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CCJ0020-WL-A-RA-03-Direito Constitucional II-Intervenção Federal

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Direito Constitucional II
Profa.: Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha�Disciplina:
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	Plano de Aula: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: INTERVENÇÃO FEDERAL
DIREITO CONSTITUCIONAL II
Título
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: INTERVENÇÃO FEDERAL.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
3.
Tema
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: INTERVENÇÃO FEDERAL.
Objetivos
Ao final desta aula o Estudante deverá ser capaz de:
●- Compreender a medida excepcional ao equilíbrio federativo, intervenção federal;
●- Identificar em que circunstâncias seria cabível a implementação da intervenção federal.
Estrutura do Conteúdo
1. Intervenção
1.1. Parte geral;
1.2. Intervenção federal;
1.3. Quadro geral;
1.4. Hipóteses;
1.5. Procedimento de intervenção federal;
1.6. Intervenção estadual nos municípios.
Intervenção Federal
A doutrina [1] brasileira sobre a intervenção federal a apresenta enfatizando três elementos.
Conceituar a intervenção federal como o último remédio ou ratio para se manter a integridade nacional e da ordem jurídica constitucional;
Narrar um processo de continuidade histórica do instituto desde a primeira Constituição republicana de 1891, e a sua elaboração por Ruy Barbosa;
Apresentar as espécies de intervenção federal: a espontânea e a provocada [2];
Curioso é notar que todo este discurso é organizado em perspectiva referencial ao texto legal constitucional. Em outras palavras, a doutrina, simplesmente, apresenta o texto constitucional, sem trazer qualquer informação que não seja a discussão da natureza jurídica do instituto e a reprodução dos artigos da Constituição. Assim, a perspectiva política do instituto, como também dos exemplos jurisprudências que servem para ilustrá-lo não é apresentada. Como não mencionar a natureza política de um instituto que atinge diretamente o poder político de um ente federado? Como não contextualizar tais decisões histórica e politicamente? É de se estranhar...
Como já foi mencionado no início deste texto a doutrina jurídica brasileira tem característica marcadamente prescritiva e, por isso, trabalha no plano ideal do "dever-ser". A despeito das experiências autoritárias [3], seja da República Velha, seja da Era Vargas ou da ditadura militar pós-1964 [4], concebe a intervenção federal como um instituto jurídico-constitucional, conhecido como garantee clauses pelo direito norte-americano e como execução federal pelo direito germânico (AGRA, 2007:297), de exceção ao princípio federativo presente em nossa ordem jurídica nacional, desde a Constituição de 1891. Ignora, porém, que tais institutos são concebidos em contextos históricos e políticos complemente diferentes da sociedade oligárquica, patriarcal e pouco democrática na qual nasceu a Constituição brasileira de 1891.
Segundo a doutrina brasileira, já citada, a intervenção federal nada mais é do que o afastamento temporário da autonomia de um ente federal que tem por objetivo a preservação da própria federação. Assim sendo, trata-se de instrumento de direito constitucional de exceção, pois priva o ente federado de sua característica essencial: a autonomia. Por ser forte medida coercitiva, só pode ser usada estritamente nas situações determinadas taxativamente pelo constituinte originário, nos Arts. 34 a 36 da CRFB/88.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
direitos da pessoa humana;
autonomia municipal;
prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
Nos casos em que o pedido de intervenção federal se fundamenta em descumprimento de ordem judicial, na maior parte das vezes está envolvido grave desrespeito aos direitos de cidadania, uma vez que tais ordens judiciais, no mais das vezes protegem direitos do cidadão.
Nestes casos a intervenção deixa de serato discricionário do Presidente da República, pois fica o tribunal prolator da ordem desobedecida obrigado a comunicar a desobediência ao Supremo Tribunal Federal, que requisitará a intervenção se julgar conveniente.
A intervenção federal, vale-se repetir, trata de exceção no equilíbrio federativo da autonomia política dos entes, a partir da ingerência de uma entidade em assuntos próprios de outra, quando diante de uma das circunstâncias taxativas extremas que atentam ao pacto federativo e a supremacia constitucional.
