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CCJ0033-WL-A-AMMA-06-Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual-01

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DIREITO PENAL III
 Aula 6- Crimes contra a Dignidade Sexual.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL
DIREITO PENAL III
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de:
● Compreender a relevância da subsunção das normas penais
aos preceitos constitucionais;
●Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal
aos crimes em espécie;
●Compreender os reflexos advindos da reforma penal de 2009
– Lei n.12.015, seus reflexos na tipificação das condutas e
conseqüente conflito de Direito Intertemporal.
● Analisar a incidência dos institutos repressores da Lei n.
8.072/90 nos delitos contra a dignidade sexual.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
 Estrutura de Conteúdo.
1. Estupro art. 213, do Código Penal
Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Classificação
doutrinária. Sujeitos ativo e passivo. Consumação e tentativa.
A Lei n.12015/2009 e as novas figuras típicas. Questões
controvertidas. Distinção entre o estupro e outras figuras
típicas contra a dignidade sexual.
2. Assédio Sexual art.216-A, do Código Penal
Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo – a ausência de
violência ou grave ameaça. Classificação doutrinária. Sujeitos
ativo e passivo. Consumação e tentativa.Figuras típicas.
Questões controvertidas.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
Considerações acerca da expressão Dignidade Sexual.
 Com fulcro no direito à intimidade, à vida privada e à
honra, constitucionalmente assegurados (art.5º, X, CRFB/1988),
bem como o fato da atividade sexual também abarcar uma
necessidade fisiológica (...) busca-se proteger a respeitabilidade
do ser humano em matéria sexual, garantindo-lhe a liberdade de
escolha e opção nesse cenário, sem qualquer forma de
exploração, especialmente quando envolver formas de violência.
 Conclui-se, portanto que a dignidade humana (art.1º,III,
CRFB/1988), envolve, consequentemente, a dignidade sexual.
(NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes contra a Dignidade
Sexual. Comentários à Lei n. 12015 de 07 de agosto de 2009,
RT, 2009, pp 14).
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
Estupro art. 213, do CP.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou
se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
 1.1. Bem jurídico tutelado: inaugura o capítulo dos delitos
 contra a liberdade sexual – integridade e autonomia sexual.
:1.2 Elementos do tipo.
 ► Elemento descritivo: constranger alguém a ter conjunção
 carnal ou qualquer outro ato libidinoso. A primeira
 compreende a cópula vagínica, a segunda, qualquer outro
 ato sexual destinado a atender à lascívia.
 Obs. O ato libidinoso pode se manifestar até mesmo sem o
 contato de órgãos sexuais ou ainda quando o agente obriga
 a vítima a praticar atos sexuais em si mesma para que o
 agente a contemple lascivamente. Por outro lado, exige-se a
 participação física (ativa ou passiva) da vítima no ato
 libidinoso, ou seja, ser obrigada a praticar ou permitir que
 com ela se pratique ato libidinoso (CAPEZ, Fernando. Curso
 de Direito Penal. Parte Especial. v.3.8 ed., Saraiva, pp 26/27)
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
► Elemento subjetivo: tipo subjetivamente complexo, haja
vista a existência do dolo genérico afeto ao constrangimento
ilegal, bem como o especial fim de agir em relação à prática de
conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso.
Obs. Confronto com a contravenção penal de importunação
ofensiva ao pudor (art.61, do Dec.Lei n.3688/1941)
 1.3. Classificação doutrinária: delito comum, de dano,
 material, subjetivamente complexo, de forma livre,
 instantâneo.
 1.4.Consumação e tentativa.
 Por tratar-se de delito material, no que concerne à
 conjunção carnal consuma-se com a introdução, ainda que
 parcial, do pênis na cavidade vaginal; em relação à prática
 de qualquer outro ato libidinoso, com a sua prática.
