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PRATICA PENAL III ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS ESCRITOS

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CURSO: DIREITO 2021-1
DISCIPLINA: PRÁTICA SIMULADA PENAL III. –CCJ0149
 
TURMA: 2001 - AV1 - DATA: 30/04/2021
PEÇA PRÁTICA PENAL
Roberta, grávida de nove meses, com uma gestação de risco, pois o cordão umbilical está enrolado no pescoço do feto, entra em trabalho de parto, vindo a parir uma menina, a qual é imediatamente colocada em seu colo. Ao ter a recém-nascida em suas mãos, Roberta é tomada por extremo furor, dizendo aos gritos que sua filha era um “monstro horrível que não saiu de mim”, batendo por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital, vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Roberta é presa em flagrante delito.
Levado o fato a autoridade policial, instaurou-se inquérito policial, sendo solicitado e realizado exame médico-legal, o qual atestou que a mãe estava sob influência de estado puerperal e que segundo o laudo da necropsia, o médico legista apontou que a vitima nasceu sem vida em decorrência de asfixia causada pelo cordão umbilical enrolado ao seu pescoço.
Em ato contínuo, Ministério Público ofereceu a denuncia contra Roberta perante a 5a Vara Criminal do Tribunal do Júri da Comarca de Belém, pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, com base no art. 121, §2o, II, III e IV, haja vista ter sustentado o Parquet que Roberta foi movida por motivo fútil, empregando meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou impossível a defesa da vítima.
Regularmente recebida e processada a ação penal, o juiz, no momento dos debates orais da audiência de instrução, permitiu, com a anuência das partes, a manifestação por escrito. O Ministério Público em sua peça derradeira, reiterou os argumentos da denúncia, sustentando que Roberta teria a agido impelida por motivo fútil ao decidir matar sua filha em razão de tê-la achada feia e teria empregado meio cruel ao bater a cabeça da bebê repetidas vezes contra a parede, além de impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de defender-se. A defesa de Roberta é intimada em 30/04/2021, sexta-feira.
QUESTÃO: Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) constituído(a) por Roberta, redija a peça processual adequada à defesa de sua cliente, alegando toda a matéria de direito processual e material aplicável ao caso. Date o documento no último dia do prazo para sua interposição.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5° VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE BELÉM/PA.
Processo: xxxxxx
Roberta, devidamente qualificada nos autos do processo, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência apresentar
 ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORAIS ESCRITOS, com fulcro no art. 403§ 3 e 404, p. único, ambos do do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I -DOS FATOS
A ré está sendo acusada pela prática delitiva de homicídio triplamente qualificado art. 121, §2o, II, III e IV CP, conforme a peça acusatória a acusada teria assassinado sua filha recém nascida logo após o seu nascimento. De acordo com laudos médicos anexados nos autos, a ré estaria sobe estado puerperal. Ocorre que segundo o laudo da necropsia, o médico legista apontou que a vítima nasceu sem vida em decorrência de asfixia causada pelo cordão umbilical enrolado ao seu pescoço.
II- DO DIREITO 
a) DA ABSOLVIÇÃO 
Conforme o caso em tela, seria impossível a ré ter assisado sua prole, visto que segundo o laudo da necropsia, o médico legista apontou que a vítima nasceu sem vida em decorrência de asfixia causada pelo cordão umbilical enrolado ao seu pescoço.
Logo estamos diante do instituto do crime impossível art. 17 CP, por ineficácia absoluta do objeto, seria impossível a acusada ceifar a vida de sua filha se está já nasceu morta. Assim requer absolvição sumaria com base no art. 415, III, CPP. 
DAS TESES SUBSIDIARIAS 
b) DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE INFANTICÍDIO 
Acaso superada tese anterior esta defesa pugna pela desclassificação delitiva do crime de homicídio qualificado 121, §2o, II, III e IV CP, pelo crime de infanticídio 123 CP, visto que a ré cumpre as elementares do tipo penal, segundo exame médico-legal, o qual atestou que a mãe estava sob influência de estado puerperal. A jurisprudência tem caminhado para a desclassificação delitiva, vejamos:
 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. DESCLASSIFICAÇÃO. PRONÚNCIA. INFANTICÍDIO. ESTADO PUERPERAL. COMPROVAÇÃO PERICIAL. PROVA INEQUÍVOCA. RECURSO DESPROVIDO. 1. O estado puerperal caracteriza-se pela alteração psíquica da mulher em decorrência do parto, diminuindo-lhe a capacidade de completo entendimento ou de determinação perante a realidade. 2. O Laudo Pericial, elaborado por psiquiatra forense do Instituto Médico Legal, afirma que as informações constantes nos autos são suficientes para se diagnosticar a presença do estado puerperal na hipótese, sobretudo em razão do contexto da ação, da dinâmica dos fatos e do quadro de estresse reativo, com sintomas depressivos graves, apresentado pela ré após o delito. 3. Ainda que seja possível ao juiz decidir de forma diversa do que consta no laudo pericial, a discordância em relação à conclusão técnica deve estar embasada em razões firmes, o que não se afigura possível na hipótese em apreço, pois não há prova que possibilite conclusão diversa daquela externada pela psiquiatra forense. 4. Após a finalização da primeira fase do procedimento especial do Tribunal do Júri, é lícito ao juiz desclassificar a imputação formulada na denúncia, inclusive para pronunciar o acusado por crime doloso contra a vida diverso do capitulado na inicial acusatória (artigo 418 do Código de Processo Penal). 5. Recurso desprovido. (TJ-DF - RSE: 20131310028556, Relator: SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS, Data de Julgamento: 01/10/2015, 2ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE : 06/10/2015 . Pág.: 126)
 
