Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
p Apostila de Estudo CTBMF Lucas Alexandre Teixeira de Moraes Apostila de estudo para prova e posteriores consultas. 2016 Matéria de Cirurgia e Traumatologia Buco–Maxilo–Facial - 4º Ano noturno. Matérias Estudadas 1º Bimestre: 1) Anestesia. 2) Princípios cirúrgicos fundamentais; e instrumental cirúrgico. 3) Terapêutica Medicamentosa e Prescrição 4) Indicações, Contraindicações e Planejamento de Exodontias. 5) Exodontia de dentes normalmente implantados. 6) Acidentes e complicações das Exodontias. 7) Suturas 2º Bimestre: 1) Biossegurança e paramentação 2) Estudos dos dentes não irrompidos (I e II) 3) Cirurgia Pré-protética (I e II) e Tecidos duros 4) Prótese total imediata 5) Desinclusão dental 3º Bimestre: 1) Infecções Odontogênicas 2) Cistos do Complexo Maxilo-Mandibular ( I e II) 3) Urgência no consultório Odontológico 4º Bimestre: 1) Traumatologia Buco-Maxilo-Facial 2) Cirurgia de ATM 3) Noções de cirurgia ortognática Anestesiologia Primeiro vamos falar sobre a sintomatologia que mais temos contato na odontologia, pois o dentista até hoje ainda atende muitos casos de “emergência”, onde o paciente apenas o procura quando esta com dor. Então sobre dor: Essa sensação representa um dos sintomas mais comumente experimentados tanto na odontologia quanto na medicina. Se para o homem a dor constitui um sintoma extremamente desagradável, para a odontologia e medicina, a dor é encarada como um mecanismo protetor, pois somente por meio dela é possível verificar quando ocorre uma alteração no meio, capaz de provocar agressão aos tecidos com capacidade de resposta. De acordo com a IASP (International Association for the Study of Pain), a dor é uma experiência desagradável sensorial desagradável decorrente da lesão real ou potencial dos tecidos do organismo. Ela também pode ser de três formas: Sensorial quando deum mecanismo fisiológico de percepção. Emocional quando de um mecanismo afetivo, comportamental ou cognitivo. Lesão tecidual quando a causa é orgânica específica. Trata-se de uma avaliação subjetiva, que pode variar de indivíduo para indivíduo. Assim, o sentir dor envolve mecanismos tanto físicos quanto psíquicos e culturais. A dor é parte integrante da vida, presente ao longo de todo o ciclo vital, desde o nascimento até a morte. Em geral esta associada à: doenças, processos inflamatórios, acidentes e procedimentos médicos ou cirúrgicos e, embora tão desagradável e estressante, é essencial para a sobrevivência por exercer uma função protetora para o organismo. Classificação da dor A dor pode ser classificada de acordo com vários critérios, a saber: Segundo a duração: Dor aguda – duração relativamente curta, de minutos a algumas semanas, e decorrente de lesões teciduais, processos inflamatórios ou moléstias. São exemplos: dores adivinhas de injeções, arranhões, pós-operatórios e procedimentos médicos e, em geral, há expectativa de desaparecimento após a cura da lesão, a delimitação tempo-espaço é precisa. Podem ocorrer respostas neurovegetativas associadas (elevação da PA, taquicardia e taquipnéia, entre outras), ansiedade e agitação psicomotora são respostas frequentes. Dor Crônica – duração extensa, de vários meses (em geral considera-se 6 meses) a vários anos. Geralmente acompanhada a processo da doença ou esta associada a uma lesão já tratada. Não tem mais a função biológica de alerta, em geral não há respostas neurovegetativas associadas ao sintoma, é mal delimitada no tempo e no espaço, e ansiedade e depressão são respostas emocionalmente associadas com frequência ao quadro. Dor recorrente – é uma dor aguda, porque ocorre em episódios de curta duração, mas com característica crônica pela sua repetitividade. Como por exemplo, a enxaqueca. Segundo a origem: Neurogênica – dor tipo aguda ardente e intensa, podendo ser constante ou intermitente. Vascular – dor de natureza difusa, podendo ser reflexa e de difícil localização. Muscular – na maioria das vezes é uma dor de natureza surda, limitada à área de origem. O movimento aumenta a dor. Teorias do Mecanismo da Dor Restritivas – Teoria do dualismo mente-corpo, Psicológica, comportamental-operante radical e Cognitiva Radical. Abrangentes – Gate Control, Comportamental-operante Não radical e Comportamental- operante. Voltando ao assunto principal... A percepção da dor é um processo anatomofisiológico, por meio do qual a dor percebida é transmitida, por estruturas nervosas dos órgãos ou receptores da dor, através de mecanismos de condução e percepção. Essa fase (PERCEPÇÃO) é idêntica para maioria das pessoas que apresentam integridade das estruturas nervosas envolvidas no processo. Determinadas doenças ou estados tóxicos podem afetar essa fase, como por exemplo, o diabetes. Por outro lado a REAÇÃO à dor nada mais é que a manifestação da percepção do paciente diante do fenômeno; envolve estruturas e mecanismos pscico-neurofisiológicos extremamente complexos enlaçando no processo o tálamo posterior e o córtex cerebral. Como as reações perante essa sensação varia de paciente para paciente e de dia para dia, vale dizer que a experiência anterior do indivíduo diante do fenômeno também influenciara na reação à dor. A intensidade da reação à dor é determinada pelo limiar de reação à dor do paciente que, por sua vez, sofre a influencia de inúmeros fatores. Quando falamos da percepção a dor, Resumidamente temos: A dor é percebida pelo córtex cerebral, dependendo da integridade das estruturas, como as terminações nervosas livres e as fibras nervosas sensitivas. Os nociceptores consistem nas terminações livres que captam os estímulos nos tecidos superficiais, profundos e nas vísceras. Estes apresentam um alto limiar de excitabilidade. Agora vamos falar mais profundamente sobre a percepção a dor A nocicepção é a detecção de um estímulo agressivo por terminais sensoriais e a transmissão de informações, sob presença e qualidade desse estímulo, pelas conexões sinápticas das células nervosas transmissoras do local estimulado até o cérebro. Em outras palavras a nocicepção é a atividade específica do sistema nervoso que viabiliza a percepção de dor que é, por sua vez, uma experiência psicológica. A plasticidade do sistema – complexo da dor – permite que uma pessoa possa responder de maneira diferente a um mesmo estímulo doloroso aplicado em situações distintas. Percepção da dor: Essa cadeia também acontece quando estímulos mecânicos, térmicos ou químicos ativam os nociceptores profundamente localizados na pele, vasos sanguíneos, tecidos subcutâneos, músculos, vísceras, articulações e outras estruturas do organismo. Pelo fato da percepção da dor localizar-se no córtex cerebral, ela, de alguma forma, sempre estará na dependência da integridade de outras estruturas anatômicas, como as terminações nervosas livres ou nociceptores e as fibras nervosas sensitivas aferentes, para a condução do influxo nervoso desde sua origem até o córtex cerebral. O principio de funcionamento do sistema nervoso é perceber variações energéticas no ambiente, analisar essas variações e organizar respostas, de ordem física e psíquica, convenientes para “lidar” com o estímulo. Com o estimulo doloroso ocorre o mesmo processo. A lesão tecidual, de ordem física, térmica ou química, e a resposta inflamatória que a acompanha resultam na liberação de substâncias químicas (prostaglandinas, potássio, hidrogênio e cininas, entre outros) que estimulam as terminações nervosas livres, gerando um potencial de ação(impulso ou influxo nervoso) que despolarizam a membrana neural. “Lei do tudo ou nada” – significa que um estímulo limiar gera um impulso tão potente e transmitido tão rapidamente como o produzido por um estímulo mais forte. Condução Nervosa A membrana celular é uma delgada camada elástica fosfolipoprotéica (uma camada de proteína envolvida por duas camadas de lipídeos). O gradiente eletroquímico entre o interior e o exterior da membrana é de aproximadamente -70 a -90mV. Deste modo podemos dizer que o nervo em repouso possui um potencial elétrico de repouso, e que, durante esse período, a membrana acha-se polarizada com o interior da célula, sendo eletricamente negativa em relação ao exterior. Desse modo, a membrana constitui-se numa fonte potencial de energia. Quando um estímulo de intensidade suficiente para gerar um impulso é aplicado ao nervo, a membrana ativada devido a uma alteração em sua permeabilidade, permitindo a passagem de sódio para o seu interior e de potássio e cloretos par a o seu exterior, abolindo, assim, o potencial de repouso e despolarizando a membrana. Na realidade, ocorre uma inversão de polaridade a qual gera um potencial reverso que é o dobro do potencial de repouso. A alteração de permeabilidade da membrana se deve à acao mediadora da acetilcolina, substância liberada no local do estímulo. Nos grandes nervos mielinizados, a estimulação ocorre somente nos nódulos de Ranvier, com o impulso sendo conduzido de nódulo para nódulo, graças a sua própria fonte de energia. Reação a Dor Resumidamente - Depende da expectativa, estresse, medo, gênero, cultura, experiência anterior, idade, cognição, história da dor e família. Vamos conversar agora sobre como a reação à dor é... Da mesma maneira que na fase de percepção da dor, na fase de reação ocorre o envolvimento do córtex cerebral, o qual representa a integração e a avaliação da dor pelo SNC. A reação à dor depende, portanto, do funcionamento do córtex cerebral e do tálamo. Assim, se