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Ética do Cuidado e do Meio Ambiente
Nesta aula, é proposta uma reflexão sobre como cuidamos do outro. Mas o outro aqui não se restringe ao outro ser humano apenas, mas cuidado com o Planeta Terra e todo ser vivo que nele existe. Inicialmente, temos a contribuição do Professor Sérgio Ricardo Coutinho que nos fala sobre a Ética do Cuidado e, em seguida, temos a contribuição de Genebaldo Freire Dias, que nos apresenta uma série de reflexões sobre os cenários e desafios sócio-ambientais na atualidade que ratificam a proposta inicial de ética do cuidado.
2.1 Ética do Cuidado
Nos últimos vinte anos, o campo da Ética vem apresentando um novo paradigma para responder o atual contexto de globalização, neo-liberalismo econômico, mudanças climáticas e aquecimento global. É o paradigma do cuidado. O autor que melhor vem refletindo sobre o cuidado é, sem dúvida nenhuma, o filósofo e teólogo Leonardo Boff.
Para isso, precisamos nos deter mais sobre a natureza do cuidado essencial. Segundo Boff (1999), a porta de entrada não pode ser a razão calculista, analítica, instrumental e objetivista. Esta nos leva ao trabalho-intervenção-produção e nos aprisiona enquanto objetos. As máquinas e os computadores são mais eficazes do que nós na utilização deste tipo de razão-trabalho. 
Para Boff (1999), há algo nos seres humanos que se encontra surgido há milhões de anos no processo evolutivo quando emergiram os mamíferos, dentro de cuja espécie nos inscrevemos: o sentimento, a capacidade de emocionar-se, de envolver-se, de afetar e de sentir-se afetado. A isso os gregos chamavam de pathos.
Dar centralidade ao cuidado não significa deixar de trabalhar e de modificar o mundo. Significa renunciar à vontade de poder que reduz tudo e todos a objetos, desconectados da subjetividade humana. Significa recusar-se a toda forma de dominação. Significa abandonar a ditadura da racionalidade fria e abstrata para dar lugar ao cuidado.
Citando o psicanalista norte-americano Rolio May, Boff (1999) analisa a civilização moderna desta forma: “Nossa situação é a seguinte: na atual confusão de episódios racionalistas e técnicos perdemos de vista e nos despreocupamos do ser humano; precisamos agora voltar humildemente ao simples cuidado... é o mito do cuidado – e creio, muitas vezes, somente ele – que nos permite resistir ao cinismo e à apatia que são as doenças psicológicas do nosso tempo”. 
O que nossa civilização precisa, segundo ele, é superar a ditadura do modo-de-ser-trabalho-produção-dominação. Ela nos mantém reféns de uma lógica racional que hoje se mostra destrutiva da Terra e de seus recursos, das relações entre os povos, das interações entre capital e trabalho, de espiritualidade e de nosso sentido de pertença a um destino comum. Libertados dos trabalhos estafantes e desumanizadores, agora feitos pelas máquinas automáticas, recuperaríamos o trabalho no seu sentido antropológico originário, como plasmação da natureza e com atividade criativa, trabalho capaz de realizar o ser humano e de construir sentidos cada vez mais integradores com a dinâmica da natureza. 
Boff chama a atenção para outro ponto: cuidado todo especial merece nosso planeta Terra. Temos unicamente ele para viver e morar. A hipótese Gaia (James Lovelock) apresenta a Terra enquanto um sistema de sistemas e super-organismos de complexo equilíbrio, urdido ao longo de milhões de anos. Por causa do assalto predador do processo industrialista dos últimos séculos, esse equilíbrio está prestes a romper-se em cadeia. Desde o começo da industrialização, no século XVIII a população mundial cresceu 8 vezes, consumindo mais e em recursos naturais; somente a produção, baseada na exploração da natureza, cresceu mais de cem vezes. O agravamento deste quadro com a mundialização do acelerado processo produtivo faz aumentar a ameaça e, conseqüentemente, a necessidade de um cuidado com o futuro da Terra. 
O cuidado com a Terra representa o global. O cuidado com o próprio nicho ecológico representa o local. O ser humano tem os pés no chão (local) e a cabeça aberta para o infinito (global). O coração une chão e infinito, abismo e estrelas, local e global. A lógica do coração é a capacidade de encontrar a justa medida e construir o equilíbrio dinâmico. 
