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Relacionamentos Interorganizacionais

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Os Conceitos de Redes e as Relações Interorganizacionais : um 
estudo exploratório 
 
Autoria: Gesinaldo Ataíde Cândido e Aline França de Abreu 
 
RESUMO 
 
Um dos temas emergentes dentro da Teoria das Organizações tem sido a aplicação dos 
conceitos de Redes, dentro do processo de transformação capitalista ocorrida a partir de 
meados dos anos 70. O objetivo deste trabalho é explorar os conceitos, classificação e 
tipologias de Redes, assim como as suas formas de aplicação nas diversas práticas 
organizacionais. Neste sentido, o artigo mostra que o conceito de Redes advém de diversas 
áreas de conhecimento, principalmente da antropologia e sociologia e seus princípios de 
interação, cooperação, ajuda mútua e compartilhamento. E, que às organizações passaram a 
ser vistas como Redes a partir do estabelecido pela teoria de sistemas e da contingência, além 
dos conceitos de seleção natural e população-ecologia. A partir dessa análise, explicita-se os 
principais modelos de Redes, com as suas respectivas áreas de atuação, formas de 
funcionamento e vantagens advindas da sua utilização. 
 
 
1) Introdução 
 
A aplicação dos conceitos de Redes no contexto do atual ambiente de negócios decorre 
de duas premissas básicas, a primeira refere-se ao constante e crescente aumento da 
concorrência e competitividade empresarial e, a outra ao fato de que as empresas atuando de 
forma isolada não terão condições de obter as devidas condições de sobrevivência e 
desenvolvimento. A teoria de redes está diretamente relacionada com o reconhecimento da 
importância do ambiente organizacional e das contingências vividas e, principalmente com a 
importância e necessidade das pessoas e suas diversas formas de interação e 
integração(individual e coletiva) social para a consecução dos objetivos organizacionais e 
individuais. Parte-se do princípio de que o homem é um ser eminentemente social e necessita 
durante toda a sua existência manter diversos tipos de relacionamentos e interações com 
outras pessoas. Este tipo de comportamento social pode ser estendido para os grupos sociais, 
dentro do princípio de que estes grupos são formados pôr pessoas. Os princípios fundamentais 
da aplicação dos conceitos de Redes são a interação, o relacionamento, a ajuda mútua, o 
compartilhamento, a integração e a complementaridade. 
 
 A partir destas considerações iniciais, o presente ensaio pretende explorar as origens e 
os conceitos de redes de forma genérica, enfocando a sua aplicação aos contextos 
organizacionais e mercadológicos, explicitando alguns dos principais modelos de redes 
interempresariais e mostrando como e porquê a atuação em Redes constituí-se numa 
alternativa viável para a solução dos diversos problemas enfrentados pelas empresas no atual 
ambiente organizacional. 
 
 
2) Origens e Conceitos de Redes 
 
 1
O conceito de redes têm vários enfoques, num sentido etimológico o termo "rede" é 
derivado do latim, que significa "entrelaçamento de fios, cordas, cordéis, arames, com 
aberturas regulares fixadas por malhas, formando uma espécie de tecido". Loiola & 
Moura(1997, p. 54). ao analisarem os conceitos de redes e tomando como referência este 
sentido apontam que os fios e as malhas dão a forma básica da rede e, que os fios podem 
corresponder às linhas ou às relações entre atores e organizações, os quais representariam as 
malhas ou os "nós". 
 
 As autores salientam ainda a complexidade e constante transformação que o termo 
sofre dependendo do contexto em que é utilizado, podendo ter outros sentidos, podendo 
significar: 1) cilada, armadilha se estiver associada aos instrumentos de pesca e caça(rede 
pesca e rede de caça); 2) instrumento amortecedor de queda no circo e no corpo de 
bombeiro(rede de circo e rede corpo de bombeiro); 3) no sentido de proteção e sustentação, 
como as redes de cabelo e as telas de arame, ou ainda 4) como marco divisório de espaço 
entre concorrentes como as redes de vôlei e de tênis. 
 
 No plano técnico-operacional, o termo "rede" denota comumente a idéia de fluxo, de 
circulação como por exemplo as redes de comunicação, de transportes, de água e esgoto e de 
telecomunicações. Neste sentido Loiola & Moura(op. cit.) apontam que existem dois tipos de 
rede: o primeiro caracterizado pelo fluxo unidirecional, com pontos de origem e de destino 
bem definidos e, o segundo as multidirecionais, onde os fluxos acontecem sem que haja 
necessariamente um centro propulsor, percorrendo as unidades que se complementam para 
formar a rede, o exemplo mais ilustrativo deste tipo de rede são as redes de computadores, 
com a Internet. 
 
