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1 UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FISIOTERAPIA ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Avaliação Diagnóstica ELIANE GOMES DA SILVA ISABELA OLIVEIRA JÉSSICA DA COSTA MINATI MORAES JUCILENE ORDONHES AMARAL LARIANE PIRES MAGDA DE ALMEIDA RAFAELA PELISSARI RODRIGO FRITSCHY VALESCA CHIOCA CAIARES 6° Semestre ASSIS 2014 2 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS ELIANE GOMES DA SILVA ISABELA OLIVEIRA JÉSSICA DA COSTA MINATI MORAES JUCILENE ORDONHES AMARAL LARIANE PIRES MAGDA DE ALMEIDA RAFAELA PELISSARI RODRIGO FRITSCHY VALESCA CHIOCA CAIARES 6° Semestre Trabalho apresentado como exigência da disciplina Avaliação Diagnóstica, de graduação do Curso de Fisioterapia da UNIP campus Assis. Sob a supervisão do(a) Prof(a) Liamara Cavalcante de Assis. Assis 2014 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 2 OBJETIVOS .................................................................................................... 5 3 METODOLOGIA ............................................................................................. 5 4 RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA ..................................................... 5 4.1 O que é ressonância nuclear magnética ...................................................... 5 4.2 Princípios básicos da realização do exame.................................................. 7 4.3 Vantagens e desvantagens .......................................................................... 7 4.4 Imagens ponderadas .................................................................................... 7 4.5 Ressonância magnética funcional ................................................................ 9 5 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ........................................................ 10 5.1 O que é tomografia computadorizada ........................................................ 10 5.2 Vantagens e desvantagens ......................... 1Erro! Indicador não definido. 5.3 Características da tomografia computadorizada ........................................ 14 6 ELETROCARDIOGRAMA ............................................................................ 16 6.1 O que é eletrocardiograma ......................................................................... 16 6.2 Como o exame é realizado ......................................................................... 17 6.3 Significado das ondas presentes no eletrocardiograma e suas alterações 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 22 4 1 INTRODUÇÃO Para fazer diagnósticos são necessários diferentes exames conforme a necessidade do médico ou outro profissional da saúde. Neste trabalho, será explicado o que é, e os procedimentos da Ressonância Nuclear Magnética (RNM), Tomografia Computadorizada (TC) e Eletrocardiograma (ECG). A ressonância magnética é um fenômeno que ocorre quando um objeto é exposto a uma alteração oscilatória que tem uma frequência próxima à frequência natural de oscilação. Quando um núcleo é exposto a uma alteração externa que apresenta oscilação similar a sua frequência natural, o núcleo ganha energia da força externa. O núcleo ganhará energia e entrará em ressonância se a energia for aplicada exatamente na sua frequência processional (WESTBROOK, 2013). O exame permite de tomografia computadorizada a visualização de estruturas anatômicas com precisão, pois essas imagens são adquiridas através de “fatias”. A imagem é formada após os raios X atravessarem o corpo do paciente, logo em seguida sensibilizarem um conjunto de detectores que são posicionados paralelos aos feixes de raios X, os mesmos giram ao redor do paciente no giro de 360º. Após esse processo as informações brutas são enviadas eletronicamente para um computador onde serão reconstruídas, transformando essas informações em imagens diagnósticas. O eletrocardiograma é realizado através de um aparelho para registrar as correntes elétricas que se originavam no coração. É um exame que permite a avaliação elétrica da atividade cardíaca (potenciais elétricos) e da sua condução, registrada em gráficos que são comparados com gráficos padrão e que indicam, assim, o estado de normalidade ou de alteração dos músculos e nervos do coração. O exame pode detectar arritmias, aumento de cavidades cardíacas, patologias coronarianas, infarto do miocárdio, entre outros diagnósticos. 