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GESTÃO DE COMPETÊNCIAS Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Patrícia Rodrigues da Gestão de Competências. Patrícia Rodrigues da Silva. Maringá - PR, 2015. 168 p. “Graduação - EaD”. 1. Competência. 2. Gestão . 3. Estratégica 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.3 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção Operacional de Ensino Katia Coelho Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura Design Educacional Yasminn Zagonel Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Humberto Garcia da Silva Victor Rossi Revisão Textual Keren Pardini Ilustração André Luís Onishi Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva Graduada e Mestre em Administração pela UEM - Universidade Estadual de Maringá. Especialista em Recursos Humanos pela UniCesumar. Formação em Dinâmica de grupos pela SBDG - Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupo. Professora Universitária nas modalidades presencial e a distância. Professora convidada em cursos de pós-graduação. Atuante na área de recursos humanos, especificamente com os seguintes processos: recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho e gestão por competência. A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! Caro(a) acadêmico(a), é com entusiasmo e satisfação que lhe apresento este material que aborda um dos temas mais estratégicos do RH, que é a Gestão de Competências. Nosso livro didático está “recheado” com assuntos que têm o intuito de provocar o seu envolvimento e, principalmente, o desenvolvimento do conhecimento acerca dessa fer- ramenta de gestão de pessoas. Cada vez mais percebemos, em discussões de estudiosos e profissionais da área, a evo- lução do RH e da ampliação do seu papel nas organizações, mas ainda enfrentamos re- sistências. Faz-se necessário, assim, que as ferramentas de recursos humanos mostrem- -se eficientes para as organizações, ao mesmo tempo em que produzem benefícios para aqueles que as utilizarem. E esse é o cerne sobre o qual este livro foi pensado. Na unidade I, intitulada “Gestão de pessoas: Evolução da área e a abordagem por com- petências”, optei por apresentar os principais aspectos e a evolução dos conceitos de Gestão de pessoas ao longo dos tempos, não em sua perspectiva histórica, mas com o intuito de compreender o novo papel do RH nas organizações contemporâneas e des- crever a abordagem de competências como um elemento estratégico da Gestão de Pes- soas (GP). Para isso, as discussões trarão a “Gestão de Pessoas” como uma área/conceito em cons- tante evolução. É necessário que seja compreendido o novo papel que a área de RH precisa ocupar nas estruturas das organizações e na concepção das pessoas que fazem parte dessa estrutura. Na unidade II, caro(a) acadêmico(a), sob o título “Dimensão Estratégica da Competência e Contexto organizacional”, serão descritos os principais aspectos que envolvem o con- ceito de competência. Dessa maneira, será abordado sobre as formas de mapeamento das competências organizacionais e os tipos de competências que podem ser mapea- das. Ainda na segunda unidade, falarei da necessidade de identificação das competências organizacionais como um dos fatores que levam a organização a obter vantagem com- petitiva e aumentar oseu valor perante o mercado e as pessoas com as quais se relacio- na. A unidade III virá com o título “Mapeamento das competências individuais – proces- sos de RH”. Nessa unidade, abordaremos a segunda dimensão da competência (gestão de pessoas), que tem como enfoque elucidar sobre a operacionalização dos processos de RH sob o enfoque de competências. Será destacada a necessidade de conhecer tais processos para então aplicá-los coerentemente e conseguir mapear as competências individuais. Assim sendo, trataremos do projeto de cargos, dos processos de recrutamento, seleção e avaliação, todos sob o enfoque de competências. Outro ponto que será destaque é o uso de ferramentas diferentes para mapear as competências individuais de profissionais entrantes e daqueles que já trabalham na organização. APRESENTAÇÃO GESTÃO DE COMPETÊNCIAS APRESENTAÇÃO Na unidade IV, sob o título “Abordagem de Competências e Sistema de Gestão de Pessoas”, continuaremos tratando de alguns processos da gestão de pessoas, sob o enfoque de competências. Vamos identificar as formas de realização da capacitação e os aspectos principais da remuneração baseada em competências. Falaremos ainda da importância de se conhecer o sistema de gestão de pessoas da organização, bem como compreender metodologicamente a sua identificação e concepção, para somente depois tratar do modelo de competências. Algo que sem- pre enfatizarei é a necessidade de se estar com os processos básicos acontecendo adequadamente, para somente depois implementar novos modelos de gestão, que, no nosso caso, será o modelo de competências. Por fim, a unidade V trará um formato diferente de discussão, pois tratará da “Im- plantação do Modelo de Competências”. Ou seja, todos os conceitos, as discussões, as ferramentas e as estratégias apresentados nas unidades anteriores servirão de subsídio para o delineamento e constituição da matriz de competências. Essa matriz serve de base para a implantação da gestão baseada em competências nas organi- zações. Espero que esta seja uma jornada de conhecimento, de reflexões, de questionamen- tos, de indagações, mas, principalmente, de desenvolvimento acadêmico e profis- sional. Aproveite cada unidade, faça anotações e faça desta disciplina mais um de- grau para o alcance do seu sucesso pessoal e profissional. Boa leitura! Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva SUMÁRIO 09 UNIDADE I GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS 15 Introdução 16 Gestão de Pessoas: um Conceito em Evolução 22 Evolução da Área de RH e a Influência das Teorias Organizacionais 28 O Novo Papel da Área de RH e a Abordagem de Competências na Gestão de Pessoas 35 Considerações Finais UNIDADE II DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL 43 Introdução 44 O Conceito de Competência 49 Dimensão Estratégica da Competência: Core Competences 54 Mapeamento das Competências Organizacionais 64 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS – PROCESSOS DE RH 73 Introdução 74 Projeto de Cargos e Recrutamento por Competências 85 Processo Seletivo: Mapeamento das Competências Individuais dos Candidatos 93 Avaliação com Foco em Competências: Mapeamento das Competências Individuais dos Colaboradores 101 Considerações Finais UNIDADE IV ABORDAGEM DE COMPETÊNCIAS E SISTEMA DE GESTÃO DE PESSOAS 109 Introdução 110 Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas por Competências 116 Valorização e Remuneração por Competências 122 Sistemas de Gestão de Pessoas nas Organizações 129 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V IMPLANTAÇÃO DO MODELO DE COMPETÊNCIAS 137 Introdução 138 Preparação da Matriz de Competências 149 Metodologia de Implantação do Modelo de Competências 153 RH como Centro de Planejamento e de Resultados 155 Considerações Finais 161 Conclusão 163 Referências 167 Gabarito U N ID A D E I Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar os principais aspectos e a evolução dos conceitos de Gestão de Pessoas ao longo dos tempos. ■ Compreender a diferença entre Administração de Recursos Humanos (ARH) e Gestão de Pessoas (GP). ■ Identificar a influência das teorias organizacionais na evolução da Gestão de Pessoas. ■ Compreender o novo papel do RH nas organizações contemporâneas. ■ Descrever a abordagem de competências como um elemento estratégico da Gestão de Pessoas (GP). Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Gestão de Pessoas: um conceito em evolução ■ Evolução da área de RH e a influência das teorias organizacionais ■ O novo papel da área de RH e a abordagem de competências na Gestão de Pessoas INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a), nesta primeira unidade, vamos tratar da evolução da Gestão de Pessoas. Serão abordados os aspectos gerais que compuseram e influen- ciaram a área, de maneira a elucidar sobre o papel ocupado pela atividade nas organizações atualmente. As discussões iniciam com a apresentação das características principais dessa evolução, descrevendo a Gestão de Pessoas como um processo munido de inputs e outputs e de etapas, que contribuem para atingir objetivos organizacionais pre- estabelecidos. Tais elementos podem ser percebidos nas principais atividades de Gestão de Pessoas, as quais serão mencionadas. A Gestão de Pessoas será trabalhada, ainda, como um conceito em desen- volvimento, frente ao ambiente dinâmico no qual as organizações estão inseridas atualmente. A abordagem por competências, que é o tema central deste livro didá- tico, pode ser vista como uma consequência desse desenvolvimento contínuo. Assim notamos a influência dos acontecimentos da sociedade nas organi- zações e, consequentemente, na evolução da Gestão de Pessoas. Será abordada essa questão de forma que a evolução da área de Recursos Humanos (RH) seja percebida em três grandes momentos, que são: (1) Fase industrial, (2) Fase pós- -industrial e (3) Fase moderna. Por fim, compreendidas as mudanças significativas pelas quais passou a área de RH, esta será concebida como detentora de um novo papel nas organizações. O RH passa a desenvolver atividades de suporte, oferecendo os seus serviços especializados de forma a assessorar e dar apoio aos gerentes de linha no exer- cício de suas atividades. Espero que as discussões propostas tenham grande significado para o seu processo de formação acadêmica e profissional. Boa leitura! Boas reflexões! 15 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I GESTÃO DE PESSOAS: UM CONCEITO EM EVOLUÇÃO Trataremos, neste tópico, sobre os principais aspectos da evolução da Gestão de Pessoas. Para isso, proponho que você faça a seguinte reflexão: “como se desen- volve a Gestão de Pessoas nas organizações”? Um ponto importante a ser mencionado é o de que profissionais e estudio- sos da área percebem que abordar a Gestão de Pessoas é tratar de uma área em desenvolvimento dentro das organizações. Para compreender melhor esse con- ceito, vamos entender primeiro o que é um processo. Para isso, será considerada a definição de Davenport (1994), um autor clás- sico da área de Administração e Engenharia de processos. Para esse autor, um processo pode ser definido como um conjunto deatividades de trabalho orde- nadas especificamente no tempo e espaço e com um começo, um fim, inputs e outputs claramente definidos e identificados. De maneira bem pontual, os conceitos de input e outputs podem ser expli- cados da seguinte forma: inputs são recursos utilizados no processo de produção e outputs são os bens e serviços que são o resultado do processo de transforma- ção dos recursos utilizados. Faz-se necessário compreender esses conceitos para que continuemos as nossas discussões. Diante da concepção do autor Davenport (1994), percebemos porque tratar de Gestão de Pessoas é falar em um processo. A Gestão de Pessoas tem objetivos As constantes mudanças que envolvem as pessoas e as organizações fazem com que a área de Gestão de Pessoas seja vista como um conceito em de- senvolvimento. Por que isso acontece? Fonte: a autora. 17 Gestão de Pessoas: um Conceito em Evolução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . definidos que, para serem alcançados, precisam passar por etapas, que são opera- cionalizadas por meio de ferramentas. Estas estão em constante evolução, pois o ambiente, as pessoas e as necessidades das organizações mudam continuamente. Mas, que ferramentas são essas? São os denominados Processos de Gestão de Pessoas que, de acordo com Chiavenato (2010), são: agregar, aplicar, recom- pensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas. Esses processos são compostos pelas atividades do RH desenvolvidas nas organizações. A Figura 1, apresentada a seguir, elenca quais atividades são essas. Figura 1: Os seis processos da Gestão de pessoas Fonte: Chiavenato (2010, p. 15). Na Figura 1, observamos que a Gestão de Pessoas é composta por um con- junto de atividades. Mas, não basta executá-las, é necessário que os profissionais da área de RH sempre busquem formas de inovar as ferramentas de Gestão de Pessoas. Essa ação é uma prática que beneficia tanto pessoas quanto organizações. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A necessidade de ino- vação é assunto tratado nos mais diversos campos de conhecimento e, principal- mente, quando se fala em gestão de empresas. Esse aspecto também envolve a Gestão de Pessoas em organizações. Ao enxergar a Gestão de Pessoas como uma área em desenvolvimento, pro- fissionais e estudiosos da área de RH passam a desenvolver as suas atividades de maneira estratégica. Isso quer dizer que não se limitam apenas a operacionalizar processos e pesquisas, mas, sim, a estudá-los a fundo, tornando-os compatíveis e adequados ao momento atual e, principalmente, demonstrando que o RH pode (e deve) ser um parceiro estratégico da organização. Maximiano (2014) afirma que quando a Gestão de Pessoas atua enquanto parceiro estratégico, acaba desenvolvendo referenciais e viabilizando negócios em todo o mundo. Além disso, agrega valor às decisões corporativas no que diz respeito ao planejamento de RH, desenvolvimento de lideranças, gerenciamento de talentos e ajuste às condições contingenciais da organização. O autor Maximiano (2014) ainda complementa que as pessoas são a princi- pal forma de colocar as estratégias organizacionais em ação, constituindo, assim, a Gestão de Pessoas em um domínio estratégico em si. Sob essa perspectiva, as atividades de Gestão de Pessoas devem ser vistas como processos gerenciais em si mesmos, o que começa com o planejamento estratégico de RH, passando pela implementação de estratégias com a realiza- ção de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, e chegando ao controle de resultados (MAXIMIANO, 2014). Notamos, assim, a necessidade de reconhecer a transformação constante vivenciada pela área e também de visão holística por parte dos gestores de RH, para conduzir as pessoas adequadamente nesse contexto em que estão inseri- das. É necessário o reconhecimento de que a Gestão de Pessoas passa a ter novos objetivos dentro da organização. 19 Gestão de Pessoas: um Conceito em Evolução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Buscando elucidar quais são esses novos objetivos, o autor Chiavenato (2010) os apresenta da seguinte forma: 1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão. 2. Proporcionar competitividade à organização. 3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas. 4. Aumentar a autorrealização e a satisfação das pessoas no trabalho. 5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho. 6. Administrar e impulsionar a mudança. 7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável. Os novos objetivos da Gestão de Pessoas, citados por Chiavenato (2010), funcio- nam como diretrizes para orientar atuais e futuros profissionais de RH sobre o papel da área nos diversos contextos organizacionais. Alguns elementos contri- buíram para o delineamento dessa nova abordagem da Gestão de Pessoas, dentre os quais se destacam: o cenário mundial de mudanças constantes, os novos per- fis de profissionais do mercado de trabalho, maior número de líderes formados e a comunicação cada vez mais acelerada. Por meio das discussões propostas, percebemos que a Gestão de Pessoas não pode ser vista como uma área estática, mas, sim, como uma área marcada pela dinamicidade. Seja em ambientes corporativos ou acadêmicos, é necessário reco- nhecer que a Gestão de Pessoas está (e permanecerá) em constante transformação. A Gestão de Pessoas, mais do que qualquer ramo da Administração, perpas- sa desafios, sobretudo, porque sua matéria-prima é exatamente o conheci- mento. A grande tarefa que está sendo proposta aos gestores de pessoas é a de superar os desafios que envolvem a atual transição da área. Fonte: Gil (2014, p. 32). GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS (ARH) E GESTÃO DE PESSOAS (GP) Algo muito comum é a dis- cussão existente em torno da nomenclatura a ser utilizada por estudiosos e profissio- nais da área: Administração de Recursos Humanos (ARH) ou Gestão de Pessoas (GP)? Digo a você, caro(a) acadêmico(a), as duas ter- minologias estão corretas e são válidas, mesmo em tem- pos de gestão estratégica de pessoas nas organizações. Vamos entender por quê. A Administração de Recursos Humanos (ARH) é um termo designado para definir a área da organização voltada a desenvolver processos por meio de ferra- mentas que se voltam às pessoas (empregados) da organização, ou seja, o órgão de RH. Já a Gestão de Pessoas (GP) é observada como uma abordagem desen- volvida e praticada dentro das organizações, não somente pelo órgão de RH, mas por todos aqueles que exercem atividades de liderança, os gestores de departa- mentos, por exemplo. Uma das definições do autor Chiavenato (2010) para a Administração de Recursos Humanos (ARH) é que esta pode ser vista enquanto unidade ope- racional, que funciona como um órgão prestador de serviços especializados à empresa, tais como: recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, higiene e segurança no trabalho, benefícios etc. Já a Gestão de Pessoas (GP) é compreendida como um princípio que trans- cenderia as atividades operacionais e tradicionais de RH, de forma que essas ferramentas seriam voltadas a desenvolver e direcionar o comportamento humano no trabalho, transformando o fator humano em vantagemcompeti- tiva (MASCARENHAS, 2008). Os indicadores de RH dão suporte à tomada de decisão nos ambientes orga- nizacionais. Os principais são os indicadores de: rotatividade e absenteísmo, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, clima organizacional, de re- lações trabalhistas, avaliação de treinamentos. Fonte: Pomi (2002). 