 OBS. Com o advento da Lei n.12015/2009, a figura típica
 prevista
 DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
Com o advento da Lei n.12015/2009, a figura típica prevista
no art.214, CP(atentado violento ao pudor) foi revogada,
tendo, desta forma, os atos libidinosos diversos da
conjunção carnal sido contemplados na figura típica de
estupro que, passou a configurar um tipo misto
alternativo.
 Cabe ressaltar que não houve abolitio criminis, mas,
apenas, a denominada continuidade normativa.
 Questões relevantes a serem analisadas:
A) A classificação do estupro como tipo misto alternativo e a
 possibilidade de concurso de crimes em casos de prática de
 mais de uma conduta no mesmo contexto fático.
 Não obstante a doutrina tenha se manifestado pela
 classificação do delito como tipo misto alternativo
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
(neste sentido Guilherme de Souza Nucci, Luiz Regis Prado e
Fernando Capez), a jurisprudência, inclusive do Superior
Tribunal de Justiça, já se pronunciou acerca da possibilidade da
caracterização do delito como tipo misto cumulativo, in verbis:
EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS
CORPUS. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR.
PROVAS PARA A CONDENAÇÃO. EXPERIÊNCIA DAS
VÍTIMAS. CRIME HEDIONDO. LEI Nº 12.015/2009. ARTS. 213
E 217-A DO CP. TIPO MISTO ACUMULADO. CONJUNÇÃO
CARNAL. DEMAIS ATOS DE PENETRAÇÃO. DISTINÇÃO.
CRIMES AUTÔNOMOS. SITUAÇÃO DIVERSA DOS ATOS
DENOMINADOSDEPRAELUDIACOITI.CRIME
CONTINUADO. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
I - O exame do v. acórdão vergastado evidencia a existência de
provas suficientes para amparar o juízo condenatório alcançado
em primeiro grau. Ademais, não se admite, na via eleita, que se
proceda a nova dilação probatória.
II - O consentimento da vítima ou sua experiência em relação ao
sexo, no caso, não têm relevância jurídico-penal.
III - Na linha da jurisprudência desta Corte e do Pretório Excelso
constituem-se os crimes de estupro e de atentado violento ao
pudor (na antiga redação), ainda que perpetrados em sua forma
simples em crimes hediondos, submetendo-se os condenados
por tais delitos ao disposto na Lei nº 8.072/90.
IV - A reforma introduzida pela Lei nº 12.015/2009 unificou, em
um só tipo penal, as figuras delitivas antes previstas nos tipos
autônomos de estupro e atentado violento ao pudor.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
Contudo, o novel tipo de injusto é misto acumulado e não
misto alternativo.
V - Desse modo, a realização de diversos atos de penetração
distintos da conjunção carnal implica o reconhecimento de
diversas condutas delitivas, não havendo que se falar na
existência de crime único, haja vista que cada ato - seja
conjunção carnal ou outra forma de penetração - esgota, de
per se, a forma mais reprovável da incriminação.
VI - Sem embargo, remanesce o entendimento de que os
atos classificados como praeludia coiti são absorvidos pelas
condutas mais graves alcançadas no tipo.
VII - Em razão da impossibilidade de homogeneidade na
forma de execução entre a prática de conjunção carnal e atos
diversos de penetração, não há como reconhecer a
continuidade delitiva entre referidas figuras.Ordem denegada.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
(STJ. HC 104724/MS. Relator. Ministro Jorge Mussi. Quinta
Turma. 22/06/2010).
 No mesmo sentido, já se manifestou o Tribunalde
Justiça do Rio Grande do Sul:
Ementa: EXECUÇÃO. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO
AO PUDOR. LEI 12.015. INEXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO.
Como vem decidindo o Superior Tribunal de Justiça,
entendimento que se acolhe, "... Com a vigência da referida
lei, o art. 213 do Código Penal passa a ser um tipo misto
cumulativo, uma vez que as condutas previstas no tipo têm,
cada uma, "autonomia funcional e respondem a distintas
espécies valorativas, com o que o delito se faz plural"...
