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CCJ0019-WL-B-LC-Remédios Constitucionais - Luciano Ávila

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Curso sobre REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
PROF. Luciano Coelho Ávila 
Aula gravada para o programa 
SABER DIREITO – TV JUSTIÇA 
_______________________________________________________________________________________________ 
Curso de Remédios Constitucionais 
Professor Luciano Ávila 
Aulas exibidas nos dias 17, 18, 19 de setembro de 2008 
 
 Distinção entre direitos, garantias e remédios constitucionais. 
Rui Barbosa, analisando a Constituição de 1891, foi um dos primeiros estudiosos a enfrentar a 
distinção entre os direitos e as garantias fundamentais. Ele distinguiu “as disposições meramente 
declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos, e as 
disposições assecuratórias, que são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder. Aquelas 
instituem os direitos, estas as garantias; ocorrendo não raro juntar-se, na mesma disposição 
constitucional, ou legal, a fixação da garantia, com a declaração do direito.” Assim, os direitos são 
bens e vantagens prescritos na norma constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos 
através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos (preventivamente) ou 
prontamente os repara, caso violados. 
 
 Resta diferenciar as garantias fundamentais dos remédios constitucionais. Estes últimos 
constituem espécies do gênero garantia. Isso porque, uma vez consagrado o direito, a sua 
garantia nem sempre estará nas regras definidas constitucionalmente como remédios 
constitucionais (ex: habeas corpus, habeas data, etc.). Em determinadas situações a garantia 
poderá estar na própria norma que assegura o direito. Exs: é inviolável a liberdade de consciência 
e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos – art. 5, VI (direito) – 
garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas garantias (garantia); direito ao 
juízo natural (direito) – art. 5, XXXVII, veda a instituição de juízo ou tribunal de exceção 
(garantia). 
 
- Falemos, a partir de agora dos remédios constitucionais em espécie. 
 DO MANDADO DE SEGURANÇA: art. 5º, incs. 69 e 70 – CF. 
 
,1) O remédio constitucional do mandado de segurança surge logo após a crise que produziu a 
revisão da chamada “doutrina brasileira do habeas corpus”, com a reforma constitucional de 1926, 
 
 
 
 2/26 
que tornou evidente a necessidade de adoção de um instrumento processual-constitucional 
adequado para a proteção judicial contra lesões a direitos subjetivos públicos não protegidos pelo 
habeas corpus. Assim, a Constituição de 1934 consagrou, ao lado do habeas corpus, e com o mesmo 
processo deste, o mandado de segurança para a proteção de direito “certo e incontestável, 
ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade.” 
(art. 133, 33) 
 
2) Após isso, o todos os textos constitucionais brasileiros, à exceção da Carta de 1937, contemplaram 
o mandado de segurança. Na CF/88, o mandado de segurança foi previsto pelo art. 5º, inc. 69, que 
dispõe: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado 
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.” 
 
3) O texto constitucional também prevê o mandado de segurança coletivo, que poderá ser 
impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, 
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, 
em defesa de seus membros ou associados (art. 5º, inc. 70, a e b). 
 
4) No âmbito infraconstitucional, a ação de mandado de segurança encontra-se disciplinada pela Lei 
nº 12.016, de 07-08-2009 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação 
ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no 
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de 
segurança. 
Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual 
se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada. 
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar 
mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando 
 
 
 
 3/26 
notificado judicialmente. 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta 
Lei, contado da notificação. 
Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por 
telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. 
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que 
assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade. 
§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes. 
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da 
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Parágrafo único. (VETADO) 
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 
2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade 
coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. 
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento 
público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, 
por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo 
de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição. 
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio 
instrumento da notificação. 
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para 
a sua prática. 
§ 4o (VETADO) 
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão 
denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
Art. 7o Aodespachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias 
dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia 
da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado 
 
 
 
 4/26 
puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou 
depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, 
observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de 
mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de 
aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. 
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela 
antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério 
Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de 
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, 
remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a 
representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do 
mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a 
eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de 
segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração. 
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o 
julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o 
órgão competente do tribunal que integre. 
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial. 
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos 
ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da 
entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4odesta Lei, a comprovação da remessa. 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do 
Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a 
qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias. 
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, 
mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica 
interessada. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o desta Lei. 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. 
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
 
 
 
 5/26 
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em 
que for vedada a concessão da medida liminar. 
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de 
segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado 
relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para 
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o 
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa 
decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte 
à sua interposição. 
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere ocaput deste artigo, caberá novo pedido 
de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. 
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a 
agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. 
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e 
seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. 
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a 
plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. 
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do 
tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original. 
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo 
assegurada a defesa oral na sessão do julgamento. 
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão 
competente do tribunal que integre. 
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, no 
prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, 
independentemente de revisão. 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso 
especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o 
requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos 
judiciais, salvo habeas corpus. 
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem 
conclusos ao relator. 
§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias. 
Art. 21. O mandadode segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso 
Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização 
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em 
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus 
estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
 
 
 
 6/26 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular 
grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da 
atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou 
categoria substituídos pelo impetrante. 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa 
julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no 
prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante 
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da 
ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a 
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-
fé. 
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e 
da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. 
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização judiciária deverão ser adaptados às 
disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação. 
Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 
de junho de 1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1o da Lei 
no6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de 1982, e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de 
janeiro de 1996. 
 