 A idéia, os conceitos a as aplicações de Redes não são novas, conforme demonstrado 
por Nohria(vide fig. 1) desde os anos 30 deste século eles vem sendo sistematicamente 
utilizados pôr diversas áreas de conhecimento, desde as ciências sociais; na Antropologia e na 
Psicologia, num enfoque mais relacionado as diversas formas de interação e relacionamento 
de pessoas/pessoas, pessoas/grupos e grupos/grupos sociais num dado contexto social, assim 
como, qual o papel social representado pelas pessoas dentro dos grupos sociais que conviva. 
Até as ciências naturais, sobretudo na Biologia, ao estudar os padrões de relacionamentos 
entre os seres dentro de um ecossistema; das moléculas quando submetidas a determinadas 
condições físicas e químicas e na Medicina psiquiátrica ao estudar a estrutura interligada dos 
neurônios e as suas influências na saúde mental das pessoas. 
 
A maioria dos autores ao estudarem a perspectiva de Redes e a sua utilização como 
caminho para estudar as organizações apontam às organizações como redes sociais e devem 
ser analisadas como tais. Uma rede social tem a ver com um conjunto de pessoas, 
organizações, etc. ligados através de um conjunto de relações sociais de um tipo específico. 
Nesta perspectiva, a estrutura de qualquer organização deve ser entendida e analisada em 
termos de redes múltiplas de relações internas e externas. Neste sentido, todas as organizações 
são redes e a forma organizacional depende das características, interesses e necessidades das 
empresas participantes. 
 
 
 
 
 2
 
Fig.1: A evolução dos conceitos de redes numa perspectiva organizacional, adaptado 
de NOHRIA & ECCLES(1992) 
Teoria de Redes 
Lorenzoni, 1992 ) 
Redes 
Intraorganizacionais 
( Características da sua 
cadeia de valor e do 
processo produtivo ) 
Interação 
Relacionamento 
Ajuda Mútua 
Compartilhamento 
Integração 
Complementaridade 
Sociologia 
Antropologia 
Psicologia 
Biologia Molecular 
Teoria de Sistemas 
• Joint Ventures 
• Consórcios 
• Acordos Cooperativos 
• Fusões e Aquisições 
• Franchising 
• Organização Virtual 
• Clusters 
• Etc. 
• Estratégica 
• Vertical 
• Horizontal 
• Transacional 
• De Fornecimento 
• De Posicionamento 
• De Aprendizado 
• Redes Flexíveis de PME's ( 
Redes de Subcontratação ) 
• Redes de Inovação 
• Redes de Relacionamento 
• Redes de Informação 
• Redes de Comunicação 
• Redes de Pesquisa 
Alianças Redes
Redes 
Interorganizacionais
( Bilateral / Multilateral )
Homogênea / 
Heterogênea 
Formal / Informal ) 
Redes Intrapessoais 
( Bore, Grandi, 
Redes Sociais 
 
O autor ao sugerir as razões para o aumento do interesse pelos conceitos de Redes no 
contexto organizacional, dentre outros fatores apontam que ocorreu uma maturidade nos 
conceitos e nas formas de análise de Redes, mostrando que a forma e o interesse nos estudos 
de Redes era “esotérica” e empírica e, que a partir do final dos anos 60, foram desenvolvidas 
uma série de ferramentas metodológicas, desenvolvidas por pesquisadores nas áreas de 
Sociologia e Comportamento Organizacional tais como Harrisson(1970) e depois retomados 
Burt(1980, 1983). Nohria(op. cit.) sugere algumas razões para estudar as organizações numa 
perspectivade Redes, dentre elas : 
• todas as organizações constituem-se numa importante Rede Social e precisam serem 
discutidas e analisadas como tal; 
 3
• o ambiente organizacional pode ser caracterizado como um conjunto de empresas 
interligadas e em constante interação; 
• às ações(atitudes e comportamentos) dos atores nas organizações podem ser melhor 
explicadas e entendidas em termos de relacionamentos. 
 
As Redes organizacionais podem ser consideradas uma decorrência dos conceitos e 
princípios das Redes Sociais e podem ser divididas em intra e interorganizacioanais. Neste 
artigo, procuramos focar o estudo nas redes interorganizacionais, as quais podem ser 
subdivididas na aplicação de redes e nas alianças. Estas sofrem um grande conjunto de 
variações e aplicações que dependem do tipo de ambiente em que a empresa ou o conjunto de 
empresas atuem, em termos de pressões ambientais, que envolvem pessoas, estratégia, 
estrutura organizacional, tecnologia, etc. Algumas dessas variações são as formações de joint-
ventures, consórcios, franchising, as fusões e aquisições, as organizações virtuais, os 
clusters(aglomerados), etc. 
 
 
3. A Relação entre a Teoria das Organizações e os Conceitos de Redes 
 
 A crescente difusão e utilização dos conceitos de redes no contexto organizacional 
surge como recurso estratégico para enfrentar um ambiente de turbulências e incertezas, 
caracterizado pela competitividade e por crises e movimentos de reestruturação, tanto nas 
diversas esferas de atuação pública como na gestão dos negócios. 
 
No que se refere a teoria das organizações, a aplicação dos conceitos de sistemas 
abertos advindos das ciências naturais, tais como homeostase, entropia, diferenciação, 
integração, equifinalidade, são utilizados para confirmar e reforçar que as organizações não 
existem isoladamente, elas fazem parte de um ambiente e são permanentemente afetada pôr 
ele, ao mesmo tempo em que o afeta. Neste sentido, as organizações podem ser consideradas 
como elementos de um complexo sistema, interagindo permanentemente com um grande 
conjunto de variáveis e situações específicas. Podemos afirmar que os estudos desenvolvidos 
por Roethlisberger & Dickson(1937) são precursores no enfoque à importância e necessidade 
dos conceitos da teoria de sistemas ao descreverem e enfatizarem a importâncias das redes 
informais e, das relações inter e inter organizacionais. 
 