por um lado uma depressão talâmica resulta numa elevação do limiar da dor, por outro, uma depressão cortical menor resulta numa maior reação à dor. Limiar de reação à dor - É uma reação consciente. O limiar de reação à dor varia de acordo com os seguintes fatores: Estados emocionais – alterações emocionais ABAIXAM o limiar da dor. Fadiga – pessoas cansadas tendem a apresentar um BAIXO limiar. Idade – pessoas mais idosas suportam melhor a dor do que os mais jovens. Características raciais – Latino-americanos, italianos e espanhóis tem limiar de reação mais baixos que outras raças. Orientais tem o limiar mais alto. Sexo – o feminino apresenta limiar MAIS ALTO que o masculino. Temor e apreensão – à medida que aumentam o temor e a apreensão, diminuem o limiar. Vias de Condução da Dor Embora o nervo trigêmio seja o grande responsável pelas sensações, na área de atuação do CD, os pares cranianos VII, IX e X, bem como o 2º e o 3º nervos cervicais, também desempenham um papel na mediação da dor originária na área. Mediadores químicos da dor Atualmente acredita-se que existam nociceptores tanto mecanoceptores quanto quimioceptores. No mecanismo da dor, diferentes agentes algogênicos, podem atuar independentemente um do outro. Assim, nas delgadas fibras mielínicas ou amielínicas, os transmissores químicos da dor incluem a substância P e o glutamato. Em seguida à agressão celular, as aminas vasoativas, a histamina, bradicinina e a 5- hidroxitriptamina são liberadas. Eles causam HIPEREMIA, TUMEFAÇÃO E DOR. Constituem-se em mediadores da inflação e são importantes na indução da dor associada com a inflamação. Plaquetas, mastócitos e basófilos constituem fontes das principais aminas. Outras células liberam a bradicinina por meio da deformação da membrana celular. O sistema de coagulação sanguínea age como ativador. A agressão celular induz à formação da calicreína, protease que libera as cininas a partir de seus precursores. As cininas também estão associadas à dor da inflamação. Prostaglandianas – grupo de ácidos gordurosos. Existem seis tipos. São responsáveis por sensibilizar as extremidades nervosas nociceptivas para diferentes tipos de estímulos. São necessárias para a que a BRADICININA possa agir, exacerbando sua ação ,e por sua vez estimula a liberação de prostaglandinas. Bradicinina – polipeptídeo endógeno liberado como parte de uma reação inflamatória. Por ser um potente vasodilatador, favorece a permeabilidade capilar. Em geral, atua como um agente algogênico capaz de excitar todos os tipos de receptores da dor. Favorece a liberação de Prostaglandinas e não causa dor, a não ser em doses excessivas. Serotonina – Monoamina librada pelas plaquetas. Perifericamente é um agente algogênico e esta relacionada à síndrome de dor vascular. Centralmente é uma substância potenciadora na analgesia de endorfinas. Substância P – Polipeptídeo composto de 11 aminoácidos e é liberada nos terminais centrais dos principais neurônios nociceptivos. Atua mais como moduladora da excitabilidade neural do que como neurotransmissora. Histamina – Amina vasodepressiva, derivada do aminoácido histidina. É uma substância vasodilatadora, aumenta a permeabilidade dos pequenos vasos. No pulmão causa contração dos músculos lisos. Considerada uma substância algogênica, age também como neurotransmissora do SNC. Agora vamos variar um pouco o assunto e apresentar alguns outros tipos de receptores (opiáceos e os neuro-hormônios). Sobre os receptores opiáceos: Foram descobertos devido a pesquisas realizadas, onde foi demonstrado – que muitas substâncias endógenas (químicas), por terem uma ação semelhante à da morfina, foram denominadas endorfinas, liberadas após exposição ao estresse e a estímulos nocivos. Receptores para essas substâncias encontram-se ao longo das vias de condução da dor. Desta forma, aparentemente, ao se estabelecer uma exposição a estímulos nocivos, é ativada uma sequência de eventos que tendem a produzir analgesia ou indiferença para a sensação. Sobre os neuro-hormônios: Após sua produção são conduzidos pela circulação para outras áreas do corpo onde exercem sua função. Quando um indivíduo é submetido a um estresse, em decorrência de sua acao, ocorre a liberação de um polipeptídeo, pela glândula pituitária. Este polipeptídeo por sua vez é percursor tanto do hormônio ACTH como da beta-lipotropina (que por sua vez é precursor da maioria das endorfinas, incluindo a Beta-endorfina, Met-encefalina, Leu-encefalina, que produzem uma gama ampla de efeitos nos quais se incluem – analgesia, euforia, alucinações e catatonia). Métodos de Controle da Dor É feito através da via aferente – removendo a causa, bloqueando as vias de condução ou elevando o limiar à dor, através de métodos farmacológicos ou não. E na via eferente, é feito impedindo a reação à dor por depressão cortical (anestesia geral). Chegamos agora num ponto importante para nós CD, onde falaremos um pouco sobre os anestésicos Locais. Conceito – São substancias, que quando em contato com uma fibra nervosa, possuem a propriedade de interromper todas as modalidades de influxo nervoso. Estrutura química – Os anestésicos locais apresentam uma estrutura química bem definida, composta por um centro lipófilo, um centro hidrófilo e uma cadeia intermediária que une os dois centros. Classificação dos Anestésicos Locais Compostos alcoólicos – representados por álcoois aromáticos que, quando injetados ou aplicados topicamente sobre superfícies mucosas ou pele, provocam grande irritação local. São altamente tóxicos, desencadeando destruição da estrutura celular (neurólise).Dentre todos os anestésicos alcoólicos podemos citar = o álcool etílico, o benzoico, álcoois secundários e terciários, o clorbutanol e o fenol. Compostos nitrogenados – representados pelos compostos de amida e de ésteres (mais utilizados na odontologia). Falando separadamente de cada um... Compostos de Amida: Sua síntese é mais recente, tem amplo uso clínico, e são representados pelos xilididos, pela toluidina e quinolina. Compostos de ésteres: Podem ser derivados do ácido benzoico (insolúvel) e do ácido p- aminobenzóico – PABA (solúvel). Agora falando um pouco mais sobre o geral de métodos de controle da dor... A anestesia local causa a perda da sensibilidade em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação das terminações ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos. Promove perda da sensibilidade sem induzir inconsciência. A anestesia local pode ser induzida através de um trauma mecânico, que causa o corte do feixe nervoso p.ex, hipotermia, anoxia, irritantes químicos, agentes neurolíticos (álcool/fenol) ou agentes químicos (anestésicos locais). Um anestésico local ideal deve ser transitório, não ser irritante aos tecidos, não deve promover alterações permanentes nas estruturas nervosas, deve apresentar baixa toxicidade, sofrer rápida biotransformação, ser eficaz em tecido e mucosa, apresentar pequeno tempo de manifestação inicial, longo tempo de ação e ser estéril. Anestésicos Locais Substâncias que, quando em contato com uma fibra nervosa, possuem a propriedade de interromper todas as modalidades de impulso ou fluxo nervoso. São substâncias anfipáticas, ou seja, possuem afinidade pela água, por ser uma solução que se difunde até os nervos, e pelo tecido gorduroso, pois atravessa a membrana lipoproteica. Dissociação dos anestésicos locais Os sais dos anestésicos locais são estáveis e solúveis em água. Esses sais, cloridratos via de regra, ionizam-se quando em solução aquosa, sendo que a amina terciária não carregada (RN) denominada base, coexiste em equilíbrio com a amina quaternária carregada (RNH positivo), também denominada cátion. A ionização é importante, pois a forma não carregada é mais lipossolúvel (permitindo sua penetração nas bainhas de mielina, membranas axionais e nas coberturas de tecido conjuntivo circundantes dos feixes de fibras nervosas com maior velocidade). Por outro lado, é a forma carregada que age no bloqueio dos canais de sódio. O grau de ionização de um anestésico local depende de uma propriedade fisíco/química particular a cada anestésico, chamada de PKa e do pH do meio em que o anestésico irá atuar. Anestésico pKa Início aprox. de ação Mepivacaína 7,6 2 a 4 minutos. Articaína 7,8 2 a 4 minutos. Lidocaína 7,9 2 a 4 minutos. Prilocaína 7,9 2 a 4 minutos. Bupivacaína 8,1 5 a 8 minutos. Procaína 9,1 14 a 18 minutos. Valores de pKa e tempo de latência. Efeito do pH – apesar da variação do pH nos líquidos extracelulares, o pH no interior do nervo permanece razoavelmente estável. Porém nas regiões inflamadas, onde o meio extracelular apresenta-se ácido (pH 5-6), ocorre um desvio para a esquerda da reação dissociação dos anestésicos, ou seja, existe uma menor quantidade de amina terciaria ou de base disponível para atravessar a bainha nervosa, diminuindo então a ação anestésica, além do aumento da absorção do anestésico pelos vasos sanguíneos que apresentam-se dilatados, por consequência da reação inflamatória. Absorção – depende de: A) Vascularização da região; B) Lipossolubilidade do agente anestésico; C) Velocidade da biotransformação; D) Concentração da solução; E) Capacidade de fixação à fibra nervosa. Os anestésicos locais são substâncias amplamente absorvidas pela pele e mucosas. Por meio de difusão são perfundidos pelos tecidos, atravessando todas as barreiras biológicas, exerce sua ação junto à membrana nervosa e depois vai para o interior da microcirculação