Considerações gerais sobre o remédio do mandado de segurança. 
 
5) O MS é uma ação judicial, de rito sumário especial, a ser utilizada quando direito líquido e certo do 
indivíduo for violado por ato de autoridade governamental ou de agente de pessoa jurídica privada 
que esteja no exercício de atribuição do Poder Público. É sempre ação de natureza civil, ainda 
quando impetrado contra ato de juiz criminal, praticado em processo penal. 
 
6) O MS é ação de natureza residual, subsidiária, pois somente é cabível quando o direito líquido e 
 
 
 
 7/26 
certo a ser protegido não for amparado por outros remédios judiciais (habeas corpus, habeas data, 
ação popular, etc.) 
 
7) O MS é cabível contra o chamado “ato de autoridade”, entendido como qualquer manifestação ou 
omissão do Poder Público ou de seus delegados no desempenho de atribuições públicas. Ressalte-se 
que as omissões das autoridades também podem violar o direito líquido e certo do indivíduo, 
legitimando a impetração do mandado de segurança. 
 
8) Porém, nem todo o direito é amparado pela via do mandado de segurança: a Constituição exige 
que o direito invocado seja líquido e certo. Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano 
através de prova documental, e sem incertezas, a respeito dos fatos narrados pelo declarante. É o 
que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no 
momento da impetração. Se a existência do direito for duvidosa; se a sua extensão ainda não estiver 
delimitada; se o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível 
o mandado de segurança. Esse direito incerto, indeterminado, poderá ser defendido por outras vias, 
mas não em sede de MS. Por essa razão, não há dilação probatória no mandado de segurança; as 
provas devem ser pré-constituídas, documentais, levadas aos autos do processo no momento da 
impetração. 
 
9) Mas atenção !!! 
 Segundo a orientação dominante, a exigência de liquidez e certeza recai sobre a matéria de fato, 
sobre os fatos alegados pelo impetrante para o ajuizamento do mandado de segurança. Estes, sim, 
necessitam de comprovação inequívoca, de plano. 
 
10) Isso significa que a matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, pode ser 
apreciada em mandado de segurança (STF). A alegação de grande complexidade jurídica do direito 
invocado não é motivo para obstar a utilização do MS. A propósito, vide súmula 625 do STF 
(Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança). 
 
11) Legitimidade ativa para impetrar MS: 
a) as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil; 
 
 
 
 8/26 
b) as universalidades reconhecidas por lei, que, embora sem personalidade jurídica, possuem 
capacidade processual para a defesa de seus direitos (ex: o espólio, a massa falida, o 
condomínio de apartamentos, a herança, a sociedade de fato, a massa do devedor insolvente, 
etc...); 
c) os órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições; 
d) os agentes políticos (governador de estado, prefeito municipal, magistrados, deputados, 
senadores, vereadores, membros do MP, membros dos Tribunais de Contas, Ministros de 
Estado, Secretários de Estado, etc.), na defesa de suas atribuições e prerrogativas; 
e) o Ministério Público, competindo à impetração, perante os Tribunais locais, ao promotor 
de Justiça, quando o ato atacado emanar de juiz de primeiro grau; 
 
12) Legitimidade passiva (autoridade coatora): 
a) autoridade pública de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios, bem como de suas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista; 
b) agente de pessoa jurídica privada, desde que no exercício de atribuições do Poder Público 
(só responderão se estiverem, por delegação, no exercício de atribuições do Poder Público). 
Atenção: a autoridade coatora será o agente delegado (que recebeu a atribuição) e não a 
autoridade delegante (que efetivou a delegação) – Esse é o teor da Súmula 510 – STF. 
 
13) Competência para o processo e julgamento do mandado de segurança: 
 
 A competência para o processo e julgamento do MS é definida ratione personae, ou seja, em 
razão de quem seja a autoridade pública ou o agente delegado e pela sua sede funcional. É 
irrelevante, para fixação da competência, a matéria a ser discutida em MS. Assim, se umMinistro de Estado pratica um ato por delegação recebida do Presidente da República, o tribunal 
competente para apreciar o MS impetrado contra tal ato do ministro será o STJ (CF 105, I, b), não 
o STF (que seria o Tribunal competente se o ato tivesse sido praticado pelo próprio Presidente da 
República – CF 102, I, d). 
 Observação importante para provas: segundo o STF, todos os Tribunais têm competência para 
julgar, originariamente, os MS contra os seus próprios atos, os dos respectivos presidentes e os 
 
 
 
 9/26 
de suas câmaras, turmas ou seções. Assim, MS contra ato do STJ, do Presidente do STJ ou de uma 
turma do STJ, será julgado pelo próprio STJ, e assim sucessivamente. No âmbito da Justiça 
Estadual, caberá aos próprios estados-membros cuidar da competência para a apreciação do MS 
contra atos de suas autoridades, por força do art. 125-CF. 
 
