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PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
PráƟ cas Corporais AlternaƟ vas – Profª. Ms. Janaina Demarchi Terra e Prof. Dr. Luiz 
Alberto LorenzeƩ o 
Olá! Meu nome é Janaina Demarchi Terra. Sou licenciada em Educação Física pela Unesp 
de Rio Claro e mestre em Ciências da Motricidade também por essa instituição.
e-mail: janaterra@gmail.com
Olá! Meu nome é Luiz Alberto Lorenzetto. Sou professor de 
Educação Física, graduado pela Universidade de São Paulo 
(USP) e doutor em Educação pela Universidade Estadual de 
Campinas (Unicamp) com área de concentração em Filosofia e 
História da Educação. Na Universidade Estadual Paulista 
(Unesp) de Rio Claro, ocupei, entre outros cargos, o de coorde-
nador do projeto Rondon, em Humaitá/AM, e coordenador de 
um projeto de extensão à comunidade intitulado Vivências Ho-
lísticas: massagem, danças circulares, dança contemporânea, 
natação para asmáticos e ginástica holística. Além disso, sou 
coautor de um livro sobre práticas corporais alternativas, além de outras publicações 
sobre ensino integrado e educação somática. 
Será um imenso prazer participar da construção de seu conhecimento e de sua formação 
profissional.
e-mail: lorenzet@rc.unesp.br
Os autores agradecem a colaboração do Prof. Dr. Fábio Ricardo 
Mizuno Lemos, pelas suas contribuições aos temas desenvolvi-
dos, bem como pela revisão técnica dos conteúdos abordados.
PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS
Caderno de Referência de Conteúdo
Janaina Demarchi Terra
Luiz Alberto Lorenzetto
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional ClareƟ ana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
�
615.82 T311 
 Terra, Janaina Demarchi 
 Práticas corporais alternativas / Janaina Demarchi Terra, Luiz Alberto 
 Lorenzetto – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 
 146 p. 
 ISBN: 978-85-67425-36-8 
 1. Introdução às Práticas Corporais Alternativas (PCAs). 2. Das práticas tradicionais 
 às alternativas: uma volta ao passado ou uma evolução? 3. As (PCAs)s e a 
 Educação Física. Princípios das (PCAs). 4. Corporeidade e (PCAs): sensações, 
 sentimentos, pensamentos, ações, simbolismos e transcendências. 5. A auto- 
 organização e as (PCAs). 6. Vivências alternativas, holísticas, reflexivas, críticas 
 e criativas. (PCAs): saber, sabor e sabedoria. I. Lorenzetto, Luiz Alberto. 
 II. Práticas corporais alternativas. 
.
 CDD 615.82 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material DidáƟ co Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
CáƟ a Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori MarƟ ns
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO ...................................................................... 9
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 34
UNIDADE 1 ͵ INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 35
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 35
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 36
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 37
5 "PENSAR O CORPO, UM CORPO, UM CERTO CORPO" ................................... 42
6 CORPO E CULTURA ͵ TRADIÇÃO E EVOLUÇÃO .............................................. 45
7 HOLISMO E PLURALIDADE ............................................................................... 47
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 49
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 50
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 51
UNIDADE 2 ͵ OS PRECURSORES, OS SEGUIDORES, OS INOVADORES E OS 
PRINCÍPIOS E VALORES DAS PCAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 53
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 53
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 54
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 55
5 OS PRECURSORES DAS PCAS ........................................................................... 59
6 OS SEGUIDORES DAS PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS ....................... 72
7 OS INOVADORES DAS PCAS ............................................................................. 76
8 PRINCÍPIOS E VALORES .................................................................................... 95
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 98
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 99
11 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 100
12 REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ........................................................................ 100
UNIDADE 3 ͵ SISTEMATIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS 
ALTERNATIVAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 103
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 103
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 104
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 105
5 PLASTICIDADE HUMANA ................................................................................. 107
6 PROPRIOCEPÇÃO, FORÇAS, EQUILÍBRIO, APOIOS 
ΈFÍSICOS E PSICOLÓGICOSΉ ..............................................................................109
7 PASSO A PASSO ................................................................................................. 111
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 116
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 118
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 119
UNIDADE 4 ͵ AS PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS ͵ AÇÕES 
COTIDIANAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 121
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 121
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 122
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 123
5 AS DANÇAS HOLÍSTICAS .................................................................................. 125
6 JOGOS COOPERATIVOS .................................................................................... 129
7 MASSAGEM ....................................................................................................... 134
8 GINÁSTICA HOLÍSTICA ..................................................................................... 138
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 143
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 144
11 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 145
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 145
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Introdução às Práticas Corporais Alternativas (PCAs). Das práticas tradicionais 
às alternativas: uma volta ao passado ou uma evolução. As PCAs e a Educação 
Física. Princípios das PCAs. Corporeidade e PCAs: sensações, sentimentos, 
pensamentos, ações, simbolismos e transcendências. A auto-organização e as 
PCAs. Vivências alternativas, holísticas, refl exivas, críticas e criativas. PCAs: sa-
ber, sabor e sabedoria. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Neste Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), você en-
contrará as quatro unidades que o ajudarão a compreender a im-
portância dos conhecimentos básicos das experiências, dos dados 
de pesquisa e dos livros e revistas especializados. Esses dados são 
destinados à formação de um profissional voltado à promoção e 
à manutenção da educação, da saúde e do lazer, tanto na nossa 
sociedade (de forma geral) como no contexto escolar (de forma 
específica), dando subsídios para o planejamento e a implementa-
© Práticas Corporais Alternativas8
ção de programas de treinamento esportivo, ginástico, lúdico, ex-
pressivo e agônico (de agón: disputas, competições) apropriados.
À medida que as Práticas Corporais Alternativas (PCAs) se 
tornam conhecidas dos profissionais ligados às universidades, de-
partamentos e secretarias de educação (federais, estaduais e mu-
nicipais), também são incorporadas ao conteúdo básico dos cursos 
voltados às áreas da Educação e da Saúde.
O conteúdo também se emprega aos profissionais da Educa-
ção Física, uma vez que seu objeto de estudo é o corpo humano, 
cujas dimensões básicas (pensamentos, sensações, sentimentos, 
ações, simbolismos e transcendências) se agrupam para formarem 
a inteireza do ser humano.
Juntos conheceremos a estrutura dos jogos e brincadeiras 
cooperativas, das danças criativas e circulares, da ginástica ho-
lística, das lutas lúdicas e dos esportes socializadores, geradores 
e mantenedores de uma sociedade harmônica, feliz, saudável e 
próspera.
O Caderno de Referência de Conteúdo de Práticas Corpo-
rais Alternativas, dos cursos de Graduação, desde o primeiro mo-
mento, apresenta-se como essencial, pois, com ela, será adquirida 
uma enorme responsabilidade, na medida que prepara o aluno 
para discussões específicas sobre a pluralidade cultural do corpo 
em movimento – filosófica, política, pedagógica, biológica, psico-
lógica, antropológica e técnica.
Este Caderno de Referência de Conteúdo fornecerá o supor-
te básico para que você possa ter uma visão reflexiva, crítica e cria-
tiva dos mecanismos da motilidade, da motricidade e da corporei-
dade, do ponto de vista alternativo.
Inicialmente, compreender a importância desse conheci-
mento parece uma tarefa difícil, pois depende de uma mudan-
ça da sua própria postura/atitude, porém, é fundamental para a 
formação de um professor de Educação Física diferenciado, com 
interesse em ter uma formação completa e, assim, poder cuidar, 
apropriadamente, de seus futuros alunos.
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Vamos juntos fazer essa viagem ao corpo humano e conhe-
cer como ele pode se informar e se formar (no mínimo) quanto 
às seguintes qualidades de movimento: naturalidade, segurança, 
autonomia, fluidez, graça, precisão, harmonia, dinamismo e cria-
tividade.
No geral, a proposta deste Caderno de Referência de Conteú-
do é despertar para a compreensão dos princípios e fundamentos 
básicos das PCAs: estruturas, formas, funções, sistemas, pulsações, 
bolsas, canais, fluxos, diafragmas, camadas, contrações, descon-
trações, alongamentos e encurtamentos, inclusão, ética, estética, 
saúde, ergonomia e ludicidade na constituição da vida humana e 
no desenvolvimento da Educação Física.
O convite está feito; agora, só depende de você. O êxito de 
sua aprendizagem dependerá, principalmente, do seu empenho 
em cumprir as atividades propostas e interagir, de maneira apro-
priada, com seu tutor e colegas de turma. Portanto, venha adqui-
rir os conhecimentos básicos capazes de beneficiar e potencializar 
sua atuação como professor de Educação Física!