5 2 OBJETIVOS Este trabalho apresentado como parte dos requisitos do curso de Fisioterapia da UNIP - Assis, e tem como finalidade o aprofundamento nos estudos da disciplina de Avaliação Diagnóstica. 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi o conhecimento obtido em sala de aula através do professor e orientador desde trabalho, livros especializados, bibliografias virtuais confiáveis, material de suporte virtual da universidade para pesquisas de complementação de conteúdo e também pesquisas de imagens. 4 RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA 4.1 O que é ressonância nuclear magnética Ressonância é um fenômeno que ocorre quando um objeto é exposto a uma alteração oscilatória que tem uma frequência próxima à frequência natural de oscilação. Quando um núcleo é exposto a uma alteração externa que apresenta oscilação similar a sua frequência natural, o núcleo ganha energia da força externa. O núcleo ganhará energia e entrará em ressonância se a energia for aplicada exatamente na sua frequência processional (WESTBROOK, 2013). A imagem por ressonância magnética é hoje um método de diagnóstico estabelecido na prática clínica e em crescente desenvolvimento. A RM funcional se destaca como uma das técnicas que vem permitindo explorar funções cerebrais como a memória, linguagem e controle da motricidade (VAZOLA, 2009). 6 Os principais átomos que compõem o tecido humano são: hidrogênio, oxigênio, carbono, fósforo, cálcio, flúor, sódio, potássio e nitrogênio. Estes átomos, exceto o hidrogênio, possuem no núcleo atômico prótons e nêutrons. Apesar de outros núcleos possuírem propriedades que permitam a utilização em IMR, o hidrogênio é o escolhido por três motivos básicos: 1. é o mais abundante no corpo humano: cerca de 10% do peso corporal se deve ao hidrogênio3; 2. as características de RMN se diferem bastante entre o hidrogênio presente no tecido normal e no tecido patológico; 3. o próton do hidrogênio possui o maior momento magnético e, portanto, a maior sensibilidade a RMN ( VAZOLA, 2009). Os princípios da RM baseiam-se no movimento giratório (spinning) de núcleos específicos em tecidos biológicos (Westbrook). A aplicação de um pulso de RF que provoca a ocorrência da ressonância é denominada excitação. Esta absorção de energia aumenta o número de populações de núcleos de hidrogênio em rotação negativa (spin- down) à medida que alguns núcleos spin-up, ganham energia graças à ressonância e se tornam núcleos de alta energia. A diferença de energia entre as duas populações corresponde à energia necessária para produzir ressonância por excitação. À medida que a potencia do campo aumenta, a diferença entre as duas populações também aumenta, de maneira que mais energia (frequências mais altas) é necessária para produzir ressonância(WESTBROOK, 2013.). Para obter-se um sinal de RM é necessário que se coloque o paciente a ser examinado dentro de um campo magnético alto. Este campo magnético é gerado pela corrente elétrica circulando por um supercondutor (WESTBROOK, 2013.). Após o paciente ser posicionado no centro do magneto, os spins começam a “sentir” o efeito do campo magnético externo e orientam-se em paralelo ou anti-paralelo (WESTBROOK, 2013). 7 4.2 Princípios básicos da realização do exame 1. O paciente ou parte do corpo é colocado em um supercondutor magnético; 2. Um forte campo magnético é criado pelo movimento de corrente dentro de uma série de bobinas espirais; 3. Uma onda eletromagnética (pulso de radiofrequência) é criada, fazendo com que o núcleo de prótons de hidrogênio dos tecidos corporais ressonem gerando um sinal eletromagnético; 4. O sinal é detectado pela bobina receptora e, após o processamento dos dados, a imagem é enviada para o computador. 