14) O Ministério Público é oficiante obrigatório no MS, como parte pública autônoma, encarregada 
de velar pela correta aplicação da lei e pela regularidade do processo. Sua atuação é imparcial, como 
fiscal da aplicação da lei, podendo opinar pelo cabimento ou descabimento da ação. É indispensável 
o efetivo pronunciamento do MP no feito, sob pena de nulidade. 
 
15) O MS admite desistência, independentemente do consentimento do impetrado. Porém, segundo 
a jurisprudência do STF, essa faculdade de desistência encontra limite no julgamento de mérito da 
causa. Assim, uma vez julgado o mérito do MS, o demandante pode até desistir de recurso 
eventualmente interposto, mas a decisão recorrida será mantida intacta, pois não lhe será permitido 
desistir do processo, sobretudo quando a decisão lhe for desfavorável. 
 
16) O MS pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine a reparar uma ilegalidade ou 
abuso de poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de lesão ao direito líquido e certo do 
impetrante. O MS poderá ser, também, individual (para proteger o direito líquido e certo do 
impetrante ou impetrantes, no caso de litisconsórcio ativo) ou coletivo (impetrado por partido 
político, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados). A 
exigência de 1 ano somente recai sobre as associações, não obrigando as organizações sindicais e 
entidades de classe. 
 
17) No MS coletivo, o interesse invocado pertence a uma categoria, grupo ou classe, agindo o 
impetrante como mero substituto processual (legitimação extraordinária) na relação jurídica, 
daí porque não se exige a autorização expressa dos titulares dos direitos, conforme exigência 
do art. 5º, inc. 21 da CF, que contempla caso de representação. Ou seja, se uma associação 
pleitear judicialmente determinado direito em favor de seus associados por outra via que não 
seja a do mandado de segurança coletivo, será necessária a autorização expressa, prescrita no 
 
 
 
 10/26 
art. 5º, inc. 21. Mas em se tratando de MS tal exigência não incidirá, por se tratar de hipótese 
de substituição processual. 
 
- Não se exige, também, que o direito defendido pertença a todos os filiados ou associados. 
Basta que pertença a parte deles. Súmula 630 – STF (Ex: Um benefício que aproveite apenas 
aos delegados de polícia inativos – parte da categoria). 
 
- Outro detalhe importante: embora sendo uma ação coletiva, segundo o STF, para o 
ajuizamento de MS coletivo, exige-se a comprovação de direito subjetivo, líquido e certo de 
um grupo, categoria ou classe, não se permitindo a sua utilização para o fim de proteger 
direitos difusos e gerais da coletividade. 
 
18) O prazo para impetração do MS é de 120 dias, a contar da data em que o interessado tiver 
conhecimento oficial do ato a ser impugnado (publicação do ato na imprensa oficial, por 
exemplo). Trata-se, de acordo com o STF, de prazo decadencial, não passível de suspensão ou 
interrupção. Não ocorre a decadência, entretanto, se o MS tiver sido protocolado a tempo 
perante juízo incompetente. Para o STF, referido prazo decadencial não é inconstitucional 
(súmula 632 – STF – É constitucional lei que fixa o prazo para a impetração de MS.) 
 
E se o ato impugnado é de trato sucessivo (pagamento periódico de vencimentos, prestações 
mensais de determinado contrato, etc.)? Aí o prazo de 120 dias renova-se a cada ato. Se o MS 
é do tipo preventivo, naturalmente não haverá prazo para sua impetração, porque não há se 
falar em ato coator concretizado nesse caso. 
 
19) Hipóteses de descabimento de MS: 
 
a) Não cabe MS contra lei em tese (STF, súmula 266), pois para o questionamento de leis em tese já 
existe a via apropriada do controle abstrato de constitucionalidade. A doutrina brasileira sustenta 
que se afigura razoável a superação de referida súmula, pois há muitos casos de leis que produzem 
imediatamente efeitos concretos, afetando posições jurídicas de forma imediata, e que deveriam, 
portanto, ensejar o cabimento da ação constitucional. Essas leis de efeitos concretos equivalem a 
 
 
 
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atos administrativos e, por terem destinatários certos, podem violar, de imediato, direitos 
individuais. (Exs: Leis que aprovam planos de urbanização, as que fixam limites territoriais, as que 
criam novos Municípios, as que concedem isenções fiscais, os decretos que desapropriam bens, os 
que fazem nomeações, etc.) 
 
b) Também não cabe MS, nos termos do art. 5º, da Lei 12.016/ 7-8-2009, contra: 
 ato administrativo de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de 
caução. É que, nesse caso, o interessado já dispõe de meio apropriado e efetivo de impugnação 
do ato. 
 Decisão judicial de que caiba recurso apto a impedir a ilegalidade ou admita reclamação 
correicional eficaz; O MS não é sucedâneo recursal. 
 atos disciplinares, salvo quando praticado por autoridade incompetente ou com inobservância de 
formalidade essencial. Essa hipótese tem sido objeto de críticas severas da doutrina, por impedir 
o exame do mérito de uma punição disciplinar, pois não haveria sustentação jurídica para esse 
posicionamento da lei. O que pode ocorrer, em casos como esses, é a não demonstração da 
liquidez e certeza do direito, tendo em vista a necessidade de exame probatório mais dilargado. 
 
