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CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NA AUTOESTIMA DAS CRIANÇAS EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ATRAVÉS DA PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL

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CENTRO INTERNACIONAL DE ANÁLISE RELACIONAL 
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
Daniela Marcelino Borges de Medeiros 
Turma 20 
 
 
 
 
CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NA AUTOESTIMA DAS CRIANÇAS EM 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ATRAVÉS DA 
PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
JULHO/2016 
2 
 
CENTRO INTERNACIONAL DE ANÁLISE RELACIONAL 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM 
PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
Diretor do CIAR e Orientador: Prof. Hc. Leopoldo Vieira 
Co-orientador: Prof. Me. Carmen Pellanda 
Daniela Marcelino Borges de Medeiros – Turma 20 
 
 
 
 
 
 
CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NA AUTOESTIMA DAS CRIANÇAS EM 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ATRAVÉS DA 
PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
 
 
 
 
Artigo científico apresentado para obtenção do 
Título de Especialista do curso de Pós-Graduação 
Lato Sensu em Psicomotricidade Relacional. 
 
 
 
 
CURITIBA/PR 
JULHO/2016 
3 
 
CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NA AUTOESTIMA DAS CRIANÇAS EM 
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ATRAVÉS DA 
PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
 
Daniela Marcelino Borges de Medeiros1 
Carmen Pellanda2 
José Leopoldo Vieira³ 
 
Resumo: 
 
A presente pesquisa tem caráter qualitativo e descritivo e visa a observar e acompanhar crianças 
de seis a oito anos em processo de alfabetização em relação à sua autoestima e rendimento 
escolar por um período de quatorze sessões consecutivas de Psicomotricidade Relacional, com 
foco na afetividade entre a psicomotricista relacional e as crianças. Através de imagens e 
filmagens, buscou-se dados da prática psicomotora relacional, que foram confrontados com a 
teoria de André Lapierre e com a contribuição científica de renomados autores e teorias sobre 
afetividade e analisou-se a contribuição no desenvolvimento da autoestima. Chegou-se à 
conclusão de que a afetividade está diretamente ligada à construção da autoestima de forma 
positiva e que houve uma melhora nos relacionamentos pessoais e interpessoais, 
proporcionando enriquecimento no quadro escolar e bem-estar dos indivíduos em geral. 
 
Palavras Chave: Psicomotricidade Relacional. Autoestima. Afetividade. Alfabetização. 
 
 
 
 
1 Farmácia. Pós-graduanda lato sensu em Psicomotricidade Relacional pelo CIAR – Curitiba/PR 
(bydanimarcelino@hotmail.com) 
2 Especialista em Educação Especial e Inclusiva. Psicomotricista Relacional. (carmen@ciar.com.br) 
3 Dr.h.c em Psicomotricidade Relacional; mestre em educação especial; Pós-graduado em movimento humano; 
pedagogo e educador físico 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A especialização em psicomotricidade relacional requer do profissional em 
formação um estudo teórico aprofundado, uma vez que está diretamente ligada ao exercício 
profissional. A terminologia afetividade, empregada, associada à fundamentação teórica e a 
prática profissional contribuem para a interpretação dos conteúdos e demandas e proporciona 
intervenções assertivas. 
Para entendimento da metodologia e para poder atingir os objetivos propostos pelo 
Estágio Supervisionado, é importante fazer uma leitura e interpretação de demandas latentes e 
manifestas das crianças em estudo, assim como realizar intervenções para atingir os resultados 
que esta metodologia psicomotora propõe. 
O presente trabalho demonstra a importância e a significação acerca da vivência do 
vocábulo “afetividade”, como um fenômeno psíquico que expressa emoções e sentimentos 
vivenciados no setting de psicomotricidade relacional na construção da autoestima das crianças. 
Como problemática, apresenta-se a seguinte questão: quais as mudanças significativas e 
positivas desenvolvidas a partir da vivência da afetividade? 
Tais mudanças estão referenciadas na teoria de André Lapierre, respondendo ao 
objetivo deste trabalho, que é apresentar a criação de vínculos afetivos e o desenvolvimento da 
autoestima. 
 
