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Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 1 REGIME JURÍDICO - Confere Prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e Restrições (Perece. da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os outros princípios. - Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e sujeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do direito administrativo”. Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-PRINCÍPIOS) Art. 37, caput, da CF/88: Princípios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. LEGALIDADE: A adm. Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito dos particulares, onde o que não está proibido está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, a atividade da administrativa é da Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (ou agente público de fato). - As publicidades da adm. não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão meramente informativas, educativas ou de orientação social. MORALIDADE: Maurice Hauriou, 1927: noção de adm. proba, a moralidade administrativa seria um conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da adm., conjunto de valores que fixam um padrão de condutas que deve ser observado pela Administração no sentido de que ela atue com retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé. - Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a Lei, essas atuações têm que ser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. Art.5°, inc.LXXIII da CF/88 Ação popular para controlar a moralidade administrativa dos agentes públicos. PUBLICIDADE: Transparência no exercício da atividade administrativa. - Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, intimidade). EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, antes já era princípio infraconstitucional. A atuação da Administração deve ser: Rápida: Dinamismo, Celeridade, descongestionar e desburocratizar. Perfeita: Completa, Satisfatória. Rentável: ótima, máxima com menor custo. Outros Princípios da Administração Pública: Princípio da Finalidade Pública: Finalidade Pública Geral: impõe atuação que atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, ao interesse público, nunca para atender interesses particulares. Finalidade Pública Específica: determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o princípio da finalidade pública (Desvio específico de finalidade). Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos: Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. Princípio da Auto-tutela (constitucional): A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade Súm. 346, STF :“A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.” A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade. Súm.473, STF : ”A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Em todos esses casos de Invalidação e Revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada. Lei 9784/99, art.53 Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 2 eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. Princípio da Motivação: Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Inc. IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica do judiciário devem ser fundamentadas. Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prático de um ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta deverá ser provada. Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF) Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como: a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens entre meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. PODERES ADMINISTRATIVOS: - Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. - São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. PODER VINCULADO: competência vinculada expedir atos vinculados. - Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por Lei. Confere à Administração uma competência para expedir Atos Vinculados ou Regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade administrativa, devendo expedi-los sem ponderações.- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 1. PODER DISCRICIONÁRIO: - A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de se valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do Objeto e na avaliação dos Motivos do ato praticado. - Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. Pode deliberar a respeito do Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos elementos para prática de um ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma decisão. Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. Finalidade Sempre vinculada. Forma Quando prescrita em Lei, será vinculada. Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. - Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. - Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos princípios constitucionais. PODER DE POLÍCIA - Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da coletividade. É um Poder de Polícia Administrativo. - É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 3 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos do administrados, apenas limita-los de modo que não ponham a coletividade em risco. Motivo: Razão de fato ou de direito que ensejam a atuação do Estado. Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indeterminados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. Delegação: O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular detivesse o Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrina entende que esse Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração indireta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais restrita. Obs. Apenas quanto aos atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. Sanções: Devem vim previstas expressamente em Lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder de Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. ATOS ADMINISTRATIVOS CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: - Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para executar a lei aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, no desempenho das suas atividades. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma atividade do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função política de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. - ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da Administração’). Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em providências jurídicas complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de legitimidade pelo Judiciário, no desempenho de atividades essencialmente administrativas da gestão dos interesses coletivos. Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos: Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não afastado. Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde à verdade de fato Fé Pública. Imperatividade: não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. Coercitividade dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resistência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, que apenas permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. Ex. demolição de obra. Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, com base na Lei de Ação Popular 4717/65, art.2°, a falta de um dos requisitos torna o ato inválido (anulável, podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos (conteúdo e causa). Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por Lei, conferida aos órgãos e agentes públicos para, em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos atos administrativos. Decorre sempre da Lei, é sempre Vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricionário, sem o qual o ato é inválido. