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Resumo de ELP1.pdf

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Direito e Moral: Ambos são normas de conduta, apresentam um campo comum. A moral é foro 
íntimo do indivíduo o Direito estabelece sanções. 
 
Direito Positivo: é o conjunto de regras jurídicas em vigor num país e numa determinada época. 
 
Direito Natural: é a idéia abstrata do Direito, é aquilo que corresponde ao sentimento de justiça 
de uma comunidade. 
 
Direito Objetivo: é a mesma coisa que Direito Positivo, são as normas impostas pelo Estado. 
Direito Subjetivo: a faculdade de cada um de agir dentro das regras da lei e de invocar a sua 
proteção e aplicação na defesa de seus legítimos interesses. 
 
Direito público: é o direito composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem 
pública. Normas imperativas de obrigatoriedade inafastável. Ex: Punição por crime de homicídio. 
 
Direito privado: é composto, inteira ou predominantemente por normas de ordem privada. São 
normas de caráter supletivo, vigoram apenas enquanto a vontade dos interessados não dispuser de 
modo diferente do previsto pelo legislador. Ex: Divisão de despesas de um muro divisório pode ser 
dispensada, por se tratar de norma de ordem privada, prevista no art.1297, § 1º, do Código Civil. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
Conceito: O Direito Civil é o ramo do direito privado que regula as relações pessoais e 
patrimoniais entre particulares que integram a sociedade. 
 
Considerações sobre a Parte Geral 
 
Princípios: São princípios do Direito Civil o da personalidade, da autonomia da vontade, da 
liberdade de estipulação negocial, da propriedade individual, da intangibilidade familiar, 
legitimidade da herança e do direito de testar e o da solidariedade social. 
 
Pessoa Física 
 
Conceito: São entes a quem o ordenamento jurídico confere a possibilidade de adquirir direitos e 
contrair obrigações. 
 
A pessoa física pode ser assim considerada quando se adquire a personalidade jurídica. 
 
Diz o artigo 2º do Código Civil Brasileiro: “A personalidade civil da pessoa começa do 
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.” 
 
Podemos então concluir que o início da pessoa física, se dá com o nascimento com vida ou 
com a presunção dele no caso do nascituro. 
 
Já o final, por lógica, ocorre com a morte ou, também, com a presunção desta, no caso 
dos ausentes, etc. 
 
Esta expresso no artigo 6º, do Código Civil: “A existência da pessoa natural termina com a 
morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de 
sucessão definitiva.” 
 
Ainda há casos em que pode se considerar a morte presumida, conforme exposto no 
dispositivo abaixo: 
 
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável 
o falecimento. 
Capacidade e Incapacidade 
 
O artigo 1º do Código Civil nos traz uma noção de capacidade quando esclarece que: 
“Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”. Esse dispositivo alcança a todos e faz 
com que assim, ninguém possa negar a capacidade de gozo de direito às pessoas. 
 
Contudo, há restrições ao exercício dessa capacidade de exercer na plenitude os direitos 
da vida civil, aos que não possuem ou possuem parcialmente aptidão para exercê-los por si só, 
necessitando de representantes ou assistentes. 
 
O artigo 3º do Código Civil estabelece que: 
 
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 Os absolutamente incapazes necessitam de estar representados eis que privados da 
prática dos atos da vida civil. 
 
 O artigo 4º do mesmo diploma legal, determina: 
 
São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
 Já os relativamente incapazes, esses são assistidos, ou seja, necessitam de autorização 
dos representantes para realizar certos atos eis que há limitação parcial para a prática dos atos 
civis. 
 
Pessoa Jurídica 
 
Conceito: É o agrupamento de seres humanos (pessoas) ou patrimônios com objetivo lícito e 
definido e legalmente reconhecido como sujeito de direitos e obrigações. 
 
 Diferente da pessoa física, a pessoa jurídica, pode ser criada por ocorrência de fatos 
históricos, norma constitucional, lei especial, tratados internacionais, ou pelo simples registro do 
“animus” de se constituir uma pessoa jurídica. Do mesmo modo, as pessoas jurídicas terminam por 
motivos diversos sendo que, as criadas por leis, são extintas por lei, as criadas em tratados 
somente poderão ser desfeitas por outro contrário. Ainda, podem ser extintas por fatos históricos, 
por distrato, falência ou por vencimento do prazo estipulado para seu funcionamento. 
 
