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CCJ0024-WL-B-AMMA-04-Sujeitos da Relação de Emprego - O Empregador

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DIREITO DO TRABALHO I 
DIREITO DO TRABALHO 
Aula 4 – Sujeitos da relação de 
emprego: empregado - conceito e 
definição legal; empregado em 
domicílio; empregados rurais; 
empregados domésticos. 
EMPREGADO – AULA 4 
DIREITO DO TRABALHO I 
Conteúdo Programático desta aula 
� Sujeitos da Relação de Emprego; 
� Empregado – Conceito e previsão legal; 
� Empregado em domicílio 
� Empregado Rural 
� Empregado Doméstico 
EMPREGADO – AULA 4 
DIREITO DO TRABALHO I 
Empregado – Conceito 
•Participam da Relação de emprego, que deriva da 
celebração de um contrato de trabalho, dois pactuantes, 
denominados de empregado e de empregador ou, neste 
último caso, a empresa. 
•O empregado, representa, assim, o contratante que 
assume a obrigação principal de fazer, mais 
precisamente de prestar serviços, qualificados pela 
pessoalidade, não eventualidade, por conta alheia e 
mediante remuneração. 
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Empregado – Previsão Legal 
A CLT conceitua empregado em seu artigo 3; 
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar 
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a 
dependência deste e mediante salário”. 
Observando-seosrequisitosestabelecidospelo 
mencionado preceito legal, é possível diferenciar o 
empregado dos demais trabalhadores. Pelo contrato de 
trabalho, o empregado transfere a propriedade do 
resultado do seu trabalho para o empregador, pessoa que 
dirige a sua atividade e o assalaria, evidenciando o 
trabalho por conta alheia (alteridade). 
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Dica!!!! 
Subordinação # Autonomia 
Habitualidade # Eventual 
Onerosidade # Voluntário/Gratuito 
Pessoalidade = Com relação a figura do empregado 
Pessoa física # pessoa jurídica 
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Denominações Utilizadas para o Empregado! 
•Trabalhador 
•Obreiro 
•Operário 
•Colaborador 
•Proletário 
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 A exclusividade é um elemento 
indispensável para o reconhecimento da 
 condição de empregado? 
•Não! 
O trabalhador subordinado pode ter mais de 
doisempregos,desdequehaja 
compatibilidade de horários. 
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PESSOALIDADE 
O empregado deve ser pessoa física e a prestação dos serviços deve ser 
personalíssima, uma vez que o empregado não pode ser substituído por outro 
no exercício de suas atividades. É o fator pelo qual o empregador escolhe 
seus empregados. 
Neste sentido a Jurisprudência de Nossos Tribunais Trabalhistas, verbis: 
“Processo: RO 101085420105040761 RS 0010108-54.2010.5.04.0761 
Relator(a): JOSÉ FELIPE LEDUR 
Julgamento: 19/10/2011 
Órgão Julgador: Vara do Trabalho de Triunfo 
Ementa VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. Hipótese em que os 
reclamantes são sócios de empresa que prestava serviços à reclamada, 
mediante utilização de mão-de-obra de empregados. Ausência de 
pessoalidade e subordinação na prestação do trabalho que implica 
inexistência de vínculo de emprego com a reclamada. Recurso ao qual se 
nega provimento. (...) 
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JURISPRUDÊNCIA! 
Neste sentido: 
“Processo: RO 810000520095040411 RS 0081000-05.2009.5.04.0411 
Relator(a): JOÃO GHISLENI FILHO 
Julgamento: 05/10/2011 
Órgão Julgador: Vara do Trabalho de Viamão 
Ementa 
VÍNCULO DE EMPREGO. POLICIAL MILITAR. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
DE SEGURANÇA. 
Confissão do autor em depoimento pessoal denunciando a ausência de 
pessoalidade e subordinação na prestação dos serviços. Vínculo de emprego 
inexistente. (...) 
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Onerosidade! 
O empregado labora mediante o pagamento de uma 
retribuição denominada de salário, em decorrência do 
caráter bilateral e oneroso do próprio contrato de trabalho. 
Por conta disso, inexiste a figura do empregado que presta 
serviços por mera benevolência ou por qualquer 
sentimento altruístico. 
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Não Eventualidade! 