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 4 Finalidade: Ato que foge da sua Finalidade específica prevista em Lei, mesmo que atenda a uma outra finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio de poder, e será Inválido. A Finalidade Específica de cada ato está sempre prevista em Lei, é sempre elemento vinculado, mesmo que ato seja discricionário. Ex. Ato de remoção, a finalidade específica é uma melhor prestação do serviço público. Obs Não pode existir ato administrativo Inominado. Forma: É o revestimento do Ato Administrativo. É, em regra, escrito e no idioma nacional, a forma está prescrita em Lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em Lei: quando a lei se omitir a respeito da forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais de trânsito). *Obs: diferencia-se de Formalidade não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade especialpara prática de determinados dos atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o ato irregular, já o vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve como formalidade para eficácia do regulamento). Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da Administração (Ex. Demissão o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O motivo será elemento Vinculado quando o Ato for Vinculado; Será Discricionário quando o Ato assim o for (ocorre quando a lei não elenca o motivo, deixando que a administração o pondere). *Obs: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional, é a exigência da Administração em revelar, manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela Administração para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. Os motivos determinam e condicionam a validade do ato. Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridicamente). É a própria essência do ato, a própria administração vai escolher qual o seu objeto. É elemento discricionário, quando o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria remoção). a) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia. CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, por razões de conveniência e oportunidade. 1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Não é possível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seus próprios atos administrativos. Obs.: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício de sua função típica, que é a função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo. 2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato torna-se inconveniente à Administração. 3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência e oportunidade dos atos anteriormente editados. 4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): - Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma licença. - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados). - Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. Obs: STF: Não há Direito Adquiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A Administração pode revogar seus próprios atos, respeitado o dir. adquirido. -Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito. 5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser conveniente e oportuno. 6. Efeitos da Revogação: Ex-Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, permanecendo os efeitos pretéritos. E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ou Viciado, por razões exclusivamente de Legalidade ou Legitimidade. 2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o Judiciário (controle externo judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar atos de todos os Poderes. 3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito. 4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 5 5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atos restritivos dos Direitos dos administrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos dos Direitos do administrado: A Invalidação terá efeito Ex-Nunc. 6. Prazo Decadencial: A Administração Pública tem 05 anos para declarar a Invalidação do Ato. Passados os 05 anos, a Administração não poderá mais invalida-la Convalidação Temporal. Obs. Ação Judicial p/ Anulação de Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos. 7. Espécies de Invalidação (Lei 9784/99, art.55): - Nulidade (atos nulos): • Não podem ser reeditados, não são convalidáveis; • Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo, não convalidável, não reeditável. • Podem ser Convertidos: Mudança de categoria de um ato, quando sai de uma categoria na qual o ato era nulo, para uma outra onde o ato seja válido, também tem efeito retroativo. Diferencia-se de convalidar (reeditar o mesmo ato sem o vício que o contamina, com efeitos retroativos). • Pode haver conversão de atos nulos com vício de conteúdo e objeto. (Nomeação de servidor para cargo sem concurso público, pode ser convertido em nomeação para cargo de confiança). - Anulabilidade (Atos Anuláveis): • Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. Obs. Doutrinadores defendem que, quando houver possibilidade de convalidação, a Administração está obrigada a Convalidar o ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a convalidação como faculdade da administração. • Quando houver vício na competência: desde que o ato seja ratificado pela autoridade competente, Confirmado, haverá a convalidação. • Quando houver vício na forma: reedita-se o ato com a forma prescrita em lei. • OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 11. Formas de Prestação da Atividade Administrativa: 15.1- DESCONCENTRAÇÃO: Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há Hierarquia, Subordinação. Descentralização: Por Outorga: O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. Delegação: Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. Pode ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: a) Lei (Legal): quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista). b) Contrato (contratual): quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissionárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO: - Núcleo especializado de competências que servem para prestação de atividade administrativa. Não pode celebrar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchida 02 condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na Administração direta e na indireta (Lei 9784/99). 15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: - Possuem Personalidade Jurídica Própria: tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é responsável pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta. - Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. No máximo poderá regular, complementar, disciplinar o que está previsto em lei. Formas de Controle: Interno: feito pela própria entidade da Administração Indireta. Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação Popular; Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e despesas fiscalizadas, finalidades predeterminadas). AUTARQUIAS Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 6 Conceito: Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do Estado, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São criadas e extintas por lei ordinária específica. Finalidade vinculada à finalidade para a qual a Lei a criou. Não são criadas para visar o Lucro. AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração desse. São escolhidos por eleição. Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente após prévia aprovação do Senado. AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie) 1. Finalidade: Regular, Fiscalizar, Disciplinar, Normatizar determinadas atividades. Não é atividade nova, antes era exercida diretamente pelo Estado. 2. Capacidade Legislativa: Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua atuação. 3. Regime Especial: Têm mais autonomia, Liberdade normativa, liberdade econômica e financeira. 4. Nomeação de Dirigentes: Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidura ou nomeação especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 5. Mandato com Prazo certo e determinado: A Lei de criação de cada Autarquia de regime especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). Obs. Já há Projeto de Lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos para todas. 