2. METODOLOGIA 
 
A presente pesquisa caracteriza-se por uma abordagem técnica de caráter 
qualitativo e descritivo por utilizar filmagens e fotos efetuadas durante as vivências. 
A amostra selecionada foi composta por crianças de seis a oito anos, em processo 
de alfabetização, que realizaram as atividades de Psicomotricidade Relacional em uma escola 
pública municipal de Criciúma – SC. Realizaram-se quatorze sessões, com duração de uma 
hora cada, com um grupo composto de dez crianças. 
Em seguida, efetuou-se uma pesquisa nos arquivos de fotos e buscaram-se as imagens 
relacionadas ao termo “afetividade”. A partir daí, efetivou-se o estudo comprobatório das 
5 
 
teorias relacionadas ao tema, bem como a relação entre afetividade e a construção da autoestima 
nas crianças, a partir da atuação afetiva da psicomotricista relacional em formação. 
O uso de imagens para fins acadêmicos estão devidamente autorizados pelos 
responsáveis legais de todas as crianças que aparecem nas imagens. 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
3.1- A AFETIVIDADE E CONSTRUÇÃO DE AUTOESTIMA 
 
Um dos maiores desafios dos professores na escola é poder identificar quais as 
dificuldades que as crianças apresentam ao serem alfabetizadas e ensinadas. Alguns estudiosos 
verificaram que a afetividade tem um papel fundamental para construir o conhecimento. Assim, 
ao tentar verificar a influência que a afetividade tem na relação entre professor, aluno e objeto 
de estudo, observaremos algumas teorias citadas abaixo. 
 
3.1.1 - Afetividade 
 
Uma das maneiras de acessar a mente dos seres humanos e promover mudanças é através 
dos sentimentos. As estruturas cerebrais sofrem diversas transformações até serem transcritas 
em impulsos nervosos e serem decodificadas e interpretadas pelo cérebro. 
A sede da afetividade primitiva inicia-se no sistema límbico com base apenas nas 
sensações de prazer e de desagrado, sendo que esses circuitos relacionais permanecem no 
inconsciente e são modelos das estratégias relacionais que tendem a repetir por toda a vida. 
(LAPIERRE; LAPIERRE, 2005). 
Cada contexto vivido por meio dos objetos e do corpo nas sessões de Psicomotricidade 
Relacional produz um significado simbólico e jogos imaginários, em especial a “linguagem do 
corpo, do gesto, da atitude, da mímica, do olhar, do objeto mediador simbólico, das tensões 
tônicas”, ou seja, a linguagem não verbal. As crianças expressam sentimentos profundos de 
forma inconsciente. As respostas costumam ser espontâneas e se estabelece uma comunicação 
profunda, no sentido de que mensagem utilizada não pode ser traduzida em palavras assim, 
6 
 
situado em nível límbico, das emoções e do afeto, “o inconsciente pode ser modificado sem 
passar necessariamente por uma verbalização e uma elaboração consciente. (LAPIERRE; 
LAPIERRE, 2005). 
Desta forma, o psicomotricista relacional utiliza suas estratégias de observação e no 
momento adequado faz a intervenção necessária. Neste trabalho o foco foi assegurar a 
possibilidade de se fazer intervenções afetivas que pudessem dar à criança mais segurança, 
proporcionando elevação de autoestima. (LAPIERRE; LAPIERRE, 2005). 
Segundo o dicionário Aurélio (2017), o significado de afetividade é faculdade afetiva; 
qualidade do que é afetivo, como também, função geral, sob a qual se colocam os fenômenos 
afetivos. Já o significado da palavra afetivo possui quatro possibilidades: em que há afeto, que 
mostra afeto ou afeição, relativo aos afetos ou de modo afetivo. 
 
