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Noções sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Aula 03

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Aula 03
Noções sobre Direitos das Pessoas com Deficiência - Curso Regular
Professor: Ricardo Torques
Direito das Pessoas com Deficiência 
Curso Regular 
Aula 03 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 108 
 
 
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Sumário 
Sumário ......................................................................................................................... 1 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 
2 ± Resolução CNJ 230 .................................................................................................... 2 
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2 
2.2 - Preâmbulo ........................................................................................................... 4 
2.3 - Disposições relacionadas a todas as pessoas com deficiência ................................... 10 
2.4 - Disposições relacionadas aos servidores com deficiência ......................................... 17 
2.5 - Disposições relacionadas aos servidores que tenham cônjuge, filho ou dependente com 
deficiência ................................................................................................................. 23 
2.6 - Disposições Finais .............................................................................................. 24 
3 - Direitos no sistema de transporte coletivo ................................................................... 25 
3.1 - Lei 8.899/94 ...................................................................................................... 25 
4 - Símbolo de identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva ........................... 26 
5 - Normas de apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social ................. 27 
5.1 - Introdução ........................................................................................................ 27 
5.2 - Lei 7.853/1989 .................................................................................................. 27 
5.3 - Decreto 3.298/99 ............................................................................................... 35 
6 - Questões ................................................................................................................. 57 
6.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 57 
6.2 - Gabarito ........................................................................................................... 71 
6.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 72 
7 - Resumo .................................................................................................................. 99 
8 - Considerações Finais .................................................................................................. 3 
 
Direito das Pessoas com Deficiência 
Curso Regular 
Aula 03 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
 
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1 - Considerações Iniciais 
Para esse encontro vamos analisar a Resolução CNJ 230/2016, que é a norma 
infra legal que trouxe essa matéria para o nosso concurso. De toda forma, como 
você perceberá esse assunto acaba por reproduzir novas já estudadas no Estatuto 
das Pessoas com Deficiência. 
Importante destacar que não temos questões sobre o assunto, razão pela qual 
efetuamos algumas questões inéditas para simular como o tema pode ser 
cobrado em provas. 
Além disso veremos as seguintes legislações específicas exigidas em nosso edital: 
4 Direitos no sistema de transporte coletivo (Lei nº 8.899/1994 e Decreto 3.691/2000). 5 
Símbolo de identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva (Lei nº 8.160/1991). 
6 Normas de apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social (Lei nº 
7.853/1989 e Decreto 3.298/1999) 
Bons estudos! 
2 ± Resolução CNJ 230 
2.1 - Introdução 
A Resolução CNJ 230 foi aprovada em junho de 2016 e tem por finalidade orientar 
a atuação do Poder Judiciário no que diz respeito à observância das normas 
nacionais e internacionais de proteção à pessoa com deficiência. 
Retomando brevemente assuntos já estudados por nós, a aprovação 
internacional e interna da Convenção Internacional sobre o Direito das Pessoas 
com Deficiência (Convenção de Nova Iorque) e o seu Protocolo Facultativo impôs 
ao Brasil uma série de deveres. 
Esse tratado internacional de Direitos Humanos foi internalizado em nosso 
ordenamento jurídico como norma com status de emenda constitucional, o que 
acabou por exigir a adoção de uma série de medidas legislativas e 
administrativas, especialmente com a adoção de políticas públicas. 
Foi editada a Lei 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com 
Deficiência, que reforçou à proteção ao grupo vulnerável. 
O resultado dessa norma ordem legislativa reverberou no âmbito do Poder 
Judiciário. 
Primeiramente, foi adotada a Recomendação CNJ 27/2009 e, mais recentemente, 
o órgão adotou a Resolução CNJ 230/2016, que estudamos nesta aula. 
Antes de começar, uma observação relevante. A resolução constitui uma 
espécie de ato normativo de caráter secundário. É secundário porque ao Poder 
Legislativo é conferida a atribuição de editar leis em nosso ordenamento jurídico. 
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Contudo, aos demais poderes ± entre eles o Poder Judiciário ± poderão 
atipicamente editar atos normativos. Como não é função principal do Poder 
Judiciário essas normas serão secundárias, de forma que devem respeitar as 
normas de quem detém efetiva competência para editá-las. 
E porque os órgãos do Poder Judiciário precisam editar normas? Pelo 
simples fato de que o Poder Legislativo não tem condições de disciplinar todas as 
especificidades de todos os poderes e órgãos. Ele disciplina os assuntos de modo 
geral, de forma que os demais poderes precisam editar normas secundárias de 
caráter regulamentar. Dito de outro modo, essas normas visam explicitar melhor 
as regras definidas pela legislação primária. 
Isso traz uma consequência importante! Os atos normativos do CNJ, por se 
tratarem de diplomas legais de caráter regulamentar, não poderão, de modo 
algum, contrariar ou violar as regras da CF e da legislação infraconstitucional, 
sob pena de ilegalidade. Portanto, ´SX[DQGR´�R�DVVXQWR�SDUD�D�UHDOLGDGH�GR�QRVVR�
estudo, atenção! 
Logo: 
 
Dessa pirâmide, note: 
ª A Convenção de Nova Iorque e o respectivo Protocolo Facultativo integra 
o bloco de constitucionalidade. 
ª A norma primária que disciplina a proteção à pessoa com deficiência é o 
Estatuto, já estudado por nós. 
ª A Resolução CNJ 230/2016 é norma secundária de caráter regulamentar 
que não pode contrariar a CF, a Convenção de Nova Iorque e Protocolo 
Facultativo e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, sob pena de ilegalidade. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL + 
CONVENÇÃO DE NOVA IORQUE
E PROTOCOLO FACULTIVA
ESTATUTO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
RESOLUAÇÃO CNJ 230/2016
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Abordados os aspectos introdutórios e técnicosdo posicionamento hierárquico da 
Resolução, vamos estudá-la! 
2.2 - Preâmbulo 
Em relação ao preâmbulo devemos ser objetivos. Em síntese essa parte da 
legislação tem por finalidade apresentar determinado texto, traçando os objetivos 
e as diretrizes que levam à elaboração da norma. 
Com a finalidade de tornar o mais objetivo possível o seu estudo, citamos o 
preâmbulo, o qual sugere-se rápida leitura, e, na sequência, vamos citar os 
pontos mais relevante que você deve ter em mente para a prova. 