Segundo AGRA (2007:297) a intervenção federal é:
O remédio típico da forma de Estado federativa, constituindo-se no instrumento cabível para a sua manutenção, de utilização necessária todas as vezes que um Estado-Membro ou um Município desrespeitar os princípios constitucionais federativos ou provocar uma instabilidade na normalidade jurídica.
Já nas palavras de José Afonso da SILVA (1997:460):
A Intervenção Federal é ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta. Constitui o "puctum dolens" do Estado Federal, onde se entrecruzam as tendências unitaristas e as tendências desagregantes.
Humberto Peña de MORAES (2005:229) define que a intervenção federal é:
Instituto típico da estrutura do Estado Federal repousa a intervenção no afastamento temporário da atuação autônoma da entidade federativa sobre a qual a mesma se projeta.
A doutrina classifica que a intervenção federal pode se operar em duas espécies: a intervenção espontânea e a intervenção provocada. A primeira é uma discricionariedade, juízo de oportunidade e conveniência, do Presidente da República, ou seja, ato exclusivo da vontade do Chefe do Poder Executivo que deverá obter posterior aprovação por parte do Congresso Nacional, e que na atualidade constitucional, está prevista no art. 34, incs. I, II, III e V da CRFB/88.
A intervenção federal será provocada, hodiernamente, nos casos descritos no art. 34, incs. IV, VI e VII por solicitação do Executivo e do Legislativo estaduais, e, por requisição, por parte dos órgãos do Judiciário [5].
Em ambas as espécies deve ser expedido um decreto presidencial interventivo especificando a abrangência (os Estados-Membros que serão atingidos pela medida); a amplitude (os poderes que serão cerceados); e o tempo (prazo de duração da medida especificado). Deve o Presidente, segundo os Arts. 90, I e 91 §1º da CRFB/88 [6] ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional para decretação. "Havendo a omissão do tempo determinado para a sua realização, a falta de indicação de cláusula suspensiva, a intervenção deverá ser considerada inconstitucional pelo Poder Judiciário" (AGRA, 2007:300).
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999).
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999).
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
O decreto deve, ainda, justificar as razões de sua amplitude, abrangência e tempo. Após a sua redação pelo Presidente da República o decreto será publicado gerando automaticamente os seus efeitos e remetido a apreciação do Congresso Nacional.
Quanto à função do Poder Legislativo ao controle do ato interventivo não lhe é permitido emendar o direito expedido, mas tão somente rejeitá-lo ou aprová-lo integralmente por decreto legislativo.
Não cabe apreciação do Legislativo quando for de acinte aos princípios sensíveis e para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial - Arts. 34, incisos VI e VII. Nesses casos, descabe apreciação por parte do Legislativo porque os critérios são essencialmente técnico-jurídicos, ocorrendo o controle jurídico do processo interventivo. Ele somente se inicia se houver requisição dos órgãos judiciais ou se houver o provimento da representação do Procurador-Geral da República.
No caso de descumprimento de lei federal, o pedido partirá do Supremo Tribunal Federal; nos casos de descumprimento de ordem ou decisão judicial, os pedidos poderão partir do Tribunal Superior Eleitoral, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal; no caso de quebra dos princípios sensíveis, o pedido será encaminhado pelo STF.
Portanto, nos casos de acinte aos princípios sensíveis e para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial, não há necessidade de apreciação pelo Poder Legislativo. Entretanto, se o pedido partir do STF para assegurar o livre exercício das funções do Poder Judiciário de quaisquer das unidades judiciárias estaduais, segundo o art. 34, inciso IV, terá de haver aprovação por parte do Poder Legislativo. (grifos nossos) (AGRA, 2007:299-300).
Três são, então, as conseqüências do ato apreciado pelo Poder Legislativo, segundo as palavras de LEWANDOWSKI (1994:132):
os parlamentares podem aprová-lo, autorizando a continuidade da intervenção até o atingimento de seus fins;
podem, de outro lado, aprová-lo, suspendendo de imediato a medida, situação que gerará efeitos ex nunc;
podem, por fim, rejeitá-lo integralmente, suspendendo a intervenção e declarando ilegais, ex tunc, os atos de intervenção.