4.3 Vantagens e desvantagens As vantagens da RNM são: a multiplanariedade, a alta resolução espacial e é um exame não invasivo. E entre as desvantagens, estão os artefatos metálicos, o tempo longo para o exame ser realizado, o alto custo, os pacientes são pouco colaborativos e pobreza no estudo de calcificações e cortical óssea. 4.4 Imagens ponderadas Uma sequência de pulso utilizando uma combinação de TR (tempo de repetição) longo e TE (tempo de eco) curto (TR= 2.0ms; TE= 20 a 30ms) produz imagens com contraste resultante da densidade protônica (algumas vezes denominada densidade spin), sendo diminuídos os efeitos de contraste devidos ao relaxamento T1 e T2. O uso de sequência de pulso com graus variáveis de ponderação em T1 e T2 ajuda a identificar a anatomia e a patologia (WESTBROOK, 2013). 8 A fim de maximizar a diferença na intensidade de sinal baseada em tempos de relaxamento T1, o TR na sequência de pulso é encurtado. Uma sequência de TR e TE curtos produz uma imagem ponderada em T1 (TR de 350-800ms e TE de 30ms ou menor). Isso permite que estruturas com tempos de relaxamento T1 curtos sejam brilhantes (gordura, líquidos proteinogênicos, sangue subagudo) e estruturas com T1 longo sejam escuras (neoplasia, edema, inflamação, líquido puro, LCE). A imagem ponderada em T2 emprega uma sequência de pulsos de TR longo e TE curto (TR= 2.000ms; TE= 60 a 80ms). As estruturas na imagem ponderada em T2 mostrarão inversão do contraste em relação às estruturas na imagem ponderada em T1. As estruturas com T2 longo apresentam-se brilhantes (neoplasia, edema, inflamação, líquido puro, LCE). As estruturas com T2 curto apresentam-se escuras (estruturas com ferro - os produtos de decomposição do sangue). 9 4.5 Ressonância magnética funcional É semelhante a um exame clínico dessa modalidade. As diferenças principais se devem à particularidade de se obter informações relativas à determinada função cerebral. O princípio da RMF é a oxigenação sanguínea. Em áreas com maior atividade neuronal, há oferta de oxigênio maior que o consumo local. Isto causa um aumento da concentração regional de hemoglobina saturada de oxigênio. Essa molécula tem propriedades magnéticas diferentes da hemoglobina não saturada. Assim, utilizando técnicas especiais (sequências BOLD) podemos observar pequenas variações da intensidade do sinal devidas à ativação cerebral. É possível apresentar estímulos visuais, auditivos, sensitivos e mesmo olfativos e gustativos. A principal vantagem é a possibilidade de repetir várias vezes cada estudo no mesmo paciente, já que não há radiação ionizante ou necessidade de injeção de contraste (JÚNIOR & YAMASHITA, 2001). A realização do exame é feita de modo a obter imagens do cérebro durante a execução da atividade que se quer estudar e outras imagens controle, onde essa tarefa não é executada. Desta forma o indivíduo realiza uma série de atividades enquanto o aparelho adquire as imagens, as quais 10 serão analisadas posteriormente. Exemplificando, suponha que o estudo seja para avaliar quais as áreas cerebrais se correlacionam com a tarefa de fluência verbal. Inicialmente, durante 30 segundos, o indivíduo observa letras apresentadas visualmente numa tela. A orientação é gerar palavras que se iniciem com a letra apresentada. Nos 30 segundos seguintes são apresentadas palavras, que devem ser simplesmente lidas (imagens controle). Essas tarefas são repetidas, num total de cinco ciclos, durante os quais são adquiridas cerca de cem imagens de todo o cérebro (uma a cada três segundos). Outra técnica - RMF relacionada a eventos - permite maior resolução temporal e flexibilidade (JÚNIOR & YAMASHITA, 2001). Após a análise, são mostradas as áreas que apresentaram aumento do sinal de RM no momento de geração das palavras em relação às imagens adquiridas durante o controle. 