 
3.2- ANDRÉ LAPIERRE E PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL 
 
 Assim como André Lapierre, estudiosos perceberam que a ligação entre afeto e a 
motricidade e também que o ambiente e oshábitos do indivíduo contribuem para uma melhora 
terapêutica. Lapierre constatou que a relação entre o terapeuta e indivíduo quando envolta em 
afetividade altera o estado emocional do paciente, fazendo-o progredir na terapia psicomotora 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSCICOMOTRICIDADE, 2016). 
 Neste contexto, André Lapierre desenvolve o enfoque psicomotor na escola, procurando 
modos de contribuir com a aquisição de pré-requisitos necessários para a aprendizagem infantil 
e de ensino fundamental. (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005, p. 19 e 20). 
De acordo com a teoria do livro “Psicomotricidade relacional: a teoria de uma 
prática” (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005, p. 29), o autor ao continuar o seu trabalho 
“pôde dar à educação psicomotora todo um embasamento afetivo, passando a chamá-la de 
Psicomotricidade Relacional”. A psicomotricidade como vivência corporal, vai auxiliar (...) à 
criança, (...) a expressão e superação de conflitos relacionais: 
 
“Interferindo de forma clara, preventiva e terapêutica, no processo de 
desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio emocional. Estes aspectos de 
desenvolvimento estão diretamente vinculados a fatores psicoafetivo relacionais 
destas pessoas” (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005, p. 32). 
7 
 
 
“Falar sobre a prática da Psicomotricidade Relacional significa falar sobre o que nos 
afeta e sobre o que afeta os outros. ” (BATISTA; VIEIRA, 2013 a p.7). 
 
Desta forma, percebeu que o corpo é tido como um lugar de sensibilidade, de 
afetividade, emoção, da relação consigo e com o outro. Compreendeu então que o corpo é tido 
como um corpo relacional, que pode e vive sensações, e que, através dele, podem-se 
desenvolver emoções e sensações psíquicas que interferem diretamente na autoestima de 
crianças. 
 
 
3.3- TEORIA DA AFETIVIDADE DE PIAGET 
 
De acordo com Yves de La Taile (1992) apud Neto (2012), Piaget diz que a afetividade 
é interpretada como uma espécie de ”energia” que motiva o ser humano a realizar ações, (...) e 
fator motivacional descrito como afetividade. 
Ocorrem transformações concomitantes ao desenvolvimento intelectual, momento 
em que a criança inicia o desenvolvimento de seus sentimentos e as relações passam a ser mais 
complexas; julgam se gostam ou não de algo iniciando a fase dos conflitos, ou seja, há um 
impacto na autoestima, através da criação de “valores e interesses que estão relacionados coma 
afetividade como os sentimentos de autovalorização (...)”, (NETO, 2012, p. 13). 
Desta forma, no processo de ensino e aprendizagem, a vontade faz os alunos 
buscarem um significado para aquilo que está sendo ensinado, terem mais prazer e fixarem 
melhor o conteúdo estudado quando há um reconhecimento de sua capacidade. 
 
3.4- TEORIA DA AFETIVIDADE DE VYGOTSKY 
 
Este autor discursa que a afetividade no processo de formação do ser humano é 
influenciada por fatores biológicos e sociais. O professor passa a ser o mediador do 
8 
 
conhecimento que não é aprendido no dia a dia. Assim, Vygotsky salienta a importância da 
vivência para construir conhecimentos. 
Kohl (1992) apud Neto (2012) afirma que Vygostsky conclui que nas situações 
corriqueiras os “processos passados pelo intelecto e pelo afeto ao se desenvolverem estão 
interligados entre si”. 
Outra observação de Kohl (1992) apud Neto (2012) é a de que Vygotsky defende 
que a motivação é essencial à formação do pensamento. Como fatores motivacionais colocados 
por Vygotsky temos o impulso, o afeto e a emoção. “ O pensamento é formado por esses fatores, 
uma vez que eles motivam o ser humano por meio do sentimento” (NETO, 2012, p. 19). O 
indivíduo aprende melhor quando tem prazer no que faz. 
Desta forma, a reação a uma determinada situação é intelectual. O indivíduo reflete 
e age de acordo com o que sente. Essa reação depende da emoção do outro, da forma como 
expõe os seus sentimentos e os coloca em evidência em um relacionamento entre duas ou mais 
pessoas. 
Segundo Neto (2012), Vygotsky entende que a base do pensamento é afetivo-
volitiva, ou seja, que há uma grande relação entre o sentimento e o afeto que se tem pela matéria 
e/ou professor com a vontade de aprender o que é lecionado. Então, a relação entre aluno e 
professor pode auxiliar de forma positiva ou negativa no aprendizado, desta forma contribuindo, 
ou não, com sua autoestima. 
 
