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DIREITO CONSTITUCIONAL II - Prova 1 - Paulo Oliveira

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DIREITO CONSTITUCIONAL II
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira
FORMAS DE ESTADO – Ela nos traz a ideia de um Estado que tem um poder central, emanando de um único ente ou é fragmentado, dividido em mais de uma pessoa jurídica. Analisa como o poder existe e emana dentro de um território
ESTADO UNITÁRIO – Um Estado Unitário consiste no centralismo da emanação do poder, havendo uma espécie de monismo de poder, onde o ente central iria dissipar poderes, normas, decisões para todo o território estatal. O Povo estará no Poder Legislativo, mas não haveria um sistema bicameral nem unidades federativas, por haver apenas um único ente. Exemplos de um Estado Unitário são Portugal, Uruguai e Paraguai, que se dividem apenas em regiões administrativas que não influenciam na distribuição dos poderes, mas não em unidades federativas.
 Coincidentemente, algumas das cidades possuem um TRF, porém não afeta em nada a distribuição do poder. As cidades que compõem um Estado Unitário possuem pouco autonomia, porém tem autonomia suficiente para satisfazerem as cidades, já que o Estado Unitário geralmente é usado em territórios pouco extensos.
ESTADO FEDERADO – Adotado pelo Brasil desde 15 de novembro de 1889, o Estado Federado tem um poder que se encontra descentralizado, ou seja, temos vários pontos de poderes e locais de onde o poder poderá ser emanado, representando um maior respeito das vontades regionais daquele território. A forma de Estado Federação é algo recente. Teve origem após a independência das 13 colônias americanas em 1776, que no início, era uma confederação (união de Estados soberanos), mas, em 1787, foi aplicado o federalismo, onde os 13 Estados se tornaram um só, mantendo sua autonomia, porém representados internacionalmente como apenas um Estado soberano, havendo uma dissipação dos poderes, onde um ente maior seria responsável pela delegação externa (manutenção e segurança). 
 As unidades federativas ainda possuem grande autonomia, porém devem seguir algumas normas homogêneas em todo o território estatal.
-Federação por Desagregação: Fala-se em federação por desagregação ou centrífuga quando essa se origina de um Estado unitário, que se divide. Há, assim, a desagregação (divisão) do poder central, nas novas unidades que se formam. No entanto, parcela maior deste poder continua com o Estado central, que restringe a autonomia dos estados-membros. No Brasil, a União possui maior poder de intervir nas questões das unidades federativas, que possuem menor autonomia em relação às uniões americanas, por exemplo.
-Federação por Agregação: Em contrapartida, em sede de federação por agregação ou centrípeta, o Estado se origina da união de entes antes soberanos, que renunciam à parcela da soberania, para a formação da federação. É o exemplo dos Estados Unidos, quando da independência em relação à Inglaterra: união das treze colônias. Os Estados Unidos não tem tanto poder de interferência nos seus Estados, já que as unidades federativas da federação por agregação possuem maior autonomia.
 Para que haja um federalismo forte, deve haver na Constituição determinadas normas, regras e situações que não precisam estar presentes em Estados Unitários, havendo assim o chamado “Pacto Federativo”, presente na nossa CF/88 como união indissolúvel dos Estados (secessão). Eventualmente, as unidades federativas tem autonomia para criarem normas, devendo haver métodos de controle constitucional por parte da União (que geralmente cria as normas). Caso haja a tentativa de saída de uma das unidades federativas da União, deve estar presente na constituição uma norma que assim possibilita a Intervenção Federal.
-Federalismo Dual: É o chamado federalismo de duas vias, que se divide em dois entes federativos: a União e as suas Unidades Federativas.
-Federalismo Trial: É o federalismo de três vias, onde o poder emana através de três entes, que são: a União, as unidades federativas e os municípios, havendo também o Distrito Federal, que possui funções tanto de unidade federativa quanto de município.
OBS: O Federalismo por agregação é chamado de Federalismo Centrípeto (de fora para dentro) e o Federalismo por desagregação é também chamado de Federalismo Centrífugo (de dentro para fora).
