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Rodrigo Paiva M estre em Administração de Empresas pelas Faculdades de Estudos Administrativos de Belo Horizonte. Publicitário pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Nos últimos seis anos dedicou-se ao marketing educacional, na função de gerente de marketing. É também pro- fessor de Marketing Educacional em curso de pós-graduação. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 73 O cliente educacional H oje, um dos pontos que mais recebe atenção no marketing é o consumidor: diante do aumento da concorrência nas últimas décadas, diante da grande pulverização dos mercados, da cada vez maior segmentação das ofertas de produtos e serviços, entender o consumidor é uma obrigação para as escolas que tdo consumidor e tentativa de enxergar as diversas possibilidades de consumo a partir da sua lógica. Nem sempre ele vê os benefícios que a empresa vê em seus produtos ou serviços, e também não é sempre que ele percebe nos produtos as falhas técnicas que as empresas percebem. Os consumidores de uma empresa podem ser crianças de pouca idade, jovens, adultos, idosos, famílias e outras empresas. Cada uma dessas categorias possui um esquema próprio de entendimento da realidade, e até mesmo formas e critérios diferentes para tomar suas decisões de compra. Os grupos de consumidores que apresentam características comuns são denominados segmentos. Segundo Solomon, “[...] o processo de segmentação de mercado identifica grupos de consumidores que se assemelham de uma ou mais maneiras e cria, então, estratégias de marketing que exercem seu apelo a um ou mais grupos” (2002, p. 25). Normalmente, as empresas simplificam o processo de segmentação de seus mercados ao agruparem seus consumidores a partir tão somente de características demográficas. É natural que pessoas mais jovens tenham gostos e preferências diferentes dos gostos e preferências das pessoas mais velhas, assim como homens e mulheres apresentam comportamentos de consumo e motivações de compra muito diferentes uns dos outros. O que é preciso entender, em nossos dias, é que os segmentos de mercado são muito mais complexos que um cruzamento de variáveis como idade, gênero, local de residência, renda etc. Ainda que minimamente, é preciso compreender a visão de mundo do consumidor, sua lógica, a sua subcultura e o seu grupo de referência. Para isso, não há uma fórmula ou mesmo uma receita: cada caso é um caso. O fundamental é que o profissional de marketing educacional esteja atento às mudanças e às ações dos seus consumidores, tendo sensibilidade para olhar o mundo com olhos que não os seus. Essa postura fará a diferença entre uma escola centrada em sua própria lógica e aquela que tenta se ajustar aos movimentos do mercado. Ainda segundo Solomon (2002), as pessoas muitas vezes compram produtos não pelo que esses produtos fazem ou proporcionam, mas sim pelo que eles significam. Isso não quer dizer que a função básica de um produto não seja importante e sim que os papéis representados pelos produtos em nossa vida vão muito além das tarefas que desempenham. Os significados mais profundos de um produto podem levá-lo a se destacar em relação a outros produtos e serviços semelhantes – se forem todos iguais, será escolhida a marca que tem uma imagem (ou mesmo uma personalidade) coerente com as necessidades subjacentes do comprador. Ou seja, os consumidores avaliam os produtos não somente de forma objetiva, mas também subjetivamente. Quem é o cliente da sua escola? Uma escola é uma instituição destinada, entre outras coisas, à formação de pessoas dentro de perspectivas culturais preestabelecidas. Com a globalização, tem ocorrido uma aproximação entre as culturas dos diversos povos e países, mas ainda são grandes as discrepâncias na formação de cidadãos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 74 ao longo de todo o mundo. As instituições de ensino são o elo entre a cultura de um povo e seu repasse formal aos indivíduos durante seu processo de formação enquanto cidadãos e também durante seu aperfeiçoamento profissional. A questão a discutir é quem é o real cliente das instituições de ensino. Kotler (1998) afirma que, se você não está olhando para seu cliente, não precisa olhar para mais nada. Sem dúvida, a razão de ser de uma empresa ou qualquer tipo de organização mercantil é realizar trocas que gerem valor para a empresa e seus clientes. O ponto é: o cliente de uma escola é o aluno, o mercado de trabalho ou ocupacional (de forma geral) ou a sociedade? Essa é uma discussão ampla e conceitual, mas uma interpretação errada sobre quem é o cliente de uma escola pode ocasionar um problema de miopia de marketing. Se uma instituição de ensino que se destina à formação de crianças e jovens até a conclusão do Ensino Médio está dirigida para atender ao mercado, terá cursos e foco pedagógico voltados à formação de alunos capazes de receber aprovação no vestibular. Se uma faculdade tem esse perfil, pode (dentro do permitido legalmente) diminuir a quantidade de disciplinas de enfoque reflexivo e humanístico e priorizar uma formação tecnicista para o mercado. O problema dessa postura é que os indivíduos formados nessas escolas aprendem sobre o mercado existente em um determinado momento e, como não foi priorizado em sua formação um treinamento reflexivo e humanístico, sua capacidade de adaptação às mudanças e mesmo de compreensão dessas mudanças é frágil. Se uma instituição de ensino entende que seu cliente é a sociedade, pode incorrer no erro de formar alunos excessivamente reflexivos e com pouca capacidade prática. A missão de formar cidadãos éticos e históricos pode influenciar o modelo pedagógico e a grade dos cursos dessa instituição – qualquer que seja seu nível e qualquer que seja o segmento para o qual é voltada – e o resultado pode ser cidadãos com grande habilidade de reflexão e contestação, mas com pouca e difícil inserção social. Se uma escola elege o aluno como seu cliente, ela pode incorrer no erro de atender às vontades de indivíduos que estão em pleno processo de formação e, apesar de prestar-lhes um atendimento digno de um hotel, com instalações modernas e confortáveis, poderá estar abrindo mão de seu papel maior: formar seus alunos, ajudando-os no processo de educação e inserção social. Esse é um dilema a ser resolvido nas instituições de ensino, mas reside no equilíbrio uma ótima reflexão. Muito se escreveu sobre o foco no cliente, o cliente em primeiro lugar, o atendimento de qualidade, o ato de prever e satisfazer as necessidades e desejos do consumidor. Ora, o ponto é que para o marketing educacional um aluno é um cliente diferente: ele está para uma escola da mesma forma que um paciente para um médico. Pode