3.5- TEORIA DA AFETIVIDADE DE WALLON 
 
Henry Wallon, com a teoria psicogenética, explica o seu ponto de vista sobre a 
afetividade no desenvolvimento cognitivo do ser humano. Segundo Dantas (1992) apud Neto 
(2012): 
“(...) a construção do sujeito e do objeto com a qual ele 
construirá seu conhecimento depende da alternância entre 
afetividade, ou seja, com o modo como o indivíduo vai 
relacionar o objeto de estudo com o seu cotidiano, discutindo 
ativamente com o professor, estabelecendo relações mais 
íntimas com o professor, e a inteligência caracterizada pelo 
processo de cognição do aluno”. (NETO, 2012. p. 21) 
9 
 
 
 
Afirma também que a teoria psicogenética é muito importante no desenvolvimento 
do indivíduo em vários sentidos: integração organismo-ambiente, integração cognitivo-afetiva 
e afetivo-motora. A sua genética irá se desenvolver de acordo com o ambiente e as pessoas com 
as quais ela convive. Assim, o lado afetivo terá a sua relação na aprendizagem entre alunos e 
professores, e a afetividade terá seu grau de importância no desenvolvimento da aprendizagem. 
De acordo com Mahoney e Ramalho (2005) apud Neto (2012), Wallon menciona 3 
conjuntos: a) afetivo: caracterizado pelas emoções humanas, sentimentos; b) ato motor: 
deslocamento do indivíduo ao reagir em determinadas situações e emoções; c) conjunto 
cognitivo: obtenção do conhecimento através da transmissão da informação necessária para 
adquiri-la, pode ser por meio de fotos, vídeos, sons, dentre outros. 
Do mesmo modo, a interação afetiva cognitiva está enredada na interação com o 
meio, pois o indivíduo reage com o meio em que vive e com as pessoas nele inseridas. 
 
 
3.6- – PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL: TEORIA E PRÁTICA 
 
Para a realização das sessões a sala necessita ser ampla, iluminada, segura e arejada, 
que permita um deslocamento livre, movimentos ampliados e facilitador da expressividade e 
liberdade de seu inconsciente. (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005) 
Segundo Vieira, Batista e Lapierre (2005), este espaço é carregado de significado 
simbólico, uma vez que os participantes ali depositam seus sentimentos mais diversos expressos 
por meio dos objetos intermediários de forma espontânea. O setting é o lugar onde são aceitas 
suas limitações ou habilidades, de forma que o psicomotricista relacional possa ser o continente, 
que passa segurança, confiabilidade e aceitação da criança, favorecendo a sua autoestima e sua 
autonomia. 
A Psicomotricidade Relacional utiliza alguns objetos tidos como clássicos, visto 
que foram largamente estudados e verificados quais os melhores para a expressão e 
decodificação simbólica dos comportamentos dos participantes pelo psicomotricista relacional 
em formação, sem ordem pedagógica, pela livre demanda de expressões. 
10 
 
Uma vez interpretado pela Psicologia que os movimentos voluntários conscientes 
estão ligados à afetividade e a emoção, a expressão de sentimentos inconscientes fica evidente 
e se expressa através dos comportamentos e de forma simbólica. 
 As sessões de psicomotricidade relacional devem ter uma hora de duração (no mínimo) e 
frequência semanal e são subdivididas em três momentos: ritual de entrada, jogo dinâmico e 
ritual de saída. 
 
5. RESULTADOS 
 
Tendo em vista o conhecimento científico acerca da teoria e as vivênciasefetuadas, 
pode-se constatar que a Psicomotricidade Relacional contribui para o desenvolvimento global 
do sujeito, assim como qualifica suas relações intrapessoal e interpessoal nas diferentes idades. 
O psicomotricista relacional em formação, durante as vivências pode utilizar de 
estratégias para atingir as crianças afetivamente, como ilustrado nas figuras abaixo. 
 
