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* * Metabolismo de fármacos * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Carbamazepina (antiepilético): induz sua própria metabolização de modo que sua meia vida diminui de duas a três vezes durante o tratamento * * * * * * Reações de “funcionalização”: Criação de grupo funcional ou modificação de grupo funcional já existente na molécula Reações de fase 1: Perda da atividade farmacológica Diminuição da atividade farmacológica Aumento da atividade farmacológica Reações de fase 1: Alteração da atividade farmacológica * * Fármaco original (apolar) Metabólito inativo (polar) Pró-droga original (apolar) Droga ativa (polar) Produto polar: excretado mais facilmente pela urina e pela bile * * As reações de fase I podem ser: Reações Redox Hidrólises Hidratações * * * * * * Citocromo P450 * * * * * * Sistema de transferência de elétros para a CYP envolve outra enzimas: NADPH citocromo P450 redutase NADH citocromo b5 redutase Citocromo b5 * * * * * * * * * * * * * * * * Isoformas essenciais para o metabolismo de drogas: CYP1A1, CYP1A2, CYP2B6, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1 e CYP3A4. Oxidação de ácidos graxos: Família CYP4 Metabolismo de colesterol e seus derivados: Famílias CYP11, CYP27, CYP39 e CYP46 * * Mecanismo catalítico geral das CYPs * * * * Início da reação ocorre com o Fe no estado férrico (3+) O íon férrico deve estar em seu estado de alto spin e, portanto, poder ser reduzido à Fe ferroso (2+). * * * * CYP ligada ao fármaco recebe um elétron do NADPH Redução do Fe3+ à Fe2+ Heme-proteína com Fe2+ aumenta a afinidade por gases diatômicos (por exemplo O2) Forma-se o complexo CYP-Fe2+-O2-droga Alta eletronegatividade do O2 favorece a formação do complexo CYP-Fe3+-Superóxido-droga Fe férrico recebe outro elétron do sistema de transferência de elétrons Forma-se o complexo CYP-Fe2+-Superóxido-droga Transferência do elétron do Fe2+para o superóxido CYP-Fe3+-peróxido-droga Um átomo de oxigênio com dois elétrons é eliminado e liga-se aos dois prótons produzidos durante a reação. O outro átomo de oxigênio, com seis elétrons na última camada liga-se a estrutura do fármaco * * Reações também catalisadas pelas Mono-oxigenases com flavina (FMO) * * FMOs (5 tipos descritos em humanos) não catalisam a hidroxilação direta de átomos de carbono. São induzíveis agudamente Transferem o elétron diretamente a partir do NADPH para o grupo prostético (FAD – flavina adenina dinucleotídeo) – Não requerem outras enzimas que catalisam a transferência do elétron da coenzima reduzida para o oxigênio * * * * Oxidação de carbonos terciários leva a formação de hidroxilas * * * * Quando um átomo de carbono terciário está ligado a um heteroátomo (O,N,S) ocorre a formação de uma cetona mais um N-alquil, ou um O-alquil, ou um S-alquil * * * * celecoxib (inibidor da COX2) é um bom alvo para oxidação promovida pela CYP. Debrisoquine (anti-hipertensivo) é um bom substrato para a CYP2D6. Esta droga é inativada principalmente por hidroxilação no carbono 4 (possibilidade de formação de outros metabólitos tóxicos provocaram sua retirada do mercado) reparixin (inibidor do receptor de IL-8) * * Formação de CH3-OH * * * * CYP também catalisa: Clivagem oxidativa de ésteres resultando na formação de ácido carboxilíco e aldeído e consumindo uma molécula de água. Menor importância pois esta reação é preferencialmente catalisada por esterases Oxidação de álcool primário levando a formação de água e aldeído e álcool secundário levando a formação de cetona e água. Menor importância pois a metabolização de alcoóis é preferencialmente realizada pela álcool desidrogenase Desalogenação oxidativa produzindo cetona ou aldeído e ácido * * * * Loratadine (potente antagonista de receptor histamínico) com poucos efeitos colaterais. O metabolismo pela CYP leva a formação de desloratadine (2.54) que também tem alta atividade. Esta característica é responsável pelo efeito duradouro da droga. * * * * A reação de desalogenação do anestésico Halotano é catalisada pela CYP2E1 e leva a formação de tri fluor acetil cloreto que leva a formação de ácido tri fluor acético ou reage com proteínas, o que está relacionado reação tóxica de hepatite. * * * * Losartan (antagonista do receptor de angiotensina é rapidamente metabolizado a aldeído e ácido carboxílico pelas CYP2C9 e 3A4 levando a um metabólito ativo. Também pode ser metabolizado a alcoóis com modificação na cadeia butílica * * * * Oxidação de duplaligações entre carbonos leva a formação de epóxidos estáveis (que eventualmente podem ser clivados por hepóxido hidrolases). Também pode ocorre a formação de cetonas e aldeídos * * * * Carbamazepina: metabólito