ser que o paciente não goste de seguir um tratamento, ou do sabor e dos efeitos colaterais de um medicamento, mas ele Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 75 não está apto a julgar a consistência do trabalho do seu médico. O que o paciente consegue avaliar é o padrão das instalações, a cordialidade da secretária e mesmo a do médico, além de outros elementos ligados à prestação de serviços. O paciente consegue, então, coletar informações acerca da reputação do médico. Reputação esta calcada em anos de bons ou maus serviços à medicina e no tratamento de pacientes anteriores. Sobre o serviço médico propriamente dito, faltam-lhe conhecimentos para avaliar plenamente. O mesmo ocorre com os alunos, que são usuários dos serviços educacionais denominados suplementares, mas são alunos quando estão em sala de aula. Pode-se entender que o aluno existe como um duplo consumidor dos serviços educacionais: no momentoem que consome o serviço básico, ele é um aluno e suas vontades e desejos devem ser satisfeitos desde que não haja prejuízo para o processo de aprendizagem; no momento em que usufrui os serviços suplementares (secretaria, biblioteca etc.) e mesmo das instalações físicas (infraestrutura, estacionamento etc.), ele deve ser visto e entendido como um usuário, tendo plenas condições de julgar se foi bem atendido ou não ou mesmo se a estrutura física da instituição é adequada ou não. Isso é algumas das partes que compõem o serviço educacional, existem outros tipos de serviços e a comparação é inevitável. Em resumo, estar focado nos alunos não significa abrir mão de rigor, cobrança ou mesmo qualidade acadêmica. Segundo pesquisa realizada em 2005 em capital da Região Sudeste com estudantes universitários, os alunos gostam de ser cobrados em sala de aula, mas não admitem ser tratados como pessoas sem vontade e expressão dentro de sala e, principalmente, nos diversos departa- mentos com os quais têm contato constante na escola. Assim, o que as escolas devem buscar é um equilíbrio sadio entre o foco no aluno, dentro do paradigma aluno-usuário, de forma a torná-lo um cidadão dotado de valores sociais e apto a interagir socialmente. Na sequência, será possível visualizar as principais diferenças, dentro de um enfoque de marketing, entre os consumidores pessoa física e os consumidores pessoa jurídica, visto que várias escolas atendem a esses dois públicos e que eles têm comportamentos muito diferentes. O consumidor enquanto indivíduo Um dos grandes questionamentos dos profissionais de marketing é sobre como influenciar os consumidores, seja para que percebam um determinado produto, seja para que o comprem. Nesse sentido, é fundamental um mergulho na forma pela qual o consumidor captura, interpreta e age sobre o mundo. O primeiro passo é entender que os indivíduos interagem com o mundo a partir de seus órgãos de sentido: olhos, ouvidos, nariz, boca e pele. O marketing deve criar estímulos que interajam com esses órgãos caso queira fazer com que um produto faça parte da vida de um consumidor. A partir do contato com os estímulos, os indivíduos podem ou não dar atenção a eles. Por exemplo, o momento em que dirigimos nosso carro, caminhamos pela calçada de uma grande avenida ou folheamos uma revista: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 76 enquanto praticamos esses atos, somos expostos a dezenas de outdoors, letreiros de lojas e anúncios. Não nos recordamos da absoluta maioria das propagandas que se oferecem a nossos órgãos sensoriais, pois não lhes dedicamos atenção. Aquelas que nos prendem pela forma inusitada da mensagem ou por tratarem de uma área de nosso interesse são interpretadas em nossa mente e a elas atribuímos significados, conforme se observa no quadro a seguir, extraído da obra de Solomon: (S O LO M O N , 2 00 2, p . 5 2) Estímulos sensoriais Imagens Sons Odores Gostos Texturas Receptores sensoriais Olhos Ouvidos Nariz Boca Pele Exposição Atenção Interpretação Um dos grandes desafios dos profissionais de marketing é entender o que rompe a barreira da indiferença dos consumidores, mas sem apelações que não agreguem valor à marca e que não condigam com seu posicionamento: se isso ocorrer, a empresa terá chamado a atenção, mas com o risco de iniciar um processo de ruptura de significado que pode trazer prejuízos à imagem da marca. Para melhor compreensão de como os consumidores interpretam o significado das mensagens e estímulos lançados pelas empresas, alguns profissionais de marketing estão se voltando (SOLOMON, 2002, p. 66) para um campo de estudos conhecido como semiótica, o qual examina a correspondência entre os signos e símbolos e seu papel na atribuição de significado. A semiótica ajuda a compreender por que os consumidores usam produtos para expressar suas identidades sociais. E assim, a partir de um mergulho na lógica associativa do consumidor, poderemos (não sem um grande esforço) entendê-la ou mesmo tentar modificá-la. Ora, as pessoas agrupam as informações que recebem do ambiente externo em redes associativas, ou seja, as informações às quais damos atenção são interpretadas e armazenadas em nossa mente dentro de um padrão específico. Quando falamos de uma escola como a Universidade de São Paulo (USP), pensamos imediatamente em qualidade e tradição porque em nossa mente sempre “arquivamos” USP nas proximidades desses termos. E também ocorre a operação inversa: quando pedimos um exemplo de escola tradicional e de qualidade, é muito comum ouvir o nome da Universidade de São Paulo, pela forma como ela se posiciona, pelos estímulos que lançou no mercado nas últimas décadas e também pela vivência das pessoas, seja porque um amigo conseguiu ou não conseguiu ser admitido, seja porque um de seus professores publicou um livro, ou deu uma entrevista etc. Como se vê, a aprendizagem sobre um produto ou empresa decorre da observação ou da vivência. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 77 E também há que se notar que as empresas têm uma dificuldade muito grande em diferenciar seus produtos a partir de uma perspectiva funcional e por isso cada vez mais buscam diferenciar seus produtos a partir de um enfoque hedônico, ligado ao prazer: a partir de uma compreensão das redes associativas, as empresas elencam sensações junto às quais querem que seus produtos sejam indexados, arquivados. As razões para um produto ser comprado podem variar muito. Identificar os motivos que levam uma pessoa a escolher um curso é fundamental para que uma escola entenda que tipo de valor ela gera – sob a óptica do mercado. Abordagens tradicionais sobre consumo, a partir de benefícios utilitários e hedônicos, fazem parte das linhas de investigação dos profissionais de marketing. Uma determinada escola pode ser escolhida porque um candidato acredita que nela fará bons amigos e/ou porque essa escola representa um sinal de ascensão social para determinada família. Como foi demonstrado pela hierarquia de Maslow, o mesmo produto pode satisfazer diferentes necessidades, dependendo do perfil do consumidor em um determinado momento. Alguns conceitos Para entender certos aspectos mais profundos e subjetivos que influenciam as decisões de consumo, vamos detalhar alguns conceitos. O eu Todo indivíduo tem de si mesmo uma imagem ou autoconceito e a partir dela age enquanto consumidor, tentando melhorar a forma como se vê e como acredita que os outros o veem. Segundo Solomon (2002) e Engel (2000), o auto- conceito é formado pelas crenças que uma pessoa desenvolve sobre seus próprios atributos e como ela avalia suas qualidades e objetivos: é uma avaliação de si mesmo tendo o ambiente a sua volta como referencial. Modificar o autoconceito é uma enorme motivação de consumo para qualquer indivíduo e certamente o consumidor terá uma grande motivação para a compra se o marketing embalar um produto em significados percebidos por esse consumidor como capazes de suprir uma “falha” em seu autoconceito. Apesar das descrições diferentes na literatura especializada, consideramos o autoconceito como sendo formado por três partes principais – a autoestima, o eu real e o eu ideal. No geral, o autoconceito pode ser positivo ou negativo. A autoestima relaciona-se com a positividade do autoconceito da pessoa: o autoconceito será tanto mais positivo quanto maior for a autoestima, de modo que a autoestima relaciona-se com a percepção da aceitação de uma pessoa pelas demais – quanto mais aceito alguém se sente, maior é a sua autoestima. Este material é parte integrante do acervodo IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 78 O eu real refere-se a uma avaliação do indivíduo sobre como ele acredita que realmente é. O eu ideal é como o indivíduo aspira a ser, principalmente a partir da percepção dos outros. Quanto mais próximos estes “eus”, maior será a autoestima do indivíduo. O que muitas empresas fazem é direcionar o consumidor para uma visão de que existe uma distância entre seus “eus”, de forma que surge uma tensão que precisa ser eliminada. Como solução, surgem produtos com a promessa subjacente de aproximar o eu real do eu ideal, aumentando a sensação de bem-estar do consu- midor a partir de uma elevação de sua autoestima. Personalidade Outro aspecto importante acerca dos consumidores é a compreensão de sua personalidade, que é um aspecto interveniente no comportamento de consumo dos indivíduos. A personalidade pode ser considerada como a formação psicoló- gica única de um indivíduo, a partir da qual as pessoas reagem aos estímulos do ambiente no qual estão inseridas. Sigmund Freud foi um dos maiores e mais famosos estudiosos da perso- nalidade humana. Simplificando ao máximo suas ideias, a personalidade de um adulto seria fruto de conflitos entre a vontade de satisfazer seus desejos mais instintivos de um lado e, de outro, a busca por uma virtude excessiva que culminaria por transformar esse indivíduo em um exemplo de respeitabilidade em relação ao próximo. Para Freud, nossa personalidade é formada pelo id, o ego e o superego, os quais não constituem partes físicas do cérebro. O id seria a parte da mente destinada à busca do prazer imediato, a parte egoísta de nossa personalidade. O superego é o contrapeso do id, a parte da mente humana que internaliza as regras sociais e busca atendê-las. O ego seria o árbitro entre os dois sistemas, permitindo que atendamos ao id sem ferir as regras sociais. Alguns produtos foram desenvolvidos buscando atender ao equilíbrio proposto por Freud: são produtos que atendem aos nossos instintos de sexualidade e prazer, entre outros, mas de forma socialmente aceitável. Estilo de vida Segundo uma frase popular, para se conhecer uma pessoa basta conhecer seu lixo: o que vai para o lixo revela o estilo de vida, que é como as pessoas gastam seu tempo e seu dinheiro, conforme conceito apresentado por Solomon (2002). Entender o que as pessoas compram e porque compram, e com que atividades gastam seu tempo, é fundamental antes do lançamento de um novo produto ou mesmo no entendimento do padrão de consumo de qualquer bem. Compreender o padrão de consumo é importante porque é a partir dele que o indivíduo monta sua identidade e expressa seu autoconceito. No mesmo passo, entender o estilo Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 79 de vida e o que o ocasiona é fundamental para se entender a tomada de decisão do indivíduo e um bom início para essa compreensão é o estudo do autoconceito. Estudar o estilo de vida dos indivíduos também é importante para se chegar a uma compreensão acerca de grupos de consumidores. Normalmente, pessoas que se relacionam socialmente e fazem parte de um mesmo grupo possuem hábitos de compra muito similares, fundados sobre as mesmas causas ou pilares lógicos. Pessoas da mesma idade consomem entretenimento noturno aos finais de semana por motivos similares, executivos se vestem de determinada forma porque simbolicamente essa atitude comunica uma série de coisas. Como você se sentiria se fosse à sala do diretor de uma faculdade importante e o encontrasse de camiseta regata? Provavelmente isso não condiz com a imagem que você tem a respeito dele e do seu cargo. Então, compramos o que compramos e fazemos o que fazemos porque necessitamos seguir padrões aceitos e arraigados em nossa sociedade, em nossa cultura. Cultura É inegável que nos relacionamos com o mundo a partir da cultura na qual fomos educados. Um exemplo claro está nas diferenças entre os hábitos cotidianos de orientais e de ocidentais. O conjunto de significados, normas e tradições por meio dos quais os seres humanos se relacionam consigo mesmos, com o ambiente que os cerca e com os demais seres é denominado cultura. Esse é o conceito de cultura utilizado neste livro. Para Solomon (2002), a cultura pode ser entendida como a personalidade de uma sociedade. Indivíduo Ambiente Sociedade Cultura É por meio da cultura que aprendemos o que é certo e o que é errado. O que deve e o que não deve ser feito. E agimos dentro desse padrão enquanto cidadãos e consumidores. A cultura envolve os hábitos alimentares, a moral de um grupo social, seus valores etc. Não se pode dizer que sociedades consideradas “primitivas” praticantes da antropofagia não tivessem cultura: comer carne humana era um hábito socialmente aceitável, explicado pela cultura daqueles povos, da mesma forma que o hábito de comer em restaurantes fast-food está inserido em nossa cultura. Seria adequado montar uma universidade em uma sociedade que valorize somente a formação profissional? Não seria mais adequado montar um colégio profissionalizante? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 80 Entender a lógica de significados que mantém um grupo de pessoas coeso, agindo dentro de padrões predeterminados, é algo fundamental para se entender a lógica de consumo dos membros desse grupo. E como tudo em sociedade é mutável, a cultura também é. Hoje, a preocupação com o meio ambiente é maior do que na época do descobrimento do Brasil, aceita-se que um casal more junto sem estar legalmente casado, aceita--se que as mulheres tenham os mesmos direitos e oportunidades profissionais que os homens etc. O que torna o estudo da cultura algo particularmente desafiador é que, além de complexa, ela é mutável, está em constante evolução. E é preciso entendê-la como algo que ocorre em níveis diversos. Por exemplo, existe uma cultura mundial (expressa em padrões de relacionamento que tornam possível a existência de instituições como a Organização das Nações Unidas e a Ordem de Mundial: Comércio), culturas nacionais (como a brasileira), culturas regionais (como a nordestina), e culturas menores (dentro das cidades), como a cultura dos clubbers, dos funkeiros etc. Inserida em uma cultura maior, a cultura menor é denominada subcultura. Como se vê, o indivíduo participa de várias subculturas e para entender o seu comportamento de compra é fundamental entendê-las. Grupos sociais Como seres sociais, os seres humanos estabelecem vários tipos de vínculos com outros indivíduos, participando de vários grupos distintos: a família, os amigos de trabalho, os amigos do clube, os companheiros de determinado hobby e os amigos da igreja se constituem como diferentes tipos de grupos. Solomon (2002, p. 257) afirma que todo indivíduo ou grupo de indivíduos reais ou imaginários concebidos como tendo relevância sobre as avaliações, aspirações ou comportamento de um indivíduo constituem grupos de referência para esse indivíduo. Uma banda de rock pode fazer parte de um grupo de referência específico para um indivíduo. Os grupos são importantes para os indivíduos porque servem de balizadores para que a pessoa avalie se está bem ou mal em relação ao seu meio, se está integrada: para estar bem é preciso se sentir aceito pelos demais membros e ter acesso a produtos que tenham relevante significado para o grupo. Os adolescentes são indivíduos muito suscetíveis às reações dos grupos aos quais pertencem e normalmente precisam comprar muitos produtos de moda para continuarem se sentido aceitos. No interior dos grupos sociais, o líder de opinião é, normalmente, uma pessoa queinfluencia outras pessoas e sempre tem conhecimento específico sobre determinado assunto ou produto. Identificar e influenciar líderes de opinião pode ser uma eficiente estratégia de marketing para qualquer negócio. E, além do líder de opinião, existem outras lideranças que não são caracterizadas por conhecimentos: são líderes por causa de seu sucesso, de seu cargo etc., e igualmente influenciam o comportamento de compra das outras pessoas. Classe social Para Engel (2000), classes sociais são divisões dentro da sociedade, compondo-se de indivíduos que partilham valores, interesses, comportamentos Quem são os influenciadores no processo de escolha de um curso ou escola? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 81 e nível de renda semelhantes. O conceito de classe social transcende a questão da renda do indivíduo, embora o senso comum considere que a classe social se defina como um conjunto de indivíduos que partilham o mesmo padrão de renda e posses. Para o marketing, o conceito é muito mais amplo, a renda é somente um de seus componentes, junto com estilo de vida e grau de instrução – entre outros. De todo modo, indivíduos que pertencem à mesma classe apresentam padrões de consumo similares. Tomada de decisão individual Quando um consumidor faz uma compra, ele está resolvendo um problema pessoal: em última medida, ele precisa e quer minorar uma tensão existente. A seguir, apresentamos as etapas propostas por Solomon para a tomada de decisões individuais. Resultados Escolha do produto Avaliação das alternativas Busca de informações Reconhecimento do problema (S O LO M O N , 2 00 2, p . 2 09 ) O reconhecimento do problema é a primeira etapa de um processo de compra individual e consiste na identificação, por parte do consumidor, de uma tensão entre a realidade e o que ele deseja. Os problemas podem ocorrer pelo reconhecimento de um estado real a ser alcançado, ou mesmo de um estado ideal. Um fogão quebrado é um tipo de problema real, assim como o reconhecimento de que existem fogões melhores e mais modernos. A busca de informação é uma etapa caracterizada pela busca de alternativas para solucionar o problema e essa busca pode ocorrer de forma externa ou interna. O consumidor pode explorar o ambiente externo por meio de anúncios, sites, visitas a lojas, conversa com amigos, conversa com especialistas, ou simplesmente recorrer à própria mente e recordar informações que possam ajudá-lo a resolver o problema. Existem consumidores que buscam informação sobre determinados assuntos de maneira contínua (como alguém que sempre lê revistas especializadas Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 82 em carros) e assim, quando um problema é identificado, ele já tem várias alternativas em mente. A publicidade constante e o investimento em ações de relações públicas são importantes para que os consumidores sempre relacionem a empresa com a solução do problema que se apresenta. Após a busca de informação, os consumidores avaliam as alternativas, o que é uma importante etapa no processo de decisão de compra, e os itens avaliados pelo consumidor variam de produto para produto. Avaliar a compra de um curso superior é algo completamente diferente de avaliar a compra de um carro, ou de uma viagem de férias. Dentro de um supermercado, por exemplo, o consumidor pode escolher entre as alternativas existentes no ambiente, além das marcas e produtos dos quais se lembre. No caso dos serviços educacionais, é complexo estar em um local de escolha físico (como ocorre nas feiras). É importante notar que os critérios de comparação entre as opções são, muitas vezes, subjetivos, os consumidores podem considerar uma infinidade de critérios que sequer passam pela cabeça dos gestores educacionais. Na busca de uma compreensão sobre os critérios de escolha por um curso ou escola, há várias técnicas de pesquisa que podem ser muito úteis para que os profissionais de marketing entendam como alunos e seus pais avaliam comparativamente cursos e escolas. Tendo escolhido seu curso, chegamos ao resultado: os alunos vivenciam a experiência educacional e essa experiência fará parte de seu