Nas situações que podem ser caracterizadas ou estabelecidas por questões meramente da seara jurídica, tais sejam, a inexecução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34, IV da CRFB/88), ou o desrespeito aos princípios constitucionais sensíveis (34, VII da CRFB/88), ficará dispensada a apreciação por parte do Poder Legislativo do decreto presidencial, se for suficiente a expulsão da norma jurídica que esteja conturbando a supremacia constitucional.
Finalmente, quando as razões que justificaram a intervenção tiverem cessado, as autoridades afastadas dos entes federativos, não havendo impedimento de nenhuma ordem, retornarão aos seus cargos.
Quanto a figura do interventor, é interessante observar o trecho de AGRA (2007:301):
O alcance da intervenção e das prerrogativas do interventor não pode descurar dos princípios constitucionais impostos pelo ordenamento jurídico. Não há, como no estado de sítio e no estado de defesa, uma flexibilização dos direitos fundamentais ou uma excepcionalidade dos direitos e garantias constitucionais.
O Estado Democrático de Direito é mantido em sua inteireza, ocorrendo apenas a limitação da autonomia do ente federativoque sofreu a intervenção. Os limites da intervenção são expostos preponderantemente pela Constituição Federal e pelo decreto presidencial que a estabelece.
A intervenção federal, diz ainda a doutrina, possui duas características: a natureza política e a provisoriedade. Importante ressaltar que a doutrina ao se referir a natureza política da intervenção federal a reduz a uma questão de discricionariedade, não discutindo, portanto, as implicações e a contextualização política do ato.
SILVA NETO (2007:260) explica:
Quando se defende a natureza política do processo de intervenção, está-se a firmar, por outro prisma, o entendimento de que os critérios sobre os quais se movimenta a autoridade responsável pela expedição do decreto são essencialmente políticos. Utiliza-se, portanto, do juízo da conveniência e oportunidade da medida. Conveniência é signo que importa na aferição de juízo de valor político acerca da efetiva necessidade no adotar-se a providência. Oportunidade, por outro lado, significa examinar o momento político da sua execução. A autoridade responsável pelo início da intervenção não usa um ou outro, mas os dois. Entrecruzam-se conveniência e oportunidade para tornar o mais acertado possível a decisão política atinente à intervenção. Outrossim, o §4º do art. 36 salienta que "cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal". É a característica referente à provisoriedade da intervenção. Medida excepcionalíssima que vulnera as autonomias estadual e municipal, o procedimento interventivo deve durar rigorosamente o tempo apto ao retorno da normalidade institucional da entidade federativa atingida.
É importante ressaltar que a decretação deste instituto jurídico representa um momento de crise institucional tão sério, que ela configura um limite circunstancial ao Poder Constituinte Derivado de emendar a Constituição (Art. 60, §1º da CRFB/88) [7].
Esta medida de exceção não estabelece uma hierarquia entre os entes federativos. Quando a União intervém nos Estados-Membros, o Congresso Nacional referenda, ou não, através de um Decreto Legislativo (Art. 49, IV da CRFB/88) [8], o decreto de intervenção (Art. 84, X da CRFB/88) [9] do Presidente da República. Por simetria ocorre o mesmo na intervenção estadual (Art. 35 da CFRB/88) (AGRA, 2007).
A Intervenção Federal diferentemente dos institutos do Estado de Defesa (Art. 136 da CRFB/88) [10] e do Estado de Sítio (Arts. 137 a 141 da CRFB/88) [11] não é uma excepcionalidade ao Estado Democrático de Direito visto que a Constituição não prevê para aquele instituto a possibilidade de suspensão de direitos ou garantias fundamentais. A intervenção será uma restrição a autonomia federativa de um ente (AGRA, 2007).
Ocorre, porém, que nada impede o ordenamento constitucional que sendo insuficiente a intervenção, passem a ser decretados os Estados de Defesa e de Sítio.
Segundo a doutrina, já citada, as formas de controle da intervenção são de duas espécies: política e jurídica. A primeira refere-se aquele realizado pelo Poder Legislativo dos atos interventivos postos a sua apreciação. A segunda, efetuada pelo Poder Judiciário, ocorre pela verificação do respeito a autonomia federativa e dos mandamentos constitucionais.