Após essa introdução aos conceitos apresentaremos, a se-
guir, no Tópico Orientações para o estudo, algumas orientações de 
caráter motivacional, bem como dicas e estratégias de aprendiza-
gem que poderão facilitar o seu estudo.
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO
Abordagem Geral
Aqui você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo, de forma breve e geral, e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade.
Desse modo, esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o co-
nhecimento básico necessário a partir do qual você possa cons-
truir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural 
–, para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça 
com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. 
© Práticas Corporais Alternativas10
Unidade 1 – Introdução às Práticas Corporais Alternativas
Temos como objetivos para essa unidade:
1) Conhecer o significado das PCAs.
2) Compreender as diversidades do corpo nas várias cul-
turas.
3) Distinguir as semelhanças e diferenças entre as práticas 
corporais tradicionais e as alternativas.
4) Compreender como as PCAs passaram a ser percebidas 
e valorizadas pelos profissionais da Educação Física.
Nessa primeira unidade, refletiremos e perceberemos o cor-
po como uma globalidade. A fragmentação ou visão parcial deste 
pode trazer entendimentos distorcidos tanto na formação do fu-
turo profissional quanto no contexto de uma educação geral que 
vise à humanização, à hominização, à democracia e à aprendiza-
gem saudável e autônoma.
Dessa forma, alguns conceitos serão expostos para que você 
possa entender valores e princípios importantes para qualquer 
trabalho com as PCAs.
Termos como cooperação, valorização das diferenças e se-
melhanças,corpo feliz, criatividade, leveza, liberdade, autonomia, 
ludicidade, holístico, corpo ecológico, percepção, autogestão, em-
patia, simplicidade, autenticidade, sensibilização e aceitação esta-
rão muito presentes em todas as unidades.
Nesse primeiro momento, tais termos são enfocados para 
que sejam percebidas as diferenças entre eles e outras práticas 
que visam à vitória e à competição exacerbada, bem como aos 
altos níveis de expectativa – que, por vezes, trazem decepções –, 
às comparações desvirtuantes, ao corpo considerado feio ou belo 
a partir de padrões estéticos ditados pela mídia, aos modelos de 
corpos rígidos, à censura, enfim, valores que se contrapõem aos 
valores ressaltados pelas PCAs.
A significação dos conceitos citados será de grande valia para 
que você, profissional, possa conduzir, de maneira adequada, o pro-
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
cesso educativo, seja reforçando os aspectos positivos ou reorgani-
zando as práticas pedagógicas que não contemplam uma concepção 
de educação adequada, tendo em vista que, com as PCAs, o que se 
preza é uma realização plena tanto do indivíduo quanto do grupo, 
pois, em nenhum momento, os interesses ou privilégios individuais 
podem prevalecer sobre a satisfação e realização de todos. 
Ao "pensar o corpo, um corpo, um certo corpo", refletiremos 
sobre suas importâncias, possibilidades (graça, leveza, estética e 
fluência), potencialidades (força, equilíbrio, coordenação, esforço, 
entre outros), inteireza (seja no pensar, sentir, comer, beber, res-
pirar, executar, reciclar, simbolizar ou transcender), enfim, sobre 
como todos esses aspectos podem ser vividos nas diversas prá-
ticas corporais e como eles afetam o processo de identidade do 
próprio corpo – da ideia de "ter e ser o próprio corpo": real, ima-
ginário e simbólico.
Keleman (1996, p. 15) relata que, pela bioenergética, "Apren-
di que sou meu corpo. Meu corpo sou eu". Assim, é nesse contexto 
que iremos pensar sobre a identidade do corpo e, consequente-
mente, sobre a do próprio indivíduo.
O corpo criado e cultivado pelas tradições esportivista e me-
canicista transparece na rigidez e na busca incessante do equilíbrio 
(também rígido) dele; por isso, a reflexão sobre o corpo, nas PCAs, 
perpassa pela importância de um saber desorganizar-se, desequili-
brar-se e equilibrar-se novamente, saber cair e saber levantar com 
autonomia e segurança para a significação e valorização desse cor-
po alternativo.
É importante perceber que o desequilíbrio aqui exposto não 
é somente um desequilíbrio do corpo físico, mas também emocio-
nal, mental e social.
No Tópico Corpo e Cultura – Tradição e Evolução, observa-
remos que o corpo é apresentado nos mais diversos meios e de 
diferentes formas e antinomias, pois é retratado de acordo com 
seus usos, costumes e crenças.
© Práticas Corporais Alternativas12
Na tradição da cultura oriental, por exemplo, os princípios 
das práticas corporais perpassam pela valorização da introspec-
ção, da lentidão dos movimentos e dos hábitos de vida saudáveis, 
seja na alimentação, na qualidade do sono, nas práticas corporais 
e nas boas relações sociais, ou seja, tem-se uma visão holística de 
práticas corporais e de qualidade de vida.
Já na cultura ocidental, muitos esportes e ginásticas tradicio-
nais trazem valores reducionistas, mecanicistas, analíticos e frag-
mentados, mas, lentamente, esses valores estão sendo mudados, 
pois a repetição, a obediência e o tecnicismo são cada vez menos 
valorizados, e a concepção holística e de inteireza humana é, gra-
dualmente, incorporada, mudando, dessa forma, os costumes e 
ampliando as possibilidades de práticas que prezem pela versatili-
dade, criatividade, inteireza, fluidez e respeito.
No último tópico abordado nessa unidade, a temática é ho-
lismo e pluralidade. Esse conteúdo é extremamente valioso quan-
do se pensa e trabalha com as PCAs, pois todos os seus princípios 
estão alicerçados numa concepção holística de práticas corporais, 
de ser humano e de mundo.
No holismo ou no holístico, para se entender os fatos, ideias, 
corpo ou mundo, os conhecimentos não são fragmentados ou so-
mados a partir de suas diversas partes, mas tudo é percebido na 
sua completude, no seu todo, na sua complexidade.
A palavra "pluralidade" complementa o entendimento do 
que é o holístico. Na pluralidade, os pontos de vista e as possibi-
lidades são diversos; o único, a unidade e o parcial são ampliados 
para o todo, para o inteiro, para a amplitude e para a diversidade.
O entendimento desses conceitos se faz necessário para 
compreender o aluno na sua totalidade e complexidade. Tudo me-
rece atenção: seja o seu olhar, postura, volume de voz, os movi-
mentos, a leveza ou brutalidade, o carinho ou a rispidez, a dispo-
nibilidade ou o recuo, a entrega ou o medo; todos esses e outros 
aspectos refletirão quem é o indivíduo e o que ele traz nas entra-
nhas desse corpo vivido.
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
É a partir desse entendimento holístico de indivíduo que o 
trabalho com as PCAs será desenvolvido.
Unidade 2 – Os Precursores, os Seguidores, os Inovadores e os 
Princípios e Valores.
Nessa unidade, trabalharemos com os seguintes objetivos:
• Compreender e caracterizar os precursores das PCAs.
• Identificar e conhecer os seguidores e inovadores das 
PCAs.
• Compreender os princípios das PCAs.
Antes de começarmos a conhecer os principais nomes e 
trabalhos de pessoas importantes para a consolidação das PCAs, 
nessa unidade, haverá uma breve explanação sobre outras deno-
minações dadas a elas, ou também poderíamos dizer que essas 
outras práticas têm características que se encaixam nos princípios 
e valores dessas práticas. Podemos citar algumas, tais como a mas-
sagem, a eutonia, a antiginástica, os métodos de autocura, a ioga, 
a reflexologia, o do-in, o shiatsu, o watsu, entre tantas outras.
As ditas PCAs surgiram no Oriente e são pautadas nos prin-
cípios dessa cultura, que se caracteriza, principalmente, pela pre-
venção, além, é claro, dos usos e recursos educativos, reeducati-
vos, expressivos e terapêuticos.
A medicina oriental pauta-se no conceito de energia e, para 
que o indivíduo esteja saudável, suas energias devem fluir de for-
ma sutil e harmoniosa, sem impedimentos, faltas ou excesso, ou 
seja, fluir em equilíbrio pelos meridianos, canais ou trilhas, presen-
tes em todos os indivíduos e em todo o universo.
