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CCJ0033-WL-A-PA-06-Direito Penal III-109006

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			 Plano de Aula: Dos Crimes Sexuais contra a Dignidade Sexual
			 DIREITO PENAL III
			
		
		
			Título
			Dos Crimes Sexuais contra a Dignidade Sexual
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				6
			
 
 Tema
		 Estupro e Assédio Sexual - artigos 213 e 216-A, do Código Penal
		
		 Objetivos
		 
O aluno deverá ser capaz de:
 
	  Compreender a relevância da subsunção das normas penais aos preceitos constitucionais;
	  Aplicar os institutos previstos na parte geral do Codigo Penal aos crimes em espécie;
	Compreender os reflexos advindos da reforma penal de 2009 ? Lei n.12.015, seus reflexos na tipificação das condutas e conseqüente conflito de Direito Intertemporal.
	 Analisar a incidência dos institutos repressores da Lei n. 8.072/90 nos delitos contra a dignidade sexual.
 
 
 
 
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 
1 Estupro - art. 213, do Código Penal
1.1 Bem jurídico tutelado;
1.2 Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
1.3 Classificação do delito após a alteração promovida pela Lei 12.015/09;
1.4  Sujeitos ativo e passivo;
1.5 Consumação e tentativa;
1.6 Figuras típicas - simples e qualificada pela idade da vítima, pela lesão grave ou pela morte;
1.7 Questões relevantes:
1.7.1  A revogação do art. 214, do CP e a não-ocorrência de abolitio criminis (a junção do antigo crime de atentado ao pudor ao atual crime de estupro);
1.7.2  A classificação do estupro como tipo misto alternativo e a (im)possibilidade de concurso de crimes em casos de prática de mais de uma conduta no mesmo contexto fático.
1.7.3  O conflito de leis no tempo - retroatividade da Lei 12.015/09 aos casos anteriores de concurso entre atentado violento ao pudor e estupro contra a mesma vítima em um mesmo contexto;
1.7.4 A hediondez do delito de estupro em qualquer de suas formas (art. 1 °, inciso V, da Lei 8.072/90).
1.7.5 A qualificadora relativa à idade da vítima - maior proteção ao indivíduo menor de 18 anos;
1.7.6 As qualificadoras relativas ao resultado mais grave (lesão grave e morte) - ausência de dolo na configuração do resultado.
1.8 Distinção entre o estupro e outras figuras típicas contra a dignidade sexual.
2  Assédio Sexual - art. 216-A, do Código Penal
2.1 Bem jurídico tutelado;
2.2 Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
2.3  Classificação doutrinária;
2.4  Sujeitos ativo e passivo;
2.5  Consumação e tentativa
2.5.1 Ausência de violência ou grave ameaça;
2.5.2 Desnecessidade da obtenção de vantagem patrimonial - crime formal;
2.6 Figuras típicas - simples e majorada pela idade da vítima.
2.7  Questões relevantes:
2.7.1 A superioridade hierárquica ou ascendência como elementares do tipo;
2.7.2 A relação empregatícia ou o exercício de cargo ou função públicos como elementares do tipo;
2.7.3 Assédio sexual nas relações empregatícias domésticas.
2.8  Conflito aparente entre o assédio sexual e outros crimes contra a dignidade sexual.
2.9  Conflito aparente entre o assédio sexual e o crime de constrangimento ilegal e a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor.
2.10  Concurso de pessoas no assédio sexual - artigo 30, do CP.
 
Indicação bibliográfica
Indicação bibliográfica:
    Ler os artigos 213 e 216-A, do Código Penal.
    Ler o artigo 30, do Código Penal.
  Ler as seguintes decisões proferidas pelos Tribunais Superiores e Estaduais:
- STJ. HC 104724/MS. Relator. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma. 22/06/2010; disponível em http://www.stj.jus.br
-  TJRS, Apelação Crime Nº 70044824167, Sexta Câmara Criminal, , Relator: Aymoré Roque Pottes de Mello, julgado em 01/12/2011, disponível em http://www.tjrs.jus.br
 
	
	 Aplicação Prática Teórica
 
QUESTÃO 1. Considere a seguinte situação hipotética e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões propostas: FGV - 2010 - PC-AP - Delegado de Polícia. MODIFICADA)
João e Marcos decidem furtar uma residência. Vigiam o local até que os proprietários deixem a casa. Tentam forçar as janelas e verificam que todas estão bem fechadas, com exceção de uma janela no terceiro andar da casa. Usando sua habilidade, João escala a parede e entra na casa, pedindo a Marcos que fique vigiando e avise se alguém aparecer. Enquanto está pegando os objetos de valor, João escuta um barulho e percebe que a empregada tinha ficado na casa e estava na cozinha bebendo água. João vai até a empregada (uma moça de 35 anos) e decide constrangê-la, mediante grave ameaça, a ter conjunção carnal com ele. 
Logo após consumar a conjunção carnal, com a empregada e deixá-la amarrada e amordaçada (mas sem sofrer qualquer outro tipo de lesão corporal), João termina de pegar os objetos de valor e vai ao encontro de Marcos. 
Ao contar o que fez a Marcos, este o chama de tarado e diz que nunca teria concordado com o que João fizera, mas que agora uma outra realidade se impunha e era preciso silenciar a testemunha. Marcos retorna à casa e mesmo diante dos apelos de João que tenta segurá-lo, utiliza uma pedra de mármore para quebrar o crânio da empregada. Ambos decidem ali mesmo repartir os bens que pegaram na casa e seguir em direções opostas. Horas depois, ambos são presos com os objetos. Ante o exposto, tipifique a conduta de João e Marcos a partir dos estudos realizados sobre os crimes em espécie e sobre as teorias afetas ao concurso de pessoas.
QUESTÃO 2. Considere a seguinte situação hipotética. CESPE - 2011 - PC-ES - Delegado de Polícia - Específicos MODIFICADA) 
João, penalmente responsável, mediante ameaça de arma de fogo, constrangeu José, de dezoito anos de idade, a se despir em sua frente, de modo a satisfazer a sua lascívia. Uma vez satisfeito, João liberou José e evadiu-se do local. Nessa situação hipotética, a conduta de João caracteriza o tipo penal de:
a)      Constrangimento ilegal.
b)      Estupro consumado.
c)       Estupro na forma tentada.
d)      Ato Obsceno
e)      Contravenção Penal.
QUESTÃO 3. Com relação à Lei n. 12015/2009, que alterou os  crimes contra a dignidade sexual é correto afirmar que:
a)    A pena para o crime de assédio sexual será aumentada até a metade se a vítima for menor de dezoito anos de idade, e a ação penal será, nesse caso, pública incondicionada.
b)    Quem mantiver conjunção carnal com menor de catorze anos de idade estará sujeito à pena de reclusão por período de seis a dez anos, sendo a ação penal, nesse caso, pública condicionada à representação.
c)    O princípio da continuidade normativa típica evidencia-se quando uma norma penal é revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário.
d)    a revogação do art. 214 do Código Penal pela Lei no 12.015/09 conduziu à abolitio criminis do delito de atentado violento ao pudor anteriormente cometido.
e)    nos crimes de estupro (artigo 213 do Código Penal) e estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal), a pena é aumentada pela metade quando o crime é cometido em concurso de duas ou mais pessoas.

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