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introdução
Rubem Valentim é daqueles artistas realmente singulares, que alcançou uma linguagem individual que o tornou facilmente reconhecível até para um público leigo através da realização de uma antropofagia de fato, reunindo influências externas para criar uma arte autenticamente brasileira, partindo de imagens subjetivas mas construindo sua obra objetivamente.
Esta autenticidade pode ser observada nos seus emblemas que, a partir de signos do candomblé, se transformam em uma simbologia construtiva consoante com a linguagem internacional.
Virtuoso, mestre das cores e geometrias, Valentim não poderia ter nascido em ano mais inspirador. Baiano de Salvador, o artista nasceu em 1922, meses depois da polêmica e discutível Semana de Arte Moderna de 22, que representou uma ruptura na linguagem, na busca pela experimentação e na liberdade artístico criadora nacional, apresentando ao país as peculiaridades do modernismo.
Autodidata, Valentim começou a pintar em meados da década de 1940 quando, ao lado de outros então jovens artistas, como Mario Cravo Júnior e Carlos Bastos, contribuiu para o movimento de renovação do panorama cultural baiano.
Formado em Odontologia, exerceu por alguns anos a profissão da qual foi se afastando gradativamente para se dedicar cada vez mais à pintura. Nesse mesmo ano ingressou no Curso de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia, que concluiu em 1953.
Em 1949 participou pela primeira vez de uma coletiva - o Salão Baiano de Belas Artes, no qual seria premiado em 1955 - e em 1954 fez a sua primeira individual, na Galeria Oxumaré de Salvador.
Suas primeiras experiências foram abstratas, e longo em seguida aparece a simbologia mística que irá marcar a sua obra: em um primeiro momento os signos litúrgicos afro-brasileiros aparecem agrupados sobre a tela, com uma organização quase acidental, mas aos poucos vai acontecendo uma espécie de ‘limpeza’ e eles se organizam simétricamente sobre o quadro. As cores sofrem uma grande mudança, já que os tons dão lugar às cores puras em grandes chapadas sobre a tela.
Em 1957 transfere-se para o Rio de Janeiro, e passa a participar ativamente da vida artística dessa cidade e da de São Paulo, expondo em inúmeras coletivas, salões e certames, como a Bienal de São Paulo e o Salão Paulista de Arte Moderna (medalha de ouro em 1962).
No Salão Nacional de Arte Moderna ganhou o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1962. Com esse prêmio embarcou em 1963 para a Europa, fixando-se em Roma após visitar vários países.
Na capital italiana permaneceu por três anos, realizando em 1965 uma individual na Casa do Brasil, além de participar de algumas coletivas.Em setembro de 1966, após tomar parte no Festival Mundial de Artes Negras de Dacar (Senegal), retornou ao Brasil e se fixou em Brasília, atendendo a convite para dirigir o Ateliê Livre do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília, função que desempenharia até 1968.
No mesmo ano do regresso participou com sala especial da I Bienal Nacional de Artes Plásticas, em Salvador.
Nos próximos 20 anos, sempre residindo em Brasília, com fugas episódicas a São Paulo ou a outras cidades brasileiras, Rubem Valentim integrou importantes coletivas realizadas no País e no exterior, entre elas a Bienal de São Paulo (prêmios de aquisição em 1967 e 1973), a Bienal de Arte Construtiva de Nuremberg (Alemanha, 1969), o Panorama de Arte Atual Brasileira (MAM de São Paulo, 1969), a II Bienal de Arte Coltejer (Medellín, Colômbia, 1970), o Salão Global da Primavera (Brasília, 1973 - prêmio de viagem à Europa), Artes Plásticas Brasil-Japão (Tóquio, 1975), Visão da Terra (MAM do Rio de Janeiro, 1977), Geometria Sensível (MAM do Rio de Janeiro, 1978) etc. Do mesmo modo, expôs individualmente em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Cuiabá, destacando-se as mostras de 1970 no MAM do Rio de Janeiro (31 Objetos Emblemáticos e Relevos-Emblemas de Rubem Valentim) e as de 1975 e 1978 em Brasília - Rubem Valentim: Panorama de sua Obra Plástica e Mito e Magia na Arte de Rubem Valentim -, organizadas, ambas, pela Fundação Cultural do Distrito Federal.
