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Os Conceitos de Redes e as Relações Interorganizacionais : um estudo exploratório Autoria: Gesinaldo Ataíde Cândido e Aline França de Abreu RESUMO Um dos temas emergentes dentro da Teoria das Organizações tem sido a aplicação dos conceitos de Redes, dentro do processo de transformação capitalista ocorrida a partir de meados dos anos 70. O objetivo deste trabalho é explorar os conceitos, classificação e tipologias de Redes, assim como as suas formas de aplicação nas diversas práticas organizacionais. Neste sentido, o artigo mostra que o conceito de Redes advém de diversas áreas de conhecimento, principalmente da antropologia e sociologia e seus princípios de interação, cooperação, ajuda mútua e compartilhamento. E, que às organizações passaram a ser vistas como Redes a partir do estabelecido pela teoria de sistemas e da contingência, além dos conceitos de seleção natural e população-ecologia. A partir dessa análise, explicita-se os principais modelos de Redes, com as suas respectivas áreas de atuação, formas de funcionamento e vantagens advindas da sua utilização. 1) Introdução A aplicação dos conceitos de Redes no contexto do atual ambiente de negócios decorre de duas premissas básicas, a primeira refere-se ao constante e crescente aumento da concorrência e competitividade empresarial e, a outra ao fato de que as empresas atuando de forma isolada não terão condições de obter as devidas condições de sobrevivência e desenvolvimento. A teoria de redes está diretamente relacionada com o reconhecimento da importância do ambiente organizacional e das contingências vividas e, principalmente com a importância e necessidade das pessoas e suas diversas formas de interação e integração(individual e coletiva) social para a consecução dos objetivos organizacionais e individuais. Parte-se do princípio de que o homem é um ser eminentemente social e necessita durante toda a sua existência manter diversos tipos de relacionamentos e interações com outras pessoas. Este tipo de comportamento social pode ser estendido para os grupos sociais, dentro do princípio de que estes grupos são formados pôr pessoas. Os princípios fundamentais da aplicação dos conceitos de Redes são a interação, o relacionamento, a ajuda mútua, o compartilhamento, a integração e a complementaridade. A partir destas considerações iniciais, o presente ensaio pretende explorar as origens e os conceitos de redes de forma genérica, enfocando a sua aplicação aos contextos organizacionais e mercadológicos, explicitando alguns dos principais modelos de redes interempresariais e mostrando como e porquê a atuação em Redes constituí-se numa alternativa viável para a solução dos diversos problemas enfrentados pelas empresas no atual ambiente organizacional. 2) Origens e Conceitos de Redes 1 O conceito de redes têm vários enfoques, num sentido etimológico o termo "rede" é derivado do latim, que significa "entrelaçamento de fios, cordas, cordéis, arames, com aberturas regulares fixadas por malhas, formando uma espécie de tecido". Loiola & Moura(1997, p. 54). ao analisarem os conceitos de redes e tomando como referência este sentido apontam que os fios e as malhas dão a forma básica da rede e, que os fios podem corresponder às linhas ou às relações entre atores e organizações, os quais representariam as malhas ou os "nós". As autores salientam ainda a complexidade e constante transformação que o termo sofre dependendo do contexto em que é utilizado, podendo ter outros sentidos, podendo significar: 1) cilada, armadilha se estiver associada aos instrumentos de pesca e caça(rede pesca e rede de caça); 2) instrumento amortecedor de queda no circo e no corpo de bombeiro(rede de circo e rede corpo de bombeiro); 3) no sentido de proteção e sustentação, como as redes de cabelo e as telas de arame, ou ainda 4) como marco divisório de espaço entre concorrentes como as redes de vôlei e de tênis. No plano técnico-operacional, o termo "rede" denota comumente a idéia de fluxo, de circulação como por exemplo as redes de comunicação, de transportes, de água e esgoto e de telecomunicações. Neste sentido Loiola & Moura(op. cit.) apontam que existem dois tipos de rede: o primeiro caracterizado pelo fluxo unidirecional, com pontos de origem e de destino bem definidos e, o segundo as multidirecionais, onde os fluxos acontecem sem que haja necessariamente um centro propulsor, percorrendo as unidades que se complementam para formar a rede, o exemplo mais ilustrativo deste tipo de rede são as redes de computadores, com a Internet. A idéia, os conceitos a as aplicações de Redes não são novas, conforme demonstrado por Nohria(vide fig. 1) desde os anos 30 deste século eles vem sendo sistematicamente utilizados pôr diversas áreas de conhecimento, desde as ciências sociais; na Antropologia e na Psicologia, num enfoque mais relacionado as diversas formas de interação e relacionamento de pessoas/pessoas, pessoas/grupos e grupos/grupos sociais num dado contexto social, assim como, qual o papel social representado pelas