21 Gestão de Pessoas: um Conceito em Evolução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Complementando as discussões sobre o assunto, segundo Armstrong (2009), a Gestão de Pessoas é uma abordagem estratégica, integrada e coerente para o emprego, para o desenvolvimento do bem-estar das pessoas que trabalham nas organizações. Nesse sentido, o autor destaca que a área tem como intuito asse- gurar o alcance do sucesso organizacional por meio das pessoas. Corroborando as concepções sobre Gestão de Pessoas, a autora França (2009) afirma que a Gestão de Pessoas nas organizações ascendeu para ações corpora- tivas estratégicas, não se limitando mais às atividades operacionais e legisladas, ou seja, ampliam-se as atividades dos profissionais que atuam nessa área. Ao interpretarmos as concepções de Chiavenato (2010), de Mascarenhas (2008), de Armstrong (2009) e de França (2009), notamos que a abordagem de Gestão de Pessoas apresenta vantagem competitiva, pois tem como política a inte- gração de ferramentas que antes eram meramente operacionais, com elementos comportamentais e estratégicos, ou seja, aproveita ao máximo os talentos existen- tes na organização, contando com as atividades especializadas do órgão de RH. Hoje falamos do uso de indicadores de RH, por exemplo, algo que em outros tempos não era considerado nem mencionado quando se tratava da área de RH. Por exemplo, pesquisas de clima organizacional, pesquisas de satisfação, análi- ses de entrada e saída de colaboradores etc. Tratamos, na atualidade, da Gestão Estratégica de Pessoas nas organizações, um conceito que, inclusive, absorve a abordagem de competências, que é o nosso foco principal. Mas nem sempre foi “esse olhar” que balizou a Gestão de Pessoas nas organizações. Falaremos brevemente dessa evolução da área. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I EVOLUÇÃO DA ÁREA DE RH E A INFLUÊNCIA DAS TEORIAS ORGANIZACIONAIS A evolução histórica da Gestão de Pessoas é densa. Existe uma série de fatos da sociedade que servem de “pano de fundo” para explicar como ocorreu a evolu- ção da área nas organizações. Como o intuito aqui é tratar da área de Gestão de Pessoas como um conceito ainda em desenvolvimento, chegando, inclusive, à abordagem de competências, falarei brevemente dessa evolução enfatizando os seus aspectos principais e res- saltando como as teorias organizacionais a influenciaram. Para isso, a evolução da área de RH será tratada aqui alinhada a três gran- des momentos: (1) Fase industrial, (2) Fase pós-industrial e (3) Fase moderna. Essas três fases serão apresentadas ressaltando as influências de elementos que compõem a história da Administração e da Sociedade, conforme as organiza- ções de cada época. Tais características são abordadas a seguir. FASE INDUSTRIAL: UM CONTEXTO PLENO DE INDUSTRIALIZAÇÃO Este foi um período fortemente marcado pela ascensão da industrialização da economia, concentrando-se entre o século XIX até meados do século XX. O lema 23 Evolução da Área de RH e a Influência das Teorias Organizacionais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . da época era: “produzir mais no menor tempo possível”. Assim, o foco estava na produtividade, algo que contribuiu, inclusive, para os primeiros princípios da teoria organizacional. Foram personagens marcantes desse período Frederick W. Taylor, Henri Fayol, Henry Ford e Max Weber (GIL, 2014). Nesse período, foram instituídos os primeiros princípios da administra- ção: conhecer, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. “Taylor, bom base em observações diretas, feitas em oficinas, concluiu que, de modo geral, os operários produziam muito menos do que poderiam produzir. A partir daí, desenvolveu seu sistema de Administração Científica” (GIL, 2014, p. 18). Nota-se, a partir dessa concepção, que os esforços desse período estavam em racionalizar cada vez mais o trabalho em busca da coordenação de esforços para aumentar a produtividade e, consequentemente, o lucro. A relação dessa questão com a evolução da Gestão de Pessoas está em compreender que nessa fase as preocupações estavam voltadas totalmente para a tarefa e, posterior- mente, para o processo. Não existia ênfase ou preocupação com as pessoas que trabalhavam nas fábricas, na denominada “Grande Indústria”. Tal feito era ratificado pelo compor- tamento da sociedade da época que, fortemente marcada pelo êxodo do campo para a cidade, detinha mão de obra disponível, mesmo que sem qualificação, para atuar nas fábricas. Assim, os encarregados das indústrias recrutavam aqueles dota- dos de melhor porte físico para atuar em suas estruturas, ou seja, os mais fortes. Esse cenário, impulsionado pela falta de regulamentação trabalhista, repre- senta um dos principais quadros de exploração de mão de obra da sociedade, no que diz respeito ao trato das pessoas em organizações. Chiavenato (2010) enfa- tiza ainda que compunha o cenário da época: ■ Organizações totalmente centralizadas. ■ Pequena capacidade de processamento de informação. ■ Sem perspectivas de mudança e inovação. ■ Padrões rígidos de comunicação. ■ Cargos definitivos e limitados. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I O intuito aqui, caro(a) acadêmico(a), não é destacar que os pensadores da época contribuíram também para a evolução do RH. Taylor, Fayol e Ford foram os precursores da história da Administração e foi a partir de seus ideais que a Administração passou a ser vista como ciência, tendo a Administração de Recursos Humanos como uma de suas grandes áreas. O ponto principal aqui é compreendermos que a prática de Gestão de Pessoas (que nessa fase não existia) é impulsionada pelos elementos que compõem o cenário vivenciado pelas organizações, influenciado por suas prioridades e necessidades. E foi o que aconteceu em meados do século XX que, segundo Gil (2014), representa um momento em que esse quadro de despreocupação com os trabalhadores começou a mudar, com o fortalecimento dos sindicatos e, no caso do Brasil, com o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). FASE PÓS-INDUSTRIAL: SURGIMENTO E PRESSÃO DOS SINDICATOS Esse período compreende a década de 1950 até a de 1990. Fase esta em que as organizações tiveram que buscar uma forma “mais organizada” de gerir os seus empregados, cumprindo, principalmente, com os parâmetros previstos em lei. Conforme mencionado anteriormente, o fortalecimento dos sindicatos e o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no caso do Brasil, con- tribuíram para esse cenário. Segundo o autor Gil (2014), as estruturas da época voltadas à administra- ção de pessoal precisaram se modificar, originando, assim, a partir da década de 1950, o departamento de relações industriais, que alterou, inclusive, o perfil requerido para aqueles que exercessem esse cargo. O novo perfil de “Gerente de Relações Industriais” exigia um profissional atuante como advogado dos empregados, que se relacionassecom os movimen- tos sindicais trabalhistas em busca de direito e vantagens que se materializassem na folha de pagamento. Esse é um dos motivos que as “chefias de pessoal” da época fossem advogados ou bacharéis em Direito, se prolongando até o final da década de 1970 (BARBIERI, 2012; ARAÚJO; GARCIA, 2010). Percebemos, assim, que o Departamento de Relações Industriais (DRI) O alto índice de desemprego é uma das preocupações que assolam a so- ciedade e fazem parte do conjunto de prioridades do gestor de RH. Uma situação que obriga as organizações a rever os seus conceitos e paradigmas em todos os ângulos possíveis (MARRAS, 2011). Como podemos lidar com essa situação? 