Rubem Valentim partiu de uma pintura que revelaria, no começo, fortes influências parisienses; mas, olhando para dentro de si mesmo em meados da década de 1950 passou a utilizar, como matéria-prima do seu fazer estético, sua ancestralidade africana, o ativismo negro a que se referiria em 1966 o crítico italiano Giulio Carlo Argan, para quem a arte do brasileiro corresponderia a uma "recordação inconsciente de uma grande e luminosa civilização negra anterior às conquistas ocidentais".E o fez sem nenhuma concessão ao folclórico, ao turístico ou ao pitoresco, antes interpretando a simbologia ritualística de seus antepassados em termos de visualidade pura.
A fixação no Rio de Janeiro, em 1957, quando ia no apogeu o movimento concretista, reforçou, em Valentim, a necessidade construtiva, que já existia desde o início, aliás: mesmo sem se filiar ao movimento, Valentim sentiu-lhe o impacto benéfico, passando a estruturar ainda com maior rigor suas obras, atenuando-as porém pelo colorido sensual e profundo.
A permanência européia, de 1963 a 1966, revelou-lhe novas experiências e pesquisas - das quais tomaria conhecimento sem abrir mão contudo das próprias convicções estéticas.
Finalmente, passando a residir em Brasília e possivelmente influenciado pela especialidade característica da cidade, sentiu a necessidade de recortar, do suporte bidimensional da pintura, seus símbolos e signos, concedendo-lhes a vida autônoma de objetos tridimensionais.
Sua pintura transformou-se, assim, em totem, altar, estandarte, escultura pintada, objeto emblemático eivado de uma grave e recôndita religiosidade.
Dessacralizador de fetiches e de objetos rituais, aos quais imprime os contornos de uma semântica peculiar, Rubem Valentim tem sido considerado por alguns estudiosos, entre eles José Guilherme Merquior, o pioneiro de uma arte semiótica brasileira.
Em 1994 sua obra foi objeto de uma bem cuidada retrospectiva no Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio de Janeiro.
Faleceu na cidade de São Paulo, em 1991.
Rubem Valentim - Obras
A obra de Rubem Valentim compreende pinturas e esculturas. Até meados da década de 1960, quando o artista instalou-se em Brasília, trabalhou fundamentalmente com a bi dimensionalidade, produzindo telas compostas com tinta a óleo, têmpera-ovo (entre 1963 e 1967) e tinta acrílica. No início de sua carreira artística, até o ano de 1951, produziu obra figurativa com naturezas-mortas, paisagens urbanas, flores e figuras humanas, com influências do realismo e do expressionismo. Essa produção figurativa convivia com obras abstratas e com composições em que convivem signos abstratos e figurativos. A partir de 1953-1954, começou a incorporar símbolos e emblemas do candomblé em suas telas abstratas, o que se tornou mais frequente e claro a partir de 1955. 
A partir de sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1957, abandonou completamente a figuração e aprofundou sua pesquisa formal, reduzindo o número de formas e elementos em cada composição. Sua pintura ganhou um caráter mais rigoroso e fortemente geométrico, próximo de uma estética concretista. Ao contrário desta, contudo, não se tratava de pura forma geométrica, sem referência externa, mas sim de composições a partir de signos próprios da iconografia das religiões afro-brasileiras - especialmente as ferramentas do candomblé, religião da qual o artista era praticante, mas também os pontos riscados da umbanda, que ele só veio a conhecer na década de 1960 no Rio de Janeiro. A partir de 1959, começou a depurar com maior rigor cada elemento formal, chegando às soluções plásticas que caracterizariam sua obra de maturidade. Alguns críticos lhe atribuíram também influências da cultura indígenas e mesmo um parentesco com outras tradições místicas e religiosas, mas o diálogo com a religiosidade afro-brasileira é mais direto e evidente. Por isso, Clarival do Prado Valladares classificou sua obra como "arte semiótica",isto é, uma arte composta a partir de signos presentes na cultura - no caso, na simbologia religiosa. José Merquior a denominou "supra-semiótica", no sentido de que manipula e transforma conscientemente esses signos. Cabe observar que o próprio artista rejeitou sua filiação às correntes artísticas europeias, entre as quais a arte concreta, reafirmando o caráter nacional de sua produção, muito embora tenha participado da I Bienal Internacional de Arte Construtiva de 1969 em Nuremberg (Alemanha).
De qualquer modo, Valentim empreendeu um diálogo entre a geometria da simbologia religiosa e a geometria formal de uma importante parcela da arte moderna, aproximando o que então podia ser considerado como "arcaico" daquilo que era visto como "moderno". Com isso, inseriu uma dimensão religiosa que atravessava a geometria formal, de certa forma humanizando e carregando de força simbólica sua racionalidade geométrica. Ao mesmo tempo, evidenciou convergências e aproximações entre as concepções de espaço da geometria euclidiana e de imaginários religiosos.