pessoas dentro dos grupos sociais que conviva. Até as ciências naturais, sobretudo na Biologia, ao estudar os padrões de relacionamentos entre os seres dentro de um ecossistema; das moléculas quando submetidas a determinadas condições físicas e químicas e na Medicina psiquiátrica ao estudar a estrutura interligada dos neurônios e as suas influências na saúde mental das pessoas. A maioria dos autores ao estudarem a perspectiva de Redes e a sua utilização como caminho para estudar as organizações apontam às organizações como redes sociais e devem ser analisadas como tais. Uma rede social tem a ver com um conjunto de pessoas, organizações, etc. ligados através de um conjunto de relações sociais de um tipo específico. Nesta perspectiva, a estrutura de qualquer organização deve ser entendida e analisada em termos de redes múltiplas de relações internas e externas. Neste sentido, todas as organizações são redes e a forma organizacional depende das características, interesses e necessidades das empresas participantes. 2 Fig.1: A evolução dos conceitos de redes numa perspectiva organizacional, adaptado de NOHRIA & ECCLES(1992) Teoria de Redes Lorenzoni, 1992 ) Redes Intraorganizacionais ( Características da sua cadeia de valor e do processo produtivo ) Interação Relacionamento Ajuda Mútua Compartilhamento Integração Complementaridade Sociologia Antropologia Psicologia Biologia Molecular Teoria de Sistemas • Joint Ventures • Consórcios • Acordos Cooperativos • Fusões e Aquisições • Franchising • Organização Virtual • Clusters • Etc. • Estratégica • Vertical • Horizontal • Transacional • De Fornecimento • De Posicionamento • De Aprendizado • Redes Flexíveis de PME's ( Redes de Subcontratação ) • Redes de Inovação • Redes de Relacionamento • Redes de Informação • Redes de Comunicação • Redes de Pesquisa Alianças Redes Redes Interorganizacionais ( Bilateral / Multilateral ) Homogênea / Heterogênea Formal / Informal ) Redes Intrapessoais ( Bore, Grandi, Redes Sociais O autor ao sugerir as razões para o aumento do interesse pelos conceitos de Redes no contexto organizacional, dentre outros fatores apontam que ocorreu uma maturidade nos conceitos e nas formas de análise de Redes, mostrando que a forma e o interesse nos estudos de Redes era “esotérica” e empírica e, que a partir do final dos anos 60, foram desenvolvidas uma série de ferramentas metodológicas, desenvolvidas por pesquisadores nas áreas de Sociologia e Comportamento Organizacional tais como Harrisson(1970) e depois retomados Burt(1980, 1983). Nohria(op. cit.) sugere algumas razões para estudar as organizações numa perspectivade Redes, dentre elas : • todas as organizações constituem-se numa importante Rede Social e precisam serem discutidas e analisadas como tal; 3 • o ambiente organizacional pode ser caracterizado como um conjunto de empresas interligadas e em constante interação; • às ações(atitudes e comportamentos) dos atores nas organizações podem ser melhor explicadas e entendidas em termos de relacionamentos. As Redes organizacionais podem ser consideradas uma decorrência dos conceitos e princípios das Redes Sociais e podem ser divididas em intra e interorganizacioanais. Neste artigo, procuramos focar o estudo nas redes interorganizacionais, as quais podem ser subdivididas na aplicação de redes e nas alianças. Estas sofrem um grande conjunto de variações e aplicações que dependem do tipo de ambiente em que a empresa ou o conjunto de empresas atuem, em termos de pressões ambientais, que envolvem pessoas, estratégia, estrutura organizacional, tecnologia, etc. Algumas dessas variações são as formações de joint- ventures, consórcios, franchising, as fusões e aquisições, as organizações virtuais, os clusters(aglomerados), etc. 3. A Relação entre a Teoria das Organizações e os Conceitos de Redes A crescente difusão e utilização dos conceitos de redes no contexto organizacional surge como recurso estratégico para enfrentar um ambiente de turbulências e incertezas, caracterizado pela competitividade e por crises e movimentos de reestruturação, tanto nas diversas esferas de atuação pública como na gestão dos negócios. No que se refere a teoria das organizações, a aplicação dos conceitos de sistemas abertos advindos das ciências naturais, tais como homeostase, entropia, diferenciação, integração, equifinalidade, são utilizados para confirmar e reforçar que as organizações não existem isoladamente, elas fazem parte de um ambiente e são permanentemente afetada pôr ele, ao mesmo tempo em que o afeta. Neste sentido, as organizações podem ser consideradas como elementos de um complexo sistema, interagindo permanentemente com um grande conjunto de variáveis e situações específicas. Podemos afirmar que os estudos desenvolvidos por Roethlisberger & Dickson(1937) são precursores no enfoque à importância e necessidade dos conceitos da teoria de sistemas ao descreverem e enfatizarem a importâncias das redes informais e, das relações inter e inter organizacionais. A aplicação dos conceitos de sistemas dentro da teoria organizacional é reforçada