sanguínea. O processo fisiológico da absorção, ou seja, a passagem do anestésico para a corrente sanguínea é a mais importante fase da rota metabólica e a única que pode ser controlada pelo profissional. Para isso devem ser observados alguns fatores que podem determinar sua velocidade, principalmente com relação à técnica de administração, que julgamos ser a mais importante no controle da absorção. Observação: Evitar injeção intravascular, especialmente intravenosa, fazendo-se a pré aspiração sempre antes da injeção. Injetar lentamente, mesmo tendo a certeza de que a agulha não esta dentro de um vaso, pois a pressão da injeção força a absorção, além de colocar o anestésico em contato com um maior numero de vasos, por difusão forçada. Evitar massagem após a injeção, pois a hiperemia resultante poderá neutralizar o efeito vasoconstritor, além de permitir uma difusão excessiva pelos tecidos moles: o anestésico poderá ficar tão diluído que se torna ineficaz para bloquear fibras profundas. Evitar volumes excessivos de solução, pois sobrecarregam o processo de biotransformação, principalmente nos pacientes com disfunção hepática. Nas áreas com intensa irrigação sanguínea (como túber, por exemplo), a absorção é mais rápida. Nessas regiões, devem ser redobrados os cuidados sugeridos anteriormente. Distribuição Os anestésicos locais, após sua aplicação, são absorvidos pela corrente sanguínea e se distribuem por todos os compartimentos orgânicos, interferindo em todos os órgãos que conduzam ou não estímulos nervosos. As áreas que apresentam maiores níveis sanguíneos são: cérebro, rins, pulmões e baço. A toxicidade do anestésico local depende da taxa de absorção e da taxa de eliminação. Mecanismo de ação dos anestésicos Os anestésicos evitam a geração e condução do impulso nervoso. Seu local de ação é a membrana celular dos axônios. Os anestésicos locais reduzem ou evitam o grande aumento transitório, na permeabilidade das membranas excitáveis dos tecidos nervosos ao sódio. Sua ação decorre da ligação a receptores específicos dos canais de sódio, ação direta (teoria do receptor específico). As propriedades dos anestésicos locais de interromper a condução nervosa variam dependendo do seu pKa, lipossubilidade, pH do meio e vascularização do sítio. Biotransformação Após sua aplicação, os anestésicos locais caem na microcirculação, onde tem início sua biotransformação, que ocorre de acordo com suas características próprias, são elas: Derivados do grupo éster – são metabolizados em grande parte no sangue pelas colinesterases e em menor parte no fígado, também por esterases. A velocidade de hidrólise dos anestésicos locais do tipo éster varia e está relacionada com a toxicidade. Derivados do grupo amida – são metabolizados no fígado. São degradados pelo retículo endoplasmático hepático e as reações iniciais envolvem N-desalquilação e hidrólise subsequente, na maior porcentagem, ou excreção renal direta, na menor porcentagem. Excreção Após a metabolização hepática, o fígado devolve a circulação sistêmica os metabólitos, que novamente poderão estar ligados a proteínas plasmáticas ou livres. Os metabólitos livres estarão aptos para excreção renal (maior forma de excreção), ou se ligar aos tecidos. É bom lembrar que uma parte dos anestésicos também é excretada pelos pulmões. Recuperação do bloqueio anestésico local O anestésico extraneural é eliminado por difusão, dispersão e captação. A concentração extraneural. O anestésico local começa a se difundir de dentro para fora do nervo. A liberação da droga é mais lenta que a absorção, por estar ligada aos canais de sódio. Difusibilidade – é a capacidade que o anestésico local possui de se difundirou penetrar através do tecido conjuntivo de revestimento do nervo. Quanto mais difusível o anestésico, menor o tempo de latência e mais intenso o bloqueio. Latência e duração dos efeitos – Latência é o tempo decorrido desde a aplicação do anestésico até sua ação. A duração depende, também, da potencia do sal anestésico empregado, estando relacionada com a afinidade do anestésico e a membrana celular. Reduzindo-se o fluxo sanguíneo, da região a ser anestesiada - é conseguido pela adição de um vasoconstritor à solução anestésica o tempo de ação do anestésico aumenta pela diminuição do processo de absorção. Eficácia dos anestésicos locais – a eficiência dos anestésicos locais depende dos seguintes fatores: Natureza química do anestésico, Concentração utilizada, Grau de difusão (sal e base livre), Potenciação por vasos constritores. Potencia e toxicidade – o aumento da potencia do anestésico é acompanhado pelo aumento da toxicidade relativa. Do ponto de vista anestesiológico, os fatores predisponentes e determinantes da toxicidade dos anestésicos locais são: Técnicos: o Relação potencia-toxicidade o Concentração das soluções o Potenciação o Absorção o Dose total usada Clínicos: o Estado clínico do paciente o Velocidade de aplicação de injeção o Capacidade de desintoxicação hepática o Vascularização da Área injetada. Vamos nos aprofundar um pouco mais em conceitos, conduta e classificação de anestesia local... Conceitos: Anestesia – é a perda dos sentidos ou sensações; Anestesia local – é um tipo de anestesia em que apenas parte do corpo é privada de sensações, o indivíduo continua se relacionando com o meio; Anestesia local intrabucal – anestesia via bucal; Anestesia local Extrabucal – anestesia via Extrabucal; Anestesias terminais – anestesias em que a ação do agente anestésico ocorrera nas terminações nervosas. Podem ser: o Superficiais – quando a ação do agente anestésico ocorre por contato superficial entre anestésico/pele ou mucosa. o Infiltrativas – quando a ação do agente anestésico ocorre pela sua infiltração na intimidade dos tecidos orgânicos, ao nível das terminações nervosas, por injeção. Anestesias por bloqueio – anestesias em que o agente anestésico exercerá sua ação ao nível de um ramo ou tronco nervoso, por injeção. Podem ser: o Regional – quando o agente anestésico exerce sua ação ao nível de um tronco nervoso, promovendo anestesia na região por ele enervada. o Troncular – quando o agente anestésico exerce sua ação ao nível de um ramo nervoso, promovendo sua anestesia na região por ele enervada. Conduta básica Ficam subentendido os cuidados prévios de assepsia e antissepsia para todas as técnicas de anestesias que falarei a seguir. Vamos agora falar das classificações de técnicas anestésicas... Anestesia Local Tipos de anestesias: Terminais Superficiais: o Objetivo – insensibilização das mucosas ou tecidos cutâneos, geralmente para se evitar sensações dolorosas quando da penetração da agulha, seja nas anestesias terminais Infiltrativas, seja por bloqueios, ou ainda para drenagem de abscessos. Anestesia de duração FUGAZ – é também conhecida como anestesia tópica. o Existem ao todo quatro técnicas para sua obtenção, a saber: Compressão – tem como objetivo produzir anestesia passageira, por compressão de filetes nervosos periféricos, tornando mais tolerável a penetração da agulha (não é mais indicada). Refrigeração – Consiste na aplicação de, substancias químicas ou mesmo princípios físicos como o frio, que venham a produzir diminuição da temperatura no local, com consequente insensibilização regional. A técnica consiste em se aplicar o anestésico no local que vai se intervir. Nesse local começa a se formar uma área de isquemia, quando isso acontece pode se começar a cirurgia. Pulverização – aplica-se nos dias de hoje como uma atitude prévia a uma anestesia por infiltração. Os anestésicos para esta técnica são apresentados em forma de spray, e devem ser aplicados sobre a área anatômica de interesse para se obter, em poucos minutos, a anestesia da área. Fricção ou contato – é feita no ato de friccionar a área de interesse com um chumaço de algodão ou um cotonete embebido no agente anestésico, que pode ser utilizado na forma líquida ou pomada. Terminais Infiltrativas: o Neste tipo de anestesia se utilizam de alguns instrumentais para o correto funcionamento, são eles – Seringa (tipo Luer) ou Carpule, Intermediário curto e agulhas descartáveis. o As anestesias terminais Infiltrativas podem ser por infiltrações nos tecidos moles e nos tecidos duros (ósseos). Quando se decide por este tipo de anestesia, deve-se pensar em alguns pontos: Anestesia Intrabucal Anestesia Extrabucal Terminais Bloqueios Terminais Bloqueios Superficiais Infiltrativas Regionais Tronculares Superficiais Infiltrativas Regionais Tronculares o Área a ser anestesiada – quando a intervenção que se pretende realizar for pequena (procedimentos pequenos e, portanto, pequena área de insensibilidade), torna-se desnecessário recorrer a técnicas anestésicas que promovam maiores áreas anestesiadas. o Profundidade e duração – diante de um ato cirúrgico de maior porte em que se deseja uma anestesia mais durável e profunda, devemos escolher técnicas de anestesia que nos propiciem condições mais tranquilas de trabalho, portanto, devemos empregar técnicas anestésicas por bloqueios regionais ou mesmo tronculares que atendam nossas necessidades. o Idade – a idade do paciente também deve ser levada em consideração quando da escolha de uma técnica anestésica. Não deve esquecer-se das características anatômicas, diferenciais, entre osso da maxila e o da mandíbula. A compacta óssea mandibular é muito mais espessa que a da maxila, o que dificulta a acao do agente anestésico. o Hemostasia – muitas vezes determinados