 20) Por fim, deve-se mencionar que o MS não pode ser impetrado como ação substitutiva de 
cobrança (Súmula 269 – STF). Significa dizer que a concessão de MS não produz efeitos patrimoniais, 
em relação a período pretérito, os quais deverão ser reclamados administrativamente, ou pela via 
judicial apropriada. Ex: imagine-se que o Poder público esteja realizando desconto indevido na 
remuneração mensal de um servidor desde o mês de dezembro de 2004. O servidor, porém, só 
ajuizou o writ em março de 2005. Em setembro de 2005, é prolatada a sentença, reconhecendo a 
ilegitimidade de tal desconto. Nessa situação, embora a sentença tenha reconhecido a ilegalidade do 
ato, a ordem mandamental, em relação aos efeitos pecuniários (descontos indevidamente 
realizados), somente alcançará as prestações relativas ao período posterior à impetração (de março 
a setembro). Os descontos realizados em período anterior ao ajuizamento do writ (dezembro a 
fevereiro) não serão devolvidos por força da sentença mandamental; deverão ser reclamados na via 
própria, judicial ou administrativa. 
 
 
 
 
 12/26 
- HABEAS DATA: Art. 5, LXXII – CF. 
1) Na linha de especialização dos instrumentos de defesa de direitos individuais, a Constituição de 
1988 concebeu o habeas data como instituto destinado a assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante constantesde registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público e para permitir a retificação de dados, quando não se prefira 
fazê-lo de modo sigiloso. 
 
2) Concebido como instrumento de acesso aos dados constantes dos arquivos do Governo Militar, o 
HD acabou por se constituir em instrumento de utilidade relativa no sistema geral da Constituição de 
1988. Talvez isso se deva, fundamentalmente, à falta de definição de um âmbito específico de 
utilização não marcado por contingências políticas. 
 
3) O HD é remédio constitucional, de natureza civil, submetido a rito sumário, que se destina a 
garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em seu tríplice 
aspecto: a) direito de acesso aos registros relativos à pessoa do impetrante; b) direito de retificação 
desses registros e c) direito de complementação dos registros. 
 
4) O HD encontra-se regulado pela Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997, que, no inciso III do seu 
art. 7, acrescentou uma outra hipótese de cabimento da medida, além das constitucionalmente 
previstas, a saber: “para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou 
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.” 
 
- Essa garantia do HD não se confunde com o direito de obter certidões (art. 5, XXXIV, b – CF), ou 
informações de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5, XXXIII). Havendo recusa no 
fornecimento de certidões (para a defesa de direitos ou esclarecimento de situações de interesse 
pessoal, próprio ou de terceiros), ou informações de terceiros, o remédio apropriado é o mandado 
de segurança, e não o habeas data. Se o pedido for para conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, como visto, o remédio será o habeas data. 
 Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997 
 
 
 
 13/26 
Art. 1º (VETADO) 
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que 
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora 
ou depositária das informações. 
Art. 2° O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e 
será deferido ou indeferido no prazo de quarenta e oito horas. 
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e quatro horas. 
Art. 3° Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco de dados marcará dia e hora para que o 
requerente tome conhecimento das informações. 
Parágrafo único. (VETADO) 
Art. 4° Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o interessado, em petição acompanhada de 
documentos comprobatórios, poderá requerer sua retificação. 
§ 1° Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do requerimento, a entidade ou órgão 
depositário do registro ou da informação dará ciência ao interessado. 
§ 2° Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado apresentar explicação ou contestação 
sobre o mesmo, justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no cadastro 
do interessado. 
Art. 5° (VETADO) 
Art. 6° (VETADO) 
Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou 
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro 
mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, 
será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na 
segunda. 
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias 
sem decisão. 
Art. 9° Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição, entregando-
lhe a segunda via apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez dias, 
preste as informações que julgar necessárias. 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data, ou se lhe faltar algum dos 
 
 
 
 14/26 
requisitos previstos nesta Lei. 
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso previsto no art. 15. 
Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito, juntará aos autos cópia autêntica do 
ofício endereçado ao coator, bem como a prova da sua entrega a este ou da recusa, seja de recebê-lo, seja de dar 
recibo. 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9°, e ouvido o representante do Ministério Público dentro de cinco 
dias, os autos serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida em cinco dias. 
Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e horário para que o coator: 
I - apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas; ou 
II - apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante. 
Art. 14. A decisão será comunicada ao coator, por correio, com aviso de recebimento, ou por telegrama, 
radiograma ou telefonema, conforme o requerer o impetrante. 
Parágrafo único. Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radiofônica ou telefônica deverão ser 
apresentados à agência expedidora, com a firma do juiz devidamente reconhecida. 
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. 
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito meramente devolutivo. 
Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao qual competir o conhecimento do 
recurso ordenar ao juiz a suspensão da execução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a que 
presida. 
Art. 17. Nos casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos demais Tribunais caberá ao relator a 
instrução do processo. 
Art. 18. O pedido de habeas data poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o 
mérito. 
Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e 
mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à 
data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator. 
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e quatro horas, a contar da 
distribuição. 
Art. 20. O julgamento do habeas data compete: 
I - originariamente: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio 
Supremo Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; 
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
 