6. Vedação (Quarentena): Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da Agência Reguladora. AGÊNCIA EXECUTIVA: a) São Autarquias ou Fundações Públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem um planejamento para reestruturação. b) Contrato de Gestão: Celebrado entra uma Autarquia ou Fundação Pública e o Poder Público. Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: Autarquia A Contrato de gestão Agencia Executiva A. c) O título de Agência Executiva é temporário, findo o contrato de gestão, o ente que se tornou agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de ag.executiva: INMETRO. d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art.24, par.único, Lei 8666/93: Dispensa de Licitação. Regra Geral: AValor de até 10% do Convite (até R$150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$80.000 para os outros serviços); Blicitação dispensada (R$15.000 ou R$8.000). e) Dispensa para as Agências Executivas: 20% do Valor do Convite, ou seja, quando o valor da licitação for até R$30.000 ou R$16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dispensa vale também para: Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas e Consórcios Públicos. Só vale para as Autarquias e fundações públicas, quando qualificadas como agência executiva. FUNDAÇÃO PÚBLICA São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. Obs.: Quando forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundação Pública. FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PÚBLICO: a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fazenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. Obs. Quando o concurso falar de Fundação Pública, será a de Direito Público. FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PRIVADO (fundações governamentais) a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas de dir.público. b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 7 d) Tem sua Criação autorizada por Lei Ordinária; Lei Complementar deve determinar a finalidade das fundações públicas de dir.privado. e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em Fundação Pública, todas elas são de Direito Público. EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas Sociedade de Economia Mista EMPRESAS PÚBLICAS: a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; sua criação autorizada por lei. b) Têm capital exclusivamente público: Pode ser capital de vários entes da federação. Entretanto, não poderá haver capital de uma Sociedade de Economia Mista investido na Empresa Pública, do contrário ela perderá esse status. c) Tem livre Constituição: Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; Criação autorizada por lei. b) Têm Capital Misto: O Capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem ser constituídas, obrigatoriamente, como Sociedades Anônimas. c) Não têm foro privativo: São julgadas na Justiça Estadual. d) FINALIDADES: A Prestar Serviço Público: Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do Dir.Público sobre o Dir.Privado. B Explorar Atividade Econômica: Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá prevalência do regime de Dir.Privado, com alguma influencia do Dir.Público. obs: Art.173, CF (Hipóteses em que o Estado pode Explorar Atividade Econômica): 1. Quando for necessário aos imperativos da Segurança Nacional. 2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE 16. Direito de Propriedade: Só é atingido pelo Estado em caráter excepcional, quando previsto na Constituição Federal de 1988 ou em Lei, só aí será possível a intervenção do Estado na propriedade. Mas, de Regra, não há intervenção. É o direito de gozar, dispor, usar, usufruir, reaver. Tem caráter: Absoluto, Perpétuo e Exclusivo. Obs.:Na intervenção ora será atingido seu caráter perpétuo, ora o absoluto, ora o caráter exclusivo. Na intervenção do Estado o proprietário não perderá a propriedade, salvo na desapropriação, onde há a transferência da propriedade. 17. Fundamentos para a Intervenção (motivos): Supremacia do Interesse Público. Prática de ilegalidade, art.243 da CF: Desapropriação Expropriatória, Confiscatória, em virtude de plantação de psicotrópicos proibidos na propriedade. É uma pena. 18. Poder de Polícia: Maioria da Doutrina: Poder de Polícia está sempre presente na limitação administrativa. Alguns doutrinadores entendem que só na Desapropriação não está presente o Poder de Polícia. 19. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA: Atuação geral e abstrata do Poder Público. O proprietário é indeterminado. Regra Geral: Não há indenização. Finalidade: Busca do bem-estar social, que será buscado através do Poder de Polícia, quando a propriedadedo particular será restringida p/ satisfazer o interesse coletivo. Atinge o caráter absoluto da propriedade, já que restringe a liberdade do proprietário. Efeitos: ‘Ex nunc’, para o futuro, não atingindo situações já formadas. 20. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: Utilização do patrimônio do particular pelo Estado para prestar serviço público. Regra: É individual, concreta e com proprietário determinado. Relação de Dominação: O Serviço Público é o Dominante, e a propriedade do particular á o Serviente. Há a dominação do serviço público sobre um bem. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 8 Obs. # Da Servidão no Direito Civil, onde há a dominação de um bem sobre outro bem. Indenização: Só se houver dano efetivo. Obs. Jurisprudência: Fios de alta tensão impedem o exercício da propriedade, portanto não há servidão neste caso, e sim Desapropriação indireta. 21. REQUISIÇÃO (Art.5º, Inc. XXV, Constituição Federal de 1988): Ocorrerá quando há iminente perigo, o Poder Público poderá requisitar o patrimônio do particular pelo Tempo que for necessário, até que cesse o iminente perigo. Obs. É possível a requisição tanto em tempo de paz, como em tempo de guerra. Indenização: Só se houver dano ao patrimônio do particular. Obs: Há a possibilidade de reintegração do patrimônio na via judicial, se o Poder Público não devolvê-lo. Objeto: Pode recair sobre bens Móveis ou Imóveis. Atinge o caráter exclusivo da propriedade. Obs: Quando tratar-se de bens fungíveis, ainda que o dono deixe de ser dono, haverá requisição. Ex. Estado requisita roupas e frangos de uma fábrica. Sempre que houver bens fungíveis, e tratar-se de iminente perigo, haverá requisição, e não desapropriação, já que o poder público pode devolver objetos iguais. 22. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA: Hipóteses mais comuns: Uso do Patrimônio não edificado ao lado da obra pública para guardar os materiais da obra. Para Evitar desapropriação desnecessária: quando o Poder Público ocupa o imóvel para pesquisa de minérios e arqueologia, em havendo minérios ou objetos arqueológicos o poder público desapropria a área. Indenização: Se houver Dano Indenização Ulterior. Natureza Jurídica: Há divergência na doutrina. Maria Sylvia: Ocupação prevista na Lei 8666/93, decorrente de Contrato Administrativo: Se o particular descumpre o contrato administrativo Processo Administrativo Administração extingue o contrato, rescinde-o (ato administrativo). Durante o processo administrativo a Administração assume a prestação do serviço que era prestado pela empresa por contrato administrativo, utilizando-se dos bens da empresa que são necessários à prestação do serviço. Maria Sylvia entende que há ocupação temporária nestes casos. Ao final do Processo a Administração poderá devolver os bens à empresa, ou adquiri-los através da Reversão, com direito ou não à indenização. Não é desapropriação. Para alguns doutrinadores não há ocupação temporária na situação trazida por Maria Sylvia, e sim, ocupação decorrente do contrato (cláusula exorbitante). Mesmo que não esteja no contrato, ainda assim, não será ocupação temporária. 