atos cirúrgicos apresentam um sangramento que, embora seja decorrente de manobras cirúrgicas que causam o rompimento de arteríolas e vênulas, sendo por isso abundante e considerado normal, dificulta a acao do cirurgião. Nesses casos o uso de soluções anestésicas com vasoconstritor é recomendado, desde que não haja contraindicações por parte do paciente. Terminais Infiltrativas Submucosas – é indicada, de modo geral, para intervenções de tecidos moles da cavidade bucal. o Indicações – de modo geral, para intervenções em tecidos moles da cavidade bucal. o Descrição da técnica – consiste basicamente em se puncionar a mucosa fazendo com que a ponta da agulha passe através dela e penetre ate a região submucosa próxima da área da intervenção. A punção deve ser feita de maneira rápida, com ou sem prévia anestesia terminal superficial, com o objetivo de se evitar a dor provocada pela penetração da agulha. Á medida que se aprofunda a agulha vai se injetando a solução anestésica para evitarmos a possível dor provocada pela introdução da mesma. Observação – quando queremos fazer a exérese de uma lesão, ou quando queremos uma diminuição do sangramento cirúrgico da área de intervenção, podemos realizar várias punções ao redor da lesão fazendo o que vários autores denominam anestesia em botão. Técnicas Infiltrativas supraperiostal – Consiste basicamente em puncionar a mucosa, fazendo com que a ponta da agulha, penetre até a região submucosa, junto ao periósteo, mas sem atingi-lo ou penetra-lo. o Indicações – pode ser utilizada para intervenções em qualquer dente da arcada superior, tanto em adultos como em crianças. Não deve ser empregado para anestesia de dentes inferiores de adultos devido à compacta óssea apresentar-se muitoespessa e, portanto, a Difusibilidade do anestésico ser prejudicada. Pode ser utilizada na região anterior da mandíbula de crianças, devido ao fato de essa região óssea ser, em crianças, mais porosa. o Descrição da técnica – com o dedo indicador e polegar, da mão esquerda distendemos o lábio do paciente para baixo e para fora, com a finalidade de evidenciarmos o fundo de sulco. Em seguida puncionamos com o conjunto seringa- agulha paralelo ao longo eixo do dente que irá sofrer a intervenção. A agulha por sua vez deverá penetrar até que sua ponta fique próxima ao ápice dental. LEMBRANDO – O BISEL DA AGULHA DEVERÁ ESTAR VOLTADO PARA O OSSO. Em alguns casos se faz necessário que a área de abrangência do anestésico seja maior, neste caso não necessitamos de um bloqueio, podemos apenas variar a angulação lateral (sendo feita de modo que retorna-se a agulha até o ponto onde apenas sua ponta fique dentro da mucosa, e reinserimos a agulha variando a angulação para mesial ou distal) da agulha fazendo com que a solução perfunda-se no sentido mesio-distal do dente. Terminais Infiltrativas subperiostal – o anestésico é depositado sob o periósteo, junto ao tecido ósseo. Consiste basicamente em puncionar a mucosa, fazendo com que a ponta da agulha penetre até a região submucosa, junto ao ápice dentário com inclinação tal que sua ponta atravesse o periósteo e atinja o osso. o Indicações – pode ser utilizada tanto em adultos quanto em crianças para qualquer dente da arcada superior. Pode também ser aplicado tanto pelo lado vestibular como pelo palatino. Novamente uma técnica que não deve ser empregada para se anestesiar dentes inferiores de adultos devido a compacta óssea ser muito espessa impedindo a solução de perfundir-se corretamente pelo tecido. Ainda em crianças pode ser usado na região anterior da mandíbula, devido ao fato de essa região óssea ser mais porosa em crianças. o Descrição da técnica – com o dedo polegar e indicador da mão esquerda distendemos o lábio do paciente para baixo e para fora, do mesmo modo que na técnica supraperiostal. Em seguida, puncionamos a mucosa bucal no fundo de saco, na altura do dente que irá sofrer a intervenção, de tal modo que o longo eixo do conjunto seringa- agulha esteja a 45º em relação ao longo eixo do dente em questão. A agulha agora deve penetrar até atravessar o periósteo e tocar o osso próximo ao nível do ápice dentário. Essa técnica, por provocar muita dor durante sua aplicação, geralmente é empregada como técnica anestésica complementar das anestesias Infiltrativas supra e subperiostal, aplicadas no lado vestibular do processo alveolar, em exodontias de dentes superiores. Técnica terminal Infiltrativa intra-septal – realizada através de injeção no septo ósseo de dois dentes contíguos. A solução passa rapidamente através da estrutura óssea esponjosa, avança pelos canalículos e lacunas ósseas, anestesiando as terminações nervosas livres que inervam o alvéolo, atingindo assim o ligamento periodontal. o Indicações – pode ser utilizada em papilas interdentais tanto em maxila como na mandíbula, tanto pelo lado vestibular quanto palatino. Por essa razão encontra grande utilização nos casos de PERIODONTIA (raspagens supra e subgengival), próteses unitárias e fixas (retração gengival para moldagens), dentística restauradora (colocação de matriz para restaurações de classe II e MOD; colocação de grampos para isolamento do campo) e endodontia. Muito utilizada também em odontopediatria. o Descrição da técnica – consiste em se penetrar com a agulha através da papila gengival de modo que sua ponta penetre no septo ósseo entre dous dentes contíguos. Técnica terminal Infiltrativa intraóssea – tem como objetivo a deposição do agente anestésico no osso medular (esponjoso) entre as corticais ósseas, tanto na maxila quanto na mandíbula. o Indicações – exodontia de pré-molares e molares inferiores quando estão contraindicadas as anestesias por bloqueio regional, em todos os casos de hiperestesia dentinaria para preparação de cavidades, em pulpectomias imediatas. Atualmente devido às novas técnicas empregadas não se utiliza mais. o Descrição da técnica – inicialmente com uma broca penetra-se no osso até atingir sua parte centra esponjosa, em seguida, introduz-se a agulha e injeta-se o anestésico. Deve ser praticada pouco acima do ápice do dente de interesse, na sua porção distal ou mesial, a fim de se evitar lesões de raízes. Técnica terminal Infiltrativa peridental – Ainda muito utilizada, consiste em depositar o anestésico junto às fibras do ligamento periodontal, cuja microcirculação transporta facilmente o agente anestésico até o ápice dentário, através do forame até a câmara pulpar. Nesse trajeto vai promovendo a insensibilização das terminações nervosas livres. o Indicações – exodontias, pulpectomias, pulpotomias e preparos cavitários* (* - segundo o autor do livro a indicação feita para preparos cavitários na verdade não é bem sucedida, uma vez que qualquer solução anestésica ou não injetados no ligamento periodontal, sempre dará origem a uma pericementite medicamentosa, tornando assim o método contraindicado para preparos cavitários). o Descrição da técnica – introduz-se a ponta da agulha entre o osso alveolar e a raiz dentária de modo que aquela penetre no ligamento periodontal. Caso o paciente refira dor, injeta-se anestésico e, a seguir, mudamos o local de introdução da agulha de maneira a contornarmos todo o ligamento periodontal. A não referencia de dor pelo paciente indica o sucesso da técnica. Técnica terminal Infiltrativa intrapulpar – tem como objetivo a anestesia direta da polpa dentária. o Indicações – pode ser utilizada em endodontia, principalmente em casos de biopulpectomias e biopulpotomias, cujos dentes apresentam processos de cárie que, por sua extensão, além de já terem destruído todo o tecido dentário, também já comprometeram o tecido pulpar em caráter irrevogável. Pelo mesmo motivo da técnica peridental, esta técnica também é indicada como complementar da técnica pterigomandibular (devido a referencia de dor durante a extração). o Descrição da técnica – introduz-se a ponta da agulha dentro da polpa dentária exposta, procurando inseri-la, se possível, nos canais radiculares. O paciente refere no momento da penetração da agulha dor aguda, porém rápida, e a insensibilização advém quase que instantaneamente. BLOQUEIOS REGIONAIS NA MAXILA Anestesia dos nervos alveolares superiores posteriores – é também denominada anestesia ZIGOMÁTICA, pelo fato de a agulha, para se obter a anestesia do nervo alveolar superior posterior, ter de penetrar na fossa zigomática de tal modo que a sua ponta situe-se bem junto a parede posterior da tuberosidade da maxila. Considerações anatômicas – os nervos alveolares superiores posteriores originam-se do nervo maxilar, antes de sua entrada no canal suborbital. A partir daí, dirigem-se para baixo e para frente, descendo pela superfície da tuberosidade maxilar, na fossa zigomática, até a altura dos forames alveolares superiores posteriores, por onde penetram inervando, além do terceiro e segundo molares, as raízes distal e palatina do primeiro molar superior. A tuberosidade maxilar é uma estrutura óssea, curva, que pode apresentar variações anatômicas, a saber: o Localização distal em relação ao primeiro molar superior em pacientes com mais ou menos 10 anos de idade; o Localização distal em relação ao primeiro molar superior em pacientes jovens com mais ou menos 15 anos de idade; o Localização distal em relação ao primeiro molar superior em pacientes adultos. Indicações– intervenções no primeiro, segundo e terceiro molares, sendo que, apenas as raízes distal e palatina do primeiro molar sofrem anestesia. Portanto em intervenções