Espécies: Existem pessoas jurídicas de direito público e de direito privado. 
As primeiras são aquelas criadas com a finalidade de auxiliar na Administração Pública Direta e 
Indireta, por isso são divididas em: Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno, que são as 
elencadas no artigo 41 do Código Civil (Ex: União, Estados, Municípios, DF, autarquias (INSS) e 
demais entidades de caráter públicos, criadas por lei.) e Pessoas Jurídicas de Direito Público 
Externo, que geralmente são constituídas por fatos históricos (guerras, revoluções) e formam 
estados nacionais ou Organismos Internacionais que tratam de questões de interesse comum entre 
seus membros. (Ex: União Européia, Mercosul, ONU, etc.) 
Já as pessoas jurídicas de direito privado, se dividem em estatais e particulares. As estatais são 
assim chamadas pois a origem dos recursos empregados para sua constituição (capital), tem 
contribuição do Poder Público. (Ex: sociedades de economia mista, autarquias, etc.) As particulares 
são aquelas cujos recursos, o capital, que as constitui é exclusivamente particular. (Ex: empresas 
particulares, fundações, associações, sociedades, etc.) 
 
Atos e Fatos Jurídicos 
 
 Restou esclarecido nas exposições em aula a diferença de um ato ou fato propriamente 
dito e ato e fato jurídico. Os primeiro simplesmente acontecem e, por si só, ou seja, a simples 
ocorrência não gera efeitos jurídicas, como por exemplo, a queda de um raio em campo aberto ou 
o ato espontâneo piscar os olhos. Já os fatos e atos jurídicos são aqueles que de alguma forma 
modificam, transformam, extinguem, criam ou fazem surgir deles um direito, como exemplo a 
queda do raio em arvore que causa danos a carro de um cidadão ou o ato de atirar uma pedra 
atingindo outra pessoa. 
 
 Com o convívio social, há a ocorrência constante de atos e fatos jurídicos, motivo pelo 
qual foram estipuladas regras de convivência, moral e bons costumes. 
 
 A pratica de atos jurídicos de interesse comum, com vontade das partes, formam o 
negócio jurídico, que não iremos abordar eis que são muitas as formas de se analisar esse 
instituto. Contudo,necessário adentrarmos nos vícios do negócio jurídico, também chamados de 
vícios dos atos jurídicos ou ainda, vícios de consentimento. 
 
ERRO OU IGNORÂNCIA 
 
 O primeiro dos vícios dos atos jurídicos é o erro. O erro é o falso conhecimento ou noção 
equivocada sobre um fato ou característica do objeto, pessoa, cláusula, etc. A ignorância é a 
ausência de conhecimento ou noção. 
 
 Os erros de fato podem ser divididos em: Essenciais (substenciais) e Acidentais. 
 
 Os erros essenciais são aqueles capazes de viciar o consentimento de uma das partes 
tornando o negócio anulável. São exemplos: o erro in negotio, quando erra no negócio que esta 
sendo realizado, ex: sujeito acha que esta vendendo uma casa mas na verdade esta doando; erro 
in corpore, quando se erra no tipo de coisa negociada, ex: sujeito compra uma moto, mas na 
verdade trata-se de uma bicicleta; erro in substantia, quando ocorre erro na substancia do objeto 
negociado, ex: sujeito compra casa que pensava ter três andares mas na verdade possui apenas 
dois e; erro in persona, que ocorre quando há falsa idéia sobre uma pessoa (art. 219, IV, CC), ex: 
sujeito se casa com mulher que pensa ser pura, mas na verdade já fora deflorada por outro 
cidadão. 
 
 Os erros acidentais são aqueles que por si só não viciam o negócio, pois recaem sob 
qualidades acessórias, sem causar prejuízo real, como por exemplo comprar automóvel que pensa 
tem 100 litros, mas descobre após a aquisição que possui apenas 97 litros. Notem que a diferença 
não altera a propriedade do negócio a ponto de causar dúvida com relação ao consentimento. 
 
DOLO 
 
 Dolo Civil é o ato malicioso ou fraudulento empregado por uma das partes ou terceiro, 
com objetivo de ludibriar a outra, causando-lhe prejuízo e obtendo proveito. 
 
COAÇÃO 
 
 É a pressão, física ou moral, mediante emprego de força física ou grave ameaça, para 
forçar a parte a realizar negócio sem sua vontade. 
 