pêlos resultados obtidos das pesquisas realizadas pôr 1) Burns & Stalker apud Morgan(1996), os quais concluem que : a organização para ser eficaz depende de encontrar o equilíbrio e a compatibilidade entre estratégia, tecnologia, envolvimento e necessidades das pessoas e do ambiente externo, 2) Lawrence & Lorsch(1967), os quais mostraram que : a) diferentes tipos de organizações são necessárias para lidar com diferentes condições de mercado e de tecnologia e b) organizações que operam em ambientes incertos e turbulentos precisam atingir um grau mais alto de diferenciação interna, ou seja entre seus departamentos, do que aquelas que estão em ambientes menos complexos e mais estáveis. Os resultados destas e outras pesquisas constituem-se na base conceitual da teoria da contingência, a qual reforça o caráter interativo entre a organização e o ambiente. Os conceitos de seleção natural e “população-ecologia” desenvolvidos pôr Aldrich(1979), Freeman(1982), Hannan(1987), dentre outros, os quais partem de um conjunto de críticas formuladas a teoria da contingência, reforçando ainda mais a importância e a necessidade da adaptação e contextualização ao ambiente. Para os autores, a idéia de que as 4 organizações podem adaptar-se aos seus ambientes atribui mais flexibilidade e poder à organização e muito pouco ao ambiente. Eles defendem que se deve neutralizar esse desequilíbrio, focalizando a maneira pela qual os ambientes “selecionam” as organizações e que isso pode ser mais bem feito pela análise das populações de organizações e sua ecologia de forma mais ampla. Em sua essência, as organizações, como organismos da natureza dependem, para sobreviver, da sua habilidade de adquirir adequado suprimento de recursos necessários ao sustento da sua existência. Nesse esforço, tais organizações enfrentam a competição de outras organizações e, uma vez que comumente existe escassez de recursos, somente os mais adaptados sobrevivem. Mesmo diante destas críticas formuladas a teoria da contingência, os conceitos da “população-ecologia” reforçam a importância do ambiente e a necessidade de adaptação, num enfoque mais coletivista e não individualizado como apregoado anteriormente. Nessa “nova” perspectiva, a análise organizacional muda da explicação de como às organizações individuais se adaptam aos seus ambientes para a compreensão de como diferentes espécies aumentam e diminuem de importância. Sob a influência deste enfoque organizacional, um grande conjunto de pesquisas vem sendo desenvolvidas tentando identificar espécies ou populações, definidas como conjuntos de organizações que compartilham certas características ou um destino comum com relação às circunstâncias ambientais, as taxas de nascimento, de morte e os fatores gerais que influenciam o ciclo de vida das organizações. Para Morgan(1996, p.71), o enfoque da população-ecologia foi desenvolvido para neutralizar as distorções adaptativas geradas pela teoria contingencial. Como resultado, a visão da evolução tendeu a ser mais parcial, enfatizando a escassez de recursos e a competição que permanece nas bases da seleção, ignorando o fato de que os recursos podem ser abundantes, bem como auto-renováveis e de que os organismos tanto colaboram quanto competem. Para o autor, quando os aspectos relacionados aos conceitos da população- ecologia são levados em consideração, surge uma visão mais balanceada da ecologia das organizações surge, o que ele chamou de “ Ecologia Organizacional” focando na criação de um futuro compartilhado. Este novo conceito surge a partir dos estudos desenvolvidos pôr um conjunto de cientistas sociais liderados por Trist(1983), os quais propõem um nova forma de visualização do mundo organizacional, ao descobrirem que assim como na natureza, a colaboração é muitas vezes tão comum como a competição. Organizações do mesmo ramo industrial freqüentemente se juntam sob o mesmo “guarda-chuva” de associações comerciais e profissionais, cooperando no sentido de interesses compartilhados. Cartéis formais e informais de fixação de preços, acordos que dizem respeito a áreas de competição e participação de mercado, assim como o patrocínio conjunto de lobbies, planejado para influenciar a legislação governamental. Neste sentido, os pesquisadores investigam a possibilidade de desenvolvimento de novos padrões de relacionamentos interorganizacionais que podem ajudar a configurar o futuro de maneira pró-ativa. O autor reforça que a aplicação dos conceitos da ecologia organizacional devam ser estimuladas para ajudar a tornar a turbulência do ambiente mais controlável, sugerindo a criação de “organizações referentes”, com o objetivo de estabelecer e englobar as relações entre empresas concorrentes ou interdependentes, ou entre operários e administração, etc., de forma que transforme as diversas formas de relações intra e inteorganizacional e pessoal para a colaboração. Trist apud Morgan(1996, p. 74) focaliza as redes informais de aprendizagem 5 que podem gerar trocas e discussão baseadas no domínio, promover apreciações compartilhadas de preocupações