Buscar

CONDENAÇÕES NA INSPEÇÃO POST MORTEM E RESPECTIVOS PREJUÍZOS ECONÔMICOS NO ABATE DE BOVINOS EM SALINAS MG.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
IFNMG – CAMPUS SALINAS
CURSO MEDICINA VETERINÁRIA
PAULA CRISTINA VIEIRA DUTRA
CONDENAÇÕES NA INSPEÇÃO POST MORTEM E RESPECTIVOS PREJUÍZOS
ECONÔMICOS NO ABATE DE BOVINOS EM SALINAS-MG. 
SALINAS
MINAS GERAIS – BRASIL
FEVEREIRO, 2017
INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
IFNMG – CAMPUS SALINAS
CURSO MEDICINA VETERINÁRIA
PAULA CRISTINA VIEIRA DUTRA
CONDENAÇÕES NA INSPEÇÃO POST MORTEM E RESPECTIVOS PREJUÍZOS
ECONÔMICOS NO ABATE DE BOVINOS EM SALINAS-MG.
 
SALINAS
MINAS GERAIS – BRASIL
FEVEREIRO, 2017
ii
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à banca examinadora,
como parte do processo avaliativo da
disciplina TCC, requisito parcial para
obtenção do grau de bacharel em
Medicina Veterinária, pelo Instituto
Federal Norte de Minas Gerais, sob
orientação do Prof. Dr. Thiago Moreira
Santos.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, por ter me abençoado com uma
vida cheia de possibilidades e oportunidades de crescimento tanto profissional
quanto pessoal. E dedico a toda minha família, em especial aos meus pais, Paulo e
Gildete, por terem sido o meu alicerce desde o meu primeiro dia na vida acadêmica. 
iii
AGRADECIMENTOS 
Eu sou eternamente grata a minha amiga e colega de profissão, Gabriela
Silveira, por estar ao meu lado durante toda a graduação e durante a construção
deste trabalho, sendo sempre companheira, prestativa e conselheira.
Sou grata ao meu colega de profissão, amigo e companheiro Erick Pimenta
por toda a dedicação, conselhos e ideias para o trabalho, experiências trocadas,
amizade e amor. 
Aos funcionários e amigos do Matadouro Municipal de Salinas-MG eu sou
grata por toda a paciência e por tudo o que me ensinaram no decorrer do tempo em
que estive presente.
Ao meu professor, orientador e amigo Thiago Moreira e ao seu pai Wagner
Luiz Moreira eu sou eternamente grata pela confiança, por todas as experiências
compartilhadas e por todo o auxílio que me deram durante a elaboração deste
trabalho.
iv
“Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que
realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de
nós!”
Chico Xavier
v
RESUMO
Durante os meses Agosto, Setembro e Outubro de 2016 em 35 visitas
aleatórias, fez-se a quantificação das alterações anatomopatológicas no abate de
bovinos no Frigorífico Municipal de Salinas – MG, através da colheita e pesagem
das vísceras e porções cárneas excisadas. Os trabalhos foram realizados sob o
monitoramento dos auxiliares de inspeção municipal e os dados anotados em
planilha própria. No período de abrangência do estudo foram abatidos 797 animais
oriundos do próprio município. Os descartes ocorreram, principalmente, devido a
abscessos vacinais e/ou medicamentosos; aspiração agônica de sangue e
contaminação por conteúdo ruminal nos pulmões; abscessos hepáticos e
hematomas por contusões nas carcaças. A análise dos resultados revela a
necessidade de revisão do manejo vacinal empregado nas propriedades rurais, no
transporte dos animais até o local e também nos métodos utilizados na rotina de
abate do frigorífico. 
PALAVRAS-CHAVE: bovinos. inspeção post mortem. prejuízos.
vi
ABSTRACT
Among the months of August and October of 2016, in 35 random visits, the
anatomopathological changes were quantified in the slaughter of cattle in the
Municipal Slaughterhouse of Salinas – MG. The data were collected by identifying
and weighing the viscera and excised meat portions. The works were carried out
under the supervision of the municipal inspection auxiliaries and the data annotated
in proper worksheet. In the period of study 797 animals from the county were
slaughtered. The condemnations occurred mainly due to vaccine abscesses and/or
medications; agonizing blood aspiration and contamination by ruminal content in the
lungs; hepatic abscesses and contusions on the carcasses. The analysis of the
results reveals the need for review vaccine management employed in rural
properties. The animals transport to the slaughterhouse and the methods used in the
slaughter routine also must be reviewed.
KEY WORDS: bovine. Post mortem inspection. losses.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ONG – Organização Não Governamental
APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
HACCP – Hazard Analysis & Critical Control Points
SIF – Serviço de Inspeção Federal
SIPOA – Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal
DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
SUS – Sistema Único de Saúde
POA – Produtos de Origem Animal
SISBI – Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal
SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
RIISPOA – Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal
SIM – Serviço de Inspeção Municipal
D. filaria – Dictyocaulus filaria
LISTAS DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS
Figura 1: Aspiração agônica de sangue em pulmão condenado durante a inspeção
post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG………………….26
Figura 2: Conteúdo gástrico no esôfago não ocluído e na região da glote durante a
inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas –
MG……………………………………………………………………………………………27
Figura 3: Broncopneumonia verminótica por Dictyocaulus viviparus identificada
durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas –
MG……………………………………………………………………………………………27
Figura 4: Lesões de Estomatite Vesicular que se estende por todo tecido conjuntivo
que circunda a traqueia e esôfago que foram identificadas durante a inspeção post-
mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas –
MG……………………………………………………………………………………………28
Figura 5: Bronquiectasia identificada durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG…………………………………………………..29
Figura 6: Melanose identificada em pulmões durante a inspeção post-mortem de
bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG……………………………………..29
Figura 7: Abscesso hepático envolvido por tecido conjuntivo fibroso (A) e
extravasamento de conteúdo purulento do abscesso após corte (B) de fígado
condenado durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de
Salinas – MG………………………………………………………………………………..30
Figura 8: Abscesso hepático com Teleangiectasia (B-setas) e abscesso (B-círculo), e
presença de Teleangiectasia (C-setas). Lesões identificadas durante a inspeção
post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas/MG……………………31
Figura 9: Cisto renal(seta) identificado durante a inspeção post-mortem de bovinos
no Matadouro Municipal de Salinas – MG……………………………………………….32
Figura 10: Adenocarcinoma Renal identificado durante a inspeção post-mortem de
bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG……………………………………..33
Figura 11: Lesão característica de Actinobacilose em língua bovina identificada
durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de
Salinas/MG………………………………………………………………………………….34
Figura 12: Aderência do pericárdio em coração condenado durante a inspeção post-
mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG……………………….34
Figura 13: Cisticerco calcificado identificado durante a inspeção post-mortem de
bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG……………………………………..35
Figura 14: Carcaça, apresentando icterícia generalizada, condenada durante a
inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipalde Salinas –
MG……………………………………………………………………………………………36
Figura 15: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG. A e A’: Presença de abscessos no tecido
pulmonar. B: Vísceras embaladas apresentando icterícia. C e C’: Presença de
abscessos no tecido hepático. D: Abomaso
ictérico……………………………………………………………………………………….37
Figura 16: Identificação dos locais de contaminação do conjunto cabeça e língua por
conteúdo ruminal durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro
Municipal de Salinas – MG………………………………………………………………..38
Figura 17: Identificação de contaminação na esfola durante a inspeção post-mortem
de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG. Observa-se a presença de
sujidades e pelos (círculos)..……………………………………………………………...38
Figura 18: Identificação de hematomas nas carcaças devidos a contusões durante a
inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas –
MG……………………………………………………………………………………………47
Figura 19: Quantidade de carne descartada de acordo com o tipo de corte durante a
inspeção post-mortem no Matadouro Municipal de Salinas –
MG……………………………………………………………………………………………46
Figura 20: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG. A: Abscesso com extravasamento de pus
após corte. B: Abscesso granuloso. C: Reação vacinal e/ou medicamentosa
superficial……………………………………………………………………………………42
Figura 21: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG. A: Abscesso supurado pós-esfola. B:
Carcaça depreciada na região do pescoço após a excisão de abscessos vacinais
e/ou medicamentosos……………………………………………………………………...43
Figura 22: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem no Matadouro
Municipal de Salinas – MG. A: Abscesso vacinal. A’: Dano causado após a retirada
do abscesso. B: Abscesso vacinal. B’: Dano causado após a retirada do
abscesso…………………………………………………………………………………….46
Figura 23: Fetos retirados de carcaças de fêmeas prenhes durante a inspeção post-
mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas –
MG…………………………………………………………………………………………...45
Gráfico 1: Evolução do abate de bovinos por trimestre – Brasil – trimestres 2011-
2016………………………………………………………………………………………….14
Gráfico 2: Relação do número de animais abatidos com o número de fêmeas e o
número de gestações durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro
Municipal de Salinas –
MG…………………………………………………………………………………………...44
Tabela 1: Linhas de inspeção no abate de bovinos segundo o Serviço de Inspeção
Federal……………………………………………………………………………………….21
Tabela 2: Vísceras condenadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG…………………………………………………..25
Tabela 3: Quantidade estimada de recursos econômicos que deixaram de circular no
comércio de carnes na cidade Salinas – MG…………………………………………...46
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….. 13
2. REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………
14
2.1 O mercado de carne no Brasil…………………………………………………….. 14
2.2 – O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal…………………… 16
2.2.1 – Histórico do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal no 
Brasil……………………………………...……………………………………………. 16
2.2.3 – O serviço de inspeção post-mortem…………………………………….. 19
2.3 – Prejuízos econômicos gerados por condenações de peças no abate de 
bovinos…………………………………………………………………………………… 21
3. OBJETIVOS…………………………………………………………………………….. 23
3.1 – Objetivos Gerais………………………………………………………………….. 23
3.2 – Objetivos específicos…………………………………………………………….. 23
4. METODOLOGIA…………………………………………………………………………23
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………………………………..24
7. CONCLUSÃO……………………………………………………………………………46
8. BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………….. 47
1. INTRODUÇÃO
A pecuária bovina exerce um papel muito importante na economia do
Brasil, além de ser um dos principais destaques do agronegócio no cenário
mundial. A carne bovina é bastante consumida tanto nacional quanto
internacionalmente e isso tem influência direta sobre a qualidade dos produtos
dessa origem. 