LESÃO 
 
 Ocorre quando, por vontade ou inexperiência, uma parte realiza negócio e, condição de 
inferioridade, causando-lhe lesão de qualquer espécie, ou seja, uma parte obtém vantagem da 
outra, por conta de sua inferioridade, despreparo ou inexperiência. 
 
ESTADO DE PERIGO 
Ocorre quando uma pessoa assume obrigação excessiva e desproporcionalmente onerosa, mesmo 
ciente do perigo, em razão da necessidade extrema e de sua condição de inferioridade. 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES 
 
 A Fraude contra credores caracteriza-se por ser o ato intencional e consciente do devedor, 
praticado com objetivo de onerar ou diminuir seu patrimônio, liberando-o de execuções, ou seja, é 
quando sujeito, sabendo de possível penhora ou alcance de seus bens, acaba por se desfazer, 
vendendo, doando ou cedendo a outro, impedindo que seja incluído com objeto de execução. 
 
Direitos das Obrigações 
 
Conceito 
O conceito de obrigação é muito amplo, já que a definição muda quando utilizada em 
ramos diferentes do Direito, mas ao final todas se assemelham. 
No âmbito do Direito Civil, formulei o conceito simples e de fácil entendimento sendo 
como: o vínculo de direito (relação jurídica), que une uma ou mais pessoas (sujeitos), no qual se 
determina que o devedor (sujeito passivo) deva realizar uma prestação, positiva ou negativa, em 
favor do credor (sujeito ativo). 
Obs: Sempre considerar apenas uma das obrigações presentes na relação jurídica, ou 
seja, é necessário identificar em que pólo está inserido o devedor ou credor, já que, como 
exemplo, o vendedor é devedor e credor ao mesmo tempo se analisarmos por completo a relação. 
Obs2:A obrigação promove apenas direito pessoal, não direito real. 
 
Elementos Constitutivos 
Para compor uma obrigação, são necessários três elementos (requisitos): sujeitos, objeto 
e vínculo jurídico. 
Os sujeitos são o credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito passivo). O credor tem 
interesse em que a prestação, positiva ou negativa, seja cumprida. O devedor é aquele que deve 
desempenhar certa atividade em favor do credor, é quem tem o dever de efetuar a prestação 
Obs: É indispensável a presença de ambos na relação. Ex: Confusão – único filho que deve 
ao pai que falece. 
O objeto da obrigação sempre será a prestação do devedor, positiva ou negativa, frente 
ou credor. Ex: obrigação de entregar um automóvel. 
Devem ser lícitos, não podendo contrariar o direito, a moral, os bons costumes e a ordem 
pública, sob pena de nulidade. Ex: Fabricar notas falsas; possíveis, física e juridicamente, sendo 
que a impossibilidade absoluta gera nulidade. Ex: Obrigação de entregar pedra de Marte 
(impossibilidade física) ou de vender bem público (impossibilidade jurídica) e; avaliáveis 
economicamente, ou seja, suscetíveis de estimação econômica que possibilite uma indenização. 
Podem ser ainda, determinados quando individualizados ou determináveis quando genéricas. Ex: 
automóvel de placa JFK-1234, chassi nº.171171171 (determinado) ou apenas automóvel de marca 
X, modelo Y, ano Z de cor W (determinável). 
O vínculo jurídico é o que amarra o sujeito passivo ao sujeito ativo para a satisfação do 
crédito, é a força que obriga o devedor a cumprir prestação devida ao credor. 
 
Fontes das Obrigações 
A lei é a primeira das fontes das obrigações – toda obrigação deve ser amparada pelo 
ordenamento, fonte mediata. As imediatas, e também amparadas pelo ordenamento são: a 
vontade humana (Ex: contratos, promessa de recompensa); o ato ilícito (Ex: O ato ilícito de causar 
dano a patrimônio de outrem, gera obrigação de reparação do dano) e; a própria lei (Ex: obrigação 
de prestar alimentos). 
 
Espécies - Classificação 
Existem três espécies de obrigações: a obrigação civil, também chamada de jurídica, 
perfeita ou completa, que é aquela em que o vínculo é composto pelo débito e pela 
responsabilidade; a obrigação moral, que constitui mero dever de consciência, não havendo nem 
débito, nem responsabilidade (Ex: ajudar aos necessitados) e; obrigação natural, aquela que não é 
passível de execução pelo credor, mas, se o devedor cumprir voluntariamente, é válido o 
pagamento, ou seja, não há responsabilidade, apenas o débito (Ex: Dívidas de jogo, dívidas 
prescritas, apostas desportivas). 
 