Atualmente, segundo Boff (1999), quase todas as sociedades estão enfermas. Produzem má qualidade de vida para todos, seres humanos e demais seres da natureza. E não poderia ser diferente, pois estão assentadas sob modo de ser do trabalho entendido como dominação e exploração da natureza e da força do trabalhador. À exceção de sociedades originárias como aquelas dos indígenas e de outras minorias no sudeste da Ásia, da Oceania e do Ártico, todas são reféns de um tipo de desenvolvimento que apenas atende as necessidades de uma parte da humanidade (os países industrializados), deixando os demais na carência, quando não diretamente na fome e na miséria. Somos espécie que se mostrou capaz de oprimir e massacrar seus próprios irmãos e irmãs da forma mais cruel e sem piedade. Só neste século morreram em guerras, em massacres e em campos de concentração cerca de 200 milhões de pessoas. E ainda degenera e destrói sua base de recursos naturais não renováveis. 
Não há só a rede de relações sociais. Existem as pessoas concretas, homens e mulheres. Como humanos, as pessoas são seres falantes; pela fala constroem o mundo com suas relações. Por isso, o ser humano é, na essência, alguém de relações ilimitadas. O “eu” (ego) somente se constitui mediante a dialogação com o “tu” (alterego – “outroeu”), como o viram psicólogos modernos e, anteriormente, filósofos personalistas. O “tu” possui uma anterioridade sobre o “eu”. O “tu” é o parteiro do “eu”. 
Um dos maiores desafios lançados à política orientada pela ética e ao modo-de-ser-cuidado é indubitavelmente o dos milhões e milhões de pobres, oprimidos e excluídos de nossa sociedade. Esse anti-fenômeno resulta de formas altamente injustas da organização social hoje mundialmente integrada. Com efeito, graças aos avanços tecnológicos, nas últimas décadas verificou-se um crescimento fantástico na produção de serviços e bens materiais, entretanto, desumanamente distribuídos, fazendo com que 2/3 da humanidade viva em grande pobreza. Nada agride mais o modo-de-ser-cuidado do que a crueldade para com os próprios semelhantes.
Como tratar esses condenados e ofendidos da Terra? A resposta a esta pergunta divide, de cima a baixo, as políticas públicas, as tradições humanísticas, as religiões e as igrejas cristãs. Cresce mais a convicção de que as estratégias meramente assistencialistas e paternalistas não resolvem, como nunca resolveram, os problemas dos pobres e dos excluídos. Antes, perpetua-os, pois os mantêm na condição de dependentes e de esmoleres, humilhando-os pelo reconhecimento de sua força de transformação da sociedade. 
Para Boff (1999), a libertação dos oprimidos deverá provir deles mesmos, na medida em que se conscientizam da injustiça de sua situação, organizam-se entre si e começam com práticas que visam transformar estruturalmente as relações sociais iníquas. A opção pelos pobres contra a sua pobreza e em favor de sua vida e liberdade constituiu, e ainda constitui, a marca registrada dos grupos sociais e das igrejas que se puseram à escuta do grito dos empobrecidos que podem ser tanto os trabalhadores explorados, os indígenas e negros discriminados, quanto as mulheres oprimidas e as minorias marginalizadas, como os portadores do vírus da Aids ou de qualquer outra deficiência. Não são poucos aqueles que, não sendo oprimidos, fizeram-se aliados dos oprimidos, para junto com eles e na perspectiva deles empenhar-se por transformações sociais profundas. 
Quando falamos em corpo-sofrido, não devemos pensar no sentido usual da palavra, que contrapõe corpo à alma, matéria ao espírito. Corpo seria uma parte do ser humano e não sua totalidade. Nas ciências contemporâneas, prefere-se falar de corporeidade para expressar o ser humano como um todo vivo e orgânico. Fala-sede homem-corpo, homem-alma para designar dimensões totais do humano. 
Essa compreensão deixa para trás o dualismo corpo-alma e inaugura uma visão mais globalizante. Entre matéria e espírito está a vida que é a interação da matéria que se complexifica, se interioriza e se auto-organiza. Corpo é sempre animado. “Cuidar do corpo de alguém”, dizia um mestre do espírito, “é prestar atenção ao sopro que o anima”.
O ser humano-corpo-alma tem uma singularidade: pode sentir-se parte do universo e com ele conectado; pode entender-se como filho e filha da Terra, um ser de interrogações derradeiras, de responsabilidade por seus atos e pelo futuro comum com a Terra. Ele não pode furtar-se a perguntas que lhe surgem: Quem sou eu? Qual é meu lugar dentro desta miríade de seres? O que significa ser jogado nesse minúsculo planeta Terra? Donde provém o inteiro universo? Quem se esconde atrás do curso das estrelas? O que podemos esperar além da vida e da morte? Por que choramos a morte dos nossos parentes e amigos e a sentimos como um drama sem retorno? 