e problemas, facilitar a emergência de valores comuns e normas que possibilitam, assim, novas soluções a problemas comuns. Em suma, a teoria das organizações utiliza os conceitos de Redes, tendo como premissabásica os conceitos de Redes Sociais, definido pelas ciências sociais, na qual uma rede social seria um conjunto de elementos ligados através de um conjunto de relações específicas. Estas Redes são estruturadas a partir da definição dos papéis, atribuições e relações entre os seus atores, o que caracteriza o processo de estruturação e heterogeneização da Rede, e, o processo de hierarquização e externalização, o que caracterizaria a estrutura de poder na Rede, conforme definido pôr Hakanson(1989). O objetivo da interação entre atores e organizações nas redes, é uma tentativa de ampliar o número de parceiros, a fim de viabilizar interesses e projetos comuns. A partir daí, gera-se heterogeneidade entre os parceiros e a busca da flexibilidade de funcionamento, através de relações de cooperação, sem contudo eliminar os conflitos e a competição, ou seja a prática da co-opetição, existente quando empresas ao mesmo tempo cooperam e competem entre si. 3) Aplicação dos Conceitos e Classificação de Redes no Atual Ambiente de Negócios No ambiente organizacional e dos negócios, a rede representa uma forma de organização intermediária entre à empresa e o mercado, redefinindo-se os princípios da estrutura burocráticas e da hierarquia inflexível pela necessidade premente de vinculação entre os processos referentes à coordenação da atividade econômica, surgindo daí vários tipos de rede, tais como as redes de inovação, as redes estratégicas, as redes flexíveis e multidirecionais de Pequenas e Médias Empresas, etc. Ernst(1994) ao sistematizar as muitas informações sobre a formação de redes entre empresas na economia global, aponta que a maioria das atividades econômicas nos setores mais importantes é organizada em cinco tipos diferentes de redes, são eles: Redes de fornecedores: envolvendo a subcontratação e acordos entre um cliente e seus fornecedores de insumos intermediários para a produção; Redes de produtores: Abrangendo todos os acordos de co-produção que oferecem possibilidade a produtores concorrentes de juntarem suas capacidades de produção e recursos financeiros/humanos com a finalidade de ampliar seus portfólios de produtos, assim como sua cobertura geográfica; Redes de clientes: São os contratos e acordos firmados entre as indústrias e distribuidores, canais de comercialização, revendedores com valor agregado e usuários finais nos grandes mercados de exportação ou nos mercados domésticos; Redes de coalizões-padrão: São formadas por potenciais definidores de padrões globais com o objetivo explícito de prender tantas empresas quanto possível a seu produto proprietário ou padrões de interface, Redes de cooperação tecnológica: Com o objetivo explícito de facilitar a aquisição de tecnologia para projetos e produção de produtos, capacitar o desenvolvimento conjunto dos processos e da produção e, permitindo acesso compartilhado a conhecimentos científicos genéricos e de Pesquisa e Desenvolvimento(P & D). 6 De forma genérica pode-se definir uma Rede Organizacional como uma estrutura, na qual podem participar empresas, que devido a limitações de ordem dimensional, estrutural e financeira, não podem assegurar as devidas condições de sobrevivência e desenvolvimento. São formadas pôr uma estrutura celular não rigorosa e compostas de atividades de valor agregado que, constantemente, introduzem novos materiais e elementos. As redes envolvem um amplo processo de atividades conjuntas, podendo ter um grande conjunto de variações e aplicações no contexto organizacional desde as Redes flexíveis de Pequenas e Médias Empresas, Redes top-dow(ou de subcontratação), redes de relacionamento, redes de informação, redes de comunicação, redes de pesquisa, redes de inovação, etc. envolvendo empresas de diversos tamanhos e, que atuem em diversos segmentos econômicos. De um modo geral, as Redes tem as seguintes formas: • bilateralidade/multilateralidade: quando envolve dois ou mais elementos, respectivamente; • homogeneidade/heterogeneidade: quando existem diferenças mais ou menos acentuadas entre os componentes da Rede; • formalidade/informalidade: quando envolve ou não um conjunto de normas, regras e procedimentos preestabelecidos; • estática/dinâmica: quando é mais ou menos influenciada pelas forças ambientais, consequentemente criando um certo grau de convivência com às mudanças Nicolau & Campos(1998) apontam que a compreensão da existência de redes pode ter como ponto de partida o paradigma institucional-comparativo de Coase(1937) e Williamson(1985), no qual, a rede é um arranjo híbrido, contendo elementos de mercado e de hierarquia. Podendo-se encontrar redes que se aproximam mais do modelo hierárquico, onde um dos atores ocupa posição quase-hierárquica central e é responsável pela organização da rede, e redes que se aproximam mais do mercado, onde não há um ator dominante. No primeiro caso, a