como exodontia e endodontia do primeiro molar superior, devemos complementar essa anestesia com uma anestesia Infiltrativa para a raiz mesiovestibular. Esta técnica também esta indicada quando houver processos patológicos que contraindiquem uma anestesia Infiltrativa. o Nervos anestesiados – Alveolares superiores posteriores o Pontos de reparo – curva zigomática alveolar do osso maxilar, plano oclusal dos molares superiores e plano sagital mediano do paciente. Descrição da técnica: O nervo alveolar superior posterior, na maxila, penetra na região próxima a tuberosidade, assim o anestésico é injetado nessa região. Para a injeção adequada pontos anatômicos de referência devem ser utilizados, como a curvatura zigomática alveolar, o plano oclusal dos molares superiores (POMS) e o plano sagital mediano (PSM). Em uma visão lateral do paciente, a agulha deve penetrar de forma que chegue o mais próximo possível desses forames, logo o conjunto agulha seringa deve seguir a inclinação de 45º, de acordo com o PSM. A punção é realizada posteriormente ao pilar zigomático, com o auxílio do afastador de Minessota, penetrando a agulha no mínimo dois terços para atingir os forames. O paciente não deve abrir muito a boca, pois o processo coronóide se projeta para inferior e impede a visualização, assim a boca deve estar semiaberta. Em uma vista lateral, a angulação formada entre o conjunto seringa agulha e o plano oclusal dos molares é de 90º. Apenas reforçando o texto, agora uma imagem para exemplificar bem! Alguns erros podem ocorrer, são eles: Conjunto seringa-agulha num ângulo diferente dos 45º em relação ao plano Sagital Mediano; Conjunto seringa-agulha num ângulo diferente dos 90º em relação ao POMS; Paciente com a boca muito aberta projetando a apófise coronóide do ramo ascendente da mandíbula para frente. Anestesia dos nervos alveolares superiores anterior e médio e do nervo infraorbitário – também chamada de ANESTESIA INFRAORBITÁRIA pelo fato de ter como objetivo anestesiar os nervos alveolares superiores anterior e médio, bem como o nervo infraorbitário, mais ou menos 5mm dentro do forame do mesmo nome, no qual a ponta da agulha deve penetrar. Indicações – indicada para inervações nos incisivos, caninos e pré-molares superiores, processos patológicos que contraindiquem uma anestesia Infiltrativa e em intervenções em tecidos moles de hemiface superior. Nervos anestesiados – nervos alveolares superiores anterior e médio. Técnica – Nessa técnica o anestésico será depositado no forame infraorbitário, sendo utilizada para anestesiar pré-molares e raiz mesiovestibular de primeiros molares, quando técnicas infiltrativas não forem possíveis ou quando for feita intervenção em tecidos moles de toda uma hemi-face. Para isso é necessário localizar o forame infraorbitário. Ele se localiza geralmente a 1 cm abaixo da borda inferior do rebordo orbitário, na altura do centro pupilar, outra forma de localizá-lo é através de uma linha imaginária que passa pelo forame supra-orbitário, f. infra-orbitário e f. mentoniano. O método mais fácil é a palpação. Para esse forame ser atingido, vários músculos da mímica podem interferir no trajeto do conjunto seringa agulha, logo este deve ser utilizado quase paralelo ao eixo dos caninos, com uma inclinação de 5-10º. Para isso é preciso distender o tecido para que a distância percorrida pela agulha não seja tão grande, sendo no máximo 10 mm. A punção extraoral do nervo infraorbitário é mais fácil, porém mais traumática. Não realizada com frequência devido ao fato da maxila ser um osso muito poroso, o que permite maior sucesso com as técnicas terminais infiltrativas. Algumas considerações anatômicas – O nervo maxilar, segundo ramo do nervo trigêmio, após sua origem no gânglio gasser, emerge do endocrânio ou neurocrânio para o esplancnocranio, através do forame ou buraco redondo maior, cruza a fossa esfenopalatina, penetra na fissura orbitaria inferior, segue pelo rebordo infraorbitário na superfície superior da maxila, alcança o canal infraorbitário onde passa a se chamar de nervo infra-orbitário. Daí da origem a ramos que vão inervar a pálpebra inferior, parte lateral do nariz e lábio superior. Em seu trajeto, ainda dentro do canal infraorbitário, a mais ou menos 10 mm de seu forame, dá origem aos nervos alveolares superiores médios e um pouco mais próximo, a 5 mm de seu forame, dá origem aos nervos alveolares superiores anteriores. Uma observação deve ser feita: o nervo alveolar superior médio, segundo estudos, não é um nervo com presença anatômica frequente. Quando não está presente, a inervação da raiz mesiovestibular do primeiro molar, do pré-molar, do canino e dos incisivos é feita pelo NASA. E quando está presente, ele inerva os pré-molares e a raiz mesiovestibular do primeiro molar superior. Vamos agora colocar algumas imagens para tentar deixar mais claro como fazer corretamente... Anestesia dos nervos nasopalatinos – pelo fato desta técnica ter o objetivo de se anestesiar os nervos nasopalatinos, dentro do forame incisivo, no qual a ponta da agulha devera penetrar quando de sua aplicação, ela é chamada também de anestesia nasopalatina. Indicações – intervenções na fibromucosa palatina (terço anterior) e como anestesia complementar de anestesias infiltrativas para dentes anteriores e da técnica de anestesia regional infraorbitária. Nervos anestesiados – nasopalatinos. Pontos de reparo – papila incisiva e incisivos centrais. Técnica – Na maxila também existem bloqueios palatinos. Para o bloqueio dos nervos palatinos deve-se introduzir a agulha no forame incisivo, sendo esta anestesia utilizada para intervenções no terço anterior da fibromucosa palatina ou como anestesia complementar as anestesias infiltrativas. O ponto anatômico de identificação do forame incisivo é a papila incisiva, que não depende da presença dos dentes. Se houver os incisivos, o forame localiza-se geralmente a um cm do colo clínico palatino desses incisivos. A inclinação do conjunto seringa agulha é paralelo ao longo eixo dos incisivos. Um erro comum é a penetração da agulha mais próxima ao colo clínico palatino do dente, na gengiva marginal, obtendo-se assim uma anestesia infiltrativa supraperiostal. Vamos colocar agora imagem de como se faz para tentar clarear a ideia da técnica... Anestesia dos nervos palatinos maiores – também conhecida como anestesia palatina posterior. Isso porque ela é aplicada na região posterior da boca junto aos limites do processo alveolar com ossos palatinos e próximo ao limite entre os palatos duro e mole. Indicações – intervenções na fibromucosa palatina, na região de pré-molares e molares e como anestesia complementar. Nervos anestesiados – palatinos maiores (anteriores) e menores (medianos e posteriores). Pontos de reparo – limite palato duro/mole, rafe mediana e limite processo alveolar/ossos palatinos e dentes molares. Técnica – Quando a fibromucosa do processo alveolar se une com a fibromucosa do palato é formado uma linha, geralmente o forame localiza-se abaixo dessa linha. Havendo duas situações, uma na presença do 3º molar e outra na sua ausência, 50,6% dos forames palatinos maiores localiza-se na metade anterior do 3º molar e 39,8% localiza-se na metade posterior do 2º molar. O forame nunca se localiza próximo a coroa, sempre na união entre processo alveolar com o osso palatino, onde é formada a linha entre as fibromucosa. A angulação do conjunto seringa-agulha deve ser de 45º, dependendoda curvatura do palato do paciente. Vamos imaginar como é esta anestesia?... RESUMINDO TUDO Finalizamos o estudo de anestesias na maxila, vamos agora à mandíbula! Bloqueios regionais na mandíbula Bloqueio regional Pterigomandibular – é toda anestesia cujo ponto de punção da agulha seja na região pterigomandibular e que tenha por objetivo a anestesia dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal, independentemente da técnica utilizada. Indicações – as anestesias por bloqueio regional na mandíbula encontram indicação em: intervenções em todos os dentes inferiores da hemiarcada anestesiada, em tecidos moles da região no assoalho bucal e região lateral e ponta da língua no lado em questão e intervenções no hemi-lábio correspondente. Nervos anestesiados – alveolar inferior, lingual, mentoniano, incisivo e bucal. Algumas considerações anatômicas devem ser tomadas - O tronco do nervo trigêmeo em questão é o mandibular, este por sua vez possui o ramo alveolar inferior, lingual e bucal, os dois últimos são gerados antes da penetração no forame mandibular e o que penetra o forame mandibular é denominado nervo alveolar inferior, até emergir no forame mentoniano, quando passa a ser denominado nervo mentoniano. Alguns filetes continuam pelos canais incisivos, os nervos incisivos. A anestesia na região posterior é utilizada em qualquer intervenção dos dentes inferiores do hemiarco anestesiado, do assoalho bucal e da borda lateral e extremidade da língua do hemiarco correspondente. O nervo bucal passa pelo trígono retromolar e segue sentido vestibular, o nervo lingual vem pela linha oblíqua interna e inerva uma porção do assoalho bucal e a hemi-língua e o nervo alveolar inferior, que caminha pelo canal da mandíbula até emergir pelo forame mentoniano, este inerva tecido mole. Agora vou dissertar um pouco sobre as técnicas utilizadas para essa anestesia, nervo a nervo... Nervo Alveolar inferior – Para o bloqueio deste nervo existem quatro técnicas distintas, sendo elas: o Indireta ou