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CCJ0067-WL-OO-Apostila Direito Previdenciário - Robson Carvalho - 0000

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Direito Previdenciário Prof. Robson Carvalho 
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Rua Corredor do Bispo, 85, Boa Vista, Recife/PE Página 1 
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IINNSSSS 
 
 
1. SEGURIDADE SOCIAL 
 
 
1.1 – Denominação 
 
O sistema securitário social consagra a proteção do 
indivíduo contra possíveis riscos que possam surgir, 
seja através da saúde, da assistência social e da pre-
vidência social. 
A seguridade social foi constitucionalmente subdividi-
da em normas sobre a previdência social, saúde e 
assistência social, regendo-se pelos princípios da 
universalidade da cobertura e do atendimento, da 
igualdade ou equivalência dos benefícios, da unidade 
de organização pelo Poder Público e pela solidarieda-
de financeira, uma vez que é financiada por toda a 
sociedade. 
 
1.2 – Conceito 
 
―A seguridade social compreende um conjunto inte-
grado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos 
à saúde, à previdência e à assistência social‖. (Morais, 
Alexandre de, Direito Constitucional, 11ª edição, ed. 
Atlas, pg. 663). 
―O Direito da Seguridade Social é um conjunto de 
princípios, de regras e de instituições destinado a 
estabelecer um sistema de proteção social aos indiví-
duos contra contingências que os impeçam de prover 
as suas necessidades pessoais básicas e de suas 
famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social‖. 
(Martins, Sérgio Pinto, Direito da Seguridade Social, 
21ª edição, ed. Atlas, pg. 44). 
A própria Constituição determinou que a seguridade 
social será financiada por toda sociedade, de forma 
direta e indireta, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, e das contribuições sociais do em-
pregador e da empresa, do trabalhador e dos demais 
segurados da previdência social, além de outras fon-
tes de receita. 
A seguridade social pode ser conceituada como a rede 
protetiva formada pelo Estado e por particulares, com 
contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiá-
rios dos direitos, no sentido de estabelecer ações 
positivas no sustento de pessoas carentes, trabalha-
dores em geral e seus dependentes, providenciando a 
manutenção de um padrão mínimo de vida. 
Em suma, a seguridade social visa, portanto, amparar 
os indivíduos nas hipóteses em que não possam pro-
ver suas necessidades e as de seus familiares, por 
seus próprios meios. 
A intervenção estatal, na composição da seguridade 
social, é obrigatória, por meio de ação direta ou con-
trole, a qual deve atender a toda e qualquer demanda 
referente ao bem-estar da pessoa humana. 
 
 
 
1.3 – Organização 
 
A Seguridade Social é gênero do qual são espécies a 
Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde. 
A previdência social, a saúde e a assistência social 
estão elencados entre os direitos sociais, conforme 
dispõe o art. 6º da Constituição Federal vigente: 
 
―Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segu-
rança, a previdência social, a proteção à maternidade 
e à infância, a assistência aos desamparados, na for-
ma desta Constituição‖. 
 
Conforme disciplina o texto constitucional (art. 194 da 
CF/88), a seguridade social é o conjunto de iniciativas 
da sociedade e do Poder Público visando assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência social e à 
assistência social. Significa dizer que a seguridade 
social tem por finalidade e objeto maior garantir tran-
quilidade aos indivíduos para que, em caso de acome-
timento por alguma contingência, a qualidade de vida 
desses indivíduos e da família deles não seja diminuí-
da. 
Ainda de acordo com a vigente Constituição, é compe-
tência privativa da União legislar sobre seguridade 
social. Todavia, a lei complementar pode autorizar os 
Estados a legislar sobre questões específicas, nos 
exatos termos do art. 22, inciso XXIII e parágrafo único 
da CF/1988. Isto significa que a competência legislati-
va privativa da União pode ser delegada aos Estados, 
não se tratando, portanto, de competência exclusiva. 
Por outro lado, a competência legislativa em relação à 
previdência social é concorrente entre a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, consoante 
previsão constante no art. 24, inciso XII da Constitui-
ção. 
 
1.3.1 – Previdência Social 
O art. 201 da vigente Constituição dispõe acerca da 
Previdência Social, estabelecendo que a mesma será 
organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória. 
A previdência social é seguro original, pois é de filia-
ção obrigatória para os regimes básicos (RGPS e 
RPPS), além de coletivo, contributivo e de organiza-
ção estatal. Já o regime complementar tem como ca-
racterísticas a autonomia frente aos regimes básicos e 
a facultatividade de ingresso, sendo igualmente contri-
butivo, mas coletivo ou individual. O ingresso também 
poderá ser voluntário no RGPS para aqueles que não 
exercem atividade remunerada (é o caso dos denomi-
nados segurados facultativos). 
A previdência brasileira comporta dois regimes bási-
cos, que são o Regime Geral de Previdência Social – 
RGPS e os Regimes Próprios de Previdência de Ser-
vidores Públicos – RPPS, este último para servidores 
ocupantes de cargos efetivos e militares. Em paralelo 
aos regimes básicos, há o complementar. 
O regime complementar ao RGPS é privado, enquanto 
o complementar ao RPPS é público, sendo em ambas 
as hipóteses o ingresso voluntário, tendo como objeti-
vo ampliar rendimento quando da aposentadoria. 
A natureza desses dois regimes previdenciários bási-
cos (RGPS e RPPS) é institucional ou estatutária, já 
que o Estado, por meio de lei, utiliza-se de seu Poder 
 
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de Império e cria a figura da vinculação automática ao 
sistema previdenciário, independente da vontade do 
beneficiário. Assim sendo, o seguro social é vinculado 
ao ramo público ou social do Direito (Direito Previden-
ciário). 
O seguro social atua por meio de prestações previ-
denciárias, as quais podem ser benefícios, tais como 
aposentadorias e pensões por morte, possuindo natu-
reza pecuniária, ou serviços, como é o caso da reabili-
tação profissional e do serviço social. O sistema previ-
denciário deve ser auto-sustentável, isto é, deve finan-
ciar-se a partir das contribuições de seus participantes 
(segurados), evitando-se uma dependência indevida 
de recursos estatais, o que naturalmente poderia 
comprometer o sistema protetivo securitário. 
Outra característica marcante nos regimes RGPS e 
RPPS é a compulsoriedade, a qual inexiste no seg-
mento da previdência complementar. Assim, no Brasil, 
qualquer pessoal, brasileira ou estrangeira, que venha 
a exercer atividade remunerada em território nacional 
filia-se, automaticamente, ao Regime Geral de Previ-
dência Social – RGPS, sendo obrigado a efetuar o 
recolhimento da contribuição previdenciária. Tal obri-
gatoriedade de filiação aos sistema previdenciário é 
norma de ordem pública, sendo proibido ao segurado 
alegar que não deseja ingressar na previdência social. 
A Previdência Social abrange a cobertura de contin-
gências decorrentes de doença, invalidez, velhice, 
desemprego, morte e proteção à maternidade, medi-
ante contribuição, concedendo aposentadorias, pen-
sões, auxílios etc. 
 