25 Evolução da Área de RH e a Influência das Teorias Organizacionais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . tinha por objetivo maior atender às exigências dos Sindicatos. As atividades desse departamento voltavam-se às condições de trabalho e também à conces- são de benefícios aos empregados. Mais tarde, o DRI torna-se Administração de Recursos Humanos (ARH), abarcando também as atividades de Departamento Pessoal (contratação, demissão, pagamentos), que antes eram desenvolvidas sepa- radamente (MARRAS, 2011). Essa “junção” das atividades do DRH se deu ao final da década de 1960, quando as tarefas do denominado Gerente de RH transcendem as tarefas buro- cráticas e legais, exigindo dele também a execução de atividades operacionais e táticas, tais como: recrutamento, seleção, treinamento, avaliação, remunera- ção, higiene e segurança do trabalho (CHIAVENATO, 2010; BARBIERI, 2012; GIL, 2014). Fazendo um viés com as teorias organizacionais, percebe-se a sua contri- buição para esse cenário. O Movimento de Relações Humanas, por exemplo, trouxe uma nova abordagem para o ser humano nos contextos organizacionais, tendo como destaque os pensadores: Elton Mayo, Abraham Maslow, Douglas McGregor e Frederick Herzberg. Marras (2011) assegura que nesse período o gerente de RH ainda precisava tratar de Relações de trabalho, principalmente, em se relacionar com os sindica- tos, mas começava a eclodir a necessidade de tratar de questões mais humanistas dentro das organizações. Era necessário analisar cenários multidisciplinares de indivíduos, não os reduzindo a simples trabalhadores assalariados, mas os vendo como parceiros de negócios. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Os próprios sindicatos inseriram em seus discursos, nos anos de 1980, a necessidade de considerar questões voltadas também à qualidade de vida dos empregados. As organizações buscavam sim ser mais competitivas, produzindo mais e melhor a custos menores, mas os seus empregados buscavam também a compensação do estresse provocado pela busca pressurosa por resultados (MARRAS, 2011). Por esse motivo que a partir de 1985 começa-se a perceber uma mudança de cenários no que tange à Gestão de Pessoas nas organizações, sendo esses impul- sionados por modelos contingenciais de gestão das organizações e também pela ascensão da tecnologia. Vamos falar, a seguir, desse terceiro momento, a fase moderna da evolução da Gestão de Pessoas. FASE MODERNA: UM CONTEXTO DE MUDANÇAS CONSTANTES Sabemos que a partir da década de 1990 inúmeras transformações incidem sobre a sociedade, repercutindo diretamente nas organizações, em seus proces- sos e tecnologias, como também na forma de tratar as pessoas que fazem parte desses ambientes. De acordo com Gil (2014), as formas de tratamento dos indivíduos nas organizações bem como os modelos de gestão perpassaram por questionamen- tos que repercutem até os dias de hoje. A própria nomenclatura da área ainda é alvo de críticas, visto que, se tratadas como “recursos”, as pessoas devem ser meramente administradas em busca do maior rendimento possível. Fala-se hoje em RH estratégico. Complementando essa ideia, Chiavenato (2010) diz que as equipes de ges- tão com pessoas surgem para substituir os departamentos de recursos humanos. Para que isso aconteça, tarefas mais operacionais são delegadas aos gerentes responsáveis por cada departamento da organização e as tarefas operacionais e burocráticas não essenciais são terceirizadas. Para Marras (2011), as áreas de RH comumente terceirizadas são: treina- mento, restaurante, transporte, segurança e medicina no trabalho, segurança 27 Evolução da Área de RH e a Influência das Teorias Organizacionais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . patrimonial e limpeza. Podem ser adicionados a essa lista os processos de recru- tamento e seleção, que nos dias de hoje são terceirizados por muitas empresas no intuito de contar com profissionais especializados, como psicólogos, por exemplo. Evidencia-se, assim, que o RH das organizações assume um papel estra- tégico e de orientação global, de forma que as pessoas sejam vistas e tratadas como parceiras de negócio, obtendo, inclusive, mais autonomia no desenvolvi- mento de suas atividades. Algo extremamente necessário, na denominada “Era da Informação” (CHIAVENATO, 2010). O autor Chiavenato (2010, p. 42) afirma ainda que “na Era da Informação, lidar com as pessoas deixou de ser um problema e passou a ser a solução para as organizações. Deixou de ser um desafio e passou a ser vantagem competitiva para as organizações bem sucedidas”. Ou seja, organizações de sucesso são aquelas que enxergam em seu pessoal a possibilidade de inovação, mudança e prosperidade. Assim, não se fala mais em modelos estáticos de gestão de pessoas, mas, sim, em um processo dinâmico de interação entre pessoas e organizações. Os indivíduos passam a ser vistos como fontes inesgotáveis de conhecimento e as práticas de gestão de pessoas voltam-se a desenvolvê-los cada vez mais. O que demanda a necessidade de engajamento do RH com a estratégia organizacional. Corroborando essa afirmação, Armstrong (2009) diz que, em uma abordagem estratégica, a Gestão de Pessoas se envolve em promover de maneira integrada e coerente o desenvolvimento do bem-estar das pessoas que trabalham nas organi- zações. E, para isso, o foco da área volta-se ao alcance do sucesso organizacional com e por meio das pessoas que integram a organização. É necessário, sim, profissionais especializados para desenvolver e aplicar fer- ramentas de RH cada vez mais eficazes e coerentes com o contexto dinâmico das organizações, mas as atividades da área devem se expandir para além dos limites de um “departamento” que faz parte do organograma da empresa. As discussões em torno dessas novas formas de enxergar as pessoas nos contextos organizacionais levam ao conceito de Gestão de Pessoas (GP), que tratamos anteriormente. Observa-se uma mudança de perspectiva da área: do foco operacional para o estratégico (MARRAS, 2011). Fala-se, ainda, em Gestão de Talentos, Gestão do Capital Humano, Gestão do Capital Intelectual e outras nomenclaturas para a área que “cuida” das pessoas GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I na organização. Vai depender do estilo da organização, ramo de atividade ou até mesmo do perfil de gestores que fazem parte do seu quadro (CHIAVENATO, 2010; MARRAS, 2011; BARBIERI, 2012). O importante é que compreendamos que, assim, as atividades de Gestão de Pessoas passam a ser incumbência de todas as lideranças das organizações. E essaslideranças contam com os serviços especializados dos profissionais que compõem o órgão de RH (que continua existindo nas organizações), mas com um novo papel (função) no contexto organizacional. E é sobre esse novo papel que falaremos a seguir. O NOVO PAPEL DA ÁREA DE RH E A ABORDAGEM DE COMPETÊNCIAS NA GESTÃO DE PESSOAS Com base nas discussões propostas até o momento, compreendemos que a área de RH passou por mudanças significativas, principal- mente nas últimas décadas. São modificações que geram discussões e dividem opi- niões de profissionais e estudiosos da área, mas que detêm como premissa comum: a necessidade de reco- nhecimento do potencial de cada pessoa do contexto organizacional. Segundo Chiavenato (2010), o RH assume um novo papel nas organizações e para os seus colaboradores, não se limitando a um departamento de atividades 29 O Novo Papel da Área de RH e a Abordagem de Competências na Gestão de Pessoas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . operacionais, mas atuando enquanto suporte aos gerentes de linha, ou seja, uma atividade de staff. Os gerentes de linha são os responsáveis pelos departamen- tos existentes na organização: gerentes de marketing, de compras, financeiros, de produção etc. Essa nova concepção da Gestão de Pessoas tem como premissa que quem supervisiona e toma decisões sobre os empregados da empresa são os seus super- visores diretos. “[...] gerir pessoas é uma responsabilidade de cada gerente que deve receber orientação do staff a respeito das políticas e procedimentos adota- dos pela organização” (CHIAVENATO, 2010, p. 23). O autor Maximiano (2004) afirma que a função de staff é situada ao lado das unidades de linha (departamentos), com o intuito de assessoria. O foco da assessoria está em prestar serviços de suporte aos gerentes de linha, tais como: auxiliá-los no desenvolvimento de atividades com os seus públicos e fornecer informações pertinentes à tomada de decisão. Observa-se, assim, que o staff é uma função de apoio às linhas de comando das organizações. Assim, pode-se dizer que o órgão de RH “transita” pela estrutura organiza- cional e atua como ponto de apoio para os gerentes na tomada de decisão e na formulação de estratégias. Esses gerentes contam, então, com a assessoria e a consultoria do órgão de RH, que por meio dos princípios de Gestão de Pessoas lhes proporciona os meios e os serviços de apoio que se mostrarem necessários para se chegar aos objetivos esperados (CHIAVENATO, 2010). Complementando tais discussões, Barbieri (2012) diz que, nesse contexto de mudanças, os profissionais de staff precisam conviver com os gerentes de linha e, assim, conhecer melhor as suas atividades e departamentos. Tal convivência possibilita ainda que os gerentes sejam estimulados a conhecer mais os planos, políticas, procedimentos, metodologias e ferramentas do órgão de RH. Barbieri (2012) ressalta ainda que, enquanto staff, o RH torna-se uma espécie de coaching para os gerentes de linha, estimulando-os a fazerem o mesmo com as suas equipes em busca do melhor desempenho. É necessário que se observe a função de staff do RH como detentora de um papel orientador que estimula o desenvolvimento adequado das pessoas e de novas estratégias organizacionais. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Esse papel de suporte do RH nas organizações acarreta uma atuação estraté- gica de Gestão de Pessoas. Um conceito que, segundo Marras (2011), leva o órgão de RH a participar e assessorar na formação e no desenvolvimento de macrodi- retrizes organizacionais, prestando subsídio cognitivo à cúpula da empresa em questões administrativas e comportamentais. Chegamos, assim, ao conceito de gestão estratégica de pessoas nos mais diver- sos contextos organizacionais. Conceito este que abarca, inclusive, o nosso tema central, que é a Gestão de Competências. Vamos compreender quais são os ele- mentos essenciais da abordagem estratégica de Gestão de Pessoas. GESTÃO DE PESSOAS DE FORMA ESTRATÉGICA Ao longo desta unidade de estudo, percebemos os desdobramentos da Gestão de Pessoas e suas diversas perspectivas nos contextos organizacionais. Ao chegar- mos ao atual contexto das organizações, percebe-se que estão presentes elemen- tos como descontinuidade O é um processo de orientação e vem se tornando uma ferramenta cada vez mais utilizada pelos gestores de pessoas nas organizações. É uma prática associada ao processo de liderança que, sendo executada adequa- damente, pode trazer bons frutos para a organização e para o coachee, que é o orientado. Fonte: Goldsmith e Lyons (2012). 31 O Novo Papel da Área de RH e a Abordagem de Competências na Gestão de Pessoas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . e imprevisibilidade, algo que repercute diretamente nas práticas de Gestão de Pessoas. As empresas buscam cada vez mais modernizar os seus modelos de Gestão de Pessoas, tendo em vista atender às novas demandas do mercado de trabalho e, principalmente, ter em suas estruturas indivíduos satisfeitos e engajados com a organização. Fischer (2002) diz que os modelos de Gestão de Pessoas são as formas “escolhidas” pelas empresas para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Fischer (2002) certifica que o comportamento humano detém grande rele- vância para o sucesso organizacional, havendo, assim, a necessidade de modelos de Gestão de Pessoas estrategicamente coerentes com o negócio da empresa. Para isso, é preciso que estejam explícitos os princípios, as políticas e os proces- sos do RH, elementos que são apresentados a seguir a partir de Fischer (2002): ■ Princípios: são os valores que orientam os comportamentos das pessoas e, consequentemente, as suas decisões. Atuam como uma espécie de bús- sola moral da organização. ■ Políticas: são elementos que definem as macrodiretrizes que balizam a atuação do RH e integram os princípios e processos. ■ Processos: são as formas de operacionalização das atividades de RH, ou seja, como os “produtos” do RH são viabilizados (recrutamento, seleção, socialização etc.). Compreender esses três elementos que são abordados pelo autor Fischer (2002) se mostra importante, pois são eles que dão sustentabilidade para o desenvolvimento de um modelo de Gestão de Pessoas alinhado à estratégia organizacional, mediante o desenvolvimento de competências (pessoais e organizacionais) que agreguem valor à organização. Vamos falar mais desses tipos de competências posteriormente. Complementando as discussões aqui propostas, Ulrich (2003) afirma que o RH se torna estratégico quando participa do processo de definição da estraté- gia empresarial, de forma que sejam concebidas práticas de RH que se ajustem a essa estratégia. Observa-se, assim, que é necessário conceber uma estrutura de gestão de pessoas que esteja compatível e alinhada com as demandas estra- tégicas da organização. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Por esse motivo, caro(a) acadêmico(a), que vimos falando de como o RH vem se transformando ao longo dos tempos. Nesse novo papel de assessoria nas organizações, é necessário (e indispensável) que o RH da empresa detenha visão sistêmica e realmente esteja integrado com a cúpula organizacional. É somente dessa maneira que aestratégia organizacional será compreendida adequada- mente e que as ferramentas e práticas de gestão de pessoas estarão voltadas a ela. Para atuar nesse novo papel, o RH precisa desenvolver o seu planejamento a partir e em consonância com a estratégia corporativa. Na Figura 2, apresentada a seguir, o autor Albuquerque (2002) mostra como pode ocorrer essa integra- ção das estratégias de RH com as estratégias organizacionais. Figura 2: Integração da estratégia de RH na estratégia da empresa. Etapas do processo de formulação Fonte: Albuquerque (2002, p. 41). 33 O Novo Papel da Área de RH e a Abordagem de Competências na Gestão de Pessoas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Os elementos abordados na Figura 2 retratam a forma pela qual deve acon- tecer a integração entre as estratégias de RH e as estratégias organizacionais. Ressalta-se, ainda, a importância do feedback contínuo durante todas as etapas do processo, que ocorre por meio das avaliações de resultados ao longo de seu desenvolvimento (ALBUQUERQUE, 2002). Por meio dessa integração, podemos falar em modelos estratégicos de Gestão de Pessoas. Enfatizo isso, caro(a) acadêmico(a), pois é necessário ter muito cuidado em propor ou tentar implantar modelos de Gestão de Pessoas contem- porâneos em organizações que não operacionalizam adequadamente os processos primários de RH. Refiro-me aqui aos processos de recrutamento, seleção, ava- liação de desempenho etc. É necessário “fazer a lição de casa”, ou seja, compreender e executar primei- ramente os processos operacionais de maneira adequada, para, posteriormente, desenvolver e pautar-se em um modelo de gestão estratégica de pessoas. E, na gestão estratégica de pessoas, está contida a abordagem de competências, assunto que falaremos a seguir. ABORDAGEM DE COMPETÊNCIAS NA GESTÃO DE PESSOAS É importante enfatizar que a abordagem de competên- cias na Gestão de Pessoas tornou-se um componente estratégico nos ambien- tes das organizações. Isso porque, quando utilizada, representa um diferencial para a organização, no que diz respeito à vantagem com- petitiva e ao aumento do valor do negócio. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I São diversos os conceitos sobre competências, mas, voltando-se à Gestão de Pessoas, Maximiano (2014) destaca que a tipologia conhecimento, habi- lidades e atitudes, o conhecido CHA, é a mais abordada por tornar possível instrumentalizar a aplicação das competências. Essa perspectiva da compe- tência foi desenvolvida por Benjamin Bloom em 1956, no intuito de analisar e avaliar, no campo da educação, informações que fosse além do aprendizado mecânico e repetitivo. Complementando esse entendimento, Fleury (2002) afirma que a compe- tência é vista como o estoque de recursos que um indivíduo detém, ou seja, as capacidades pessoais que justificam, inclusive, a sua performance profissional. Esse conceito de “estoque de recursos”, que nessa concepção da autora se aplica aos indivíduos, pode se estender a cargos, setores e organizações como um todo. Considerando essa perspectiva da competência, note, caro(a) acadêmico(a), que o conceito está vinculado à aprendizagem. Não se pode falar em desenvol- vimento de competências, sejam estas individuais ou organizacionais, sem falar em aprendizagem. Fleury e Oliveira Jr (2002, p. 134) afirmam que a aprendizagem é compreen- dida como “um processo de mudança provocado por estímulos diversos e mediado por emoções que podem ou não produzir mudança no comportamento da pes- soa”. Quando levamos isso à dimensão de competências na Gestão de Pessoas, compreende-se que, ao instrumentalizar a aplicação de competências, pessoas e organização desenvolvem-se por meio da aprendizagem. Fleury (2002, p. 55) ressalta ainda que “[...] competência é o conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais nutridas a montante pela aprendizagem e pela formação e a jusante pelo sistema de avaliações”. Ou seja, a competên- cia está interconectada com a aprendizagem dos indivíduos e grupos nos mais diversos ambientes em que estiverem inseridos, sendo sempre contextualizada. E quando o RH está a par das estratégias empresariais e, com isso, deter- mina as estratégias de Gestão de Pessoas, identifica-se o gap existente entre as competências existentes e as que se fazem necessárias para consolidar o plane- jamento estratégico da empresa. É nesse contexto que a aprendizagem tem o seu papel fundamental. Sobre esse mapeamento de competências, falaremos posteriormente. 