5 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 5.1 O que é tomografia computadorizada A Tomografia computadorizada (TC) foi criada pelo Engenheiro Eletricista Godfrey N. Hounsfield, e descrita em 1972 no Congresso Britânico do Instituto de Radiologia. A TC é um método de diagnóstico por imagem, rápido e eficaz, que utiliza radiação X. O exame permite a visualização de estruturas anatômicas com precisão, pois essas imagens são adquiridas através de “fatias”. A imagem é formada após os raios X atravessarem o corpo do paciente, logo em seguida sensibilizarem um conjunto de detectores que são posicionados paralelos aos feixes de raios X, os mesmos giram ao redor 11 do paciente no giro de 360º. Após esse processo as informações brutas são enviadas eletronicamente para um computador onde serão reconstruídas, transformando essas informações em imagens diagnósticas. No entanto, cuidados com os equipamentos devem ser tomados para que o exame forneça as imagens com a melhor definição possível e não comprometa o diagnóstico final. Fatores como: deslocamento da mesa, inclinação do Gantry, uniformidade, exatidão, resolução de alto e baixo contraste, ruído, corrente do tubo expressa em miliamperagem, podem interferir na qualidade da imagem. Ao realizar o controle de qualidade, evita-se que o paciente tenha que repetir o exame em um curto espaço de tempo e se expor mais vezes às radiações emitidas pela tomografia. Da mesma forma, é importante que a dose de radiação seja monitorada, pois a corrente do tubo, a espessura do corte e a idade dos aparelhos, por exemplo, podem ser responsáveis por significativas oscilações sobre a dose de radiação empregada. Estudos evidenciaram o aumento do risco de incidência de neoplasias e de morte por câncer em função do maior número de exames de TC realizados e da exposição a maiores doses de radiação ionizante, embora o risco possa ser aumentado quanto menor a idade do paciente O presente estudo tem por objetivo principal investigar o uso de exames de TC em pacientes com patologia de Acidente Vascular Encéfalo Isquêmico (AVEI) e conferir a obediência dos protocolos para exames de TC de crânio para a garantia da otimização da relação baixa dose e boa qualidade da imagem. A TC baseia-se nos mesmos princípios que a tomografia convencional, segundo os quais tecidos com diferentes composições absorvem a radiação X de forma diferente. Ao serem atravessados por raios X, tecidos mais densos (como o fígado) ou com elementos mais pesados (como o cálcio presente nos ossos), absorvem mais radiação que tecidos menos densos (como o pulmão, que está cheio de ar). Assim, uma TC indica a quantidade de radiaçãoabsorvida por cada parte do corpo analisada (radiodensidade), e traduz essas variações numa escala de cinzentos, produzindo uma imagem. Cada pixel da imagem corresponde à média da absorção dos tecidos nessa zona, expresso em unidades de Hounsfield (em homenagem ao criador da primeira máquina de TC). 12 Para obter uma TC, o paciente é colocado numa mesa que se desloca para o interior de um anel de cerca de 70 cm de diâmetro. À volta deste encontra-se uma ampola de Raios-X, num suporte circular designado gantry. Do lado oposto à ampola encontra-se o detector responsável por captar a radiação e transmitir essa informação ao computador ao qual está conectado. Nas máquinas sequenciais ou de terceira geração, durante o exame, o “gantry” descreve uma volta completa (360º) em torno do paciente, com a ampola a emitir raios X, que após atravessar o corpo do paciente são captados na outra extremidade pelo detector. Esses dados são então processados pelo computador, que analisa as variações de absorção ao longo da seção observada, e reconstrói esses dados sob a forma de uma imagem. A “mesa” avança então mais um pouco, repetindo-se o processo para obter uma nova imagem, alguns milímetros ou centímetros mais abaixo. Os equipamentos designados “helicoidais”, ou de quarta geração, descrevem uma hélice em torno do corpo do paciente, em vez de uma sucessão