 
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1.3.1.1 – O Regime Geral de Previdência Social – 
RGPS 
O Regime Geral de Previdência Social – RGPS é o 
mais amplo, responsável pela proteção da grande 
massa de trabalhadores brasileiros, sendo organizado 
pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, au-
tarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência 
Social. 
O RGPS possui caráter contributivo, sendo de filiação 
obrigatória, devendo serem observados os critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Entre-
tanto, a Constituição Federal faz previsão da opção de 
filiação (segurado facultativo), proibindo a filiação ao 
RGPS na qualidade de facultativo do participante de 
regime próprio de previdência, nos termos do § 5º. do 
art. 201: 
―Art. 201......................................................................... 
§5º. É vedada a filiação ao regime geral de previdên-
cia social, na qualidade de segurado facultativo, de 
pessoa participante de regime próprio de previdência.‖ 
 
Estão vinculados ao RGPS os denominados segura-
dos obrigatórios (empregado; empregado doméstico; 
trabalhador avulso; contribuinte individual e segurado 
especial). O RGPS também admite os denominados 
segurados facultativos (é o caso do estudante, da 
dona-de-casa, do desempregado etc). Para a previ-
dência social, segurados são as pessoas físicas que 
exercem, exerceram ou não atividade, remunerada ou 
não, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empre-
gatício. 
Não importa se a pessoa exerce ou não atividade 
remunerada, pois o estudante, o desempregado, a 
dona-de-casa não exercem atividade remunerada, 
mas podem ser considerados segurados. 
Para ser segurado é preciso ter a idade de 16 anos, 
que é a idade mínima permitida para trabalhar (art. 7º, 
XXXIII, da CF/88). Todavia, a exceção diz respeito ao 
menor aprendiz, que pode trabalhar aos 14 anos de 
idade. 
Em regra, todos os trabalhadores são segurados do 
RGPS. Não serão segurados do RGPS os vinculados 
a regimes próprios e os que prestam serviços a enti-
dades estrangeiras, quando amparados por regimes 
de previdência desses países. 
Estão ainda vinculados ao RGPS os servidores ocu-
pantes exclusivamente de cargo em comissão e os 
empregados públicos. 
 
No tocante às aposentadorias previstas na Constitui-
ção, o RGPS garante: 
1) Aposentadoria por tempo de contribuição: sendo 
os homens aos 35 (trinta e cinco) anos e, as mulheres, 
aos 30 (trinta) anos de contribuição. Esses tempos são 
reduzidos em 05 (cinco) anos para os professores que 
comprovarem efetivo exercício no magistério em edu-
cação infantil, ensino fundamental e médio. Nota-se 
que essa prerrogativa não se estende aos professores 
universitários; 
 
2) Aposentadoria por idade: sendo os homens aos 
65 (sessenta e cinco) anos e, as mulheres, aos 60 
(sessenta) anos de idade. Tal requisito (idade) é redu-
zido em 05 (cinco) anos para os trabalhadores rurais 
que exercem suas atividades em regime de economia 
familiar. Entre esses trabalhadores incluem o empre-
gado rural, permanente e eventual, o trabalhador avul-
so rural e o segurado especial. 
A contagem recíproca entre o RGPS e o RPPS é as-
segurada, havendo a compensação financeira entre os 
regimes. Não há necessidade de complementação por 
parte do segurado. Por exemplo, se José foi servidor 
público federal por 15 anos (vinculado ao RPPS) e, 
após sua exoneração, passou a trabalhar em empresa 
privada (vinculado ao RGPS) por mais 20 anos; aque-
les 15 anos não serão desperdiçados, pois a Constitu-
ição assegura essa contagem; o mesmo valendo para 
quem passa da iniciativa privada (RGPS) para o servi-
ço público vinculado ao RPPS. 
 
 
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1.3.1.2 – Os Regimes Próprios de Previdência So-
cial – RPPS 
 
Os Regimes Próprios de Previdência são os mantidos 
pela União, pelos Estados e pelos Municípios, em 
favor de seus servidores públicos e militares. Nesses 
entes federativos, os servidores ocupantes de cargos 
públicos efetivos não são vinculados ao RGPS, mas 
sim a regime próprio de 
previdência, desde que existente. Apenas em relação 
a esses regimes próprios de previdência é que Esta-
dos e Municípios poderão legislar. 
A organização dos Regimes Próprios de Previdência é 
regulada pela Lei nº 9.717/98 e pela Lei nº 10.887/04. 
O fundamento constitucional dos regimes próprios de 
servidores civis está no art. 40 da Constituição, ao 
passo que o dos militares está previsto no art. 142, 
inciso X, da CF/88. 
 
O RPPS é instituído por lei do respectivo ente da fede-
ração (Estados e Municípios, por exemplo), desde que 
garantidas, pelo menos, os benefícios previdenciários 
de aposentadoria e a pensão por morte. Caso a União, 
Estados, Distrito Federal ou Municípios assegurem 
apenas um desses benefícios básicos, os servidores 
serão filiados obrigatórios do RGPS. 
No caso de extinção do RPPS, os entes federativos 
assumirão integralmente a responsabilidade pelo pa-
gamento dos benefícios concedidos durante a sua 
vigência, bem como daqueles benefícios cujos requisi-
tos necessários à sua concessão foram implementa-
dos anteriormente à extinção do regime próprio de 
previdência social. Nos demais casos, há vinculação 
automática ao RGPS, com contagem recíproca do 
tempo de contribuição, o qual será averbado no 
RGPS, inclusive para efeito de carência. 
 
 
 