[1] Como exemplo de doutrinadores podemos citar: BARROSO (1998), BONAVIDES (2005), FRANCO (1968), LEWANDOWSKI (1994), MORAES (2006), SILVA (2006), AGRA (2007), CRETELLA JR (1998), HORTA (1995), LENZA (2006), TAVARES (2007) e ZIMMERMANN (2002).
[2] Em relação à lógica taxonômica que estrutura as categorias da doutrina jurídica brasileira, significa dizer que a organização dos institutos jurídicos apropria-se dos princípios das ciências biológicas dos séculos XVIII e XIX, que se preocupava em conhecer a natureza dos animais e das plantas, classificando-os em Reinos, Ordens, Classes, Gêneros e Espécies. Sendo assim no discurso dogmático jurídico temos como Reino o Sistema Jurídico brasileiro, como Ordem o Direito Constitucional, como Classe a Federação, como Gênero a Intervenção Federal e como Espécies a Espontânea e a Provocada, o que mais uma vez remonta o pensamento selvagem em seu discurso totêmico, segundo Claude Levy Strauss, ao naturalizar o discurso mítico LÉVY-STRAUSS (1976:56-97).
[3] De acordo com CAMARGOS E ANJOS (2009:93): "Na história do federalismo brasileiro é possível notar que a intervenção, notadamente por ser medida excepcional, foi utilizada com muita parcimônia, principalmente no período em que vivemos certa normalidade política e democrática. Entretanto, na ditadura de Getúlio Vargas, de 1937 a 1945, e durante a ditadura militar, de 1964 a 1984, a intervenção foi utilizada com maior freqüência.
[4] Sobre esta experiência histórica autoritária interessante a passagem de AGRA (2007:297): Na história dos textos constitucionais brasileiros, o instituto da intervenção sempre respeitou os princípios do Estado Democrático de Direito. Contudo, o Ato Institucional 5 (AI-5) extrapolou os limites da intervenção, tornando-a um instrumento de coação do regime militar. Pelo AI-5 foi permitido ao Presidente da República, alegando interesse nacional, intervir nos Estados-membros e nos Municípios sem respeitar as barreiras legais firmadas pela Constituição.
[5] Retratando a discussão quanto ao papel do Presidente da República na intervenção federal informa-nos AGRA (2007:301-302): "Controvertida é a questão de saber se o Presidente da República tem obrigatoriedade ou não de decretar a intervenção quando houver pedido. Na questão acerca da intervenção no governo da Bahia, em 1920, Rui Barbosa afirmava que a intervenção dependeria do poder discricionário do Presidente, e Epitácio Pessoa defendia a tese de que o pedido vincularia o Chefe do Executivo, cabendo a ele apenas decretar a intervenção. A tese hoje preponderante é a de que o Presidente pode ou não decretar a intervenção diante do caso concreto. O pedido não o vinculará, cabendo a ele, pelas circunstâncias específicas do caso, analisar a conveniência ou não da decretação. Todavia, quando o objetivo da intervenção for o de prover à execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e de assegurar a observância dos princípios sensíveis, a doutrina predominante se posiciona no sentido de que o pedido se torna vinculante, obrigatório, porque os motivos são eminentemente de cunho jurídico. Os mesmos parâmetros valem para a intervenção nos Municípios, nos mesmos casos pertinentes aos Estados-membros".
[6] Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. § 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério. § 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento. VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquertipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. § 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
[7] Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
[8] Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
[9] Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: X - decretar e executar a intervenção federal;
[10] Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2º - O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3º - Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º - Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
[11]
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
2.3.1. ADIN Interventiva
A ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art. 36, III da CRFB/88 [1]) é uma modalidade de controle de constitucionalidade concreto e concentrado para um conflito federativo, proposta no nível federal pelo chefe do Ministério Público Federal, o Procurador Geral da República, quando um dos Estados-membros desrespeita lei federal ou um dos princípios constitucionais sensíveis (Art. 34, VII da CRFB/88[2]). (MENDES, 2008).
Apesar de o texto constitucional falar em "representação", trata-se de verdadeira ação.  Por isso que hoje se chama ação direta interventiva.