A acupuntura, por exemplo, trabalha o equilíbrio, o desblo-
queio, a tonificação ou sedação desses meridianos de energia por 
meio das agulhas; na moxabustão, é utilizado o calor; na reflexo-
logia, na massagem, no do-in e no shiatsu, a intervenção é com as 
próprias mãos ou, até mesmo, com outras partes do corpo, como 
o cotovelo, o joelho e os punhos. Algumas técnicas utilizam, in-
© Práticas Corporais Alternativas14
clusive, torções, alongamentos, entre outros, para restabelecer o 
equilíbrio energético do indivíduo.
As técnicas orientais milenares foram, aos poucos, conhe-
cidas, vivenciadas, estudadas, ressignificadas e reelaboradas por 
terapeutas e educadores ocidentais que, em muitos casos, não ob-
tiveram sucesso com os tratamentos da nossa medicina alopática, 
indo buscar alternativas em outros tipos de tratamento.
A partir de princípios como o aumento da sensibilidade, a 
reeducação dos sentidos, da inclusão, da diversidade, da cidada-
nia, da saúde e da paz, os autores ocidentais criaram suas próprias 
técnicas.
Hoje podemos observar várias práticas ditas alternativas 
como parte integrante dos currículos dos cursos de formação su-
perior das mais diversas universidades do mundo e, inclusive, do 
Brasil, as quais se concentram, principalmente, em cursos da área 
da Saúde, como Medicina, Fisioterapia, EducaçãoFísica, Terapia 
Ocupacional, entre outros.
Após essa introdução, na Unidade 2, observaremos mais de-
talhadamente A evolução das Práticas Corporais Alternativas. Nes-
se tópico, constata-se que é muito difícil determinar quem foram 
os precursores das PCAs se pensarmos na sua origem oriental, já 
que são técnicas milenares, e os registros escritos mais antigos são 
poucos.
Quando investigamos essas práticas em períodos mais re-
centes, principalmente no Ocidente, encontramos várias pessoas 
e técnicas que foram muito importantes para a significação dessas 
formas alternativas de ver, tratar e educar o corpo, o movimento 
e o indivíduo.
Portanto, na Unidade 2, estudaremos alguns precursores, 
seguidores e inovadores das PCAs.
Em relação aos precursores, temos:
1) Émile Jaques-Dalcroze (Áustria, 1865-1950): foi profes-
sor de música e dedicou-se a mudar o método tradicional 
de formação de atores e bailarinos. Uniu a coordenação 
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
musical com movimentos corporais para a descoberta 
do senso rítmico muscular; utilizava exercícios respira-
tórios e preconizava uma noção estética e de unidade 
física e espiritual. O prazer, o histórico cultural e o afeti-
vo dos alunos ganharam atenção na sua metodologia, e, 
com isso, Dalcroze criou o método chamado eurritmia, 
que visava desenvolver e aperfeiçoar a sensibilização 
corporal de atores e ginastas.
2) François Delsarte (França, 1811-1871): teve uma visão 
bastante global do ser humano. Dedicou-se a estudar a 
relação entre o gesto, as emoções e a natureza. Delsarte 
acreditava na união do corpo, da mente, da alma e do 
movimento, criando exercícios para despertar a criativi-
dade de seus alunos baseados na transdisciplinaridade 
entre movimento, voz, expressão, sentido, respiração e 
emoção.
3) Wilhelm Reich (Ucrânia, 1897-1957): foi médico, psica-
nalista e atuou na área da Saúde. Inicialmente, seguiu os 
passos de Freud, rompendo-os depois. Reich se baseava 
no método terapêutico/educacional para divulgar a lin-
guagem corporal do indivíduo de maneira verdadeira e 
profunda, pois ela revelaria o inconsciente da pessoa ou, 
para que o tratamento pudesse ser desenvolvido, o que 
ela quisesse esconder.
Para Reich, as neuroses advinham das questões sociais, 
da repressão e da falta de prazer. Com uma leitura mi-
nuciosa da linguagem corporal, ele descobriu o quanto 
o movimento, as posturas e atitudes reprimidas e limi-
tadas poderiam influenciar o comportamento humano. 
A essa descoberta deu o nome de análise da couraça 
muscular do caráter.
As couraças seriam as tensões crônicas que se formam 
para proteger o indivíduo das experiências emocionais 
dolorosas e ameaçadoras, e, quando ele passa a (re)
conhecer suas couraças, isso pode levá-lo a tomar ati-
tudes perante a situação, podendo tratá-la, afastá-la ou 
compreendê-la.
Reich ultrapassou o que se conhecia até então sobre 
psicanálise, pois, além de ouvir o paciente, também se 
© Práticas Corporais Alternativas16
preocupava em manter uma relação de maior proximi-
dade com ele por meio do olhar e do tocar. Criou a vege-
toterapia, formulada sobre o continuum "tensão-carga-
-descarga-relaxamento". 
Ele trouxe para o seu trabalho a concepção energética 
presente na medicina oriental, na qual o equilíbrio ener-
gético seria muito importante para a vida saudável do 
indivíduo; logo, tanto a falta quanto o excesso dele são 
prejudiciais.
4) Elsa Gindler (Alemanha, 1885-1961): foi uma das cria-
doras da ginástica harmônica. Hoje se tem o registro de 
somente uma obra sua, de 1926, chamada Saúde, traba-
lho social e atividade física; o restante delas foi queima-
do na época da Segunda Guerra Mundial.
Gindler tinha como objetivo desenvolver o potencial fí-
sico e mental das pessoas para que desempenhassem 
bem suas ações cotidianas, especialmente porque esta-
vam vivendo em um período de guerra, e, consequente-
mente, os desgastes físicos, sociais e emocionais eram 
muitos. Tinha uma visão bastante humanista do corpo 
e constatou que os exercícios feitos de forma mecânica 
não traziam mudanças permanentes e significativas no 
organismo.
Em seu trabalho, a autora evidenciou a importância de 
um desenvolvimento global, livre, autônomo e respon-
sável, com enfoque na consciência corporal, na percep-
ção das sensações, na autonomia, nas vivências e nas 
experiências.
5) Alexander Lowen (Estados Unidos da América, 1910-
2008): foi um dos discípulos de Reich. Lembre-se de que 
Reich já utilizava o conceito de energia, e Lowen reforçou 
esse enfoque criando a bioenergética, com o intuito de 
compreender e desfazer as tensões musculares crônicas, 
muitas vezes decorrentes de questões inconscientes.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Reich, Dalcroze, Jacobson e a ioga subsidiaram a proposta terapêutica criada 
por Lowen com o intuito de enxergar e trabalhar o corpo na sua inteireza. A res-
piração é um dos primeiros itens a ser abordado, e o toque terapêutico recebe 
grande atenção para o estímulo às sensações e sentimentos necessários para 
o tratamento. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
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© Caderno de Referência de Conteúdo
6) Moshe Feldenkrais (Rússia, 1904-1984): assim como 
outros ocidentais, Feldenkrais também criou seu méto-
do de cura a partir de necessidades pessoais para evitar 
uma cirurgia. Ele trabalhou a ativação do sistema nervo-
so e muscular com exercícios lentos, dando tempo para 
que pudessem se reorganizar; além disso, trabalhava 
com o princípio do movimento não mecanizado, incen-
tivando o movimento espontâneo, a autovaloração e a 
fuga dos padrões sociais. Defendeu que o ritmo de vida 
da sociedade (acelerado) pode trazer consequências 
ruins para as pessoas, tais como disfunção da respiração, 
má postura, tensões, entre outros, e que, a lentidão e a 
atenção ao movimento, em contrapartida, podem trazer 
consciência do corpo e benefícios para as tarefas corri-
queiras. Assim, as dimensões da corporeidade devem 
estar integradas e centradas no movimento, na sensa-
ção, no sentimento e no pensamento. A seu método deu 
o nome de consciência pelo movimento e integração 
funcional.