23. TOMBAMENTO (Decreto Lei 25/37): Conservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico. Objeto Tanto bens móveis, como os imóveis, inclusive os Bens Públicos. O Tombamento atinge o Caráter Absoluto da Propriedade. Há corrente minoritária, liderada por José dos S.C. Filho sustentando que só é possível haver tombamento de bem público quando guardada uma hierarquia, do mesmo modo que na desapropriação. Ex A união pode tombar bens dos Estados e Municípios, os Estados podem tombar bens dos Municípios. Competência para Tombar: Patrimônio de Interesse Nacional União Patrimônio de Interesse Regional Estado Patrimônio de Interesse Local Município. Obs. Pode haver tombamento de Bem da União por um Município, porque o que importa é o interesse, não a hierarquia, diferentemente da desapropriação. Obs. Bem Público Tombado Inalienabilidade Absoluta. Normalmente, os bens públicos são relativamente inalienáveis. Obrigações Positivas do Patrimônio tombado: Dever de Conservação do bem pelo Dono. Obs. Se o dono não tiver condições econômicas de conservar o bem, deverá comunicar à entidade que o tombou para que ela tome as devidas providências. Toda e qualquer conservação tem que ter Autorização do Instituto próprio. Obs. O proprietário que faz conservação sem autorização: destruição do patrimônio, crime do art.165 do CP. A União tem preferência na compra do imóvel tombado, se o particular quiser vendê-lo. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 9 Obs. Poderá haver tombamento total ou parcial: O Tombamento pode ser feito só da fachada do imóvel; quando o tombamento for sobre todo o imóvel, poderá ser hipótese de desapropriação indireta. Obrigações Negativas: Não danificar, Não destruir o patrimônio tombado; impossibilidade de retirá-lo do país, exceto por curto espaço de tempo. O vizinho ao patrimônio tombado não pode colocar cartazes, ou qualquer outro instrumento que prejudica a visibilidade do patrimônio tombado. Obrigação de tolerar, suportar a fiscalização. Procedimento do Tombamento: Tombamento Provisório: Enquanto estiver em andamento o procedimento administrativo de tombamento. Depois de julgado o processo, o tombamento tornar-se-á Definitivo. Tombamento Voluntário: Acontece a pedido do proprietário. Tombamento Compulsório: A Administração determina. Obs. o Tombamento não depende do registro na escritura do imóvel, basta o registro no Livro do Tombo, depois disso ele será válido. Entretanto, se o Estado não registra o Tombamento na escritura do imóvel, não terá a preferência numa eventual venda do imóvel. Indenização: O Tombamento, por si só, não gera direito à indenização. Poderá haver indenização dentro do Tombamento, se constituída uma obrigação de fazer, se houver dano. 24. DESAPROPRIAÇÃO Única forma de intervenção em que o Estado toma o direito de propriedade do antigo proprietário. É forma de aquisição originária da propriedade, não há vínculo, nem relação jurídica com o antigo proprietário, a vontade dele não interessa. Objeto Bens Móveis e Imóveis, inclusive os Bens Públicos. Defeito no Objeto: Vício no Objeto. Ex. Município desapropria bem da União. Regra Geral: Todos os bens podem ser desapropriados. Exceção: Vedada a Desapropriação aos Direitos da Personalidade. Direitos autorais, direito á imagem, alimentos, direito à vida, não podem ser desapropriados. Competência Regra Geral - Todos os entes, a depender da órbita de interesse. Para Bens Públicos, respeita-se a hierarquia União desapropria de Estados e Municípios; Estado desapropria dos Municípios. Obs. Defeito na competência: Vício na competência. 9.1. DESAPROPRIAÇÃO COMUM ou ORDINÁRIA Por Necessidade e Utilidade Pública (D.Lei 3365/41) Rol taxativo. O Dec. Lei não distingue necessidade de utilidade pública, entretanto, a doutrina faz essa distinção: Necessidade há quando a situação exija urgência; Utilidade há quando não há urgência. Por Interesse Social (Dec.Lei 4132/62) Rol Taxativo. Obs Art.5º, inc.XXIV da Constituição Federal de 1988 justifica essas duas modalidades. Competência: Todos os entes podem, a depender da órbita de interesses. Obs. Não há vício de competência. Indenização: Prévia, Justa e em Dinheiro. Objeto: Qualquer bem pode ser objeto de Desapropriação Ordinária, exceto nos casos previstos no Dec.Lei. Obs. Só cai na via judicial em algumas circunstâncias. 9.2. DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA Tem natureza de penalidade, de sanção. 1ª Hipótese: Decorre do Descumprimento da Função Social da Propriedade: a) Reforma Agrária (LC 76/93 e Art.191 da CF): - Proprietário não cumpre função social da propriedade. Obs. O Poder Público pode fazer reforma agrária mesmo sem natureza de penalidade, c/ fundamento no interesse social. - Competência Só a União. Neste caso pode haver vício de competência. - Objeto Só sobre bens imóveis rurais. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 10 - Indenização TDA´s (Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 20 anos), indenizam a terra nua. As benfeitorias têm que ser pagas em dinheiro. -Vedação à Desapropriação Sancionatória Propriedades pequenas ou médias, que seja a única do particular e que seja produtiva. b) Plano Diretor: Lei que organiza o Município, Lei 10257/01 (Estatuto da Cidade). - Quando há desobediência ao plano diretor, fere-se a função social da propriedade. - Competência Municípios e DF. - ObjetoBens Imóveis Urbanos. - Indenização TDP (títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos). - Procedimento Notificação do proprietário, pela prefeitura, para que este proceda à edificação (01 ano para o projeto e mais 02 para a construção) ou ao parcelamento da propriedade. Se não edificada ou parcelada: IPTU com alíquota progressiva (até 15% por ano). Se não cumprir as obrigações Desapropriação Sancionatória, aplicada em último caso. - Obs. Desapropriação instituída pelo CC/02, não diz respeito à Desapropriação do Direito Público. 2ª Hipótese: Desapropriação Expropriatória (confiscatória, expropriação). - Pode haver expropriação apenas da área onde houve plantação ilegal. - Hipóteses: a) Plantação de Psicotrópicos Proibidos. Destinará a área desapropriada para o assentamento de colonos. b) Outros bens de valor econômico que sejam utilizados para o tráfico. A Destinação do bem expropriado será para a implementação da investigação do crime ou ajuda às casas de recuperação de viciados. - Indenização: Não há. Daí ser chamada de expropriação, espécie de desapropriação sancionatória. - Competência: União. 9.3. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA: Acontece quando o Poder Público não observa formalidades necessárias, simplesmente entra no Bem. Ex. servidão e tombamento disfarçados. É chamado de “esbulho administrativo”. Ex. quando o particular nada mais pode fazer em sua propriedade. 9.4. NOÇÕES COMUNS A TODAS AS MODALIDADES Desapropriação é possível totalmente na via administrativa, o que não ocorrerá, apenas, se o particular não aceitar o valor da desapropriação ou se o proprietário for desconhecido. PROCESSO ADMINISTRATIVO DA DESAPROPRIAÇÃO: a) Fase Declaratória: - Poder Público declara a desapropriação via Decreto Expropriatório emitido sempre pelo Chefe do Executivo. - Exceção Poder Legislativo: Através de Lei de Efeitos concretos, que é lei com cara de ato administrativo, já que produz efeitos concretos e individuais. O Legislativo pode declará-la, mas não a executa. - Obs. Concessionárias e Permissionárias também podem desapropriar, mas somente a partir da Fase Executiva, nunca na Fase Declaratória. b) Fase Executiva: - O Poder Público vai efetivamente entrar no Bem. - Condição para fase executiva para entrar no bem, o poder público deve pagar o valor. Se o particular não aceita o valor, necessária a via judicial. - O que Deve Constar no Decreto Expropriatório: 1. Demonstração do Interesse público na Desapropriação, determinada a sua Destinação (Ex. Escola, Hospital, Estrada). Obs. Se o Poder Público mudar a destinação da desapropriação, esse fenômeno é chamado de Tredestinação. Tal fato é possível, desde que se mantenha o interesse público. 