A aplicação dos conceitos de sistemas dentro da teoria organizacional é reforçada 
pêlos resultados obtidos das pesquisas realizadas pôr 1) Burns & Stalker apud Morgan(1996), 
os quais concluem que : a organização para ser eficaz depende de encontrar o equilíbrio e a 
compatibilidade entre estratégia, tecnologia, envolvimento e necessidades das pessoas e do 
ambiente externo, 2) Lawrence & Lorsch(1967), os quais mostraram que : a) diferentes tipos 
de organizações são necessárias para lidar com diferentes condições de mercado e de 
tecnologia e b) organizações que operam em ambientes incertos e turbulentos precisam atingir 
um grau mais alto de diferenciação interna, ou seja entre seus departamentos, do que aquelas 
que estão em ambientes menos complexos e mais estáveis. Os resultados destas e outras 
pesquisas constituem-se na base conceitual da teoria da contingência, a qual reforça o caráter 
interativo entre a organização e o ambiente. 
 
Os conceitos de seleção natural e “população-ecologia” desenvolvidos pôr 
Aldrich(1979), Freeman(1982), Hannan(1987), dentre outros, os quais partem de um conjunto 
de críticas formuladas a teoria da contingência, reforçando ainda mais a importância e a 
necessidade da adaptação e contextualização ao ambiente. Para os autores, a idéia de que as 
 4
organizações podem adaptar-se aos seus ambientes atribui mais flexibilidade e poder à 
organização e muito pouco ao ambiente. Eles defendem que se deve neutralizar esse 
desequilíbrio, focalizando a maneira pela qual os ambientes “selecionam” as organizações e 
que isso pode ser mais bem feito pela análise das populações de organizações e sua ecologia 
de forma mais ampla. Em sua essência, as organizações, como organismos da natureza 
dependem, para sobreviver, da sua habilidade de adquirir adequado suprimento de recursos 
necessários ao sustento da sua existência. Nesse esforço, tais organizações enfrentam a 
competição de outras organizações e, uma vez que comumente existe escassez de recursos, 
somente os mais adaptados sobrevivem. Mesmo diante destas críticas formuladas a teoria da 
contingência, os conceitos da “população-ecologia” reforçam a importância do ambiente e a 
necessidade de adaptação, num enfoque mais coletivista e não individualizado como 
apregoado anteriormente. 
 
Nessa “nova” perspectiva, a análise organizacional muda da explicação de como às 
organizações individuais se adaptam aos seus ambientes para a compreensão de como 
diferentes espécies aumentam e diminuem de importância. Sob a influência deste enfoque 
organizacional, um grande conjunto de pesquisas vem sendo desenvolvidas tentando 
identificar espécies ou populações, definidas como conjuntos de organizações que 
compartilham certas características ou um destino comum com relação às circunstâncias 
ambientais, as taxas de nascimento, de morte e os fatores gerais que influenciam o ciclo de 
vida das organizações. 
 
Para Morgan(1996, p.71), o enfoque da população-ecologia foi desenvolvido para 
neutralizar as distorções adaptativas geradas pela teoria contingencial. Como resultado, a 
visão da evolução tendeu a ser mais parcial, enfatizando a escassez de recursos e a 
competição que permanece nas bases da seleção, ignorando o fato de que os recursos podem 
ser abundantes, bem como auto-renováveis e de que os organismos tanto colaboram quanto 
competem. Para o autor, quando os aspectos relacionados aos conceitos da população-
ecologia são levados em consideração, surge uma visão mais balanceada da ecologia das 
organizações surge, o que ele chamou de “ Ecologia Organizacional” focando na criação de 
um futuro compartilhado. 
 
Este novo conceito surge a partir dos estudos desenvolvidos pôr um conjunto de 
cientistas sociais liderados por Trist(1983), os quais propõem um nova forma de visualização 
do mundo organizacional, ao descobrirem que assim como na natureza, a colaboração é 
muitas vezes tão comum como a competição. Organizações do mesmo ramo industrial 
freqüentemente se juntam sob o mesmo “guarda-chuva” de associações comerciais e 
profissionais, cooperando no sentido de interesses compartilhados. Cartéis formais e 
informais de fixação de preços, acordos que dizem respeito a áreas de competição e 
participação de mercado, assim como o patrocínio conjunto de lobbies, planejado para 
influenciar a legislação governamental. Neste sentido, os pesquisadores investigam a 
possibilidade de desenvolvimento de novos padrões de relacionamentos interorganizacionais 
que podem ajudar a configurar o futuro de maneira pró-ativa. 
 