5.1 RESULTADO DA INTERVENÇÃO NÚMERO 1 
 
Na figura (F-1), durante uma das vivências, a criança aproximou-se do 
psicomotricista relacional e vestiu-o tal qual ela está vestida, realizando o seu desejo na 
identificação, confirmando o que a teoria diz: “Uma vez aceita em sua expressividade 
espontânea, a criança passa a aceitar de modo mais tranquilo o respeito às regras e ao outro. A 
consequência desta aceitação é a busca progressiva daquilo que mais deseja e necessita, que é 
a afetividade” (VIEIRA, BATISTA E LAPIERRE, 2005). 
Desta forma, segundo, Batista e Vieira (2013 a) “os problemas afetivo-emocionais 
do comportamento, associados ao fracasso escolar, levam a criança a desenvolver uma 
percepção de rejeição e abandono, alterando sua autoestima”. A intervenção assertiva do 
psicomotricista relacional modificou e ajustou o comportamento da criança de forma positiva, 
assim como promoveu sua autonomia e independência. 
 
11 
 
 
Figura (F-1) – Intervenção número 1 
 
5.2 RESULTADO DA INTERVENÇÃO NÚMERO 2 
 
Como registrado na Figura (F-2), através do olhar, houve uma comunicação não-
verbal. Lapierre e Lapierre (2005) traduzem o momento, através desta citação: “Mas foram 
estabelecidas, entre a criança e o adulto [...] relações profundas, feitas de afetividade, de 
compreensão, de aceitação, que modificaram completamente todas as relações posteriores, até 
a mais convencional delas”. Assim como também afirma em outro momento: “Diante do olhar 
do outro, nosso corpo não para de falar, não deixa de se comunicar” (LAPIERRE; LAPIERRE, 
2005, p. 107) 
Portanto, durante a observação, constataram-se melhoras significativas, como uma 
maior valorização da própria criança, aprimorando seu comportamento na reconstrução de 
limites e autonomia. 
 
12 
 
 
Figura (F-2) – Intervenção número 2 
 
 
5.3 RESULTADO DA INTERVENÇÃO NÚMERO 3 
 
Com base na afetividade, o encontro ilustrado na figura (F-3) pôde acontecer. O 
que Vieira, Batista e Lapierre (2005) citam como: “a afetividade é a estratégia mais importante 
na intervenção do psicomotricista relacional e consideramos que seu conteúdo deve estar na 
base de todas as relações que se mantêm na sala [...] Um encontro que dependendo de sua 
qualidade e ajuste irá favorecer para que a criança se sinta inteira emocionalmente e possa ousar 
a continuação de seu percurso rumo à maturidade de forma construtiva para si e para os outros”. 
Nesta criança, observou-se modificação profunda em seus comportamentos: 
limites, ajuste positivo da agressividade, inclusive a aproximação espontânea e toque do 
psicomotricista relacional. 
13 
 
 
Figura (F-3) – Intervenção número 3 
 
5.4 RESULTADO DA INTERVENÇÃO NÚMERO 4 
 
Segundo Vieira, Batista e Lapierre (2005), o tapete é muito utilizado quando a 
criança está em busca de contenção, afetividade e tranquilidade. Essa definição está 
representada pela figura (F-4), em que se percebe a entrega da criança neste espaço, a 
permissividade ao toque, disponível para ser acolhido, cuidado e protegido. 
Ainda segundo Batista e Vieira (2013 b), “Em nossa prática temos constatado que 
o encontro afetivo entre o adulto e a criança, dependendo de sua qualidade e ajuste, ajuda a 
criança a sentir-se inteira emocionalmente e estimula seu percurso rumo à maturidade de forma 
construtiva para si e para os outros. Logo, falar em afetividade é necessariamente falar em 
comunicação e em motivação, maior expressão do desejo de existir. É a capacidade de vivenciar 
os afetos que determinam as diferentes formas de relacionamentos entre as pessoas, 
distinguindo umas das outras”. 
 