2. Descrição do Bem c/ todas as benfeitorias. Obs. Após o Dec. Expropriatório só serão indenizadas as benfeitorias necessárias e as úteis autorizadas. c) Prazo de Caducidade do Processo Administrativo: - Prazo de tolerância entre a declaração, em decreto expropriatório, e a execução da expropriação. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 11 - Necessidade ou Utilidade Pública: 05 anos. Se neste período, o poder público não pagar a indenização e ainda não entrou no bem, só poderá repetir o Decreto expropriatório 01 ano depois. (período de carência). - Desapropriação por Interesse Social: 02 anos. Neste caso, não há a possibilidade de repetição do decreto expropriatório. d) Ação Judicial de Desapropriação: Só será obrigatória em 02 circunstancias: - Quando o proprietário é desconhecido, ou há dúvida quanto ao proprietário. - Quando o proprietário não está de acordo c/ o valor da indenização. - A Ação de desapropriação é de procedimento especial. Não pode discutir outra coisa senão o valor e eventuais nulidades do procedimento expropriatório. Qualquer outra discussão só será possível em ação própria. - Antecipação da Prova Pericial: Diferentemente do que ocorre nos outros procedimentos, onde a prova pericial não é feita no inicio do processo, na Ação de Desapropriação o juiz já determina a realização da perícia no início do processo. - Incidente de Imissão Provisória na Posse (diferente de imissão na posse) É incidente na ação de desapropriação, que serve para antecipar a entrada do poder público no bem, antes do julgamento final da ação. - Requisitos para concessão da Imissão: 1. Urgência da situação; 2. Depósito do Valor da Indenização Valor estipulado pelo Poder Público. Obs. A Jurisprudência vem entendendo que se o valor depositado for irrisório, o juiz poderá determinar a complementação do valor. - O Proprietário poderá levantar até 80% do valor depositado pelo Poder Público. Ex. Imissão Provisória (01/01/04)---------------- Sent.Final (01/01/05) 100.000 depositados Decisão Judicial: 200.000 80.000 levantados pelo particular (+ 100.000) Obs. Em relação aos 100.000 que a decisão judicial estabeleceu a mais, esses serão cobrados da Administração por meio de precatório. - Juros CompensatóriosIncidirão sobre a diferença entre o valor levantado pelo particular e o valor determinado pela justiça (120.000), e durante o período entre 01/01/04 e 01/01/05. - Dec.Lei 3365/41, Art.15-A (objeto de ADIN): Determinou a suspensão da parte que determinava os juros compensatórios de até 06%. Atualmente o valor dos juros compensatórios é de 12% ao ano. Essa ADIN fez valer novamente a Súmula 618 do STF, que determinava os juros compensatórios de 12% a partir do depósito até a sentença. - Juros Moratórios Art.15-B, Dec.Lei 3365/41: Para recompor perdas relativas ao atraso no pagamento. SERVIÇOS PÚBLICOS Uma das atividades Administrativas prestadas pelo Estado, ou por seus delegados, para satisfazer as necessidades, comodidades e meras conveniências dos administrados. - São aquelas atividades Administrativas de natureza pública, criadas por Lei, prestadas direta ou indiretamentepelo Estado, para atender concretamente as necessidades ou meras comodidades da coletividade e dos administrados, ou simples conveniências da própria Administração, sujeitas a um Regime Jurídico ora integralmente público, ora parcialmente público e parcialmente privado. - OBS. Excluem-se as Atividades Legislativas e Jurisdicionais. Prestação do Serviço Público: Direta: O próprio Estado, através dos seus órgãos públicos, prestará o serviço público de forma centralizada. (Forma Desconcentrada: quando mais de 01 órgão presta o serviço. Forma Concentrada: se apenas 01 órgão o presta). Indireta (Descentralização): Outorga: por meio de Lei, é uma descentralização funcional (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista). Delegação: É feita contratualmente (Concessionárias, PPP´s e Permissão) ou por ato unilateral, precário e discricionário da Administração (Autorização e permissão, em alguns casos). Obs. Todas estas Prestadoras de Serviço Público (Pessoas Jurídicas de Dir. público e privado) responderão objetivamente perante atos lesivos que seus agentes causem a terceiros. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 1. CONCEITO: Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 12 - É uma espécie de contrato, um vínculo jurídico em que os sujeitos ativo e passivo comprometem-se a uma prestação visando Criar, Extinguir ou Modificar Direitos na consecução do interesse público, seguindo o Regime Público. 2. FORMALIDADES: a) Contrato Escrito. Exceção Poderá ser verbal quando a lei autorizar. Art.60, Lei 8666/93 (Contratos Verbais): Contratos com valor até 4 mil reais. Contrato de pronta entrega. Contrato de pronto pagam. b) Licitação Prévia/ Procedimento (art.26): - Se a licitação for inexigível ou dispensada será necessário utilizar-se do procedimento do art.26. - O Instrumento do contrato será Obrigatório quando o valor for o da Tomada ou da Concorrência, mesmo que seja caso de dispensa ou inexigibilidade. - Poderá o Instrumento de Contrato ser Facultativo quando o valor for correspondente a Convite e quando for possível realiza-lo de outra maneira. c) Forma do Ato Administrativo. - Segundo a doutrina moderna, a forma do ato administrativo é vinculada; Podendo ser discricionária, se a Lei Autorizar. d) Publicação (art.61, § único): - É Feita com o resumo, com o extrato do contrato. A Publicação não pode ultrapassar o prazo de 20 dias ou até o 5º dia do mês subseqüente à assinatura do contrato (o que acontecer primeiro). - É Condição de Eficácia do Contrato, ou seja, antes da publicação o contrato já é válido, mas é ineficaz, não produz efeitos. 3. CLÁUSULAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: a) Cláusulas Necessárias: Quando ausentes Contrato Nulo, Ilegal. Garantia (art.55 e 56 da Lei 8.666/93) - A Administração deve exigir a garantia, em virtude da indisponibilidade do interesse público. - É o contratado que deve decidir qual será a forma da garantia, dentro das alternativas elencadas pela lei: Títulos da dívida pública; Caução em dinheiro; Seguro-Garantia (contrato de garantia de outro contrato); Fiança Bancária (garantia fidejussória). - Valor da Garantia: Até 05% do valor do contrato. Até 10% quando o contrato for de grande vulto, alta complexidade e causar riscos financeiros à Administração. Duração do Contrato Administrativo (art.57 da Lei 8.666/93): - Prazo sempre determinado (art.57, §3º). A duração máxima será compatível com a disponibilidade do crédito orçamentário: 12 meses (lei orçamentária anual). - Exceções (prazo maior que 12 meses): I) Quando o objeto do contrato estiver previsto no Plano Plurianual (PPP, art.166, CF): Prazo máximo do contrato administrativo será de 04 anos. I) Prestação Contínua: Se em razão do prazo o preço for melhor, nos casos de prestação contínua, o prazo máximo do contrato será de 60 meses. - Obs. Art.57 Admite-se uma prorrogação (60 meses + 60 meses) em caráter excepcional, mediante fundamentação e autorização da autoridade superior. II) Aluguel de equipamentos e programas de informática: Prazo máximo de 48 meses. III) Contratos de Concessão ou Permissão de Serviço Público: Podem ter prazos diferenciados, de acordo com a lei que cuidar do serviço delegado, a lei que cuida do serviço dará o prazo máximo do contrato de concessão ou permissão. b) CLÁUSULAS EXORBITANTES (Art.58): - Desigualdade entre as partes no contrato, que é válida no contrato administrativo. Alteração Unilateral do Contrato (art.65): - Se a alteração é feita bilateralmente, não há cláusula exorbitante. Só a administração pode alterar unilateralmente o contrato. Extinção Unilateral do Contrato: - Se quem quer extinguir o contrato é o contratado, só poderá fazê- lo na via judicial, se a Administração não aceitar extinguir administrativamente. 