Para Leonardo Boff (1999), levantar semelhantes interrogações é próprio de um ser portador de espírito. Espírito é aquele momento do ser humano corpo-alma em que ele escuta estas interrogações e procura dar-lhes uma resposta e não importa qual seja: se através de estórias mitológicas, de desenhos nas paredes de cavernas ou se através de sofisticadas filosofias, ritos religiosos e conhecimentos das ciências empíricas. O ser humano como um ser falante e interrogante, é um ser espiritual. Enfim, é um ser da ética do cuidado.
2.2 Ética e Meio Ambiente
Quando chegam as imagens de grandes incêndios em florestas temperadas, há um grande destaque aos prejuízos materiais - mansões, carros de luxo e outros. Raramente, os textos da mídia se referem aos “outros” danos. Perda da qualidade do ar, emissões de gases-estufa, emissões de gases cancerígenos e indutores de problemas pulmonares, cardiovasculares, psicológicos, alergênicos e outros. Tampouco se consideram os danos à vegetação, ao solo, à fauna, à água. Nessa escala de consideração, a perda de valores estéticos não é sequer citada.
Quando o fogo atinge a vegetação, de forma descontrolada, temos o registro das imagens da indolência humana em perceber as conseqüências dos seus atos. Enquanto a espécie homo sapiens não era dominante sobre a Terra, a capacidade de impor transformações à superfície do planeta era restrita. Porém são seis bilhões e quatrocentos milhões de seres que diariamente pilham os recursos do planeta por meio de desmatamentos, queimadas, poluição, consumismo, opulência e desperdícios.
Cada pessoa, cada instituição, cada empresa, tem a sua justificativa particular para fazer isso e continuar fazendo ao longo das décadas. Criação de emprego e renda, “progresso”, necessidade de produzir alimentos e moradias são algumas delas.
As queimadas e incêndios florestais, no Brasil, também são uma tragédia. Entretanto, tais eventos vêm revestidos pelos tecidos da exclusão social, da cultura, da inadequação de políticas agrícolas, engomadas por texturas corporativas e políticas, azedadas pela corrupção.
Ainda ocorre de forma tímida a percepção de que vivemos sobre a superfície de uma esfera pequena, flutuando no espaço, envolta em uma tênue camada de gases, portando recursos limitados e aquecida por uma estrela. Somos todos moradores de uma casa, cuja habitabilidade é mantida por meio de uma sofisticada combinação de fatores montada por acoplamentos de inúmeros sistemas que se interligam e se completam. Para se viver em um lugar assim, tem-se que se ajustar a Leis, a princípios e a limites.
É incrível que, passados quase quatro décadas daquela primeira imagem da Terra solta no espaço (produzida durante a órbita da nave Apollo 10 em volta da Lua, 1969), ainda continuemos a imaginá-la como plana e infinita, logo, de recursos infinitos, como pensavam alguns navegadores do primeiro milênio.
Todas aquelas imagens de destruição do planeta que a mídia vomita em nossas salas não são produzidas por gaivotas, nem por capivaras, tampouco fungos ou papagaios, somos nós. Aí queremos disfarçar a nossa insensatez, ora culpando os pobres, ora os ricos, ou negando o aquecimento global, arregimentando provas compradas da nossa “inocência”.
È irrelevante a discussão das causas humanas do aquecimento global a essa altura dos acontecimentos. È só reunir as imagens de foco de calor em todo o mundo, as imagens de desmatamentos, de urbanizações, de assoreamentos, de poluição hídrica em todos os rios e oceanos, de derretimento de geleiras, de secas e inundações, de extinção de espécies e da miserabilização de grande parte da população humana empurrada para a exclusão social, fome, violência e morte. Tem-se o mosaico da insustentabilidade.
As causas das queimadas e dos incêndios florestais são as mesmas que produzem as outras ameaças à sustentabilidade da vida no planeta: uma troca perigosa de valores que alimentou a arrogância, o imediatismo, o materialismo, a ausência da ética, o analfabetismo ambiental, a ignorância e a cegueira espiritual na qual imergiram as pessoas levadas por um modelo de “desenvolvimento” que tem como divindade, o mercado, como totem, o lucro, como égide, o consumo exacerbado e como fonte de alimentação do processo, a falta de percepção.