repertório, a partir do qual ele reconhecerá novos problemas e buscará novas infor- mações. Com base em todos os conceitos apresentados, não se podem agrupar os consumidores e alunos somente a partir de um conjunto de características demo- gráficas: entender o consumidor vai além da segmentação sociodemográfica, vai além de entender sua idade, seu gênero, seu nível de escolaridade etc., pois preci- samos também da segmentação psicográfica (ENGEL, 2000) ou estilos de vida, precisamos de informações sobre valores, crenças, traços e padrões de compor- tamento individual que caracterizem um segmento de mercado. Transcendendo as características demográficas, as decisões de compra são influenciadas também pelas diferenças ou variáveis individuais e ambientais. São variáveis individuais: certos recursos do consumidor – como dinheiro e tempo; o conhecimento – como informações armazenadas na memória dos consumidores e informações sobre o uso do produto e possíveis locais para a compra; atitudes do consumidor – avaliações gerais que sempre se faz a respeito de tudo o que nos cerca e que influenciam o processo de tomada de deci- são; motivação – diferentes motivações mobilizam pessoas diferentes, ou uma mesma pessoa em momentos diferentes; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 83 personalidade; valores; estilo de vida. Como variáveis ambientais, devemos considerar: a cultura dos indivíduos; sua classe social; a família; a aprendizagem decorrente da atuação de terceiros. Comportamento de compra corporativo Atualmente, é natural que escolas sejam contratadas por empresas para a oferta de cursos a funcionários e o comportamento de compra das organizações é completamente diferente daquele seguido pelas pessoas físicas: normalmente, o processo de tomada de decisão das empresas é coletivo e tende a ser mais racional que as decisões individuais. Tal racionalidade pode ser explicada pela prática empresarial de as compras seguirem especificações bastante rígidas e pelo fato de em público e coletivamente sermos sempre mais racionais que na intimidade e individualmente. Além disso, os fornecedores precisam se adequar totalmente às rotinas da empresa e, muitas vezes, até mesmo à sua cultura. A seguir, seguem as etapas de uma tomada de decisão organizacional com base em Hutt (2001, p. 74): reconhecimento do problema; determinação das características e quantidades necessárias; descrição das características e quantidades necessárias; procura e qualificação dos fornecedores potenciais; recebimento e análise de propostas; avaliação das propostas e seleção de fornecedores; seleção de uma rotina de pedido; revisão do desempenho. Como as decisões dos clientes organizacionais são permeadas por uma racionalidade maior que as decisões dos clientes individuais e considerando que as vendas do setor educacional para organizações são fortemente marcadas pela oferta de serviços altamente customizados, a abordagem de marketing ideal para o desenvolvimento desse mercado se dá por meio das vendas pessoais e não de investimentos em comunicação de massa. Segundo Hutt, aqui o papel da comu- nicação é somente de fortalecimento da imagem das instituições que atuam no segmento de B2B1, visto que, como as demandas são fortemente marcadas por personalização, a venda pessoal é a única formade atender a demanda e mesmo propor alternativas inovadoras. 1B2B ou business-to-busi-ness é a fatia do merca- do formada pelas vendas de empresa para empresa. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 84 A segmentação dos clientes corporativos pode ser feita principalmente pelo tamanho dos clientes, por sua localização geográfica, pelo tipo de critério de compra adotado pelos possíveis clientes (se uma escola se posiciona na oferta de alto valor agregado, não deve considerar como possíveis clientes empresas que tenham o custo como variável para a tomada de decisão). A gestão escolar em um mundo de similaridades (PATRÍCIA PESSÔA1) Sua escola conhece os clientes que possui? Tem canais bem organizados de relaciona- mento, que geram informações gerenciais que agregam valor tanto para seu cliente como para seu negócio? Esses são questionamentos que, sem dúvida, a escola atual e moderna necessita fazer num mundo em que há desintegração de fronteiras e abertura de mercados antes protegidos. Ela não pode ficar confiante em sua participação no mercado. Há superávit de informações, de apelos e de novas ofertas. Como consumidores, ficamos atordoados com tantos outdoors, malas diretas, serviços de telemarketing (geralmente em horas impróprias e tão mecânicos!), propagandas em jornais, televisão e rádio. Então me pergunto: o retorno dessas ações compensa? Consegue-se atingir o público-alvo? Recebi, há pouco tempo, uma mala direta convidando-me para participar de um intercâmbio para high school! Achei graça em um primeiro momento, mas depois senti pena. Quanto dinheiro jogado fora! No cenário atual, de grandes mudanças e competição desenfreada, faz-se necessário entregar excelentes serviços aos clientes para gerar valor e se diferenciar. Às instituições escolares cabe o desafio de rever antigos paradigmas para sobreviver em um cenário em que os produtos são similares. E a única estratégia possível de diferenciação é a do relacionamento com os clientes. Entretanto, a manutenção de uma clientela fiel, tarefa essencial para a sobrevivência das empresas, é uma forma segura de amenizar os efeitos das crises nos mercados. Uma das maneiras de garantir essa fidelização é ter conhecimento dos clientes e se relacionar com cada um deles. O relacionamento torna-se um bem para seu negócio, uma filosofia que deve estar inserida em todo o metabolismo da empresa, uma cultura em que o processo de trabalho é orientado para o cliente e compartilhado por todos. Quando se fala em relacionamento, pensa-se em maneiras de obter e utilizar informações sobre os clientes de modo a estabelecer uma relação de aprendizado cada vez mais eficiente com cada um. E informação gera conhecimento para o negócio. Esse conhecimento deve estar associado a uma estratégia corporativa de dados, que armazena informações sobre as interações e as transações ocorridas em todos os pontos de contato da empresa com seus clientes. Ao juntar dados sobre o perfil de cada um, suas compras individuais e seu histórico de comportamento de consumo, suas preferências, comentários e reclamações, além de informações obtidas em 1 Jornalista, pós-graduada em Marketing pela Fundação João Pinheiro e pela Fundação Dom Cabral. Consultora de marketing de relacionamento, Sócia-Diretora da People MR, professora em cursos de pós-graduação e Consultora da Fundação Unimed. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 85 pesquisas, a empresa constrói uma riquíssima fonte de conhecimento sobre seus consumidores, que pode ser usada para criar experiências que significam maior valor para eles. Hoje, temos disponível a tecnologia do customer relationship management (CRM), que permite compreender melhor as necessidades dos clientes, oferecer-lhes respostas personalizadas e, consequentemente, cultivar relacionamentos melhores e mais próximos. É a união dos avanços da tecnologia, que permite analisar e avaliar um banco de dados, como o novo pensar em marketing, possibilitando o tão sonhado atendimento personalizado. Toda iniciativa de CRM deve ter como premissas básicas aumentar a rentabilidade da base de clientes e reter os de maior potencial de compra. Por isso, é importante identificar, diferenciar e personalizar o atendimento ao cliente em todas as suas interações com a organização de modo que ele não precise repetir o que já disse antes. Diferenciar torna-se, portanto, tarefa essencial para conhecer não só a lucratividade real e potencial de cada cliente, como também os clientes mais lucrativos para sua empresa. Só por meio desse conhecimento é que se pode saber qual estratégia de atendimento é a mais adequada para determinado cliente e como interagir com ele, personalizando o atendimento. É, enfim, uma relação de aprendizado. A empresa personaliza produtos, serviços e a comuni- cação com o cliente de acordo com suas preferências e necessidades. Se uma cafeteria liga no dia do aniversário de sua esposa, oferece-lhe uma cesta de café da manhã, manda entregar e cobra no seu cartão de crédito, você buscaria outro fornecedor? A prática é nova? Não. Basta olharmos para trás e veremos que a técnica utilizada hoje remonta aos primeiros dias de comércio. Na época, era praticado o marketing um a um. O cliente era conhecido pelo nome, e o comerciante sabia onde ele vivia, de que tipo de produto necessitava e quando necessitava. Sabia até como o cliente gostava que o produto fosse entregue e como queria pagar suas contas. Na minha experiência pessoal, vivendo em interior, posso falar do bazar do senhor Miguel, em que ele já adotava, em sua simplicidade e empirismo, as técnicas do CRM para vender mais e melhor. E como ele fazia isso? Existia um livro de registros (banco de dados) em que ele anotava todas as informações importantes de seus clientes. Quando chegavam novas mercadorias, o senhor Miguel consultava seu livro de registros para saber quais as freguesas que poderiam se interessar pelas novidades. De posse do conhecimento, oferecia a mercadoria certa para o cliente certo. Era venda na certa. O livro de registros também era usado para fazer suas vendas casadas. Ele pesquisava o que o cliente havia comprado e oferecia novidades ligadas a essa compra. Outro recurso adotado pelo comerciante era o livro do fiado, no qual constavam os maus pagadores, e o livro dos novos clientes, no qual era anotada a evolução desses em seu negócio. Por que existia essa preocupação? Porque era necessário utilizar as informações a respeito do cliente para lhe entregar produtos e serviços adequados à sua necessidade. Em outras palavras, era importante conhecer o cliente para mantê-lo ligado ao seu negócio por um bom tempo, tornando esse relacionamento cada vez mais rentável. E em que a técnica do senhor Miguel difere das ferramentas de CRM? Com certeza as dife- renças são muitas. Temos uma tecnologia à disposição que nos possibilita ter um banco de dados de clientes e fazer os cruzamentos de informações que se fazem necessários para o negócio. Vender o produto certo para o cliente certo é muito mais fácil. O custo de marketing diminui. Mas o princípio básico é o mesmo: conhecer muito bem o seu cliente, saber suas necessidades e desejos, enfim, ter um forte relacionamento com ele. E nessa busca de conhecimento o banco de dados surge como uma ferramenta de valor inestimável, que Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 86 permite à empresa conduzir o cliente em sua escalada da lealdade, transformando os consumido- res experimentadores em verdadeiros defensores de seu negócio. O desafio, portanto, é encantar seus clientes de tal maneiraque eles se tornem defensores de seus negócios, verdadeiros advogados de sua organização! Universidade corporativa: substituta ou complementar à universidade formal? (LÍVIA SANT’ANA1) A educação tem sido um dos fatores fundamentais no destino das pessoas, organizações, sociedades e países. Vários estudos mostram que a escolaridade e o acesso ao conhecimento são fatores estruturadores da qualidade de vida e das oportunidades que garantem o crescimento e a evolução. Países com população educada tendem a ser menos desiguais na distribuição de renda, sociedades educadas tendem a ter melhores condições de vida e desenvolvimento social, organizações educadas tendem a ser mais competitivas e pessoas educadas tendem a ser mais bem remuneradas. Segundo Eboli, a educação diz respeito à influência intencional e sistemática sobre o ser humano, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo em uma sociedade, a fim de conservar e transmitir a existência coletiva. Assim sendo, a educação tem um forte impacto no desenvolvimento econômico, na competitividade e na capacidade humana de transformar potencial em resultados que possam transcender barreiras geográficas e regionais. A globalização e a evolução das tecnologias de informação criaram uma nova economia em que a produtividade e a competitividade dependem basicamente da capacidade humana de gerar, processar e aplicar, de forma eficiente, a informação baseada em conhecimento. Sob essa nova lógica, o foco das empresas está direcionado para a manutenção de vantagens competitivas2 que as mantêm à frente da concorrência seja pela capacidade de inovação, de aprendizagem, de diver- sificação e/ou desenvolvimento de capacidades dinâmicas3. Nessa era de competitividade e inovação, a maior arma que as empresas têm, para a sobre- vivência, é a capacidade de aprendizagem e, sobretudo, de criação de novos conhecimentos. Para Senge, em longo prazo, a única fonte permanente de vantagem competitiva da organização é a capacidade de aprender mais depressa do que os concorrentes, e que nenhuma força externa pode lhe subtrair o ímpeto dessa vantagem. Investir na capacidade humana de adquirir, criar e aplicar conhecimento tornou-se vital para as organizações que pretendem manter-se competitivas. Esse investimento busca o aumento de produtividade que resultará em crescimento econômico. Organizações bem-sucedidas têm no processo de aprendizagem um foco estratégico e por isso seus empregados são encorajados a manter uma trajetória de aprendizagem contínua e de produção de conhecimento que possa ser gerador de valor. Nesse contexto, as universidades corporativas surgem como uma possibilidade de complementação para o aprendizado continuado e uma alternativa para o desenvolvimento do 1 Mestre em Administração com ênfase em Estratégia Empresarial, graduada em Psicologia (PUC-MG), com MBA em Gestão das Telecomunicações pelo Ibmec- -MG e Economia das Telecomunicações pela USP/Ipen. Profissional de RH com atuação em desenvolvimento humano e empresarial. Responsável pelo projeto e implementação da Universidade Corporativa da Telemig Celular e Amazônia Celular. Diretora de RH da Telemig Celular. 