A ação direta interventiva não desencadeia um processo objetivo, ou seja, a análise da constitucionalidade da lei em tese. Mas sim, a jurisdição para solucionar um conflito federativo entre a União e os Estados (ou Distrito Federal).
A função do Supremo Tribunal Federal não é a de responder uma consulta (ou afastar lei em tese), mas de decidir um caso concreto (MENDES, 2008).
É importante observar que a consequência do provimento da representação (ou procedência da ação direta interventiva) não é a nulidade do ato contaminado, o que se quer é a decretação da intervenção federal no Estado.
O legitimado para figurar no pólo ativo é a União Federal representada pelo Procurador Geral da República. No pólo passivo, o legitimado é o Estado membro ou Distrito Federal.
Hoje, o procedimento da ação interventiva está regulado pela Lei n. 12562/11.
Este é, portanto, o escopo doutrinário da intervenção federal no Brasil, ou seja, instituto jurídico de manutenção da supremacia constitucional diante de desequilíbrios federativos e desrespeitos aos princípiosfundamentais a cidadania.
Esse é, pois, o panorama do que a doutrina constitucional brasileira, e como tal o campo jurídico brasileiro representa acerca do federalismo e da intervenção federal.
[1] Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
[2] Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Aplicação Prática Teórica
Prova: 27º Exame de Ordem - 1ª fase
1 - Analise cada item a seguir e informe se as alternativas são VERDADEIRAS OU FALSAS:
A chamada representação interventiva tem por objetivo garantir a observância dos princípios constitucionais sensíveis;
A intervenção é medida excepcional que restringe a autonomia conferida pela Constituição aos Estados, ao DF e aos Municípios;
O Superior Tribunal de Justiça é o órgão competente para apreciação do pedido de intervenção fundado em recusa à execução de lei federal;
A União pode intervir nos Municípios localizados em Território Federal;
Na hipótese de representação interventiva, a apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa deve se realizar no prazo de vinte e quatro horas.
a) V; V; F; F; V.
b) V; V; V; V; F.
c) V; V; F; V; F.
d) F; V, F; V; F.
RESPOSTA: C. V; V; F; V; F.
Prova: 22º Exame de Ordem - 1ª fase
2 - Aponte, acerca da intervenção federal, a alternativa VÁLIDA:
Incumbe ao Presidente da República decretar a intervenção federal nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios localizados em Território Federal;
A nomeação do interventor, no processo interventivo federal, será sempre obrigatória;
Constituindo medida excepcional em relação à autonomia das entidades federativas, a decretação da intervenção federal não está sujeita a lapso temporal prefixado;
O decreto de intervenção federal será submetido, no prazo de cinco dias, a título de.controle político, à apreciação do Senado Federal, que o aprovará ou rejeitará.
RESPOSTA: A. Incumbe ao Presidente da República decretar a intervenção federal nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios localizados em Território Federal.
Caso Concreto:
(Cespe/DPE/ES/2006) 30 - A intervenção, como medida excepcional, ocorre apenas nas hipóteses e formas estabelecidas na Constituição Federal. Em se tratando de intervenção fundada em recusa a execução de lei federal, esta depende de provimento do STJ ou de representação do procurador-geral da República. Analise justificadamente a assertiva.
RESPOSTA: A recusa depende de provimento STF, de representação do procurador-geral da República e não do STJ, de acordo com o art. 36, III, da CRFB/88.
Aplicação Prática Teórica (OUTRAS QUESTÕES)
CASO CONCRETO
1) Determinada lei do Estado do Rio de Janeiro estabelece regras fixando o horário dos estabelecimentos comerciais no âmbito do Estado. À vista disso, o Procurador-Geral da República ingressa com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) perante o Supremo Tribunal Federal alegando que a lei estadual em tela é inconstitucional. Levando em consideração os dados apresentados, responda, justificadamente, se, na qualidade de Ministro do STF, você votaria pela inconstitucionalidade da referida norma estadual? Por quê?
RESPOSTA: Sim. Porque a matéria é de interesse local, do município, de acordo com STF súmula 645 – o estado não poderia legislar sobre o assunto.