CONFEDERAÇÃO – A confederação não é uma forma de Estado, mas sim uma união de Estados soberanos. As confederações geralmente surgem para atender uma necessidade de segurança (Confederação Americana se formou para assegurar a defesa e segurança contra as forças britânicas), porém, esse sistema se tornou algo em desuso, já que atualmente temos em vez de confederações a criação de organizações (OTAN, ONU) e blocos econômicos (União Europeia). Outro exemplo de confederação que existiu foi a Confederação Helvética.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA – As características da organização político-administrativa do Brasil estão presentes no Artigo 18 da CF/88.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Quem detém a soberania é a Federação Brasileira, onde a mesma pessoa que é chefe de Governo (chefe da União) é o chefe do Estado (chefe da federação), criando uma espécie de confusão entre União e Federação. 
UNIÃO - O nosso Estado Federado é tripartido, onde no âmbito da união temos o Presidente sob o comando do Executivo (Chefe de Governo e, consequentemente de Estado), no legislativo há divisão bicameral do Congresso Nacional , e no judiciário temos o STF e STJ. A União é autoadminstratível, tem competência para legislar e também se auto-organiza, porém é o ente federativo com maior autonomia, podendo modificar a Constituição, tomar decisões judiciais e políticas-administrativas que valem para todo o Estado.
UNIDADES FEDERATIVAS - As Unidades Federativas tem poder de se autogovernarem, se auto-organizando de acordo com seus interesses e podem criar suas próprias leis, que estão presentes na sua Constituição Estadual, que deveriam ser promulgadas um ano após a CF/88.
MUNICÍPIO - Os municípios são uma parcela de poder, que se auto-organizam, autoadministram, possuem autonomia política e também criam suas próprias legislações (Leis Orgânicas, que foram legisladas 6 meses após a promulgação das Constituições Estaduais), possuindo parcela de autonomia menor, pois devem respeitar tanto a Constituição Federal quanto a Constituição Estadual da unidade federativa da qual o município faz parte.
DISTRITO FEDERAL – É um ente federado de natureza mista, cuja intenção de neutralidade o permite ter competências tanto de município quanto de unidades federativas, se aproximando da União, onde sua legislação são as Leis Orgânicas.
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
-Predominância de Interesses: É a forma de identificar as formas concorrentes e privativas de alguns dos entes. Dentro de uma repartição de interesses, quem possui mais interesses é a União, seguida das Uniões Federativas, Municípios e Distrito Federal. A União então possui maior competência administrativa (competências privativas administrativas no Artigo 21 da CF/88) e legislativa (competências legislativas privativas no Artigo 22 da CF/88), competindo apenas à União certas competências como a declaração de guerra e a detenção da soberania. A União possui certas competências privativas em relação ao Direito Tributário, porém a competência de legislar normas tributárias é concorrente à todos os entes federativos, onde a União estabelece uma base normativa e os outros entes suplementam com normas que se adequam a da União (União - U.F - Municípios). 
-Vertical/Horizontal: Competência horizontal é quando cada ente federativo tem suas próprias competências privativas, e competência vertical é uma situação onde a União cria normas gerais, e os outros entes estabelecem normas suplementares Caso não haja competência privativa da União, as unidades federativas podem legislar a respeito de determinado assunto, contanto que respeitem a União. 
Art.24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
 § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
INTERVENÇÃO FEDERAL – Quando o pacto federativo não está em bom funcionamento, ou as partes federativas (UFs) não estão se comportando de forma devida, cabe à União a intervenção federal em tal Unidade Federativa, ou seja, é quando a União intervém nos Estados (Não existe intervenção federal em municípios). 
 É um ato de natureza política excepcional que consiste na supressão temporária da autonomia de um ente federado ligeiramente de menor amplitude, em virtude de hipóteses taxativamente previstas na CF, que visam a preservação da soberania da RFB e da autonomia dos entes federativos.
PRINCÍPIOS DA INTERVENÇÃO FEDERAL
-Princípio da Excepcionalidade: Este instituto possui uma natureza de excepcionalidade, já que não deve ser visto positivamente uma intervenção, já que é previsto na CF/88 uma harmonia entre os entes federativos. 