Atualmente a preocupação com a qualidade de vida e saúde da
população vem aumentando cada vez mais. O serviço de inspeção trabalha
através de criteriosos recursos, a fim de atender essa preocupação e fornecer
produtos com segurança alimentar e qualidade sensorial aos consumidores. 
O serviço de inspeção conta com os exames ante e post-mortem para
assegurar a qualidade dos produtos finais. O exame ante mortem evita que
animais não sadios sejam abatidos e o exame post-mortem evita que vísceras
e cortes de carnes cheguem à mesa do consumidor com qualidade duvidosa,
garantindo a segurança da saúde pública.
As condenações de vísceras e porções cárneas geram muitos prejuízos
econômicos tanto para os pecuaristas quanto para a rede frigorífica. Devido a
isso é importante utilizar métodos que previnam as condenações e evitem as
perdas econômicas desnecessárias.
Este trabalho é de suma importância para a saúde pública e do rebanho
bovino local. É importante também paras as questões econômicas do mercado
da carne e do próprio frigorífico na cidade de Salinas – MG. A identificação das
alterações post mortem é de fundamental importância para levantamentos
epidemiológicos das principais enfermidades que acometem os animais da
região. Além disso os prejuízos estimados neste trabalho podem ser usados
como alerta a todos os envolvidos no setor de pecuária de corte e no setor de
frigoríficos, para que possam minimizar a perda econômica gerada com as
condenações através de métodos específicos de prevenção. 
O presente trabalho teve como objetivo identificar as condenações
durante a inspeção post-mortem, seja de vísceras ou de carcaças, e relacionar
13
as perdas econômicas associadas a essas condenações no abate de bovinos
no Matadouro Municipal de Salinas-MG.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O mercado de carne no Brasil 
A pecuária bovina vem exercendo papel importante na economia
brasileira desde o período colonial. A partir do século XVI, na terceira década
após o início do processo de colonização, a pecuária exerceu forte influência
na expansão econômica brasileira, destacando-se no setor de exportações e,
também, no abastecimento do mercado interno. Mesmo perante as mudanças
na produção agrícola, com o avanço da agricultura empresarial e a expansão
de novos cultivos, a pecuária continuou sendo a atividade que ocupa a maior
área dos estabelecimentos agropecuários do país (TEIXEIRA, 2014).
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
a bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no
cenário mundial. O Brasil possui o segundo maior rebanho efetivo do mundo,
com cerca de 200 milhões de cabeças. Além disso, desde 2004, é líder nas
exportações, com um quinto da carne comercializada internacionalmente,
vendida em mais de 180 países. O Gráfico 1 mostra a evolução do abate de
bovinos por trimestre, a partir do 1º trimestre de 2011.
Gráfico 1: Evolução do abate de bovinos por trimestre – Brasil – trimestres 2011-2016 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa
Trimestral do Abate de Animais. 2011.I-2016.II
14
O Brasil é o quinto maior país do mundo em território, com 8,5 milhões de
km² de extensão, com cerca de 20% da sua área (174 milhões de hectares)
ocupada por pastagens. Apesar de ser um país predominantemente tropical, o
Brasil possui uma extensa variabilidade climática, que reflete nos índices
pluviométricos e, em consequência,nos sistemas de produção pecuários. A
grande variedade de sistemas produtivos no território brasileiro está
diretamente relacionada a grande diversificação dos produtos oriundos da
pecuária. O Brasil hoje pode atender qualquer tipo de mercado em todo o
mundo, sejam nichos específicos, como carnes mais nobres até cortes de
valores menores, sejam mais magras ou com teor de gordura mais alto, sob
qualquer demanda de volume (ABIEC, 2016).
O crescimento e a consolidação do setor de pecuária de corte se devem,
principalmente nos últimos anos, pela difusão da avançada tecnologia nas
áreas de genética, nutrição, manejo e sanidade, que foram responsáveis pelo
crescimento da produtividade no setor, transformando a pecuária nacional
numa atividade desenvolvida(CARVALHO, 2009). 
O consumo de carne bovina no Brasil é de 38,6%, perdendo somente
para a carne de frango com 46,8%. No cenário mundial o consumo de carne
bovina ocupa o terceiro lugar com 22,5% no ranking, perdendo para as carnes
de frango, 34,6%, e suína, 42,9% (DEPEC, 2016). Levando em consideração o
consumo de carne tanto nacional, quanto mundial, pode-se ressaltar a
importância da qualidade higiênico-sanitária que esses produtos devem ter até
chegar a mesa do consumidor. A alimentação humana é um indicador
fundamental de qualidade de vida, além de afetar os indivíduos de diversas
formas, em virtude da importância de ingestão de diversos nutrientes que são
necessários para o perfeito funcionamento fisiológico do corpo (MORATOYA et
al., 2013). 
Como forma de certificar a qualidade e a segurança dos alimentos,
grupos de consumidores, organizações não governamentais (ONGs) e redes
de supermercados, ligadas ao comércio nacional e internacional de carnes, têm
exigido dos seus fornecedores o estabelecimento de processos de controle de
qualidade, assegurando que os produtos ofertados estejam em conformidade
com as normas e exigências do mercado (EMBRAPA, 2007). Destes processos
15
temos BPF (Boas Práticas de Fabricação), PPHO (Programa de Procedimentos
Padrão de Higiene Operacional) e APPCC (Análise de Perigo e Pontos Críticos
de Controle), todos eles sob a verificação do Serviço Oficial de Inspeção de
Produtos de Origem Animal (BRASIL, 2005a). Sendo assim, de uma forma
geral, o Serviço de Inspeção é responsável por assegurar a qualidade dos
produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis, que são destinados
ao mercado interno e externo, bem como de produtos importados (MAPA,
2016).
2.2 – O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal 
2.2.1 – Histórico do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal
no Brasil
Os sistemas brasileiros de inspeção sanitária de produtos de origem
animal são compostos e regulamentados por um conjunto de leis, decretos,
resoluções, portarias e outros recursos legais. Essa legislação aborda o
funcionamento dos serviços de inspeção e fiscalização sanitária dos
estabelecimentos que produzem alimentos (PREZOTTO, 2013). Costa, et al
(2015) explica que com a globalização, novos mercados se abriram no setor
agropecuário, fazendo com que a inspeção seja muito importante e bastante
exigida nas transações comerciais.
Antes da chegada da coroa portuguesa ao Brasil, o controle sanitário e
comercial de produtos alimentares seguia as orientações vigentes em Portugal
e se baseava na inspeção do alimento acabado. Em 1808 ocorreu a aprovação
do Regimento da Fisicatura, que era responsável pelas questões sanitárias.
Entretanto, somente em 28 de janeiro de 1832, foi promulgado o Código de
Posturas Municipais no Brasil, que pretendia assegurar a saúde dos homens
através da fiscalização de produtos alimentícios que eram comercializados,
além disso, também promovia o descarte dos produtos adulterados e/ou
impróprios para consumo. Durante o reinado brasileiro criou-se a Secretaria de
Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, onde a
inspeção deixou ser somente sob os produtos acabados e passou a ocorrer
também nos animais vivos, e com isso, surgiram as escolas de medicina
veterinária e começaram os estudos de melhoramento de raças de animais
16
para obtenção dos produtos de origem animal de melhor qualidade (COSTA et
al, 2015). 
Em 1906, as questões que envolviam o controle da saúde e sanidade
dos animais importados e a sanidade dos produtos de sua origem, forçou o
presidente Afonso Penna a promulgar a Lei 1.606 e com base nela, criou-se a
Diretoria de Indústria Animal, que era responsável pela inspeção veterinária. O
objetivo era atestar sobre o estado sanitário dos animais de produção, tomando
todas as medidas capazes de prevenir e combater as epizootias, fiscalizando
os matadouros e os estábulos, para melhorar a higiene alimentar. Soma-se a
isso, a responsabilidade de estudar e divulgar os modernos processos da
indústria de laticínios. Em 1910 o Ministério dos Negócios da Agricultura,
Indústria e Comércio, criado pela Lei 1.606, incentivou a produção de diversos
produtos em todo território nacional com rígido controle higiênico–sanitário e
tecnológico. Ademais, o desenvolvimento da produção agropecuária no Brasil
foi favorecido pela vinda, na segunda década do século passado, dos
modernos matadouros-frigoríficos estrangeiros, fundamentados no modelo
anglo-norte-americano. Várias normas foram estabelecidas para atender a
essas empresas, favorecendo e moldando o atual Serviço de Inspeção
Federal/SIF (COSTA et al, 2015).
