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* * Clique para editar o estilo do subtítulo mestre Clique para editar o estilo do título mestre * RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENFERMEIRO DO TRABALHO EM ÁREA HOSPITALAR Profª. Maristela Pagani Delboni CURSO PÓS-GRADUAÇÃO ‘LATO-SENSU’ ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM DO TRABALHO * * * INTRODUÇÃO Abordaremos a responsabilidade civil dos profissionais de saúde em diversos países, como na França, na Alemanha, em Portugal, na Inglaterra e Estados Unidos, na União Soviética, na Itália, na Argentina, e, ao final no Brasil. Trataremos também do conceito da responsabilidade civil, sua caracterização (conduta, dano e nexo de causalidade), bem como da RESPONSABILIDADE objetiva e subjetiva. Serão abordadas as modalidades da culpa previstas no Código Civil, como a imprudência, a negligência e a imperícia. Por fim, abordaremos a responsabilidade do profissional liberal, incluída aí a dos ENFERMEIROS prevista no Código de Devesa do Consumidor e a inversão do ônus da prova. * * * Responsabilidade civil dos médicos na atualidade Hoje em dia todos os países consagram a responsabilidade civil dos PROFISSIONAIS SAÚDE: Brasil Art. 159 (Cód. Civil 1916) Art. 186 e 951 (Cód. Civil atual) FRANÇA Art. 1382 e artigo 383 Alemanha § 823 responsabilidade extracontratual (BGB) Portugal Art. 483 (Perícia ou Imprudência Reparar Dano) * * * Responsabilidade civil dos médicos na atualidade Estados Unidos e Inglaterra Não existe o princípio geral consagrado Existem decisões dos tribunais – “medical malpractice” Suiça e Itália Idênticos ao Brasil (Art. 41 Suiço e Art. 2043 Italiano) Argentina e demais países latinos Responsabilidade civil, penal e administrativa como no Brasil Espanha Responsabilidade extracontratual e contratual Direito Soviético Não se usa a responsabilidade subjetiva Confere aos tribunais o arbítrio de determinar a reparação dos prejuizos ou dano * * * Responsabilidade objetiva e subjetiva Até o Século XIX Teoria subjetiva – somente responderá por danos, àquele que agiu por imprudência, negligência ou imperícia Teoria da Responsabilidade Objetiva Haverá a responsabilidade sem a necessidade de demonstrar que o fato ocorreu por imperícia, imprudência ou negligência Brasil Direito Pátrio Código de Trânsito Brasileiro art. 1º § 3º. Consagração da Responsabilidade Objetiva – Art. 927, parágrafo unico Direito brasileiro Responsabilidde subjetiva consagrada no art. 159 do Código Civil de 1916 e reiterada no art. 186 do novo Código Civil. * * * CONCEITO DE CULPA Dicionário Jurídico (Sentido amplo) “A violação de um dever jurídico imputável a alguém, em decorrencia de fato intencional ou de omissão de diligência ou cautela” Vocabulaire juridique “Ato ou omissão constituindo um descumprimento intencional ou não, que de uma obrigação contratual, quer de uma prescrição legal, quer do dever que incumbe ao homem de se comportar com diligência e lealdade nas suas relações com os seus semelhantes” Código Civil de 1916 “Todo aquele que por ação ou omissão. Imprudência ou imperícia, causar prejuizo a outrem fica obrigado a reparar o dano” * * * CULPA MÉDICA Caracterização Não se torna necessária a intenção, basta a simples volu tariedade da conduta A medida da indenização É a extensão dos danos A culpa, ainda que levíssima, obriga a indenizar Não há lugar para culpas pequenas com relação à vida humana Não aceita a escusa de ser o dano, mero acidente no exercício da profissão Razões óbvias para os profissionais da saúde cujos atos: Podem resultar em morte; Inabilidade do trabalho; Ferimento. * * * FORMAS DE CULPA O Código Civil prevê dois elementos: Negligência Imprudência Imperícia (Art. 159 do novo Código Civil) Outros significados em face da riqueza de nossa lingua Negligência = omissão Imprudência = ação Negligência relaciona-se com imprevisão Imprudência envolve o desprezo pela diligência Imperícia confunde-se com negligência Imperícia = falta de habilidade exigível Artigo 186 – Código Civil de 1916 * * * CLASIFICAÇÃO DA CULPA Culpa in eligendo Culpa in vigilando Culpa in comittendo Culpa in omittendo Culpa in custodiendo Culpa grave ou lata Culpa leve Culpa levíssima Culpa contratual ou extracontratual * * * DA Gradação da culpa Inovação do Código Civil anterior, artigos 944 e 945 Possibilitará ao juiz: Comparar as condutas do ENFERMEIRO observando-se Modo; Forma; Condições; Tempo; Lugar. Distribuir: Justa indenização; Justa individualização da culpa. * * * CRITÉRIOS PARA AFERIÇÃO DA CULPA Lesão baseada em IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA, EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO; Consentimento do paciente Atos profissionais com lesões: Mutilação Sequelas Morte Intervenções de enfermagem baseadas em exercício ilegal, deturpação de relatórios, , obediência cega a ordens e regulamentos contrários à ética e legislação profissional. Falha