A prestação dos serviços deve ser contínua e não 
eventual. A CLT não traz as expressões cotidiano ou 
diário, mas fala em trabalho contínuo e habitual. Logo, o 
trabalho não precisa ser diário, mas freqüente e de trato 
sucessivo. 
Pergunta-se: Se uma pessoa presta serviços como 
plantonista em um hospital uma vez por semana sempre 
na quarta-feira é considerado empregado? 
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Subordinação! 
.Significa a direção e a supervisão do trabalho. 
Caracteriza-se pela dependência do empregado ao 
empregador. Decorre do poder de comando deste, uma 
vez que o empregado está subordinado às suas ordens. 
A subordinação verifica-se quando há cumprimento de 
ordens gerais ou específicas, diretas ou indiretas. 
Também pela aplicação de punições ao trabalhador pelas 
faltas cometidas, quais sejam, advertência verbal, 
advertência escrita, suspensão e despedida por justa 
causa. 
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Natureza Jurídica 
Discute-se se a natureza jurídica dessa subordinação é 
técnica, econômica ou jurídica. Excluem-se, de plano, as 
duas primeiras teorias, tendo em vista que há 
possibilidade, em tese, de o empregado possuir melhor 
qualificação técnica ou de ser detentor de maior 
capacidade econômica em relação ao empregador. Daí 
resulta que a subordinação só pode ser explicada pelo seu 
caráter jurídico, pois tem origem em um contrato de 
trabalho, onde o empregado despoja-se de sua liberdade 
de execução dos serviços, transferindo para o empregador 
a propriedade do seu resultado. 
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Sistema de Indícios: 
.Constitui uma série de características que não servem 
 para afastar a existência da relação de emprego, mas, 
 se presentes e em conjunto, podem revelar a sua 
 presença, desde que avaliados em cada caso concreto. 
 Essas características são: 
a) alteridade; 
b) exclusividade; 
c) dependência tecnológica; 
d) continuidade. 
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Empregados de Formação Intelectual: Tratamento 
 Justrabalhista 
.A Constituição da República proíbe distinção entre 
trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os 
profissionais respectivos (art. 7, XXXII, CRFB/88). 
Todavia há diversos trabalhos intelectuais que possuem 
legislação própria, tais como: médicos e cirurgiões- 
dentistas (Leis n. 3999/61, 6932/81 e 7217/84); 
professores (arts. 317 a 324, CLT), advogado (Lei 
8906/94), dentre outros. 
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Altos Empregados: Conceito 
.Altos empregados são todos aqueles trabalhadores que, 
por algum motivo, desfrutam de um maior nível de 
confiança por parte do empregador. 
Alice Monteiro de Barros conceitua altos empregados 
como sendo aqueles: 
“Ocupantes de cargo de confiança, investidos de madado 
que lhes confere poderes de administração para agir em 
nome do empregador. Situam-se entre eles os diretores 
gerais, administradores, superintendentes, gerentes com 
amplos poderes e, em síntese, todos os que exercem 
função diretiva e ocupam um posto de destaque.” 
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A temática dos chamados altos empregados envolve, na 
 verdade, situações diferenciadas: 
•Em primeiro lugar, a situação jurídica dos empregados 
ocupantes de cargos ou funções de gestão ou confiança, 
objeto de tratamento pelo artigo 62, da CLT. Essa situação 
abrange todo o mercado de trabalho e respectivas 
categorias profissionais, excetuado apenas o segmento 
bancário. 
•Em segundo lugar, surge exatamente a situação jurídica 
especial dos empregados ocupantes de cargos ou funções 
de confiança do segmento bancário, objetodo 
tratamento pelo art. 224, CLT. 
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A temática dos chamados altos empregados envolve, na 
 verdade, quatro situações diferenciadas: 
•Em terceiro lugar, no polo mais elevado da estrutura de 
poder nas empresas, desponta ainda a temática da 
qualificação jurídica da figura do diretor. Esta hipótese 
analítica abrange quer o diretor recrutado externamente, 
quer o empregado alçado à posição de diretor na mesma 
entidade em que tinha status jurídico precedente de 
simples empregado. 
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Cargos ou Funções de Confiança ou Gestão: regra geral 
•“Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste 
capítulo: 
(....) 