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições, 
CONSIDERANDO que, conforme o art. 5º, caput, da Constituição de 1988, todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se a inviolabilidade 
do direito à igualdade; 
CONSIDERANDO os princípios gerais estabelecidos pelo art. 3º da aludida Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, quais sejam: a) o 
respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as 
próprias escolhas, e a independência das pessoas; b) a não discriminação; c) a plena e 
efetiva participação e inclusão na sociedade; d) o respeito pela diferença e pela aceitação 
das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade; e) a 
igualdade de oportunidades; f) a acessibilidade; g) a igualdade entre o homem e a mulher; 
e h) o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo 
direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade; 
CONSIDERANDO a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo, adotada em 13 de dezembro de 2006, por meio da Resolução 61/106, durante 
a 61ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU); 
CONSIDERANDO a ratificação pelo Estado Brasileiro da Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo com equivalência de emenda 
constitucional, por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, com a devida 
promulgação pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009; 
CONSIDERANDO que nos termos desse novo tratado de direitos humanos a deficiência 
é um conceito em evolução, que resulta da interação entre pessoas com deficiência 
e as barreiras relativas às atitudes e ao ambiente que impedem a sua plena e efetiva 
participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas; 
CONSIDERANDO que a acessibilidade foi reconhecida na Convenção como princípio e 
como direito, sendo também considerada garantia para o pleno e efetivo exercício de 
demais direitos; 
CONSIDERANDO que a Convenção determina que os Estados Partes devem reafirmar que 
as pessoas com deficiência têm o direito de ser reconhecidas em qualquer lugar como 
pessoas perante a lei e que gozam de capacidade legal em igualdade de condições com as 
demais pessoas em todos os aspectos da vida, sendo que deverão ser tomadas medidas 
apropriadas para prover o acesso de pessoas com deficiência ao apoio que necessitarem no 
exercício de sua capacidade legal; 
CONSIDERANDO que os artigos 3º e 5º da Constituição Federal de 1988 têm a igualdade 
como princípio e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, como um objetivo fundamental da 
República Federativa do Brasil, do que decorre a necessidade de promoção e proteção dos 
direitos humanos de todas as pessoas, com e sem deficiência, em igualdade de condições; 
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CONSIDERANDO o disposto na Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, Decreto nº 3.298, 
de 21 de dezembro de 1999, Lei nº 10.048, de 08 de novembro de 2000, Lei nº 10.098, de 
19 de dezembro de 2000, e no Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que 
estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das 
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de 
obstáculos nas vias, espaços e serviços públicos, no mobiliário urbano, na construção e 
reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação, com prazos determinados 
para seu cumprimento e implementação; 
CONSIDERANDO que ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas com 
deficiência o pleno exercício de seus direitos, inclusive o direito ao trabalho, e de 
outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social 
e econômico, cabendo aos órgãos e entidades da administração direta e indireta dispensar, 
no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos desta Resolução, 
tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, medidas 
que visem garantir o acesso aos serviços concernentes, o empenho quanto ao surgimento 
e à manutenção de empregos e a promoção de ações eficazes que propiciem a inclusão e a 
adequada ambientação, nos locais de trabalho, de pessoas com deficiência; 
CONSIDERANDO que a efetiva prestação de serviços públicos e de interesse público 
depende, no caso das pessoas com deficiência, da implementação de medidas que 
assegurem a ampla e irrestrita acessibilidade física, arquitetônica, comunicacional 
e atitudinal; 
CONSIDERANDO que a Administração Pública tem papel preponderante na criação de novos 
padrões de consumo e produção e na construção de uma sociedade mais inclusiva, razão 
pela qual detém a capacidade e o dever de potencializar, estimular e multiplicar a utilização 
de recursos e tecnologias assistivas com vistas à garantia plena da acessibilidade e a 
inclusão das pessoas com deficiência; 
CONSIDERANDO a necessidade de aperfeiçoamento da Recomendação CNJ 27/2009 pelo 
advento da Lei 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão); 
CONSIDERANDO a ratificação unânime da medida liminar concedida nos autos dos Pedidos 
de Providências 0004258-58.2015.2.00.0000 e 0004756-57.2015.2.00.0000, pelo Plenário 
do Conselho Nacional de Justiça; 
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do CNJ no Procedimento de Comissão 006029-
71.2015.2.00.0000, na 232ª Sessão Ordinária, realizada em 31 de maio de 2016; 
 Primeiramente, o preâmbulo faz referências as normas de estatura 
constitucional. 
ª art. 5º, caput, da CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 
ª art. 3º da Convenção sobre as Pessoas com Deficiência: 
Artigo 3 
Princípios gerais 
Os princípios da presente Convenção são: 
a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer 
as próprias escolhas, e a independência das pessoas; 
b) A não-discriminação; 
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade; 
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d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da 
diversidade humana e da humanidade; 
e) A igualdade de oportunidades; 
f) A acessibilidade; 
g) A igualdade entre o homem e a mulher; 
h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo 
direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade. 
Assim, a Resolução leva em consideração o princípio da igualdade em sentido 
material e na adoção das políticas públicas voltadas para a proteção de pessoas 
com deficiência. Esse princípio é subsidiáriopelos princípios gerais estabelecidos 
no diploma internacional. 
 
Não obstante esses parâmetros iniciais, o preâmbulo reforça que o conceito de 
deficiência constitui um conceito em evolução e que está atrelado à incapacidade 
de a sociedade atender à todos em condições de igualdade, o que resulta na 
necessidade de serem adotadas políticas de acessibilidade. 
No âmbito do Poder Judiciário a acessibilidade é tratada não apenas como um 
princípio, mas como direito e garantia na medida em que propicia aos servidores 
com deficiência a possibilidade de exercer suas funções em igualdade de 
condições com demais serviços. Muito além disso, o Poder Judiciário deve 
dignidade inerente autonomia individual não-discriminação
plena e efetiva 
participação inclusão na sociedade
aceitação das pessoas 
com deficiência como 
parte da diversidade 
humana e da humanidade
igualdade de 
oportunidades; acessibilidade;
igualdade entre o homem 
e a mulher;
desenvolvimento das 
capacidades das crianças 
com deficiência 
direito das crianças com 
deficiência de preservar 
sua identidade
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desenvolver instrumentos que viabilizem o acesso à Justiça das pessoas com 
deficiência. Na dicção preambular, um serviço judiciário efetivo é aquele que 
propicia o acesso irrestrito aos jurisdicionados com deficiência. 
Feito isso, vamos às regras! 
Disposições Preliminares 
O art. 1º explicita o que vimos inicialmente, sobre os documentos internacionais 
que embasam a Resolução: 
Art. 1º Esta Resolução orienta a adequação das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e 
de seus serviços auxiliares em relação às determinações exaradas pela Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo 
(promulgada por meio do Decreto nº 6.949/2009) e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). 
Parágrafo único. Para tanto, entre outras medidas, convola-se, em resolução, a 
Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009, bem como institui-se as Comissões Permanentes 
de Acessibilidade e Inclusão. 
No art. 2º temos alguns conceitos importantes. Esses conceitos trazidos na 
Resolução, entretanto, reproduzem conceitos já estudados no Estatuto da Pessoa 
com Deficiência. 
Assim, com a finalidade de revisar a matéria vamos reanalisar os conceitos, 
agora, com outra didática. Veja, primeiramente o rol de conceitos: 
Art. 2º Para fins de aplicação desta Resolução, consideram-se: 
I - ³GLVFULPLQDomR�SRU�PRWLYR�GH�GHILFLrQFLD´�VLJQLILFD�TXDOTXHU�GLIHUHQFLDomR��H[FOXVmR�RX�
restrição, por ação ou omissão, baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de 
impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de 
oportunidades com as demais pessoas, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos 
âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro, incluindo a recusa de 
adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas; 
II - ³DFHVVLELOLGDGH´� VLJQLILFD� SRVVLELOLGDGH� H� FRQGLomR� GH� DOFDQFH� SDUD� XWLOL]DomR�� FRP�
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, 
transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como 
de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso 
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade 
reduzida; 
III - ³EDUUHLUDV´�VLJQLILFD�TXDOTXHU�HQWUDYH��REVWiFXOR��DWLWXGH�RX�FRPSRUWDPHQWR�TXH�OLPLWH�
ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus 
direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao 
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, 
classificadas em: 
D��³EDUUHLUDV�XUEDQtVWLFDV´��DV�H[LVWHQWHV�QDV�YLDV�H�QRV�HVSDoRV�S~EOLFRV�H�SULYDGRV�DEHUWRV�
ao público ou de uso coletivo; 
E��³EDUUHLUDV�DUTXLWHW{QLFDV´��DV�H[LVWHQWHV�QRV�HGLItFLRV�S~EOLFRV�H�SULYDGRV� 
F��³EDUUHLUDV�QRV�WUDQVSRUWHV´��DV�H[LVWHQWHV�QRV�VLVWHPDV�H�PHLRV�GH�WUDQVSRUWHV� 
G��³EDUUHLUDV�QDV�FRPXQLFDo}HV�H�QD�LQIRUPDomR´��TXDOTXHU�HQWUDYH��REVWiFXOR��DWLWXGH�RX�
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens 
e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da 
informação; 
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H�� ³EDUUHLUDV� DWLWXGLQDLV´�� DWLWXGHV� RX� FRPSRUWDPHQWRV� TXH� LPSHoDP� RX� SUHMXGLTXHP� D�
participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades 
com as demais pessoas; e 
I�� ³EDUUHLUDV� WHFQROyJLFDV´�� DV� TXH� GLILFXOWDP� RX� LPSHGHP� R� DFHVVR� GD� SHVVRD� FRP�
deficiência às tecnologias. 