de três posições – pois haverá três posições do conjunto seringa-agulha; o Direta – bloqueio regional; o Boca fechada (Vazirani e Akinosi) – utilizada em situações de trismo; o Técnica gow-gates – é o bloqueio troncular da mandíbula – esta técnica não é regional. Na técnica indireta – baseia-se em deslizar o dedo indicador sobre o plano oclusal dos molares do hemiarco a ser anestesiado até que seja atingido o ramo mandibular, atingindo-o deve-se girar o dedo e na posição da porção mediana da falange tem-se o local de punção da agulha, sendo que a agulha vem sobre o plano oclusal dos molares. Penetrar com a agulha, ultrapassar a linha obliqua interna até atingir o forame mandibular, local onde é depositado 2/3 da solução anestésica nos nervos bucal e lingual. Depois disso deve se mudar a angulação do conjunto seringa-agulha sem tirar a agulha da mucosa e depositar o resto do anestésico para anestesiar o nervo alveolar inferior. Essa técnica é mais difícil devido à grande abrangência da anestesia, caso haja algum problema (mucosa assoalho, língua e os dentes), ou seja, os sinais de anestesia se confundem. o Na técnica direta – primeiro é feito o bloqueio do nervo alveolar inferior e o nervo lingual e depois do sinal de dormência do lábio é feita a anestesia do nervo bucal, o que permite saber no caso de falha da anestesia qual é o nervo que não foi anestesiado, em qual infiltração houve erro de técnica. Na sua realização tem-se como pontos de referência os pré-molares do lado oposto, o plano oclusal dos molares inferiores e a depressão formada pelo ligamento pterigomandibular, pela linha obliqua externa e pelo vértice do trígono retromolar. É na depressão, entre o ligamento e a linha obliqua externa, que é feita a punção da agulha, na altura de 1 cm da oclusal dos molares inferiores. A agulha deve penetrar até que ela TOQUE O OSSO e assim deve-se RECUAR um pouco e depositar o anestésico. Ocorre que há bastante tecido ate chegar ao forame mandibular, assim em algumas vezes a agulha curta não alcança o forame, devendo então usar agulhas longas para evitar que a agulha curta se quebre no interior do tecido. Pode ser denominado BLOQUEIO PTERIGOMANDIBULAR. Nessa primeira punção foi depositada 2/3 do anestésico e o nervo alveolar inferior e o lingual foram anestesiados. O terço final do anestésico vai anestesiar o nervo bucal para anestesiar a mucosa vestibular. Essa ultima anestesia é dada quando o paciente já referiu dormência no lábio inferior. Na anestesia do nervo bucal os pontos de referencia são – o ultimo dente erupcionado na arcada inferior e a linha obliqua externa, assim a punção é feita na distal do ultimo dente no fundo do sulco vestibular. Nesse local a espessura do tecido não é muito grande, logo irá penetrar uma porção menor da agulha. Sobre a técnica pterigomandibular algumas observações devem ser feitas: o Em crianças não se tem o completo desenvolvimento da mandíbula, logo a posição do forame mandibular está mais acima do que no adulto, assim a inclinação deve aumentar um pouco e a agulha deve vir de cima para baixo, de encontro ao forame. o Em pacientes desdentados houve perda do rebordo alveolar, assim o forame está mais próximo da crista óssea alveolar. Nervo Mentual - O bloqueio do nervo mentual é utilizado para intervenções em tecidos moles na região anterior da mandíbula, para isso a localização do forame mentual é necessária. Ele pode estar abaixo do ápice do 1º pré-molar, entre o 1º e o 2º pré-molar ou abaixo do ápice do 2º pré-molar, sendo sua localização feita pela imagem radiográfica. A luz do forame mentoniano está voltada para superior posterior, logo a orientação da agulha é de posterior para anterior e de vestibular para lingual, formando um ângulo de 45º. O lábio deve ser tracionado e a punção feita na região de fundo de sulco. Nervo lingual - Bloqueio utilizado para intervenções no assoalho bucal ou na metade da língua no lado a ser anestesiado. Deve-se ter cuidado devido a grande vascularização e a presença de glândula na região. Essa anestesia é feita sempre de encontro à parede medial da mandíbula, não é necessária grande penetração e fazendo injeção lenta. Raramente é utilizada. Bloqueio Troncular na Mandíbula - Gow-Gates – Abaixo da cabeça da mandíbula passa o tronco mandibular, sendo que depois da porção condilar ocorre a sua divisão. Portanto, se é feito o bloqueio do nervo mandibular será anestesiado todos os seus ramos. É uma técnica bastante sensível, pois a ponta da agulha deve ir até a face lateral do côndilo, sendo necessária que esta seja longa. Os pontos anatômicos de referência são a porção inferior do trágus e a comissura labial (pontos de referência extra-orais). A direção também é do lado oposto ao que se quer anestesiar, logo o ponto de referência intra-oral é a cúspide distolingual do 2º molar superior, ponto este em que a agulha vai penetrar pela vestibular do 2º molar superior. Agora vou colocar em imagens o que já foi falado sobre a pterigo... Resumindo tudo: Terminado o assunto ANESTESIA, agora seguimos em frente, o próximo assunto são os princípios da cirurgia. Cirurgia é uma disciplina baseada em princípios que evoluíram da pesquisa básica e séculos de tentativas e erros. Esses princípios permeiam cada área da cirurgia, seja oral e maxilofacial, periodontal ou neurocirurgia. Importante saber que Muitos pacientes apresentam problemas de saúde que afetam a cicatrização e a capacidade de suportar uma cirurgia oral e maxilofacial. Sobre o tratamento odontológico em si, é mais “fácil”, por assim dizer, se prevenir uma emergência médica do que lidar com uma que ocorre no trans ou pós-operatório.Especificando para odontologia – os dados de anamnese, exame físico e a avaliação laboratorial de pacientes que necessitam de cirurgia dentoalveolar ambulatorial são diferentes daqueles realizados em pacientes que requerem hospitalização para procedimentos cirúrgicos. o dentista deve descobrir a presença ou o histórico de problemas médicos que possam afetar a segurança do tratamento, bem como condições que afetam especificamente a saúde da região oral e maxilofacial. Anamnese A anamnese adequada (bem feita) é a informação mais importante que o dentista pode ter quando decide se o paciente pode se submeter com segurança a um determinado tratamento dentário. O dentista também deve prever como um problema médico alterará a resposta do paciente aos agentes anestésicos e à cirurgia planejada. Se a anamnese for bem feita, o papel da avaliação clínica (física) e a avaliação laboratorial acabam por desempenhar um papel menor na avaliação pré-cirúrgica. A anamnese e o exame físico são diferentes para cada paciente, onde devem considerar os problemas clínicos, estilo de vida, nível de conhecimento, a complexidade do procedimento planejado e os métodos anestésicos antecipados. Ainda falando sobre o estado de saúde de cada paciente... Após essas perguntas, ainda se deve verificar os aspectos... Agora vamos falar do tratamento de pacientes com condições médicas comprometedoras... Alguns pacientes com problemas sistêmicos algumas vezes requerem modificações nos cuidados transoperatórios quando uma cirurgia oral é planejada. Problemas cardiovasculares – cardiopatia isquêmica: Angina pectoris – é a obstrução do suprimento arterial para o miocárdio e é um dos problemas de saúde mais comuns encontrados pelos cirurgiões dentistas. Acomete principalmente homens com mais de 40 anos, e em mulheres após a menopausa. A angina é um sintoma de doença cardíaca isquêmica produzida quando o suprimento sanguíneo do miocárdio não está sufi cientemente aumentado para satisfazer a necessidade de oxigênio aumentada, o que resulta em doença arterial coronariana. O miocárdio torna-se isquêmico, produzindo uma sensação de pressão forte ou de aperto na região subesternal do paciente, que pode irradiar para o ombro e braço esquerdo e também para a região mandibular. A responsabilidade do dentista com o paciente que possui história de angina é de utilizar todas as medidas preventivas disponíveis, de forma a reduzir a possibilidade de que um procedimento cirúrgico desencadeie um episódio de angina. As medidas preventivas iniciam-se ao se obter uma cuidadosa história sobrea angina do paciente. O paciente deve ser questionado em relação aos eventos que produzem a angina; a frequência, a duração e a gravidade da angina; e a resposta aos medicamentos ou atividade diminuída. O médico do paciente deve ser consultado para emitir um parecer sobre o seu estado cardíaco. Infarto do Miocárdio - O IM ocorre quando a isquemia (resultante de demanda de oxigênio aumentada e suprimento diminuído) causa disfunção e morte celulares. A área do miocárdio infartada torna-se não funcional, normalmente necrosada, e é circundada por uma área isquêmica geralmente reversível que é propensa a servir como fonte para disritmias. O tratamento de um problema oral cirúrgico em um paciente que teve um IM inicia-se com uma consulta ao médico do paciente. Geralmente, recomenda-se que os procedimentos cirúrgicos eletivos maiores sejam adiados até pelo menos 6 meses após o infarto. Esta protelação é baseada na evidência estatística de que o risco de um novo infarto após o IM diminui o máximo possível por cerca de 6 meses, particularmente se o paciente estiver sendo adequadamente acompanhado por um médico. Alguns pacientes que tiveram um IM ingerem aspirina ou outros anticoagulantes para diminuir a trombogênese coronária; essa