estruturação da rede tende a ser planejada, definindo-se papéis fortemente complementares para os diversos atores, bem como formas de participação nos resultados. No segundo caso, a explicação para a formação de uma rede está na proximidade física, relacionamentos recorrentes e em outros fatores encontrados num ambiente comunitário. Neste ambiente, o pequeno número de atores com normas e costumes comunitários tende a interagir de forma mais ativa que num ambiente mais aberto(de mercado), prevenindo contra o oportunismo. A reputação é reconhecida como um importante ativo, formando relações de confiança e reciprocidade. Se tomarmos como referência as narrativas analíticas em análise organizacional proposta pôr Reed(1999, p. 65) podemos considerar a teoria de Redes pode ser enquadrada dentro do modelo de Mercado, tendo como perspectivas a teoria da firma, a economia institucional, custos de transação, dependência de recursos e ecologia populacional. Com uma preocupação direcionada com os ajustes adaptativos que as organizações precisam fazer para enfrentar as pressões de maximização da eficiência em suas transações internas e externas. Além das pressões competitivas, que faz com que as empresas selecionem alguns tipos de organizações que manterão relacionamentos. As Redes dentro do contexto da teoria organizacional podem ser estudadas nos aspectos intra e interorganizacional. O primeiro quando envolve aspectos internos, partindo do princípio de que internamente uma organização pode ser visto como uma rede de pessoas, departamentos e setores específicos mantendo uma constante rede de relações caracterizada pôr uma subdivisão hierárquica, de papéis e atribuições dos seus componentes, relações 7 verticais e horizontais, etc. O que a distingue do modelo tradicional de estrutura organizacional é a sua flexibilidade, os mecanismos de controle descentralizado e uma paulatina substituição das relações verticais pelas mais horizontalizadas. Uma outra forma de visualizar as organizações em Rede internamente é quando se analisa a relação de troca e interação com um conjunto de variáveis que afetam diretamente o funcionamento da empresa, dentre as quais os seus clientes, os seus fornecedores, os seus concorrentes e alguns órgãos regulamentadores, tais como as associações e sindicatos de classe. O que alguns autores convencionaram chamar de microambiente organizacional. Neste sentido, a rede intraorganizacional envolve aspectos relacionados a estratégia, a cadeia de valor e ao seu processo produtivo específico. Podemos estender os conceitos de redes intraorganizacionais para ao processo de formação e desenvolvimento das redes interempresariais, com a diferença de que a empresa não é analisada isoladamente, mas sim dentro de um contexto que envolve uma ou mais empresas atuando de forma interativa, integrada, podendo compartilhar recursos, pessoas, tecnologias,terem uma única forma de atuação, uma mesma estratégia, etc. Para Powell(1998) a colaboração estabelecida dentro de uma rede pode levar a transformações importantes nas organizações participantes. A presença de uma rede densa de relações colaborativas pode mudar as percepções sobre a competição. As organizações podem sentir que não é mais necessário ter a propriedade privada e exclusiva de um ativo para extrair seu valor. Os participantes da rede começam a ser encarados como parceiros e não mais como concorrentes. Surge então a necessidade de criar metodologias para criação, definição, implementação, manutenção e rotinização da rede. Ressaltando o papel de novas maneiras para o gerenciamento das organizações em Rede. É claro que essa nova forma de atuação das empresas tanto no seus aspectos internos quanto aos externos tem como objetivo principal a busca pôr maior competitividade. Neste sentido, existem várias tipologias e abordagens para avaliar o grau de competitividade empresarial, dentre as quais : 1)as precauções frente as cinco forças que determinam a rentabilidade definido pôr Porter(1999), quais sejam : fornecedor, entrantes potenciais, consumidor, produtos/serviços substitutos; 2) a análise do nível de mudanças que ocorrem tanto no produto como no processo(Pine II, 1994); 3) a avaliação da participação de seus produtos/serviços no mercado comparada a taxa de crescimento deste mercado(Hax & Majluf, 1996); 4) a identificação das ameaças e oportunidades impostas pelo mercado e a partir daí posicionar-se estrategicamente a fim de melhorar sua performance produtiva e competitiva(Jonhson & Scholes, 1989) e 5) o direcionamento do seu escopo competitivo comparado com o parâmetro principal da sua vantagem competitiva – custo e/ou diferenciação(Porter, op. cit.). Como vê-se a maioria dos autores que tratam da definição das novas tipologias e modelos organizacionais dão uma forte ênfase na aplicação dos conceitos da teoria de redes, que redundaram na formação das redes interempresariais e em alianças. A partir daí., o trabalho propõe-se a buscar em bibliografia específica as diversas formas de variação e aplicação destes conceitos dentro dos modelos associativos de organizações, partindo do princípio que ela pode assumir várias formas, como parcerias, aquisições, fusões, consórcios, joint ventures, distritos industriais, clusters, etc., no entanto, estas tipologias são decorrentes dos modelos genéricos de Redes Interempresariais, entre os mais importantes destes modelos destacam-se : 3.1) O modelo de Miles & Snow(1986) 8 Os autores propõem um modelo de organizações em redes, no qual empresas mantêm uma relação de interdependência e inter-relacionamento, tendo como eixo principal empresas centrais que funcionariam como elemento de conexão de uma dinâmica gama de relacionamentos, cujos elementos são ativados quando necessitados pôr projetos específicos, cada uma delas com funções bem definidas.