 
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 REGIME PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegu-
rado regime de previdência de caráter contributivo e 
solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensio-
nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
 § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de 
previdência de que trata este artigo serão aposenta-
dos, calculados os seus proventos a partir dos valores 
fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 I - por invalidez permanente, sendo os proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se 
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissio-
nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, na for-
ma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 41, 19.12.2003) 
 II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, 
com proventos proporcionais ao tempo de contribui-
ção; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
20, de 15/12/98) 
 III - voluntariamente, desde que cumprido tempo 
mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço 
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará 
a aposentadoria, observadas as seguintes condições: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
 a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de 
contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de 
idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 
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 b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e 
sessenta anos de idade, se mulher, com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pen-
sões, por ocasião de sua concessão, não poderão 
exceder a remuneração do respectivo servidor, no 
cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que 
serviu de referência para a concessão da pensão. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
 § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentado-
ria, por ocasião da sua concessão, serão considera-
das as remunerações utilizadas como base para as 
contribuições do servidor aos regimes de previdência 
de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
 § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios 
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos 
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
salvados, nos termos definidos em leis complementa-
res, os casos de servidores: (Redação dada pela E-
menda Constitucional nº 47, de 2005) 
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 47, de 2005) 
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela E-
menda Constitucional nº 47, de 2005) 
III cujas atividades sejam exercidas sob condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 
2005) 
 § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de con-
tribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação 
ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que 
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício 
das funções de magistério na educação infantil e no 
ensino fundamental e médio. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorren-
tes dos cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
ção, é vedada a percepção de mais de uma aposenta-
doria à conta do regime de previdência previsto neste 
artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
20, de 15/12/98) 
 § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício 
de pensão por morte, que será igual: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 I - ao valor da totalidade dos proventos do servi-
dor falecido, até o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de 
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da 
parcela excedente a este limite, caso aposentado à 
data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 41, 19.12.2003) 
 II - ao valor da totalidade da remuneração do 
servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, 
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 
201, acrescido de setenta por cento da parcela exce-
dente a este limite, caso em atividade na data do óbi-
to. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
 § 8º É assegurado o reajustamento dos benefí-
cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o 
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
 § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual 
ou municipal será contado para efeito de aposentado-
ria e o tempo de serviço correspondente para efeito de 
disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98) 
 § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer 
forma de contagem de tempo de contribuição fictício. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
 § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à 
soma total dos proventos de inatividade, inclusive 
quando decorrentes da acumulação de cargos ou 
empregos públicos, bem como de outras atividades 
sujeitas a contribuição para o regime geral de previ-
dência social, e ao montante resultante da adição de 
proventos de inatividade com remuneração de cargo 
acumulável na forma desta Constituição, cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
neração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de 
previdência dos servidores públicos titulares de cargo 
efetivo observará, no que couber, os requisitos e crité-
rios fixados para o regime geral de previdência social. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
 § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-
ção e exoneração bem como de outro cargo temporá-
rio ou de emprego público, aplica-se o regime geral de 
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 20, de 15/12/98) 
 § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, desde que instituam regime de previ-
dência complementar para os seus respectivos servi-
dores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o 
valor das aposentadorias e pensões a serem concedi-
das pelo regime de que trata este artigo, o limite má-
ximo estabelecido para os benefícios do regime geral 
de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 § 15. O regime de previdência complementar de 
que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do 
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no 
art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por inter-
médio de entidades fechadas de previdência comple-
mentar, de natureza pública, que oferecerão aos res-
pectivosparticipantes planos de benefícios somente 
na modalidade de contribuição definida. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa 
opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado 
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até 
a data da publicação do ato de instituição do corres-
pondente regime de previdência complementar. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
 § 17. Todos os valores de remuneração conside-
rados para o cálculo do benefício previsto no § 3° 
serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de 
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de 
que trata este artigo que superem o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de 
 
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previdência social de que trata o art. 201, com percen-
tual igual ao estabelecido para os servidores titulares 
de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 41, 19.12.2003) 
 § 19. O servidor de que trata este artigo que te-
nha completado as exigências para aposentadoria 
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por 
permanecer em atividade fará jus a um abono de per-
manência equivalente ao valor da sua contribuição 
previdenciária até completar as exigências para apo-
sentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 § 20. Fica vedada a existência de mais de um 
regime próprio de previdência social para os servido-
res titulares de cargos efetivos, e de mais de uma 
unidade gestora do respectivo regime em cada ente 
estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
 § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo 
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de 
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do 
limite máximo estabelecido para os benefícios do re-
gime geral de previdência social de que trata o art. 201 
desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da 
lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
 
1.3.1.3 – Regimes de Previdência Complementar 
O regime de previdência complementar pode ser de 
dois tipos: 
a) Regime de Previdência Complementar dos Ser-
vidores Públicos: previsto no art. 40, §14 ao §16 da 
Constituição Federal. A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, desde que instituam regime 
de previdência complementar para os seus respecti-
vos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, 
para o valor das aposentadorias e pensões a serem 
concedidas por seus regimes, o limite máximo estabe-
lecido para os benefícios do regime geral de previdên-
cia social. A previdência complementar dos servidores 
ainda não foi instituída, dependendo de lei ordinária de 
iniciativa do Poder Executivo de cada ente federativo. 
O regime de previdência complementar dos servidores 
públicos será gerenciado por intermédio de entidades 
fechadas de previdência complementar, de natureza 
pública, que oferecerão aos respectivos participantes 
planos de benefícios somente na modalidade de con-
tribuição definida. 
 
 
b) Regime de Previdência Privada Complementar: 
A previdência privada é um sistema complementar e 
facultativo de seguro, de natureza contratual. Suas 
normas básicas estão previstas no art. 202 da Consti-
tuição Federal e nas Leis Complementares nº 
108/2001 e nº 109/2001. O regime de previdência 
privada pode ser dividido em duas categorias: previ-
dência complementar fechada (aplicada a grupos fe-
chados que contribuem para obter os respectivos be-
nefícios, como por exemplo, a PREVI – Fundo de 
Pensão para os Empregados do Banco do Brasil); e 
previdência complementar aberta (organizada por 
instituições financeiras e disponibilizadas para quem 
deles tiver interesse em participar, como por exemplo, 
Bradesco Previdência). 
 
1.3.2 – Assistência Social 
A assistência social será prestada a quem necessi-
tar, independentemente de contribuição, ou seja, à-
quelas pessoas que não possuem condições de ma-
nutenção própria. 
A Assistência Social vem disciplinada nos artigos 203 
e 204 da Constituição Federal. 
Não apresenta natureza de seguro social, sendo reali-
zada com recursos do orçamento da seguridade soci-
al. O requisito para o auxílio assistencial é a necessi-
dade do assistido. Assim, as pessoas dotadas de 
recursos para a sua manutenção não serão destinatá-
rias das ações estatais na área assistencial, não sen-
do possível o fornecimento de benefício assistencial 
pecuniário. 
A assistência social é aparelhada por lei própria – Lei 
nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – 
LOAS) – a qual traz definição legal deste segmento da 
seguridade social: 
 
“A assistência social, direito do cidadão e dever 
do Estado, é Política de Seguridade Social não-
contributiva, que prevê os mínimos sociais, reali-
zada através de um conjunto integrado de ações 
de iniciativa pública e da sociedade, para garantir 
o atendimento às necessidades básicas”. 
 