-Princípio da Taxatividade: É um instituto taxativo, devendo constar em um dos itens do Artigo 34 da CF/88, sendo o que chamamos de números clausos.
-Princípio da Temporalidade: Essa intervenção deve corrigir a anormalidade existente na Federação, devendo perdurar tão estritamente pelo decurso de prazo necessário para a normalização do pacto federativo.
HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL- As hipóteses de intervenção federal estão previstas nos incisos do Artigo 34 da Carta Magna de 88.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional; (Presidente)
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (Presidente)
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (Presidente)
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (TSE, STJ, STF)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; (PGR)
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
OBS: O Artigo 35 trata da Intervenção Estadual nos Municípios (União intervém nas UFs que intervém nos municípios).
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
 O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas, como está de acordo com o Artigo 36, Parágrafo 1º.
PODER LEGISLATIVO – A separação dos Poderes existe desde a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sendo refinada com o sistema de freios e contrapesos (limites de poderes, que ao atuarem de forma atípica, garantem a separação e isonomia dos poderes). O nosso Poder Legislativo é de uma República Federativa, possuindo assim um bicameralismo (Congresso Nacional, subdividido em Câmara dos Deputados e Senado Federal).
FUNÇÕES TÍPICAS – As funções típicas do Poder Legislativo são a legislação de normas gerais e abstratas (Artigo 59 da CF/88) e fiscalizar a administração pública (função oriunda do antigo Parlamento Inglês na Carta de João Sem Terra, presentes nos Artigos 70-75 da CF/88).
FUNÇÕES ATÍPICAS – As funções atípicas do Poder Legislativo é o julgamento do Presidente da República em crimes de responsabilidade (quórum de 2/3 para a condenação), organização da Polícia do Congresso, a sua Autoadministração e auto-organização (o Judiciário também tem essa função, como o Presidente do STF e o juiz da comarca administra o fórum).
BICAMERALISMO - O nosso Poder Legislativo é de uma República Federativa, possuindo assim um bicameralismo, dividido entre Câmara dos Deputados e Senado Federal. 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
-Câmara dos Deputados: A Câmara Dos Deputados, que são os representantes do povo, é eleita de forma proporcional aos eleitores do Estado (Mínimo de 8 e máximo de 70). Os Deputados Federais e Estaduais possuem maior rotatividade, exercendo os cargos por apenas uma legislatura (4 anos).
 Os Deputados são eleitos através do sistema de proporcionalidade (coeficiente eleitoral, onde nem sempre os mais votados ocupam as cadeiras), que baseia-se nos partidos políticos, com a lógica da representatividade das minorias, é utilizado no Brasil para os cargos de vereador, e deputado federal e estadual. O quociente eleitoral é o número de votos necessários para que um partido político ou coligação eleja um candidato, dividindo o numero total de vagas pelo número total de votos que cada partido recebeu, e depois se divide pelo quociente eleitoral para saber a quantas cadeiras o partido terá direito.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
-Senado Federal: O Senado possui isonomia no número de representantes (três) por Unidade Federativa, já que os senadores representam as suas respectivas Unidades Federativas.Há um rodízio entre senadores, onde cada 4 anos elegemos 1/3 e 2/3 do Senado (2010 votamos em um e em 2014 votamos em dois senadores), onde os Senadores eleitos exercem os cargos por 8 anos (duas legislaturas), tendo direito a ilimitadas reeleições. )Os senadores são eleitos com suplentes e através do sistema majoritário simples.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
QUÓRUM - Em relação aos quóruns, o Artigo 47 prevê como as leis ordinárias são aprovadas nas duas Casas, através de maioria simples (257 Deputados e/ou 41 Senadores) para iniciar a votação e maioria absoluta entre os parlamentares presentes e que não se absteram na votação.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
-PECs: As PECs para serem aprovadas, exigem quórum de 3/5 nas duas Casas em dois turnos (vide Artigo 60, CF/88).
