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Sistema Complemento Universidade Federal de Rondônia Departamento de Biologia 2 Sistema Complemento (C’) • O SC é um mecanismo efetor da imunidade humoral, tanto inata como adquirida, que tem papel importante na defesa do organismo contra as infecções. – Início de síntese no primeiro trimestre da vida fetal – Produzidas no fígado e por macrófagos 3 • O C’ é constituído por um conjunto de cerca de 20 proteínas solúveis no plasma – Moléculas capazes de gerar poros na bicamada lipídica da célula-alvo – Moléculas regulatórias – 10 proteínas de membrana, que impedem a lesão de células próprias pelo complemento homólogo 4 5 • Estas proteínas plasmáticas do complemento estão sob a forma de precursores inativos que são ativados por proteólise limitada – Gerando proteases que clivam as cadeias polipeptídicas dos componentes seguintes em dois fragmentos, sendo o menor designado “a” e o maior “b” (ex: C3 = C3a + C3b). 6 • A ativação do complemento se dá por três vias: – Clássica: interação com imunocomplexos – Alternativa: interage diretamente com a superfície do microrganismo – Lecitina ligante de manose (MBL): variante da via clássica que se inicia sem a necessidade de Ac, portanto, fazendo parte da imunidade inata 7 Ativação do Sistema Complemento • Na ativação do C’, o ponto central é a ativação da enzima C3-convertase, capaz de converter a proteína C3 em C3a e C3b – Na via clássica e na MBL, a C3-convertase é um complexo ativo composto das proteínas C4b2a – Na via alternativa, a C3-convertase é um complexo ativo composto por C3bBb 8 • Ambas produzem grandes quantidades de C3b, que se une a superfície do microrganismo, formando então o início da reação em cadeia que leva a produção e adesão de mais moléculas de C3b • Quando a C3-convertase se liga ao C3b, forma outra enzima ativa, a C5- convertase, que catalisa a clivagem da proteína C5 e que dá início a produção do MAC 9 Ativação do Sistema Complemento Via Clássica • A ativação da via clássica se inicia com a ligação da C1 com um imunocomplexo – A C1 é um complexo de 5 proteínas estabilizadas por íons Ca++, formada por uma molécula C1q, duas C1r e duas C1s – A fração C1q tem capacidade de se unir a fração Fc das imunoglobulinas sempre que estas estejam formando imunocomplexos 10 • O próximo passo da reação é a clivagem da C4 pelo complexo ativo C1qr2s2, formando C4a e C4b – O C4b se une a superfície microbiana para servir de sitio de ligação com a C2, formando o complexo C4bC2, próximo ao local de fixação do complexo C1 – A C2 deste complexo é clivada pelo complexo C1, formando então a C4b2a, que é a C3-convertase da via clássica 11 • A C3-convertase, cliva moléculas de C3 em C3a e C3b – A C3b vai se unir a membrana do microrganismo, atuando também como núcleo focalizador para que continue a ativação do C’, provocando então a fixação de uma grande quantidade de C3b na superfície do microrganismo 12 Ativação do Sistema Complemento Via Alternativa • A via alternativa é iniciada diretamente sobre a superfície dos microrganismos, alguns dias antes da ativação da via clássica • O soro de um indivíduo em situação normal (ausência de infecção) produz continuamente uma ativação limitada de pequenas quantidades de C3b 13 • Esta pequena produção ocorre por que a C3 pode sofrer hidrólise espontânea em água, gerando uma forma ativa chamada C3i • A C3i constitui um sítio de ligação para o Fator B, gerando o complexo C3iB, sobre o qual atua o Fator D 14 • O fator D cliva a porção B do complexo C3iB em Ba e C3iBb – A C3iBb atua como uma C3-convertase em fase fluida que atua sobre as moléculas C3 formando C3a e C3b – Como esta C3b está diluída no soro, em contato com a água ela se hidrolisa, sofrendo inativação 15 • Se no entanto, esta C3b diluída encontra alguma célula estranha ao organismo, ela se une de forma covalente ao microrganismo e inicia a reação de amplificação da via alternativa, que levará a produção de muitas moléculas C3b 16 • Este C3b unido a membrana microbiana, atrai espontaneamente o Fator B, gerando então a C3bB, que por sua vez é substrato do Fator D – O Fator D quebra o Fator B, gerando o complexo ativo C3bBb que é a C3- convertase com a mesma atividade da C3- convertase produzida pela via clássica 17 • As C3-convertases geradas pelas duas vias de ativação, apesar de estruturalmente distintas, apresentam uma atividade proteolítica comum, que é clivar C3 em C3a e C3b. – O fragmento C3b gerado vai se combinar com a C3-convertase dando origem à C5- convertase 18 Ativação do Sistema Complemento Via Lecitina (MBL) • A via MBL, reconhecida recentemente como uma terceira maneira de iniciar a ativação do C’, consiste essencialmente de uma forma distinta de ativar os componentes C4 e C2 da via clássica • Esta via começa pela ação de uma proteína de ligação com a Manose, que se trata de um componente estruturalmente semelhante ao C1q 19 • A MBL se une preferencialmente aos extremos das cadeias de manose, frutose, e glicosamina de polissacarídeos ou glicoproteínas presentes na membrana de uma grande variedade de bactérias 20 • De modo similar ao que acontece com o complexo C1, quando a MBL se conjuga com esses carboidratos, sofre uma alteração conformacional que por sua vez ativa uma serino-protease chamada MASP – Quando ativada, a MASP