IV - ³DGDSWDomR�UD]RiYHO´�VLJQLILFD�DV�PRGLILFDo}HV�e os ajustes necessários e adequados 
que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a 
fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade 
de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais; 
V - ³GHVHQKR�XQLYHUVDO´�VLJQLILFD�D�FRQFHSomR�GH�SURGXWRV��DPELHQWHV��SURJUDPDV�H�VHUYLoRV�
a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de 
DGDSWDomR�RX�SURMHWR�HVSHFtILFR��2�³GHVHQKR�XQLYHUVDO´�QmR�H[FOXLUi�DV�DMXGDV�WpFQLFDV�SDUD�
grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias; 
VI - ³WHFQRORJLD� DVVLVWLYD´� �RX� ³DMXGD� WpFQLFD´�� VLJQLILFD� SURGXWRV�� HTXLSDPHQWRV��
dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem 
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade 
de vida e inclusão social; 
VII - ³FRPXQLFDomR´�significa forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras 
opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, 
o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os 
dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas 
auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e 
alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações; 
VIII - ³DWHQGHQWH�SHVVRDO´�VLJQLILFD�SHVVRD��PHPEUR�RX�QmR�GD�IDPtOLD��TXH��FRP�RX�VHP�
remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no 
exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados 
com profissões legalmente estabelecidas; e 
IX - ³DFRPSDQKDQWH´�VLJQLILFD�DTXHOH�TXH�DFRPSDQKD�D�SHVVRD�FRP�GHILFLrQFLD��SRGHQGR�
ou não desempenhar as funções de atendente pessoal. 
 O conceito de discriminação é extenso. Contudo, a compreensão é simples. Para 
não errar o conceito, se exigido em prova, você pensar que toda atitude que crie 
diferenciações, que implique na exclusão, na restrição de direitos em razão da 
deficiência será considerada discriminação. 
A acessibilidade, como vimos, constitui, ao mesmo tempo, um princípio que 
orienta tudo o que disser respeito às pessoas com deficiência. Esse princípio 
revela-se como direito e como garantia às pessoas com deficiência. De toda 
forma, a essência da acessibilidade está em criar condições favoráveis às pessoas 
com deficiência a fim de possa gozar dos seus direitos em igualdadede condições. 
O conceito de barreiras é o conceito central do nosso estudo. Só há deficiência 
porque existem barreiras na sociedade. Se todos pudessem exercer seus direitos 
em condições de igualdade não teríamos deficiência, ainda que houvesse alguma 
limitação. 
As barreiras recebem classificações: 
BARREIRAS 
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Urbanística Barreiras existentes nas vias e espaços públicos (públicos ou 
privados de uso coletivo) 
Transportes Barreiras nos meios de transporte. 
Comunicações e na 
informação. Barreira na expressão ou recebimento de mensagens. 
Atitudinais Barreiras comportamentais. 
Tecnológicas Barreiras nos instrumentos de tecnologia. 
Há, entretanto, situações em que não é possível adotar instrumento que iguale o 
gozo de direitos em relação àqueles que possuem deficiências. Para essas 
situações surge o conceito de adaptação do razoável, que implica nas 
modificações ou ajustes que visem criar condições o máximo isonômicas. 
A plena acessibilidade ou a superação das barreiras é alcançada com a utilização 
de desenhos universais, que constitui técnica de concepção de bens e serviços 
plenamente acessíveis. 
Outro conceito relevante é o de tecnologia assistiva, que nada mais é do que 
colocar os instrumentos tecnológicos à favor da criação de desenhos universais e 
de instrumentos de acessibilidade. 
Assim, para não se confundir com os conceitos, tenha em mente: 
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Na sequência passamos a analisar as regras protetivas. A Resolução distingue 
regras a serem aplicáveis a todas as pessoas, apenas aos servidores públicos e 
aos cônjuges ou parentes de servidores que estejam em tal condição. 
2.3 - Disposições relacionadas a todas as pessoas com 
deficiência 
Igualdade e suas Implicações 
Igualdade e da Inclusão 
O art. 3º da Resolução prevê uma regra de ação ao Poder Judiciário, que consiste 
na promoção de medidas com vistas a eliminar barreiras presentes na sociedade. 
O mais importante, entretanto, é que essas políticas devem ser desenvolvidas 
com urgência. 
Essas medidas urgentes devem ser adotadas para a proteção dos direitos de: 
ª jurisdicionados com deficiência, ou seja, das partes que eventualmente 
venham postular em juízo e apresentem alguma limitação; e 
ª servidores e serventuários com deficiência que atuem perante tribunais. 
Confira: 
Art. 3º A fim de promover a igualdade, adotar-se-ão, com urgência, medidas apropriadas 
para eliminar e prevenir quaisquer barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos 
DISCRIMINAÇÃO tratamento diferenciado em razão da deficiência
ACESSIBILIDADE criação de condições favoráveis de gozo de direito em igualdade de condições entre todos
BARREIRAS
impedimentos na sociedade e na atitude das 
pessoas que obstaculizam o exercício de direitos 
por todas as pessoas em igualdade de condições
DESENHO 
UNIVERSAL criação de bens e serviços plenamente acessíveis
ADPATAÇÃO 
RAZOÁVEL
técnica intermediária que viabiliza a acessibilidade 
o máximo possível quando não for possível o 
desenho universal
TECNOLOGIA 
ASSISTIVA
utilizaçaõ de instrumentos de tecnologia a favor da 
acessibilidade
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transportes, nas comunicações e na informação, atitudinais ou tecnológicas, devendo-se 
garantir às pessoas com deficiência ± servidores, serventuários extrajudiciais, terceirizados 
ou não ± quantas adaptações razoáveis ou mesmo tecnologias assistivas sejam necessárias 
para assegurar acessibilidade plena, coibindo qualquer forma de discriminação por motivo 
de deficiência. 
Acessibilidade com Segurança e Autonomia 
A fim de garantir acessibilidade dentro do Poder Judiciário, o art. 4º prevê que 
devem ser promovidas três espécies de ações centrais: 
ª desenvolvimento do atendimento ao público com deficiência; 
ª adaptação arquitetônica; e 
ª acesso facilitado ao transporte. 
Veja: 
Art. 4º Para promover a acessibilidade dos usuários do Poder Judiciário e dos seus serviços 
auxiliares que tenham deficiência, a qual não ocorre sem segurança ou sem autonomia, 
dever-se-á, entre outras atividades, promover: 
I - atendimento ao público ± pessoal, por telefone ou por qualquer meio eletrônico ± que 
seja adequado a esses usuários, inclusive aceitando e facilitando, em trâmites oficiais, o 
uso de línguas de sinais, braille, comunicação aumentativa e alternativa, e de todos os 
demais meios, modos e formatos acessíveis de comunicação, à escolha das pessoas com 
deficiência; 
II - adaptações arquitetônicas que permitam a livre e autônoma movimentação desses 
usuários, tais como rampas, elevadores e vagas de estacionamento próximas aos locais de 
atendimento; e 
III - acesso facilitado para a circulação de transporte público nos locais mais próximos 
possíveis aos postos de atendimento. 
 
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o processo judicial, o 
poder público deve capacitar os membros, os servidores e terceirizados que atuam no Poder 
Judiciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência. 
§ 2º Cada órgão do Poder Judiciário deverá dispor de, pelo menos, CINCO POR CENTO de 
servidores, funcionários e terceirizados capacitados para o uso e interpretação da 
Libras. 
§ 3º As edificações públicas já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com 
deficiência em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência as normas de 
acessibilidade vigentes. 
§ 4º A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de edificações 
deverão ser executadas de modo a serem acessíveis. 
§ 5º A formulação, a implementação e a manutenção das ações de acessibilidade 
atenderão às seguintes premissas básicas: 
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recursos para 
implementação das ações; e 
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos. 
