limites legais. Tanto a União como os estados, municípios e DF podem legislar 
concorrentemente sobre direito urbanístico, proteção da natureza e meio ambiente, 
defesa do meio ambiente e controle de poluição. 
 
Cabe ainda ao município legislar sobre assunto de interesse local, suplementando a 
legislação estadual e federal. 
 
Assim, antes da utilização da propriedade urbana ou rural, deve-se examinar com 
bastante cuidado as limitações legais da utilização do imóvel. 
 
 
 
REGISTRO DE IMÓVEIS 
 
A vontade é o elemento mais importante do negócio jurídico. Também, a declaração 
da vontade. 
 
Art. 107,Código Civil: A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
 
Art. 108, Código Civil: Não dispondo a lei em contrário, a escritura 
pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no 
País. 
 
Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegaçãodo poder público. (Art. 236, CF) 
 
9 
 
Princípios registrais e imobiliários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Legalidade 
 
Orienta impedir o ingresso no cartório de registro de imóveis de títulos que 
sejam inválidos ou imperfeitos, determinando o exame prévio da legalidade, 
da validade do título, bem como da efetivação do seu registro, visando 
coadunar a situação jurídica e a situação registral, de forma que o público 
possa confiar plenamente no registro. 
 
 
2. Princípio da Continuidade 
 
Exige a manutenção de um encadeamento contínuo das titularidades de 
domínio de cada imóvel. Assim, nenhum registro poderá ser efetivado sem 
que o alienante do novo título seja o titular do domínio que consta do registro, 
conforme aponta o Art. 195, Lei 6.015/73. 
Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, 
o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a 
sua natureza, para manter a continuidade do registro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importância 
 
Os princípios significam normas elementares, requisitos primordiais instituídos 
como base, alicerce de qualquer coisa. 
 
Em direito, sendo o alicerce, consubstanciam a própria razão fundamental de 
ser das coisas jurídicas. São mais importantes que a norma jurídica. 
 
São de grande importância para a interpretação e perfeita aplicação, tanto dos 
atos normativos, como dos próprios mandamentos constitucionais. 
 
- Legalidade 
- Continuidade 
- Publicidade 
- Fé pública 
- Prioridade 
10 
 
25/03 
 
 
3. Princípio da Publicidade 
 
Todos os atos e fatos levados ao registro, tornam-se públicos a partir do 
registro. Qualquer pessoa tem acesso a esta informação. 
 
Orienta e faz com que todos os atos registrados tornem-se públicos, 
possibilitando a indicação a quem possa interessar do lugar correto onde se 
poderão encontrar as informações necessárias sobre a situação de uma 
determinada propriedade imóvel, bastando que interessado solicite as 
devidas certidões, não precisando justificar o motivo de seu pedido (Art. 17, 
Lei 6015/73). 
Art. 17. Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial 
ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido. 
 
O registro é, na verdade, um documento de publicidade, amparando o crédito 
legal prevendo dessa forma possíveis fraudes. 
As pessoas têm obrigação de conhecer a situação jurídica do imóvel, em 
função da publicidade desta como bem jurídico pelo seu respectivo registro. 
Dessa forma, dá-se conhecimento da validade e existência ou não dos 
direitos reais sobre determinado imóvel (ônus, direito real, proibição sobre 
imóvel). 
Assim, o princípio da publicidade justifica-se facilmente pela necessidade de 
dar a conhecer à coletividade a existência dos direitos reais sobre imóveis, 
uma vez que ela tem de respeitá-los. Quando duas pessoas ajustam uma 
relação real imobiliária, esta transpõe o limite dual e atinge a coletividade por 
exigir a observância geral (erga omnes). 
Em face do princípio da publicidade todos podem e, em alguns casos, devem 
saber da situação jurídica do imóvel registrado. 
 
4. Princípio da Fé-Pública 
Certidão Positiva 
Certidão Negativa 
O conteúdo da fé pública registral estende-se a todas as soluções jurídicas 
levadas a registro, e, por isso, abrange positivamente a existência dos 
direitos reais registrados, e, negativamente, a inexistência dos direitos reais e 
proibições não registrados. 
11 
 
Pelo sistema brasileiro, o título, por si, não prova o domínio porque a 
propriedade se adquire pelo registro, donde a parêmia (provérbio): “Quem 
não registra não é dono”. 
 
Mas este registro também, por si não faz prova absoluta do domínio, por que 
não é ele ato originário, como é o título, mas derivado desse título, que 
poderá portar um vício insanável. 
 
A prova do domínio, pois, segundo o sistema brasileiro, é feita com o título 
registrado, do qual decorre, quer entre as partes contratantes, quer perante 
terceiros, uma presunção relativa de domínio, que assim prevalecerá até 
prova em contrário (juris tantum). 
 