atua seqüencialmente sobre C4 e C2 para produzir uma C3-convertase idêntica a produzida pela via clássica de ativação 21 Via lítica e Complexo de Ataque a Membrana (MAC) • A fase final da ativação e fixação do C’ consiste em essência na formação de uma C5-convertase, que ao romper enzimaticamente uma molécula C5, desencadeia a formação do Complexo de Ataque a Membrana (MAC) na superfície do microrganismo 22 • A C5-convertase tanto da via clássica quanto da via MBL se forma por uma união covalente de uma unidade C3b com um complexo C4b2a para gerar a C4b2a3b • Na via alternativa, a C5-convertase é formada pela união de uma nova C3b a C3b que faz parte da C3-convertase: – C3bBb3b 23 • Estas duas convertases atuam da mesma forma: – Catalisam a ruptura de C5 em C5a e C5b, que se une a superfície microbiana – A partir da produção do C5b, todas vias de ativação do C’ confluem para a mesma seqüência de ações 24 • Uma vez que o C5b se adere ao microrganismo, vão se aderindo ordenada e sequencialmente uma série de componentes do sistema C’: – O C5b se une ao C6 e a uma C7, resultando no complexo C5b67 – Então acontece uma transição que faz com que o C7 se funda a membrana do microrganismo 25 • Esta transição possibilita o acoplamento de uma molécula de C8 ao complexo e finalmente, mais 14 moléculas de C9 – Estas moléculas de C9 se arranjam entre sí formando uma estrutura chamada poli-9, que forma um canal “oco” que atravessa a membrana lado a lado 26 • O conjunto C5b678poli-9 é o que constitui o chamado complexo de ataque a membrana (MAC), cujo efeito é produzir um notável desequilíbrio osmótico no microrganismo – Que leva a sua lise 27 • A unidade funcional do MAC é um poro inserido na bicamada lipídica que interfere na propriedade de permeabilidade seletiva da membrana, – Permitindo a entrada de água, íons e pequenasmoléculas para o citosol da célula-alvo, – E distendendo a membrana além de sua capacidade elástica e levando à sua ruptura (lise). 28 • A maior parte deste efeito ocorre após a formação da poli-9, embora, antes da formação deste composto final, o complexo C5b678 já possui alguma atividade lítica 29 30 SISTEMA COMPLEMENTO 31 32 33 SISTEMA COMPLEMENTO CONSEQÜÊNCIAS 34 Lise 35 Lise - M.E. 36 Opsonização 37 Aumenta a fagocitose 38 39 Remoção de complexos imunes 40 Regulação do Sistema Complemento • O C’é um sistema inespecífico que em princípio, poderia atacar o próprio hospedeiro • Para evitar estes efeitos negativos, há vários mecanismos reguladores 41 • A ativação da cascata do complemento e a estabilidade dos seus produtos ativos são finamente regulados – Para prevenir a ativação do sistema em células normais do hospedeiro – E limitar a duração da ativação em células microbianas e dos complexos antígeno- anticorpo. • Essa forma de regulação é mediada por proteínas circulantes e de membrana 42 – Vários componentes do C’ ativado são muito lábeis em solução e se inativam por degradação rápida se estiverem a poucos nanômetros do local de interação com a célula microbiana – Existência de um inibidor de C1, o C1Inh, que se une e inativa as porções C1r e C1s do complexo C1 43 • Mas o grande ponto de controle está em evitar a formação da C3-convertase nas superfícies celulares do hospedeiro, pela ação das chamadas proteínas de controle do C’ (CCPs) 44 Via clásica Via alternativa DAF CR1 Inibem a união de C4b com C2 Inibem a união de C3b com o fator B CR1 MCP (mais fator I) cofatores que promoven aa degradação do C4b São cofatores para degradação de C3b Proteínas de controle do complemento 45 • Outro importante ponto de controle consiste em evitar a formação de MAC em células próprias – A Proteína S do plasma se funde ao complexo C5b67 fazendo com que esse não consiga se fundir as células adjacentes – Se caso um complexo C5b678 ainda conseguir se fundir a uma membrana celular do hospedeiro, existe uma outra molécula chamada CD59 que se une a C8 do complexo, evitando a formação da poli- 9 e do MAC 46 • A ausência de componentes da via clássica e alternativa ou os passos finais podem resultar em deficiências de ativação do complemento, que podem ser herdadas ou adquiridas: 47 – Deficiências genéticas nos componentes da via clássica: incluem C1q, C1r, C4 C2 e C3, sendo deficiência de C2 a mais comum em humanos. • Defeitos na ativação do complemento podem impedir que os complexos imunes sejam eliminados da circulação. • As deficiências de C3 estão associados com infecções bacterianas piogênicas. 48 – Deficiências nos componentes da via alternativa: • Incluem a properdina e o fator D, que resultam no aumento da susceptibilidade à infecções com bactérias piogênicas. – Deficiências nos componentes terminais do complemento: • Incluem C5, C6, C7, C8 e C9 também tem sido descritos 49 – Deficiências nos receptores do complemento: • Incluem ausência do receptor tipo 3 do complemento (CR3) e CR4 • Causa uma aderência inadequada dos neutrófilos ao endotélio em sítios de infecção. 50 – Deficiências nas proteínas regulatórias do complemento: • Estão relacionados com a ativação anormal do complemento e várias anormalidades clínicas. • A atividade proteolítica de C1r e C1s podem ser inibidas por uma proteína plasmática chamada de inibidor de C1 (C1INH), –Que é uma serino protease que imita o substrato normal de C1r e C1s, bloqueando suas atividades