em denunciar práticas anti-éticas ou em assumir a responsabilidade por ações da equipe de enfermagem. * * * ANÁLISE DE ALGUNS CASOS - NEGLIGÊNCIA Procedimentos Técnicos -Injeção no nervo ciático; Deixar de dar o devido encaminhamento em urgências –emergências- solicitar avaliação médica; Erro grosseiro em paciente já internado- agir por omissão ou comissão; Aceitar administrar a prescrição de medicamento sem o devido contato do médico com o paciente Aceitar prescrição de medicação por telefoner, mesmo que o médico relate conhecer o quadro clínico. * * * ANÁLISE DE ALGUNS CASOS - IMPRUDÊNCIA Atitudes não justificadas sem usar de cautela Fornecer material cirúrgico não esterilizado Se não conhece os perigos da infecção IMPERITO Se conhece e todavia prossegue IMPRUDÊNCIA * * * ANÁLISE DE ALGUNS CASOS - IMPERÍCIA Falta de observação das normas, despreparo prático Casos: Realizar procedimentos técnicos de enfermagem cuja técnica desconhece- sem habilidade ou não recomendado; Provocar lesões por falhas de competência (conhecimentos, habilidades, atitudes), como por exemplo realizar parto normal se não está preparado- enfermeiro obstetra. * * * NEXO CAUSAL, IMPUTABILIDADE OU RELAÇÃO DE CAUSALIDADE Diversos significados Sociologia jurídica Linguagem jurídica Direito Civil Filosofia do Direito * * * DOLO Existe quando: Enfermeiro quis produzir determinado resultado negativo Utilizar-se de meios inadequados na atenção em saúde praticando ou agindo por comissão, sabidamente, em atos experimentais Usando o paciente como cobaia Ex: Morte em decorrência de um procedimento experimental Comprovando a culpa Responderá perante a Justiça Civil e Penal Perante a INSTITUIÇÃO EMPREGADORA Perante o CONSELHO E CLASSE * * * DANO E SUA REPARAÇÃO Base da responsabilidade civil Artigo 159 – Código Civil de 1916 Artigos 186 e 947 – Código Civil atual O dano pode ser: Patrimonial Predomina o interesse econômico, diminuindo o patrimônio da pessoa Pode ser Positivo e Negativo Moral Sofrimento psíquico ou moral (dores, sofrimento, etc.) Previsto no artigo 186 do Código Civil atual Após fixação do dano, o mesmo deverá ser liquidado Determinar o valor em pecúnia (indenização) * * * A RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICA E HOSPITALAR NO DIREITO BRASILEIRO ATUAL Fundamento nos artigos 186 e 951 Significa dizer que há a necessidade da análise individual da culpa do enfermeiro Presunção da Culpa Termos do art. 212,IV do Código Civil Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Seguradoras Hospitais e Planos de Saúde Regresso contra o causador direto do dano * * * A RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO BRASIL O Médico não é Deus- Não ignorar ações anti-éticas ou Ilegais A culpa não pode ser presumida Responsabilidade do enfermeiro contratual ou extracontratual- Respeitar 1º a legislação e código de ética da profissão. Ao prejudicado incumbe o ônus de provara violação das obrigações dos profissionais de saúde, incluindo a do enfermeiro e equipe * * * A CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR E O CONTRATO DO ENFERMEIRO Responsabilidade civil do enfermeiro Seria lícita a inserção de cláusula de não indenizar ele e o paciente? Considerada abusiva nos termos do Código de Defesa do Consumidor Anti-ético * * * A RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO e o código do consumidor Previsto no parágrafo 4º do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor Responsabilidade Subjetiva Demonstração dessa mesma culpa pela vítima Demanda de reparação em face do estabelecimento Se houver vínculo empregatício entre o ENFERMEIRO e a casa hospitalar Apenas provada a efetiva do dano Incumbe ao hospital provar as excludentes do art. 14, § 3º Único modo de se exonerar do cargo * * * A PROVA Ônus da prova Fica a cargo do ofendido Pode-se presumir a culpa Clinicas, Banco de Sangue e Hospitais Pelos atos de seus prepostos – Responsabilidade Objetiva Prontuários Advertência sobre os riscos do tratamento * * * A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Prova do fato, do ato, ou do negócio jurídico Compete a vitima ou ao autor da ação Demonstrar a existência do seu direito Termos do artigo 333, I do Código de Processo Civil Alteração da regra em casos excepcionais Alterada pelo inciso VIII, do art. 6º, da lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) Caso da Área de Enfermagem- Enfermeiro responsável pela equipe Exames, Materiais utilizados,atos ilegais, etc * * * OMISSÃO DE SOCORRO TRANSFUSÃO DE SANGUE E TESTEMUNHA DE JEOVÁ SIGILO PROFISSIONAL * * * CONCLUSÕES Responsabilidade do ENFERMEIRO é subjetiva Não podemos utilizar a teoria da responsabilidade objetiva Conceito de culpa Natureza da responsabilidade do enfermeiro no Brasil Relações jurídicas na supressão dos direitos dos usuários , preconceito, discriminação, na relação com o usuário de saúde.
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