de círculos completo. Desta forma é obtida informação de uma forma contínua, permitindo, dentro de certos limites, reconstruir imagens de qualquer seção analisada, não se limitando portanto aos "círculos" obtidos com as máquinas convencionais. Permitem também a utilização de doses menores de radiação, além de serem muito mais rápidas. A hélice é possível porque a mesa de pacientes, ao invés de ficar parada durante a aquisição, durante o corte, tal como ocorre na tomografia convencional, avança continuamente durante a realização dos cortes. Na tomografia convencional a mesa anda e para a cada novo corte. Na helicoidal a mesa avança enquanto os cortes são realizados. Atualmente também é possível encontrar equipamentos denominados DUOSLICE, e MULTISLICE, ou seja, multicorte, que, após um disparo da ampola de raios x, fornecem múltiplas imagens. Podem possuir 2, 8, 16, 64 e até 128 canais, representando maior agilidade na execução do exame diagnostico. Há um modelo, inclusive, que conta com dois tubos de raios-x e dois detectores de 64 canais cada, o que se traduz em maior agilidade para aquisição de imagens cardíacas, de modo que não é necessário o uso de betabloqueadores. Permite também aquisições diferenciais, com tensões 13 diferentes em cada um dos emissores, de modo a se obter, por subtração, realce de estruturas anatômicas. Com essa nova tecnologia é possível prover reconstruções 3D, MPR (MultiPlanarReconstrucion) ou até mesmo mensurar perfusões sanguíneas. O equipamento de TC é constituído por três partes: Gantry, a parte que os detectores e os tubos de raios X estão localizados, é no gantry que as informações brutas são colhidas e enviadas eletronicamente para o computador, onde serão processadas. A mesa é a unidade em que o paciente vai ficar posicionado, e seu trabalho e sincronizado com o gantry, onde seu movimento interfere no nível do corte. Estação de trabalho (Workstation) são as partes do equipamento onde as imagens serão exibidas, armazenadas, processadas e documentadas. Os tomógrafos podem ser classificados em diversas gerações, pois desde o 6seu surgimento, a evolução computacional permitiu que o movimento de varredura passasse por grandes revoluções. Os equipamentos de ultima geração possuem feixe em forma de leque; detectores fixos e diversos movimentam de rotação somente do tubo de raios X; tempo de varredura em torno de 1 a 2 segundos. 5.2 Vantagens e desvantagens A principal vantagem da TC é que permite o estudo de "cortes" ou secções transversais do corpo humano vivo, ao contrário do que é dado pela radiologia convencional, que consiste na representação de todas as estruturas do corpo sobrepostas. É assim obtida uma imagem em que a percepção espacial é mais nítida. Outra vantagem consiste na maior distinção entre dois tecidos. A TC permite distinguir diferenças de densidade da ordem 0,5% entre tecidos, ao passo que na radiologia convencional este limiar situa-se nos 5%. Desta forma, é possível a detecção ou o estudo de anomalias que não seriam visualizadas em radiografias comuns, ou através de métodos invasivos, sendo assim um exame complementar de diagnóstico de grande valor. Uma das principais desvantagens da TC é devida ao fato de utilizar radiação X. A principal característica deste tipo de radiação é que é ionizante, 14 ou seja, tem a capacidade de arrancar elétrons dos átomos por onde passa. Este tem um efeito negativo sobre o corpo humano, sobretudo pela capacidade de causar mutações genéticas, visível, sobretudo em células que se multiplicam rapidamente. Embora o risco de se desenvolverem anomalias seja muito baixo, é de extrema importância que as exposições médicas à radiação ionizante sejam controladas de forma adequada dentro do princípio de ALARA e das normas de proteção radiológica. Este exame tem se tornado, com o passar dos anos, um dos principais métodos de diagnóstico por imagem para avaliação de estruturas anatômicas. 