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Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Teoria e Prática da Redação Jurídica Prof.: Carlos Kley Sobral Disciplina: CCJ0052 APT: 013 Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior Matrícula: 2012.01.140749 Folha: 1 de 3 Data: 12/11/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-013/WLAJ/DP TRABALHO PARA AV2 Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-13 QUESTÃO Fundamentar é produzir, por meio de uma ação lingüística, um sentimento de convicção. Leia atentamente o caso concreto e, a seguir, considerando todas as orientações dadas em aula, faça o que se pede. Elabore um parecer técnico-formal em que se observem os seguintes elementos: a) Ementa; b) Relatório; c) Fundamentação; d) Conclusão e parte autenticativa. Orientações: a fundamentação deverá ser desenvolvida em, no mínimo, vinte e cinco (25) linhas e apresentar argumentos pró-tese, de oposição à tese, por autoridade e de causa e efeito. Ao desenvolver o seu texto, considere, além da norma culta da língua, adequação vocabular, coesão e coerência textual, os conceitos de simplicidade e de elegância, resultados de uma escrita conscientemente planejada. Caso Concreto Alfredinho Pitanga, enfurecido com sua amásia Natalina Maria de Jesus, que não lhe preparara o jantar, no seu retorno do botequim, onde ingerira algumas doses de cachaça, agrediu-a com uma faca de cozinha, causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax. Socorrida imediatamente por vizinhos, Natalina Maria foi levada a um hospital e submetida à intervenção cirúrgica. Em razão da gravidade de seu estado de saúde, ficou internada, vindo a falecer quarenta dias após a data do fato. Apanhado que foi em estado de flagrante delito, Alfredinho permaneceu preso e o Ministério Público aditou a denúncia para adequar o fato ao tipo definido no art. 121, § 2º, Inciso II do CP, isso porque restou evidenciado que a morte da vítima decorreu dos ferimentos causados por Alfredinho. No curso da ação penal, surgiram indícios de insanidade mental de Alfredinho, razão pela qual, o magistrado determinou a instauração do processo incidente. Os peritos concluíram que Alfredinho era mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua incapacidade absoluta de compreender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento era superveniente. Art. 121, § 2º, Inciso II do CP Art. 121 - Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. Homicídio qualificado § 2º - Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Teoria e Prática da Redação Jurídica Prof.: Carlos Kley Sobral Disciplina: CCJ0052 APT: 013 Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior Matrícula: 2012.01.140749 Folha: 2 de 3 Data: 12/11/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-013/WLAJ/DP Se julgar pertinente, recorra às seguintes fontes: Art. 26 do CP: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Art. 152 do CPP: Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2° do art. 149. § 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado. § 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença. RESPOSTA: PARECER EMENTA HOMICÍDIO QUALIFICADO. Direito à Vida - Motivo Fútil – Insanidade Mental. Parecer favorável à condenação. RELATÓRIO Trata-se de Homicídio Qualificado por Motivo Fútil. O Réu Alfredinho Pitanga, após ter ingerido em um botequim algumas doses de bebida alcoólica (cachaça), ao retornar a sua residência constatou que o jantar não havia sido preparado por sua amásia Natalina Maria de Jesus, motivo pelo qual a agrediu com uma faca de cozinha, causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax. Socorrida imediatamente por vizinhos, Natalina Maria foi levada a um hospital e submetida à intervenção cirúrgica. Em razão da gravidade de seu estado de saúde, ficou internada, vindo falecer quarenta dias após a data do fato. Apanhado que foi em estado de flagrante delito, Alfredinho permaneceu preso e o Ministério Público aditou a denúncia para adequar o fato ao tipo definido no art. 121, § 2º, Inciso II do CP, isso porque restou evidenciado que a morte da vítima decorreu dos ferimentos causados por Alfredinho. No curso da ação penal, surgiram indícios de insanidade mental de Alfredinho, razão pela qual, o magistrado determinou a instauração do processo incidente. Os peritos concluíram que Alfredinho era mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua incapacidade absoluta de compreender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento era superveniente. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Teoria e Prática da Redação Jurídica Prof.: Carlos Kley Sobral Disciplina: CCJ0052 APT: 013 Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior Matrícula: 2012.01.140749 Folha: 3 de 3 Data: 12/11/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-013/WLAJ/DP (Pró-tese) O Réu Alfredinho Pitanga deve ser responsabilizado por homicídio qualificado porque causou a morte da Sra. Natalina Maria de Jesus, e também por ter sido causado por motivo fútil, além o fato do mesmo encontrar-se em estado de embriaguês no momento de cometimento do delito e não ter prestado socorro à vítima. (Oposição) Embora a defesa possa alegar insanidade mental do Réu, tal fato não deva ser levado em consideração, pois os peritos concluíram que Alfredinho era mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua incapacidade absoluta de compreender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento era superveniente. (Autoridade) Conforme a legislação brasileira todo aquele que matar alguém por motivo fútil deve responder penalmente pelo crime de Homicídio Qualificado (Art. 121, § 2º, Inciso II do Código Penal), como o Réu cometeu o delito pelo simples fato da vítima não ter preparado o jantar, deve o fato do mesmo ser enquadrado na devida norma. (Causa e efeito) O Réu agrediu a Sra. Natalina Maria de Jesus com uma faca de cozinha, causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax o que levou ao seu falecimento 40 dias após sua internação hospitalar. CONCLUSÃO Ante o exposto, opino pela Condenação por Homicídio Qualificado por motivo fútil,conforme o artigo 121, § 2º, Inciso II do Código Penal. É o parecer, salvo melhor juízo. Recife, 12 de novembro de 2013. Waldeck Lemos de Arruda Júnior Mat. 201201140749 ____________________________________ Waldeck Lemos de Arruda Junior ==XXX==
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