Tipos de Obrigações – Obrigação de dar coisa certa e incerta, restituir, de fazer e de não 
fazer. 
OBRIGAÇÃO DE DAR: conduta humana que tem por objeto uma coisa, subdividindo-se em três: 
obrigação de dar coisa certa, obrigação de restituir e obrigação de dar coisa incerta. 
Com relação a obrigação de dar, como dito inicialmente, esta gera apenas um crédito, não 
fazendo surgir por si só o direito real de propriedade. Isto se dará com a entrega do objeto ao 
credor por meio da tradição (objeto móvel) e da transcrição (imóveis). Essa explicação é 
importante para entendermos as conseqüências pela perda ou deterioração do objeto da obrigação. 
A obrigação de dar coisa certa é aquela em que, o devedor tem a obrigação de entregar ao 
credor, objeto previamente especificado, determinado, individualizado, distinto dos demais do 
mesmo gênero e espécie (Ex. Entregar o automóvel de chassi nº. 171171171, entregar a vaca 
marcada com as iniciais RG no couro). Neste caso, não pode o devedor entregar coisa diversa, pois 
o credor não é obrigado a recebê-la, ainda que mais valiosa. No caso dos acessórios da coisa, a 
regra geral é de que acompanha o principal, a não ser que seja estipulado o contrário. 
Nessa modalidade, pode ser que no espaço de tempo entre a estipulação da obrigação e a 
efetiva entrega ocorram acréscimos ou a perda ou deterioração do objeto. a) No caso de 
acréscimos, como até a tradição a coisa pertence ao devedor, a este pertence também os 
acréscimos, melhoramentos,podendo exigir do credor o aumento do preço e se este não aceitar 
resolver a obrigação, devolvendo o preço combinado se já tiver recebido (Ex: Compra da Égua 
Pocotó, que quando da tradição, fica prenhe). Quanto aos frutos, se colhidos ou apartados até a 
tradição, pertencem ao devedor e os pendentes ao credor. b) No caso de perda ou deterioração da 
coisa há que analisar as hipóteses. Se houver culpa do devedor, este terá que devolver a quantia 
eventualmente paga e, se for o caso, responderá ao credor por perdas e danos (Só há condenação 
em indenização por perdas e danos se houver culpa). Se ocorrer sem culpa do devedor, deve o 
devedor apenas restituir ao credor quantia eventualmente paga, sem pagamento de perdas ou 
danos. 
A obrigação de dar coisa incerta é a espécie de obrigação em que a coisa não é única, 
singular, exclusiva e preciosa como na obrigação de dar coisa certa, mas sim é uma coisa genérica 
determinável pelo gênero e pela quantidade. Ao invés de uma coisa determinada/certa, temos aqui 
uma coisa determinável/incerta (ex: cem sacos de café; dez cabeças de gado, um carro popular, 
etc). Tal coisa incerta, indicada apenas pelo gênero e pela quantidade no início da relação 
obrigacional, vem a se tornar determinada por escolha no momento do pagamento. Ressalto que 
coisa “incerta” não é “qualquer coisa”, mas coisa sujeita a determinação futura. Então se João deve 
cem laranjas a José, estas frutas precisam ser escolhidas no momento do pagamento para serem 
entregues ao credor. 
Esta escolha chama-se juridicamente de concentração que nada mais é do que o processo 
de escolha da coisa devida, de média qualidade, feita via de regra pelo devedor. A concentração 
implica também em separação, pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o 
caso. As partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um terceiro. 
Após a concentração a coisa incerta se torna certa. Antes da concentração a coisa devida 
não se perde pois genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Se João deve cem laranjas a 
José não pode deixar de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem 
laranjas são cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra 
fazenda 
A obrigação de restituir é também chamada de obrigação de devolver. Difere da obrigação 
de dar, pois nesta a coisa pertence ao devedor até a tradição, enquanto na obrigação de restituir a 
coisa pertence ao credor, apenas sua posse é que foi transferida ao devedor. Posse e propriedade 
são conceitos diferentes, mas dá para entender que quando se aluga um filme, a locadora continua 
sendo proprietária do filme, é apenas a posse que se transfere ao cliente. Então na locação o 
cliente/devedor tem a obrigação de restituir o bem ao locador após o prazo acertado. Como se vê, 
na obrigação de restituir a prestação consiste em devolver uma coisa cuja propriedade já era do 
credor antes do surgimento da obrigação. Igualmente se eu empresto um carro a meu vizinho, eu 
continuo dono/proprietário do carro, apenas a posse é que é transferida, ficando o vizinho com a 
obrigação de devolver o veículo após o uso. Locação e empréstimo são exemplos de obrigação de 
restituir, ficando a coisa em poder do devedor, mas mantendo o credor direito real de propriedade 
sobre ela. Como a coisa é do credor, seu extravio antes da devolução trará prejuízo ao próprio 
credor, enquanto na obrigação de dar o extravio antes da tradição traz prejuízo ao devedor. Em 
ambos os casos, sempre prevalece a máxima res perit domino. Mas é preciso cuidado para evitar 
fraudes como no ex: alugo um carro que depois é furtado, o prejuízo será da loja, por isso é 
prudente a locadora sempre fazer seguro. Outro exemplo de obrigação de restituir está expressa 
no art. 1.233, evitando o então “achado não é roubado”, assim se encontrar algo que não lhe 