II – os gerentes, assim considerados os exercentes de 
cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do 
disposto neste artigo, os diretores e chefes de 
departamento ou filial. 
Parágrafo único. O regime previsto neste capítulo será 
aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste 
artigo, quando o salário do cargo de confiança, 
compreendendo a gratificação de função, se houver, for 
inferior ao valor do respectivo salário efetivo, acrescido de 
40% (quarenta por cento).” 
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Efeitos do Cargo de Confiança 
Se o empregador determinar que empregado que possui 
cargo de confiança retorne a função anterior estará 
violando o artigo 468, da CLT? 
Não!!! A Lei em seu parágrafo único do artigo 468, CLT 
não considera rebaixamento ou irregularidade o retorno do 
empregado ao antigo posto ocupado, destituído do cargo 
de confiança. 
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Princípio da Estabilidade Financeira! 
É lícito ao empregador suprimir a gratificação pelo cargo 
de confiança na hipótese de determinar que empregado 
retorne a função anterior ocupada? 
Súmula nº 372 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25.04.2005 - Conversão 
das Orientações Jurisprudenciais nºs 45 e 303 da SDI-1- Gratificação de 
Função - Supressão ou Redução – Limites 
I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo 
empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo 
efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da 
estabilidade financeira. (ex-OJ nº 45 - Inserida em 25.11.1996) 
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não 
pode o empregador reduzir o valor da gratificação. (ex-OJ nº 303 - DJ 
11.08.2003) 
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Outras peculiaridades! 
Não incidem horas extras a favor do empregado 
enquadrado em tal circunstância funcional (art. 62, II, 
CLT). É que a lei considera que a natureza e prerrogativas 
do cargo de confiança o tornam incompatível com a 
sistemática de controle de jornada de trabalho aplicável ao 
conjunto de empregados de uma organização empresarial. 
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Outras peculiaridades! 
O empregado que possui cargo de confiança pode ser 
transferido de localidade de serviço, independentemente de sua 
anuência (artigo 469, parágrafo 1, CLT). A jurisprudência, 
porém, vem atenuando o rigor do texto original celetista. Assim, 
considera abusiva a transferência, mesmo de tais empregados, 
se não se fundar em real necessidade do serviço (S. 43, TST). 
TST Enunciado nº 43 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973 - Mantida - 
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
Transferência - Necessidade do Serviço- Presume-se 
abusiva a transferência de que trata o § 1º do Art. 469 da CLT, 
sem comprovação da necessidade do serviço. 
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Cargos ou Funções de Confiança: especificidade 
 bancária! 
A categoria bancária tem norma especial no tocante à 
caracterização do tipo legal do cargo de confiança nesse 
segmento do mercado de trabalho. De fato, reporta-se o art. 
224, parágrafo 2, CLT aos bancários que 
“exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e 
equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de 
confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 
um terço do salário do cargo efetivo” 
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Cargos ou Funções de Confiança: especificidade 
 bancária! 
Em regra geral estariam enquadrados os gerentes 
bancários, tesoureiros de agência, os reais chefes de setor 
ou serviço. Claro que deverá ser observado o exercício de 
poderes de direção ou chefia. 
Se estiverem presentes os dois requisitos, quais sejam, 
atribuição de poderes de direção ou chefia e percebimento 
de gratificação de 1/3 sobre o salário do cargo efetivo o 
empregado terá peculiaridades distintas. 
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Peculiaridades! 
Não observância das jornada especial de seis horas (própria ao 
comum dos bancários), prevalecendo como jornada normal 
desse empregado o parâmetro genérico de oito horas diárias 
(S. 102, IV, TST). 
NoentendimentodeMaurícioGodinho 
Delgado...“Evidentemente que se o gerente geral da agência ou 
o superintendente regional ou o detentor de cargo ainda mais 
elevado enquadrarem-se nos requisitos do art. 62 da CLT 
(suplantando o enquadramento menor, típico do art. 224), 
submeter-se-ão aos efeitos mais largos daquele dispositivo 
geral da CLT.....” 
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Súmula do TST 
TST Enunciado nº 287 - Res. 20/1988, DJ 18.03.1988 - 
Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 
Gerente Bancário - Horas Suplementares - Jornada de 
Trabalho 
A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de 
agência é regida pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao 
gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício 
de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62 da CLT. 