01ª Hipótese: Conclusão do Objeto 02ª Hipótese: Advento do Termo Final do contrato (prazo final) Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 13 03ª Hipótese: Rescisão I) Consenso entre as Partes: Rescisão Amigável. II) Revisão Administrativa: A administração rescinde unilateralmente o contrato, extinguindo-o. Hipóteses: • Razões de Interesse Público: Necessidade de Indenização para o particular. • Descumprimento de Cláusula Contratual: O Contratado deverá indenizar a administração. • Rescisão Judicial. 04ª Hipótese: Extinção de Pleno de Direito: Por circunstancias alheias à vontade. Ex. falência. 05ª Hipótese: Anulação: O contrato já nasce ilegal. c) Fiscalização do Contrato Administrativo: - A administração pode até intervir na empresa em situações excepcionais. d) Aplicação de Penalidades pela Inadimplência de Contratado (art.87, Lei 8.666): I) Advertência; II) Multa; III) Suspensão do Direito de Contratar com Poder Público, por, no máximo, 02 anos; - Obs. No caso de suspensão o contratado estará impedido de contratar apenas com o Ente que aplicou a penalidade. - Obs. Para aplicação de uma dessas 03 penalidades será feita de forma discricionária pelo administrador, não há um rol de hipóteses para aplicação de cada uma dessas penalidades. IV) Declaração de Inidoneidade da Empresa pelo prazo máximo de 02 anos: A Empresa deixa de ser idônea e fica impedida de contratar com todos os entes da administração. Diferencia-se da Suspensão, que é restrita ao ente com o qual a contratada fez o contrato. - Obs. Para empresa voltar a ser idônea tem que ser reabilitada, para que isso ocorra devem ser preenchidos alguns requisitos: Passar o prazo da declaração de inidoneidade; A contratada deve indenizar os prejuízos causados à administração (requisitos cumulativos). -Obs. Para aplicação da penalidade de declaração de inidoneidade da empresa, o contratado deve ter praticado conduta que seja tipificada também como crime. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO CONCEITO: - Obrigação que tem o Estado de reparar os danos causados a terceiros em razão de comportamentos lícitos e ilícitos ou atividades materiais. 2.0 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado (“The King can do not wrong”) 2.2 Teoria da Responsabilidade de Direito Privado: - O Estado respondia desde que se demonstrasse a culpa individualizada do seu agente, ou seja, a Responsabilidadedo Estado era idêntica à Responsabilidade do Direito Privado. 2.3 Teoria da Responsabilidade de Direito Público: - Surge com o caso “Blanc”, na França, no fim de século 19. A) Teoria da Culpa Administrativa, ou Culpa do Serviço ou Culpa Anônima: - Pregava uma Responsabilidade Subjetiva distinta da Responsabilidade subjetiva do Direito Privado, na medida em que exigia que se provasse uma Culpa Especial do Estado, e não mais uma culpa individualizada do seu agente, a culpa não era mais atribuída ao agente pública, e sim uma culpa relacionada ao serviço, que seria a Culpa Administrativa, Anônima. Paul Duez: Haverá Culpa Administrativa quando (“Faute du Service”): O serviço não funcionou. O Serviço funcionou mal. O Serviço funcionou de forma retardada, não célere. B) Teoria do Risco Administrativo: - A Atividade do Estado, potencialmente, pode produzir riscos aos administrados. Obs. A Teoria da Culpa Administrativa defende que só haveria responsabilidade por atos ilícitos praticados pelo Estado. - Haveria, então, uma Responsabilidade Objetiva, lastreada apenas em um nexo de causalidade entre a atuação do Estado e o dano Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 14 ocorrido, sem a necessidade do elemento culpa, mesmo que o dano seja produzido por Atividade Lícita do Estado. 2.4Responsabilidade do Estado no Brasil: - Constituição de 1824 No Brasil a Teoria da Irresponsabilidade do Estado nunca foi adotada. A Constituição de 1824 adotou a Teoria da Culpa Administrativa, na qual a Responsabilidade do Estado só existiria quando prova a culpa deste. - Constituição de 1946 consagra-se a Teoria do Risco Administrativo, com a Responsabilidade Objetiva do Estado. - Constituição Federal de 1988 Adotou as duas teorias, a do Risco Administrativo e a da Culpa Administrativa. 3.0-Responsabilidade do Estado por Atos Comissivos: 3.1 Teoria do Risco Administrativo: - O Estado sempre responderá objetivamente por seus atos comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos ou materiais. - Comportamento Lícito: Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido por chefe do executivo; Material: Produzido em razão de atividade material do Estado. - Comportamento Ilícito: Jurídico: Ex. Auto de apreensão de mercadoria sem as formalidades legais. Material: Ex. Tortura de um preso por um agente carcerário. 4.0- Responsabilidade do Estado por suas Omissões: - STF A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria da Culpa Administrativa. Responsabilidade objetiva pelas situações em que há CUSTÓDIA. LEI N. 8.112/90 - REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS 1) Regime jurídico dos servidores públicos 1.1) Histórico Antes de 1988 havia a coexistência de regimes. Em uma mesma repartição pública havia pessoas submetidas a regimes jurídicos diferentes. Existiam ainda os denominados “extranumerários” (sem regime). O art. 39 da CF/1988, com redação original, passou a prever um regime jurídico funcional único para a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. A CF/1988 não obrigava o estabelecimento de regime jurídico estatutário ou celetista. Era necessário apenas que o regime funcional fosse único. Estava eliminado o problema da coexistência de regimes jurídicos funcionais. Em 1998, a EC 19/1998, dentre outras coisas, alterou a redação da cabeça do art. 39. A partir de então, a regra que obrigava o regime jurídico único foi extraída do texto constitucional. Os entes federados puderam, desde então, a instituírem mais de um regime funcional. Colocava-se fim à obrigatoriedade do regime jurídico único. A lei 9.986/2000 foi o primeiro ato normativo a tentar criar um quadro de empregos públicos (autarquias especiais). Pela medida cautelar deferida na ADI 2.135, a eficácia original do caput do art. 39 foi restaurada. A regra da EC 19/1998, que deu nova redação ao art. 39, padeceria de uma inconstitucionalidade formal, por afronta ao sistema bicameral. A essa decisão foi conferida eficácia ex nunc. Hoje, vigora a obrigatoriedade de regime jurídico único, salvo as exceções contempladas na própria Constituição. 1.2) Introdução (Lei 8.112/90) Artigos 2º e 3º: Servidor é quem ocupa cargo público. E cargo público é o conjunto de atribuições entregues a um servidor? Em âmbito federal o servidor público, em âmbito federal, é o ocupante de cargo público. Art. 3º, parágrafo único: Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros (regra de acessibilidade). A Constituição não permite a diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados, salvo as exceções expressamente nela previstas (art. 13, parágrafo 3º, da CF/1988). O art. 37, I, da CF/1988: ... assim como aos estrangeiros, na forma da lei. O texto original da CF não admitia a ocupação, por estrangeiro, de cargo, emprego ou função. Essa regra acabou sendo excepcionada em 1996, antes do advento da EC 19/1998, pelo art. 207, parágrafo 1º, da CF/1988 (EC 11/1996), permitia a admissão de estrangeiros nas entidades de ensino federais. Em 1998 essa regra foi estendida a outros cargos, na forma da lei. Na forma da lei, segundo o STJ, significa dizer que o dispositivo constitucional tem eficácia limitada (RMS/STJ 16.923). Os cargos “são criados por lei”. A criação de cargos públicos gera repercussão de ordem orçamentária. Em geral, pelo princípio do paralelismo de formas, um ato somente pode ser extinto por outro da mesma natureza. Todavia, por decreto, poderá Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 15 o Presidente da República extinguir funções ou cargos, quando vagos (art. 84, VI, “b”), se provido, por lei (art. 84, XXV). “... vencimento pago pelos cofres públicos ...”. É do conceito de cargo a sua remuneração. O trabalho gratuito no âmbito da Administração Pública é permitido, nos termos da lei (art. 4º), e.g., Lei 9.608/1998. “... para provimento em caráter efetivo ou em comissão”. Em ambos os casos o servidor é estatutário. 