O Decreto nº 23.133, de 09 de setembro de 1933, institui o exercício da
profissão do médico veterinário no Brasil, reconhecendo o exercício profissional
realizado pelos médicos veterinários em suas diversas áreas. Cabe destacar,
que a atribuição preponderante do médico veterinário é a de promover,
assegurar, garantir, atestar e certificar a saúde e a sanidade animal bem como
a sanidade e identidade dos produtos de sua origem (COSTA et al, 2015)
Ainda segundo Costa et al (2015), a Segunda Guerra Mundial
impulsionou especialmente o setor de carnes e derivados, em consequência
disso criou-se a Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA.
Como não havia a obrigatoriedade do serviço de inspeção, até aquela época,
em 18 de dezembro de 1950 foi criada a lei 1.283, reconhecida como a “Lei-
Mãe” da inspeção, que instituiu a obrigatoriedade da inspeção industrial e
sanitária de produtos de origem animal, no Brasil. Além disso, ela atribui a
responsabilidade de execução da inspeção aos governos federal, estadual e
17
municipal, de acordo com o âmbito do comércio atendido pelo estabelecimento.
Após a “Lei-Mãe”, em 29 de março de 1952 foi aprovado o Regulamento da
Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, com
952 artigos, que abrangia toda a legislação relativa à carne, leite, ovos, mel e
pescados, desde a sua produção até a sua comercialização. 
A primeira alteração na “Lei-Mãe” ocorreu através da lei 5.760, em 03 de
dezembro de 1971, conhecida como a federalização da inspeção no Brasil e
atribuiu apenas ao governo federal a exclusividade para execução da inspeção
industrial e sanitária dos produtos de origem animal. Entretanto, a crise
econômica que abalou o mundo ocidental na época, afetou as exportações
brasileiras, principalmente de carnes e derivados, e com as dificuldades
econômicas, o Brasil passou a enfrentar problemas com a política interna. Isso
tudo colaborou com a não aplicação da federalização da inspeção e, em
consequência disto, a Lei 7.889, em 23 de novembrode 1989, foi aprovada
pelo Senado Federal e reeditou, “virtualmente”, a “Lei-Mãe”. Dessa forma as
responsabilidades retornaram aos governos federal, estaduais e municipais.
Em meados de 1990 o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) cria o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária (SUASA), com o objetivo de reunir as principais perspectivas
sanitárias do SUS e envolver as três esferas da administração pública (federal,
estadual e municipal) na inspeção sanitária de produtos de origem animal
(POAs). A finalidade desse novo sistema é dar garantia e melhorar a qualidade
e sanidade dos produtos em toda a cadeia produtiva brasileira, que vai desde o
produtor rural até os pontos de comercialização. Objetivando a
operacionalização do SUASA, em 2006, surge o Sistema Brasileiro de
Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), que busca a padronização
dos procedimentos de inspeção e fiscalização em todo o país por meio de
convênios com os serviços de inspeção dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios. A adesão ao SISBI é voluntária e concedida pelo órgão
coordenador aos serviços de inspeção por meio da comprovação de
equivalência entre o serviço solicitante e o SIF.
A medicina veterinária foi imprescindível na implantação e consolidação
do distinto parque industrial de produtos de origem animal, principalmente de
18
carne e leite, ao longo de quase um século de atuação direta no Brasil. Além do
mais, a inspeção sanitária no setor do comércio varejista, sobretudo o grande
comércio, é uma nova oportunidade de trabalho para o médico veterinário.
Desse modo, é substancial conhecer toda a legislação do setor, assim como a
importância econômica, social, política, zootécnica, sanitária e tecnológica da
atividade (COSTA et al., 2015).
Atualmente o Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.) tem atuação em mais
de 4 mil estabelecimentos brasileiros, sendo eles 3.244 que recebem o selo do
S.I.F e outros 1.705 estabelecimentos relacionados, que estão todos sob a
supervisão do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal –
DIPOA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA).
2.2.3 – O Serviço de Inspeção post-mortem
Segundo o RIISPOA, o exame de inspeção post mortem consiste na
avaliação anatomopatológica de todos os órgãos e tecidos dos animais
abatidos. Envolve a observação e apreciação de seus caracteres externos, sua
palpação e abertura de gânglios linfáticos correspondentes e cortes sobre o
parênquima dos órgãos, quando houver necessidade. Está descrita de forma
detalhada especificamente nos Artigos 148, 150 e 151 (BRASIL,1952). Pinto
(2012) afirma que na prática esse exame tem sido o principal recurso utilizado
na inspeção de carnes para o diagnóstico macroscópico de eventuais doenças
de animais em abatedouros, e que os conhecimentos de patologia veterinária
são fundamentais, além de ser o principal recurso técnico utilizado na fase de
inspeção post mortem.
As “Linhas de Inspeção” são os locais, ou pontos da Sala de Matança
onde se realizam os exames post mortem. Esses exames são precedidos,
individualmente, pela fase preparatória. Essa fase tem como objetivo
apresentar à Inspeção Final a peça ou o conjunto de peças perfeitamente
limpas e em condições de serem adequadamente inspecionados, facilitando o
exame visual e preservando, do ponto de vista higiênico, as porções
comestíveis. A fase preparatória é de responsabilidade dos operários da
empresa. Estes operários não podem ou não devem ser substituídos por outros
que não tenham a prática necessária, já que a qualidade higiênica das peças e
19
a comodidade e perfeição do trabalho de inspeção nas linhas referidas são
dependentes das tarefas especializadas executadas pelos mesmos. É
importante salientar que grande número de condenações de carcaças e
órgãos, são consequentes às contaminações por conteúdo gastrintestinal,
resultantes do trabalho imperfeito de evisceradores improvisados ou
negligentes (MAPA, 2007).
 Os exames realizados nas “Linhas de Inspeção” são de
responsabilidade exclusiva da Inspeção Final e são executados por Auxiliares
de Inspeção, devidamente treinados na rotina deste serviço e que possuem
conhecimentos teóricos sobre o mesmo. Apesar disso, esse Auxiliares de
Inspeção trabalham sob a supervisão do Inspetor Médico Veterinário, que é
também o responsável pelo Departamento de Inspeção Final e pelo
cumprimento das medidas de ordem higiênico-sanitária das Instruções
previstas no RIISPOA (MAPA, 2007). 
Na Tabela 1 estão dispostas as linhas de inspeção e as partes da
carcaça que são examinadas em cada linha no decorrer do abate de bovinos.
Tabela 1: Linhas de inspeção no abate de bovinos segundo o Serviço de
Inspeção Federal.
LINHAS LOCAL EXAMINADO
A Pés
B Conjunto cabeça e língua
C Cronologia dentária
D Trato gastrointestinal, baço,
pâncreas, bexiga e útero
E Fígado
F Pulmões e coração
G Rins
H Parte caudal da carcaça
I Parte cranial da carcaça 
 Fonte: RIISPOA (BRASIL, 1952)
Em um trabalho realizado por Lima et al.(2007), 1.840 bovinos abatidos
foram examinados no Abatedouro Frigorífico Industrial de Mossoró. A inspeção
post-mortem dos bovinos foi realizada pelas técnicas de exame visual,
palpação e, quando necessária, também foi efetuada a enucleação e incisão
dos órgãos submetidos à análise macroscópica. Em outro trabalho, realizado
20
por Silva et al. (2013) foram examinados 22.003 bovinos abatidos no frigorífico
do município de Uberlândia – MG e a inspeção post-mortem foi realizada em
conjunto com os fiscais do Serviço de Inspeção Federal, pelas técnicas
determinadas pelo Regulamento Industrial de Inspeção de Produto de Origem
Animal (RIISPOA), Artigos 147 e 148. O trabalho de Filho et al. (2006) em um
matadouro-frigorífico de Goiás, realizou a detecção de lesões por reações
vacinais através da colaboração dos auxiliares do Serviço de Inspeção Federal,
nas linhas de inspeção G, H e I. As carcaças que fizeram parte do experimento
foram monitoradas até a desossa, com vistas à detecção de novas lesões.
2.3 – Prejuízos econômicos gerados por condenações de peças no abate
de bovinos.
Dentro da cadeia produtiva de carne bovina e no ponto de vista
econômico, enquanto os cortes de carnes são os mais consumidos, as
vísceras, por outro lado, são subprodutos importantes caracterizadas como
ótimas fontes proteicas e alternativas para a população mundial em expansão.
Desse modo, isso garante uma agregação de valor à produção constituindo
também uma importante fonte de lucros para a economia nacional e para as
empresas pecuárias (KALE et al., 2011). Além disso, Fruet et al., 2013 destaca
que estes subprodutos apresentam baixo custo para o consumidor em
comparação aos cortes nobres. Kale et al., 2011 afirma que através dos
avanços tecnológicos, a utilização dos subprodutos como matérias-primas e
produtos auxiliares em diferentes áreas resulta no aumento no valor dos
produtos finais. Apesar desses fatores Kale et al.,2011 afirma que durante a
realização da inspeção sanitária, as vísceras, carcaças e as partes de carcaças
que apresentem alterações são condenadas e isso representa um prejuízo
econômico direto dentro da indústria frigorífica. 