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Diretores Empregados 
Não há impedimento legal para que o empregado seja 
eleito diretor de sociedade anônima, conforme se 
depreende da leitura da Lei 6505/76. Se isso ocorrer, o 
contrato de trabalho ficará suspenso, cessando a 
prestação de serviços subordinados, bem como a 
obrigação do empregador de pagar salário. 
Umaúnicapessoanãopodedesempenhar, 
simultaneamente, as funções inerentes ao cargo de 
diretor, que é um órgão representativo da sociedade 
anônima, com as funções exercidas pelo empregado. 
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Diretores Empregados 
No período em que o empregado exerce o cargo de diretor de 
S/A, não se conta o tempo de serviço tampouco há pagamento 
de salário, representando uma hipótese de suspensão do 
contrato de trabalho. Entretanto, a Lei 8036/90, art. 16, faculta 
às empresas equipararem seus diretores não empregados aos 
demais trabalhadores para efeito de recolhimento do FGTS. 
TST Enunciado nº 269 - Res. 2/1988, DJ 01.03.1988 - Mantida 
- Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
Empregado Eleito para Ocupar Cargo de Diretor - Contrato 
de Trabalho - Relação de Emprego - Tempo de Serviço 
O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o 
respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o 
tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a 
subordinação jurídica inerente à relação de emprego. 
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APRENDIZ 
O artigo 7, inciso XXXIII, CRFB, fixa em 16 anos a idade 
mínima para o trabalhador celebrar um contrato de trabalho 
válido, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente _ ECA possui 
determinação semelhante, em seu art. 60. É proibido qualquer 
trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na 
condição de aprendiz.” Assim, esse dispositivo deve ser 
interpretado em conjunto com a alteração constitucional acim 
mencionada que elevou a idade mínima para 16 anos. 
EMPREGADO– AULA 4 
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Conceito 
O aprendiz é um empregado especial, uma vez que, além de 
receber-retribuição pelo trabalho executado, deve-lhe ser 
proporcionada formação técnico-profissional metódica, desde 
que esteja inscrito nos programas de aprendizagem, como 
jornada máxima diária de seis horas, sendo garantido o salário- 
mínimo hora. 
A referida formação técnico-profissional metódica compreende 
as atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas 
em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no 
ambiente de trabalho. 
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Legislação aplicável ao aprendiz – ECA e artigos 428 até 
 433, CLT 
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Empregado Doméstico 
A relação do emprego doméstico recebe um tratamento legal 
diferenciado por parte da maioria dos ordenamentos jurídicos. 
Justifica-se esse tratamento, pois o trabalhador doméstico 
executa as suas atividades no âmbito residencial do 
empregador. 
A diferença básica que existe entre o empregado 
doméstico e o empregado de uma forma geral diz respeito 
à finalidade não lucrativa daquele que dirige a prestação 
dos serviços, que deve ser uma pessoa física ou família. 
Também não existe o elemento não eventualidade, que na 
relação de emprego doméstico é substituído por 
continuidade. 
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Súmula Jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho 
 do Rio de Janeiro 
Resolução Administrativa n° 16/2011: aprova a edição da 
Súmula nº 19, com a seguinte redação: “TRABALHADOR 
DOMÉSTICO. DIARISTA. PRESTAÇÃO LABORAL 
DESCONTÍNUA.INEXISTÊNCIADEVÍNCULO 
EMPREGATÍCIO. A prestação laboral doméstica realizada 
até três vezes por semana não enseja configuração do 
vínculo empregatício, por ausente o requisito da 
continuidade previsto no art. 1º da Lei 5.859/72"; 
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JURISPRUDÊNCIA!!! 
RECURSO DE REVISTA. Ementa 
1. VÍNCULO DE EMPREGO. DIARISTA. 
“O empregado doméstico é a pessoa física que presta, com 
pessoalidade, onerosidade e subordinação, serviços de natureza 
contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito 
residencial. 
O labor exercido pela diarista em dois ou três dias alternados na 
semana tem caráter descontínuo da prestação de trabalho, não se 
adequando ao pressuposto específico da Lei nº 5.859/72, que rege os 
empregados domésticos.” 
Recurso de Revista não conhecido. 
Processo: RR - 44600-13.2009.5.04.0016 Data de Julgamento: 
31/08/2011, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, 2ª 
Turma, Data de Publicação: DEJT 09/09/2011. 