7) Gerda Alexander (Alemanha, 1908-1994): também tem, 
em sua história de vida, o incentivo à busca de métodos 
alternativos para a autocura. Foi a criadora da eutonia 
("tensão equilibrada"), que propunha trabalhar com o 
equilíbrio da tensão muscular e emocional. Para estudar 
o corpo consciente e o caráter emocional do tônus mus-
cular, Alexander se baseou nos estudos de Henri Wallon, 
e, nessa direção, trabalhou com uma proposta pedagó-
gica e terapêutica nas práticas corporais na qual valori-
zava e respeitava a pessoa na sua pluralidade e individu-
alidade, incentivando a autonomia, a autorregulação, a 
auto-organização e a relação do indivíduo consigo, com 
o outro e com o ambiente.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Por meio da eutonia, Alexander trabalhou com a sensibilização e conscientização 
corporal – com grande ênfase na pele, no tato e no contato –, pois acreditava 
que, por meio delas, poderia conseguir uma melhora da imagem corporal, do 
sono, da postura, entre outros, além de incentivar a autonomia do sujeito, fazen-
do dele seu próprio mestre. Uma marca importante do seu trabalho foi, também, 
a criação das posições de controle, por meio das quais as pessoas poderiam 
constatar rapidamente suas tensões. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Práticas Corporais Alternativas18
Depois de termos estudado um pouco sobre os precursores 
das PCAs, conheceremos os seguidores, que, de alguma forma, fo-
ram influenciados pelos precursores. São eles:
1) Lily Ehrenfried (Alemanha, 1896-1994): foi uma das 
criadoras da ginásticaholística e discípula de Elsa Gin-
dler, uma das precursoras das PCAs. Buscava uma nova 
abordagem para a educação, a arte, a terapia e para o 
cotidiano das pessoas. Segundo Gindler, o corpo huma-
no tem a tendência de se organizar, e, para isso, é ne-
cessário dar-lhe a oportunidade. Em seu método, não 
há demonstração da atitude correta, mas há uma pre-
ocupação com os gastos adequados da energia, ou seja, 
com a respiração, o equilíbrio, a postura e a autorregu-
lação, pela qual os alunos devem escolher seus próprios 
caminhos.
2) Elfriede Hengstenberg (Alemanha, 1892-1992): foi uma 
das seguidoras diretas de Elsa Gindler. Formou-se em Gi-
nástica e sua pedagogia baseava-se na autodescoberta 
e na autorrealização. Teve importante atuação no tra-
balho com o desenvolvimento físico das crianças, bus-
cando possibilidades que trouxessem uma repercussão 
permanente nelas; para isso, atentou-se ao desenvolvi-
mento físico, global e normal das leis interiores e dos 
caminhos da própria natureza da criança, dando grande 
importância ao movimento livre e natural, à imaginação, 
à curiosidade, à educação continuada e independente. 
Sua pedagogia leva as crianças a conviverem com situa-
ção tanto de movimento (dinamismo) quanto de quietu-
de (repouso).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os próximos autores a serem conhecidos foram aqui chamados de inovadores 
das PCAs. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
3) José Ângelo Gaiarsa (Brasil, 1920-2010): médico e psi-
quiatra é considerado o "Reich brasileiro". Ele propõe a 
biomecânica existencial, baseada na versatilidade dos 
movimentos, na criação contínua, na valorização da pro-
priocepção, na respiração plena, na autonomia, na len-
tificação, na ausência de modelos e de competição, no 
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toque adequado, entre outros. Gaiarsa valoriza a ação 
psicológica dos exercícios (relação músculo-emoção) e a 
libertação do corpo e das amarras das habilidades moto-
ras por meio do enfoque transdisciplinar e holístico. Ele 
preza pela autoeducação, isto é, que os indivíduos sejam 
responsáveis por si mesmos – "arquitetos de seu próprio 
destino" – e, também, pela autorregulação, pela qual o 
indivíduo possa prevenir e curar suas debilidades postu-
rais, orgânicas e coordenativas, num processo corporal 
de organização, desorganização e reorganização.
4) Stanley Keleman (Estados Unidos da América, 1931-): 
intitulou seu trabalho de Educação Somática Existencial, 
que consiste num processo educativo, artístico e cura-
tivo. Segundo Stanley, a existência estaria em contínua 
transformação, e as estruturas, formas, funções e expe-
riência estariam numa interação dinâmica, num proces-
so que dá identidade e autonomia ao sujeito. Keleman 
ressalta que a perda do lado sensível do homem o torna 
virtualmente reduzido, emparedado, rígido, denso, co-
lapsado ou inflado; logo, essa falta de sintonia impede o 
indivíduo do contato harmonioso, de criar respostas afe-
tivas adequadas e suficientes. Embasado nesse pensa-
mento, ele propõe um trabalho de observação, percep-
ção e conscientização do corpo, das atitudes e tensões, 
e, nesse processo, enfoca a necessidade das tomadas de 
decisão, da autorregulação, da transformação, do equilí-
brio entre força e suavidade, da importância da interio-
ridade e da exterioridade do corpo e de nos olharmos 
profunda e detalhadamente.
5) Meir Schneider (Ucrânia, 1954-): a partir de necessida-
des também de cura própria, criou o método self-healing 
(autocura). De acordo com Schneider, o indivíduo preci-
sa aumentar o grau de funcionamento e de vitalidade 
do corpo; para isso, propõe várias terapias e formas de 
movimento, nas quais a sensibilidade em sua execução 
tem grande importância. O autor destaca, ainda, o sis-
tema muscular, as articulações, a respiração (com gran-
de destaque), a coluna vertebral, a circulação, o sistema 
nervoso e a visão. 
© Práticas Corporais Alternativas20
6) O indivíduo deve executar bem os exercícios propostos 
e depois criar sua própria rotina de experimentações no 
processo "conscientização-pensamento-movimento", 
pois, para Schneider, ninguém conhece melhor você do 
que você mesmo, e a orientação do profissional servirá 
para aconselhá-lo. Portanto, as tensões, a rigidez, a má 
respiração, a má circulação, o cansaço, a ansiedade e a 
concentração deficiente merecem atenção especial.
7) Al Chung-Liang Huang (China, 1930-): para ele, o 
tai chi chuan é o exemplo mais sutil do taoismo. Em vez 
de utilizar movimentos rígidos, monótonos e mecânicos, 
Huang age em torno do eixo, do centro e do equilíbrio, 
e o movimento deve ser feito de acordo com o fluxo da 
natureza, de forma espontânea, suave/firme, com graça, 
criatividade e liberdade. Ele propõe que o tai chi chuan 
seja utilizado como jogo e trabalho e que seus ensina-
mentos sejam transferidos para o cotidiano daqueles 
que o praticam. Essa arte marcial é proposta por Huang 
como uma meditação em movimento, podendo ser con-
siderada um processo educativo, reeducativo, preventi-
vo, lúdico, artístico e terapêutico.
Para finalizar a Unidade 2, apresentaremos o Tópico Princí-
pios e Valores, os quais permeiam as PCAs.
Os princípios e valores postos nesse tópico não estão rela-
cionados somente à Educação Física Escolar, tampouco somente 
às PCAs. Exemplos como a inclusão, a saúde, a ética, o respeito, a 
cidadania, a solidariedade e tantos outros, são universais, ou seja, 
valem para qualquer pessoa, em qualquer ambiente e em qual-
quer profissão.
As PCAs são apresentadas como um referencial teórico de 
uma prática pautada nos princípios e valores universais, além de 
também incentivar o indivíduo à autonomia, à valorização da in-
teireza e da integridade (unidade na pluralidade) e à prática cons-
ciente e ética. 
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Unidade 3 – Sistematização e Utilização das Práticas Corporais 
Alternativas
Nessa unidade, temos os seguintes objetivos:
1) Conhecer e analisar o próprio corpo visando à sistema-
tização das PCAs.
2) Explicar e interpretar o próprio corpo estrutural, plásti-
ca, interna e externamente.
3) Entender a importância de se trabalhar com corpos "sem 
forma" para os profissionais das PCAs.
4) Interpretar e propor a sistematização passo a passo das 
PCAs.
Nessa unidade, estudaremos o próprio corpo, percebendo-o 
das mais diferentes formas, com o intuito de delinear a sistemati-
zação das PCAs.
Na sociedade atual, alguns padrões, principalmente estéti-
cos e de valores, são ditados e, muitas vezes, absorvidos sem refle-
xões cuidadosas. Do atleta que não percebe os limites do corpo a 
modelo que faz de sua vida seu espelho, ainda resta a nós, meros 
mortais, arrumarmos mil motivos para não nos cuidarmos, o que 
reforça nossas frustrações e o descontentamento conosco. 
A cada dia mais se percebe o corpo encolhido e diminuído; a 
fala é abafada e o ouvido, o toque e a percepção estão adormeci-
dos. Não há crítica, reflexão ou vislumbramento. Pouco se acredita 
em suas potencialidades. É nesse caminho que seguirão as refle-
xões dessa unidade.
Abordaremos, inicialmente, no Tópico Plasticidade Humana, 
as constantes transformações do corpo ao longo da vida, e é na 
plasticidade que iremos nos adaptar a essas mudanças sem cau-
sar traumas. Como foi apresentado na Unidade 2, aqueles que se 
dedicaram às PCAs já insistiam na importância dos processos de 
mudança em si mesmo, já que tudo ao nosso redor também sofre 
constantes transformações.