(vide figura abaixo) Distribuidores Fornecedores Desenhistas Projetistas Produtores CORRETORES (Agenciadores) Figura 1 – Composição de Redes Interempresariais, adaptado de MILES & SNOW(1986) Na organização em rede proposta, as empresas componentes buscariam a sinergia através de estratégias específicas para funções principais, quais sejam: Estratégia Principal Função Principal Prospectores Defensores Analisadores Desenhistas, Projetistas Produção Fornecedores/Distribuidores Tabela 1: Papéis dos atores internos do modelo Redes Interempresariais de Miles & Snow(1986) No que refere-se a estratégia do tipo prospectora, as empresas seriam responsáveis pelas funções relacionadas a Pesquisa e Desenvolvimento(P & D), a busca da inovação tecnológica(de produtos e processos), assim como a aplicação das novas tecnologias de gestão, desenhando e projetando os novos processos de trabalho e formas de gestão; na estratégia do tipo defensora, as empresas se encarregariam da produção, aplicando os conceitos da economia de escala, através da aplicação de melhorias constantes no processo de produção, com foco na qualidade, produtividade e custos. Enquanto que, na Estratégia do tipo analisadora, a função seria o fornecimento de matéria-prima e componentes para a produção e a distribuição dos produtos, sendo considerado um importante canal para captação de informações do ambiente externo da rede. Para os autores, a atuação das organizações em rede forçaria o desenvolvimento de novas concepções e linguagens para as diversas funções e processos, com muitas das empresas participantes da rede tendo que passar pôr uma desagregação vertical. Salientando que, para que as redes possam funcionar adequadamente é necessária uma divulgação completa das informações entre os diversos componentes da rede, com os relacionamentos internos e externos sendo pautados na confiança. Os atores devem saber tudo o que os outros fazem e esta divulgação deve se dar de forma espontânea e tornar-se um novo modo de realizar negócios. 9 3.2) O Modelo de Hakanson(1987) Para Hakänsson(1987) O conceito de redes organizacionais é abrangente, de um modo geral significa duas ou mais organizações envolvidas em relacionamentos de longo prazo, tendo como objetivo principal dinamizar os diversos processos organizacionais para o alcance da competitividade, num ambiente cada vez mais turbulento. As redes apresentam uma grande variedade de configurações, retratando as especificidade e os objetivos envolvidos. O autor apresenta um modelo básico de redes, destacando três classes básicas de variáveis, quais sejam: os atores, as atividades e os recursos. Com a estrutura da rede sendo definida pelas interrelações entre essas variáveis.(vide figura abaixo) HumanosAtivos FixosFinanceiros De Transação De TransformaçãoOrganizações Departamentos Indivíduos Recursos Atores Atividades REDES Fig. 2 – Estrutura adaptada do Modelo de Redes de Hakanson(1987) Os atores realizam as atividades e controlam os recursos, podendo ser identificados em diferentes níveis de agregação : no nível de indivíduos, de departamentos e no nível das organizações. O autor destaca três dimensões relevantes para a análise da atuação dos atores nas redes: 1) que atividades realiza ou controla; 2) que recursos controla e 3) que conhecimentos possui sobre as atividades, recursos e outros atores na rede. As atividades são divididas em duas categorias: as atividades de transformação, que resultam da atuação direta de um ator utilizando seus recursos, e as atividades de transação, que ligam as atividades de transformação e os atores entre si, formando a rede. Os recursos são divididos em ativos fixos, financeiros e humanos, os quais são utilizados pêlos atores tanto para as atividades de transformação quanto para as de transação. As redes formadas a partir dessas três dimensões têm as seguintes características : 1) de interdependência funcional : na qual atores, atividades e recursos apresentam diferentes graus de heterogeneidade e de complementaridade; 2) de estrutura de poder dos atores : baseada no controle de atividades e recursos; 3) de estrutura de conhecimento e experiência : pelas quais serão definidos os papéis e funções dos atores; 10 4) de estrutura relacionada a tempo : partindo do princípio de que "a rede é um produto de sua história em termos de experiência e investimentos em relacionamentos, conhecimento, rotinas, etc."