O artista empregava cores sólidas e contrastantes para ressaltar a geometria das formas, e frequentemente compunha suas obras com um forte senso de simetria, organizada bilateralmente a partir de um eixo vertical (característica que também existe em muitos dos signos empregados nas religiões afro-brasileiras). Em alguns casos, essa simetria era insinuada, mas não plenamente realizada; em outros, ela era simultaneamente complementada e perturbada por uma sugestão parcial de simetria alto-baixo.
A partir de 1967, já em Brasília, o artista passou a estender seu trabalho com a forma para a terceira dimensão, de onde resultaram seus relevos e, finalmente, seus objetos e esculturas em madeira policromada. Mantendo a mesma estética geométrica, a mesma referência à simbologia religiosa e o mesmo emprego de cores contrastantes, ele criou esculturas que, pelo seu caráter religioso, aproximavam-se de templos ou altares, como inclusive o atesta a instalação apresentada em 1977 à XIV Bienal de São Paulo, batizada de Templo de Oxalá (que contava com painéis e esculturas em madeira branca). O artista manteve a construção simétrica de suas obras e, em muitos casos, estendeu essa simetria para a terceira dimensão (como fica claro na obra de 1969 Objeto emblemático, acima). Na medida em que também são tridimensionais os próprios emblemas do candomblé que lhe serviram de material de elaboração estética, essa passagem à escultura não se configurou como ruptura, mas como aprofundamento.
Ele não interrompeu, porém, a produção de telas. Alguns críticos ressaltaram um desenvolvimento em sua pintura: se antes ela exibia uma forte verticalidade simétrica e uma distinção clara entre figuras do plano de frente e o plano de fundo, essas características se atenuaram na pintura produzida a partir dos anos 1970 pelo recorte das formas e pelo emprego abundante da cor, sobretudo na série de emblemas: logotipos poéticos que produziu entre 1974 e 1975.
Principais obras 
Tipo : Pinturas  
título : Relevo 3 
Artista : Rubem Valentim - Ruben Valentim 
Ano : 1967
Técnica : Acrílica sobre madeira
Tipo : Pinturas 
Título : Mulheres 
Artista : Rubem Valentim - Ruben Valentim 
Ano : 1954
Técnica : monotipia
Dim. : 46 x 36 cm
Tipo : Pinturas 
Título : Figura 
Artista : Rubem Valentim - Ruben Valentim 
Ano : 1954
Técnica : Monotipia a óleo sobre papel
Dim. : 23,5 x 18,5 cm
Tipo : Pinturas 
Título : Composição 12 
Artista : Rubem Valentim - Ruben Valentim 
Ano : 1962
Técnica : Óleo sobre Tela
Dim. : 100 x 70 cm
Tipo : Pinturas 
Título : Emblema Relevo - Pintura 3 
Artista : Rubem Valentim - Ruben Valentim 
Ano : 1967
Técnica : Acrílica sobre madeira
Dim. : 102 x 75 cm
Rubem valentim Biografia
Rubem Valentim (Salvador BA 1922 - São Paulo SP 1991). Escultor, pintor, gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como pintor autodidata. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, com Mario Cravo Júnior (1923), Carlos Bastos (1925) e outros artistas. Em 1953 forma-se em jornalismo pela Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Reside no Rio de Janeiro entre 1957 e 1963, onde se torna professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Reside em Roma entre 1963 e 1966, com o prêmio viagem ao exterior, obtido no Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM. Em 1966 participa do Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, Senegal. Ao retornar ao Brasil, reside em Brasília e leciona pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília - UnB. Em 1972, faz um mural de mármore para o edifício-sede da Novacap em Brasília, considerado sua primeira obra pública. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1974 o audiovisual A Arte de Rubem Valentim. Em 1979, Valentim realiza escultura de concreto aparente, instalada na Praça da Sé, em São Paulo, definindo-a como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira e, no mesmo ano e é designado, por uma comissão de críticos, para executar cinco medalhões de ouro, prata e bronze, para os quais recria símbolos afro-brasileiros
Fonte http://omenelicksegundoato.blogspot.com.br/2010/09/as-cores-e-geometrias-antropofagicas-de.html http://catalogodasartes.com.br/Lista_Obras_Biografia_Artista.asp?idArtista=363&txtArtista=Rubem%20Valentim%20-%20Ruben%20Valentim
http://www.portalartes.com.br/colunistas/almandrade/473-rubem-valentim.html

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