© Práticas Corporais Alternativas22
As PCAs propõem a vivência e a experimentação do movi-
mento, a autonomia, a autorregulação, a autopercepção, a toma-
da de decisões em busca de melhor qualidade de vida, o saber 
dosaresforços e o saber respeitar e valorizar a individualidade e a 
pluralidade. É seguindo esses passos que a plasticidade humana é 
conquistada, e a sua perda pode trazer diversos aspectos negati-
vos, seja a curto ou a longo prazos.
Propriocepção, forças, equilíbrio e apoios (físicos e psico-
lógicos) são trazidos à apreciação nessa terceira unidade. A com-
paração e a inter-relação entre as forças físicas e emocionais são 
expostas para que se possam perceber suas influências no corpo, 
seja na cura ou no desenvolvimento. Nossas mais diversas ações e 
inter-relações criam um conjunto de conexões ativas, retroativas, 
transformadoras e plenas; todo esse dinamismo é permeado por 
uma pluralidade de valores com a qual nós mesmos nos preenche-
mos.
A propriocepção e a sensação proprioceptiva também são 
apontadas como fatores de preenchimento e configuração corpo-
ral, pois elas podem revelar as características dos nossos persona-
gens. O atleta, como exemplo de boa forma física, é trazido nesse 
tópico para que possamos refletir sobre sua não isenção de crises 
e desequilíbrios emocionais, fatores necessários para a formação 
global tanto do atleta quanto das pessoas nas suas mais diversas 
situações cotidianas.
No último tópico da Unidade 3, teremos contato com o pas-
so a passo do corpo humano. Primeiramente, faremos algumas 
reflexões sobre a individualidade, a importância das nossas expe-
riências, o quanto conseguimos nos situar perante mudanças, limi-
tações, sensações, entre outras coisas a que somos submetidos na 
vida. Essa organização é difícil e se torna ainda mais árdua quando 
há dificuldades com o esquema ou a com imagem corporal.
As PCAs vão contribuir no aguçar dessas percepções para 
que os chamados do corpo sejam percebidos. Nesse sentido, se-
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rão apresentadas propostas (inovadoras) de sistematização elabo-
radas por Keleman, como a metodologia do como, que consiste, 
por exemplo, em observação, tentativa de transformação da mus-
culatura, tomada de atitude, consciência do desnecessário e trans-
formação e aproveitamento do aprendido.
Essas propostas serão apresentadas para que seja possível 
mudar a forma do corpo e aprender a fazer o que tem de ser fei-
to voluntariamente, em plena consciência. Somente as PCAs não 
são suficientes para trazer a consciência plena e a transformação 
psicológica, pois estas são conquistadas aos poucos, ampliando e 
aprofundando a percepção das sensações do nosso corpo, que é 
a nossa casa.
Unidade 4 – As Práticas Corporais Alternativas: Ações Cotidianas
Nessa última unidade, temos os seguintes objetivos:
• Analisar o significado pessoal, social e ecológico das PCAs.
• Compreender as possibilidades educativas e formativas, 
expressivas e lúdicas das PCAs.
• Elencar as possibilidades de utilização das PCAs.
Logo no início dessa última unidade, conheceremos um 
pouco sobre Summerhill, uma escola na Inglaterra que tem uma 
proposta bastante alternativa de educação, isto é, trabalhar com 
a autonomia, dando liberdade ao aluno ao mesmo tempo em que 
ele percebe, também, as responsabilidades.
Alexander Sutherland Neil, criador da escola, faz uma obser-
vação bastante interessante sobre a felicidade. Ele coloca que uma 
criança ou pessoa infeliz pode causar diversos problemas tanto na 
escola como na sociedade, e a cura para isso seria a busca pela fe-
licidade, objetivo pelo qual a educação e a escola deveriam primar. 
No momento em que são vivenciados valores na escola, e eles se 
tornam significativos, tais valores ultrapassarão seus muros e se-
rão incorporados nas ações cotidianas das pessoas.
© Práticas Corporais Alternativas24
Logo após essa breve introdução, estudaremos quatro pos-
sibilidades das PCAs nos seguintes tópicos: As Danças Holísticas, 
Jogos Cooperativos, Massagem e Ginástica Holística.
O Tópico As Danças Holísticas traz uma proposta diferente 
sobre danças performáticas e estéticas de palco. As danças holís-
ticas são atividades que trabalham com o ritmo, a expressão, o lú-
dico, a arte, a formação e a criatividade; poderíamos incluir nesse 
grupo também as danças circulares, as rodas brincantes, as danças 
folclóricas, entre outras, e, em qualquer uma delas, inserir todos 
aqueles que desejam participar.
Nas danças circulares, por exemplo, trabalha-se com a ideia 
do objetivo em comum, ou seja, todos estão equidistantes, todos 
se olham e são vistos com a mesma importância na roda, numa vi-
são democrática e transcendente do movimento, o que pode tam-
bém ser considerado uma meditação em movimento. Ademais, 
nesse tópico, veremos algumas exemplificações de possibilidades 
das danças holísticas e relatos de seus participantes para que nos-
sa reflexão sobre essa prática seja ainda mais enriquecedora.
Outra possibilidade de aplicação das PCAs é discutida no 
próximo Tópico, denominado Jogos Cooperativos; tais jogos são 
uma boa oportunidade para trabalhar princípios e valores presen-
tes nas nossas ações cotidianas.
Orlick (1990) nos oferece alguns parâmetros para pensar o 
que são os jogos cooperativos; nestes, jogamos com o outro, e não 
contra ele, com o objetivo de superar desafios, e não pessoas. To-
dos têm prazer de jogar e se divertem jogando, enquanto as dife-
renças individuais são respeitadas. Espera-se que essas caracterís-
ticas e valores dos jogos cooperativos sejam transportados para a 
realidade das pessoas, a fim de promover o desenvolvimento de 
atitudes positivas, harmônicas e respeitosas.
A massagem é outro conteúdo trabalhado nessa unidade, 
bem como as relações de toque, contato e pele, e é, por sinal, 
pouco estudado na Educação Física e na escola. Sobre esse con-
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© Caderno de Referência de Conteúdo
teúdo, estudaremos as funções da pele que, além dos aspectos 
biológicos e funcionais, trazem importantes propriedades afetivas 
e de inter-relações. 
Nosso corpo carrega as mais diversas lembranças e experi-
ências de vida, marcadas desde as linhas mais sutis até as mais 
profundas. Logo, o corpo que carrega experiências negativas do 
seu significado e das suas vivências traz consigo diversas limita-
ções para uma vida harmônica.
Veremos, ainda, nesse Tópico Massagem, diversas possibi-
lidades práticas de vivências e experimentações corporais para 
despertar nossa pele, nossos sentimentos e emoções e nos sen-
sibilizar para as nossas tensões. Na medida em que a vivência é 
feita, ela também significa a importância da massagem, da pele, 
do toque e do contato.
O último conteúdo dessa unidade é o Tópico Ginástica Ho-
lística, no qual também veremos que será reforçada a importância 
do movimento, não daquele mecanizado, mas daquele em que é 
possível fazer uma exploração dos seus significados e das suas sen-
sações. 
As práticas estudadas até essa unidade enfocam o movimen-
to como possibilidade de autocura e de essência da vida, e o Tó-
pico Ginástica Holística vai reforçar esses conceitos. Ele contém 
princípios importantes, como a autonomia, a autorregulação, a es-
tética, a vitalidade, a busca da harmonia e a integração dos espa-
ços humanos, que podem ser classificados como pessoal, parcial, 
total e social.
Exemplificaremos várias possibilidades práticas da ginástica 
holística e, para que elas sejam significativas, será sugerido que se-
jam vivenciadas, como, por exemplo, brincar com o corpo, investi-
gar suas possibilidades e perceber-se nas mais diversas situações; 
essas são algumas das propostas apresentadas. Por mais que tais 
propostas de percepção do corpo pareçam lúdicas, muitas vezes, 
elas revelam certas partes bloqueadas do nosso corpo, cuja explo-
ração pode trazer algum desconforto.
© Práticas Corporais Alternativas26
Enfatizando as experimentações do conteúdo para além da 
simplesleitura e estudo, encerramos a apresentação de Práticas 
Corporais Alternativas.
Neste momento, cabe a nós desejar-lhe ótimas in(corpo)ra-
ções de aprendizagens!