A assistência social tem como principais objetivos: a 
proteção social, que visa à garantia da vida, à redução 
de danos e à prevenção da incidência de riscos, espe-
cialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice; 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com defici-
ência e a promoção de sua integração à vida comuni-
tária; e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene-
fício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família; f) a 
vigilância socioassistencial, que visa a analisar territo-
rialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a 
ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimi-
zações e danos; e g) a defesa de direitos, que visa a 
garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das 
provisões socioassistenciais. 
Para o enfrentamento da pobreza, a assistência 
social realiza-se de forma integrada às políticas 
setoriais,garantindo mínimos sociais e provimento 
de condições para atender contingências sociais e 
promovendo a universalização dos direitos sociais. 
Importante registrar que muitas pessoas não exercem 
atividades remuneradas, daí serem desprovidas de 
qualquer condição de custear a proteção previdenciá-
ria. Não compete à previdência social a manutenção 
de pessoas carentes; por isso a assistência social é 
definida como atividade complementar ao seguro so-
cial. 
A organização da assistência social tem como base as 
seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa para os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e coman-
do único das ações em cada esfera de governo; 
II - participação da população, por meio de organiza-
ções representativas, na formulação das políticas e no 
 
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controle das ações em todos os níveis; 
III - primazia da responsabilidade do Estado na condu-
ção da política de assistência social em cada esfera 
do governo. 
A gestão das ações na área de assistência social fica 
organizada sob a forma de sistemadescentralizado e 
participativo, denominado Sistema Único de Assistên-
cia Social (Suas). 
A Constituição Federal determina que a ação estatal 
na assistência social será realizada preferencialmente 
com recursos do orçamento da seguridade social, e 
organizada com base na descentralização político-
administrativa, cabendo a coordenação e as normas 
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução 
dos respectivos programas às esferas estadual e mu-
nicipal, bem como a entidades beneficentes e de as-
sistência social. Também a participação da população 
é prevista em texto constitucional, por meio de organi-
zações representativas, na formulação das políticas e 
no controle das ações em todos os níveis. 
A Constituição Federal vigente, com o advento da 
Emenda Constitucional nº 42/2003 trouxe a faculdade 
aos Estados e ao Distrito Federal de vincular a pro-
grama de apoio à inclusão e promoção social até cinco 
décimos por cento (0,5%) de sua receita tributária 
líquida. 
O benefício de prestação continuada é a garantia de 
um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e 
ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que 
comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção nem de tê-la provida por sua família. 
Para os fins de recebimento do benefício de prestação 
continuada (BPC), a família é composta pelo reque-
rente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausên-
cia de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos 
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores 
tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. 
Para efeito de concessão deste benefício, considera-
se pessoa com deficiência aquela que tem impedi-
mentos de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem obstruir sua participação 
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
ções com as demais pessoas. impedimentos de longo 
prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com defici-
ência para a vida independente e para o trabalho pelo 
prazo mínimo de 2 (dois) anos. 
Considera-se incapaz de prover a manutenção da 
pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda 
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do 
salário mínimo. 
A remuneração da pessoa com deficiência na condi-
ção de aprendiz não será considerada para fins do 
cálculo a que se refere o § 3o deste artigo. 
O benefício de prestação continuada da assistência 
social não pode ser acumulado pelo beneficiário com 
qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de 
outro regime, salvo os da assistência médica e da 
pensão especial de natureza indenizatória. 
O benefício de prestação continuada não se trata de 
um benefício previdenciário devido à sua lógica de 
funcionamento: não carece de contribuição do benefi-
ciário, bastando a comprovação da condição de ne-
cessitado. 
A concessão do benefício somente será feita ao brasi-
leiro, inclusive ao indígena, não amparado por nenhum 
sistema de previdência social ou ao estrangeiro natu-
ralizado e domiciliado no Brasil, não coberto por sis-
tema de previdência do país de origem. 
O benefício poderá ser pago a mais de um membro da 
família, desde que comprovadas todas as condições 
exigidas. Contudo, para o inválido, o valor concedido a 
outros membros do mesmo grupo familiar passa a 
integrar a renda, para efeito de cálculo per capita do 
novo benefício requerido. Já para o idoso, o benefício 
concedido a qualquer membro da família não será 
computado para os fins do cálculo da renda familiar, 
em decorrência previsão constante no Estatuto do 
Idoso – Lei nº 10.741/03. 
A cessação do pagamento do benefício ocorre nas 
seguintes situações: 
a) superação das condições que lhe deram origem; 
b) morte do beneficiário; 
c) morte presumida do beneficiário, declarada em 
juízo; 
d) ausência declarada do beneficiário, na forma da 
lei civil; 
e) falta de comparecimento do beneficiário portador 
de deficiência ao exame médico pericial, por ocasião 
de revisão de benefício; 
f) falta de apresentação pelo idoso ou pela pessoa 
portadora de deficiência da declaração de composição 
do grupo familiar por ocasião de revisão de benefício. 
O benefício assistência é intransferível, não gerando 
direito à pensão por morte a herdeiros ou sucessores, 
extinguindo-se com a morte do beneficiário. 
O benefício de prestação continuada deve ser revisto 
a cada dois anos para avaliação da continuidade das 
condições que lhe deram origem. Caso o beneficiário 
não mais se enquadre na condição de necessitado, o 
auxílio deixa de ser pago. Apesar de o benefício de 
prestação continuada ser o benefício assistencial por 
excelência, outros existem na lei. São os benefícios 
eventuais, isto é, os auxílios funeral e natalidade, que 
eram benefícios previdenciários, mas agora se encon-
tram vinculados à assistência social. Também são 
limitados às famílias, cujas rendas per capita sejam 
inferiores a ¼ do salário mínimo. 
Além do benefício de prestação continuada, o governo 
federal tem mantido diversas ações neste segmento 
da assistência social, tais como, o Bolsa Família. 
 
ANOTAÇÕES: 
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1.3.3 – Saúde 
A Constituição Federal de 1988 estabelece nos artigos 
196 a 200 o direito à saúde. Cuidam ainda sobre esta 
matéria a Lei nº 8.080/1990 e a Lei nº 8.212/91 em 
seu art. 2º. 
É objetivo da Saúde oferecer uma política social e 
econômica destinada a reduzir riscos de doenças e 
outros agravos, proporcionando ações e serviços para 
a proteção e recuperação do indivíduo. 
Compete ao Poder Público dispor, nos termos da lei, 
sobre a regulamentação, fiscalização e controle, de-
vendo sua execução ser feita diretamente ou por mei-
os de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídi-
ca de direito privado. 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, ou seja, 
independente de contribuição, qualquer pessoa tem 
o direito de obter atendimento na rede pública de saú-
de. 
Atualmente, a saúde tem organização totalmente dis-
tinta da previdência social. Após a extinção do 
INAMPS, as ações nesta área são agora de respon-
sabilidade direta do Ministério da Saúde, por meio do 
Sistema Único de Saúde – SUS. 
A saúde é segmento autônomo da seguridade social, 
com organização distinta. Assim, a saúde é garantida 
mediante políticas sociais e econômicas, visando à 
redução do risco de doença e de outros agravos, com 
o acesso universal e igualitário às ações e aos servi-
ços necessários para sua promoção, proteção e recu-
peração. 
As ações e os serviços de saúde são de extrema rele-
vância, cabendo ao Poder Público sua execução dire-
tamente ou através de terceiros, incluindo pessoas 
físicas ou jurídicas de direito privado. O emprego de 
particulares na proteção à saúde é freqüente, com o 
governo reembolsando atendimento destas entidades 
ao SUS. 
O Sistema Único de Saúde é financiado com recursos 
do orçamento da seguridade social, da União, dos 
Estados,do Distrito Federal e dos Municípios, além de 
outras fontes. Tal orçamento destina ao Sistema Único 
de Saúde (SUS), de acordo com a receita estimada, 
os recursos necessários à realização de suas finalida-
des, previstos em proposta elaborada pela sua direção 
nacional, com a participação dos órgãos da Previdên-
cia Social e da Assistência Social, tendo em vista as 
metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias. 
A Constituição determina que a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios deverão aplicar, anu-
almente, em ações e serviços públicos de saúde, re-
cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais 
calculados sobre suas arrecadações tributárias, além 
de parcela dos valores obtidos a partir de repasses da 
União e dos Estados e dos Fundos de Participação de 
Estados e Municípios. 
A Constituição Federal vigente também evidenciou a 
possibilidade de assistência à saúde pela iniciativa 
privada. Sendo assim, a saúde não é exclusividade do 
Poder Público, podendo as instituições privadas parti-
cipar de forma complementar do Sistema Único de 
Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de 
direito público ou convênio, tendo preferência as enti-
dades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
Entretanto, é vedada a destinação de recursos públi-
cos para auxílios ou subvenções às instituições priva-
das com objetivo de lucro. Ainda que o Estado venha 
a efetuar pagamentos pelos serviços prestados à po-
pulação, não poderá auxiliar empreendimentos eco-
nômicos na área da saúde com recursos públicos. 
Finalmente, convém acrescentar que ao Sistema Úni-
co de Saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: 
 
a) controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde, além de parti-
cipar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
b) executar as ações de vigilância sanitária e epide-
mológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
c) ordenar a formação de recursos humanos na área 
de saúde; 
d) participar da formulação da política e da execução 
das ações de saneamento básico; 
e) incrementar em sua área de atuação o desenvol-
vimento científico e tecnológico; 
f) fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendendo 
o controle e seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano; 
g) participar do controle e fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produ-
tos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
h) colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendendo o do trabalho. 
 
 
ANOTAÇÕES: 
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2. PRINCIPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
Princípios são as proposições básicas que fundamen-
tam as ciências. Para o Direito, o princípio é o funda-
mento, a base que irá informar e inspirar as normas 
jurídicas. 
O Direito Previdenciário, como ramo autônomo do 
Direito, possui princípios próprios, os quais norteiam a 
aplicação e a interpretação das regras constitucionais 
e legais relativas ao sistema protetivo. Alguns princí-
pios são exclusivos da seguridade social, o que revela 
sua autonomia didática, enquanto outros são genéri-
cos, aplicáveis a todos os ramos do Direito, inclusive o 
da Seguridade Social. 
Para a Seguridade Social, alguns princípios têm natu-
reza internacional, estando inseridos em inúmeras 
 
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legislações, além de serem básicos, tais como o prin-
cípio da solidariedade, da universalidade e o da sufici-
ência das prestações. 
Os princípios podem ser divididos em gerais – que se 
aplicam não só à Seguridade Social, mas a outros 
ramos do Direito -, e específicos – que se aplicam 
exclusivamente a determinado ramo do Direito. 
 
2.1 – Princípios Gerais 
 
a) Princípio da Igualdade 
Está previsto no caput do art. 5º da Constituição, bem 
como em seu inciso I, que assim rezam: 
 “Art.5º - Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à i-
gualdade, à segurança e à propriedade, nos ter-
mos seguintes:” 
 “I – homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição”. 
A igualdade aqui tratada não é a mera isonomia for-
mal, mas sim a material ou geométrica, na qual os 
iguais são tratados de modo igual e os desiguais de 
modo desigual, dentro dos limites de suas desigualda-
des. 
É a igualdade material que justifica, por exemplo, alí-
quotas diferenciadas de contribuição para diferentes 
espécies de segurados e faixas distintas de remunera-
ção. A igualdade geométrica possibilita a restrição de 
benefícios de acordo com o status econômico do be-
neficiário, como o salário-família, por exemplo. 
 
b) Princípio da Legalidade 
É compreendido no inciso II do art. 5º da Carta Magna, 
estando assim disposto: “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei”. 
Nesses termos, só haverá a obrigação de pagar de-
terminada contribuição previdenciária ou a concessão 
de determinado benefício da Seguridade Social, se 
houver previsão em lei. 
Por ser um ramo do Direito Público, o Direito Previ-
denciário sofre maior influência do princípio da legali-
dade, já que a autonomia da vontade é muito restrita 
no campo previdenciário. 
 
c) Princípio do Direito Adquirido 
Encontra-se inserido no contexto do inciso XXXVI do 
art. 5º da Constituição, quando prevê que ―a lei não 
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico per-
feito e a coisa julgada‖. 
Direito adquirido é o que faz parte do patrimônio jurídi-
co da pessoa, que implementou todas as condições 
para esse fim, podendo exercê-lo a qualquer momen-
to, sendo defeso ao Estado sua exclusão por qualquer 
meio. 
O direito já é da pessoa, em razão de que cumpriu 
todos os requisitos para adquiri-lo, por isso faz parte 
do seu patrimônio jurídico, ainda que não integre o seu 
patrimônio econômico. Tem-se como exemplo o caso 
da aposentadoria não ter sido requerida, apesar da 
pessoa já ter implementado todos os requisitos para 
esse fim. 
De outro modo, falar-se-á em mera expectativa de 
direito. A legislação previdenciária, como regra geral, 
respeita, de certa forma, a expectativa de direito, cri-
ando regras transitórias para pessoas que já se en-
contravam no sistema antigo, mas sem o direito ple-
namente adquirido. 
A Súmula 359 do Supremo Tribunal Federal – STF 
dispõe que “ressalvada a revisão prevista em lei, os 
proventos da inatividade regulam-se pela lei vigen-
te ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, 
reuniu os requisitos necessários”. 
 
2.2 – Princípios Específicos 
 
Estão previstos no parágrafo único do art. 194 da 
Constituição e são repetidos no parágrafo único do art. 
1º da Lei nº 8.212/91. 
 
a) Solidarismo 
A solidariedade pode ser considerada um postulado 
fundamental do Direito da Seguridade Social, previstoainda que implicitamente na Constituição. Sua origem 
é encontrada na assistência social, em que as pesso-
as faziam uma assistência mútua para alguma finali-
dade e também com base no mutualismo, de se fazer 
um empréstimo ao necessitado. 
Ocorre a solidariedade na Seguridade Social quando 
várias pessoas economizam em conjunto para asse-
gurar benefícios quando as pessoas do grupo necessi-
tarem. 
O inciso I do art. 3º da Constituição Federal indica a 
solidariedade como pressuposto genérico, haja vista 
que ―construir uma sociedade livre, justa e solidá-
ria‖ é objetivo da República Federativa do Brasil. 
É este princípio que permite e justifica uma pessoa 
poder ser aposentada por invalidez em seu primeiro 
dia de trabalho, sem ter qualquer contribuição recolhi-
da para o sistema. Também é a solidariedade que 
justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado 
que volta a trabalhar. Este deverá adimplir seus reco-
lhimentos mensais, como qualquer trabalhador, mes-
mo sabendo que não poderá obter nova aposentadori-
a. A razão é a solidariedade: a contribuição de um não 
é exclusiva deste, mas sim para a manutenção de 
toda rede protetiva. 
b) Princípio da Universalidade de Cobertura e do 
Atendimento 
No nosso sistema, tem a Seguridade Social como 
postulado básico a universalidade, isto é, todos os 
residentes no país farão jus a seus benefícios, não 
devendo existir distinções, principalmente no que diz 
respeito aos segurados urbanos e rurais. 
Com relação à saúde e assistência social, vimos que a 
universalidade de cobertura e de atendimento é a 
regra. Todavia, quanto à previdência social, por ser 
regime contributivo, é, a princípio, restrita aos que 
exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao 
mandamento constitucional, foi criada a figura do se-
gurado facultativo. 
A universalidade da cobertura deve ser entendida 
como a necessidade daquelas pessoas que forem 
atingidas por uma contingência humana, como a im-
possibilidade de retornar ao trabalho, a idade avança-
da, a morte etc. 
A universalidade do atendimento refere-se às contin-
gências que serão cobertas, não só às pessoas envol-
vidas no sistema, ou seja, às adversidades ou aos 
acontecimentos em que a pessoa não tenha condi-
 