O autor reforça que a aplicação dos conceitos da ecologia organizacional devam ser 
estimuladas para ajudar a tornar a turbulência do ambiente mais controlável, sugerindo a 
criação de “organizações referentes”, com o objetivo de estabelecer e englobar as relações 
entre empresas concorrentes ou interdependentes, ou entre operários e administração, etc., de 
forma que transforme as diversas formas de relações intra e inteorganizacional e pessoal para 
a colaboração. Trist apud Morgan(1996, p. 74) focaliza as redes informais de aprendizagem 
 5
que podem gerar trocas e discussão baseadas no domínio, promover apreciações 
compartilhadas de preocupações e problemas, facilitar a emergência de valores comuns e 
normas que possibilitam, assim, novas soluções a problemas comuns. 
 
Em suma, a teoria das organizações utiliza os conceitos de Redes, tendo como 
premissabásica os conceitos de Redes Sociais, definido pelas ciências sociais, na qual uma 
rede social seria um conjunto de elementos ligados através de um conjunto de relações 
específicas. Estas Redes são estruturadas a partir da definição dos papéis, atribuições e 
relações entre os seus atores, o que caracteriza o processo de estruturação e heterogeneização 
da Rede, e, o processo de hierarquização e externalização, o que caracterizaria a estrutura de 
poder na Rede, conforme definido pôr Hakanson(1989). 
 
O objetivo da interação entre atores e organizações nas redes, é uma tentativa de 
ampliar o número de parceiros, a fim de viabilizar interesses e projetos comuns. A partir daí, 
gera-se heterogeneidade entre os parceiros e a busca da flexibilidade de funcionamento, 
através de relações de cooperação, sem contudo eliminar os conflitos e a competição, ou seja 
a prática da co-opetição, existente quando empresas ao mesmo tempo cooperam e competem 
entre si. 
 
 
3) Aplicação dos Conceitos e Classificação de Redes no Atual Ambiente de Negócios 
 
 No ambiente organizacional e dos negócios, a rede representa uma forma de 
organização intermediária entre à empresa e o mercado, redefinindo-se os princípios da 
estrutura burocráticas e da hierarquia inflexível pela necessidade premente de vinculação 
entre os processos referentes à coordenação da atividade econômica, surgindo daí vários tipos 
de rede, tais como as redes de inovação, as redes estratégicas, as redes flexíveis e 
multidirecionais de Pequenas e Médias Empresas, etc. 
 
 Ernst(1994) ao sistematizar as muitas informações sobre a formação de redes entre 
empresas na economia global, aponta que a maioria das atividades econômicas nos setores 
mais importantes é organizada em cinco tipos diferentes de redes, são eles: 
Redes de fornecedores: envolvendo a subcontratação e acordos entre um cliente e seus 
fornecedores de insumos intermediários para a produção; 
‰ Redes de produtores: Abrangendo todos os acordos de co-produção que oferecem 
possibilidade a produtores concorrentes de juntarem suas capacidades de produção e 
recursos financeiros/humanos com a finalidade de ampliar seus portfólios de produtos, 
assim como sua cobertura geográfica; 
‰ Redes de clientes: São os contratos e acordos firmados entre as indústrias e distribuidores, 
canais de comercialização, revendedores com valor agregado e usuários finais nos grandes 
mercados de exportação ou nos mercados domésticos; 
‰ Redes de coalizões-padrão: São formadas por potenciais definidores de padrões globais 
com o objetivo explícito de prender tantas empresas quanto possível a seu produto 
proprietário ou padrões de interface, 
‰ Redes de cooperação tecnológica: Com o objetivo explícito de facilitar a aquisição de 
tecnologia para projetos e produção de produtos, capacitar o desenvolvimento conjunto 
dos processos e da produção e, permitindo acesso compartilhado a conhecimentos 
científicos genéricos e de Pesquisa e Desenvolvimento(P & D). 
 