5.3 Características da tomografia computadorizada Entre as características das imagens tomográficas destacam-se os pixels, a matriz, o campo de visão (ou fov, “field of view”), a escala de cinza e as janelas.O pixel é o menor ponto da imagem que pode ser obtido. Assim uma imagem é formada por certa quantidade de pixels. O conjunto de pixels está distribuído em colunas e linhas que formam a matriz. Quanto maior o número de pixels numa matriz melhor é a sua resolução espacial, o que permite uma melhor diferenciação espacial entre as estruturas. E após processos de reconstrução matemática, obtemos o Voxel (unidade 3D) capaz de designar profundidade na imagem radiológica. O campo de visão (FOV) representa o tamanho máximo do objeto em estudo que ocupa a matriz, por exemplo, uma matriz pode ter 512 pixels em colunas e 512 pixels em linhas, e se o campo de visão for de 12 cm, cada pixel vai representar cerca de 0,023 cm (12 cm/512). Assim para o estudo de estruturas delicadas como o ouvido interno o campo de visão é pequeno, como visto acima enquanto para o estudo do abdômen o campo de visão é maior, 50 cm (se tiver uma matriz de 512 x 512, então o tamanho da região que cada pixel representa vai ser cerca de quatro vezes maior, ou próximo de 1 mm). Não devemos esquecer que FOV grande representa perda de foco, e consequentemente radiação x secundaria. Em relação às imagens, existe uma convenção para traduzir os valores de voltagem detectados em unidades digitais. Dessa forma, temos valores que 15 variam de –1000, onde nenhuma voltagem é detectada: o objeto não absorveu praticamente nenhum dos fótons de RX, e se comporta como o ar; ou um valor muito alto, algo como +1000 ou mais, caso poucos fótons cheguem ao detector: o objeto absorveu quase todos os fótons de RX. Essa escala onde – 1000 é mais escuro, 0 é um cinza médio e +1000 (ou mais) é bem claro. Dessa forma quanto mais RX o objeto absorver, mais claro ele é na imagem. Outra vantagem é que esses valores são ajustados de acordo com os tecidos biológicos. A escala de cinza é formada por um grande espectro de representações de tonalidades entre branco, cinza e o preto. A escala de cinzas é que é responsável pelo brilho deimagem. Uma escala de cinzas foi criada especialmente para a tomografia computadorizada e sua unidade foi chamada de unidade Hounsfield (HU), em homenagem ao cientista que desenvolveu a tomografia computadorizada. Nesta escala temos o seguinte: Zero unidades Housfield (0 HU) é a água, Ar -1000 (HU), Osso de 300 a 350 HU; Gordura de –120 a -80 HU; Músculo de 50 a 55 HU. As janelas são recursos computacionais que permitem que após a obtenção das imagens a escala de cinzas possa ser estreitada facilitando a diferenciação entre certas estruturas conforme a necessidade. Isto porque o olho humano tem a capacidade de diferenciar uma escala de cinzas de 10 a 60 tons (a maioria das pessoas distingue 20 diferentes tons), enquanto na tomografia no mínimo, como visto acima há 2000 tons. Entretanto, podem ser obtidos até 65536 tons – o que seria inútil se tivesse que apresentá-los ao mesmo tempo na imagem, já que não poderíamos distingui-los. A janela é na verdade uma forma de mostrar apenas uma faixa de tons de cinza que nos interessa, de forma a adaptar a nossa capacidade de visão aos dados obtidos pelo tomógrafo. Numa janela define-se a abertura da mesma, ou seja, qual será o número máximo de tons de cinza entre o valor numérico em HU do branco e qual será o do preto. O nível é definido como o valor (em HU) da média da janela. O uso de diferentes janelas em tomografia permite, por 16 exemplo, o estudo dos ossos com distinção entre a cortical e a medular óssea ou o estudo de partes moles com a distinção, por exemplo, no cérebro entre a substância branca e a cinzenta. A mesma imagem pode ser mostrada com diferentes ajustes da janela, de modo a mostrar diferentes estruturas de cada vez. Não é possível usar um só ajuste da janela para ver, por exemplo, detalhes ósseos e de tecido adiposo ao mesmo tempo. As imagens tomográficas podem ser obtidas em dois planos básicos: o