14 
 
 
Figura (F-4) – Intervenção número 4 
 
 “Em geral, os problemas afetivo-emocionais do comportamento, associados ao 
fracasso escolar, levam a criança a desenvolver uma percepção de rejeição e abandono, 
alterando sua autoestima” (BATISTA; VIEIRA, 2013 (a), p. 95 e 96). 
Em relação aos fracassos escolares e na vida como um todo, podemos citar: “Sua 
incidência é maior na infância, porém perdura até a vida adulta. Quanto mais cedo o 
diagnóstico, menores os danos psicológicos. Este diagnóstico deve ser feito através de avaliação 
multidisciplinar” (BATISTA; VIEIRA, 2013 (a), p. 96). 
 
Pode-se reforçar a resposta de melhora na autoestima através de relatos da 
professora da turma em termos de comportamento, de aprendizado e relacionamentos 
interpessoais mais próximos e afetivos com colegas e professores. 
Com ênfase na prevenção, a psicomotricidade relacional na escola desenvolve os 
aspectos motores e emocionais/relacionais para que a criança consiga ter um desenvolvimento 
saudável e atingir seus objetivos dentro das questões motoras e emocionais de acordo com a 
sua faixa etária. 
Desta forma, a Psicomotricidade Relacional como atividade livre e espontânea, 
livre de preconceitos, favorece o desenvolvimento de laços emocionais que ficam gravados no 
inconsciente e favorecem, assim, o desenvolvimento global do ser, de fundamental importância 
na idade escolar, sendo imprescindível a sua prática em todas as escolas, quantas forem 
possíveis. 
15 
 
6. CONCLUSÃO 
 
O aumento da autoestima das crianças foi verificado através da observação de suas 
ações, que se tornaram mais seguras, confiantes, assumindo seus próprios desejos e ousando 
mais durante as sessões, contribuindo para uma melhora no rendimento escolar. 
Neste grupo de crianças trabalhado com vivências em Psicomotricidade Relacional, 
percebeu-se uma evolução geral do grupo no que diz respeito à autonomia, aceitação de si, 
manifestação de seus desejos, bem como melhora no rendimento escolar e relações 
interpessoais. 
Diante das manifestações de afetividade entre o psicomotricista relacional e as 
crianças nas sessões durante o estágio, pode-se concluir que tal intervenção estreita laços e 
promove mudanças significativas em sua mente, o que reflete em uma melhora em sua vida 
social, psíquica e afetiva. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Histórico da Psicomotricidade. 
Disponível em: psicomotricidade.com.br/historico-da-psicomotricidade/ - Acesso em: 
05/07/2016. 
 
AURÉLIO. Dicionário Aurélio Online. Disponível em: 
https://dicionariodoaurelio.com/afetividade Acesso em 29 de janeiro de 2017 
 
BATISTA, M.I.B.; GUERRA, A.E.L.; VIEIRA, J.L. Curso de Formação Especializada em 
Psicomotricidade Relacional. Centro Internacional de Análise Relacional: Fortaleza, 2012. 
 
BATISTA, M.I.B.; VIEIRA, J.L. Textos e Contextos em Psicomotricidade Relacional. Vol 
1. Fortaleza: RDS, 2013. (a) 
 
BATISTA, M.I.B.; VIEIRA, J.L. Textos e Contextos em Psicomotricidade Relacional. Vol 
1. Fortaleza: RDS, 2013. (b) 
 
CIAR – CENTRO INTERMACIONAL DE ANÁLISE RELACIONAL. Pós-Graduação 
Lato-Sensu em Psicomotricidade Relacional. Disponível em: 
www.ciar.com.br/psicomotricidade-relacional/pos-graduacao-lato-sensu-em-
psicomotricidade-relacional/ - Acesso em 9 de junho de 2016. 
 
16 
 
LAPIERRE, A.; LAPIERRE, A. O Adulto diante da criança de 0 a 3 anos: Psicomotricidade 
Relacional e formação da personalidade. 2ª ed. Curitiba: Editora UFPR, 2005. 
 
NETO, G.B. Uma breve visão sobre a afetividade nas teorias de Wallon, Vygotsky e Piaget. 
São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie. Trabalho de Conclusão de Curso em 
Ciências Biológicas(licenciatura). 2012. 
 
VIEIRA, J. L; BATISTA, M. I. B; LAPIERRE, A. Psicomotricidade relacional: a teoria de 
uma prática. 2 ed. Curitiba: Filosofart, 2005.

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