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados em Práticas Corporais Alterna-
tivas. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Autorregulação: é a capacidade que o indivíduo tem 
de equilibrar-se e adaptar-se às diferentes situações ou 
condições de vida. As Práticas Corporais Alternativas va-
lorizam a autonomia do sujeito, e esta não será plena se 
não for acompanhada pela autorregulação, pois, não só 
as pessoas, mas tudo que nos cerca, está em constante 
modificação e transformação. Assim, a autorregulação 
não é só importante, mas necessária a uma adaptação 
satisfatória.
2) Bioenergética: foi criada por Wilhelm Reich como uma 
terapia corporal que visava ao tratamento de doenças 
psicossomáticas. O trabalho corporal pretendia integrar 
corpo, mente e espírito na busca de uma saúde vibran-
te, da liberação da respiração, da intensificação e me-
lhora das experiências emocionais, da compreensão dos 
pensamentos e da sexualidade, entre outros fatores que 
pudessem trazer ao indivíduo uma experiência boa e in-
tensa da vida. Dessa forma, essa terapia visa ao autoco-
nhecimento, fazendo que a pessoa tome conhecimento 
das suas posturas, atitudes e pensamentos.
3) Consciência pelo Movimento: nome dado ao método 
criado por Moshe Feldenkrais, o qual visa à consciência 
por meio do movimento. Individualmente ou em grupo, 
as instruções são dadas verbalmente, e o movimento é 
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© Caderno de Referência de Conteúdo
feito de forma lenta para que a pessoa se conscientize 
da força, do ritmo e da amplitude, construindo sua auto-
-organização, autoimagem e seus referenciais de limite 
e conforto. O método também visa à autonomia do in-
divíduo, pois, ao se perceber, conscientizar-se de seus 
limites e de suas reações, podendo manipulá-las, está 
aguçando seus potenciais e capacidades para uma me-
lhor qualidade de vida.
4) Couraça muscular: termo utilizado por Reich para de-
nominar as tensões, os limites e as amarras musculares 
presentes no corpo que criamos para nos proteger tan-
to do mundo externo quanto do mundo interno, seja de 
questões físicas, psicológicas ou emocionais. Essas ten-
sões/couraças bloqueiam o fluxo energético e biológico, 
tornando o corpo insensível, porém, ao mesmo tempo 
em que o protegem do que é negativo, nos deixam pro-
tegidos e distantes das experiências positivas.
5) Equilíbrio energético: esse conceito vem da medicina 
tradicional oriental e é utilizado por vários autores das 
PCAs. A energia é entendida como a força formativa 
e a expressão primária da vida; ela é o que constitui e 
permeia todos os fenômenos (o corpo, o mundo, entre 
outros) em diferentes graus de densidade e pulsações 
rítmicas. Todas as práticas de saúde surgidas na China 
Antiga têm como meta o desbloqueio do chi (energia), 
uma vez que, devido às situações estressantes do dia a 
dia, podemos desencadear um bloqueio energético ou 
mesmo a falta de energia, o que interfere no psicosso-
mático e inaugura a dinâmica da doença.
6) Eurritmia: é uma técnica criada por Émile Jaques-Dal-
croze, a qual é utilizada de forma pedagógica e terapêu-
tica. A Eurritmia utiliza-se do ritmo, do som, dos fone-
mas e dos tons, além da poesia, da prosa e da música 
para trabalhar os movimentos e gestos corporais. Tem 
como objetivo a harmonização, o desenvolvimento e a 
sensibilidade física, intelectual e emocional.
7) Fragmentação corporal: esse termo é utilizado em con-
traposição à visão holística, já que reforça a visão carte-
siana de dualidade. Na fragmentação corporal, o corpo 
© Práticas Corporais Alternativas28
é concebido em partes, as quais se juntam para formar 
o todo, mas pouco contribuem para o entendimento do 
psicossomático, das doenças mentais e emocionais.
8) Holística/holístico: a palavra "holística" vem do termo 
grego holos, que significa "o todo". Esse "todo" está 
além da junção das partes do corpo ou da sua fragmen-
tação para o entendimento das especificidades dele . 
Qualquer abordagem corporal holística pressupõe um 
olhar ampliado, que contemple os aspectos emocionais, 
físicos, psicológicos/mentais e espirituais, ou seja, a to-
talidade do ser. Nessa concepção, o tratamento, a ree-
ducação ou a harmonização são compreendidos na sua 
complexidade, pois o emocional, o físico, o psicológico/
mental e o espiritual estão interligados e possuem influ-
ência mútua.
9) Plasticidade corporal: nas práticas corporais, esse termo 
é utilizado para caracterizar os processos de adaptação 
corporal ou auto-organização conforme suas necessida-
des, mudanças e transformações e para que as adver-
sidades não causem prejuízos ou lesões (ou que estas 
sejam minimizadas). 
10) Práticas Corporais Alternativas (PCAs): surgem com o 
movimento da Contracultura, entre as décadas de 1950 
e 1970, e expressam-se no sentido de reformulação da 
vida, de ideias, de trabalho e de produção cultural. Esse 
movimento é caracterizado por inúmeras revoluções de 
valores, costumes, hábitos, modos de agir e de pensar 
que se contrapuseram ao estabelecimento do padrão 
hegemônico das práticas corporais calcadas no esforço 
físico e na atividade mecanizada: o corpo começa a ga-
nhar novos olhares. O que antes se resumia à execução 
mecânica e insensível, passa a ser valorizado pelas suas 
individualidades e sensibilidades. Há uma crítica aos 
dualismos (corpo-mente, razão-emoção) dominantes 
no pensamento científico e ao estilo de vida produzido 
pela sociedade industrial (consumismo, valorização do 
trabalho e da competição). Nessa perspectiva, as PCAs 
tornaram-se evidência por trazerem uma visão diferen-
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ciada de corpo, dando importância à sua subjetividade, 
a um corpo sensível, comunicativo, expressivo e cultural. 
11) O movimento da Contracultura não influenciou somente 
na concepção de corpo, mas também nas posturas polí-
ticas e sociais: resistência pacifista, liberação sexual, luta 
dos negros e das mulheres, reivindicações das popula-
ções excluídas, entre outras, sendo a maioria delas nos 
Estados Unidos da América. A Europa também foi palco 
de mobilizações, como a greve geral de trabalhadores e 
estudantes.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conte-
údo . O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema 
de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercí-
cio é uma forma de construir o seu conhecimento, ressignificando 
as informações a partir de suas próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
© PráticasCorporais Alternativas30
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
Como será possível observar, esse Esquema oferecerá a você, 
como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre 
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem.
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BIOENERGÉTICA
EURRITMIA
CONSCIÊNCIA PELO 
MOVIMENTO
FRAGMENTAÇÃO 
CORPORALPLASTICIDADE 
CORPORAL
EQUILÍBRIO 
ENERGÉTICO
COURAÇA 
MUSCULAR
COOPERAÇÃO, RESPEITO, 
ÉTICA, AUTOCONHECIMENTO, 
HOLÍSTICO, 
AUTORREGULAÇÃO
COMPETIÇÃO, 
MECANIZAÇÃO, 
PADRONIZAÇÃO
ESPORTES 
LUTAS 
DANÇAS 
ETC.
Gaiarsa Keleman
HuangSchneider
Hengstenberg
Ehrenfried
Alexander
Lowen
Feldenkrais
Gindler
Reich
Delsarte
Jaques-Dalcroze
PRECURSORES
SEGUIDORES
INOVADORES
DANÇAS HOLÍSTICAS 
JOGOS 
COOPERATIVOS 
 MASSAGEM 
GINÁSTICA 
HOLÍSTICA
 ETC.
ORIENTAIS E OCIDENTAIS
HOLÍSTICA
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Práticas 
Corporais Alternativas.
Neste estudo, você encontrará os autores das PCAs situados 
em precursores, seguidores e inovadores, bem como em algumas 
de suas proposições. Por exemplo, ao precursor Wilhelm Reich, es-
tão associadas: a bioenergética, a terapia corporal criada por ele, 
a qual visa ao tratamento de doenças psicossomáticas, e a couraça 
muscular, que são as amarras musculares que criamos para nos 
proteger do mundo exterior e interior. Vale salientar que o exercí-
cio de associação e preenchimento dos demais autores é indicado.