§ 6º Para atender aos usuários externos que tenham deficiência, dever-se-á reservar, nas 
áreas de estacionamento abertas ao público, vagas próximas aos acessos de circulação 
de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas com 
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deficiência e com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados, 
em PERCENTUAL EQUIVALENTE A 2% (DOIS POR CENTO) DO TOTAL, GARANTIDA, 
NO MÍNIMO, 1 (UMA) VAGA. 
§ 7º Mesmo se todas as vagas disponíveis estiverem ocupadas, a Administração deverá agir 
com o máximo de empenho para, na medida do possível, facilitar o acesso do usuário com 
deficiência às suas dependências, ainda que, para tanto, seja necessário dar acesso a vaga 
destinada ao público interno do órgão. 
Para consecução dessas atividades faz-se necessário, segundo §§ do art. 4º, 
dispor de: 
ª capacitação de servidores e terceirizados; 
ª capacitação específica em Libras de, pelo menos, 5% dos servidores e 
terceirizados; 
ª adaptação e construção de novos imóveis de acordo com padrões de 
acessibilidade; 
 ª viabilização de vagas específicas de estacionamento à razão de 2%, 
assegurando-se, ao menos, 1 vaga. 
O art. 5º trata da discriminaçãopelo custo em razão da oferta de serviço às 
pessoas com deficiência. O dispositivo, consentâneo com o Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, é claro em explicitar que tais custos não podem ser 
diferenciados. Confira: 
Art. 5º É PROIBIDO ao Poder Judiciário e seus serviços auxiliares impor ao usuário com 
deficiência custo anormal, direto ou indireto, para o amplo acesso a serviço público 
oferecido. 
Para realização de obras e contratação de serviços, a Administração Pública 
Judiciária se vale do procedimento licitatório, previsto na Lei 8.666/1993. O art. 
6º impõe que as licitações sejam efetuadas com observância das normas relativas 
à proteção à pessoa com deficiência, especialmente com o uso do desenho 
universal como regra geral. Quando não for possível e construção ou o serviço 
nos padrões do desenho universal deve ser exigido das empresas contratadas a 
adaptação razoável. 
Confira: 
Art. 6º TODOS os procedimentos licitatórios do Poder Judiciário deverão se ater para 
produtos acessíveis às pessoas com deficiência, sejam servidores ou não. 
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral. 
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser 
empreendido, deve ser adotada adaptação razoável. 
O art. 7º da Resolução toca em um ponto sensível dos tribunais brasileiros: a 
acessibilidade digital. Os tribunais cada vez mais têm adotado sistemas 
informatizados de tramitação dos processos. A informatização é defensável por 
vários aspectos, notadamente pela agilidade no trâmite processual e também 
pela questão ambiental. Contudo, há um grande desafio que vem imposto na 
Resolução como obrigação aos órgãos judiciários: a acessibilidade. 
Prevê o dispositivo que os órgãos do Poder Judiciário deverão, com urgência, 
providenciar a acessibilidade aos usuários do processo judicial eletrônico, seja ele 
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parte, advogado, testemunha, perito, enfim, todos que atuarem perante o 
Judiciário. 
Veja: 
Art. 7º Os órgãos do Poder Judiciário deverão, com urgência, proporcionar aos seus 
usuários processo eletrônico adequado e acessível a todos os tipos de deficiência, 
inclusive às pessoas que tenham deficiência visual, auditiva ou da fala. 
§ 1º Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para 
que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um 
dos polos da ação ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advogado, 
defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público. 
§ 2º A pessoa com deficiência tem garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos 
processuais de seu interesse, inclusive no exercício da advocacia. 
No mesmo sentido do art. 5, acima estudado, o art. 8º estabelece que os servidos 
notoriais e de registro não podem criar condições ou custos diferenciados para 
atender às pessoas com deficiência. 
Art. 8º Os serviços notariais e de registro NÃO podem negar ou criar óbices ou condições 
diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de deficiência do solicitante, devendo 
reconhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. 
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo constitui 
discriminação em razão de deficiência. 
Assim... 
 
Para encerrar o tópico, confira-se o art. 9º do Estatuto da Pessoa com Deficiência: 
Art. 9º Os Tribunais relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal de 
1988 e os serviços auxiliares do Poder Judiciário devem adotar medidas para a remoção 
de barreiras físicas, tecnológicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais 
para promover o amplo e irrestrito acesso de pessoas com deficiência às suas 
respectivas carreiras e dependências e o efetivo gozo dos serviços que prestam, 
promovendo a conscientização de servidores e jurisdicionados sobre a 
importância da acessibilidade para garantir o pleno exercício de direitos. 
Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão 
O art. 10 estabelece a criação das denominadas Comissões Permanentes de 
Acessibilidade e Inclusão. Você deve ter percebido no estudo até aqui que a 
maioria das regras impõe deveres ao Estado. 
É dever de respeitar, de promover políticas, de adotar medidas compensatórias, 
de criar mecanismos de acessibilidade. Um dos grandes problemas enfrentados 
quando se trata de direitos fundamentais promocionais é a efetivação de tais 
VEDA-SE
tratamento a imposição de custos 
diferenciados dos usuários com deficiência
criação de óbices, condições ou custos 
diferenciados de serviços das pessoas com 
deficiência
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direitos. Não se admite mais a antiga classificação que atribuía a determinados 
direitos o caráter de meramente programáticos, a fim de que fossem 
implementados progressivamente. 
O entendimento atual é no sentido de que determinadas políticas e ações do 
Estados merecem tratamento destacado, de forma que, para se exigir e para 
proporcionar um acompanhamento mais próximo da execução dessas atividades, 
são criados órgãos fiscalizadoras. 
A Comissão da qual tratamos no art. 10 tem justamente essa finalidade: 
fiscalizar, planejar, elaborar e acompanhar projetos para a adoção das regras de 
acessibilidade. 
Essa comissão, segundo prevê o dispositivo abaixo, deverá ser instituído no prazo 
de 45 dias. Os incisos desse dispositivo prevê uma série de metas a serem 
adotadas, cuja leitura é o suficiente para fins da nossa prova. 
Vamos lá! 