 
 
 15/26 
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos; 
II - em grau de recurso: 
a) ao Supremo TribunalFederal, quando a decisão denegatória for proferida em única instância pelos 
Tribunais Superiores; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais; 
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal; 
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a respectiva 
Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal; 
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição. 
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a informações e retificação de dados e para 
anotação de justificação, bem como a ação de habeas data. 
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 12 de novembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
 Iris Rezende 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.11.1997 
 
5) Atenção: o direito a receber dos órgãos públicos informações de interesse próprio, em sede de 
habeas data, não se reveste de caráter absoluto, cedendo passo quanto aos dados protegidos por 
sigilo, em prol da segurança da sociedade e do Estado. Nos termos do art. 5, XXXIII, o acesso a 
informações de órgãos públicos não abrange aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado. Evidentemente, tal ressalva não pode ser banalizada, sob pena de se tornar 
inócua a garantia do HD. Com efeito, conforme sustenta Pedro Lenza, em seu entender, infelizmente 
não acompanhado por parte da jurisprudência, não se poderia negar o irrestrito direito de acesso às 
informações, sobre a pessoa do impetrante, nem mesmo alegando o sigilo como imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado. Isso porque não há como, em matéria de direito individual, 
utilizar-se de interpretação restritiva. Ela há de ser, nessa matéria, ampliativa.” (Michel Temer) 
 
 
 
 
 16/26 
6) Legitimidade ativa: O HD poderá ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou 
estrangeira, bem como por pessoa jurídica. Saliente-se, porém, que a ação é personalíssima, 
vale dizer, somente poderá ser impetrada pelo titular das informações. 
 
7) Legitimidade passiva: No pólo passivo, podem figurar entidades governamentais, da 
Administração Pública Direta (União, Estados, DF e Municípios) e Indireta (as autarquias, as 
Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as Empresas Públicas e as Sociedades 
de Economia Mista), bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas 
detentoras de banco de dados contendo informações que sejam ou possam ser transmitidas 
a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária 
das informações (ex: as entidades de proteção ao crédito, como o SPC, o SERASA, entre 
outras). 
 
8) É irrelevante a natureza jurídica da entidade, que poderá ser pública ou privada. O aspecto que 
determinará o cabimento da ação será o fato de o banco de dados ser de caráter público, a exemplo 
do SPC. Note-se que, nesse caso, a entidade é de natureza privada, mas o seu banco de dados é de 
caráter público (as informações sobre os consumidores podem ser acessadas por terceiros). 
 
9) Importante: Aspecto importante do cabimento do HD diz respeito à exigência legal de que a ação 
somente poderá ser impetrada em Juízo diante da prévia negativa da autoridade administrativa de 
fornecimento (ou de retificação ou de anotação da contestação ou explicação) das informações 
solicitadas. Trata-se de uma das exceções constitucionais ao princípio do controle jurisdicional 
imediato (art. 5, XXXV), configurando hipótese de instância administrativa de curso forçado (a 
outra hipótese de curso forçado está prevista pelo art. 217, par. 1 – CF). 
 
10) Portanto, para que o interessado tenha interesse de agir, para o fim de impetrar habeas data, é 
imprescindível que tenha havido o requerimento administrativo e a negativa pela autoridade 
administrativa de atendê-lo, devendo tal negativa ou omissão da autoridade administrativa vir 
comprovada na petição inicial (art. 8, par. Único, da Lei 9.507/97). 
 
11) Outro dado interessante: No HD, não há necessidade de que o impetrante revele as causas do 
 
 
 
 17/26 
requerimento ou demonstre que as informações são imprescindíveis à defesa de eventual direito 
seu, pois o direito de acesso lhe é garantido, independentemente de motivação, até porque o acesso 
aos próprios dados constitui, na visão da melhor doutrina, uma materialização dos direitos de 
personalidade. 
 
12) A impetração do HD não está sujeita a prazo prescricional ou decadencial, podendo a ação ser 
proposta a qualquer tempo. 
 
13) A competência para o julgamento do HD foi delineada pela Constituição, tendo por critério a 
pessoa que pratica o ato (ratione personae). Exs: art. 102, I, d: competência originária do STF para 
processar e julgar HD contra atos do Presidente da República; art. 105, I, b – competência originária 
do STJ para processar e julgar HD contra atos dos Ministros de Estado, dos Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ou do próprio Tribunal. 
14) Tanto o procedimento administrativo quanto a ação judicial de HD são gratuitos (art. 5, inc. 77. 
Estão vedadas pela Lei quaisquer cobranças de custas ou taxas judiciais dos litigantes, bem como de 
quaisquer valores para o atendimento do requerimento administrativo. Ademais, não há ônus de 
sucumbência (honorários advocatícios) em HD. Para o ajuizamento da ação, porém, exige-se 
advogado. 
DO MANDADO DE INJUNÇÃO: art. 5, LXXI – CF 
 
1) A vigente Constituição, no intento de assegurar a plena eficácia e aplicabilidade de seus 
dispositivos, instituiu um novo remédio constitucional, a ação denominada mandado de injunção, 
cabível “sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.” 
 