pertença, também não pode ser apropriado, devendo quem encontrar agir conforme o parágrafo 
único do mesmo artigo que esclarece: 
“Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo 
possuidor. 
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, 
entregará a coisa achada à autoridade competente.” 
OBRIGAÇÃO DE FAZER: conduta humana que tem por objeto um serviço. 
Conceito: espécie de obrigação positiva pela qual o devedor se compromete a praticar algum 
serviço lícito em benefício do credor. 
Enquanto na obrigação de dar o objeto da prestação é uma coisa, na obrigação de fazer o 
objeto da prestação é um serviço (ex: professor ministrar uma aula, advogado redigir uma petição, 
cantor fazer um show, pedreiro construir um muro, médico realizar uma consulta, etc.). E se eu 
quero comprar um quadro e encomendo a um artista, a obrigação será de fazer ou de dar? Se o 
quadro já estiver pronto a obrigação será de dar, se ainda for confeccionar o quadro a obrigação 
será de fazer. 
A obrigação de fazer tem duas espécies: 
 fungível: quando o serviço puder ser prestado por uma terceira pessoa, diferente do 
devedor, ou seja, quando o devedor for facilmente substituível, sem prejuízo para o credor, a 
obrigação é fungível (ex: pedreiro, eletricista, mecânico, caso não possam fazer o serviço e 
mandem um substituto, a princípio para o credor não há problema). As obrigações de dar são 
sempre fungíveis pois visam a uma coisa, não importa quem seja o devedor. 
 infungível: ao credor só interessa que o devedor, pelas suas qualidades pessoais, faça o 
serviço (ex: médico e advogado são profissionais de estrita confiança dos pacientes e clientes, um 
cantor famoso contratado para realizar um show). Chama-se esta espécie de obrigação de 
personalíssima ou intuitu personae (= em razão da pessoa). São as circunstâncias do caso e a 
vontade do credor que tornarão a obrigação de fazer fungível ou não. 
 Em caso de inexecução da obrigação de fazer o credor só pode exigir perdas e danos, se 
não houver paga valor inicialmente, se for esse o caso, cabe, ainda, restituição. Viola a dignidade 
humana constranger o devedor a fazer o serviço por ordem judicial, de modo que na obrigação de 
fazer não se pode exigir a execução forçada como na obrigação de dar coisa certa. Imaginem um 
cantor se recusar a subir no palco, não é razoável o Juiz mandar a polícia para forçá-lo a trabalhar 
“manu militari”, o coerente é o credor do show exigir perdas e danos. Ninguém pode ser 
diretamente coagido a praticar o ato a que se obrigara. 
 Se ocorrer recusa do devedor de executar obrigação fungível, o credor pode pedir a um 
terceiro para fazer o serviço, às custas do devedor, ou este último pode mandar outra pessoa para 
que execute o serviço. Havendo urgência, o credor pode agir sem ordem judicial, num autêntico 
caso de realização de Justiça pelas próprias mãos (art. 249, Par. Ún., ex: consertar o telhado de 
casa ameaçando cair). 
 Mas se tal recusa decorre de um caso fortuito (ex: o cantor gripou e perdeu a voz, ou 
sofreu acidente), extingue-se a obrigação, podendo, ainda, se for o caso, estipularem novas 
condições para o cumprimento. 
OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER: Trata-se de uma obrigação negativa cujo objeto da prestação é 
uma omissão ou abstenção. 
Conceito: vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a se abster de fazer certo ato, que 
poderia livremente praticar, se não tivesse se obrigado em benefício do credor. 
O devedor vai ter que sofrer, tolerar ou se abster de algum ato em benefício do credor. 
Exemplos: o engenheiro químico que se obriga a não revelar a fórmula do perfume da fábrica onde 
trabalha; o condômino que se obriga a não criar cachorro no apartamento onde reside; o professorque se obriga a não dar aula em outra faculdade; o comerciante que se obriga a não fazer 
concorrência a outro, etc. Pode haver limite temporal para a obrigação. 
 Como na autonomia privada a liberdade é grande, as obrigações negativas podem ser bem 
variadas, mas obrigações imorais e anti-sociais, ou que sacrifiquem a liberdade das pessoas, são 
proibidas, ex: obrigação de não se casar, de não trabalhar, de não ter religião, etc. Tudo é uma 
questão de bom senso, ou de razoabilidade. Interessante a expressão “razoável”, é uma expressão 
muito ligada ao Direito. 
A violação da obrigação negativa se resolve em perdas e danos, então se o engenheiro 
divulgar a fórmula do perfume terá que indenizar a fábrica. Mas se for viável, o credor poderá 
exigir o desfazimento pelo devedor (ex: José se obriga a não subir o muro para não tirar a 
ventilação do seu vizinho João, caso José aumente o muro, João poderá exigir a demolição). No 
caso do perfume não há como desfazer a revelação do segredo, então uma indenização por perdas 
e danos é a solução. 
 Neste exemplo do muro, se José se mudar, o novo morador terá que respeitar a 
obrigação? Não, pois quem celebrou o contrato não foi ele. 
 Ainda tratando do exemplo do muro, e se a Prefeitura obrigar José a aumentar o muro por 
uma questão de estética ou urbanismo? José terá que obedecer e João nada poderá fazer, pois o 
Direito Público predomina sobre o Direito Privado (é o chamado “Fato do Príncipe”, em alusão aos 
monarcas que governavam os países na Europa medieval). 
 