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ções próprias de renda ou de subsistência. 
 
c) Princípio da Uniformidade e Equivalência das 
Prestações entre às Populações Urbanas e Rurais 
Trata-se de um desdobramento do princípio da igual-
dade, no sentido da impossibilidade de serem estabe-
lecidas distinções. 
A uniformidade refere-se aos aspectos objetivos, às 
contingências ou aos eventos que irão ser cobertos. 
Já a equivalência vai tomar por base o aspecto pecu-
niário ou do atendimento dos serviços, que não serão 
necessariamente iguais, mas equivalentes, na medida 
do possível. 
Apesar de a área rural ser extremamente deficitária, a 
igualdade de tratamento justifica-se, já que todos são 
trabalhadores. Se as contribuições rurais não atingem 
patamar adequado, isto não é culpa do trabalhador. 
Ademais, cabe aqui a aplicação do princípio da solida-
riedade – os trabalhadores urbanos auxiliam no cus-
teio dos benefícios rurais. 
 
d) Seletividade e Distributividade na Prestação de 
Benefícios e Serviços 
A seleção das prestações vai ser feita de acordo com 
as possibilidades econômico-financeiras do sistema da 
seguridade social. Nem todos terão acesso aos bene-
fícios, contudo, a assistência médica será igual para 
todos, desde que dela necessitem e haja previsão 
para tanto. 
A lei é que irá dispor a que pessoas os benefícios e os 
serviços serão atendidos. Assim por exemplo, a con-
cessão do salário-família e do auxílio-reclusão para o 
segurado e dependente de baixa renda são formas de 
seletividade, de atender a determinadas pessoas que 
seriam as necessitadas e não outras. 
A distributividade implica a necessidade de solidarie-
dade para poderem ser distribuídos recursos. Trata-se 
de uma forma de distribuição de renda, apresentando 
caráter social. 
 
e) Princípio da Irredutibilidade do Valor dos Bene-
fícios 
Trata-se de uma segurança jurídica contida na Consti-
tuição em benefício do segurado e dependentes deste 
diante da inflação. Diz respeito à correção do benefí-
cio, o qual deve ter seu valor atualizado, de acordo 
com a inflação do período. 
O poder aquisitivo dos benefícios não pode ser onera-
do. A forma de correção dos benefícios previdenciá-
rios vai ser feita de acordo com a preceituada na lei. 
O §4º do artigo 201 da CF/88 dispõe que ―é assegu-
rado o reajustamento dos benefícios para preser-
va-lhes, em caráter permanente, o valor real, con-
forme critérios definidos em lei‖. 
 
f) Princípio da Eqüidade na Forma de Participação 
no Custeio 
Embora a regra seja a contribuição de todos, até em 
virtude do princípio da solidariedade, seus valores não 
precisam ser, necessariamente, iguais. Evidentemente 
algumas pessoas podem contribuir mais que outras e, 
por isso, as regras de custeio devem atender para 
esta capacidade contributiva de seus segurados. 
Exemplo de eqüidade na forma do financiamento é a 
prevista no § 9º do art. 195 da Constituição, no sentido 
de que as contribuições do empregador, da empresa 
ou entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou 
bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade 
econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra. 
 
g) Princípio da Diversidade da Base de Financia-
mento 
A diversidade de base de financiamento quer dizer 
diversidade de fontes de custeio. 
A Constituição prevê diversas formas de financiamen-
to da seguridade social, por meio da empresa, dos 
trabalhadores, dos entes públicos e dos concursos de 
prognósticos (art. 195, I a III). 
Do orçamento da União virá grande parte do financia-
mento da seguridade social, assim com essa irá cobrir 
eventuais insuficiências financeiras do sistema. 
 
h) Princípio Democrático e Descentralizado da 
Administração 
A Emenda Constitucional nº 20/98 ofertou nova reda-
ção ao inciso VII, do parágrafo único do art. 194 da 
CF/88: “caráter democrático e descen-tralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalha-dores, dos empregado-
res, dos aposentados e do governo nos órgãos 
colegiados”. 
Este princípio visa à participação da sociedade na 
organização e no gerenciamento da seguridade social, 
mediante gestão quadripartite, com participação de 
trabalhadores, empregadores, aposentados e governo. 
O art. 3º da Lei nº 8.213/91 instituiu o Conselho Na-
cional de Previdência Social (CNPS), que tem repre-
sentantes do governo federal, dos aposentados e dos 
pensionistas, dos trabalhadores em atividade e dos 
empregadores. Compete a esse conselho – CNPS, em 
especial: a) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as 
decisões de políticas aplicáveis à previdência social; 
b) participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a 
gestão previdenciária; c) apreciar e aprovar os planos 
e programas da previdência social; d) acompanhar a 
aplicação da legislação pertinente à previdência social 
etc. 
 
i) Princípio da Preexistência do Custeio em Rela-
ção ao Benefício ou Serviço 
O § 5º do art. 195 da Constituição apenas inseriu no 
seio da nossa Lei Maior o conceito de seguridade 
social, em um sentido amplo, englobando tanto a Pre-
vidência Social como a Assistência Social, com a se-
guinte redação: “nenhum benefício ou serviço da 
seguridade social poderá ser criado, majorado ou 
estendido sem a correspondente fonte de custeio 
total”. 
Este princípio visa ao equilíbrio atuarial e financeiro do 
sistema securitário. A criação do benefício, ou mesmo 
a mera extensão de prestação já existente, somente 
será feita coma previsão da receita necessária. 
 
j) Princípio da Tríplice Forma de Custeio 
O custeio tríplice envolve contribuições de trabalhado-
res, das empresas e do próprio governo. A contribui-
ção do empregador, o qual funciona como patrocina-
dor compulsório (obrigatório) dos benefícios previden-
ciários de seus empregados, existe desde a criação da 
previdência social. 
O Poder Público também deve destinar parcela de sua 
arrecadação tributária, além das contribuições sociais, 
ao custeio previdenciário. Isto deve ocorrer assim pelo 
singelo fato de o Estado ser, também, empregador. 
 