informação deve ser procurada, pois afeta as decisões cirúrgicas. Os anestésicos locais que contêm epinefrina são seguros para serem utilizados se administrados em quantidades adequadas usando-se a técnica de aspiração. Acidente vascular cerebral (AVC) - Pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral são sempre suscetíveis a novos acidentes neurovasculares. Esses pacientes geralmente fazem uso de anticoagulantes e, se forem hipertensos, tomam agentes anti-hipertensivos. Se tais pacientes necessitarem de uma cirurgia, o encaminhamento para o médico do paciente é desejável, assim como adiar a cirurgia até que a tendência hipertensiva tenha sido controlada. O estado neurológico desses pacientes deve ser avaliado e documentado no pré-operatório. O paciente deve ser tratado com um protocolo de redução de ansiedade não farmacológico e seus sinais vitais devem ser cuidadosamente monitorados durante a cirurgia. Se a sedação farmacológica for necessária, devem-se utilizar baixas concentrações de óxido nitroso. Doenças pulmonares DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) Doenças Renais Hipertensão A pressão sanguínea cronicamente elevada de causa desconhecida é denominada hipertensão essencial. A hipertensão leve ou moderada (i.e., pressão sistólica menor que 200 mmHg ou pressão diastólica menor que 110 mmHg) geralmente não é um problema para a realização da cirurgia oral ambulatorial. O cuidado do paciente hipertenso pouco controlado inclui o uso de um protocolo de redução de ansiedade e o monitoramento dos sinais vitais. Anestésicos locais que contêm epinefrina devem ser utilizados com cautela; após a cirurgia, os pacientes devem ser orientados a procurar um médico para o tratamento da hipertensão. A cirurgia oral eletiva em pacientes com hipertensão grave (i.e., pressão sistólica de 200 mmHg ou maior, pressão diastólica de 110 mmHg ou mais alta) deve ser adiada até que a pressão esteja controlada. Uma cirurgia oral de emergência em pacientes hipertensos graves deve ser realizada em um ambiente muito bem controlado ou em um hospital, para permitir que o paciente seja cuidadosamente monitorado durante a cirurgia e para assegurar o controle da pressão sanguínea aguda. Doenças Endócrinas Diabetes melito O diabetes melito é causado pela subprodução de insulina ou pela resistência dos receptores de insulina em órgãos periféricos aos efeitos da insulina, ou por ambas. O diabetes é comumente dividido em diabetes insulino-dependente e diabetes não-insulino-dependente. O diabetes insulino-dependente geralmente se inicia durante a infância ou adolescência. O problema principal nesta forma de diabetes é uma subprodução de insulina, o que resulta na incapacidade do paciente em usar adequadamente a glicose. A glicose sérica aumenta para além do nível de reabsorção renal de glicose total, causando glicosúria. O efeito osmótico do soluto de glicose resulta em poliúria, estimulando a sede do paciente e causando polidipsia (consumo frequente de líquido). Além disso, o metabolismo dos carboidratos está alterado, levando à quebra da gordura e formação de corpos cetônicos. Isso pode produzir cetoacidose e a concomitante taquipneia com sonolência e, eventualmente, coma. Os pacientes com diabetes não-insulino-dependente geralmente produzem insulina, mas em quantidade insufi ciente, devido à atividade diminuída da insulina, resistência do receptor de insulina, ou ambas. Essa forma de diabetes, comumente, inicia- se na idade adulta, é exacerbada pela obesidade e geralmente não requer tratamento com insulina. Essa forma de diabetes é tratada com o controle do peso, restrições alimentares e o uso de hipoglicemiantes orais. A insulina é necessária somente se o paciente for incapaz de manter os níveis séricos aceitáveis conforme as medições terapêuticas usuais. A hiperglicemiagrave em pessoas com diabetes não-insulino-dependentes raramente produz cetoacidose, mas desencadeia um estado hiperosmolar com alteração dos níveis de consciência. Princípios cirúrgicos e instrumentais cirúrgicos... Começamos falando das manobras cirúrgicas fundamentais – que é o conjunto de manobras principais que um cirurgião dentista realiza em uma cirurgia. As manobras PASSO-A-PASSO 1) Diérese – é o processo cirúrgico de divisão dos tecidos que possibilita o acesso a região a ser operada. a. Técnica: i. Primeira mente é feita uma incisão para determinar o campo cirúrgico operatório. ii. A mão deve ser apoiada em uma estrutura firme, como o dente ou o osso, o bisturi deve ser colocado na porção mais posterior da incisão, onde a lamina deve tocar o tecido, o periósteo e o osso sadio, e deve-se trazer com o movimento de empunhadura, em traço único, para que a borda da ferida fique regular e ocorra a cicatrização por 1ª intenção. iii. A incisão apresenta alguns requisitos, são eles – deve estar apoiado em tecido ósseo sadio, deve respeitar a integridade dos tecidos (manter a irrigação do tecido para evitar necroses), ter amplitude que possibilite o acesso adequado, boa visibilidade do campo e deve-se irrigar o retalho para o aumento da base ampla. b. Tipos de incisão: i. Retilíneas – feitas em gengiva livre. ii. Em arco – feitas em gengiva livre e inserida, tendo sua concavidade voltada para o ápice (Técnica de Parscth) ou com a sua concavidade voltada para a cervical (técnica de Fisher). Em ambas, a incisão localiza-se no mínimo a 5 mm da cervical. iii. Trapezoidais – Apresentam a base maior que o ápice, o que garante uma maior vascularização. Para isso, as incisões relaxantes devem ser distais. Atinge gengiva livre e inserida (técnica de Wasmud) ou gengiva livre, inserida e papilas (Técnica de Newmann). Em ambas, a incisão localiza-se no mínimo a 5 mm da gengiva inserida. iv. Palatais – São feitas na rafe mediana, local de menor vascularização no palato, ou em retalho total, quando são feitas secções das papilas e a divulsão do epitélio juncional. v. Sulcular ou envelope – Incisão mais comum, ela é retilínea e margeia a cervical dos dentes. Quando feita em elemento protético ocorrera uma retração gengival. vi. Caldwell-Luc – Incisão retilínea, utilizada quando os dentes vão para o seio maxilar. Feita entre o canino e a mesial do 1º molar superior para acessar a parede anterior do seio maxilar ou região. c. Desenho do retalho: i. O desenho adequado do retalho permite um suprimento sanguíneo na base de duas vezes maior que no ápice da incisão, mantém a integridade tecidual, o que é bom para o reparo, permite uma adequada visualização do campo operatório, versatilidade e amplitude. ii. Deve ser feito sobre tecido ósseo sadio. A incisão deve ser feita entre 2-3 mm da papila. d. Instrumental utilizado: i. Cabo de bisturi ii. Bisturi iii. Imagens dos instrumentais: iv. v. vi. Empunhadura: e. Divulsão – ocorre perda de continuidade, obtêm-se os planos de clivagem, podendo ser feita a divulsão por planos até se chegar ao osso, quando se passa a fazer o descolamento. É feita para não inserir o bisturi direto ao osso devido à presença de alguma estrutura nobre no local, como um nervo por exemplo. Permite menor incisão. Deve ser feita somente em casos EXTRAORAIS. i. Instrumentais usados na divulsão: ii. Cabo e lamina de bisturi iii. iv. v. Pinça hemostática: vi. A empunhadura das tesouras é feita com o polegar e o anelar para ser feito o movimento de abre e fecha, onde o dedo médio apoia e o indicador direciona (igual na imagem a seguir) vii. Uma grande observação – a tesoura deve entrar fechada, e sair aberta. f. Descolamento – visa separar mucosa e periósteo, dando a possibilidade de melhor visualização do campo operatório. g. Instrumentais utilizados no descolamento: i. Descoladores de Freer e Molt nº9 Descolador de Freer Descolador de Molt nº9 ii. Sindesmótomo h. Sua empunhadura – é de caneta modificada i. Em seguida se faz a SINDESMOTOMIA – consiste em separar (desinserir as fibras cervicais). 2) Hemostasia – é o procedimento de controle de hemorragia, que permite melhor visibilidade e realiza a manutenção do volume sanguíneo. Existem alguns fatores que predisponentes para a hemorragia, são eles alterações hematológicas (verificada na anamnese), uso de anticoagulante, distúrbios sistêmicos, técnica cirúrgica inadequada, e falta de conhecimento da anatomia. a. Quanto à natureza do vaso – podem existir vasos vermelhos cujo sangue é tipo “jato” (neste caso ocorre uma artéria), ou o sangue é tipo “mina de coloração de vinho” (neste caso ocorre uma veia). O sangramento no capilar é interrompido facilmente. b. Quanto ao momento de ocorrência – a hemorragia pode ser trans-operatória ou pós- operatória, imediata, mediata ou tardia. c. Métodos de Hemostasia: i. Pode ser feita através de métodos locais – como a pinçagem e o frio ou por vasoconstrição, como a eletrocoagulação, ligadura ou esmagamento. ii. Na ligadura – faz-se a sutura no local anterior ao local do pinçamento do vaso. O organismo desenvolve vasos colaterais para irrigar o local do vaso cortado. iii. Quando da hemorragia em tecido ósseo – primeiro o osso deve ser macerado com um instrumento rombo, de forma a compactar o trabeculado ósseo. d. Manobra operatória: i. Tamponamento de gaze por 5 minutos, aspirar e observar; ii. Anestesiar (quando ocorre hemorragia pós-operatória); iii. Uso de substâncias hemostáticas (neste caso, há a existência de um produto que é feito a base de cera de abelha, que é a cera para osso, seu método de uso é simples, a cera deve ser comprimida no local quando