Entre as vísceras bovinas, o fígado se ressalta por ser um excelente
alimento, rico em proteínas e carboidratos (PARDI, 2006). Este órgão é
bastante consumido pela população, no entanto na rotina de inspeção é
comumhaver muitas condenações do mesmo, pois suas funções metabólicas
o tornam susceptível a variados tipos de lesões (ALMEIDA, 2016). Faccin et al.,
2015 realizou um estudo que evidencia as perdas por condenação de fígados
21
com fibrose devido à ingestão de braquiária. Os resultados apontaram que as
lesões de braquiária ocasionam a condenação de 23,6 toneladas de fígado
com prejuízo estimado em mais de R$100.000,00 no período de um ano em
apenas um matadouro. 
Estudo realizado por Fruet et al (2013), aponta que o fígado representa
quase 50% das perdas na produção, com prejuízos por volta de R$142.749,05
para o rendimento financeiro de vísceras em matadouros localizados no
município de Santa Maria – RS. Esse fato pode ser explicado pelo elevado
peso do órgão quando comparado aos subprodutos restantes. Neste estudo o
número de órgãos condenados foi de 8.167, representando uma perda de
24.168,66 kg, o que corresponde a 20,82% da produção. 
A cisticercose tem pouca importância clínica na espécie bovina, apesar
disso, são grandes os prejuízos econômicos na balança comercial do país. Se
considerarmos um rebanho de 200.000.000 animais e uma prevalência média
de cisticercose de 5% com taxa de desfrute de aproximadamente 30%, os
prejuízos diretos seriam da ordem de R$ 24,5 milhões/ano (SOUZA et al.,
2007).
Em relação aos prejuízos relacionados a condenação de carne devido a
abscessos vacinais e/ou medicamentosos, o estudo realizado por Filho et al.,
2006 em um matadouro-frigorífico de Goiás, constatou que dos 2.662 animais
abatidos, 518Kg de carne foram condenadas devido a abscessos.
Na pesquisa realizada por Alves et al., 2008, em propriedades rurais da
região do Triângulo Mineiro, de 251 carcaças bovinas abatidas 76,50%
apresentaram reações de abscessos, constatando uma perda total de R$
645,07.
Em um frigorífico na cidade de Barretos – SP, Lago-Rezende et al.(2011)
mostrou que o comércio deixou de receber R$15.164,12, em 13.000 cabeças
de gado devido a abcessos e hematomas.
Filho et al., 2006 constatou que as elevadas perdas econômicas
resultantes da presença de abscessos na musculatura das carnes de bovinos
estabelece a necessidade de uma mudança no manejo dos animais durante a
vacinação e/ou tratamentos medicamentosos, com o objetivo de diminuir a
22
frequência dessas lesões e, por com seguinte, diminuir a depreciação da
carcaça.
3. OBJETIVOS
3.1 – Objetivos Gerais
Identificar as condenações durante a inspeção post-mortem e relacionar as
perdas econômicas associadas a essas condenações no abate de bovinos em
Salinas-MG.
3.2 – Objetivos específicos
 Realizar exame macroscópico, nas linhas de inspeção, em vísceras e
carcaças;
 Identificar as alterações anatomopatológicas encontradas no exame
macroscópico de vísceras e carcaças;
 Identificar a quantidade de animais abatidos com distinção de sexo;
 Realizar a pesagem de todo material condenado pelo serviço de
inspeção municipal, tanto vísceras quanto porções cárneas;
 Calcular os prejuízos econômicos gerados pelo descarte de vísceras e
porções cárneas condenadas pelo serviço de inspeção municipal.
4. METODOLOGIA
O trabalho foi realizado em um matadouro municipal, localizado na
cidade de Salinas no Norte de Minas Gerais, com média de abate de 23
animais/dia. Durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2016, por
meio de 35 visitas realizadas aleatoriamente, avaliou–se 797 carcaças bovinas
com distinção de sexo, de animais provenientes da própria região, através do
Serviço de Inspeção Municipal – SIM. 
23
A inspeção post-mortem dos bovinos foi realizada pelas técnicas de
exame visual, palpação e, quando necessária, também foi efetuada a incisão
dos órgãos submetidos à análise macroscópica, de acordo com o Regulamento
de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal(BRASIL, 1952). Também
foram quantificadas o número de fêmeas gestantes sem distinção de idade
gestacional. 
Foram identificadas e tabuladas as alterações post-mortem encontradas,
para posteriormente realizar os cálculos de prevalência das condenações e os
prejuízos econômicos gerados por elas. Realizou-se a coleta e a pesagem das
vísceras condenadas. Assim como das porções cárneas excisadas das
carcaças que apresentaram abscessos vacinais e/ou medicamentosos, de
acordo com o Artigo 157, Capítulo III do RIISPOA. As amostras coletadas foram
separadas de acordo com a localização do abscesso (corte de carne
correspondente) e fez-se a pesagem separadamente, para posterior cálculo do
prejuízo econômico gerado pelo descarte. Os prejuízos econômicos foram
calculados a partir de uma pesquisa de mercado da carne na cidade de
Salinas-MG, que foi realizada em dez açougues e preconizou os cortes de
carne e vísceras que mais foram condenados no decorrer do presente trabalho.
A partir desta pesquisa de mercado, foi calculada uma média de preço e então
pode-se estimar a quantidade de recursos econômicos que deixaram de
circular no comércio da cidade devido as condenações post-mortem.
As alterações relacionadas a contaminações não foram inclusas nos
cálculos de prevalência, já que o estabelecimento não fazia a contagem das
mesmas. 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nessa pesquisa três aspectos foram analisados: o volume em número e
o peso de órgãos condenados; as principais lesões responsáveis pelo descarte
das vísceras; a quantidade de porções cárneas descartadas e os prejuízos
decorrentes. Com essa finalidade foram inspecionadas 89 vísceras que foram
24
descritas acompanhadas de suas respectivas alterações e pesos (kg). A Tabela
2 expõe o tipo e a quantidade de vísceras descartadas. 
Tabela 2: Vísceras condenadas durante a inspeção post-mortem 
de Bovinos no Matadouro Municipal de Salinas/MG.
Tipo de
víscera
Quantidade
(unidade)
Quantidade
(kg)
Quantidade
(%)
Coração 02 4,16 2,25
Fígado 31 176,99 34,83
Língua 01 1,21 1,13
Pulmões 52 225,73 58,42
Rim 03 1,08 3,37
Total 89 449,74 100
Fonte: Elaboração própria, 2016.
Pode-se observar que o pulmão foi o órgão com o maior número de
descarte do total de vísceras condenadas, seguido do fígado. O trabalho
realizado por Lima et al (2007) também evidencia grande perda de pulmões
devido a condenações por presença de alterações no sistema respiratório. As
alterações respiratórias encontradas por ele foram: enfisema (66,7%),
congestão (16,7%), hiperemia ativa (11,1%) e pneumonia (5,5%). Já o trabalho
de Silva et al (2013) mostra que do total de patologias encontradas, o órgão
mais atingido foi o rim e as alterações encontradas foram nefrite (9,92%), cisto
renal (11,06%), uronefrose (13,56%), congestão (27,09%) e isquemia (38,41%).
No trabalho realizado por Barreto et al (2013) os rins e pulmões foram os
maiores contribuintes nas condenações de vísceras, sendo as nefrites e a
aspiração de sangue as principais afecções observadas. O trabalho de Palma
(2013) demonstra que as lesões mais encontradas nos pulmões condenados
foram enfisema, seguido de aspiração de sangue, aspiração de conteúdo
ruminal, contaminação, congestão e bronquite. O trabalho de Sodré (2008)
também mostra grandes casos de aspiração de sangue e congestão pulmonar. 
Segundo o Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem
Animal – RIISPOA (Artigos 162 e 165), os pulmões identificados com as
alterações descritas no presente trabalho devem ser destinados à condenação
(BRASIL, 1952).
25
Com a coleta de dados, observa-se que dentre os 52 pulmões
descartados,no presente trabalho, a aspiração agônica de sangue foi a
principal causa de condenações do órgão, seguida de contaminação por
conteúdo ruminal, aspiração de conteúdo ruminal, broncopneumonia
verminótica, abscesso pulmonar, estomatite vesicular, bronquiectasia,
melanose, e lesões sugestivas de tuberculose. Pinto (2012) afirma que quando
ocorre a aspiração de sangue a cor da área acometida predomina como
vermelho-vivo e se restringe aos espaços extravasculares. Segundo Lima et al.
(2007) a perfeita insensibilização do animal no momento do abate é muito
importante, pois a má insensibilização provoca um quadro de enfisema
agônico, aspiração de sangue e de conteúdo ruminal para os pulmões. 