35 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Notamos, assim, que, quando uma organização adota a abordagem de com- petências na Gestão de Pessoas, consegue identificar as competências de seus trabalhadores de forma a avaliar a efetividade e uso dessas competências para atingir as metas organizacionais delimitadas no plano estratégico da empresa. Ademais, por meio dessa identificação, é possível elucidar sobre quais compe- tências precisam ser desenvolvidas e/ou agregadas à organização. Feito isso, são desenvolvidas e aplicadas ferramentas de Gestão de Pessoas voltadas à estratégia empresarial. Assim, é necessário que os gestores de RH conheçam a fundo o conceito de competências e como esse conceito vem se desen- volvendo na atualidade. Assunto este que será abordado na próxima unidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, evidenciou-se a evolução da área de Gestão de Pessoas ao longo dos tempos. Assim, foram abordados períodos marcantes da sociedade que influenciaram os ambientes organizacionais e impactaram a maneira pela qual os empregados eram tratados. Não tive como enfoque maior tratar de elementos históricos, mas fez-se importante falarmos, durante as discussões, sobre o surgimento dos sindicatos e, no caso do Brasil, a criação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, como fatos determinantes para o novo espaço conquistado pelo RH nas organizações. O termo gap é compreendido aqui como a lacuna existente entre as com- petências que a empresa detém e aquelas necessárias para cumprir com os objetivos de seu planejamento estratégico. Ou seja, o que é necessário desenvolver nos indivíduos e na organização. Fonte: autora. GESTÃO DE PESSOAS: EVOLUÇÃO DA ÁREA E A ABORDAGEM POR COMPETÊNCIAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Foram mencionadas as diferenças de perspectivas existentes a respeito das nomenclaturas “Administração de Recursos Humanos (ARH) e Gestão de Pessoas (GP)”, de modo que a ARH foi concebida como unidade operacional nas empre- sas e prestadora de serviços especializados. Enquanto isso, a GP foi abordada como um conceito em desenvolvimento praticado por todos aqueles que exer- cem atividades de liderança dentro da empresa. Foi tratado, ainda, sobre o novo papel ocupado pela área de RH dentro das organizações, caracterizado pelo apoio aos gerentes dos departamentos específicos das organizações, ou seja, a função de staff. Você perceberá, caro(a) acadêmi- co(a), que esse novo papel da área de RH, enquanto staff organizacional, será mencionado em diversas disciplinas, tamanha é essa mudança de percepção do papel do RH nas organizações. Enfim, a Gestão de Pessoas foi abordada como um conceito ainda em evolu- ção, que se mostra constantemente influenciado pelas necessidades do mercado, da sociedade e dos indivíduos. Cadavez mais, é indispensável o desenvolvimento e implementação de ferramentas inovadoras, no que diz respeito aos traba- lhadores dos ambientes organizacionais, visto que, dessa maneira, o almejado sucesso organizacional é alcançado com e por meio das pessoas que compõem esses ambientes. 37 1. Conforme Davenport (1994), um processo pode ser definido como: “um conjun- to de atividades de trabalho ordenadas especificamente no tempo e espaço, e com um começo, um fim, inputs e outputs claramente definidos e identificados”. Sendo assim, considerando o que foi abordado nesta unidade I, por que é possí- vel compreender a Gestão de Pessoas como um processo? Assinale a alternativa correta. a. É necessário cumprir com as atividades que se voltam aos empregados para evitar desconfortos maiores. b. A Gestão de Pessoas tem alcançado um lugar enquanto departamento nas empresas e contribui para o aumento do lucro. c. A Gestão de Pessoas tem objetivos definidos que, para serem alcançados, passam por etapas, que são operacionalizadas por meio de ferramentas. d. É necessário repensar o que se sabe sobre as pessoas na empresa e, por esse motivo, quanto mais estruturado, melhor. e. A Gestão de Pessoas é vista como um departamento que permite fazer acordos com os empregados adequadamente. 2. Foi estudado que a evolução da área de RH teve influência das teorias organiza- cionais e pode ser estruturada em três grandes momentos: (1) Fase industrial, (2) Fase pós-industrial e (3) Fase moderna. Sobre essas três fases, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Na fase industrial, os esforços tinham como foco a racionalização do traba- lho para o aumento da produtividade e, consequentemente, o lucro. II. Organizações totalmente centralizadas e padrões rígidos de comunicação são características da fase pós-industrial. III. O surgimento dos sindicatos exigiu das empresas um profissional atuante como advogado dos empregados e que se relacionasse com os movimen- tos sindicais. IV. Na fase moderna, o RH assume um papel estratégico e as pessoas passam a ser tratadas como parceiros de negócio. Está CORRETO somente o que se afirma em: a. I e II. b. II. c. I, II e IV. d. II e III. e. I, III e IV. 3. O autor Chiavenato (2010) destaca que atualmente o RH assume um novo papel nas organizações e para os seu colaborares, ou seja, uma atividade de staff. Base- ando-se nas discussões propostas na unidade I, quais são as principais caracte- rísticas desse novo papel da área de RH? Assinale a alternativa correta. a. Suporte e assessoria aos gerentes de linha. b. Supervisão e tomada de decisão sobre os empregados. c. Implementação de estratégias organizacionais. d. Subordinação à direção e responsabilidade sobre os outros departamentos. e. Operacionalização dos principais processos de RH. 39 OS PROCESSOS DE RH: UMA VISÃO ESTRATÉGICA Por Joana Carla da Souza Matta Felicio Bacharel em Biblioteconomia Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) joanamatta@hotmail.com O texto de Joana Carla da Souza Matta Feli- cio aborda os processos de RH – provisão, aplicação, remuneração, desenvolvimento, manutenção, monitoração – em um modelo de gestão estratégica. O texto exemplifica de que forma algumas atividade de RH são desenvolvidas em cada processo, levando a reflexões sobre o tema. A autora aborda que a Gestão de negó- cios, a Gestão da informação, A Gestão do conhecimento, a Gestão de processos e a Gestão de pessoas são elementos que demonstram que cada vez mais é neces- sário desenvolver habilidades de gestão na atualidade. Destaca-se, ainda, que, independente da formação específica de cada profissional, muitos desses proces- sos de gestão são comuns às diversas áreas do conhecimento. É o caso da Gestão de Pessoas, que se tornou importante não somente para os profissionais de Recur- sos Humanos (RH), mas para todos aqueles que ocupam algum cargo de liderança, em que, necessariamente, precisam desenvol- ver habilidades para lidar, liderar, conviver e gerenciar as pessoas. No que diz respeito à área de Recursos Humanos, a autora trata de sua evolução ao longo dos anos, passando de um modelo de gestão de departamento de pessoal, burocrático, preocupado em gerir a folha de pagamento e contratações, para um modelo de gestão estratégica de pessoas, em que as pessoas são vistas como ativos pertencentes à organização e fundamen- tais para o sucesso desta. Para a autora, se antes essa área se envolvia apenas com os processos administrativos, formais, hoje ela tem um papel muito importante nas orga- nizações, um papel estratégico. Assim, no artigo, procurou-se descrever brevemente cada processo de RH em um modelo de gestão estratégica de pessoas. Assunto que é apresentado pela autora como bastante abrangente, não se esgo- tando as discussões no artigo tratado, mas que permitiu levantar algumas questões para reflexão e instigar a elaboração de novos trabalhos sobre o tema. Aqui foram