TABELA DE DIREITOS TRABALHISTAS – REGRAS GERAIS 
(TABELA DAS VERBAS RESCISÓRIAS) 
 
FATO 
Saldo 
de 
salário 
Férias 
proporcionais 
Férias 
vencidas 
Recebe 
aviso 
prévio 
Concede 
aviso 
prévio 
Multa 
de 
40% 
Levanta 
o FGTS 
13 ° 
Salário 
Recebe 
indenização 
Dispensa com 
justa causa 
SIM SIM 
SIM 
NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO 
Despedida sem 
justa causa 
SIM SIM 
SIM 
SIM NÃO SIM SIM SIM NÃO 
Pedido de 
demissão 
SIM SIM 
SIM 
NÃO SIM NÃO NÃO SIM NÃO 
Contrato de 
Experiência 
(MAX 90 DIAS) 
SIM SIM 
NÃO É O 
CASO 
NÃO NÃO NÃO SIM SIM 
Prazo certo – 
Determinado 
SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO 
Dispensa 
indireta 
SIM 
SIM SIM 
SIM NÃO SIM SIM SIM 
SIM – CASO 
HAJA 
PREJUÍZO 
Aposentadoria SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO 
 
Definição dos fatos que dão origem a rescisão do contrato de trabalho: 
- Despedida com justa causa: ocorre quando a iniciativa de rescindir o contrato de trabalho parte 
do empregador, tendo em vista justa causa praticada pelo empregado. 
- Despedida sem justa causa: ocorre quando o empregador despede o seu empregado sem que ele 
tenha tido culpa de nada, ou seja, sem que o empregado tenha praticado nenhum ato que 
justifique uma justa causa para rescisão do contrato. 
- Pedido de demissão: ocorre quando o empregado resolve rescindir o contrato de trabalho por 
motivos particulares. 
- Dispensa indireta: ocorre quando a iniciativa de rescindir o contrato de trabalho parte do 
empregado, tendo em vista justa causa praticada pelo empregador. 
- Prazo certo – determinado: ocorre quando existe um contrato de trabalho por prazo certo, ou 
seja, quando o trabalho inicia já com uma data certa para acabar. 
- Aposentadoria: ocorre quando o empregado já cumpriu o tempo de trabalho exigido pela 
previdência e está em dia com suas contribuições, podendo agora se aposentar.

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