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Legislação: 
O artigo 7, CLT dispõe: “ Os preceitos da presente 
 Consolidação, salvo quando for, em cada caso, 
 expressamente determinado em contrário, não se aplicam: 
a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um 
 modo geral, os que prestam serviços de natureza não- 
 econômica à pessoa ou à família no âmbito residencial 
 destas.” 
Portanto, a relação de emprego doméstico, deve ser 
 regida pela Lei 5859/72, devidamente regulamentada 
 pelo Decreto 71885/73. 
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Pontos Controvertidos: 
Férias – Com a edição da Lei n.º 11.324, de 19 de julho de 2006, que alterou 
artigos da Lei n.º 5.859, de 11 de dezembro de 1972, os trabalhadores 
domésticos firmaram direito a férias de 30 dias, obtiveram a estabilidade para 
gestantes, direito aos feriados civis e religiosos, além da proibição de 
descontos de moradia, alimentação e produtos de higiene pessoal utilizados 
no local de trabalho. 
FÉRIAS EM DOBRO. EMPREGADO DOMÉSTICO. Segundo a atual 
jurisprudência desta Corte, o empregado doméstico faz jus às férias anuais de 
trinta dias, mais o abono, e também ao pagamento em dobro quando não 
concedidas no prazo, à semelhança dos demais trabalhadores, por 
decorrência lógica dos princípios da igualdade e da proteção à dignidade da 
pessoa humana, erigidos como pilares do ideário da República Federativa do 
Brasil, pela Constituição Federal de 1988, que estendeu ao empregado 
doméstico, por força do artigo 7º, parágrafo único, o gozo de férias anuais 
remuneradas, acrescidas de 1/3, previsto em seu inciso XVII. Precedentes do 
TST. Recurso de revista conhecido e provido. Processo: RR - 154300- 
86.2002.5.02.0027 Data de Julgamento: 29/09/2010, Relator Ministro: 
Guilherme Augusto Caputo Bastos, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
08/10/2010. 
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Pontos Controvertidos: 
Justa Causa – O entendimento majoritário é pela aplicabilidade do artigo 482, 
da CLT que estabelece as hipóteses de demissão por justa causa do 
empregado, exceto as alíneas “c” e “g”. 
“EMPREGADA GESTANTE – FALTAS INJUSTIFICADAS – DESÍDIA – 
DISPENSA POR JUSTA CAUSA – É certo que existem gestações que exigem 
maiores cuidados, a ensejar o afastamento do trabalho, mas isso deve ao 
menos ser atestado em laudo médico. A presunção é a de que as gestações 
não implicam qualquer modificação no ritmo de trabalho ou demais atividades 
cotidianas. Assim, se a trabalhadora gestante falta seguidamente sem 
justificativa, caracteriza-se a desídia, falta grave que afasta a estabilidade 
provisória, por incompatibilidade com os casos de dispensa por justa causa. 
(TRT 17ª R. – RO 28800-24.2009.5.17.0002 – Rel. Des. Gerson Fernando da 
SylveiraNovais–DJE15.07.2010–p.14).” 
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Direitos previstos na Constituição Federal de 1988: 
A Constituição Federal de 1988 atribui aos empregados domésticos 
 os direitos previstos em seu artigo 7, incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, 
 XVIII, XIX, XXI, XXIV, bem como a sua integração à previdência 
 social. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social: 
....... 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de 
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com 
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou 
acordo coletivo; 
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VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no 
valor da aposentadoria; 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço 
a mais do que o salário normal; 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com 
a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo 
de trinta dias, nos termos da lei; 
XXIV - aposentadoria; 
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores 
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, 
XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência 
social. 
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FGTS e VALE TRANSPORTE: 
O artigo 3-A, da Lei 5859/72, faculta ao empregador 
doméstico inscrever o empregado no sistema do FGTS e, 
consequentemente, do seguro desemprego também. Uma 
vez aderido ao sistema, não há como o empregador 
retratar-se. 
O Decreto 95247/1987 regulamentou as Leis 7418/85 e 
7619/87 estendendo o Vale-Transporte à categoria 
doméstica (artigo 1, II, Decreto 95247/1987) 
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PROIBIÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO PARA 
 MENORES DE 18 ANOS! 