Essa falta de percepção e irresponsabilidade coletiva se cristaliza quando uma indústria faz as suas descargas aos domingos para fugir da fiscalização; quando uma siderúrgica alimenta os seus fornos com carvão obtidos por meio da destruição de vegetação nativa; quando alguém compra os produtos dessa siderúrgica; quando os índios são tapeados com bugigangas para a retirada predatória das madeiras das suas reservas; quando alguém compra essas madeiras; quando se provocam incêndios florestais para abrir áreas para pastagens; quando se compram bois dessas pastagens; quando se consome essa carne nas churrascarias sem exigir a origem certificada delas; quando se consome patê de ganso ou baby beef, ignorando a crueldade que se pratica na sua produção; quando se falsificam medicamentos; quando põem soda cáustica e água oxigenada no leite; quando roubam dinheiro público; quando se vendem milhares de motos e carros sem preocupação com os seus transtornos; quando fiscais do Ibama são assassinados no cumprimento de suas missões; ou quando nos omitimos em tudo isso.
O que está por trás das ações de destruição sócio-ambiental não é a economia, não são as regras do mercado, tampouco o aroma dos lucros emanados das bolsas de valores lubrificadas pela engenharia de especulação. É a ausência dos valores humanos, da ética, dos sentimentos mais nobres que deveriam orientar a espécie humana. É a carência de perceber o que somos, onde e como estamos. A ausência desses elementos permitiu surgir e crescer novas óticas que geraram modelos como os vigentes.
Sem esses elementos, não há possibilidade de sustentação. Não há tecnologia que possa suportar a nossa ignorância. Não há recursos naturais capazes de satisfazer tal avidez, tal apetite voraz por lucro e poder.
As imagens das artérias urbanas entupidas pelo excesso de veículos assemelham-se ao pescoço do ganso no qual se empurram diariamente 12 quilogramas de ração para inchar o fígado e assim obter a matéria-prima para o caríssimo patê. Tal situação interessa apenas a quem vende os carros e seus apetrechos agregados e aos donos do patê. A urbe, por enquanto, segue cega guiada pela bengala do marketing e do merchandising.
Enquanto isso, vários ingredientes dos sintomas vão surgindo e sendo adicionados à salada dos atentados à vida. Os ROIs (Registros de Ocorrência de Incêndios, Prevfogo / Ibama) de 2007 revelaram um dado acusador e sintomático: 22% das causas dos incêndios referem-se ao vandalismo. Tem-se o ápice da insensatez, da dessintonia com o mínimo de lógica e de percepção. Não há imediatismo e/ou exclusão social que possa justificar a liquidação da vida, a não ser por uma substituição brutal dos valoresque norteiam o povo marcado, admirável gado novo.
E o que fazer?
A recente descoberta de metano e água no planeta HD 18973bb, na constelação de Velpecula (pequena raposa) a 63 anos-luz da Terra, animou os investimentos na exploração espacial. Quem sabe deixar o mercado transformar tudo e pagar para ver no que vai dar. Afinal, temos para onde ir (elite tecnológica).
Os Estados Unidos e a Europa estão organizando missões espaciais milionárias. A Nasa e a ESA (Agência Espacial Européia) buscam indícios de vida no universo. Os projetos Mars Reconeiaissance Orbiter (MRO) – US$700 milhões, SIM Planetquest – US$ 98 milhões, Phoenix Mars Lander – US$ 386 milhões e COROT – E$ 35 milhões, com missões que vão até 2021, somam investimentos de 1,2 bilhões de dólares.
Mas esta não é uma saída razoável para os cenários desenhados. A exploração espacial representa a nossa reserva de potencial evolucionário. Os desafios terrenos atuais ainda podem ser gerenciados pela inventiva humana, se se dispõe a acoplar ao seu cabedal científico e tecnológico, o seu acervo ético, o seu equipamento sensorial emotivo, os seus valores de compreensão e cooperação.
A mudança climática global veio criar a maior oportunidade de evolução que a sociedade humana jamais contemplou. A febre do planeta escancarou os erros que causaram os sintomas de uma doença que pode se tornar mais grave, mas também apontou os caminhos para a sua cura.
Cada ser humano pode ser tanto um agente de agravamento ou de cura dessa “doença”. Cada pessoa é um agente de transformação por meio das suas atitudes e decisões. Programas governamentais, gestão ambiental, educação ambiental, leis e todo o aparato adaptativo disponível serão insuficientes para mudar a rota de colisão, se não se exercita a percepção da magnificência de estar vivo, de partilhar uma experiência humana, e dos direitos e deveres inerentes a tal aventura.
Desse estádio evolucionário dependerá, em grande parte, o sucesso ou fracasso da passagem humana sobre a Terra. A menos que se admita que tudo o que está ocorrendo faz parte das tramas da evolução, ou seja, deve ser assim mesmo: primeiro erramos, depois sofremos, aí aprendemos. Ou vamos fazer a nossa inteligência e buscarmos outros caminhos?
É tempo de escolha. Não há espaço para a inação.
Nesse teatro não há lugar para espectadores.

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