apresentadas as ideias centrais do artigo. O texto na íntegra está disponível no link: <http://www.rhportal.com.br/recursos-humanos/Os-Processos-De-Rh-Uma-Visao-Estrategi- ca.htm>. Acesso em: 02 mar. 2015. Fonte: baseada em Felicio (online). MATERIAL COMPLEMENTAR Gestão Estratégica de Pessoas Ana Alice Vilas Boas e Rui Otávio Bernardes de Andrade Editora: Campus Sinopse: o livro parte de uma análise histórica das relações de trabalho para construir a noção do diferencial trazido pelas pessoas dentro do ambiente competitivo atual. Os autores se dedicam a analisar as relações entre empresa e colaboradores a fi m de obter o melhor resultado mediante a satisfação dos colaboradores. O conteúdo é desenvolvido com ênfase em gestão por competências. O Diabo Veste Prada Anne Hathaway, Meryl Streep, Emily Blunt, Stanley Tucci, Simon Baker Duração: 106 minutos Ano: 2006 País: EUA Gênero: Comédia. Classifi cação: 10 anos Sinopse: adaptação do livro escrito por Lauren Weisberger, que conta a história de Andrea Sachs (Anne Hathaway). Ela é uma jovem que acabou de sair da faculdade e conseguiu emprego como assistente de uma poderosa editora chamada Miranda Priestly (Meryl Streep), da revista ”Runaway”. Mas mal sabe a garota que Priestly é um terror: seu poder vai além da capacidade de levantar ou, principalmente, destruir a carreira de muita gente em Nova York. Comentário: o fi lme conta de maneira divertida a história de uma profi ssional que acaba em uma função inesperada para conseguir alavancar a sua carreira. A forma de sua “gestora” avaliar as suas competências e o estilo focado em atingir as estratégias organizacionais retratam o cotidiano de muitas organizações. Compreender a Evolução da Gestão de Pessoas é requisito para profi ssionais da área. Para saber um pouco mais sobre o assunto e sobre as fases que compõem a trajetória da área, acesse: <http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?idc_cad=zjimik98x>. Acesso em: 26 jun. 2015. U N ID A D E II Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL Objetivos de Aprendizagem ■ Descrever os principais aspectos que envolvem o conceito de competência. ■ Conhecer as características que determinam a dimensão estratégica da competência e a sua aplicação nas organizações. ■ Abordar as competências organizacionais como fatores competitivos das organizações. ■ Abordar as formas de mapeamento das competências organizacionais e os tipos de competências organizacionais mapeadas. ■ Identificar a importância do conceito de competência como elemento da cultura organizacional e do planejamento estratégico. Plano de Estudo A seguir, apresentam-seos tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O conceito de competência ■ Dimensão estratégica da competência: Core Competences ■ Mapeamento das Competências Organizacionais INTRODUÇÃO Nesta segunda unidade, vamos tratar a respeito dos desdobramentos do conceito de competência nos ambientes das organizações. Começaremos as discussões abordando o conceito de competência em si, definindo os principais elementos que se vinculam a tal conceito a partir da perspectiva de pesquisadores e estu- diosos do tema. Assim sendo, a competência será contemplada enquanto estratégia de ges- tão e como uma forma de inteligência das organizações diante dos ambientes em mutação no qual estão inseridas. Essa abordagem se mostra necessária para que seja percebida a necessidade de alinhamento de ferramentas de Gestão de Pessoas, como a competência, por exemplo, com as estratégias organizacionais. Esse reconhecimento reflete, inclusive, na visão da alta cúpula da organização. Em busca de uma estrutura para a construção de um modelo de competências para as organizações, vamos tratar do conceito a partir de perspectivas distin- tas, cada qual com suas especificidades. Sendo assim, será abordada a primeira perspectiva que compreende a dimensão estratégica do conceito de competência. Na dimensão estratégica da competência, falaremos sobre a concepção de competências organizacionais que sirvam de sustentação para o negócio e tam- bém como “leme” para a definição das diretrizes de trabalho. As competências organizacionais serão percebidas como fatores que delineiam a escolha e/ou defi- nição das estratégias competitivas da empresa. Assim, o último tópico da unidade abordará o mapeamento das competên- cias organizacionais. Para isso, serão mencionadas as ferramentas que podem ser utilizadas para identificar, analisar e definir as competências de uma organização, como também a classificação das competências mapeadas e as suas características. Espero que os conteúdos aqui apresentados contribuam para o seu processo de construção de conhecimento. Boa leitura! Boas reflexões! 43 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II O CONCEITO DE COMPETÊNCIA O conceito de competência vem sendo explorado em discussões realizadas por estudiosos da área de Gestão de Pessoas, como também por profissionais que utilizam dessa “ferramenta” em ambientes corporativos. Embora não sejam dis- cussões recentes, o seu processo de compreensão e desenvolvimento se mostra muito contemporâneo. E esse é um dos motivos que leva o conceito a ser con- siderado como “em construção”. Isso porque a competência volta-se às pessoas e aos ambientes organiza- cionais, que, em períodos tão contingenciais, perpassam por transformações contínuas. Assim, caro(a) acadêmico(a), iniciaremos as nossas discussões a par- tir da percepção de estudiosos da área a respeito do conceito de competência. Luft (2000), no dicionário de língua portuguesa, enfatiza em sua definição de competência aspectos voltados à: autoridade, aptidão, habilidade e saber. Esses aspectos são percebidos, principalmente, quando a palavra competência é uti- lizada no senso comum, buscando classificar uma pessoa como qualificada ou não para fazer algo. Embora essa seja uma definição válida, compreenderemos a dimensão que o conceito de competência toma, principalmente, quando se volta às pessoas e às organizações. Não podemos, assim, reduzir o conceito de competência à qua- lificação (ou não) para a execução de uma atividade, pois há outros elementos David McClelland foi um importante teórico da psicologia que, por seu tra- balho voltado à motivação, teve grande significância para os estudos de ad- ministração, principalmente na área de Recursos Humanos. Para saber um pouco mais sobre esse teórico, acesse o link disponível em: <http://www. historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/201-david-mcclellan>. Acesso em: 26 jun. 2015. Fonte: o autor. 45 O Conceito de Competência Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . que devem ser considerados ao explorar o seu significado. Segundo Fischer et al. (2012), a proposta de forma estruturada do conceito de competência ocorreu, pela primeira vez, em 1973, quando David McClelland buscava uma abordagem mais efetiva para os processos seletivos das organiza- ções, que tinham o procedimento de escolha do novo empregado sustentado pelos testes de inteligência. Assim, a competência foi percebida por David McClelland como uma carac- terística subjacente a uma pessoa e que poderia, casualmente, estar relacionada a um desempenho superior ao realizar uma tarefa ou enfrentar uma situação (FLEURY; FLEURY, 2001). Ou seja, haveria outras dimensões de avaliação das pessoas, além dos testes de inteligência, que demonstravam também as suas capacidades. Reforçam Fleury e Fleury (2001) que, durante a década de 1980, o conceito de competência começa a ser pensado como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja, um conjunto de capacidades humanas. Essas capa- cidades acabariam por definir e justificar o alto desempenho dos indivíduos, fundamentados, assim, em sua inteligência e personalidade. É como se a competência passasse a ser vista como o estoque de recursos que uma pessoa detém. Ainda para Fleury e Fleury (2001), nos anos 1990, o con- ceito de competência emerge na literatura francesa levando o debate para além DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II da questão da qualificação e tornando o conceito passível de discussões ligadas também ao desempenho e ao ambiente das organizações. O autor Zarifian (2001) apresenta três mutações essenciais do mundo do trabalho que acabam por justificar essa expansão do modelo de competência para a gestão das organizações, de forma que fica ainda mais clara a sua expan- são para além da qualificação, as quais são: a noção de incidente, a comunicação e o serviço. Segundo Zarifian (2001), a noção de incidente está ligada ao fato de que o ambiente não é