Art. 10. Serão instituídas por cada Tribunal, no PRAZO MÁXIMO DE 45 (QUARENTA E 
CINCO) DIAS, Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão, com caráter 
multidisciplinar, com participação de magistrados e servidores, com e sem deficiência, 
objetivando que essas Comissões fiscalizem, planejem, elaborem e acompanhem os 
SURMHWRV� DUTXLWHW{QLFRV� GH� DFHVVLELOLGDGH� H� SURMHWRV� ³SHGDJyJLFRV´� GH�
treinamento e capacitação dos profissionais e funcionários que trabalhem com as 
pessoas com deficiência, com fixação de metas anuais, direcionados à promoção da 
acessibilidade para pessoas com deficiência, tais quais as descritas a seguir: 
I ± construção e/ou reforma para garantir acessibilidade para pessoas com termos da 
normativa técnica em vigor (ABNT 9050), inclusive construção de rampas, adequação de 
sanitários, instalação de elevadores, reserva de vagas em estacionamento, instalação de 
piso tátil direcional e de alerta, sinalização sonora para pessoas com deficiência visual, bem 
como sinalizações visuais acessíveis a pessoas com deficiência auditiva, pessoas com baixa 
visão e pessoas com deficiência intelectual, adaptação de mobiliário (incluindo púlpitos), 
portas e corredores em todas as dependências e em toda a extensão (Tribunais, Fóruns, 
Juizados Especiais etc); 
II ± locação de imóveis, aquisição ou construções novas somente deverão ser feitas se com 
acessibilidade; 
III ± permissão de entrada e permanência de cães-guias em todas as dependências dos 
edifícios e sua extensão; 
IV ± habilitação de servidores em cursos oficiais de Linguagem Brasileira de Sinais, 
custeados pela Administração, formados por professores oriundos de instituições 
oficialmente reconhecidas no ensino de Linguagem Brasileira de Sinais para ministrar os 
cursos internos, a fim de assegurar que as secretarias e cartórios das Varas e Tribunais 
disponibilizem pessoal capacitado a atender surdos, prestando-lhes informações em 
Linguagem Brasileira de Sinais;V ± nomeação de tradutor e intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais, sempre que 
figurar no processo pessoa com deficiência auditiva, escolhido dentre aqueles devidamente 
habilitados e aprovados em curso oficial de tradução e interpretação de Linguagem Brasileira 
de Sinais ou detentores do certificado de proficiência em Linguagem Brasileira de Sinais ± 
PROLIBRAS, nos termos do art. 19 do Decreto 5.626/2005, o qual deverá prestar 
compromisso e, em qualquer hipótese, será custeado pela administração dos órgãos do 
Judiciário; 
VI ± sendo a pessoa com deficiência auditiva partícipe do processo oralizado e se assim o 
preferir, o Juiz deverá com ela se comunicar por anotações escritas ou por meios eletrônicos, 
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o que inclui a legenda em tempo real, bem como adotar medidas que viabilizem a leitura 
labial; 
VII ± nomeação ou permissão de utilização de guia-intérprete, sempre que figurar no 
processo pessoa com deficiência auditiva e visual, o qual deverá prestar compromisso e, 
em qualquer hipótese, será custeado pela administração dos órgãos do Judiciário; 
VIII ± registro da audiência, caso o Juiz entenda necessário, por filmagem de todos os atos 
nela praticados, sempre que presente pessoa com deficiência auditiva; 
IX ± aquisição de impressora em Braille, produção e manutenção do material de 
comunicação acessível, especialmente o website, que deverá ser compatível com a maioria 
dos softwares livres e gratuitos de leitura de tela das pessoas com deficiência visual; 
X ± inclusão, em todos os editais de concursos públicos, da previsão constitucional de 
reserva de cargos para pessoas com deficiência, inclusive nos que tratam do ingresso na 
magistratura (CF, art. 37, VIII); 
XI ± anotação na capa dos autos da prioridade concedida à tramitação de processos 
administrativos cuja parte seja uma pessoa com deficiência e de processos judiciais se tiver 
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, nos termos da 
Lei n. 12.008, de 06 de agosto de 2009; 
XII ± realização de oficinas de conscientização de servidores e magistrados sobre os direitos 
das pessoas com deficiência; 
XIII ± utilização de intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais, legenda, audiodescrição e 
comunicação em linguagem acessível em todas as manifestações públicas, dentre elas 
propagandas, pronunciamentos oficiais, vídeos educativos, eventos e reuniões; 
XIV ± disponibilização de equipamentos de autoatendimento para consulta processual 
acessíveis, com sistema de voz ou de leitura de tela para pessoas com deficiência visual, 
bem como, com altura compatível para usuários de cadeira de rodas. 
Na sequência, veja a redação do art. 11: 
Art. 11. Os órgãos do Poder Judiciário relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da 
Constituição Federal de 1988 devem criar unidades administrativas específicas, 
diretamente vinculadas à Presidência de cada órgão, responsáveis pela 
implementação das ações da respectiva Comissão Permanente de Acessibilidade e 
Inclusão. 
Esse dispositivo trata da criação de unidade administrativas específicas, que 
estarão vinculadas à Presidência do órgão judiciário, para a implementação das 
ações da Comissão. 
O curioso desse dispositivo que ele não engloba os incs. I e I-A do art. 92 da CF. 
Veja: 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, 
de 2016) 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
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VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
Pergunta-se: Tais regras não obrigam o STF e o CNJ? 
Obrigam sim, é que no âmbito de tais órgão, existe normativa específica para 
tratar da questão relacionada à criação de entidade administrativa para assegurar 
efetividade da atuação da comissão. Ademais, a Resolução destina-se a criar 
mecanismos para exigir a observância de tais regras dos demais tribunais 
brasileiros. 
O art. 12 prevê que a Comissão irá elaborar relatórios sobre a implementação 
das obrigações assumidas: 
Art. 12. É indispensável parecer da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão em 
questões relacionadas aos direitos das pessoas com deficiência e nos demais assuntos 
conexos à acessibilidade e inclusão no âmbito dos Tribunais. 
Por fim, o art. 13 estabelece que os prazos e custos envolvidos na implementação 
dessas despesas serão definidos no planejamento estratégico de cada tribunal. 
Art. 13. Os prazos e as eventuais despesas decorrentes da implementação desta Resolução 
serão definidos pelos tribunais, ouvida a respectiva Comissão Permanente de Acessibilidade 
e o órgão interno responsável pela elaboração do Planejamento Estratégico, com vistas 
à sua efetiva implementação. 
Não Discriminação 
No Estatuto das Pessoas com Deficiência há definição de dois postulados 
fundamentais: a não-discriminação e a igualdade em sentido material. O art. 14, 
da Resolução, simplesmente repete tais postulados, que devem ser observados 
no âmbito do Poder Judiciário. Veja: 
Art. 14. É PROIBIDA qualquer forma de discriminação por motivo de deficiência, 
devendo-se garantir às pessoas com deficiência ± servidores, serventuários extrajudiciais, 
terceirizados ou não ± igual e efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer 
motivo. 
 
Proteção da Integridade Física e Psíquica 
A integridade refere-se ao respeito à pessoa em sua inteireza. Deve-se respeitar, 
portanto, tanto o corpo da pessoa (integridade física) como a mente (integridade 
psíquica). Assim, qualquer violação indeniza ao corpo ou à mente de determinada 
POSTULADOS DA 
PROTEÇÃO ÀS 
PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA
não-discriminação igualdade em sentido material
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pessoa viola sua integridade. Tal direito é também assegurado à pessoa com 
deficiência em condições de igualdade com as demais pessoas. 
É justamente isso que estabelece o art. 15 da Resolução: 
Art. 15. Toda pessoa com deficiência ± servidor, serventuário extrajudicial, terceirizado ou 
não ± tem o direito a que sua integridade física e mental seja respeitada, em 
igualdade de condições com as demais pessoas. 
Para a defesa da integridade física e psíquica da pessoa com deficiência em 
igualdade de condições, a Resolução cria uma condição discriminatória positiva, 
ou seja, tratamento diferenciado. Esse tratamento releva-se por intermédio do 
atendimento diferenciados, que abrange vários aspectos: 
ª prioridade em atendimentos de proteção e socorro; 
ª prioridade em atendimentos em serviços públicos em geral; 
ª prioridade na disponibilização de recursos para promoção de políticas 
voltadas aos deficientes; 
ª prioridade para acesso à informação por intermédio de recursos 
acessíveis; 
ª prioridade na tramitação em relação aos procedimentos judiciais. 
Veja: 
Art. 16. A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, 
sobretudo com a finalidade de:I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
II - atendimento em todos os serviços de atendimento ao público; 
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam 
atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas; 
IV - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis; 
V - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou 
interessada, em todos os atos e diligências. 
Parágrafo único. Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da 
pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto no inciso V 
deste artigo. 
Essas são, portanto, as regras gerais, protetivas de todos os que forem 
deficientes no contato com o Poder Judiciário. Na sequência vamos analisar a 
questão dos servidores públicos com deficiência e, na sequência, dos familiares 
e cônjuges com deficiência do servidor. 
2.4 - Disposições relacionadas aos servidores com 
deficiência 
Aplicabilidade dos Capítulos Anteriores 
 Primeiramente, não obstante a lógica, o art. 17 a Resolução, afirma que as 
regras gerais que estudamos acima aplicam-se aos servidores públicos com 
deficiência. Veja: 
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Art. 17. Aplicam-se aos servidores, aos serventuários extrajudiciais e aos terceirizados com 
deficiência, no que couber, todas as disposições previstas nos Capítulos anteriores desta 
Resolução. 