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EXERCÍCIOS 
 
01. (ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – 
MF – 2009 – ESAF) À luz dos dispositivos consti-
tucionais referentes à Seguridade Social, julgue os 
itens abaixo: 
I. A Seguridade Social pode compreender ações de 
iniciativa da sociedade. 
II. Saúde, Previdência e Trabalho compõem a Segu-
ridade Social. 
III. Compete ao Poder Público organizar a Segurida-
de Social nos termos da lei. 
IV. A Seguridade Social não foi definida na Constitui-
ção Federal de 1988. 
 
 
a) Todos estão corretos. 
b) I e III estão corretos. 
c) I e IV estão incorretos. 
d) Somente I está incorreto. 
e) III e IV estão incorretos. 
 
02. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – 
2010 – CESPE/UNB) Acerca da estrutura dada pela 
CF e pelas normas infraconstitucionais à seguri-
dade social, julgue os itens seguintes. 
1. É perfeitamente admissível que se estabeleça 
uma base única de financiamento para a seguridade 
social, desde que a administração do sistema se man-
tenha democrática e descentralizada. 
2. É vedada a adoção de requisitos e critérios dife-
renciados para a concessão de aposentadoria aos 
beneficiários do RGPS, ressalvados os casos de ativi-
dades exercidas sob condições especiais que prejudi-
quem a saúde ou a integridade física e quando se 
tratar de segurados portadores de necessidades es-
peciais, nos termos definidos em lei complementar. 
 
03. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – 2007 – 
CESPE/UNB) Julgue os itens a seguir, acerca do 
conceito, da organização e dos princípios da segu-
ridade social. 
1. Assistência social é a política social que provê o 
atendimento das necessidades básicas, traduzidas em 
proteção à família, à maternidade, à infância, à ado-
lescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiên-
cia, independentemente de contribuição à seguridade 
social. 
2. A seguridade social obedece aos princípios da 
seletividade e da distributividade na prestação dos 
benefícios e serviços. 
 
04. (PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – INSS – 
2010 – CESPE/UNB) De acordo com a Lei Orgânica 
da Assistência Social e o Decreto n.º 1.744/1995, 
julgue os itens que se seguem. 
1. O benefício de prestação continuada é a garantia 
de 1 salário mínimo mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso com 70 anos de idade ou mais e 
que comprovem não possuir meios de prover a própria 
manutenção e nem de tê-la provida por sua família. 
2. O benefício de prestação continuada deverá ser 
revisto a cada 5 anos, para reavaliar as condições que 
lhe deram origem. 
 
05. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 2ª REGIÃO – 
2007 – FCC) Contribuem para a seguridade social, 
da mesma forma, aqueles que estão em iguais 
condições contributivas. As empresas NÃO con-
tribuem da mesma forma que os trabalhadores, em 
conformidade, especificamente, com o princípio da 
a) universalidade. 
b) seletividade na prestação de benefícios e servi-
ços. 
c) eqüidade na forma de participação no custeio. 
d) irredutibilidade do valor dos benefícios. 
e) natureza democrática e descentralizada da admi-
nistração. 
 
06. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 2ª REGIÃO – 
2007 – FCC) O Conselho Nacional de Previdência 
Social – CNPS, órgão superior de deliberação co-
legiada, terá como membros, dentre outros, nove 
representantes da sociedade civil, sendo 
a) três representantes dos aposentados e pensionis-
tas; três representantes dos trabalhadores em ativida-
de e três representantes dos empregadores. 
b) um representante dos aposentados e pensionis-
tas; quatro representantes dos trabalhadores em ativi-
dade e quatro representantes dos empregadores. 
c) dois representantes do Governo Federal; três 
representantes dos aposentados e pensionistas; dois 
representantes dos trabalhadores em atividade e dois 
representantes dos empregadores. 
d) quatro representantes do Governo Federal; um 
representante dos aposentados e pensionistas; dois 
representantes dos trabalhadores em atividade e dois 
representantes dos empregadores. 
e) dois representantes dos aposentados e pensionis-
tas; quatro representantes dos trabalhadores em ativi-
dade e três representantes dos empregadores. 
 
07. (PROCURADOR – PREFEITURA DE SÃO 
PAULO/SP – 2008 – FCC) É princípio explícito da 
seguridade social na Constituição de 1988: 
(A) irredutibilidade do valor das contribuições. 
(B) desnecessidade de fonte de custeio total para 
criação de benefícios. 
(C) universalidade da cobertura e do atendimento. 
(D) retributividade na prestação dos benefícios e ser-
viços. 
(E) caráter democrático e descentralizado da adminis-
tração, mediante gestão bipartite, com a participação 
de trabalhadores e empregadores nos órgãos colegia-
dos. 
 
08. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA – TRF 4ª REGIÃO – 2010 – FCC) 
O princípio constitucional que consiste na con-
cessão dos benefícios a quem deles efetivamente 
necessite, devendo a Seguridade Social apontar os 
requisitos para a concessão de benefícios e servi-
ços é, especificamente, o princípio da 
(A) universalidade da cobertura e do atendimento. 
(B) equidade na forma de participação no custeio. 
(C) seletividade e distributividade na prestação dos 
benefícios e serviços. 
(D) diversidade da base de financiamento. 
(E) uniformidade e equivalência dos benefícios e ser-
viços às populações urbanas e rurais. 
 
 
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09. (ADVOGADO – NOSSA CAIXA – 2011 – FCC) O 
princípio da universalidade da cobertura prevê 
(A) que os benefícios são concedidos a quem deles 
efetivamente necessite, razão pela qual a Seguridade 
Social deve apontar os requisitos para a concessão 
dos benefícios e serviços. 
(B) que a proteção social deve alcançar todos os e-
ventos cuja reparação seja premente, a fim de manter 
a subsistência de quem dela necessite. 
(C) que o benefício legalmente concedido pela Previ-
dência Social não pode ter o seu valor nominal reduzi-
do. 
(D) a participação equitativa de trabalhadores, empre-
gadores e Poder Público no custeio da seguridade 
social. 
(E) que não há um único benefício ou serviço, mas 
vários, que serão concedidos e mantidos de forma 
seletiva, conforme a necessidade da pessoa. 
 
10. (ANALISTA JUDICICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
– TRF 3ª REGIÃO – 2007 – FCC) Considere as se-
guintes assertivas a respeito da assistência social: 
I. A assistência social será prestada a quem dela ne-
cessitar, independentemente de contribuição à seguri-
dade social. 
II. A participação da população, por meio de organiza-
ções representativas, na formulação das políticas e no 
controle das ações em todos os níveis é uma das 
diretrizes de organização das ações governamentais 
na área da assistência social. 
III. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincu-
lar a programa de apoio à inclusão e promoção social 
até três décimos por cento de sua receita tributária 
líquida. 
IV. É vedada a aplicação dos recursos de programa de 
apoio à inclusão e promoção social dos Estados e do 
Distrito Federalno pagamento de despesas com pes-
soal e encargos sociais. 
 