(ibid. p.18) Para o autor, a dinâmica de uma rede resulta de dois processos básicos(p.31): 1) o processo de estruturação e heterogeneização e 2) o processo de hierarquização e externalização. Pelo primeiro processo, a rede seestrutura mediante os investimentos necessários e as relações são estabelecidas em função de heterogeneização dos recursos. A rede evolue gradualmente numa longa série de ações e adaptações de atividades e recursos e no estabelecimento de compromissos mútuos entre atores. Este processo da rede tende a conduzir ao fortalecimento de posições de determinados atores melhor situados, gerando dependência unilateral dos demais atores e ameaças de expropriação(Klein, Crowford e Alchian(1978). Isto leva ao segundo processo definido pôr Hakansson, no qual, a ameaça de estabelecimento na rede de relações de hierarquia e de subordinação leva os atores à busca de novas relações fora da rede, num movimento de externalização. Dentro deste conceitos, pode-se afirmar que o processo de estruturação envolve noções de competência, racionalidade procedimental, informação limitada, relações de confiança, inovação incremental e trajetória tecnológica. Enquanto o processo de externalização, vincula-se às noções de flexibilidade, incerteza, oportunismo e inovações. 3.3) - O modelo de Lipnack & Stamps(1994) Lipnack & Stamps(1994) ao estudar os conceitos de Redes e as suas múltiplas abordagens, divide em níveis de organização, obedecendo um certa hierarquia, importância e complexidade dentro do contexto organizacional conforme quadro abaixo : 1 Pequeno Grupo Equipes com Poder Decisório Círculos de Estudo Equipes de Topo 2 Grande Organização Equipes Interfuncionais Agrupamentos com Poder Decisório Sistemas Sóciotécnicos 3 Empreendimento Kaizen Redes de Serviço Empresas Centrais(Core Firms) 4 Aliança Redes Empresariais Flexíveis Alianças Estratégicas Joint Ventures 5 Megagrupo Econômico Desenvolvimento Econômico(PME's) Geografias Voluntárias Keitetsu Hierarquização dos tipos e formas de Redes Interorganizacionais, adaptado de Lipnack & Stamps(1994) No nível 1, Redes de pequenos grupos, no qual independentemente de onde estejam localizadas dentro de uma determinada organização - desde o topo até a base - as pessoas geralmente realizam verdadeiro trabalho cooperativo em pequenos grupos. São chamados pôr diversos nomes. Equipes de poder decisório atacam partes administráveis de trabalho e 11 assumem responsabilidades compartilhada pelos resultados obtidos; Círculos de Estudo são associações voluntárias baseadas na participação de colegas, para soluções de problemas e melhoramento de processos. Equipes de Topo, incluem todos os níveis organizacionais, com pequenas formas tendo continuidade em formas maiores de organização.(Lipnack & Stamps, 1994, p. 76 e 98). No nível 2, a chamada Grande Organização, parte do princípio de que, a maioria das empresas de qualquer tamanho possui grandes componentes que perfazem a empresa como um todo - áreas funcionais, departamentos, divisões, programas ou projetos. Neste nível, as organizações internas constituem uma fonte primária de obstáculos que têm de ser transpostos, compreendendo espessas camadas de gerências de nível médio que são encontradas em estruturas tradicionais de administração. Podem ocorrer sob a forma de Equipes Interfuncionais que são uma forma popular de grupos de duração temporária nas grandes empresas, os Agrupamentos com poder decisório enfatizam a independência administrativa, o que constitui característica das redes neste nível. Os Sistemas Sociotécnicos, que são grupos de trabalho de alta performance com variados tamanhos e tempo de duração, além de tipos de acesso a recursos extremamente diversificados. Estes grupos podem envolver uma pequena equipe de alto valor ou então a uma instalação manufatureira completa, ou até mesmo a uma determinada empresa como um todo(Lipnack & Stamps, op. Cit., p. 77 e 104). No nível 3, chamado Empreendimento, correspondento ao um corpo legalmente incorporado - privado, público ou governamental, constituindo-se num ponto-chave de referência, com muitos relacionamentos externos a serem gerenciados inclusive intrligações com clientes, fornecedores e concorrentes e o mercado. Pode ter as seguintes variações Kaizen, que significa melhoramento contínuo envolvendo a todos, alcançando desde a área de produção da empresa até suas alianças externas. Redes de Serviços que são clássicas redes distribuição atuando em fornecimentos variados. Empresas Centrais(Core Firms) podendo ser ao nível de empreendimento ou em nível de aliança, utilizando mercados externos para simplificar suas relações com um determinado número de fornecedores e distribuidores.