-Leis Complementares: Leis Complementares, leis que tratam de uma matéria determinada, complementando um anseio constitucional(vide Artigo 69 da CF/88), serão aprovadas por maioria absoluta (257 votos na Câmara e 41 no Senado). As outras formas de normas jurídicas (leis delegadas, MPs, decretos e resoluções) seguem o quórum preestabelecido no Artigo 47.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
OBS: A partir do Artigo 59, dentre todos os processos legislativos, apenas a Emenda Constitucional possui maior hierarquia, onde as leis complementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções possuem a mesma hierarquia.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
-Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos: Os tratados sobre direitos humanos assinados pelo Brasil (Tratados de Marrakesh, Pacto de San José), são equivalentes à Emendas Constitucionais, porém não são ECs (Artigo 5º, $3º, CF/88, com base na EC 45/2004). O Presidente da República assina o tratado e compete ao Congresso Nacional a sua respectiva aprovação e incorporação ao ordenamento jurídico por meio de referendo.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
OBS: Em casos de admissibilidade do processo acusatório (Impeachment, por exemplo), o quórum é de 2/3 nas Casas do Congresso.
REUNIÕES – Os períodos de sessões legislativas ordinária (ano), previstos no Artigo 57 da CF/88 é de 02/02-17/07 (1º Período Legislativo) e de 01/08-22/12 (2º Período Legislativo), onde esses recessos são as férias dos parlamentares, que, em tese, a utilizam para prestar contas (politicamente) com o seu eleitorado. Caso o início do período ocorra num sábado, domingo ou feriado, o mesmo se iniciará na segunda-feira ou dia subsequente.
-Sessões Ordinárias: Sessões ordinária representam o dia da deliberação, se subdividindo em: 
(i) Pequeno Expediente é relacionado a questões simples e burocráticas, aviso de menor importância. Já o (ii) Grande Expediente é o aviso de grande importância, e a (iii) Ordem Do Dia é o momento onde haverão as votações em si, analisando nessa parte a quantidade dos parlamentares presentes.
-Sessão Preparatória: A sessão preparatória serve para votar as Mesas Diretoras no primeiro ano da legislatura, para coordenar os trabalhos das respectivas casas, sendo eleitas no dia 1º de fevereiro (Artigo 57, 4º). Cada voto é individual, onde a Mesa Diretora é composta pelo Presidente, dois vice-presidentes e quatro secretários que servem como conselheiros.
-Sessão Extraordinária: A sessão legislativa extraordinária será feita em caso de urgência ou interesse público relevante, podendo ocorrer durante as férias dos parlamentares (Artigo 57, 6º).
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)   
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
COMISSÕES – As comissões podem ser permanentes ou temporárias, tendo como exemplos a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (permanente, cuida da pré-análise da constitucionalidade de alguns projetos) e a CPI (temporária). As comissões servem para resolver questões sensíveis e de difícil resolução, sendo compostas por parlamentares que entendem e possuem conhecimento do tema/assunto.
 As comissões se dão através da ordem de partidos, sempre havendo os partidos de maior representatividade compondo as comissões, onde a própria CF/88 acaba por formatar o Congresso, sempre tentando abarcar o máximo de partidos políticos para as comissões.
 As mesmas só podem tratar de normas relacionadas a sua função, ou seja, a Comissão de Educação só trata de normas que tenham como principal tema a educação e assim em diante. Caso uma decisão da comissão não agrade os membros da casa, pode haver um recurso, onde é necessária a participação de um décimo dos membros da Casa.
-Comissão Parlamentar de Inquérito (Artigo 58, 3º): Compete ao Poder Legislativo, que tem a função de fiscalizar, onde as casas, juntas ou separadamente, podem criar as comissões, onde a CPI é temporária, não funcionando ad eternum. A CPi não condena ninguém, apenas encaminha um relatório para o MP tomar as devidas providências, a não ser quehaja uma infração administrativa (quebra de decoro), sofrendo assim uma responsabilização administrativa. Toda quebra de sigilo pedida para investigações na CPI deve ser fundamentada plausivelmente para ser aceita.
OBS: No Brasil, existe uma Comissão do Mercosul, que é um órgão decisório técnico, é o responsável por apoiar o Grupo Mercado Comum no que diz respeito à política comercial do bloco Mercosul.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

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