plano axial (perpendicular ao maior eixo do corpo) e o plano coronal (paralelo a sutura coronal do crânio, ou seja, é uma visão frontal). Depois de obtidas as imagens, recursos computacionais podem permitir reconstruções no plano sagital (paralelo a sutura sagital do crânio) ou reconstruções tridimensionais. Como na radiografia convencional o que está sendo analisado são diferenças de densidade, que podem ser medidas em unidades Hounsfield. Para descrever diferenças de densidades entre dois tecidos é utilizada uma nomenclatura semelhante à utilizada na ultrassonografia: isoatenuante, hipoatenuante ou hiperatenuante. Isoatenuante é utilizada para atenuações tomográficas semelhantes. Hipoatenuantes para atenuações menores do que o tecido considerado padrão e hiperatenuante para atenuações maiores que o tecido padrão (geralmente o órgão que contém a lesão é considerado o tecido padrão, ou quando isto não se aplica, o centro da janela é considerado isoatenuante). 6 ELETROCARDIOGRAMA 6.1 O que é eletrocardiograma Em 1902, Willen Einthoven idealizou um aparelho para registrar as correntes elétricas que se originavam no coração. Surgia o eletrocardiógrafo e o eletrocardiograma. É um exame que permite a avaliação elétrica da atividade cardíaca (potenciais elétricos) e da sua condução, registrada em gráficos que são comparados com gráficos padrão e que indicam, assim, o estado de normalidade ou de alteração dos músculos e nervos do coração. A atividade 17 elétrica cardíaca é dada pela variação da quantidade de íons de sódio dentro e fora das células musculares cardíacas, a qual gera diferenças de concentrações desses íons na periferia do corpo. São essas diferenças, captadas por eletrodos sensíveis colocados em pontos específicos do corpo, que são registradas nos gráficos do eletrocardiograma. O exame pode detectar arritmias, aumento de cavidades cardíacas, patologias coronarianas, infarto do miocárdio, entre outros diagnósticos. O eletrocardiograma deve ser executado periodicamente, a partir dos 40 anos. A partir dele podem ser solicitados outros exames, mais específicos, se necessário. 6.2 Como o exame é realizado O aparelho utilizado para fazer o eletrocardiograma é chamado de eletrocardiógrafo, nele há eletrodos que são colocados no corpo do paciente.. O médico colocará estes eletrodos justapostos à pele dos braços (faces anteriores dos punhos), pernas (faces antero-mediais) e tórax do paciente, que captarão os estímulos elétricos do coração ou as repercussões deles à distância. A pele deve estar bem limpa e desengordurada nos locais de fixação dos eletrodos. Este exame não apresenta nenhum risco para o paciente, apenas reações dermatológicas, devido ao uso do gel aplicado nos eletrodos, que ajuda a melhorar a qualidade do exame. 18 Eletrocardiógrafo. Para a realização do exame o profissional cardiopneumologista deve explicar ao paciente todas as etapas do exame, a sala deve ter temperatura ambiente agradável. O paciente deve estar em repouso absoluto por pelo menos 10 minutos, e não pode ter fumado tabaco há pelo menos 40 minutos, e o paciente deve informar ao cardiopneumologista sobre medicamentos de uso contínuo ou esporádico. O paciente deve ficar em decúbito dorsal, com as palmas das mãos viradas para cima, e aí os eletrodos são conectados. Os sinais elétricos são vistos com um osciloscópio e registrados em papel quadriculado. Exemplo de papel utilizado no ECG. 19 6.3 Significado das ondas presentes no eletrocardiograma e suas alterações As ondas registradas no ECG representam a atividade elétrica do coração, que ocorre quando há despolarização e repolarização das células cardíacas. Essa atividade inicia-se no nodo sinusal, e assim, induzindo a despolarização dos átrios e ventrículos. Onda P: primeira onda do ECG normal. Deve-se identificar a onda P em todos os ciclos cardíacos, observando a sua morfologia: onda arredondada, simétrica, de pequena amplitude. Representa a despolarização do átrios. Alterações na onda P podem significar