 
5. Princípio da Prioridade 
No direito registral pátrio, quando da existência de 2 ou mais direitos de igual 
conteúdo, o sistema jurídico protegerá aquele que primeiro representou. Este 
sem dúvida receberá a chamada proteção registral (Arts.182, ss, Lei 
6.015/73) e seguintes). 
Se o mesmo imóvel é vendido pelo dono A, sucessivamente, a dois 
adquirentes diferentes B e C, e o C apressa-se em registrar sua escritura de 
compra e venda antes de B, é ele que terá a prioridade, é ele que se tornará 
proprietário, mesmo que sua escritura tenha sido lavrada posteriormente à de 
B. 
Art. 182 - Todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de ordem que 
lhes competir em razão da sequência rigorosa de sua apresentação. 
Art. 183 - Reproduzir-se-á, em cada título, o número de ordem respectivo e a 
data de sua prenotação. 
 Art. 184 - O Protocolo será encerrado diariamente. 
Art. 186 - O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta a 
preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma 
pessoa mais de um título simultaneamente. 
Art. 191 - Prevalecerão, para efeito de prioridade de registro, quando 
apresentados no mesmo dia, os títulos prenotados no Protocolo sob 
número de ordem mais baixo, protelando-se o registro dos 
apresentados posteriormente, pelo prazo correspondente a, pelo 
menos, um dia útil. 
Art. 192 - O disposto nos Arts. 190 e 191 não se aplica às escrituras públicas, 
da mesma data e apresentadas no mesmo dia, que determinem, 
taxativamente, a hora da sua lavratura, prevalecendo, para efeito de 
prioridade, a que foi lavrada em primeiro lugar. 
 
12 
 
29/04 – 
 
 
Matrícula 
 
 
O registro imobiliário é regulado pela lei 6.015/73 e sua atividade esta subordinada 
as normas de serviços extrajudiciais e ditados pela corregedoria geral da justiça do 
estado. 
A grande inovação da lei, foi a matrícula do imóvel. Antes usava-se outro sistema, 
de acordo como qual, os títulos eram transcritos ou inscritos, daí derivando em 
registros antigos as expressões transcrição e inscrição... 
Obs. Do antigo para o moderno – transcrição(averbações) e inscrição(registro) 
 
Conceito de matrícula 
 
É um ato cadastral, realizado pelo registro de imóveis que visa a perfeita 
identificação de um imóvel, caracterizando-o e confrontando-o, conferindo um 
número de ordem pelo qual será identificado, sem criar, conferir ou modificar direito. 
Cada imóvel é objeto de matrícula própria, onde são lançados não só os registros a 
ele correspondente, como também as averbações das alterações eventualmente 
ocorridas. Deve a matrícula ser efetuada no 1o assentamento do imóvel lavrado na 
vigência da lei atual, com os elementos constante do título apresentado e do registro 
anterior. 
Se o registro anterior for efetuado em outra circunscrição, será aberto matrícula com 
base nos elementos constante no título e de certidão atualizada do registro anterior 
(art. 228) 
É como um retrato do imóvel nos livros do cartório. A matrícula deve ser feita com 
muito esmero, pois salvo a hipótese de encerramento, ela ficará eternizada 
(princípio da especialidade) . 
 
Art. 228 - A matrícula será efetuada por ocasião do primeiro registro a 
ser lançado na vigência desta Lei, mediante os elementos constantes do 
título apresentado e do registro anterior nele mencionado. 
 
 
Requisitos da matrícula 
 
 
1. Número de ordem “ad infinitum” – inteiro e positivo 
 
2. Data da matrícula (quando foi criada) 
 
3. Identificação detalhada do imóvel (características,confrontação, 
localização{rural: área e denominação / urbano: logradouro e numero} e sua 
designação cadastral se houver 
 
4. Nome e domicílio do proprietário, estado civil {se casado: consignar o nome 
da cônjuge e regime de bens}, profissão, RG e CPF se pessoa física, sede e 
13 
 
CNPJ se pessoa jurídica. 
 
 
Cancelamento da matrícula 
 
O seu encerramento estão previstos no art. 233 e seguintes. Só poderão ocorrer 
em virtude de decisão judicial. 
 
Art. 233 - A matrícula será cancelada: 
I - por decisão judicial; 
II - quando em virtude de alienação parciais, o imóvel for 
inteiramente transferido a outros proprietários; 
III - pela fusão, nos termos do artigo seguinte. 
Art. 234 - Quando dois ou mais imóveis contíguos pertencentes 
ao mesmo proprietário, constarem de matrículas autônomas, 
pode ele requerer a fusão destas em uma só, de novo número, 
encerrando-se as primitivas. 
 
 
Bloqueio de matrícula 
 
Determinada pela autoridade judicial (de origem admitida ou contenciosa). Consiste 
na proibição na prática de quaisquer atos subsequentes daquela ordem. É o 
trancamento da matrícula. 
Ex. Tranca-se para evitar que a pessoa dilapide o bem. 
 
 
Característica do sistema registral 
 
 O nosso sistema registra é bifásico, o cadastro imobiliário perfaz dupla face até 
estar completo. No primeiro momento, se dá a preparação documental que tem 
efeito inter parts. Na segunda fase, quando os documentos são levados a 
registro, qualquer pessoa pode obter informação sobre o mesmo, por que o 
efeito passa a ser erga omines. 
 
1a Fase (documental): 
 
Prenotação: é o recebimento pelo cartório de todos os documentos + título 
 
- O cartório tem prazo de 30 dias para aprovar ou negar registrar o título 
- Nesse momento, não é erga ominis e nem possui publicidade. 
 
2a Fase 
 
O cartório registra o título. 
- Se torna erga omines 
- Possui publicidade 
 
 
14 
 
Outra característica é a produção da presunção relativa, o que gera 
possibilidade de retificação , cancelamento e anulação do registro. Nesse 
sentido, o art. 1247,CC que estabelece: 
Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que 
se retifique ou anule. 
 
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o 
interessado reclamar que se retifique ou anule. 
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o 
imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente

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