2) E o Distrito Federal? Poderia ou não legislar sobre a matéria de horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais? Por quê?
RESPOSTA: Sim. Porque o Distrito Federal é ente federativo atípico, é uma cidade-estado.
QUESTÃO OBJETIVA
Acerca da repartição constitucional de competências, analise as seguintes afirmativas:
I - É da responsabilidade da União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios Federais. (CERTO).
II - Considerando o sistema de repartição de competências entre os entes federativos, compete privativamente à União legislar sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico. (ERRADO. Não a é competência é concorrente).
III - Consoante disposição expressa da Constituição Federal, o Distrito Federal tem competência para legislar sobre as matérias reservadas aos Estados e aos Municípios. (CERTO).
IV – O Brasil adotou o chamado “modelo canadense” de partilha de competências, no qual aos estados e municípios cabe exercer os poderes enumerados no texto constitucional, restando à União a competência dita remanescente. (ERRADO. Não, pois Brasil pratica a competência residual).
V – A partilha constitucional brasileira de competências não admite que os municípios, mesmo de forma suplementar, possam legislar sobre as matérias que são objeto da legislação federal e estadual. ERRADO. Conforme o Art. 30, II da CRFB/88: o município pode: II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber da CRFB/88).
Somente é CORRETO o que afirma em:
 I e III;
II e IV;
III e V;
I e IV.
RESPOSTA: A. I e III.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	3ª AULA – Tripé do Estado
	
	Síndrome de Inefetividade Constitucional = Regras constitucionais de Eficácia limitada 0.
Tripé do Estado: Presunção de:
-Legalidade =>Ação
-Legitimidade => Agente
-Veracidade => Fins
Os cargos só para brasileiros natos são aqueles que podem chegar à presidência da republica ou que mechem com a segurança nacional => os 6 integrantes do Conselho da República (Art. 89, Inciso 7).
Bens Públicos:
-Bens Comuns:
-Por Natureza.
-Por Afetação: Ruas, praças.
-Bens de Uso Especial – Por Afetação (Lei).
-Bens Dominiais: Patrimonial líquido disponível: Ex. cadeiras de escolas em desuso entre outros, aquilo que podem ser vendidos pelo poder público.
Atividade
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	3ª AULA – Poder Legislativo - Continuação
	
	Direito Constitucional II
Professor Rafael Iorio
Aula 03
Poder Legislativo - Continuação
Conteúdo Programático desta aula
Elaboração dos exercícios;
Estrutura do Poder Legislativo.
FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR
(Arts. 57 a 59, CF)
LEGISLATURA (art. 44, parágrafo único, CF).
SESSÃO LEGISLATIVA (art. 57, CF):
Sessão legislativa ordinária.
Sessão preparatória (art. 57, §4º, CF).
Sessão legislativa extraordinária (art. 57, §6º, CF).
Sessão unicameral (art. 3º, ADCT).
Sessão bicameral.
Sessão conjunta (art. 57, §3º, CF).
COMPOSIÇÃO DAS MESAS (art. 57, §4º, CF):
A Mesa da Câmara dos Deputados.
A Mesa do Senado Federal.
A Mesa do Congresso Nacional (art. 57, §5º, CF).
AS COMISSÕES PARLAMENTARES (art. 58, CF):
Comissões temáticas (art. 58, §2º, CF).
Comissão especial ou temporária (art. 58, §3º, CF).
Comissão mista (art. 166, §6º, CF).
Comissão representativa (art. 58, §4º, CF).
FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO
A FUNÇÃO LEGISLATIVA
A FUNÇÃO DE FISCALIZAÇÃO:
 A fiscalização político-administrativa (CPIs).
 A fiscalização contábil, orçamentária, patrimonial, operacional e financeira (art. 70, CF): Tribunais de Contas e controle externo.
QUESTÕES
1) Governador de estado editou decreto para regulamentar texto legal. Entretanto o decreto continha dispositivos que inquestionavelmente extrapolavam a competência regulamentar do Chefe do Poder Executivo estadual. Diantedesse decreto a Presidência da Assembléia Legislativa o consultou sobre a existência de alguma medida que no exercício de sua competência exclusiva pudesse ser tomada pela Casa Legislativa contra o ato do Poder Executivo.