resultante da ação da CYP é altamente ativo (epóxido). Formação de epóxido seguido de hidratação enzimática é o mecanismo mais comum de metabolismo de drogas tricíclicas com duplas ligações * * Oxidação de Aminas é catalisada por CYP e FMO: FMO oxidam preferencialmente aminas terciárias e CYPs oxidam preferenciamente aminas primárias. Aminas secundárias são (de modo geral) alvos das duas enzimas. Oxidação de S pela CYP leva a formação de sulfonas enquanto que pela FMO gera sulfoxido * * Cimetidina, o primeiro bloqueador do receptor H2 usado clinicamente,é metabolizado a um sulfoxido pela FMO3 * * * * Reações de conjugação (fase 2) * * * * * * Mais comuns: Ac. Glicurônico (glicuração)>Glutationa>Outros a.a/sulfato/metil Produto decorrente desta reação geralmente é mais polar e sempre tem um aumento no peso molecular (discreto ou marcante) O fármaco precisa de um grupo ancorador (que pode ter sido inserido pela reação de funcionalização ou já estar presente na molécula) Reações consomem grande quantidade de ATP * * Geram produtos mais hidrossolúveis que aqueles das reações de funcionalização Mecanismo de conjugação são usados por substâncias endógenas de modo que as drogas e seus metabólitos exercem uma competição com aqueles. Exemplo: Paracetamol (Alta taxa de conjugação com Ác. Glicurônico) não deve ser usado em recém nascidos pois diminui a capacidade de eliminação de bilirubina * * * * * * Principais enzimas: Catecol O metil transferase (COMT) Fenol O metil transferase Co-enzima: S-adenosil-L-metionina Reações mais comuns: metilações em N , S e O * * Traxoprodil: antagonista seletivo do receptor de N-metil-S-aspartato usados em doenças degenerativas. Metabolizado pela CYP (Oxidação) seguido de metilação (catecol O metil transferase – COMT). * * * * Captopril, primeiro inibidor da ECA usado clinicamente, é metabolizado pela Tiol S metil transferase (TMT) a uma metabólito inativo Omapatrilat – metilado pela TMT a metabólitos iantivos * * * * Sulfonação ocorre em O e N Coenzima carregadora do sulfato é a 3’-fosfoadenosina-5’-fosfosulfato Produtos geralmente instáveis * * * * Fosforilação de O Reação mais rara que a sulfonação Importante mecanismo para ativação de antivirais e antineoplásicos Catalisada por cinases * * * * * * Co-enzima: Uridina 5’-difosfato Ac glicurônio (UDPGA) Enzima: Glicuronil transferase (enzimas de baixa afinidade e alta capacidade) Diversos alvos: aminas, fenois, alcoóis, tiols (substituição nucleófila)Geralmente competem com a sulfonação de O e N, que ocorrem mais rapidamente * * * * * * * * * * * * * * * * N-glicuronatos, instáveis em pH ácido * * * * Ciclo entero-hepático * * * * * * Substratos da beta-glicuronidase da microflora Glicuronatos de peso molecular acima de trezentos (os menores preferencialmente atingem a circulação e são excretados na urina) C e N glicuronatos são relativamente mais estáveis * * Conjugação à Glutationa * * Glutationa: Tripeptídeo formado por resíduos de glicina, ácido glutâmico e cisteína * * * * Alvos das GST (Glutationa S transferase) * * Uma vez formados os conjugados com GS são degradados e excretados: Perda do radical glutamil da Glutationa Perda do radical glicil Resultado final é o Fármaco conjugado à cisteína N-acetilação por uma enzima microssomal presente principalmente no rim gerando ácido mercaptúrico Tanto o ácido mercaptúrico quanto o conjugado à cisteína são alvos de S sisteína Liases renais O resultado é o fármaco ligado ao S Mais polar que o original * * * * Modulação do metabolismo * * * * * * * * * * * * * * * * Indução Exposição à determinados fármacos e poluentes aumenta a expressão de isoformas da CYP Aumento de toxicidade Diminuição de biodisponibildade Exemplo: Carbamazepina induz sua própria metabolização * * Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (poluentes industriais ou fumaça de cigarro) aumentam a expressão da CYP1A Glicocorticóides e anticonvulsivantes aumentam a expressão de CYP3A4 Etanol crônico aumenta a expressão de CYP2E1 Inibição Cimetidina e cetoconazol formam complexos estáveis com as CYP, inibindo-as * * Diminuição ao longo da idade: De maneira geral a diminuição do fluxo sanguíneo no idoso determina uma menor capacidade do fígado Diminuição na doença hepática * * Faixa Normal 20 10 4 2 40 30 20 14 12 0 2 4 6 8 10 1 Tempo de Protrombina (sec) Concentração de Warfarina (mg/L) Dias Efeito de um indutor de metabolismo (Rifampicina 600mg/dia por 3 dias) na administração de warfarina (1.5 mg/kg) Dose única Rifampicina * * Concentração de clozoxaona (mg/L) Horas 100 10 1 0.1 0 3 6 9 12 Efeito da administração do dissulfiram no metabolismo da clorzoxazona Após dissulfiram (500mg v.o. 10h antes) Antes dissulfiram