 6
De forma genérica pode-se definir uma Rede Organizacional como uma estrutura, na qual 
podem participar empresas, que devido a limitações de ordem dimensional, estrutural e 
financeira, não podem assegurar as devidas condições de sobrevivência e desenvolvimento. 
São formadas pôr uma estrutura celular não rigorosa e compostas de atividades de valor 
agregado que, constantemente, introduzem novos materiais e elementos. 
As redes envolvem um amplo processo de atividades conjuntas, podendo ter um grande 
conjunto de variações e aplicações no contexto organizacional desde as Redes flexíveis de 
Pequenas e Médias Empresas, Redes top-dow(ou de subcontratação), redes de 
relacionamento, redes de informação, redes de comunicação, redes de pesquisa, redes de 
inovação, etc. envolvendo empresas de diversos tamanhos e, que atuem em diversos 
segmentos econômicos. De um modo geral, as Redes tem as seguintes formas: 
• bilateralidade/multilateralidade: quando envolve dois ou mais elementos, respectivamente; 
• homogeneidade/heterogeneidade: quando existem diferenças mais ou menos acentuadas 
entre os componentes da Rede; 
• formalidade/informalidade: quando envolve ou não um conjunto de normas, regras e 
procedimentos preestabelecidos; 
• estática/dinâmica: quando é mais ou menos influenciada pelas forças ambientais, 
consequentemente criando um certo grau de convivência com às mudanças 
Nicolau & Campos(1998) apontam que a compreensão da existência de redes pode ter 
como ponto de partida o paradigma institucional-comparativo de Coase(1937) e 
Williamson(1985), no qual, a rede é um arranjo híbrido, contendo elementos de mercado e de 
hierarquia. Podendo-se encontrar redes que se aproximam mais do modelo hierárquico, onde 
um dos atores ocupa posição quase-hierárquica central e é responsável pela organização da 
rede, e redes que se aproximam mais do mercado, onde não há um ator dominante. No 
primeiro caso, a estruturação da rede tende a ser planejada, definindo-se papéis fortemente 
complementares para os diversos atores, bem como formas de participação nos resultados. No 
segundo caso, a explicação para a formação de uma rede está na proximidade física, 
relacionamentos recorrentes e em outros fatores encontrados num ambiente comunitário. 
Neste ambiente, o pequeno número de atores com normas e costumes comunitários tende a 
interagir de forma mais ativa que num ambiente mais aberto(de mercado), prevenindo contra 
o oportunismo. A reputação é reconhecida como um importante ativo, formando relações de 
confiança e reciprocidade. 
Se tomarmos como referência as narrativas analíticas em análise organizacional proposta 
pôr Reed(1999, p. 65) podemos considerar a teoria de Redes pode ser enquadrada dentro do 
modelo de Mercado, tendo como perspectivas a teoria da firma, a economia institucional, 
custos de transação, dependência de recursos e ecologia populacional. Com uma preocupação 
direcionada com os ajustes adaptativos que as organizações precisam fazer para enfrentar as 
pressões de maximização da eficiência em suas transações internas e externas. Além das 
pressões competitivas, que faz com que as empresas selecionem alguns tipos de organizações 
que manterão relacionamentos. 
As Redes dentro do contexto da teoria organizacional podem ser estudadas nos aspectos 
intra e interorganizacional. O primeiro quando envolve aspectos internos, partindo do 
princípio de que internamente uma organização pode ser visto como uma rede de pessoas, 
departamentos e setores específicos mantendo uma constante rede de relações caracterizada 
pôr uma subdivisão hierárquica, de papéis e atribuições dos seus componentes, relações 
 7
verticais e horizontais, etc. O que a distingue do modelo tradicional de estrutura 
organizacional é a sua flexibilidade, os mecanismos de controle descentralizado e uma 
paulatina substituição das relações verticais pelas mais horizontalizadas. 
Uma outra forma de visualizar as organizações em Rede internamente é quando se analisa 
a relação de troca e interação com um conjunto de variáveis que afetam diretamente o 
funcionamento da empresa, dentre as quais os seus clientes, os seus fornecedores, os seus 
concorrentes e alguns órgãos regulamentadores, tais como as associações e sindicatos de 
classe. O que alguns autores convencionaram chamar de microambiente organizacional. Neste 
sentido, a rede intraorganizacional envolve aspectos relacionados a estratégia, a cadeia de 
valor e ao seu processo produtivo específico. 
Podemos estender os conceitos de redes intraorganizacionais para ao processo de 
formação e desenvolvimento das redes interempresariais, com a diferença de que a empresa 
não é analisada isoladamente, mas sim dentro de um contexto que envolve uma ou mais 
empresas atuando de forma interativa, integrada, podendo compartilhar recursos, pessoas, 
tecnologias,terem uma única forma de atuação, uma mesma estratégia, etc. Para 
Powell(1998) a colaboração estabelecida dentro de uma rede pode levar a transformações 
importantes nas organizações participantes. A presença de uma rede densa de relações 
colaborativas pode mudar as percepções sobre a competição. As organizações podem sentir 
que não é mais necessário ter a propriedade privada e exclusiva de um ativo para extrair seu 
valor. Os participantes da rede começam a ser encarados como parceiros e não mais como 
concorrentes. Surge então a necessidade de criar metodologias para criação, definição, 
implementação, manutenção e rotinização da rede. Ressaltando o papel de novas maneiras 
para o gerenciamento das organizações em Rede. 
É claro que essa nova forma de atuação das empresas tanto no seus aspectos internos 
quanto aos externos tem como objetivo principal a busca pôr maior competitividade. Neste 
sentido, existem várias tipologias e abordagens para avaliar o grau de competitividade 
empresarial, dentre as quais : 1)as precauções frente as cinco forças que determinam a 
rentabilidade definido pôr Porter(1999), quais sejam : fornecedor, entrantes potenciais, 
consumidor, produtos/serviços substitutos; 2) a análise do nível de mudanças que ocorrem 
tanto no produto como no processo(Pine II, 1994); 3) a avaliação da participação de seus 
produtos/serviços no mercado comparada a taxa de crescimento deste mercado(Hax & Majluf, 
1996); 4) a identificação das ameaças e oportunidades impostas pelo mercado e a partir daí 
posicionar-se estrategicamente a fim de melhorar sua performance produtiva e 
competitiva(Jonhson & Scholes, 1989) e 5) o direcionamento do seu escopo competitivo 
comparado com o parâmetro principal da sua vantagem competitiva – custo e/ou 
diferenciação(Porter, op. cit.). 
Como vê-se a maioria dos autores que tratam da definição das novas tipologias e modelos 
organizacionais dão uma forte ênfase na aplicação dos conceitos da teoria de redes, que 
redundaram na formação das redes interempresariais e em alianças. A partir daí., o trabalho 
propõe-se a buscar em bibliografia específica as diversas formas de variação e aplicação 
destes conceitos dentro dos modelos associativos de organizações, partindo do princípio que 
ela pode assumir várias formas, como parcerias, aquisições, fusões, consórcios, joint ventures, 
distritos industriais, clusters, etc., no entanto, estas tipologias são decorrentes dos modelos 
genéricos de Redes Interempresariais, entre os mais importantes destes modelos destacam-se : 
 