© Práticas Corporais Alternativas32
No decorrer de seus estudos, esse Esquema possibilitará a 
você avançar nas compreensões sobre as PCAs. Entre esses en-
tendimentos, está o das diferenças entre práticas tradicionais e 
práticas alternativas, que estão atreladas aos conceitos de equi-
líbrio energético, holística, plasticidade corporal e fragmentação 
corporal.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas ques-
tões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados. Responder, 
discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com 
as PCAs pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. 
Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto 
tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será 
dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você 
testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a 
sua prática profissional.
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
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Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações são parte integran-
te dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustrativas, 
pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. 
Não deixe de observar a relação dessas figuras com os conteúdos, 
pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual 
faz parte de uma boa formação intelectual.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno do curso de Graduação na modalidade EaD 
e futuro profissional da educação, necessita de uma formação con-
ceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do 
tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com 
seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e rea-
lize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
© Práticas Corporais Alternativas34
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo , entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
KELEMAN, S. O corpodiz sua mente. São Paulo: Summus, 1996.
ORLICK, T. Vencendo a competição. 2. ed. São Paulo: Círculo do Livro, 1990. 
1
EA
D
Introdução às Práticas 
Corporais 
Alternativas
1. OBJETIVOS
• Conhecer o significado das Práticas Corporais Alternativas 
(PCAs).
• Compreender as diversidades do corpo nas várias cultu-
ras.
• Distinguir as semelhanças e diferenças entre as práticas 
corporais tradicionais e as alternativas.
• Compreender como as PCAs passaram a ser percebidas e 
valorizadas pelos profissionais da Educação Física.
2. CONTEÚDOS
• "Pensar o corpo, um corpo, um certo corpo". 
• Corpo e cultura: tradição e evolução.
• Holismo e pluralidade.
© Práticas Corporais Alternativas36
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Não se preocupe em decorar os termos, principalmente 
os que nomeiam tudo aquilo que não deve fazer parte 
das PCAs, tais como a competição, níveis de expectativa 
muito altos, comparações, ideia de corpo feio ou bonito, 
modelos muito rígidos, censura ou repressão, pois o im-
portante é entender o porquê desses termos não esta-
rem presentes nessas práticas.
2) Além de entender o que não deve estar presente nas 
PCAs, é necessário visualizar as presenças necessárias, 
tais como o lúdico, a visão holística, o corpo ecológico, 
o direito ao erro e à autocorreção, a empatia, a auten-
ticidade, entre outros. Ao longo do conteúdo de todas 
as unidades, perceba como esses assuntos estão presen-
tes, seja de forma explícita ou implícita.
3) Você deve se atentar à diversidade e à pluralidade do 
corpo e suas possibilidades de vivências, e, com isso, 
perceber que nem tudo o que parece oposto necessita 
de distanciamento, pois a diversidade pode ser desen-
volvida em conjunto. O esforço, a fluência, a graça, a 
técnica, a naturalidade, a espontaneidade, o equilíbrio, 
a agilidade, o desequilíbrio e a lentidão são exemplos 
identificados nas PCAs e devem se complementar ao 
longo das vivências.
4) É importante compreender que as PCAs trabalham com 
o princípio de "maleabilidade corporal" – entendido na 
sua plenitude como a forma que o indivíduo lida com as 
situações da vida, como, por exemplo, com o equilíbrio. 
Este não é constante, e é importante saber se desequili-
brar ou até mesmo cair e saber voltar ao equilíbrio, que 
não é só um elemento físico ou de postura, mas emo-
cional, psicológico etc. Desse modo, o entendimento da 
dinâmica do indivíduo, no sentido de perceber como ele 
é (o ser humano), como pode ser ou como ele pode vir 
a ser, é facilitada.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução às Práticas Corporais Alternativas
5) Finalmente, lembre-se sempre de que, em todo trabalho 
com as PCAs, o corpo é visto na sua globalidade, pois, 
sem ela, há um entendimento reducionista e distorcido 
dele, e a educação humanizada e hominizada será pre-
judicada. Observe que o corpo é sempre tratado como 
o resultado de tudo aquilo que vivenciamos durante a 
vida, inclusive a vida intrauterina (esta é resultado do 
que pensamos, do que sentimos, do que comemos, de 
como nos relacionamos, de como e do que respiramos, 
de como nos movimentamos). Nesse sentido, cada ca-
racterística do indivíduo, por menor que possa ser, é con-
siderada pelos profissionais que trabalham com as PCAs: 
desde a forma de olhar, o sorriso, a tensão dos ombros, 
a intensidade da voz até a postura corporal, pois todas 
elas demonstram como os seres humanos incorporaram 
suas experiências de vida. 
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A literatura sobre crianças em colônias de férias e escolas 
de esportes, sobre o ensino de habilidades desportivas, lúdicas e 
sobre aulas de ginástica mostra que a formação do professor de 
Educação Física requer um currículo escolar com disciplinas, pro-
jetos integrados, experiências, pesquisas ou quaisquer outras cir-
cunstâncias que façam uma ponte entre os fatores pedagógicos, 
lúdicos, terapêuticos, agônicos (de agón: disputas e competições) 
e artísticos do movimento, ou que se discuta a função bio-sócio-
-psicológica da motricidade.
Não considerar o corpo como uma globalidade ou apenas o 
ver como um fator isolado pode predispor a uma formação profis-
sional distorcida, fora do âmbito de uma educação geral que con-
temple a humanização (a formação do homem sensível) e a homi-
nização (a formação do homem maduro) do ser verdadeiramente 
humano.
© Práticas Corporais Alternativas38
Essas considerações lembram alguns fatos, isto é, necessida-
de de certas ausências, certas ideias, atitudes ou comportamentos 
que tornam impeditivo um bom clima no ambiente de aprendi-
zagem cooperativa, integral, autônoma e saudável e um processo 
humanístico e democrático de aprendizagem, encontrados em Lo-
renzetto (1991), como se pode ver a seguir. 
Assim, faz-se necessária:
1) A ausência de competições muito acirradas, nas quais as 
pessoas buscam a vitória a qualquer preço e competem 
contra os outros, e não com os outros.
2) A ausência de níveis muito altos de expectativa que só 
são cumpridos por participantes que tenham "por trás 
de si" instituições e equipes com alto e caro sistema de 
organização.
3) A ausência de comparações desvirtuantes que aproxi-
mem os diferentes e afastem os semelhantes na tentati-
va de valorizar os melhores jogadores, atletas ou ginas-
tas e isolar os mais fracos.
4) A ausência de ideias sobre "corpo feio" ou "bonito", as 
quais transformem os campos, os gramados e as qua-
dras em passarelas, em vez de locais para a educação, a 
saúde e o lazer, já que o que deve importar é um corpo 
feliz.
5) A ausência de modelos muito rígidos que criem padrões 
de corpo e de execução que apenas são acompanhados 
por uma minoria de bons executantes. A rigidez legitima 
"o mesmo", defende somente o tradicional e reproduz 
"o sempre".
6) A ausência de censura, que impede uma ação criativa e 
livre, pois ela trava, corrompe, inutiliza e silencia.
7) A ausência de repressão, com todo o ranço que carrega, 
apostando mais na força do que na justiça, mais na ver-
dade do que na beleza.
8) A ausência de ansiedade, que torna o ser humano um 
escravo do tempo, das regras e das convenções.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução às Práticas Corporais Alternativas
9) A ausência de conceito de "jogo sério", quando o que 
importa é que ele seja prazeroso.
É necessário lembrar, também, da ideia de presença, ou 
seja, das situações que descartem privilégios, por menores que 
estes sejam, e valorizem a democratização de oportunidades e a 
realização plena do indivíduo e do grupo, também encontrada em 
Lorenzetto (1991), como é exposto a seguir. 
Logo, é necessária:
1) A presença do lúdico, que abre as portas de um sorriso, 
renova as esperanças, deixando no ambiente de apren-
dizagem um clima de mistério, de surpresa e de sã lou-
cura.
2) A presença de uma visão holística do indivíduo que 
abarque a sua unidade e a sua pluralidade.
3) A presença de um corpo ecológico que vislumbre a rela-
ção harmônica entre o ser humano consigo próprio, com 
os outros e com o meio ambiente.
4) A presença do direito ao erro, que permite o tropeço, 
aceita as incertezas e busca a reflexão.
5) A presença do direito à autocorreção fecunda, provoca-
tiva e estimulante.
6) A presença da autogestão, início do autoconhecimento 
e meta da autorregulação.
7) A presença do estético, que reforma a forma, molda a 
luz, colore a pipa e põe beleza no nada.
8) A presença da imaginação, que toca o inexistente, reú-
ne o imponderável, estimula o mágico e reinterpreta a 
realidade.