Figura 1: Aspiração agônica de sangue em pulmão condenado durante a
inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
A contaminação dos pulmões por conteúdo ruminal, no presente trabalho,
ocorria possivelmente, no momento da retirada do conjunto traquéia-esôfago-
pulmões da carcaça. Neste processo, como não há uma oclusão prévia do
esôfago, o conteúdo ruminal escoava pelo lúmen esofágico, contaminando
assim os pulmões. Outro fator que pode influenciar é a não realização
adequada do jejum dos animais, aumentando a presença de conteúdo
gastrointestinal. 
26
Figura 2: Conteúdo gástrico no esôfago não ocluído e na região da glote
durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas
– MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
Durante o trabalho foi encontrado apenas um caso, 1,92% do total de
pulmões condenados, de broncopneumonia verminótica por Dictyocaulus
viviparus. Os parasitas foram encontrados nas regiões mais caudais do órgão,
o que deu mais ênfase para a identificação da alteração, já que segundo
SANTOS (2014), as infecções parasitárias, comumente, se localizam nas
porções caudais, principalmente nos lobos diafragmáticos. Pinto (2007) afirma
que as broncopneumonias verminóticas em ruminantes são causadas por
nematódeos estrongilóideos como o Dictyocaulus viviparus e D. filaria. A
acumulação desses parasitas nos brônquios pode resultar no aparecimento de
atelectasias e enfisemas pulmonares.
Figura 3: Broncopneumonia verminótica por Dictyocaulus viviparus identificada durante
a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
27
Em relação à Estomatite Vesicular, os pulmões foram condenados
porque as lesões se estendiam por todo tecido conjuntivo que circunda o
esôfago. Segundo Santos e Fukuda (2014) as lesões macroscópicas de
estomatite vesicular começam com uma vesícula clara, pequena, cheia de
líquido, podendo ocorrer em lábios, mucosa bucal e superfície e margens da
língua. Podendo ainda ocorrer lesões similares no esôfago como descrito no
presente trabalho. Estas vesículas aumentam de tamanho até sua consequente
ulceração, criando manchas irregulares na submucosa vermelha e desnuda.
Neste caso em especial não foi possível identificar se a mucosa bucal e língua
possuíam lesões similares. A falta de método de identificação e relação entre
cabeça e carcaça pode ter prejudicado o processo de detecção da lesão. 
Figura 4: Lesões de Estomatite Vesicular que se estende por todo tecido conjuntivo
que circunda a traqueia e esôfago que foram identificadas durante a inspeção post-
mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
A Bronquiectasia é a dilatação do lúmen bronquial, que, geralmente, é
uma consequência de bronquite crônica. No exame macroscópico, esse tipo de
alteração caracteriza-se por brônquios das regiões crânio ventrais
irregularmente dilatados e repletos de material purulento de aspecto viscoso e
de coloração amarelo-esverdeada. Os brônquios dilatados, às vezes,
aparecem salientes na superfície do pulmão. O parênquima adjacente
apresenta-se atelectásico e, em alguns casos, pode estar consolidando,
enfisematoso, ou fibrosado. A forma mais adequada de se observar a lesão é
fazer cortes das áreas afetadas (SANTOS, 2014). A lesão encontrada nos
pulmões do presente trabalho foi caracterizada por Bronquiectasia em
28
consequência da presença de enfisema pulmonar, parênquima adjacente
fibrosado e brônquios dilatados com presença de material viscoso.
Figura 5: Bronquiectasia identificada durante a inspeção post-mortem de
bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG. 
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
 Ocorreu apenas um caso de Melanose no presente trabalho, e os
pulmões afetados foram condenados por motivo estético/visual. Segundo
Santos e Fukuda (2014) a Melanose é a denominação dada a qualquer
pigmentação anormal do tecido com acúmulo de melanina nos órgãos, como
os rins, coração, fígado, pulmões, entre outros. O trabalho realizado por Pilar
(2015) em Cevallos no Equador, mostra que do dia 04 de Maio ao dia 05 de
Junho de 2014 a Melanose representou 16% das alterações hepáticas no
Camal Frigorífico Municipal de Ambato. 
Figura 6: Melanose identificada em pulmões durante a inspeção post-mortem de
bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
29
Pode-se observar que o fígado foi responsável por 34,8% do total de
vísceras descartadas. O trabalho de Fruet (2013) observou que o principal
órgão condenado foi o fígado e a lesão de maior prevalência foi causada por
Fasciola hepatica, e este achado provavelmente se deve ao fato de o parasita
ser endêmico na região sul do Brasil. 
A alteração anatomopatológica mais identificada no presente trabalho foi
o abscesso hepático, representando aproximadamente 70,6% no total de todos
os fígados condenados. Segundo Thomson (1998), quadros de ruminite tóxica
causas danos à mucosa ruminal permitindo que a microflora do rúmen,
principalmente a Fusobacterium necrophorum, penetre na circulação portal.
Inicialmente após se instalarem no fígado, as bactérias proliferam e produzem
focos de necrose hepatocelular e de hepatite que podem, com o tempo, se
transformarem em abscessos. Através do exame macroscópico os abscessos
podem ser observados como uma área de inflamação purulenta circunscrita e
bem delimitada, envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso
(ALMEIDA, 2016).
Figura 7: Abscesso hepático envolvido por tecido conjuntivo fibroso (A) e
extravasamento de conteúdo purulento do abscesso após corte (B) de fígado
condenado durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de
Salinas – MG. 
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
Com uma frequência inferior (29,4%) algumas lesões características de
Teleangiectasia ou Hemangioma Cavernoso também foram identificadas no
decorrer do trabalho. As lesões desse tipo de alteração não tem significado
clínico ou funcional aparente e a sua etiologia é desconhecida. É caracterizada
por pontos vermelhos-escuros ou negro-azulados e de forma e tamanhos
variados, porém com bordos regulares e depressão na superfície do órgão. Ao
30
corte, flui sangue e é possível visualizar um remanescente de rede vascular de
aspecto cavernoso (PINTO, 2014). Fruet (2013), diferente do presente trabalho,
evidenciou muitas condenações por teleangiectasia. Nos casos deste tipo de
alteração o órgão pode sofrer condenação total, quando a lesão atingir metade
ou mais do órgão ou pode ter aproveitamento condicional no caso de lesões
discretas, após remoção e condenação das partesatingidas. No caso de
abscessos e lesões supuradas, os órgãos atingidos devem ser condenados
(BRASIL, 1952).
Figura 8: Abscesso hepático com secreção purulenta (A), presença de Teleangiectasia
(B-setas) e abscesso (B-círculo), e presença de Teleangiectasia (C-setas). Lesões
identificadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de
Salinas/MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2013.
As condenações de rins na pesquisa representam apenas 3,7% do total
de vísceras, representadas por contaminação e lesões sugestivas de Cisto
Renal Solitário além de suspeita de Neoplasia – Adenocarcinoma Renal. O
trabalho de MENDES (2009) mostra que o cisto renal foi a principal causa de
condenação de rins no abate de bovinos na região do Planalto Serrano e no
Alto Vale do Itajaí – SC. Entretanto Silva (2013) mostra que a principal causa
de condenação de rins no município de Uberlândia – MG foi isquemia.
Pinto (2014) afirma que os rins císticos não constituem impedimento ao
consumo, mas devem ser descartados por motivos estéticos. Santos (2014)
esclarece que os cistos solitários geralmente estão localizados na cortical,
31
apresentam cápsula transparente ou esbranquiçada e opaca, e contém líquido
semelhante à urina. O Artigo 193 do RIISPOA decreta que os rins que
apresentem cistos devem ser condenados (BRASIL, 1952). 
Figura 9: Cisto renal(seta) identificado durante a inspeção post mortem 
de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
O adenocarcinoma é considerado uma neoplasia maligna do epitélio
glandular em que a aparência do corte varia de acordo com sua idade,
localização e com o tecido original envolvido. Em um órgão interno a extensão
do crescimento de uma neoplasia deste tipo não segue uma regra, podendo
ser arredondado e de forma definida, um tanto adiposo, ou podendo permear
difusamente o órgão no qual está localizado. É comum apenas um rim estar
envolvido. O crescimento deste tipo de neoplasia é por expansão circundando
o tecido renal. Em alguns casos causa considerável atrofia por compressão do
rim, e certas vezes o tecido renal se representa apenas por uma fina camada
de tecido atrófico adjacente à cápsula. (SANTOS e FUKUDA, 2014). 
Devido à ausência de médico veterinário oficial da inspeção, de acordo
com as informações da literatura (SANTOS e FUKUDA, 2014) e do RIISPOA
(Artigo 197), o rim em questão foi condenado, principalmente por questão
estética/visual (BRASIL, 1952).
32
Figura 10: Adenocarcinoma Renal identificado durante a inspeção 
post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
Durante as 35 visitas, apenas uma língua foi condenada. Essa
condenação foi devido à presença de lesão característica de Actinobacilose e
seguiu os critérios do Artigo 158 do RIISPOA. Segundo Pinto (2014), as lesões
desse tipo são nódulos amarelados de tamanho variado, palpáveis nos
linfonodos e nas superfícies da língua. Comumente, esses nódulos se
distribuem ao longo da cadeia linfática. No estágio crônico da doença ocorre
uma grande produção de tecido fibroso esbranquiçado, com endurecimento e
aumento do tamanho da língua. Santos (2014) também afirma que nas formas
crônicas da doença ocorre destruição do tecido muscular da língua e
substituição por tecido fibroso denso, o que provoca um aumento de volume e
da consistência do órgão.