Avaliação 
Lá no art. 2º, §2º, do Estatuto da Pessoa com Deficiência estudamos que a 
avaliação das limitações será biopsicossocial. Isso permite concluir com mais 
profundidade as variadas formas de deficiência que, em contato com as barreiras 
presentes na sociedade, impedem o gozo de direitos pelas pessoas em condições 
de igualdade. 
Veja: 
Art. 18. A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por 
equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e 
IV - a restrição de participação. 
 Assim... 
 
Inclusão de Pessoa com Deficiência no Serviço Público 
Na sequência vamos passar a analisar as regras específicas contidas na Resolução 
voltadas para a deficiência no serviço público. 
A primeira dessas regras é a que justifica todo o estudo que estamos fazendo! 
Veja: 
Art. 19. Os editais de concursos públicos para ingresso nos quadros do Poder Judiciário e 
de seus serviços auxiliares deverão prever, nos objetos de avaliação, disciplina que 
abarque os direitos das pessoas com deficiência. 
Portanto, o estudo das normas voltadas à proteção das pessoas com deficiência 
constitui obrigatoriedade! 
Como sabemos, a Lei 8.112/1990 assegura ao menos 20% das vagas para 
pessoas com deficiência em concursos públicos. Essa regra é obrigatoriedade e 
estará presente em todo concurso do Poder Judiciário. Importante observar 
também que uma vez empossado, o servidor com deficiência será informado de 
todos os seus direitos conforme disciplina o art. 20 abaixo citado: 
‡impedimentos nas funções e estruturas do corpo
‡fatores socioambientais, psicológicos e pessoais
‡limitações para o desempenho de certas atividades
‡restrições de participação.
AVALIAÇÃO DA DEFICIÊNCIA ± CONSIDERA:
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Art. 20. Imediatamente após a posse de servidor, serventuário extrajudicial ou contratação 
de terceirizado com deficiência, dever-se-á informar a ele de forma detalhada sobre 
seus direitos e sobre a existência desta Resolução. 
O art. 21, por seu turno, estabelece a obrigatoriedade de criação de um cadastro 
de servidores (efetivos, serventuários e terceirizados) com deficiência. A 
finalidade desse cadastro é especificar as limitações e necessidades decorrentes 
a ser atualizado anualmente. 
Art. 21. Cada órgão do Poder Judiciário deverá manter um cadastro dos servidores, 
serventuários extrajudiciais e terceirizados com deficiência que trabalham no seu 
quadro. 
§ 1º Esse cadastro deve especificar as deficiências e as necessidades particulares de 
cada servidor, terceirizado ou serventuário extrajudicial. 
§ 2º A atualização do cadastro deve ser permanente, devendo ocorrer uma revisão 
detalhada uma vez por ano. 
§ 3º Na revisão anual, cada um dos servidores, serventuários extrajudiciais ou terceirizado 
com deficiência deverá ser pessoalmente questionado sobre a existência de possíveis 
sugestões ou adaptações referentes à sua plena inclusão no ambiente de trabalho. 
§ 4º Para cada sugestão dada, deverá haver uma resposta formal do Poder Judiciário em 
prazo razoável. 
Além disso, é importante destacar que na referida revisão anual, aqueles que 
trabalham para o Poder Judiciário devem ser questionados quanto a eventuais 
necessidades, sugestões e adaptações necessárias a fim de propiciar plena 
inclusão social. 
Ainda sobre a inclusão da pessoa com deficiente em funções perante o Poder 
Judiciário envolve o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a 
adaptação do razoável no ambiente de trabalho. Confira: 
Art. 22. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação 
competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da 
legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de 
acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação 
razoável no ambiente de trabalho. 
No parágrafo único temos uma regra específica importante: o trabalho com apoio. 
Esse instituto tem como finalidade criar uma série de condições e prerrogativas 
favoráveis ao exercício de trabalho pelas pessoas com deficiência no âmbito dos 
tribunais brasileiros. Para isso, a Resolução listou uma série de diretrizes a serem 
adotadas. Vamos analisá-las: 
ª prioridade de atendimento. 
Quando for verificado na prática que algum servidor tem dificuldade de 
inclusão no campo de trabalho, o órgão deve despender esforços, em 
caráter prioritário, a fim de adaptá-lo a atividades que seja compatível com 
a limitação em vista dos instrumentos de acessibilidade de que o órgão 
dispõe. 
ª utilização de recursos de tecnologia assistiva, e agente facilitador e apoio 
no ambiente de trabalho, para atendimento individual à pessoa com 
deficiência. 
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ª aconselhamento e apoio para definição de estratégias com vista à 
superação das barreiras e inclusão nas atividades judiciárias. 
ª realização de avaliações periódicas. 
O sistema de avaliação tem por finalidade o controle a análise dos avanços 
empreendidos, constituído peça fundamental para a efetiva proteção às 
pessoas com deficiência. 
ª articulação entre setores diversos do Poder Judiciário para o 
desenvolvimento de políticas públicas voltadas à defesa dos direitos das 
pessoas com deficiência que atuam no Poder Judiciário. 
ª admissão de entidade civil nas atividades voltadas inclusão social de 
servidores com deficiência. 
Confira: 
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio 
de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes: 
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência commaior dificuldade de inserção 
no campo de trabalho; 
II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa 
com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente 
facilitador e de apoio no ambiente de trabalho; 
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada; 
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de 
estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais; 
V - realização de avaliações periódicas; 
VI - articulação intersetorial das políticas públicas; e 
VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil. 
 
Art. 23. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e 
aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as 
demais pessoas. 
§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário SÃO OBRIGADOS a garantir ambientes de trabalho 
acessíveis e inclusivos. 
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais 
pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por 
trabalho de igual valor. 
§ 3º É VEDADA restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação 
em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, 
admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional 
e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena. 
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, 
educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais 
oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados. 
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e 
de capacitação. 
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Esse dispositivo é muito semelhante ao art. 34 do Estatuto das Pessoas com 
deficiência. Ele prevê uma série de condições a fim de que a pessoa com 
deficiência que trabalhe no Poder Judiciário não seja discriminada. 
Destaca-se: 
ª As pessoas com deficiência possuem liberdade de escolha em relação à 
função a desempenhas devendo o Poder Público lhes garantir ambiente de 
trabalho acessível e com iguais condições salariais. 
ª É vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência, inclusive nas 
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, permanência no 
emprego, ascensão profissional e reabilitação. 
ª A pessoa com deficiência terá direito, em igualdade com os colegas, de 
participar de cursos, treinamentos, educação continuada, planos de 
carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais. 
ª É garantida a participação da pessoa com deficiência em cursos de 
formação e capacitação. 
O art. 24, na sequência, tão somente assegura o fornecimento de tecnologia 
assistiva: 
Art. 24. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, 
práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua 
autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida. 
O art. 25 traz uma regra de fundamental importância. Vimos acima que os 
estacionamentos devem reservar um percentual mínimo de 2% às vagas de 
estacionamento para acesso às pessoas com deficiência nas instalações do Poder 
Judiciário. Essa regra não se aplica ao estacionamento interno! 
Em relação aos estacionamentos internos o atendimento deverá ser 
individualizado, vale dizer, será efetuado, pessoa a pessoa. Cada servidor que 
tiver deficiência terá, necessariamente, vaga de estacionamento em local 
próximo, se tiver a mobilidade comprometida. 
Art. 25. Se houver qualquer tipo de estacionamento interno, será garantido ao servidor 
com deficiência que possua comprometimento de mobilidade vaga no local mais próximo ao 
seu local de trabalho. 
§ 1º O percentual aplicável aos estacionamentos externos a que se referem o art. 4º, § 
6º, desta Resolução e o art. 47 da Lei 13.146/2015 NÃO É APLICÁVEL AO 
ESTACIONAMENTO INTERNO DO ÓRGÃO, DEVENDO-SE GARANTIR VAGA NO 
ESTACIONAMENTO INTERNO A CADA SERVIDOR COM MOBILIDADE 
COMPROMETIDA. 