2 Vantagens competitivas: capacidade de uma empresa conferir atributos e valores para produtos e serviços ofertados aos seus clientes, a fim de se diferenciar da concor- rência (PORTER). 3 Capacidades dinâmicas: administração estratégica vista como um processo de aprendizado coletivo (PRAHALAD; HAMEL). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 87 conhecimento estratégico que viabilizará a implementação dos planos de negócios desenhados pelas empresas. Histórico e surgimento das universidades corporativas O conceito de universidade corporativa (UC) surge no final do século XX e evidencia-se como uma mudança significativa em relação ao centro de treinamento e desenvolvimento (T&D) por estar centrada no desenvolvimento de pessoas com base no conceito de competências empre- sariais e humanas4 (EBOLI). Segundo Meister, identificamos cinco forças que sustentaram o aparecimento das UCs: educação continuada – a mudança de foco do emprego para a vida toda para a capacidade de empregabilidade para a vida toda; organizações flexíveis – a emergência da organização não hierárquica, enxuta e flexível, com capacidade de dar respostas rápidas ao turbulento ambiente empresarial; era do conhecimento – o advento e a consolidação da economia do conhecimento, na qual esta é a nova base da formação de riqueza no nível individual, empresarial ou nacional; rápida obsolescência do conhecimento – a redução do prazo de validade do conhecimento associado ao sentido de urgência; educação para a estratégia global – mudança fundamental no mercado da educação global, evidenciando-se a necessidade de formar pessoas com visão global e perspectiva internacional dos negócios. Eboli menciona que o número de organizações com UC nos Estados Unidos da América cresceu de 400, em 1988, para aproximadamente 1.600, em 1998. As experiências mais famosas são as de empresas como AT&T, Dell, Disney, First Union Bank, Ford, General Electric, General Motors, Lucent, McDonald’s, Motorola e Xerox. O fato é que, mantida a taxa anual de crescimento, estima-se que em 2010 o número de universidades corporativas nos Estados Unidos da américa ultrapasse o número de universidades tradicionais existentes naquele país, tornando-se o principal veículo de educação de estudantes pós-secundários. No Brasil, as experiências pioneiras bem-sucedidas são de empresas como Accor Brasil, Algar, ABN-Real, Amil, Brahma, BankBoston, Carrefour, Datasul, Elma Chips, Fischer e América, Illy Café, McDonald’s, Metrô, Motorola, Novartis Agribusiness, Orbitall, Sabesp, Siemens, Souza Cruz, Telemar, Unimed, Visa e Telemig Celular. Para Meister, cada UC deve se configurar num guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias empresariais da organização. As UCs existem em diversos tamanhos e formatos, mas todas devem organizar-se em torno de dez objetivos e princípios básicos: oferecer oportunidades de aprendizagem que deem sustentação às questões empresariais mais importantes da organização; considerar o modelo da UC um processo, e não um espaço físico destinado à aprendizagem; elaborar um currículo que incorpore os três Cs – cidadania corporativa, estrutura contex- tual e competências básicas; 4 Competências empresariais: recursos intangíveis que em relação aos concorrentes são difíceis de serem imitados, em relação a mercados e clientes são essenciais para que a empresa possa prover produtos e serviços diferenciados, e em relação ao processo de mudança e evolução da própria empresa são o fator fundamental da maior flexibilidade que permite a exploração de diferentes mercados (PRAHALAD; HAMEL). Competências humanas: referem-se ao indivíduo que sabe agir de forma responsável e é reconhecido por isso (DUTRA). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 88 treinar a cadeia de valor e parceiros, inclusive clientes, distribuidores, fornecedores de produtos terceirizados, assim como universidades que possam fornecer os trabalhadores de amanhã; passar do treinamento conduzido pelo instrutor para vários formatos de apresentação da aprendizagem; encorajar e facilitar o envolvimento dos líderes com o aprendizado; passar do modelo de financiamento corporativo por alocação para “autofinanciamento” pelas unidades de negócio; assumir um foco global no desenvolvimento de soluções de aprendizagem; criar um sistema de avaliação dos resultados e também dos investimentos; utilizar a UC para obter vantagem competitivae entrar em novos mercados. As organizações que aplicam os princípios inerentes à UC estão criando um sistema de apren- dizagem contínua em que toda a empresa aprende e trabalha com novos processos e novas solu- ções, e compreende a importância da aprendizagem contínua vinculada a metas empresariais. Para Eboli, as experiências de implantação de projetos de UC tendem a se organizar em torno de alguns princípios: ações e programas educacionais concebidos com base na identificação das competências críticas (empresariais e humanas); o sistema de gestão do conhecimento estimula o compartilhamento de conhecimentos e a troca de experiências; intensiva utilização da tecnologia aplicada à educação – “aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar”; forte compromisso da empresa com a cidadania empresarial; veículo de fortalecimento e disseminação da cultura; líderes e gestores se responsabilizam pelo processo de aprendizagem; na avaliação dos resultados dos investimentos em educação são considerados os objetivos do negócio; formação de parcerias com instituições de ensino superior. O advento das universidades corporativas abre possibilidades concretas de transformar em realidade a integração empresa-escola: as universidades corporativas, com o objetivo de desenvolver nos profissionais as competências críticas para a viabilização das estratégias empresariais; e as escolas tradicionais, com o objetivo de desenvolver nos profissionais as competências críticas para o mundo do trabalho bem como para o desenvolvimento do ser humano integral. Para Fleury, dois conceitos fazem a ligação entre a universidade clássica e as chamadas universidades corporativas: “o conceito de competência e o conceito de gestão do conhecimento. A