Mahl (2016) mostrou em seu trabalho, realizado nos municípios de Passo
Fundo e Erechim – RS, que das alterações encontradas na língua a
contaminação (85,7%) foi a mais significativa, seguida de cisticercose
calcificada (14,3%). 
33
Figura 11: Lesão característica de Actinobacilose em língua bovina identificada durante
a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas/MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
A condenação dos corações foram por icterícia devido a suspeita de
tuberculose, comentado mais adiante, e por aderência do pericárdio e
congestão do órgão. Pinto (2014) explica que aderências podem ser
consequência de pericardites. O RIISPOA, (Artigo 191), decreta que órgãos
que apresentem aderências e congestão devem ser condenados (BRASIL,
1952). O trabalho de Mahl (2016) mostrou que as causas com maior
prevalência de condenações de corações foram pericardite, contaminação,
cisticercose calcificada e hidatidose. Já Silva (2013) encontrou as seguintes
alterações: congestão, pericardite, cisticercose e aderência do pericárdio,
sendo as duas primeiras as principais causas de descarte do coração.
Figura 12: Aderência do pericárdio em coração condenado durante a Inspeção
post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
34
Durante a pesquisa do presente trabalho foi encontrado apenas uma
lesão característica referente a cisticercose. O cisto estava calcificado, se
localizava no músculo masseter e foi identificado ao corte do músculo realizado
de acordo com o RIISPOA. Como apenas um cisticerco foi encontrado, foi
realizada a remoção da porção cárnea, onde o mesmo se localizava, e o
restante da carcaça, após exame mais detalhado, foi liberada pelo serviço de
inspeção seguindo as normas previstas no Artigo 176 do RIISPOA. No estudo
realizado por Carvalho (2006) foi observado que 55,51% do total de animais
positivos apresentaram cistos com localização na cabeça, 42,70% no coração,
1,10% na língua e 0,69% carcaça. 
Os cisticercos se caracterizam por vesículas esféricas ou ovais com
cerca de 0,5 a 1,0 cm de diâmetro e podem se manifestar no animal desde as
formas vivas que são transparentes, degeneradas, calcificadas ou até as três
simultaneamente. Esta diversidade de formas e as dimensões dos cisticercos
variam de acordo com o período transcorrido da primeira infecção ou a
ocorrência de reinfestações, que estão relacionadas ao grau de resposta
imunológica do animal (PINTO, 2014). 
Figura 13: Cisticerco calcificado identificado durante a inspeção post-mortem de
bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
 Fonte: Acervo pessoal, 2016.
No decorrer do trabalho foram identificadas lesões de abscessos
caseosos no fígado e pulmões. Diante disto foi realizada a inspeção mais
apurada na carcaça dos referentes órgãos e observou-se a presença de
icterícia generalizada. Essas lesões são sugestivas de tuberculose, desse
35
modo toda a carcaça foi condenada junto dos seus respectivos órgãos
seguindo as normas previstas nos Artigos 186 e 196 do RIISPOA. O trabalho
de Furlanetto (2012) mostrou que de um total de 41.193 bovinos avaliados,
sadios ao exame ante-mortem, 198 apresentaram lesões sugestivas de
tuberculose ou linfadenites na porção dianteira da carcaça, durante o exame
post-mortem. Através da avaliação do SIF, apenas uma carcaça apresentou
lesão sugestiva de tuberculose, e as lesões das outras 197 foram julgadas
como linfadenites comuns ou inespecíficas. Silva (2011) afirma que as lesões
decorrentes de linfadenite caseosa, actinobacilose e coccidioidomicose são
eventualmente indistinguíveis da tuberculose e somente o exame microscópico
pode diferenciá-las. 
Pinto (2014) afirma que a tuberculose é um das principais zoonoses
encontradas em estabelecimentos de abate no Brasil, tanto pela sua
importância em saúde pública quanto pela sua relevante presença nos relatos
de ocorrências de afecções detectadas pelos serviços de inspeção na rotina de
abate. As lesões tuberculosas ou tubérculossão nodulações de tamanho
variável, geralmente branco-amareladas, com presença de necrose na área
central, de consistência mole caracterizando um abscesso, caseosa ou
calcificada dependendo do estágio da doença (PINTO, 2014).
Figura 14: Carcaça, apresentando icterícia generalizada, condenada durante a
inspeção post mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
36
Figura 15: Lesões identificadas durante a inspeção post mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG. A e A’: Presença de abscessos no tecido
pulmonar. B: Vísceras embaladas apresentando icterícia. C e C’: Presença de
abscessos no tecido hepático. D: Abomaso ictérico.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
Em relação as contaminações externas observou-se alguns pontos
críticos no decorrer das visitas. Não foi possível realizar os cálculos de
prevalência porque o estabelecimento não considerava tais pontos como
alterações nas carcaças ou consideravam como alterações mínimas.
Os animais entravam para a sala de matança sem obedecer o jejum
adequado de 24 horas, previsto no Artigo 110 do RIISPOA (BRASIL, 1952).
Além disso, a desarticulação da cabeça era realizada antes da esfola e não era
feita a oclusão do esôfago. Devido a isso, no momento da desarticulação
ocorria um refluxo gástrico que contaminava a parte interna da cabeça
(músculos pterigoides) e a língua. A partir disso era feita uma lavagem das
cabeças contaminadas que seguiam normalmente na linha de abate. 
37
Figura 16: Identificação dos locais de contaminação do conjunto cabeça e língua por
conteúdo ruminal durante a inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal
de Salinas – MG.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
No momento da retirada do couro, a carcaça se posicionava muito
próximo ao rolete de esfola e devido a isso, em algumas situações,
dependendo do porte do animal abatido, o couro acabava encostando na
própria carcaça contaminando-a com sujidades e pelos. A conduta realizada
era de fazer a retirada das sujidades a partir de cortes superficiais no local
contaminado, sem muitos dano à carcaça.
Figura 17: Identificação de contaminação na esfola durante a inspeção post-mortem
de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG. Observa-se a presença de
sujidades e pelos (círculos).
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
Em alguns casos a não oclusão do reto e o rompimento de alças
intestinais na evisceração foram responsáveis pela contaminação de partes de
38
carcaças. A conduta realizada era, em algumas vezes, a retirada superficial da
porção cárnea acometida e, em outras, a lavagem com água no local
contaminado. O Artigo 165 do RIISPOA estabelece que carcaças ou partes de
carcaça que se contaminarem por fezes durante a evisceração ou em qualquer
outra fase dos trabalhos devem ser condenadas (BRASIL, 1952)
Em geral, as lesões traumáticas encontradas em carcaças no exame
post-mortem são resultados de falhas no transporte e manejo pré-abate dos
animais, que promovem ruptura de vasos, com manifestação macroscópica de
hemorragia e edema, com presença de contusão ou não, dependendo da força
e da duração da ação mecânica envolvida. A maioria dos casos de hemorragias
ou congestões, distribuídas exclusivamente no tecido muscular da carcaça, se
manifesta de forma localizada, sem evidências de reação ganglionar, e tem
origem traumática. Diante disso, são motivos de rejeição parcial, mas a
condenação é indicada quando as alterações se originam do aparelho digestivo
(PINTO, 2014).
Foram descartados 12,210 kg (3 %) de carne devido a hematomas no
decorrer das visitas seguindo os critérios previstos no Artigo 177 do RIISPOA.
Apesar disso, a maioria dos animais que foram abatidos apresentavam
hematomas, alguns se localizavam mais superficialmente na gordura
subcutânea e outros chegavam a atingir a musculatura. Observou-se que as
porções cárneas atingidas por hematomas só eram retiradas caso a
musculatura fosse bastante comprometida. Os locais mais acometidos por
hematomas eram a região da paleta, cupim, costela e a região de íleo e ísquio.
O trabalho de Assis (2011) evidencia que de um total de 26.000 meia-carcaças
avaliadas, 1280 apresentaram hematomas. Foram retirados 74 kg do quarto
dianteiro e 132,5 kg do traseiro, totalizando 206,5 kg de porções cárneas com
hematomas, acarretando um prejuízo de R$ 1.060,03. O estudo de Lago
(2011), realizado em Barretos – SP, mostra que 301,96 Kg de carnes
provenientes de 1.483 carcaças foram descartadas devido a hematomas. Estes
resultados mostram que, das 13.000 carcaças geradas pelo abate durante o
período de estudo, 11,4% apresentaram hematomas.
39
Figura 18: Identificação de hematomas nas carcaças devidos a contusões durante a
inspeção post-mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG;
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
A prática de vacinação em massa, especialmente em bovinos, leva ao
aparecimento de abscessos nos locais de aplicação. A troca de agulhas e a
antissepsia no local de aplicação significam, muitas vezes, um transtorno no
rendimento do processo e isso ocorre com maior frequência em rebanhos de
gado de corte (ALVES, 2008). Várias práticas na utilização de medicamentos
ou vacinas são incorretas ou impróprias, como a aplicação em local
inadequado, quebra da agulha dentro do músculo, marcas a fogo em local
indevido e contusões durante o manejo dos animais (LUCHIARI FILHO, 2001).