Acaso a tese anterior não seja acatada, está defesa requer a desclassificação delitiva com base no art. 419 CPP, e que seja feita a remessa dos autos para o juízo competente. 
c) DO AFASTAMENTO DAS QUALIFICADORAS OU CAUSAS DE AUMENTO 
A ré responde por homicídio triplamente qualificado 121, §2o, II, III e IV CP, segundo a tese do Parquet a acusada foi movida por motivo fútil, empregando meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou impossível a defesa da vítima.
A ré estava com seu estado psíquico alterado no momento do ato delituoso. vejamos em relação ao homicídio triplamente qualificado com a conduta da acusada, a acusada ao colocar a recém-nascida em suas mãos, esta foi tomada por extremo furor, dizendo aos gritos que sua filha era um “monstro horrível que não saiu de mim”, batendo por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital, vitimando-a fatalmente. Vejamos o art. 121 CP.
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte ano
§ 2° Se o homicídio é cometido:
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido
logo notamos que as que as qualificados são circunstancias que fazem parte das elementares do crime, a violência faz parte do crime, assim como a asfixia foi o modo de execução não podendo ser considerada uma qualificadora art. 121, II, CP, devemos salientar que vítima era um bebê recém-nascido, não ouve por parte da ré qualquer meio que pudesse impossibilitar a defesa da vitima, ( por exemplo: drogar a vítima) tal fundamento é descabido e deve ser afastado, assim como não se deve qualificar a conduta por motivo fútil art. 125, II, do CP, visto que a acusada estava sobre o estado puerperal, assim não cabendo a alegação de motivação fútil, a elementar já constituída.
Motivo fútil (...) é o motivo de mínima importância, manifestamente desproporcionalà gravidade do fato e à intensidade do motivo.
 Ex.: matar alguém porque perdeu uma partida de sinuca ou praticar um furto simplesmente para adquirir uma roupa elegante. O fundamento da maior punição da futilidade consiste no egoísmo intolerante, na mesquinhez com que age o autor da infração penal.
É notória que as alegações nobre membro ministerial não possuem amparo, visto a juntada de laudos médicos onde dizem que ré estava em estado puerperal, logo, não possuindo condições de entender a prática delitiva, assim a defesa querer o afastamento da qualificados, por elas já fazem aprte da elementares do crime e não se deve qualificar o delito pelo modo de execução no caso em tela.
III- DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
a) a procedência dos pedidos
b) absolvição sumaria da acusada com base no art. 415, III do CP
c) acaso superada tese anterior que a condutada da ré seja desclassificada com base no art. 419 CPP para o crime de infanticídio art. 123 CP.
d) O afastamento das qualificados pelos motivo fundamentados
Nestes termos,
Pede deferimento.
Belém 07 de maio de 2021
 Advogado 
 OAB

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