RESPOSTA: O princípio da simetria constitucional determina relação simétrica entre os institutos jurídicos da Constituição Federal e as Constituições dos Estados-Membros.
Conforme o art. 84, IV, CRFB/88, compete privativamente ao Presidente da Republica (por simetria, Governador) sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução.
Adicionalmente, o art. 49, V, do Excelso Diploma, é de competência exclusiva do Congresso Nacional (por simetria, Assembléia Legislativa) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Assim, a Assembléia Legislativa deverá sustar o ato editado pelo Governador que extrapolava a competência regulamentar do mesmo.
2) (Questão 40 – Exame 04 OABRJ)
No que concerne ao Poder Legislativo:
a) A Câmara dos Deputados compõe se de representantes do povo, eleitos, segundo o sistema majoritário; (ERRADO. Eleitos pelo sistema proporcional).
b) As comissões parlamentares de inquérito, instituídas pelas Casas do Congresso Nacional, terão poderes de julgamento próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos respectivos regimentos; (ERRADO. O Congresso Nacional tem poderes limitados a investigação),
c) Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício e fora do exercício do mandato; . (ERRADO. Limitados ao exercício do mandato).
d) Compete ao Senado Federal processar e julgar o Presidente da República nos Crimes de responsabilidade. (CERTO).
RESPOSTA: D. Compete ao Senado Federal processar e julgar o Presidente da República nos Crimes de responsabilidade.
3) “João Boca”, Congressista e candidato a mais um mandato de Deputado Federal, ofende mediante pronunciamento de campanha eleitoral a honra de seu adversário político “Zé da Ficha” que é também candidato à Câmara dos Deputados.
Considerando-se o instituto da imunidade parlamentar em sentido material, responda com apoio na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
a) a garantia da imunidade material tem natureza absoluta?
RESPOSTA: Não. Não é absoluta (responsabilidade política), só abrange quando ligada a função do parlamentar e para o que seria crime de opinião ou responsabilidade civil, dentro e fora do parlamento.
b) qual a finalidade da imunidade parlamentar?
RESPOSTA: São prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras do exercício do mandato parlamentar, com plena liberdade.
c) o pronunciamento de “João Boca” estaria abrangido pela imunidade material?
RESPOSTA: Sim. A imunidade material mantida pela EC n.35/2001, é sinônimo de democracia, representando a garantia de o parlamentar não ser perseguido ou prejudicado em razão de sua atividade na tribuna, na medida em que assegura a independência nas manifestações de pensamento e no voto.
4) (Questão 08 – Exame 125 – Tipo 1 OABSP) A imunidade material do Deputado Federal:
a) difere da imunidade material do Vereador, porque a responsabilização dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos, restringe-se à circunscrição do respectivo Município.
b) é idêntica à imunidade material do Vereador, não permitindo que sejam responsabilizados, civil e penalmente, por suas opiniões, palavras e votos, em todo o território nacional.
c) difere da imunidade material do Vereador, porque a licença para processamento é assegurada somente aos Vereadores de Municípios com mais de duzentos mil habitantes.
d) é idêntica à imunidade material do Vereador, não permitindo que sejam processados sem a licença prévia das respectivas Casas.
RESPOSTA: A. difere da imunidade material do Vereador, porque a responsabilização dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos, restringe-se à circunscrição do respectivo Município.
==XXX==
Apostila (Professora – Sabrina Rocha)
	
	Ponto 10 – Da Tripartição dos Poderes Estatais
	
	Direito Constitucional II
Professora Sabrina Rocha
Ponto 10 – Da tripartição dos Poderes Estatais
Desde os tempos antigos até a idade moderna houve pouca evolução nos conceitos e sistemas de Estado. No período medieval, particularmente centralizador, o poder estava concentrado nas mãos de um monarca absoluto, vivendo-se então, de certa forma, sob o Estado de Polícia, quando o direito público se resumia numa só verdade: “O rei não erra; o rei não lhe fará mal”. Tais citações inspiravam-se fortemente na infeliz união entre o Estado e a Igreja, de onde veio a noção de que o poder real seria concedido por Deus, daí resultando a infalibilidade do seu exercício e, como corolário, a absolutismo pleno, bem representado pela máxima de Luís XIV, Rei da França: “O Estado sou eu”. Esse tipo de filosofia política não deixava espaço para o desenvolvimento do Direito Administrativo.