A presença de reações à vacinas e medicamentos cresce cada vez mais
e ocasiona grandes prejuízos econômicos e à imagem do produto. As lesões
causadas pela aplicação indevida de vacinas e medicamentos, além de
causarem um sério problema de qualidade na carne bovina, também
representam custos de mão de obra, necessária para realizar as aparas da
região afetada e o custo da perda de porções cárneas (LUCHIARI FILHO,
2001).
Os abscessos e reações vacinais e/ou medicamentosas além de serem
os achados anatomopatológicos mais encontrados, também foram
responsáveis pelo descarte de 363,332 kg (97 %) de carne no decorrer do
40
trabalho, sendo que a média de descarte por animal foi de 0,455 kg (0,24 %).
Alves et al., 2008 constatou em seu trabalho que a média de perda das
porções musculares lesionadas e coletadas nas linhas de inspeção foi de
0,516Kg. Já Lago-Rezende et al., 2011 retratou que as 4.713 carcaças
acometidas por abscessos tiveram uma média de perda de 0,287Kg/carcaça.
Filho et al., 2006 também relata uma perda de 0,213Kg/carcaça de material
retirado e condenado relacionado a abscessos. 
As pesagens foram realizadas de acordo com o local acometido na
carcaça e a região do pescoço foi de uma forma expressiva a região mais
afetada. Isso pode estar ligado ao fato de que as vacinas geralmente são
recomendadas a serem aplicadas na região chamada “tábua do
pescoço”(EMBRAPA, 2007). A Figura 19 evidencia a quantidade em Kg de
carne descartada de acordo com o tipo de corte e a percentagem da mesma.
Figura 19: Quantidade de carne descartada de acordo com o tipo de corte durante a
inspeção post-mortem no Matadouro Municipal de Salinas – MG.
Fonte: Elaboração própria, 2016.
41
Assis (2011) mostrou em seu trabalho que do total de 26.000 meias
carcaças avaliadas, 26% apresentaram abscessos. Do total de 6.769 meias
carcaças afetadas, todos os abscessos se restringiram ao quarto dianteiro,
especificamente nas regiões do acém (80,7%), cupim(6,8%), paleta (0,8%) e
pescoço (11,7%). O trabalho de Lago (2011) mostrou que abscessos também
acometeram o dianteiro das carcaças e os cortes mais atingidos foram cupim,
acém e costela do dianteiro. Neste caso os abscessos foram responsáveis pelo
descarte de 1.355,30 Kg de carne cuja origem foram 4.713 carcaças.
É importante ressaltar que essas lesões geradas por reações vacinais
e/ou medicamentosas podem ser evitadas, sem prejudicar a imunização do
animal, e desse modo prevenir os consequentes prejuízos econômicos.
Segundo Madureira (1998) deve-se observar alguns fatores para que a
eficiência das vacinas não seja prejudicada, tais como o transporte,
conservação, manuseio das vacinas e execução da vacinação. As boas
práticas devem ser adotadas para viabilizar a proteção ideal do rebanho e
evitar contaminação no local da aplicação, gerando reações indesejadas e
consequente depreciação na carcaça. Alves (2008) afirma que a vacinação
deve ser realizada de uma forma em que o impacto negativo do manejo não
seja tão intenso para os animais. O que proporciona aumento na produtividade
e redução dos prejuízos econômicos.
Figura 20: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG. A: Abscesso com extravasamento de pus após
corte. B: Abscesso granuloso. C: Reação vacinal e/ou medicamentosa superficial. 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
42
Figura 21: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem de bovinos no
Matadouro Municipal de Salinas – MG. A: Abscesso supurado pós-esfola. B: Carcaça
depreciada na região do pescoço após a excisão de abscessos vacinais e/ou
medicamentosos.
Fonte: Acervo pessoal, 2016
Figura 22: Lesões identificadas durante a inspeção post-mortem no Matadouro
Municipal de Salinas – MG. A: Abscesso vacinal. A’: Dano causado após a retirada do
abscesso. B: Abscesso vacinal. B’: Dano causado após a retirada do abscesso.
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
43
Durante as 35 visitas, pode-se observar que num total de 797 animais
abatidos, 658 (82,6%) eram fêmeas, e desse total de fêmeas abatidas, 392
(59,5%) estavam gestantes. Não foi diagnosticada a idade de gestação de
cada fêmea, mas diante de uma análise subjetiva, pode-se notar que muitas
delas estavam no terço final da gestação. Os fetos foram retirados e
descartados junto com o sistema reprodutor, a carcaça seguia na linha
normalmente independente da idade de gestação. O trabalho de Sornas (2014)
avaliou 1.000 vacas abatidas em um frigorífico da região metropolitana de
Curitiba-PR, e destas, 580 estavam prenhes em diferentes estágios de
gestação. Já o trabalho de Riva (2015) evidencia que de 11.954 fêmeas, 90
carcaças foram condenadas por gestação adiantada, representando uma
prevalência de 0,46% dentre todos os animais abatidos e 0,75% das fêmeas
abatidas. O Artigo 182 do RIISPOA estabelece que as carcaças de animais em
gestação adiantada ou que apresentem sinais de parto recente, devem ser
destinadas à esterilização, desde que não haja evidência de infecção e os fetos
devem ser condenados (BRASIL, 1952). O Gráfico 3 ilustra a quantidade de
animais abatidos, o número de fêmeas e o número de fêmeas gestantes, assim
como a porcentagem dos mesmos.
Gráfico 2: Relação do número de animais abatidos com o n° de fêmeas e o n° de
gestações durante a inspeção post mortem de bovinos no Matadouro Municipal de
Salinas – MG. 
Fonte: Elaboração própria, 2016
44
Figura 23: Fetos retirados de carcaças de fêmeas prenhes durante a inspeção post-
mortem de bovinos no Matadouro Municipal de Salinas – MG. 
Fonte: Acervo pessoal, 2016.
Os produtores rurais da região de Salinas – MG realizam a venda dos
animais vivos, utilizando o preço da arroba do boi na região, para os
comerciantes, açougueiros e supermercados. Estes comerciantes pagam ao
frigorífico o serviço de abate em média R$ 100,00/animal. Sendo assim os
prejuízos gerados pelas condenações post mortem atingem somente esses
comércios.
 A Tabela 3 mostra que R$6.432,68 deixaram de circular no comércio
local de Salinas – MG durante os meses de Agosto, Setembro e Outubro de
2016 consequente das condenações na inspeção post-mortem.
Tabela 3: Quantidade estimada de recursos econômicos que deixaram de circular no 
comércio de carnes na cidade Salinas – MG.
Tipo de corte/Víscera Quantidade de descarte Preço médio do corte/víscera(Varejo) Total
Fígado 31 unidades R$11,05 R$342,55
Rim 03 unidades R$1,80 R$5,40
Coração 02 unidades R$4,80 R$9,60
Cupim 27,326 kg R$18,75 R$512,36
Paleta 43,893 kg R$19,24 R$844,50
Pescoço 290,415 kg R$14,84 R$4.309,35
Picanha 13,343 kg R$29,65 R$395,62
Popão 0,565 kg R$23,54 R$13,30
TOTAL - - R$6.432,68
Fonte: Elaboração própria, 2016.
45
Do total de 375,541Kg de carnes condenadas devido a abscessos ou
hematomas no presente trabalho, constatou-se que a média de descarte por
carcaça foi de 0,470Kg. Além disso, considerando o preço médio de R$21,00
por Kg de carne, estimou-se que o custo foi de R$9,96/carcaça. Na pesquisa
de Alves et al., 2008, a média de descarte foi de 0,516Kg, com custo de R$
2,57 por animal. Já a pesquisa de Lago-Rezende et al., 2011 revelou que o
comércio deixou de receber R$1,16 por animal em 13.000 carcaças avaliadas.
Além das perdas econômicas por vísceras e porções cárneas
condenadas que são comercializadas in natura, temos também aquelas que
são matéria-prima para a produção de embutidos. Neste caso os pulmões são
utilizados pelo próprio frigorífico para a produção de linguiça. Como pode se
observar, os pulmões foram, de todas as vísceras, o de maior condenação e as
alterações responsáveis pelos descartes eram por falha na sangria,
insensibilização, da não oclusão do esôfago e por contaminações externas. Os
prejuízos nesse quesito podem ser facilmente evitados com treinamento de
funcionários, e investimento no programa de Boas Práticas de Fabricação
(BPF), no Programa de Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO)
e na Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle (APPCC).
7. CONCLUSÃO
Diante dos dados coletados e das análises realizadas, conclui-se que a
principal causa das alterações anatomopatológicas de vísceras é decorrente de
falhas no processamento tecnológico durante o abate. As condenações de
carcaças, gerando perdas de carne para o açougueiro, tem como fatores
causais deficiências no manejo de aplicação de vacinas ou medicamentos, no
transporte até o matadouro e no manejo pré-abate nos currais. Sendo assim,
as perdas econômicas podem ser minimizadas com treinamentos/capacitação
e conscientização das ações de todos os envolvidos no abate, do produtor ao
magarefe, para a qualidade do produto final.
46
8. BIBLIOGRAFIA
ALVES, Luana Ribeiro et al. REAÇÕES INFLAMATÓRIAS EM CARCAÇAS
BOVINAS E SUAS CONSEQUENTES PERDAS ECONÔMICAS. IX
Encontro Interno e XIII Seminário de Iniciação Cientifica, Uberlândia, p.