Todavia, se, além da conjunção carnal, houve .outro ato
libidinoso, como o coito anal, por exemplo, cada um desses
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
caracteriza crime diferente e a pena será cumulativamente
aplicada à reprimenda relativa à conjunção carnal. Ou seja, a
nova redação do art. 213 do Código Penal absorve o ato
libidinoso em progressão ao estupro - classificável como
praeludia coiti - e não o ato libidinoso autônomo. como o coito
anal e o sexo oral." Portanto, insistindo, a nova definição legal
dada aos crimes sexuais pela Lei 12.015, abrangendo-se num
só artigo as figuras do estupro e do atentado violento ao pudor,
não determina que, havendo os dois fatos, exista apenas um
crime. DECISÃO: Agravo defensivo desprovido. Unânime.
(Agravo Nº 70046378030, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em
08/03/2012).
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
 B) A análise do grau de resistência da vítima (neste sentido
Guilherme de Souza Nucci), bem como a prova do referido
delito: materialidade a autoria a partir da palavra da vítima.
 No que concerne à palavra da vítima, não obstante o
entendimento doutrinário e jurisprudencial dominantes no
sentido de que a mesma tenha valor probatório relativo, no caso
de delitos contra a dignidade sexual, tal valor probatório ganha
relevância, mormente se corroborado pelos demais elementos
probatórios, face ao fato destes delitos serem realizados, em
sua maioria, sem a presença de qualquer testemunha.
C) A Lei n.12.015, seus reflexos na tipificação das condutas e
conseqüente conflito de Direito Intertemporal.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
 CASO CONCRETO
Adilson, em maio de 2009, foi condenado com trânsito em
julgado pelos delitos de estupro e atentado violento ao pudor
(arts.213 e 214, do Código Penal) praticados contra Helenilde.
De acordo com a acusação, em 14 de fevereiro de 2008,
Adilson invadiu a residência de Helenilde que, na época era sua
vizinha, e a obrigou, mediante ameaça com um facão, a manter
com ele conjunção carnal. Ato contínuo, ainda obrigou a vítima
a praticar sexo anal, situação que, segundo a denúncia do
Mínistério Público, cujos fundamentos foram acatados pelo
Magistrado na sentença condenatória, configurou o concurso
material de crimes entre o estupro e o atentado violento ao
pudor, o que gerou uma pena privativa de liberdade de 14 anos
de reclusão a ser cumprida em regime inicialmente fechado. Na
data de hoje, a família de Adilson procura você para saber se
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DIREITO PENAL III
existe alguma possibilidade jurídica de que o condenado
obtenha algum benefício. Diante da narrativa acima, com base
nosestudosrealizadossobreoestupro,diga
fundamentadamente qual é a orientação a ser dada à família do
condenado.
 Acerca do tema, assevera Luiz Flávio Gomes : não há que se
falar em abolitio criminis do delito previsto no art.214, CP, mas,
sim, em verdadeira continuidade-normativa.
 Por outro lado, não se pode negar que trata-se de novatio
legis in mellius, devendo ser aplicada a regra disposta no art.2º,
parágrafo único, do Código Penal. Neste sentido cabe
transcrever trecho da obra de Rogério Sanches a respeito do
tema (op.cit. pp.36)
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
 No mesmo sentido, Rogério Sanches Cunha afirma
que, com a Lei 12015/2009, o crime de estupro passou a ser de
conduta múltipla ou de conteúdo variado. Praticando o agente
mais de um núcleo, dentro do mesmo contexto fático, não
desnatura a unidade do crime (dinâmica que, no entanto, não
pode passar imune na oportunidade da análise do art. 59, do
CP) (CUNHA, Rogério Sanches e outros. Comentários à
Reforma Criminal de 2009 e à Convenção de Viena sobre o
Direito dos Tratados. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009).