O Decreto n.6481/2008, que regulamentou os artigos 3, 
“d” e 4 da Convenção n. 182 da OIT, incluiu as atividades 
domésticas no rol das piores formas de trabalho infantil, 
vedando o trabalho no menor em tais condições, salvo se 
forem observadas as prescrições contidas no seu artigo 2, 
parágrafo 1. 
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Decreto 6481/2008: 
Art. 2o Fica proibido o trabalho do menor de dezoito anos nas atividades 
descritas na Lista TIP, salvo nas hipóteses previstas neste decreto. 
§ 1o A proibição prevista no caput poderá ser elidida: 
I - na hipótese de ser o emprego ou trabalho, a partir da idade de dezesseis 
anos, autorizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, após consulta às 
organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas, desde que 
fiquem plenamente garantidas a saúde, a segurança e a moral dos 
adolescentes; e 
II - na hipótese de aceitação de parecer técnico circunstanciado, assinado por 
profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que 
ateste a não exposição a riscos que possam comprometer a saúde, a 
segurança e a moral dos adolescentes, depositado na unidade 
descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego da circunscrição onde 
ocorrerem as referidas atividades. 
........................................................................................ 
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DESCONTOS NA REMUNERAÇÃO: 
A Lei 11.324/2006, pôs fim a uma prática bastante prejudicial ao 
empregado doméstico, que consistia em descontar de sua 
remuneração determinados percentuais relativos à moradia, 
alimentação, vestuários, ets.., conforme se observa da redação 
do artigo 2-A, Lei 5859/72. 
“Art. 2-A. É vedado ao empregador doméstico efetuar 
descontos no salário do empregado por fornecimento de 
alimentação, vestuário, higiene ou moradia.” 
Todavia, a Lei 11324/2006, obsta que os valores relativos a 
moradia,alimentação,vestuário....incorporem-seà 
remuneração do doméstico, seja a que título for. 
EMPREGADO – AULA 4 
DIREITO DO TRABALHO I 
DESCONTOS NA REMUNERAÇÃO- EXCEÇÃO: 
Entretanto, é possível desconto de moradia, quando esta 
for representada por uma unidade diversa daquela onde o 
empregado prestar serviço, conforme se observa da 
redação do parágrafo 1, artigo 2-A, Lei 5859/72. 
“Art. 2-A. parágrafo 1. Poderão ser descontadas com 
moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se 
referir a local diverso da residência em que ocorrer a 
prestação de serviço, e desde que essa possibilidade 
tenha sido expressamente acordada entre as partes.” 
EMPREGADO – AULA 4 
DIREITO DO TRABALHO I 
1ª) (OAB/FGV - 2010.2) Joana foi contratada para trabalhar de segunda a 
sábado na residência do Sr. Demétrius, de 70 anos, como sua 
acompanhante, recebendo salário mensal. Ao exato término do terceiro 
mês de prestação de serviços, o Sr. Demétrius descobre que a Sra. 
Joana está grávida, rescindindo a prestação de serviços. Joana, 
inconformada, ajuíza ação trabalhista para que lhe seja reconhecida a 
condição de empregada doméstica e garantido o seu emprego mediante 
reconhecimento da estabilidade provisória pela gestação. 
Levando-se em consideração a situação de Joana, assinale a alternativa 
correta. 
(A) A função de acompanhante é incompatível com o reconhecimento de 
vínculo de emprego doméstico. 
(B) Joana faz jus ao reconhecimento de vínculo de emprego como empregada 
doméstica. 
(C) Joana não fará jus à estabilidade gestacional, pois este não é um direito 
garantido à categoria dos empregados domésticos. 
(D) Joana não fará jus à estabilidade gestacional, pois o contrato de três 
meses é automaticamente considerado de experiência para o Direito do 
Trabalho e pode ser rescindido ao atingir o seu termo final. 
EMPREGADO – AULA 4 
 
DIREITO DO TRABALHO I 
2ª) (OAB/CESPE – 2008.1) Constitui direito aplicável à 
categoria dos empregados domésticos: 
a) o seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário. 
b) o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos. 
c) a remuneração do trabalho noturno superior à do 
diurno. 
d) o salário-família. 
EMPREGADO – AULA 4

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