§ 2º O caminho existente entre a vaga do estacionamento interno e o local de trabalho do 
servidor com mobilidade comprometida não deve conter qualquer tipo de barreira que 
impossibilite ou mesmo dificulte o seu acesso. 
Outra regra relevante é do art. 26. Como sabemos, com a informatização do 
processo judicial o trabalho realizado remotamente tem se tornado frequente. 
3HOR�³KRPH�RIILFH´�R�VHUYLGRU�FRQVHJXH�GHVHPSHQKDU�VXDV�DWLYLGDGHV�GH�FDVD��6H�
essa tecnologia estiver implantada no órgão judiciário, prevê a regra abaixo que 
deverá ser concedido preferência aos servidores com mobilidade reduzida. 
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$WHQomR�� 2� DUW�� ��� IDOD� HP� ³SULRULGDGH´�� ,VVR� QmR� VLJQLILFD� ³REULJDWRULHGDGH´��
4XHP�GHFLGH�SRU�H[HUFHU�RX�QmR�DV�IXQo}HV�HP�³KRPH�RIILFH´�p�R�VHUYLGRU�FRP�
deficiência, independentemente dos custos que a Administração Pública tenha 
que despender para proporcionar a locomoção até o trabalho. 
De todo modo ofertado o serviço, os servidores com deficiência tem preferência. 
Art. 26. Se o órgão possibilitar aos seus servidores a realização de trabalho por meio do 
VLVWHPD� ³KRPH� RIILFH´, dever-se-á dar prioridade aos servidores com mobilidade 
comprometida que manifestem interesse na utilização desse sistema. 
§ 1º A Administração NÃO poderá obrigar o servidor com mobilidade comprometida 
D�XWLOL]DU�R�VLVWHPD�³KRPH�RIILFH´� mesmo diante da existência de muitos custos para a 
promoção da acessibilidade do servidor em seu local de trabalho. 
§ 2º Os custos inerentes à DGDSWDomR�GR�VHUYLGRU�FRP�GHILFLrQFLD�DR�VLVWHPD�³KRPH�RIILFH´�
deverão ser suportados exclusivamente pela Administração. 
O art. 27 assegura aos servidores com deficiência o trabalho em condições de 
ergonomia. A ergonomia constitui uma ciência que tem por finalidade organizar 
o trabalho a fim de proporcione a melhor adaptação possível para o exercício do 
trabalho humano, evitando lesões decorrentes do trabalho. 
Art. 27. Ao servidor ou terceirizado com deficiência é garantida adaptação ergonômica 
da sua estação de trabalho. 
Por fim, o art. 28 prevê preferência no atendimento à saúde das pessoas com 
deficiência. 
Art. 28. Se houver serviço de saúde no órgão, aos servidores com deficiência será garantido 
atendimento compatível com as suas deficiências. 
Horário Especial 
Para encerrar as regras relativas à proteção dos servidores públicos com 
deficiência, vamos tratar de uma regra específica referente ao horário de 
trabalho. 
O art. 98 do Estatuto dos Servidores Público Federais disciplina que o servidor 
com deficiência terá direito a horário especial, sem necessidade de compensação 
de jornada. Nesse contexto o art. 29 estabelece algumas regras: 
ª Não será admitida discriminação em relação aos demais servidores pelo 
fato de exercer trabalho em horário especial. 
ª Se o órgão contiver sistema de banco de horas, ele poderá ser utilizado 
pelos servidores com deficiência. 
ª O servidor com deficiência não poderá ser obrigado a prestar horas extras 
se essa atividade extraordinária for prejudicial à saúde do servidor. 
Confira: 
Art. 29. A concessão de horário especial conforme o art. 98, § 2º, da Lei 8.112/1990 a 
servidor com deficiência não justifica qualqueratitude discriminatória. 
§ 1º Admitindo-se a possibilidade de acumulação de banco de horas pelos demais servidores 
do órgão, também deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação ao servidor com 
horário especial, mas de modo proporcional. 
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§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido horário especial não poderá ser negado ou 
dificultado, colocando-o em situação de desigualdade com os demais servidores, o exercício 
de função de confiança ou de cargo em comissão. 
§ 3º O servidor com horário especial não será obrigado a realizar, conforme o interesse da 
Administração, horas extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder ocasionar 
qualquer dano à sua saúde. 
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a diminuição da jornada de trabalho dos 
seus servidores, ainda que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser aproveitado 
de forma proporcional pelo servidor a quem tenha sido concedido horário especial. 
2.5 - Disposições relacionadas aos servidores que 
tenham cônjuge, filho ou dependente com deficiência 
Vimos até o presente regras que se aplicam às pessoas em geral que 
necessitarem do Poder Judiciário e, neste último capítulo, regras aplicáveis os 
servidores deficientes. Neste capítulo vamos analisar duas regras aplicáveis aos 
servidores que tiverem cônjuges ou dependentes com deficiência. 
Facilitação dos Cuidados 
Os arts. 30 e 31 estabelecem duas regras: 
ª A primeira delas confere preferência ao servidor que tenha cônjuge ou 
GHSHQGHQWHV�FRP�GHILFLrQFLD�SDUD�R�GHVHPSHQKR�GDV�IXQo}HV�HP�³KRPH�
RIILFH´� 
ª O segundo informa que, se o órgão fornecer serviço de saúde próprio, 
deverá oferece-lo ao familiar deficiente do servidor público de forma 
compatível com a necessidade de atendimento. 
Veja: 
Art. 30. Se o órgão possibilitar aos seus servidores a realização de trabalho por meio do 
sistema ³KRPH�RIILFH´, dever-se-á dar prioridade aos servidores que tenham cônjuge, filho 
ou dependente com deficiência e que manifestem interesse na utilização desse sistema. 
Art. 31. Se houver serviço de saúde no órgão, ao cônjuge, filho ou dependente com 
deficiência de servidor será garantido atendimento compatível com as suas deficiências. 
Horário Especial 
Outra prerrogativa assegurada aos servidores que possuem familiares com 
deficiência é a concessão de horário especial tal como estudamos em relação aos 
servidores com deficiência. A diferença entre um e outro é simples! 
Se o servidor for deficiente ele terá direito ao horário especial, sem necessidade 
de compensação. 
Se for cônjuge ou dependente forem deficientes será concedido horário especial, 
contudo será necessária a compensação até o mês subsequência, conforme 
estabelecido pela chefia imediata. 
Fora essas regras, que constam da Lei 8.112/1990, confira o art. 32 da 
Resolução: 
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Art. 32. A concessão de horário especial conforme o art. 98, § 3º, da Lei 8.112/1990 a 
servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência não justifica qualquer 
atitude discriminatória. 
§ 1º Admitindo-se a possibilidade de acumulação de banco de horas pelos demais 
servidores do órgão, também deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação 
ao servidor com horário especial, em igualdade de condições com os demais. 
§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido horário especial NÃO poderá ser negado ou 
dificultado, colocando-o em situação de desigualdade com os demais servidores, o exercício 
de função de confiança ou de cargo em comissão. 
§ 3º O servidor com horário especial NÃO será obrigado a realizar, conforme o interesse 
da Administração, horas extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder 
ocasionar qualquer dano relacionado ao seu cônjuge, filho ou dependente com deficiência. 
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a diminuição da jornada de trabalho dos 
seus servidores, ainda que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser aproveitado 
pelo servidor a quem tenha sido concedido horário especial. 
Note que são as mesmas regras que vimos no art. 29: 
ª Não será admitida discriminação em relação aos demais servidores pelo 
fato de exercer trabalho em horário especial. 
ª Se o órgão contiver sistema de banco de horas, ele poderá ser utilizado 
pelos servidores com deficiência. 
ª O servidor com deficiência não poderá ser obrigado a prestar horas extras 
se essa atividade extraordinária for prejudicial à saúde do servidor. 