hipertrofia atrial, o que significa que a câmara atrial trabalha mais intensamente. A hipertrofia atrial pode ser causada por hipertensão, valva cardíaca defeituosa, envelhecimento e obesidade; 20 Intervalo P-R: intervalo de tempo entre o começo da despolarização atrial e começo da despolarização ventricular. Segmento de linha que conecta a onda P ao QRS. Deve estar ao nível da linha de base do traçado; Complexo QRS: a segunda onda do ECG normal. Deve-se identificar o complexo QRS em todos os ciclos cardíacos, observando a sua morfologia: deflexão espiculada, estreita, com duração entre 60ms e 100ms e amplitude variada. Neste complexo ocorre a despolarização dos ventrículos. Alterações geram complexos QRS alargados, que pode indicar taquicardia; Onda Q: ocorre a despolarização dos septos; Onda R: ocorre a despolarização dos ventrículos; Ponto J: é o ponto de junção entre o final do QRS e o início do segmento ST e situa-se ao nível da linha de base; 21 Onda S: despolarização da região basal posterior do ventrículo esquerdo; Onda T: a terceira onda do ECG normal. Corresponde à repolarização ventricular em sua quase totalidade. Onda algo arredondada e assimétrica, com a fase ascendente mais lenta e a descendente mais rápida. Amplitude variável, menor que o QRS. Quando ocorre inversão da onda, é indicado um processo isquêmico. Quando há configuração anormal pode indicar hipercalcemia; Onda T atrial: é camuflada pela repolarização ventricular,e não aparece no exame, tem polaridade inversa à onda T; Segmento S-T: neste período ocorre inatividade elétrica depois da despolarização do miocárdio, alterações nesse segmento pode indicar infarto agudo do miocárdio; 22 Onda U: segue a onda T, que é originada pelos potenciais tardios do início da diástole. Onda arredondada, de curta duração, de pequena amplitude e de mesma polaridade da onda T precedente. Onda U de duração e amplitude aumentadas é observada na hipopotassemia e negativa na isquemia miocárdica; Intervalo Q-T: é o tempo necessário entre a despolarização e repolarização dos ventrículos. Corresponde à sístole elétrica total ventricular. Intervalo QT varia inversamente em relação à frequência cardíaca, sendo menor na FC mais rápida e maior na FC mais lenta; Período PP: intervalo entre o início de duas ondas P e é a frequência atrial; Período RR: intervalo entre duas ondas R e corresponde a frequência ventricular. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNIOR, E. A. et al. Aspectos básicos de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.23, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 44462001000500002> Acesso em 31 Out. 2014. Cardiomegalia. Disponível em: <http://www.tuasaude.com/coracao-grande/> Acesso em: 15 Out. 2014. Como é feito o eletrocardiograma? Para que serve?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/338024/como-e-feito-o- eletrocardiograma-para-que-serve.htm>. Acesso em: 15 Out. 2014. Diagnóstico da hipertrofia cardíaca atrial esquerda. Disponível em: <http://www.ehow.com.br/diagnostico-hipertrofia-cardiaca-atrial-esquerdo- fatos_6487/> Acesso em: 15 Out. 2014. 23 Diretrizes de Interpretação de Eletrocardiograma de repouso. Arq. Bras. Cardiol., v. 80, sup. II, 2003. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2003/8002/repouso.pdf> Acesso em: 15 Out. 2014. Eletrocardiograma: recomendações para a sua interpretação. Disponível em: <http://www.rbconline.org.br/artigo/eletrocardiograma-recomendacoes- para-a-sua-interpretacao/> Acesso em: 15 Out. de 2014. Eletrocardiograma. Disponível em: <http://saude.ig.com.br/minhasaude/exames/eletrocardiograma/ref1237835269 743.html> Acesso em: 27 de Set. 2014. Eletrocardiograma. Disponível em: <http://www.medicinaintensiva.com.br/ecg.htm> Acesso em: 15 Out. 2014. IAM: Infarto Agudo do Miocárdio. Disponivel em: <http://www.fleury.com.br/revista/dicionarios/doencas/Pages/infarto-agudo-do- miocardio.aspx> Acesso em: 15 Out. 2014. O que é eletrocardiograma? 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