1.4) Requisitos para a investidura em cargo público (art. 5º) Parágrafo 1º: as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos. Para isso deve esse requisito estar previsto em lei (aspecto formal). Súmula 686 do STF: só por lei se pode sujeitar ao exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Além disso, deve-se observar o requisito teleológico, ou seja, a exigência deve guardar compatibilidade lógica com as atribuições do cargo (aspecto material). Súmula 683 do STF: o limite de idade para a inscrição e concurso público só é legítima quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 1.5) Provimento e vacância 1.5.1 Formas de provimento (art. 8º) Provimento é o preenchimento do cargo. Forma originária de provimento: nomeação. Forma derivada de provimento: promoção, readaptação, reversão, reaproveitamento, reintegração e recondução. A ascensão e a transferência são inconstitucionais. Súmula 685. A) Nomeação São fases do provimento: a.1) Concurso Para cargos públicos efetivos o concurso será sempre de provas ou de provas e títulos, nunca só de títulos. Existe algum direito decorrente da aprovação em concurso? Classicamente, é difundida a idéia de que a aprovaçãoem concurso gera apenas expectativa de direito. Todavia, há decisões proferidas tanto pelo STF como pelo STJ em sentido diferente. Esses precedentes reconhecem o direito à nomeação até o número de vagas previstas no edital, ou seja, o anúncio de vagas gera o direito subjetivo de nomeação dos aprovados (STF/RMS 23.657). A praxe administrativa do “cadastro de reservas” surgiu para contornar essa imposição. Pacífico é que a aprovação do candidato dá a ele o direito de ver assegurada a ordem classificatória da aprovação (súmula 15 do STF). A súmula 15 combate o que o professor chama de preterição direta (alguém da mesma lista). O STJ decidiu que o candidato aprovado prefere a outra pessoa contratada emergencialmente ou nomeada em caráter precário (STJ/RMS 18.105). O professor considera esse entendimento uma forma de se evitar a preterição indireta. a.2) Nomeação É considerada forma originária de provimento. O provimento se dá com a nomeação e a investidura com a posse (artigos 7º e 8º). Uma vez nomeado o candidato para o cargo X, este, desde já será considerado provido, ou seja, preenchido, dentro do prazo de que dispõe o nomeado para tomar posse. O candidato uma vez nomeado terá direito à posse (súmula 16 do STF); a.3) Posse O candidato terá o prazo improrrogável de 30 dias para a sua posse, momento em que se tornará servidor, assumindo os direitos e deveres inerentes ao cargo, sendo, nesse momento, que se dá a investidura; a.4) Exercício O servidor terá o prazo de 15 dias para entrar no exercício do cargo. A inobservância do prazo de 30 para a posse torna sem efeito o ato de nomeação (art. 13). O candidato não será exonerado porque ainda não é considerado servidor. Se o servidor não entrar em exercício no prazo de 15 dias o servidor será exonerado. Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 16 Estabilidade Conceito: é uma garantia dos servidores públicos que significa limites ao seu desligamento. O estável somente perderá o cargo, se não for por vontade própria, em quatro situações (art. 41, parágrafo 1º, da CF/1988): ◊ em virtude de sentença judicial transitada em julgado (decisão judicial que concretize regra que preveja essa possibilidade, e.g., art. 92 do CP, ato de improbidade etc.). Deve o comando de desligamento estar contido no dispositivo da sentença. A doutrina aponta como exceção a essa regra o caso art. 1º, parágrafo 5º da Lei 9.455/96 (lei de tortura); ◊ mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa; ◊ mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada a ampla defesa (essa lei complementar ainda não existe); ◊ art. 169, parágrafo 4º: para adequação a patamar inferior ao limite prudencial para gastos com pessoal. Requisitos: ◊ quem ocupar um cargo efetivo tendo nele ingresso por concurso público. Essa advertência é relevante para evitar que aquele que ingresse em cargo efeito sem concurso público obtenha a estabilidade; ◊ prazo: 03 anos; ◊ a partir de 1998 surge, em nível constitucional, um requisito novo, que é o estágio probatório. Antes de 1998 os requisitos eram os seguintes: 02 anos (requisito na CF) e estágio probatório (requisito infralegal). Antes de 1998, a ausência da avaliação não impedia a aquisição da estabilidade, pois não ser avaliado era considerado ser aprovado no estágio probatório (aprovação tácita). A partir de 1998 a avaliação tornou-se obrigatória. Enquanto não avaliado o servidor não adquire a estabilidade. A lei 8.112/90 foi alterada pela MP 431, de 14 de maio de 2008. Esse normativo deu nova redação ao art. 20 para fixar o prazo de 36 meses para a duração do estágio de probatório. Adaptou-se a lei à nova realidade constitucional. 29/08/2008______________________________________________ Vitaliciedade Conceito: é um limite ao desligamento do servidor público. O vitalício apenas pode perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado, resultante de um processo especialmente intentado para fim de desligá-lo. Prazo: 02 anos, a exceção de alguns cargos, e.g., desembargador, conselheiros de tribunal de contas etc. B) Readaptação (art. 24) Pode um servidor exercer um cargo sem estar nele definitivamente investido? Sim. Servidor que exerce as funções em caráter excedente inerentes a cargo para o qual deveria ser readaptado, mas que não se encontra vago (art. 24, parágrafo 2º-A). C) Reversão Trata-se da reversão da aposentadoria do servidor inativo, que retorna à atividade. Existem dois casos de reversão: - Art. 25, I: retorno do servidor aposentado por invalidez permanente pela cessação da causa da aposentação; - Art. 25, II: retorno do servidor aposentado voluntariamente no interesse da administração (requisitos: aposentação voluntária, estabilidade quando na atividade, aposentadoria ocorrida há menos de 05 anos, existência de cargo vago). D) Reintegração (art. 28) Retorno do servidor público ao cargo de origem decorrente da anulação da sua demissão. O servidor reintegrado tem direito à indenização decorrente do período em que permaneceu sem receber vencimento. O servidor retorna da condição funcional como se nunca tivesse saído, e.g., gozando, inclusive, de promoções. Art. 41, parágrafo 2º, da CF/1988. E) Recondução É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado decorrente: da inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; reintegração do anterior ocupante. Observação: o STF e o STJ já reconheceram a figura da recondução voluntária (STF/MS 24.543 e MS 22.933 e STJ/ MS 8.339). Recondução voluntária é a possibilidade de o servidor retornar ao seu cargo de origem no qual já era estável até que seja estabilizado em outro cargo. F) Aproveitamento O aproveitamento sempre vem junto da disponibilidade. O modo de provimento é o aproveitamento. O não estável, com a extinção do cargo, deixa de ser servidor público. O estável será colocado em disponibilidade, com direito à remuneração proporcional ao tempo de serviço, até que sejam aproveitados. Ou seja, extinto o cargo os servidores estáveis serão colocados em disponibilidade, com proventos proporcionais, até que a Administração Pública encontre um outro cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado para que tais servidores sejam aproveitados. 1.5.2 Formas de vacância Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 17 A) Exoneração Desligamento não-punitivo. B) Demissão Desligamento punitivo. C) Promoção e readaptação São formas simultâneas de provimento e vacância. D) Aposentadoria e falecimento Formas naturais de vacância. E) Posse em outro cargo inacumulável Para se ocupar outro cargo o servidor deve pedir a vacância no cargo anteriormente ocupado na forma do art. 33, VIII (e não exoneração) para preservar o seu direito de se reconduzir ao cargo caso seja reprovado no estágio probatório no novo cargo. 