3.1) O modelo de Miles & Snow(1986) 
 
 8
Os autores propõem um modelo de organizações em redes, no qual empresas mantêm uma 
relação de interdependência e inter-relacionamento, tendo como eixo principal empresas 
centrais que funcionariam como elemento de conexão de uma dinâmica gama de 
relacionamentos, cujos elementos são ativados quando necessitados pôr projetos específicos, 
cada uma delas com funções bem definidas.(vide figura abaixo) 
 
Distribuidores Fornecedores 
Desenhistas 
Projetistas 
Produtores 
CORRETORES
(Agenciadores)
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 – Composição de Redes Interempresariais, adaptado de MILES & SNOW(1986) 
 
Na organização em rede proposta, as empresas componentes buscariam a sinergia através 
de estratégias específicas para funções principais, quais sejam: 
Estratégia Principal Função Principal 
Prospectores 
Defensores 
Analisadores 
Desenhistas, Projetistas 
Produção 
Fornecedores/Distribuidores 
Tabela 1: Papéis dos atores internos do modelo Redes Interempresariais de Miles & 
Snow(1986) 
No que refere-se a estratégia do tipo prospectora, as empresas seriam responsáveis pelas 
funções relacionadas a Pesquisa e Desenvolvimento(P & D), a busca da inovação 
tecnológica(de produtos e processos), assim como a aplicação das novas tecnologias de 
gestão, desenhando e projetando os novos processos de trabalho e formas de gestão; na 
estratégia do tipo defensora, as empresas se encarregariam da produção, aplicando os 
conceitos da economia de escala, através da aplicação de melhorias constantes no processo de 
produção, com foco na qualidade, produtividade e custos. Enquanto que, na Estratégia do tipo 
analisadora, a função seria o fornecimento de matéria-prima e componentes para a produção 
e a distribuição dos produtos, sendo considerado um importante canal para captação de 
informações do ambiente externo da rede. 
Para os autores, a atuação das organizações em rede forçaria o desenvolvimento de novas 
concepções e linguagens para as diversas funções e processos, com muitas das empresas 
participantes da rede tendo que passar pôr uma desagregação vertical. Salientando que, para 
que as redes possam funcionar adequadamente é necessária uma divulgação completa das 
informações entre os diversos componentes da rede, com os relacionamentos internos e 
externos sendo pautados na confiança. Os atores devem saber tudo o que os outros fazem e 
esta divulgação deve se dar de forma espontânea e tornar-se um novo modo de realizar 
negócios. 
 
 9
3.2) O Modelo de Hakanson(1987) 
 
Para Hakänsson(1987) O conceito de redes organizacionais é abrangente, de um modo 
geral significa duas ou mais organizações envolvidas em relacionamentos de longo prazo, 
tendo como objetivo principal dinamizar os diversos processos organizacionais para o alcance 
da competitividade, num ambiente cada vez mais turbulento. As redes apresentam uma 
grande variedade de configurações, retratando as especificidade e os objetivos envolvidos. 
O autor apresenta um modelo básico de redes, destacando três classes básicas de 
variáveis, quais sejam: os atores, as atividades e os recursos. Com a estrutura da rede sendo 
definida pelas interrelações entre essas variáveis.(vide figura abaixo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HumanosAtivos FixosFinanceiros De Transação De TransformaçãoOrganizações Departamentos Indivíduos 
Recursos Atores Atividades 
REDES
Fig. 2 – Estrutura adaptada do Modelo de Redes de Hakanson(1987) 
Os atores realizam as atividades e controlam os recursos, podendo ser identificados em 
diferentes níveis de agregação : no nível de indivíduos, de departamentos e no nível das 
organizações. O autor destaca três dimensões relevantes para a análise da atuação dos atores 
nas redes: 1) que atividades realiza ou controla; 2) que recursos controla e 3) que 
conhecimentos possui sobre as atividades, recursos e outros atores na rede. 
 
As atividades são divididas em duas categorias: as atividades de transformação, que 
resultam da atuação direta de um ator utilizando seus recursos, e as atividades de transação, 
que ligam as atividades de transformação e os atores entre si, formando a rede. 
 
Os recursos são divididos em ativos fixos, financeiros e humanos, os quais são 
utilizados pêlos atores tanto para as atividades de transformação quanto para as de transação. 
 