houver um sangramento restrito, e também existe a espoja de fibrina, colocada no interior do alvéolo e suturada dentro) ou suturar. iv. Também existem métodos sistêmicos – uso de medicação (Styptanon, Ipsilon, etc), plasma e sangue. e. Terapia anticoagulante – utilizada em diversas condições médicas, como tromboembolismo, AVC, etc, aumenta o risco de hemorragia pós-operatória, devendo ser considerada a redução ou interrupção do uso do anticoagulante previamente à cirurgia bucal ou a substituição por heparina. f. Instrumentais: i. Pinça Hemostática reta ou curva g. Empunhadura 3) Exérese - É feita a avulsão da estrutura proposta (dente) ou o osso que impacta o dente p.ex. Consiste na remoção de uma porção ou o todo de uma lesão/órgão. Os procedimentos são a ostectomia, curetagem e avulsão. a. Etapas da exérese: i. Ostectomia – remoção do tecido ósseo através dos instrumentos rotatórios, cortantes e do osteótomo. Nesta etapa alguns fatores devem ser levados em consideração, como a quantidade de osso, pois não se deve remover o osso em excesso, o acesso adequado, irrigação e a ausência de espículas e esquírolas (lasca ou fragmento mínimo de osso). A ostectomia pode utilizar cinzéis e martelos para odontosecção, estes podem ser dois tipos meia-cana ou angulados. Deve-se fazer uma pressão manual e em caso de remoção de blocos de osso, por exemplo, deve-se usar o martelo (não se utiliza mais esse instrumental). ii. Curetagem – tem como objetivo remover tecido patológico, restos mínimos de tecido ósseo, restauração, calculo salivar e restos/fragmentos de osso por exemplo. iii. Avulsão – é feito com o uso de fórceps, cuja ponta ativa remove o dente, extratores e pinças, hemostática e allis. b. Instrumentais: Osteótomo 17 curvo Elevadores de Potts 4) Síntese – consiste na sutura. Visando deixar a região o mais próximo do original. a. Objetivo –aproximação perfeita das bordas dos tecidos através dos fios de sutura.A sutura tem como objetivos coaptar as margens da ferida, hemostasia, manutenção do coágulo e posicionamento do retalho. A sutura também possui princípios, são eles: ponto de referência, no mínimo 3 mm entre a perfuração e a borda, a agulha deve penetrar e não rasgar, transfixar inicialmente o tecido deslocado, evitar nós apertados e o nó não deve repousar sobre a incisão. A sutura deve ser removida entre 5 e 7 dias, deve ser feito bochecho de clorexidina a 0,12%, o fio deve ser cortado o mais próximo possível do tecido e deve-se evitar que o fio exposto no meio bucal penetre nos tecidos. É de ímpar importância a organização adequada da mesa operatória. b. Instrumentais: Caixa e fio de sutura c. Empunhadura (sutura): Vou falar um pouco sobre a função dos instrumentais cirúrgicos!! Jogo de elevadores (Seldin/apical/potts): Atuam de acordo com o princípio de cunha, onde que a cunha do elevador é dirigida para baixo e o dente é forçado para cima. Assim a ponta ativa do elevador reto atua como cunha. Para isso, deve-se empunhar corretamente o instrumento. Já o elevador cuja ponta ativa tem forma triangular (Seldin curvo) atua de acordo com o princípio da roda e eixo, sendo uma forma modificada de alavanca. Nesse caso, o esforço é aplicado a uma circunferência de roda, que gira o eixo, até elevar o dente através da lâmina. Possuem uma canaleta na ponta ativa que facilita a adaptação no dente ou osso. Utilizados para dentes superiores posteriores. Apresenta haste mais longa, o que aumenta a força aplicada (4x maior do que no Seldin). Fórceps 18L 18R Adaptam no colo anatômico do dente. São formados pelo cabo / articulação / ponta ativa. Os mordentes do fórceps devem ser colocados o mais profundo possível, sob a gengiva, adaptado no colo anatômico do dente. Sua ponta ativa deve ficar paralela ao longo eixo do dente. Caso o fórceps seja adaptado incorretamente poderá ocorrer a fratura do dente. A adaptação deve ser iniciada pelo ponto mais próximo do ápice e pela lingual. Os movimentos principais do fórceps são: 1. Pressão apical; 2. Pressão vestibular; 3. Pressão lingual; 4. Pressão de rotação; 5. Força de tração; O movimento de intrusão visa intruir o dente no alvéolo, causando rompimento das fibras alveolodentais (mediais de cervicais) e pressão apical (ponto de apoio). O movimento de lateralidade causa dilatação das corticais alveolares, rompimento de mais fibras, sendo este um movimento progressivo, nunca no sentido mesio-distal. O movimento de rotação deve ser realizado somente para dentes unirradiculares, com raízes cônicas e sem curvatura. Os objetivos dos fórceps é causar uma expansão do osso alveolar e a remoção do dente do alvéolo. Maxila - Dentes superiores A maxila apresenta o osso vestibular mais delgado e o osso palatino mais espesso, assim os movimentos devem apresentar maior força vestibular e menor força para palatina, pois é mais fácil dilatar a parede vestibular. • Nº 1: incisivos e caninos. • Nº 150: incisivos e pré-molares. • Nº 18L: molares esquerdos. Esse fórceps possui um ângulo diedro que encaixa nas duas raízes vestibulares do dente. Na palatina, esse ângulo não é necessário, pois há somente uma raiz. • Nº 18R: molares direitos. • Nº 65: raízes. Raízes residuais. Mandíbula - Dentes posteriores Na mandíbula, para os incisivos, caninos e pré-molares, deve-se realizar uma forte força vestibular e uma menor força lingual, já para os molares, deve-se realizar uma forte força lingual, pois para estes elementos a cortical óssea vestibular é mais resistente. • Nº 151: incisivos, caninos e pré-molares. Fórceps com grande angulação: • Nº 16: molares inferiores bilaterais. Não possui fórceps direito (R) ou esquerdo (L), pois só existe variação látero-lateral. Ocorrem duas raízes somente. • Nº 17: molar inferior bilateral. TERAPÊUTICA APLICADA À CIRURGIA BUCAL É realizada com analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e ansiolíticos. ANALGÉSICOS Podem ser narcóticos ou hipnoanalgésicos que apresentam ação central (opiáceos e opióides) ou não-narcóticos, cuja ação é periférica, ou seja, age nas terminações nervosas livres, como a dipirona. Os narcóticos caracterizam-se por serem bem absorvidos no intestino, são administrados em associação à aspirina ou paracetamol, provocam naúsea, sedação, sonolência, confusão e constipação, depressão respiratória e dependência. A dose usual adulta é de 7,5 ou 30 mg de codeína e 500 mg de paracetamol a cada 4h (Tilex). Outros: Tramal, Ultracet, etc. Já os não-narcóticos, caracterizam-se por ter um efeito dosedependente, atuarem sobre a dor já instalada e seu uso preventivo é controverso. ANTI-INFLAMATÓRIOS Atuam na inflamação. Existem os antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais. O processo inflamatório apresenta fenômenos vasculares, exsudativos e celulares. Drogas inibidoras da COX (cicloxigenase) - AINES São elas o diclofenaco potássico (Cataflam), o diclofenaco sódico (Voltarem) e o AAS e paracetamol, estes últimos para dor leve a moderada. As doses são 500mg para o AAS, sendo esse um analgésico e inibidor de tromboxanas, o paracetamol deve ser utilizado de 6/6h no caso de cirurgia, é hepatotóxico, 750 mg, possui baixo poder anti-inflamatório. Estes fármacos inibem a COX, possuem ação antiálgica, pois previnem a sensibilização dos nociceptores, e no caso do diclofenaco sódico, também ocorre o bloqueio diretamente do nociceptor. AINES inibidores da COX-2 Indicados para pacientes com problemas gastrintestinais (gastrite, úlceras, sangramento gástrico ou duodenal), existe o risco de acidentes tromboembolíticos. AAS e AINES competem pelo sítio de ligação, o que reduz o efeito cardioprotetor. Quanto à receita, deve ter a precaução de usar a receita C1 (controle especial), prescrição em 2 vias e máximo de 10 dias de tratamento. Os fármacos disponíveis são: Meloxicam (Melotec), este possui sensibilidade cruzada com AINES, Celecoxib (Celebra) e Arcoxia, que não interfere na agregação plaquetária. AINES - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS No caso dos anticoagulantes, ocorre inibição de tromboxanas, competição pelo sítio de ligação nas proteínas plasmáticas, como a hemoxaparina. Quanto aos hipoglicemiantes orais, ocorre competição pelo sítio de ligação. Com os antiagregantes plaquetários ocorre aumento do risco de sangramento do trato gastrintestinal. No caso dos anti-hipertensivos, ocorre inibição de prostaglandinas renais. Inibidores dos canais de cálcio junto a bloqueadores da angiotensina II não interagem. AIES Apresentam como vantagens não interferirem nos mecanismos de hemostasia, ação antiálérgica, não provoca distúrbios gastrintestinais, maior meia-vida plasmática (dose única pré-operatória = maior praticidade), dose única possui efeitos colaterais não significativos, bom custo x benefício e diminui consideravelmente o edema pós-operatório. São contra-indicados em pacientes com doença fúngica sistêmica, portadores de herpes simples ocular, história de doenças psicóticas, portadores de tuberculose ativa ou histórico, hipersensibilidade à droga, deve ter precaução com diabéticos, hipertensos, gestantes, imunodeprimidos e portadores de infecções bacterianas agudas disseminadas. São eles: Dexametasona e Betametasona. ANTIBIÓTICOS A cavidade oral possui cerca de 264 espécies bacterianas. A etiologia das infecções odontogênicas é de aeróbios, anaeróbios facultativos e anaeróbios restritos. O tratamento consiste na remoção da causa, sendo os agentes antimicrobianos auxiliares. São eles: Penicilinas
Compartilhar