palavra competência é usada na linguagem comum para designar uma pessoa qualificada, apta a realizar alguma coisa. No cenário organizacional, a palavra competência vem assumindo diversos significados, alguns mais ligados às características da pessoa: conhecimentos, habilidades, atitudes (ou seja, variáveis de input); e outros à tarefa, resultado (variáveis de output)”. Nas instituições formais, o processo de ensino-aprendizagem constitui-se na base teórica para o Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 89 desenvolvimento das competências necessárias para a organização. A continuidade desse processo de aprendizagem se dá dentro das organizações, direcionado pelo alinhamento com os objetivos estratégicos, e é assumido pelas universidades corporativas. Assim, cria-se, de fato, a possibilidade de a academia e as organizações trabalharem para o mesmo objetivo, mesmo que a forma de pensar a respeito dele possa não ser dentro do mesmo enfoque conceitual. Há evidências de que o relacio- namento entre as empresas e as universidades vem se intensificando nos últimos anos, a despeito de toda a polêmica que o uso [da expressão] vem causando no ambiente acadêmico. Eboli (1999) apresenta a seguinte distinção entre as duas propostas que visa a caracterizar e diferenciar os objetivos das ações de educação: Universidades tradicionais Universidades corporativas Desenvolver competências essenciais para o mundo do trabalho. Desenvolver competências essenciais para o sucesso do negócio. Aprendizagem baseada em sólida formação conceitual e universal. Aprendizagem baseada na prática dos negócios. Sistema de educação formal. Sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão por competências. Ensina crenças e valores universais. Ensina crenças e valores da empresa e do ambiente de negócios. Desenvolve a cultura acadêmica. Desenvolve a cultura empresarial. Formar cidadãos competentes para gerar o sucesso das instituições e da comunidade. Formar cidadãos competentes para gerar o sucesso da empresa e dos clientes. Boaventura Santos, no Fórum Social Mundial ocorrido em Porto Alegre entre 26 e 31 de janeiro de 2005, propõe que as universidades tradicionais façam uma transformação no sentido de se tornarem um espaço de troca em que não apenas o conhecimento científico seja reconhecido, mas também os conhecimentos fundamentais para os movimentos sociais. Trata-se da ampliação do conceito de conhecimento e a aprendizagem para além das formas tradicionais. Para o autor, a universidade terá que reforçar sua responsabilidade social, melhor definir a sua relação com a indústria (não se limitando a definir suas prioridades em função de fontes de financiamento alternativas), estabelecer um relacionamento sinérgico com as escolas públicas, melhorar as condições de acesso, dar maior atenção à extensão, implementar a pesquisa-ação e adotar a perspectiva da ecologia de saberes (saber dialogar com conhecimentos que, rotulados de não científicos, foram banidos para fora dos muros da universidade). Além disso, no campo institucional, terá que aprender a atuar em rede, adotar procedimentos participativos de avaliação e rever os mecanismos internos e externos de democratização. Ou seja, uma universidade que esteja a serviço do pensamento criativo, democrático e eman- cipatório – a universidade do século XXI. A parceria entre universidades corporativas e universidades formais Para Jaguaribe, as atividades de educação corporativa diferem das atividades de educação tradicional em função de terem foco em demandas específicas de capacitação diretamente asso- ciadas às expectativas das empresas. Ocorre, inclusive, de essas demandas serem de complexidade Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 90 tal que não podem ser satisfeitas no ensino formal que visa ao desenvolvimento de competências mais genéricas. Nessa perspectiva, a educação formal desempenha papel totalmente diferente da educação corporativa. Enquanto a primeira deve concentrar esforços em desenvolver indivíduos com capacidade crítica, a segunda deve dar contexto, direção e aplicação da capacidade crítica à geração de conhecimento que possam garantir a inovação e a competitividade. Substituir uma pela outra seria, nesse caso, um grande desperdício de esforços. Também configura-se como desperdício a manutenção do foco, tanto de uma quanto da outra, apenas no desenvolvimento humano para o trabalho, o que empobrece a visão de contribuição global que podemos dar à sociedade. Jaguaribe afirma que, dentro do direito à educação (CF, art. 205), a educação corporativa é uma atividade complementar de contribuição das empresas para o desenvolvimento das pessoas, ampliação da cidadania e qualificação para o trabalho. O resultado disso é sem dúvida a ampliação do mercado interno e externo, a ampliação do mercado de trabalho e a possibilidade de construção de uma sociedade mais justa. Conclusões Para um país como o Brasil que precisa acelerar a curva do crescimento e aumentar de forma significativa sua competitividade em nível mundial, a busca de parcerias entre instituições que trabalhem de maneira sinérgica, para um objetivo maior, transforma o dilema da convivência entre a educação formal e a educação corporativa, inicialmente percebido como problema, em uma grande oportunidade de alavancagem de resultados e inserção definitiva do país na cena da competição global. Nesse aspecto, a proposta de integração de esforços que o governo brasileiro vem fazendo ao dar suporte às universidades corporativas, numa discussão de que objetiva a integração de propósitos entre o governo, iniciativa privada e instituições formais de educação abrirá inúmeras possibilidades de ampliação das fronteiras entre o formal e o corporativo. Embora [a expressão] universidade corporativa possa ser questionada, o fato é que tornou- -se um importante instrumento de desenvolvimentoempresarial e de suporte à competitividade empresarial e nacional e que em complementação à formação profissional possibilita ao trabalhador o desenvolvimento da capacidade de gerar valor em qualquer setor ou organização aumentando com isso sua empregabilidade e acessibilidade a novos mercados nacionais e/ou globais. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O cliente educacional 91 Reflita sobre os clientes das instituições de ensino. Elas estão voltadas, em nível macro para atender a sociedade, o mercado de trabalho ou os alunos? E em nível micro, como elas veem seus alunos? Como clientes? Como agentes? Pense a respeito dessas questões tendo como base as escolas que você conhece. HUTT, Michael D.; SPEH, Thomas W. B2B: gestão de marketing em mercados industriais e organi- zacionais. 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