2) Trata-se de um remédio constitucional colocado à disposição de qualquer pessoa que se sinta 
prejudicada pela falta de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exercício dos 
direitos, liberdades e garantias constitucionais prescritas no transcrito inciso. A preocupação, 
portanto, é conferir efetiva aplicabilidade e eficácia ao texto constitucional, para que este não se 
torne “letra morta”, em razão da omissão do legislador ordinário na sua regulamentação. Visa 
 
 
 
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combater, portanto, a chamada violação negativa da Constituição. 
 
3) Importante: embora não haja previsão expressa na Constituição, há pacífica orientação do STF a 
respeito do cabimento do mandado de injunção coletivo, admitindo-se a impetração pelas 
entidades sindicais ou de classe, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados 
dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela CF e que estejam inviabilizados pela 
ausência de regulamentação, nos mesmos termos previstos para o mandado de segurança coletivo 
(MI 20/DF, rel. Min. Celso de Mello, 19.05.1994.) 
 
4) A competência para o julgamento do mandado de injunção é determinada em razão da pessoa 
(ratione personae) obrigada a elaborar a norma regulamentadora, e que permanece inerte. A CF fixa 
a competência para julgamento de mandado de injunção nos seguintes dispositivos: art. 102, I, “q”; 
art. 102, II, “a”; art. 105, I, “h”; e art. 121, par. 4, V – CF. 
 
5) O mandado de injunção não é gratuito e, para sua impetração, é necessária a assistência de 
advogado. 
 
- Distinções entre o MI e a ADIpor omissão: 
 
- É patente o paralelismo existente entre o mandado de injunção e a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão, prescrita pelo art. 103, par. 2 – CF. Ambas as ações visam a suprir 
uma omissão do legislador, diante da necessidade de regulamentação do texto constitucional, mas 
possuem aspectos distintos, especialmente os seguintes: legitimação, objeto, procedimento, 
julgamento e competência, efeitos da decisão, etc. 
 
 Hipóteses de descabimento do MI: 
 
1) Segundo a jurisprudência do STF, não caberá mandado de injunção: 
 
a) se já existe norma regulamentadora do direito previsto na Constituição, ainda que defeituosa 
(mandado de injunção é remédio para reparar a falta de norma regulamentadora de direito previsto 
 
 
 
 19/26 
na Constituição; se já existe a norma regulamentadora, ainda que flagrantemente inconstitucional, 
não será mais cabível mandado de injunção; nesse caso, a validade da norma poderá ser discutida 
em outras ações, mas não na via do mandado de injunção); 
 
b) diante da falta de norma regulamentadora de direito prevista em normas infraconstitucionais (MS 
é remédio para reparar falta de norma regulamentadora de direito previsto na Constituição Federal, 
e não para os casos de falta de norma regulamentadora que esteja obstando o exercício de direito 
previsto em normas infraconstitucionais, tais como as leis, tratados internacionais ou decretos 
publicados no exercício do poder regulamentar do Chefe do Executivo); 
 
c) diante da falta de regulamentação dos efeitos de Medida Provisória não convertida em lei pelo 
Congresso Nacional (pelo mesmo motivo explicitado no item anterior). A hipótese está prevista pelo 
art. 62, parágrafos 3 e 11– CF. 
 
- LEGITIMAÇÃO ad causam PARA O MI: 
 
- Qualquer pessoa física ou jurídica que se veja impossibilitada de exercer um determinado direito 
constitucional por falta de norma regulamentadora. No mandado de injunção coletivo, a 
legitimação pertence ao partido político com representação no Congresso Nacional e à organização 
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
 
- No pólo passivo do mandado de injunção, devem figurar os órgãos ou autoridades públicas que 
têm a obrigação de legislar, mas estejam omissos quanto à elaboração da norma regulamentadora. 
Se a omissão for legislativa federal, o MI deverá ser impetrado em face do Congresso Nacional, salvo 
se a iniciativa para a lei for privativa de outro órgão ou autoridade, hipótese em que o mandado de 
injunção deverá ser ajuizado em face do detentor da iniciativa privativa (ex: Presidente da República, 
nas situações do art. 61, par. 1 – CF, por exemplo). 
 
- O STF firmou o entendimento de que os particulares não se revestem de legitimidade passiva ad 
causam para o processo do MI, pois somente ao Poder Público é imputável o dever constitucional 
 
 
 
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de produção legislativa. Dessa forma, só podem ser sujeitos passivos do MI entes públicos, não 
admitindo o STF a formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre autoridades 
públicas e pessoas privadas. 
 
 Eficácia da decisão em MI: mudança de orientação do STF. Teoria não-concretista e teorias 
concretistas do MI. 
Direito de Petição – art. 5, XXXIV, “a” - CF. 
 
- O direito de petição, previsto no art. 5, inc. 34, da CF, configura um clássico direito fundamental já 
constante do Bill Of Rights, de 1689. A nossa Carta Constitucional de 1824 já o consagrava e todas as 
demais Constituições brasileiras subseqüentes o albergaram. Trata-se de importante instrumento de 
defesa não jurisdicional de direitos e interesses gerais ou coletivos. 
 