 A mudança é benéfica para o acusado, devendo retroagir
para alcançar os fatos pretéritos(art.2º, parágrafo único, do CP).
 Em todos os casos concretos em que o juiz(ou tribunal)
reconheceu qualquer tipo de concurso de crimes cabe agora a
revisão judicial para adequar as penas, visto que doravante já
não existe distinção tipológica.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
D) A tipificação do delito de estupro como Crime Hediondo
(Lei n. 8.072/90) e seus consectários penais.
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes,
todostipificadosnoDecreto-Lei no
 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
1.4. Figuras típicas.
►Simples: caput;
► Qualificadas:
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou
se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze)
anos.
 - lesão grave de natureza grave;
 - vítima maior de 14 E menor de 18 anos;
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
1.5. Ação Penal.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título,
procede-se mediante ação penal pública condicionada à
representação.
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal
pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos
ou pessoa vulnerável.
- Regra: ação penal pública condicionada à representação.
 - Exceção: ação penal pública incondicionada no caso de
 menor de 18 anos.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
 2. Assédio Sexual art.216-A, do Código Penal
2.1.Bem jurídico tutelado.
2.2.Elementos do tipo
 Ausência de violência ou grave ameaça.
 A superioridade hierárquica ou ascendência como
 elementares do tipo.
 Especial fim de agir: obtenção de vantagem ou
 favorecimento sexual.
► O emprego é afeto à relações empregatícias de natureza
privada; já cargo ou função, relações de natureza pública.
► O tipo penal não contempla o abuso ou violação de dever
inerente a ofício ou ministério (CAPEZ, op. cit. pp 72)
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
2.3.Sujeitos ativo e passivo.
Sujeito Ativo- delito próprio;
Sujeito Passivo – inclusão dos menores de 18 anos (entre
16 e 17 anos), bem como do aprendiz, com idade superior a
14 anos (art.7º,XXXIII, CRFB/1988);
2.4.Consumação e tentativa.
 Configura-se como delito formal, logo consuma-se no
momento em que é realizado o constrangimento à vítima,
independentementedaobtençãodavantagemou
favorecimento sexual.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
2.5.Figuras típicas.
a)Simples.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente
da sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função."
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
b) Majorado.
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é
menor de 18 (dezoito) anos.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
2.6.Questões controvertidas.
 ► Concurso de pessoas.
 O constrangimento pode ser realizado para a obtenção de
vantagem ou favorecimento de terceiro, sendo possível, desta
forma o concurso depessoas, caso o terceiro tenha
conhecimento ou concorde com tal conduta.
 CASO CONCRETO
Jorge, diretor financeiro de uma grande empresa, há semanas
vem chamando sua secretária Luiza para saírem juntos. Como
Luiza recusa todos os convites, Jorge, auxiliado por Pedro que
trabalha como motoboy na mesma empresa, ameaça Luiza
dizendo que, caso ela não vá a um motel com ele, no dia
seguinte estará demitida. Luiza, mais uma vez, recusa a ceder
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6
DIREITO PENAL III
e, muito abalada psicologicamente, leva o fato ao conhecimento
do Presidente da empresa a fim de que as devidas providências
sejam tomadas em relação a Jorge e Pedro. Diante dos fatos, é
correto afirmar que:
a. Jorge e Pedro responderão por assédio sexual consumado.
b. Jorge responde por assédio sexual tentado, pois não
conseguiu obter favorecimento sexual, e Pedro não responde
por nenhum crime, pois não é superior hierárquico da vítima.
c. Jorge e Pedro responderão por assédio sexual tentado, pois
não houve a obtenção de favorecimento sexual.
d. Jorge responderá por assédio sexual consumado e Pedro
pelo delito de constrangimento ilegal, pois não é superior
hierárquico da vítima.
DELITOS DE ESTUPRO E ASSÉDIO SEXUAL– AULA 6

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