estático, mas, sim, dinâmico, levando a imprevistos e situações não programadas. Ou seja, a competência não pode se restringir à tarefa e as pessoas precisam estar aptas a mobilizar recursos diante das novas situações de trabalho. A comunicação está voltada à necessidade de interação entre pessoas e organizações. E o serviço, para esse autor, precisa ser considerado em vista da necessidade de atender clientes externos e internos, e deve estar presente em todas as atividades. Assim, a competência pode ser compreendida como uma forma de inte- ligência prática das pessoas para enfrentar as situações vivenciadas por elas. E essa inteligência se apoia em conhecimentos adquiridos, mas que são fortemente transformados conforme aumenta a complexidade das situações vivenciadas por esses indiví- duos (ZARIFIAN, 2001). Nessa mesma linha de pen- samento, de que a competência pode ser percebida e avaliada a partir da situação, Le Boterf (2003) relaciona a competência com a capacidade do indiví- duo de agir com pertinência, ou seja, saber o que fazer em situações distintas. A noção de comporta- mento “automático”, nesse caso, No desenvolvimento de competências, é necessário considerar o ambiente no qual o indivíduoestá inserido. Assim, a cultura organizacional, hierarquia, ritos, linguagens e território são vistos como elementos simbólicos que in- terligam os indivíduos de uma organização (BITTERCOURT; VIEIRA; TENÓRIO, 2009). Como você percebe a influência da cultura no desenvolvimento de compe- tências? 47 O Conceito de Competência Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . é deixada de lado e o saber agir mostra-se vinculado com a capacidade de o indi- víduo ser capaz de interpretar e compreender, antes de sua ação. “A competência é uma ação ou um conjunto de ações finalizado sobre uma utilidade, sobre uma finalidade que tem um sentido para o profissional” (LE BOTERF, 2003, p. 47). Dessa maneira, para Le Boterf (2003), a competência não pode ser definida apenas pelo conhecimento ou pela habilidade de um indivíduo, mas, sim, pela sua capacidade de saber mobilizar em um contexto e utilizar adequadamente o conhecimento e a habilidade nos diferentes ambientes e/ou situações. Complementando as argumentações supracitadas, Dutra (2001) afirma que o conceito de competência pode ser atribuído a diferentes elementos. Do ponto de vista das organizações, estas possuem um conjunto próprio de competências que se originam e desenvolvem a partir da fundação da empresa, constituindo, assim, o seu patrimônio de conhecimentos. Dutra (2001) ainda ressalta que esse patrimônio, que é formado pelas com- petências da empresa, acaba estabelecendo vantagens competitivas no contexto (mercado) em que estiver inserido. Ou seja, são as competências de cada orga- nização que geram competitividade perante o mercado, principalmente por fortalecerem a empresa diante da concorrência. Tendo como ponto de vista as pessoas, Dutra (2001) diz que a competência corresponde a um conjunto de elementos comportamentais e técnicos que preci- sam ser devidamente aproveitados pela empresa, no caso de seus colaboradores. DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Assim as competências das pessoas são as suas capacidades individuais que, com- postas pelos seus conhecimentos, habilidades e experiências, contribuem para a organização e enriquecem as competências organizacionais. Para compreendermos melhor esse enlace entre pessoas e organizações, vejamos a citação a seguir de Dutra (2001, p. 27): “[...] são as pessoas que, ao colocarem em prática o patrimônio de conhecimentos da organização, concre- tizam as competências organizacionais e fazem sua adequação ao contexto”. A partir dessa concepção do autor, compreendemos que organização e pessoas, quando bem integradas, propiciam um processo contínuo de troca de compe- tências, o que promove enriquecimento para ambas as partes. Nessa mesma linha de pensamento, os autores Ruas (2001) e Rabáglio (2001), no que diz respeito à composição da competência, consideram que esta possui três recursos: conhecimento (saber), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber ser). Esses três recursos levam ao conceito de CHA, um termo bastante enfati- zado quando se fala na implementação desse modelo de gestão nas organizações, que é caracterizado no Quadro 1. CONHECIMENTOS HABILIDADES ATITUDES C H A Saber Saber fazer Querer fazer Conhecimentos técnicos, escolaridade, cursos, especializações etc. Experiência nos co- nhecimentos técnicos, colocar em prática o saber. Ter atitudes compatíveis para se chegar à eficácia em relação aos conhecimentos e habilidades ad- quiridos ou a serem adquiridos. Quadro 1: Apresentando o CHA Fonte: adaptado de Rabáglio (2001, p. 6). No Quadro 1, foram caracterizados os três elementos que se referem ao CHA, de forma que seja possível compreender como o CHA se mostra impor- tante ao se estudar o conceito de competência e, principalmente, ao utilizar-se das ferramentas que emanam de tal conceito nos ambientes das organizações. A partir desse ponto de vista multifacetado do conceito de competência, cabe a afirmação do autor Le Boterf (2003) ao dizer que a competência não deve ser compreendida como um estado de conhecimento que se tem ou como um ele- mento resultante de treinamento. 49 Dimensão Estratégica da Competência: Core Competences Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Assim, reforça Le Boterf (2003) que a competência deve ser entendida como a mobilização de conhecimentos e experiências, que se volta a atender demandas e exigências específicas de um contexto, fortemente embebido em: relações de tra- balho, cultura da empresa, limitação de tempo, de recurso e imprevistos contínuos. Corroboram essa perspectiva os autores Fleury e Lacombe (2003) ao afirma- rem que as discussões sobre competência ganham então diferentes contornos, sendo em alguns momentos mola mestra do sistema de Gestão de Pessoas e, em outros, apenas um instrumento a mais na gestão. Dessa forma, discutiremos, a seguir, a dimensão estratégica da competência, que está ligada aos conceitos de competências organizacionais – core competen- ces. A segunda dimensão da competência, que trata da Gestão de Pessoas, será discutida na próxima unidade, justamente por abordar as competências indivi- duais e o sistema de Gestão de Pessoas da organização. DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA: CORE COMPETENCES Como vimos, caro(a) acadêmico(a), o conceito de competência pode ser apresen- tado e analisado a partir de diferentes perspectivas. A primeira que discutiremos será denominada dimensão estratégica da competência e volta-se às competên- cias organizacionais. Segundo Dias et al. (2012), as perspectivas da expressão competência estão associadas a eixos conceituais específicos. O eixo no qual se desenvolve a dimensão estra- tégica tem sido considerado uma importante alternativa para o desenvolvimento de DIMENSÃO ESTRATÉGICA DA COMPETÊNCIA E CONTEXTO ORGANIZACIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II competitividade organizacional e provém do conceito de Core Competence, dos autores Prahalad e Hamel (2000). Prahalad e Hamel (2000) definem Core Competence como as competências de sustentação do negócio, aquelas que se mostram essenciais. Objetivando a avaliação de sua capacidade de sustentação, as competências estabelecidas devem responder a três critérios: ser difíceis de imitar, oferecer benefícios aos consu- midores e prover acesso a diferentes mercados. Ratificando tal ideia, Fleury e Fleury (2000) se concentram na necessidade de combinação de várias competências que uma empresa tem, orientadas para desenvolver e levar produtos e serviços ao seu público-alvo. Ou seja, a competên- cia pode ser entendida como “[...] a capacidade de combinar, misturar e integrar recursos em produtos e serviços” (FLEURY; FLEURY, 2000, p. 23). Assim, as competências organizacionais emergem como fatores que delineiam a escolha das estratégias de competição da empresa, que têm como princípio o desenvolvimento de competências organizacionais extraordinárias que viabili- zem diferenciais competitivos sustentáveis (DIAS et al., 2012). Esse eixo conceitual é apresentado como um desdobramento da corrente Resource Base View (RBV) ou, em português, Visão Baseada em Recursos (VBR), proposta por Edith Penrose em 1959, que defende a ideia de que os recursos internos da organização constituem seus principais fatores de competição,. Nessa concepção, o conjunto de recursos da organização é empregado produtivamente
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