- A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, “o direito de 
petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.” 
 
- O direito de petição, de natureza eminentemente democrática e informal (não há necessidade de 
assistência advocatícia), assegura ao indivíduo, ao mesmo tempo, participação política e 
possibilidade de fiscalização na gestão da coisa pública, sendo um meio para tornar efetivo o 
exercício da cidadania. É o instrumento de que dispõe qualquer pessoa para levar ao conhecimento 
dos poderes públicos fato ilegal ou abusivo, contrário ao interesse público, para que sejam tomadas 
as providências necessárias. Poderá, também ser um instrumento para a defesa de direitos perante 
os órgãos do Estado. 
 
- No conceito de petição há de se compreender “a reclamação dirigida à autoridade competente 
para que reveja ou eventualmente corrija determinada medida, a reclamação dirigida à autoridade 
superior com o objetivo idêntico, o expediente dirigido à autoridade sobre a conduta de um 
subordinado, como também qualquer pedido ou reclamação relativa ao exercício ou à atuação do 
Poder Público.” 
 
 
 
 
 21/26 
- É importante destacar as duas situações distintas que podem ensejar a petição ao poderes 
públicos: a) defesa de direitos; b) reparação de ilegalidade ou abuso de poder. Nesta segunda 
finalidade, o direito de petição pode ser exercido em prol do interesse coletivo ou geral, 
absolutamente desvinculado da comprovação da existência de qualquer lesão a interesses próprios 
do peticionário. 
 
- A legitimação é universal: qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira (ou mesmo 
um interessado que não possua personalidade jurídica, como uma sociedade de fato), pode 
peticionar aos poderes públicos, Legislativo, Executivo ou Judiciário, bem como ao Ministério 
Público, contra ilegalidade ou abuso de poder, ou, se for o caso, em defesa de direitos. Anote-se que 
não há aqui sequer que se cogitar de qualquer critério relativo à capacidade de exercício, uma vez 
que o menor também poderá exercer o direito de petição, se tiver consciência de seu significado. 
Em outros casos, deverá ser representado por seus representantes legais. 
 
- Apresentada a petição, a autoridade pública está obrigada constitucionalmente ao seu 
recebimento, ao exame e à expedição de resposta em tempo razoável – em respeito ao postulado da 
celeridade processual, previsto no art. 5, inc. 78 – CF -, sob pena de implicar ofensa ao direito líquido 
e certo do peticionário, sanável pela via do mandado de segurança. 
 
- A omissão injustificada da autoridade pública poderá, também, ensejar a sua responsabilização 
civil, administrativa e criminal. 
 
- O direito de petição, entretanto, não se confunde com o direito de ação, nem o substitui. Assim, o 
direito de petição, fundado no art. 5, inc. 34, “a”, da Constituição não pode ser invocado, 
genericamente, para exonerar qualquer dos sujeitos processuais do dever de observar as exigências 
que condicionam o exercício do direito de ação; tratando-se de controvérsia judicial cumpre 
respeitar os pressupostos e os requisitos fixados pela legislação processual comum. 
 
- O direito de petição não poderá ser utilizado como sucedâneo da ação penal, de forma a oferecer-
se, diretamente perante o juízo criminal, acusação formal, em substituição ao Ministério Público. 
 
 
 
 
 22/26 
- O direito de petição não torna apto o interessado a postular em Juízo, em nome próprio. Para isso, 
há de estar devidamente habilitado, na forma da lei. São distintos o direito de petição e o direito de 
postular em juízo. 
 
- De acordo com o Min. Celso de Mello, o direito de petição “qualifica-se como prerrogativa de 
extração constitucional destinada à generalidade das pessoas pela Carta Política. Traduz direito 
público subjetivo de índole essencialmentedemocrática. O direito de petição, contudo, não assegura, 
por si só, a possibilidade de o interessado – que não dispõe de capacidade postulatória – ingressar 
em juízo, para, independentemente de advogado, litigar em nome próprio ou como representante de 
terceiros ...” (AR 1354 AgR, 06.06.1997). 
 
DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES: ART. 5, INC. 34, “B” - CF. 
 
- A CF assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.” 
 
- Cuida-se de garantia constitucional de natureza individual, sendo obrigatória a expedição da 
certidão quando se destine à defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal 
do requerente. Desse modo, tal garantia não pode ser invocada por quem pretenda obter cópia de 
documentos a respeito de terceiro, a menos que este lhe tenha conferido mandato de 
representação. 
 
- O Estado está obrigado a prestar as informações solicitadas, ressalvadas as hipóteses de proteção 
por sigilo, sob pena de ofensa a direito líquido e certo do requerente, por ilegalidade ou abuso de 
poder, reparável na via do mandado de segurança. 
 