2.6 - Disposições Finais 
Nos dispositivos finais, temos o art. 33, que estabelece sanção de advertência 
àquele que, de algum modo, estiver vinculado ao cumprimento das normas 
destinadas à proteção das pessoas com deficiência. 
São as seguintes condutas tipificadas com penas de advertência: 
ª não se empenhar na supressão e prevenção de barreiras que levem à 
configuração de situações de deficiência; 
ª não se empenhar na criação de condições de acessibilidade; 
ª atuar de forma discriminatória em relação às pessoas com deficiência; e 
ª não comunicar a autoridade competente caso tenha ciência da prática de 
ato ilícito contra direitos das pessoas com deficiência. 
Veja: 
Art. 33. Incorre em pena de advertência o servidor, terceirizado ou o serventuário 
extrajudicial que: 
I - conquanto possua atribuições relacionadas a possível eliminação e prevenção de 
quaisquer barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e na 
informação, atitudinais ou tecnológicas, não se empenhe, com a máxima celeridade 
possível, para a supressão e prevenção dessas barreiras; 
II - embora possua atribuições relacionadas à promoção de adaptações razoáveis ou ao 
oferecimento de tecnologias assistivas necessárias à acessibilidade de pessoa com 
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deficiência ± servidor, serventuário extrajudicial ou não ±, não se empenhe, com a 
máxima celeridade possível, para estabelecer a condição de acessibilidade; 
III - no exercício das suas atribuições, tenha qualquer outra espécie de atitude 
discriminatória por motivo de deficiência ou descumpra qualquer dos termos desta 
Resolução. 
§ 1º Também incorrerá em pena de advertência o servidor ou o serventuário extrajudicial 
que, tendo conhecimento do descumprimento de um dos incisos do caput deste 
artigo, deixar de comunicá-lo à autoridade competente, para que esta promova a 
apuração do fato. 
§ 2º O fato de a conduta ter ocorrido em face de usuário ou contra servidor do mesmo 
quadro, terceirizado ou serventuário extrajudicial é indiferente para fins de aplicação da 
advertência. 
§ 3º Em razão da prioridade na tramitação dos processos administrativos destinados 
à inclusão e à não discriminação de pessoa com deficiência, a grande quantidade de 
processos a serem concluídos não justifica o afastamento de advertência pelo 
descumprimento dos deveres descritos neste artigo. 
§ 4º As práticas anteriores da Administração Pública não justificam o afastamento de 
advertência pelo descumprimento dos deveres descritos neste artigo. 
Por fim, veja o art. 34: 
Art. 34. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. 
3 - Direitos no sistema de transporte coletivo 
3.1 - Lei 8.899/94 
A Lei 8.899/1994 é um diploma curto, que foi criado para conceder passe livre àspessoas com deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. Ou 
seja, é válida para transporte realizado entre estados. 
Essa norma contém quatro dispositivos, dos quais dois interessam: 
Art. 1º É concedido passe livre às pessoas portadoras de deficiência, 
comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual. 
Art. 2º O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias a contar de 
sua publicação. 
Portanto, ao criar os benefícios aos deficientes hipossuficientes, a legislação 
federal conferiu ao Poder Executivo o dever de regulamentar esse direito, que foi 
posteriormente normatizado pelo Decreto 3.691/2000, que será estudado na 
sequência. 
O referido decreto, de forma direita e objetiva (em três artigos), define que as 
empresas permissionárias e autorizatárias de transporte interestadual de 
passageiros reservarão dois assentos de cada veículo, destinado a serviço 
convencional, para ocupação das pessoas com deficiência, conforme disciplina e 
fiscalização a ser empreendida pelo Ministério dos Transportes. 
Desses pontos, para a prova, é relevante: 
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Vejamos os dispositivos: 
Art. 1º As empresas permissionárias e autorizatárias de transporte interestadual 
de passageiros reservarão dois assentos de cada veículo, destinado a serviço 
convencional, para ocupação das pessoas beneficiadas pelo art. 1o da Lei no 8.899, 
de 29 de junho de 1994, observado o que dispõem as Leis nos 7.853, de 24 de outubro de 
1989, 8.742, de 7 de dezembro de 1993, 10.048, de 8 de novembro de 2000, e os Decretos 
nos 1.744, de 8 de dezembro de 1995, e 3.298, de 20 de dezembro de 1999. 
Art. 2º O Ministro de Estado dos Transportes disciplinará, no prazo de até trinta dias, o 
disposto neste Decreto. 
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
4 - Símbolo de identificação de pessoas portadoras de 
deficiência auditiva 
Na mesma esteira do tópico anterior, a Lei 8.160/1991 disciplina a necessidade 
de adoção de símbolo para permitir a identificação por pessoas com deficiência 
auditiva. A finalidade dessa norma é facilitar a identificação de locais acessíveis 
para pessoas que possuam surdez. 
A aposição desse símbolo, de acordo com o art. 1º da Lei é obrigatório em todos 
os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas portadoras 
de deficiência auditiva, e em todos os serviços que forem postos à sua disposição 
ou que possibilitem o seu uso, devendo ser fixado em local acessível ao Poder 
Público. 
Além disso, esse símbolo não poderá ser usado para outra finalidade a não ser a 
identificação, assinalação ou indicação do local do serviço destinado ao deficiente, 
sob pena de caracterizar conduta discriminatória. 
Pergunta-se, e qual é esse símbolo? 
SÍMBOLO INTERNACIONAL DA SURDEZ 
 
Para a prova... 
TRANSPORTE COLETIVO 
INTERESTADUAL DE 
DEFICIENTES
São reservados dois assentos por ônibus 
para o passe livre de pessoas com 
deficiência.
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5 - Normas de apoio às pessoas portadoras de 
deficiência e sua integração social 
5.1 - Introdução 
O estudo das normas de integração social da pessoa com deficiência passa pela 
Lei nº 7.853/1989 e pelo Decreto 3.298/1999, que regulamenta a norma 
legislativa. 
Notamos que o assunto é frequente em provas, razão pela qual devemos dar a 
devida atenção aos dispositivos mais relevantes sobre o assunto. 
De todo modo, podemos identificar os assuntos mais relevantes, não é necessário 
ler e memorizar todos os dispositivos, especialmente do decreto regulamentar. 
Nosso estudo será centrado na Lei 7.853/1989, notadamente naquilo que foi 
alterada Estatuto das Pessoas com Deficiência. De toda forma, não vamos ignorar 
as principais regras do Decreto. 
5.2 - Lei 7.853/1989 
A presente lei visa estabelecer políticas e ações voltadas à integração das pessoas 
com deficiência, a fim de que sejam assegurados os de tais pessoas. Confira: 
Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos 
direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva 
integração social, nos termos desta Lei. 
§ 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da 
igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa 
humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios 
gerais de direito. 
§ 2º As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações 
governamentais necessárias ao seu cumprimento e das demais disposições constitucionais 
e legais que lhes concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de 
qualquer espécie, e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público 
e da sociedade. 
Na proteção dos direitos das pessoas com deficiência o Poder Público deverá 
adotar uma série de medidas de acordo com o direito a ser tutelado, conforme 
vem estabelecido no art. 2º, que estudaremos. 
Antes de iniciar, entretanto, é importante destacar que essa atuação é prioritária, 
ou seja, deve ser adotar com preferência em relação às demais políticas estatais. 
‡Deve ser obrigatoriamente fixado em estabelecimentos acessíveis às pessoas 
com surdez.
‡Tem por finalidade permitir a identificação, a assinalação ou a indicação do 
local do serviço destinado ao deficiente.
SÍMBOLO INTERNACIONAL DA SURDEZ
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Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência 
o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, 
ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de 
outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social 
e econômico. 
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da 
administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e 
finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente 
a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes MEDIDAS: 
I - na área da EDUCAÇÃO: 
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa 
que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a 
habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação 
próprios; 
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas; 
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de 
ensino; 
d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em 
unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou 
superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência; 
e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais 
educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo; 
f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares 
de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de 
ensino; 
Para a prova...

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