As redes formadas a partir dessas três dimensões têm as seguintes características : 
 
1) de interdependência funcional : na qual atores, atividades e recursos apresentam diferentes 
graus de heterogeneidade e de complementaridade; 
2) de estrutura de poder dos atores : baseada no controle de atividades e recursos; 
3) de estrutura de conhecimento e experiência : pelas quais serão definidos os papéis e 
funções dos atores; 
 10
4) de estrutura relacionada a tempo : partindo do princípio de que "a rede é um produto de 
sua história em termos de experiência e investimentos em relacionamentos, conhecimento, 
rotinas, etc."(ibid. p.18) 
 
Para o autor, a dinâmica de uma rede resulta de dois processos básicos(p.31): 1) o 
processo de estruturação e heterogeneização e 2) o processo de hierarquização e 
externalização. Pelo primeiro processo, a rede seestrutura mediante os investimentos 
necessários e as relações são estabelecidas em função de heterogeneização dos recursos. A 
rede evolue gradualmente numa longa série de ações e adaptações de atividades e recursos e 
no estabelecimento de compromissos mútuos entre atores. Este processo da rede tende a 
conduzir ao fortalecimento de posições de determinados atores melhor situados, gerando 
dependência unilateral dos demais atores e ameaças de expropriação(Klein, Crowford e 
Alchian(1978). Isto leva ao segundo processo definido pôr Hakansson, no qual, a ameaça de 
estabelecimento na rede de relações de hierarquia e de subordinação leva os atores à busca de 
novas relações fora da rede, num movimento de externalização. 
 
Dentro deste conceitos, pode-se afirmar que o processo de estruturação envolve 
noções de competência, racionalidade procedimental, informação limitada, relações de 
confiança, inovação incremental e trajetória tecnológica. Enquanto o processo de 
externalização, vincula-se às noções de flexibilidade, incerteza, oportunismo e inovações. 
 
 
3.3) - O modelo de Lipnack & Stamps(1994) 
 
Lipnack & Stamps(1994) ao estudar os conceitos de Redes e as suas múltiplas 
abordagens, divide em níveis de organização, obedecendo um certa hierarquia, importância e 
complexidade dentro do contexto organizacional conforme quadro abaixo : 
 
1 Pequeno 
Grupo 
Equipes com Poder Decisório 
Círculos de Estudo 
Equipes de Topo 
2 Grande Organização Equipes Interfuncionais 
Agrupamentos com Poder Decisório 
Sistemas Sóciotécnicos 
3 Empreendimento Kaizen 
Redes de Serviço 
Empresas Centrais(Core Firms) 
4 Aliança Redes Empresariais Flexíveis 
Alianças Estratégicas 
Joint Ventures 
5 Megagrupo Econômico Desenvolvimento Econômico(PME's) 
Geografias Voluntárias 
Keitetsu 
Hierarquização dos tipos e formas de Redes Interorganizacionais, adaptado de Lipnack & 
Stamps(1994) 
 
No nível 1, Redes de pequenos grupos, no qual independentemente de onde estejam 
localizadas dentro de uma determinada organização - desde o topo até a base - as pessoas 
geralmente realizam verdadeiro trabalho cooperativo em pequenos grupos. São chamados pôr 
diversos nomes. Equipes de poder decisório atacam partes administráveis de trabalho e 
 11
assumem responsabilidades compartilhada pelos resultados obtidos; Círculos de Estudo são 
associações voluntárias baseadas na participação de colegas, para soluções de problemas e 
melhoramento de processos. Equipes de Topo, incluem todos os níveis organizacionais, com 
pequenas formas tendo continuidade em formas maiores de organização.(Lipnack & Stamps, 
1994, p. 76 e 98). 
 
No nível 2, a chamada Grande Organização, parte do princípio de que, a maioria das 
empresas de qualquer tamanho possui grandes componentes que perfazem a empresa como 
um todo - áreas funcionais, departamentos, divisões, programas ou projetos. Neste nível, as 
organizações internas constituem uma fonte primária de obstáculos que têm de ser 
transpostos, compreendendo espessas camadas de gerências de nível médio que são 
encontradas em estruturas tradicionais de administração. Podem ocorrer sob a forma de 
Equipes Interfuncionais que são uma forma popular de grupos de duração temporária nas 
grandes empresas, os Agrupamentos com poder decisório enfatizam a independência 
administrativa, o que constitui característica das redes neste nível. Os Sistemas 
Sociotécnicos, que são grupos de trabalho de alta performance com variados tamanhos e 
tempo de duração, além de tipos de acesso a recursos extremamente diversificados. Estes 
grupos podem envolver uma pequena equipe de alto valor ou então a uma instalação 
manufatureira completa, ou até mesmo a uma determinada empresa como um todo(Lipnack & 
Stamps, op. Cit., p. 77 e 104). 
 
No nível 3, chamado Empreendimento, correspondento ao um corpo legalmente 
incorporado - privado, público ou governamental, constituindo-se num ponto-chave de 
referência, com muitos relacionamentos externos a serem gerenciados inclusive intrligações 
com clientes, fornecedores e concorrentes e o mercado. Pode ter as seguintes variações 
Kaizen, que significa melhoramento contínuo envolvendo a todos, alcançando desde a área de 
produção da empresa até suas alianças externas. Redes de Serviços que são clássicas redes 
distribuição atuando em fornecimentos variados. Empresas Centrais(Core Firms) podendo ser 
ao nível de empreendimento ou em nível de aliança, utilizando mercados externos para 
simplificar suas relações com um determinado número de fornecedores e distribuidores.(p. 78 
e 122). 
 