1.6) Sistema remuneratório Como contraprestação pelo trabalho que presta à Administração Pública o servidor recebe, em regra, remuneração. Esta é composta pelo vencimento e pelas vantagens pecuniárias. Os agentes políticos percebem subsídio. O subsídio é pago em parcela única. 1.6) Regime disciplinar O regime disciplinar cuida de regras de comportamento do servidor público bem como das penas decorrentes dasua inobservância. 1.6.1 Deveres dos servidores públicos (art. 116) 1.6.2 Proibições (art. 117) 1.6.3 Acumulações indevidas de cargos, empregos ou funções públicas (art. 118) Art. 37, XVI e XVII, da CF/1988: a) Regra geral: não é possível a acumulação de cargos, empregos ou funções públicas. b)Exceções: ◊dois cargos de professores; ◊1 cargo de professor com 1 cargo técnico (que exige um curso superior qualquer) ou científico (aquele que exige um curso superior específico); ◊dois cargos da área da saúde com profissão regulamentada; ◊a Constituição Federal traz mais uma hipótese no art. 38, III que cuida do caso de servidor investido no cargo eletivo de Vereador. Para que a acumulação seja possível faz-se necessária a observância de duas condições: ◊limite do teto ou subteto remuneratório definido na CF/1988; ◊compatibilidade de horários; ◊a jornada semanal total não pode extrapolar 60 horas. Questões i) Pode um servidor público acumular um emprego privado? Em tese pode, pois não há uma regra geral que proíba o servidor público de exercer função de natureza privada. Todavia, há preceitos que criam restrições, e.g., proibição de exercer cargo de gerência, proibição de prática de atos de comércio etc. O art. 117, XVIII diz que ao servidor é proibido o exercício de cargos incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. As proibições podem estar na lei que regulamenta o regime do servidor ou na lei que regulamenta a profissão de natureza privada, e.g., estatuto da OAB. ii) Um servidor aposentado pode cumular os seus proventos com a remuneração de um cargo, emprego ou função pública? Até 1996 a interpretação do STF era a de que não havia restrições. A EC 20/1998 deu nova redação ao art. 37, parágrafo 10º. A regra que o servidor aposentado não pode acumular proventos com a remuneração de cargo, emprego ou função pública. Excepcionalmente, o servidor aposentado poderá acumular o seu provento com a remuneração de um cargo em comissão, com o subsídio de um mandato eletivo ou com a remuneração de um cargo que seja acumulável com o que era ocupado quando em atividade estava o servidor aposentado. iii) Pode o servidor cumular duas aposentadorias do regime próprio de previdência (art. 40) Em regra não. Excepcionalmente poderá haver a cumulação, desde que observado teto remuneratório, dos proventos decorrentes de cargos acumuláveis na atividade. 1.6.4 Responsabilidade do servidor público (art. 125) As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se entre si (incomunicabilidade das instâncias). A regra geral é que o resultado de um processo em uma instância não repercute no resultado de outro de instância diversa. A exceção vem prevista no art. 126 do estatuto. I) Penas administrativas aplicáveis aos servidores públicos (art. 127) i) Advertência (art. 129) Projeto UTI 50 Horas Direito Administrativo Prof. Matheus Carvalho matheuscarvalho@hotmail.com Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 18 É um ato praticado por escrito que acaba restando registrado no assento funcional do servidor. A advertência será aplicada no caso de violação das proibições constantes do art. 117, I a VIII e XIX ou de inobservância dos deveres funcionais previstos no art. 116. ii) Suspensão (art. 130) Pelo período de até 90 dias o servidor será afastado de suas atribuições com total prejuízo da sua condição funcional (sem remuneração, sem contar tempo de serviço etc.). A suspensão poderá ser convertida em multa (art. 130, parágrafo 2º), ou seja, no período da punição o servidor receberá apenas 50% da sua remuneração. Casos que justificam a aplicação da pena de suspensão: - Reincidência de falta já punida com a advertência; - Violação dos deveres funcionais contemplados no art. 117, XVII e XVIII. Observações: a) A advertência e a suspensão são penas que não implicar o rompimento do vínculo do servidor com a Administração Pública. b) O art. 131 traz a possibilidade de reabilitação administrativa (decurso de 3 anos para a advertência e 5 anos para a suspensão). iii) Demissão (art. 136) É o desligamento do servidor. Além de a demissão ocasionar o desligamento do servidor, outros efeitos são previstos pela lei, e.g., indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário. A demissão incompatibiliza o servidor para nova investidura em caro público federal pelo prazo de 5 anos (art. 137). Não poderão o ex-servidor retornar ao serviço público por violação ao art. 132, I, IV, VIII, X e XI. Parcela da doutrina entende que essa regra seria inconstitucional, pois a CF/1988 veda a aplicação de pena de caráter perpétuo (debate orbter dictium em julgamento no STF). Não há posicionamento firmado no STF. Casos (art. 132): - Ter o agente cometido crime contra a Administração Pública. A Administração Pública pode demitir o servidor pela prática de crime contra a Administração Pública mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. O STF usa o argumento da independência das instâncias, embora tenha, por algum tempo, oscilado no seu posicionamento. - Abandono de cargo (ausência intencional por mais de 30 dias, nos termos do art. 138). - Inassiduidade habitual (faltar ao serviço injustificadamente pelo prazo de 60 interpoladamente nos últimos 12 meses). - Improbidade administrativa. O STF, ao julgar o RMS 24.699 [ler a primeira parte desse julgado sobre diferença entre discricionariedade administrativa e conceito jurídico indeterminado], disse que o servidor não pode ser demitido sem que haja sentença em processo judicial que o tenha condenado pela prática de ato de improbidade (incongruência com o caso de crime contra a AP). iv) Cassação de aposentadoria e disponibilidade É a ruptura do vínculo pecuniário que o servidor aposentado ou em disponibilidade tem com a AP. Casos (art. 134): - Inativo que, na atividade, houver praticado fato punível com demissão. - servidor que aproveitado não entre em exercício no prazo legal (art. 32). v) Destituição do cargo em comissão ou da função de confiança Em se constatando a falta punível com demissão ou suspensão praticada pelo servidor deverá este ser destituído do cargo em comissão ou da função comissionada. Na prática o servidor acaba pedindo exoneração. Se se verificar a prática da falta a exoneração deverá ser convertida em destituição. 1.6.5 Prescrição da pretensão punitiva disciplinar da AP (art. 142) Advertência: 180 dias Suspensão: 02 anos Demais penas (desligamento): 05 anos O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido (parágrafo 1º). Os prazos de prescrição previstos no Código Penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas como crime (parágrafo 2º). A abertura de sindicância ou de processo administrativo disciplinar interrompe o prazo prescricional (parágrafos 3º e 4º). O término do PAD ou da sindicância enseja o reinício do prazo de prescrição. A lei não trata da prescrição dentro do PAD (prescrição intercorrente). O prazo do PAD deveria durar no máximo 140 dias (60 + 60 + 20). Em função disso a jurisprudência tem considerado que instaurado o PAD o prazo prescricional permanece interrompido pelo prazo máximo de 140 dias, quando então será ele (o prazo prescricional) reiniciado (“regra do 140” - STF/MS 22.728). 1.6.6 Apuração da infração disciplinar ◊ Conhecimento do fato (de ofício ou por denúncia contendo a identificação do denunciante sob pena de nulidade do PAD). A denuncia apócrifa não pode fundamentar a instauração do PAD, mas esse pode ser iniciado de ofício pela autoridade administrativa. Projeto UTI
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