(p. 78 e 122). No nível 4, encontram-se as alianças, que são relacionamentos entre empresas e/ou grupos de empresas, podendo ser constituídos pôr empresas multinacionais, equipes de empresas de pequeno porte ou pôr combinações formada de empreendimentos de grande e pequeno porte. As alianças são notáveis pela sua variedade, envolvendo geralmente um pequeno número de parceiros. As alianças mais comuns são as bilaterais. Em alguns casos, chegam a envolver centenas ou milhares de empresas. A medida que o número de parceiros aumenta, ou o significado da parceria torna-se substancialmente diluído a aliança tende a se transformar num megagrupo organizado. As alianças mais comuns são as Jointventures, que criam um novo negócio, criando literalmente um algo mais, correspondente `sinergia de uma aliança. As Alianças Estratégicas, que dão suporte a necessidades e processos internos de empreendimentos e as Redes Flexíveis de Empresas, as quais alavancam as vantagens da escala ao mesmo tempo em que preservam o poder da pequenez organizacional. Lipnack & Stamps(op. cit., p. 97 e 131) No nível 5, os Megagrupos Econômicos são aglomerações muito grandes de Redes pessoais e organizacionais de todos os tamanhos. Eles representam o poder econômico disponível para aqueles que aprendem a arte da cooperação e da competição em grande escala, com enfoque numa determinada região geográfica e num determinado setor. Os 12 exemplo mais conhecido são os Keiretsus japoneses, podendo ser considerado os precursores de vastos complexos empresariais e alianças a longo prazo que estão surgindo em outras regiões. As Geografias Voluntárias referem-se a grandes e ativas concentrações em centenas e milhares de empresas constituindo e reconstituindo relacionamentos empresariais numa mesma e ampla região ou num mesmo setor. Para o autor, enquanto os sucessos de redes flexíveis individuais são recompensadores para as partes envolvidas, o real impacto dos mesmos é sentido apenas quando as empresas começam a se interorganizar em grande escala. As estratégias de rede para o desenvolvimento econômico de empreendimentos pequenos e médios, envolvendo múltiplos e variados setores, tem demonstrado ser capazes de reproduzir bons resultados em economias regionais e nacionais. Lipnack & Stamps(op. cit. p. 97 e 139) Os autores apontam as principais razões para as empresas atuarem em Redes em algumas funções e práticas administrativas, quais sejam : ¾ Marketing : marketing conjunto, pesquisas de mercado, avaliação de necessidades comuns, marcas comuns, serviços de exportação, etc.; ¾ Treinamento : conhecimentos especializados e habilidades gerais e específicas, Tc; ¾ Recursos : aquisições/compras conjuntas, Armazenagem/estocagem conjunta, coordenação de fornecedores, equipamentos especializados, serviços profissionais, etc.; ¾ Pesquisa e Desenvolvimento(P & D) : desenvolvimento conjunto de produtos/serviços, desenvolvimento conjunto de processos, compartilhamento de pesquisa e inovações, transferência e difusão de tecnologias etc.; ¾ Pesquisa : programa conjunto de qualidade, Benchmarking, compartilhamento de padrões internos, certidão de padrões internacionais, etc. 4) CONSIDERAÇÕES FINAIS A aplicação dos conceitosde redes surge dentro da teoria e prática organizacional com um dos questionamentos acerca da eficácia das estruturas burocráticas e modelos de produção verticalmente integrados, além da percepção de que no atual ambiente de negócios as organizações tornam-se mais eficientes e eficazes na medida em que, ampliam seus enfoques e direcionamentos de um enfoque interno para externo, a partir de um conjunto de relações com outras organizações. O conteúdo do exposto neste ensaio mostra que as redes apresentam uma característica básica, qual seja, as diversas formas de interação é regularizada entre os diversos atores envolvidos, sendo isto, o que vai diferenciar o tipo de rede existente baseada nas noções de fluidez, complementaridade e interdependência. Tomando como referência os diversos autores citados no texto, percebe-se que às organizações atuando em rede buscam superar a dicotomia entre ambiente interno e externo, o que faz com que estes pesquisadores tenham uma postura mais ampla e aberta para à diversidade, passando de um enfoque direcionado para entidades individuais, para uma análise simultânea de múltiplas relações sociais envolvendo: os indivíduos, os grupos sociais, às organizações e às instituições. O artigo permite a abertura para reflexões sobre o tema redes, por si só, complexo e abrangente, contribuindo para a discussão dos conceitos, classificação e tipologias de redes, permitindo distinguir de forma mais clara e objetiva os arranjos organizacionais que tenham características e aplicação dos princípios de redes. BIBLIOGRAFIA : 13 ALDRICH, H., Organizational and Environments. Engglewwod Clifffs, NJ: Prentice-Hall, 1979. BURT R. S., “Autonomy in a Social Topology” . American Journal of Sociology. 85:892- 925, 1980 BURT R. S., “Models of a network Structure”. Annual Review of Sociology 6:79-141, 1980. BURT, R. S., Corporate Profits and Cooptation: Networks of Market Constrain and Directorate Ties and American Economy, New York, Academy Press, 1983 BURT, R. S., Minor, M.J., Applied Networks Analysis. Berverly Hills, Sage, 1983. 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