9) A presença da simplicidade, como simples são todas as 
coisas belas e puras.
10) A presença da empatia, que sente o sentir alheio.
11) A presença da autenticidade,ato verdadeiro e corajoso.
12) A presença da solidariedade, que abraça o solitário. 
Compartilhar é o seu lema.
© Práticas Corporais Alternativas40
13) A presença da arte, que sensibiliza por inteiro, molha os 
olhos, aperta e abre o coração.
14) A presença da pertinência: estar no grupo.
15) A presença da aceitação: o grupo está em mim.
16) A presença da generosidade: os interesses do grupo são 
mais importantes.
17) A presença do sublime: com essa presença, o educador 
humaniza-se no educando, este no educador e ambos 
se humanizam no fazer, no sentir, no saber, no sabor e 
na sabedoria.
Assim, pretendemos mostrar o ser humano no âmbito das 
PCAs, no conjunto das suas atitudes, comportamentos, posturas, 
falas, gestos, olhares e posições; do jeito adequado e do jeito ina-
dequado, isto é, como ele é, como ele pode ser, como ele parece 
ser ou como ele pode vir a ser. É o que vamos observar na Figura 
1 a seguir.
Essas práticas, graças à sua pluralidade cultural, podem re-
velar, em qualquer pessoa, uma dinâmica visual, auditiva, tátil e 
cinestésica do corpo em movimento, identificando uma corpo-
reidade confiante ou desconfiada, natural ou dissimulada, plena 
ou limitada, temerária ou temerosa, graciosa ou estranha, fluida 
ou restrita, livre ou reprimida, que dará ao profissional habilitado 
condições de perceber, acolher, rebater e sugerir continuidades e 
descontinuidades pedagógicas em benefício do aluno.
O que foi dito anteriormente é expresso com muita convic-
ção, porque, desde que nos conhecemos, do embrião ao feto, do 
engatinhar ao saltar e correr, o movimento, em várias de suas face-
tas – educativo, expressivo, lúdico, terapêutico, agônico (de agón: 
disputas, competições) e formativo –, como observaremos adian-
te, na Figura 2 (após a Figura 1), existe no ser humano, brindando-
-o com uma energia vital que o supre de forma intensa, duradoura, 
reveladora, misteriosa, surpreendente e, às vezes, inusitada, mas 
sempre plena de realizações.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução às Práticas Corporais Alternativas
Figura 1 Crianças na escola Jardim Escola Mágico de Oz (1973) . 
Na Figura 1, as crianças (quatro a cinco anos) de uma esco-
la de Educação Infantil, cujo nome é Jardim Escola Mágico de Oz, 
situada na cidade de São Paulo, participam da aula de Educação 
Física no ano de 1973. Elas observam pensando em vários tipos 
de posturas, explorando livremente o espaço por meio de várias 
vivências motoras – caminhando, equilibrando-se, ficando em sus-
pensão, transpondo-se, reptando, como se as cordas amarradas 
no trepa-trepa em abóbada fossem os fios de uma teia de aranha.
© Práticas Corporais Alternativas42
Figura 2 Crianças no Instituto Harry Fromer (1968) .
Na Figura 2, o mesmo tipo de trabalho, ou seja, de apoio e 
suspensão, em posições eretas ou invertidas, no qual transparece 
um maior grau de dificuldade, é executado por garotos e garotas (7 
a 11 anos) do Instituto Harry Fromer, da cidade de São Paulo, que 
já haviam passado, porém, por experiências anteriores em aulas 
de Educação Física. Trata-se de uma aula diversificada (alternativa) 
na qual eles devem escolher, experimentar e avaliar suas capacida-
des físicas e habilidades motoras.
5. "PENSAR O CORPO, UM CORPO, UM CERTO CORͳ
PO"
Todo aluno de Educação Física deve aprender, basicamente, 
que o corpo (por meio da ginástica, dos esportes, dos jogos) deve 
aprender: ganhar e perder, valorizar a autodisciplina e aperfeiçoar 
as coordenações, o equilíbrio, a força, o equilíbrio das forças, a ve-
locidade, a agilidade e a capacidade de resistir a esforços prolon-
gados; por meio da dança, ele deve descobrir a estética, a graça, a 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução às Práticas Corporais Alternativas
naturalidade, as noções de espaço e tempo, o esforço, a fluência 
e o peso, a técnica e a espontaneidade; por meio do jogo, deve 
enveredar-se pelos caminhos da alegria, da irreverência, da coo-
peração e da comunhão e, com as lutas, deve aprender a dosar 
seus impulsos, calibrar suas energias, usar a força do oponente e 
brincar com a determinação, com o entusiasmo e a agressividade.
A Filosofia Clínica, acompanhada de vivências variadas (dinâ-
micas e passivas, compassadas e descompassadas), deve comple-
mentar sua formação profissional, revelando-lhe a "importância 
do corpo, de um corpo, de um certo corpo". 
"Um certo corpo" é capaz de avançar e retroceder, arremeter 
e segurar, cair e retomar, bem como perceber, refletir e sentir; ele 
é dotado de firmeza e doçura e de determinação e sensibilidade.. 
O corpo humano é, portanto, o resultado do que pensamos, sen-
timos, comemos, bebemos, respiramos, excretamos, reciclamos, 
simbolizamos e transcendemos.
As palavras de Stanley Keleman (1996, p. 15) abordam o pro-
cesso de identidade e retratam, perfeitamente, a ideia de "ter e 
ser o próprio corpo", por meio do real, do imaginário e do simbó-
lico: "A tradição bioenergética me ensinou a importância do corpo 
[...]. Aprendi que sou meu corpo. Meu corpo sou eu. Não sou um 
corpo; sou um certo corpo [...]. Nosso viver corporal molda a nossa 
existência".
O corpo, como todos os outros, nasceu no meio líquido, flu-
tuou e comprimiu-se durante nove meses. Nascendo, passou a 
apoiar-se em lugares mais firmes; rolou, sentou e adquiriu mais 
força; engatinhou, ganhou equilíbrio, ficou de pé e, ao caminhar, 
conseguiu independência.
A visão dos profissionais ligados às práticas tradicionais e 
competitivas é, em geral, que esse corpo treine cada vez com mais 
intensidade o seu equilíbrio, para que ele não caia; eles costumam 
agir como "manipuladores de marionetes", prendendo todos os 
segmentos dos bonecos, que só obedecem aos comandos.
© Práticas Corporais Alternativas44
Pode-se observar, diretamente, nos campos esportivos ou 
pela televisão, que muitos técnicos de esportes, de ginástica olím-
pica, ginástica rítmica desportiva e coreógrafos agem dessa forma, 
fazendo que a disciplina seja imposta rigidamente e que o corpo se 
torne um mero obediente.
A visão dos profissionais ligados às PCAs deve ser a de que 
o aluno aprenda a equilibrar-se, mas também aprenda a cair e a 
levantar-se com independência.
Eles esperam que o aluno não tenha medo do novo, das mu-
danças e das transformações, pois cada perda é seguida de suces-
so, e cada queda se torna um treino para a autonomia.
Este é um ponto importante para o corpo alternativo: saber 
que a desorganização corporal pode seguir a desorganização men-
tal, e vice-versa, assim como o escorregão psicológico pode ter 
como consequência um escorregão físico.
Por exemplo: um indivíduo empurrado ou tentando executar 
um movimento desconhecido perde, mesmo que momentanea-
mente, o equilíbrio, a atenção e o sossego, e a postura e a atitude 
podem entrar em colapso; esse susto afeta o controle. O coração 
responde apressado, a circulação avermelha o rosto, as pernas tre-
mem e a respiração acelera.
Porém, se suas bases de sustentação estão firmes, flexíveis, 
abertas e acostumadas à queda, esse corpo vai se levantar, já que 
está acostumado à rotina de exercícios, e suas funções vitais não 
entrarão em crise com tanta intensidade; caso entrem, a normali-
zação delas caminhará a passos bem rápidos. 
Daí depreende-se que as práticas alternativas, holísticas, 
convergentes e plurais podem alcançar um alto grau de terapia em 
muitos dos distúrbios físicos, motores, psicológicos e sociais.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução às Práticas Corporais Alternativas
6. CORPO E CULTURA ͵ TRADIÇÃO E EVOLUÇÃO
A literatura especializada e não especializada, o cinema, o 
teatro e a televisão mostram, diariamente, com muito realismo e 
profundidade, o corpo tratado e maltratado, poderoso e submisso, 
livre e contido,

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