1-6, set. 2008. Disponível em:
<https://ssl4799.websiteseguro.com/swge5/seg/cd2009/PDF/IC2009 0336.p
df>. Acesso em: 06 nov. 2016. 
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. Disponível em:
< http://www.abiec.com.br/3_pecuaria.asp > Acesso em: 17/10/2016
ALMEIDA, Ana C. Ortegal. Anatomo-histopatologia de fígados bovinos:
relação entre as lesões e os sistemas de produção. Dissertação (Mestrado
em Patologia Animal). Universidade Estadual Paulista. Jaboticabal, 2016.
ASSIS, Daiane R. de et al. Perdas diretas ocasionadas por abscessos e
hematomas em carcaças de bovinos. Revista Portuguesa de CiênciasVeterinárias, Paulo – SP, n. 106, p.47-51, 2011. 
BARRETO, Simone de Brito et al. Perdas econômicas oriundas das
condenações de vísceras bovinas em matadouros de Santa Maria, Rio
Grande do Sul. Revista Brasileira de Ciências Veterinárias, v. 20, n. 2, p.
99-103, abr./jun. 2013
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Inspeção de
carnes bovina – Padronização de técnicas, instalações e equipamentos.
Disponível em: <
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/image/Animal/manual_carnes.pdf >
Acesso em: 12/11/2016
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto
Estadual Nº 39.688 de 30 agosto de 1999. Disponível em: <
http://www2.agricultura.rs.gov.br/uploads/12675573981178912758Decreto_
39688_99_Regulamento_Inspecao_CISPOA.pdf > Acesso em: 29 out.
2016.
47
BRASIL. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Lei de
Segurança Alimentar e Nutricional, Lei nº 11.346, de 15 de setembro de
2006.
BRASIL, 1952. Decreto lei nº30.691, de 29 de março de 1952, alterado
pelos Decretos nº 1255, de 25 junho de 1962, nº 1.236, de 2 de setembro
de 1994, e nº 1.812, de 8 de fevereiro de 1996, e nº 2.244 de 4 de junho de
1997. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal, Divisão de Normas Técnicas-DNT, Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal DIPOA, Secretaria de Defesa
Agropecuária-DAS, Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Brasília,
DF.
CARVALHO, Thiago Bernardinho; ZEN, Sérgio. Cadeia de pecuária de
corte: perspectivas de produção e consumo no Brasil. ESALQ/USP,
Piracicaba – SP, Brasil, 2009.
CARVALHO, Luiziane Teixeira de et al. Prevalência de cisticercose em
bovinos abatidos em matadourofrigorífico sob inspeção federal em Minas
Gerais. Revista Brasileira de Ciências Veterinárias, Minas Gerais, v. 3, n.
2, p.109-112, ago. 2006. 
COSTA, Bárbara Silveira, et al. História e evolução da inspeção industrial e
sanitária de produtos de origem animal no Brasil. Cadernos Técnicos de
Veterinária e Zootecnia, nº 77. Setembro de 2015.
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos – DEPEC. Carne
Bovina, outubro 2016. Disponível em: <
https://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_carne_bovin
a.pdf > Acesso em: 10/11/2016
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Embrapa Gado
de Corte. Boas práticas agropecuárias: Bovinos de corte. 1. ed. Campo
Grande MS: [s.n.], 2007. 86 p. 
48
FACCIN, Tatiane C. et al. Perdas econômicas pela condenação em
matadouro frigorífico de fígados de bovino por fibrose causada por ingestão
de Braquiaria spp.. Pesq. Vet. Bras., Campo Grande MS, p. 547-551, jun.
2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pvb/v35n6/1678-5150-pvb-35-
06-00547.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2016. 
FILHO, Alberto T. F, et al. Perdas econômicas por abscessos vacinais e/ou
medicamentosos em carcaças de bovinos abatidos no Estado de Goiás
Goiânia. v. 7, n. 1, p. 93-96, jan./mar. 2006.
FRUET, Ana Paula Burin et al. Perdas econômicas oriundas das
condenações de vísceras bovinas em matadouros de Santa Maria, Rio
Grande do Sul. R. bras. Ci. Vet., v. 20, n. 2, p. 99-103, abr./jun. 2013
FURLANETTO, L.V. et al. Prevalência de tuberculose bovina em animais e
rebanhos abatidos em 2009 no estado de Mato Grosso, Brasil. Arq. Bras.
Med. Vet. Zootec., v.64, n.2, p.274-280, 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatística da
Produção Pecuária. Setembro, 2016. Disponível em: <
ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Pecuaria/Fasciculo_Indicadores_IBGE/abate-
leite-couro-ovos_201602caderno.pdf > Acesso em: 17/10/2016
KALE, M.C.; ARAL, Y.; AYDIN, E.; CEVGER, Y.; SAKARYA, E; GÜLOGLU,
S.C. Determination of by-product economic values for slaughtered cattle and
sheep. Kafkas Universitesi Veteriner Fakultesi Dergisi, v.17, n. 4, p. 551-
556, 2011.
KINDLEIN, Liris; LASSEN, Paula; FERREIRA, Tamara Zinn. Inspeção e
Tecnologia de Produtos de Origem Animal com Enfoque em
Concursos Públicos. 2014. 101 f., Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Rio Grande do Sul, 2014. 
LAGO-REZENDE, Naiá C. M.; AMATO, Carla Cristina D.; MARCHI, Patrícia
Gelli Feres. Perdas econômicas por abscessos e hematomas em carcaças
bovinas. Revista Eletrônica da Univar, n. 6 p. 154 – 157, 2011.
LIMA, Maria de Fátima Costa; SUASSUNA, Ana Carla Diógenes; AHID,
Silvia Maria Mendes; FILGUEIRA, Kilder Dantas. Análise das alterações
49
anatomopatológicas durante a inspeção post mortem em bovinos no
Abatedouro Frigorífico de Mossoró, Rio Grande do Norte. Ciência Animal,
17(2), p.113-116. Mossoró – RN, 2007.
PROBLEMAS advindos do uso incorreto de tecnologias de produção.
Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/qualidade-da-
carne/problemas-advindos-do-uso-incorreto-de-tecnologias-de-producao-4976/>.
Acesso em: 23 nov. 2009. 
MAHL, Deise Luiza et al. Levantamento de condenações em abates de
bovinos no municípios de Passo Fundo e Erechim, RS. RAMVI, Getúlio
Vargas, v. 03, n. 05, p. 1-7, jul. 2016. Disponível
em:<http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/321_1.pdf>.
Acesso em: 13 dez. 2016. 
MARINS, Bianca Ramos; TANCREDI, Rinaldini C. P; GEMAL, André Luís.
Segurança alimentar no contexto da vigilância sanitária: reflexões e
práticas. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: <
http://www.retsus.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/publicacoes/arquivos/livr
o_seguranca_alimentar_no_contexto_da_vigilancia_sanitaria.pdf > Acesso
em: 30/10/2016
MENDES, R.E.; MOREIRA, F.; ROCHA, C.S.; PILATI, C. Estudo morfológico
de rins de bovinos abatidos em frigoríficos industriais sob inspeção estadual
no Oeste e Planalto Catarinense, Brasil. Ciência Animal Brasileira, Goiânia,
v.10, n.1, p.281- 287, 2009.
MIORELLI, Angela. Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul. Bento Gonçalves-RS, 2010.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Serviço de Inspeção
Federal – S.I.F. Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/sif > Acesso
em: 21/10/2016
50
SERVIÇO de Inspeção Federal – SIF. Disponível em:
<http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/321_1.pdf>.
Acesso em: 13 dez. 2016. 
MORATOYA, Elsie Estela et al. Mudanças no padrão de consumo alimentar
no Brasil e no mundo. Revista de Políticas Agrícolas, Goiás, v. 1, n. 1,
p.72-84, mar. 2013. 
PALMA, Joana Marchesini. Principais lesões em carcaças e órgãos de
bovinos oriundos de frigoríficos do Distrito Federal e Goiás. Brasília – DF,
2013
PARANHOS DA COSTA, M. J. R.; TOLEDO, L. M. de.; SCHMIDEK, A. Boas
Práticas de Manejo, Vacinação. Jaboticabal: Funep, 2006.
PARDI, Miguel Cione et al. Ciência, higiene e tecnologia da carne. 2. ed.
Goiás: UFG, 2006. 624 p. v. 1. 
PILAR, Altamirano MartÍnez Mariela del. Incidencia de las principales
alteraciones hepáticas macroscópicas em bovinos faenados em el
Camal Municipal de Ambato. 2015. 132 f. Monografia (Especialização) -
Curso de Medicina Veterinaria y Zootecnia, Universidad Técnica de Ambato
Facultad de Ciencias Agropecuarias, Cevallos – Ecuador, 2015. 
PINTO, Paulo Sérgio de Arruda. Inspeção e Higiene de Carnes. 1° ed.,
Viçosa, MG. Editora UFV, 2012.
PREZOTTO, Leomar Luiz. Manual de orientações sobre constituição de
Serviço de Municipal (SIM). Brasília: [s.n.], 2013. 1-134 p.Disponível em:
<https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/37/MANUAL%20-%20SIM
%20-%20Servico%20de%20Inspecao%20Municipal.pdf>.

Continue navegando