- A jurisprudência firmou-se no sentido de que não se exige do administrado a demonstração da 
finalidade específica do pedido. “Todavia, o art. 2, da Lei n. 9051/95, estabelece a necessidade dos 
interessados fazerem constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido.” A mesma lei, 
no seu art. 1, fixa o prazo improrrogável de 15 dias, contado do registro do pedido no órgão 
expedidor, para a expedição das certidões requeridas dos órgãos da administração centralizada e 
 
 
 
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autárquica, às empresas públicas, sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, 
dos Estados, DF e Municípios. 
 
- O não-fornecimento das informações englobadas no pedido de certidão, ressalvadas as hipóteses 
de sigilo, poderá ensejar a responsabilidade civil do Estado, bem como a responsabilização pessoal 
da autoridade que a denegou. 
 
- Cabe ressaltar que, diante da negativa ilegal ao fornecimento de certidões, o remédio judicial 
idôneo para a repressão da ilegalidade é o mandado de segurança, e não o habeas data. Como 
exemplo, o direito de o funcionário público obter certidão perante a autoridade administrativa para 
requerer a sua aposentadoria. Havendo negativa, o remédio cabível será o mandado de segurança e 
não o HD. 
 
- Por fim, inegável que o direito de certidão não é absoluto, podendo ser negado em caso de o 
sigilo ser imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado. Nesse sentido, regulando o art. 23 
da Lei n. 8.159/91, destaca-se o Decreto n. 4.553/2002. 
Lei n. 9051/95 
Art. 1º As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração 
centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro 
do pedido no órgão expedidor. 
Art. 2º Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a que se refere esta lei, deverão os interessados fazer 
constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido. 
Art. 3º (Vetado). 
Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 18 de maio de 1995; 174º da Independência e 107º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Nelson A. Jobim 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 19.5.1995 
 
 
 
 
 
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Lei n. 8.159/91, destaca-se o Decreto n. 4.553/2002. 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento 
de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. 
 Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos 
públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como 
por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. 
 Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua 
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento 
para guarda permanente. 
 Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou 
geral, contidas em documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujos sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida 
privada, da honra e da imagem das pessoas. 
 Art. 5º - A Administração Pública franqueará a consulta aos documentos públicos na forma desta Lei. 
 Art. 6º - Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente da violação do sigilo, sem 
prejuízo das ações penal, civil e administrativa. 
CAPÍTULO II 
DOS ARQUIVOS PÚBLICOS 
 Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por 
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, 
legislativas e judiciárias. Regulamento 
 § 1º - São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por 
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. 
 § 2º - A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua 
documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. 
 Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. 
 § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de 
consultas freqüentes. 
 § 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões 
de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. 
 § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser 
definitivamente preservados. 
 Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante 
autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. 
 Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. 
 
 
 
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CAPÍTULO III 
DOS ARQUIVOS PRIVADOS 
 Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou 
jurídicas, em decorrência de suas atividades.Regulamento 
 Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde 
que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. 
 Art. 13 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com 
dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior. 
 Parágrafo único - Na alienação dessesarquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição. 
 Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser 
franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. 
 Art. 15 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou 
doados a instituições arquivísticas públicas. 
 Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil 
ficam identificados como de interesse público e social. Regulamento 
CAPÍTULO IV 
DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS 
 Art. 17 - A administração da documentação pública ou de caráter público compete às instituições arquivísticas federais, 
estaduais, do Distrito Federal e municipais. 
 § 1º - São Arquivos Federais o Arquivo Nacional os do Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário. São considerados, também, do Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do Ministério das Relações 
Exteriores, do Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica. 
 § 2º - São Arquivos Estaduais os arquivos do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder 
Judiciário. 
 § 3º - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder 
Judiciário. 
 § 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo do Poder Legislativo. 
 § 5º - Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica. 
 Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder 
Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a 
política nacional de arquivos. 
 Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. 
 Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e 
recebidos pelo Poder Legislativo Federal no exercício das suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos 
documentos sob sua guarda. 
 Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e 
recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, 
 
 
 
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bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. 
 Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal e municipal definirá os critérios de organização e vinculação dos arquivos 
estaduais e municipais, bem como a gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto na Constituição Federal e nesta 
Lei. 
CAPÍTULO V 
DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS 
 Art. 22 - É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públicos.(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) 
 Art - 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na classificação dos 
documentos por eles produzidos. Regulamento (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) 
 § 1º - Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles 
necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são 
originariamente sigilosos.(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) 
 § 2º - O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da sociedade e do Estado será restrito por um prazo 
máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por uma única vez, por igual 
período.(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) 
 § 3º - O acesso aos documentos sigilosos referente à honra e à imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 
100 (cem) anos, a contar da sua data de produção.(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) 
 Art. 24 - Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a exibição reservada de qualquer documento sigiloso, 
sempre que indispensável à defesa de direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da parte. (Revogado pela Lei nº 
12.527, de 2011) 
 Parágrafo único - Nenhuma norma de organização administrativa será interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir 
o disposto neste artigo.(Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011) 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
 Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que 
desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social. 
 Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a 
política nacional de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (SINAR). 
 § 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por 
representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. 
 § 2º - A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento. 
 Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 Art. 28 - Revogam-se as disposições em contrário. 
 Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República. 
FERNANDO COLLOR 
Jarbas Passarinho 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.1.1991 e retificado em 28.1.1991

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