No nível 4, encontram-se as alianças, que são relacionamentos entre empresas e/ou 
grupos de empresas, podendo ser constituídos pôr empresas multinacionais, equipes de 
empresas de pequeno porte ou pôr combinações formada de empreendimentos de grande e 
pequeno porte. As alianças são notáveis pela sua variedade, envolvendo geralmente um 
pequeno número de parceiros. As alianças mais comuns são as bilaterais. Em alguns casos, 
chegam a envolver centenas ou milhares de empresas. A medida que o número de parceiros 
aumenta, ou o significado da parceria torna-se substancialmente diluído a aliança tende a se 
transformar num megagrupo organizado. As alianças mais comuns são as Jointventures, que 
criam um novo negócio, criando literalmente um algo mais, correspondente `sinergia de uma 
aliança. As Alianças Estratégicas, que dão suporte a necessidades e processos internos de 
empreendimentos e as Redes Flexíveis de Empresas, as quais alavancam as vantagens da 
escala ao mesmo tempo em que preservam o poder da pequenez organizacional. Lipnack & 
Stamps(op. cit., p. 97 e 131) 
 
No nível 5, os Megagrupos Econômicos são aglomerações muito grandes de Redes 
pessoais e organizacionais de todos os tamanhos. Eles representam o poder econômico 
disponível para aqueles que aprendem a arte da cooperação e da competição em grande 
escala, com enfoque numa determinada região geográfica e num determinado setor. Os 
 12
exemplo mais conhecido são os Keiretsus japoneses, podendo ser considerado os precursores 
de vastos complexos empresariais e alianças a longo prazo que estão surgindo em outras 
regiões. As Geografias Voluntárias referem-se a grandes e ativas concentrações em centenas 
e milhares de empresas constituindo e reconstituindo relacionamentos empresariais numa 
mesma e ampla região ou num mesmo setor. Para o autor, enquanto os sucessos de redes 
flexíveis individuais são recompensadores para as partes envolvidas, o real impacto dos 
mesmos é sentido apenas quando as empresas começam a se interorganizar em grande escala. 
As estratégias de rede para o desenvolvimento econômico de empreendimentos pequenos e 
médios, envolvendo múltiplos e variados setores, tem demonstrado ser capazes de reproduzir 
bons resultados em economias regionais e nacionais. Lipnack & Stamps(op. cit. p. 97 e 139) 
 
Os autores apontam as principais razões para as empresas atuarem em Redes em 
algumas funções e práticas administrativas, quais sejam : 
¾ Marketing : marketing conjunto, pesquisas de mercado, avaliação de necessidades 
comuns, marcas comuns, serviços de exportação, etc.; 
¾ Treinamento : conhecimentos especializados e habilidades gerais e específicas, Tc; 
¾ Recursos : aquisições/compras conjuntas, Armazenagem/estocagem conjunta, 
coordenação de fornecedores, equipamentos especializados, serviços profissionais, etc.; 
¾ Pesquisa e Desenvolvimento(P & D) : desenvolvimento conjunto de produtos/serviços, 
desenvolvimento conjunto de processos, compartilhamento de pesquisa e inovações, 
transferência e difusão de tecnologias etc.; 
¾ Pesquisa : programa conjunto de qualidade, Benchmarking, compartilhamento de padrões 
internos, certidão de padrões internacionais, etc. 
 
 
4) CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A aplicação dos conceitosde redes surge dentro da teoria e prática organizacional com 
um dos questionamentos acerca da eficácia das estruturas burocráticas e modelos de produção 
verticalmente integrados, além da percepção de que no atual ambiente de negócios as 
organizações tornam-se mais eficientes e eficazes na medida em que, ampliam seus enfoques 
e direcionamentos de um enfoque interno para externo, a partir de um conjunto de relações 
com outras organizações. 
 
 O conteúdo do exposto neste ensaio mostra que as redes apresentam uma característica 
básica, qual seja, as diversas formas de interação é regularizada entre os diversos atores 
envolvidos, sendo isto, o que vai diferenciar o tipo de rede existente baseada nas noções de 
fluidez, complementaridade e interdependência. Tomando como referência os diversos 
autores citados no texto, percebe-se que às organizações atuando em rede buscam superar a 
dicotomia entre ambiente interno e externo, o que faz com que estes pesquisadores tenham 
uma postura mais ampla e aberta para à diversidade, passando de um enfoque direcionado 
para entidades individuais, para uma análise simultânea de múltiplas relações sociais 
envolvendo: os indivíduos, os grupos sociais, às organizações e às instituições. 
 
 O artigo permite a abertura para reflexões sobre o tema redes, por si só, complexo e 
abrangente, contribuindo para a discussão dos conceitos, classificação e tipologias de redes, 
permitindo distinguir de forma mais clara e objetiva os arranjos organizacionais que tenham 
características e aplicação dos princípios de redes. 
 
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