Somente com os movimentos revolucionários e filosóficos ocorridos na França e na Inglaterra e que se passou a buscar um modelo de Estado diferente, inspirando-se particularmente nos escritos dos antigos filósofos gregos, como Platão, por exemplo.
A partir daí, o atual conceito de Estado foi sendo desenvolvido, com destaque para o Barão de Montesquieu, que a partir dos estudos que realizou nas obras de John Locke, explicitou, no livro “O Espírito das Leis”, que o poder real tinha em si concentradas três formas de manifestação, a saber: A LEGISTATIVA, A EXECUTIVA E A JUDICIÁRIA.
Até os dias de hoje essa tripartição serve de modelo para os Estados modernos, sendo que a cada qual dessas manifestações de poder corresponde uma função peculiar, mas não exclusiva, conforme já demonstrado quando da apreciação do artigo segundo da Constituição Federal. Assim sendo, não há hierarquia entre eles.
Como ente personalizado, o Estado tanto poder atuar no campo do Direito Público como no do Direito Privado, mantendo sempre sua única personalidade de Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente superada.
Esse é o Estado Democrático de Direito, ou seja, o Estado cujo poder emana do povo e é juridicamente organizado sendo obediente às suas próprias leis.
Hodiernamente, o Poder Estatal é uno, não sofre divisões. O que existe é a distribuição entre órgãos autônomos e independentes nas funções de Estado, com a finalidade de proteger a liberdade de cada cidadão frente à autoridade estatal.
O seu objetivo é evitar a concentração nas mãos de uma só pessoa, o que poderia gerar situações de abuso de poder. A separação de funções estatais, como garantia da perpetuidade do Estado Democrático de Direito, serve para impor limites aos detentores ou exercentes do poder, uma garantia contra possíveis arbitrariedades dos seus agentes.
A separação das três funções de poderes surgiu da passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal e tem em Montesquieu seu idealizador: “o poder deve limitar o poder, para evitar o abuso de poder”.
Destarte, não existirá um Estado Democrático de Direito, sem que haja (divisão de funções). Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de direitos e garantias individuais.
Não existe subordinação, pois atuam de modo independente, bem como não devem existir conflitos entre eles, devido ao objetivo de todos os poderes: assegurar o bem comum.
A função legislativa: estabelecer as regras de direito gerais e impessoais, impostas coativamente a todos e a fiscalizadora.
A função executiva: administração do Estado, de acordo com as leis elaboradas pelo Legislativo.
A função judiciária: atividade de distribuição da justiça e aplicação da lei ao caso concreto, em situações de litígio.
A separação dos poderes não é rígida, pois existe uma “interferência” de um poder no outro, ou seja, um poder desempenha sua função, mas ao mesmotempo fiscaliza o outro poder (conhecido como sistema de freios e contrapesos). Também não é absoluta, posto que nenhum poder exercita apenas as suas funções típicas, sendo necessário ressaltar que cada um dos chamados poderes possui uma função predominante (funções típicas), que o caracteriza como detentor de uma parcela da soberania estatal, além de outras funções previstas no texto constitucional (funções atípicas), conforme já lecionamos. Só para relembrar:
O Poder Executivo é responsável por sancionar ou vetar os projetos de lei do Poder Legislativo, bem como edita medidas provisórias com força de lei (art. 62; 66, § 1°);
O Poder Legislativo tem o dever de julgar anualmente as contas do Poder Executivo (art. 49, IX, CF);
É de competência do Poder Executivo nomear os Ministros dos Tribunais Superiores do Poder Judiciário, após prévia aprovação do Congresso Nacional (art. 52,III; e 84, XIV);
O chefe do Poder Executivo é julgado pelo Poder Legislativo nos casos de crimes de responsabilidade;
O chefe do Poder Executivo é julgado pelo Poder Judiciário nos casos de crime comum.
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0020/Aula-003/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0020/Aula-003/WLAJ/DP

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