De acordo com a Constituição Federal brasileira, está 
correto o que se afirma APENAS em 
(A) I, II e III. 
(B) I, II e IV. 
(C) I, III e IV. 
(D) II, III e IV. 
(E) II e IV. 
 
11. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – 
COORDENADORIA JURÍDICA – TCE/SE – 2011 – 
FCC) Maria e João são empregados da empresa X. 
Maria possui três dependentes enquanto João não 
possui dependentes. Na qualidade de segurada 
Maria recebe o benefício salário-família enquanto 
João apesar de segurado não recebe. Neste caso 
específico está sendo aplicado o princípio consti-
tucional da 
(A) equidade na forma de participação no custeio. 
(B) distributividade na prestação dos benefícios. 
(C) universalidade do atendimento. 
(D) diversidade da base de financiamento. 
(E) seletividade da prestação dos benefícios. 
 
12. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – 
COORDENADORIA JURÍDICA – TCE/SE – 2011 – 
FCC) No tocante à evolução legislativa da Seguri-
dade Social no Brasil, dentre as primeiras regras 
de proteção, a aposentadoria por invalidez aos 
servidores públicos 
(A) foi prevista inicialmente na Constituição Federal 
brasileira de 1946. 
(B) somente teve previsão constitucional na Constitui-
ção Federal brasileira de 1988. 
(C) teve previsão inicial em lei especial de caráter 
nacional publicada em 1942. 
(D) foi prevista inicialmente na Constituição Federal 
brasileira de 1891. 
(E) teve previsão inicial de caráter nacional na conhe-
cida Lei Eloy Chaves. 
 
13. (AUDITOR – TCE/CE – 2006 – FCC) Entre os 
princípios que regem a Seguridade Social, encon-
tra-se o da eqüidade na forma de participação no 
custeio. Especificamente, segundo esse princípio, 
(A) apenas aqueles que estiverem em igualdade de 
condições contributivas é que terão que contribuir da 
mesma forma, diversificando empregados e emprega-
dores. 
(B) a proteção social deve alcançar todos os eventos 
cuja reparação seja premente, a fim de manter a sub-
sistência de quem dele necessite. 
(C) a escolha das prestações será feita de acordo com 
as possibilidades econômicas-financeiras do sistema 
da Seguridade Social. 
(D) os benefícios serão concedidos a quem deles 
efetivamente necessite, não havendo um único bene-
fício, mas sim vários. 
(E) deverá ocorrer uma equivalência entre os benefí-
cios e serviços concedidos às populações urbanas e 
rurais. 
 
14. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PA – 2009 – FCC) 
Entre as diversas ações que integram o sistema de 
seguridade social brasileiro, está previsto que 
cabe garantir benefício mensal 
(A) de um salário mínimo à pessoa portadora de defi-
ciência e ao idoso que comprovem não possuir meios 
de prover à própria manutenção ou de tê-la provida 
por sua família, independentemente de prova de exer-
cício de trabalho ou contribuição previdenciária anteri-
ores. 
(B) de um salário mínimo à pessoa portadora de defi-
ciência e ao idoso, desde que o beneficiário comprove 
ter vertido um mínimo de contribuições previdenciárias 
anteriormente, já que todos devem contribuir para o 
financiamento do sistema. 
(C) de um salário mínimo à pessoa portadora de defi-
ciência e ao idoso, independentemente de ter havido 
contribuição previdenciária anterior, mas desde que o 
beneficiário comprove ao menos ter trabalhado por um 
número mínimo de meses ao longo de sua vida, já 
que, sem trabalho, não pode haver proteção do siste-
ma. 
(D) de valor variável, sempre de acordo com as mé-
dias das contribuições previdenciárias pessoalmente 
vertidas, independentemente de se tratar de portado-
res de deficiência ou idosos e ainda que o benefício 
resulte em valor inferior ao do salário mínimo, já que 
se impõe a preservação do equilíbrio financeiro e atua-
rial do sistema. 
(E) à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, no 
 
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valor variável de um quinto do salário mínimo, para os 
que nunca contribuíram, e de pelo menos um salário 
mínimo para os que comprovem ter trabalhado e con-
tribuído por um período mínimo de anos. 
 
3. SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Segurados são as pessoas físicas que exercem, exer-
ceram ou não atividade, remunerada ou não, efetiva 
ou eventual, com ou sem vínculo empregatício. 
Não importa se a pessoa exerce ou não atividade 
remunerada, pois o estudante, o desempregado, a 
dona-de-casa não exercem atividade remunerada, 
mas podem ser considerados segurados. 
Segurado será sempre a pessoa física, haja vista que 
a pessoa jurídica será contribuinte, pois a lei determi-
na que deverá pagar determinada contribuição à segu-
ridade social. 
Para ser segurado é preciso ter a idade de 16 anos, 
que é a idade mínima permitida para trabalhar (art. 7º, 
XXXIII, da CF/88). Todavia, a exceção diz respeito ao 
menor aprendiz, que pode trabalhar aos 14 anos de 
idade. 
Em regra, todos os trabalhadores são segurados do 
RGPS. Não serão segurados do RGPS os vinculados 
a regimes próprios e os que prestam serviços a enti-
dades estrangeiras, quando amparados por regimes 
de previdência desses países. 
Para a previdência social – RGPS -, os segurados 
classificam-se em duas categorias: obrigatórios (em-
pregado; empregado doméstico; trabalhador avulso; 
contribuinte individual e segurado especial) e faculta-
tivos. 
 
Os segurados obrigatórios em regra são: 
a) os que exercem atividade remunerada, efetiva ou 
eventual; 
b) os que exercem atividades de natureza urbana ou 
rural; 
c) aqueles que prestam serviço com ou sem vínculo 
empregatício. 
 
Como requisitos essenciais, devem ser pessoas físi-
cas e prestar atividade laborativa lícita. Atividades 
ilegais ou ilícitas não estão abrangidas pela cobertura 
da previdência social, como o tráfico de drogas (entor-
pecentes). 
O enquadramento como segurado na previdência 
social repercute na forma de arrecadação, valor da 
contribuição devida e no recebimento dos benefícios 
previdenciários. 
 
NOTA: O aposentado pelo RGPS que estiver exer-
cendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por 
este regime é segurado obrigatório em relação a essa 
atividade, ficando sujeito às contribuições previstas na 
Lei nº 8.212/91. 
 
3.1 – Segurados obrigatórios 
 
I – Empregado 
 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana 
ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua 
subordinação e mediante remuneração, inclusive co-
mo diretor empregado; 
 
 
 
 
II – Empregado doméstico 
A Lei nº 8.212/91 disciplina esta categoria de segurado 
em seu art. 12, inciso II. Considera-se empregado 
doméstico aquele que presta serviço de natureza con-
tínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no 
âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucra-
tivos. 
 
Características / requisitos: 
a) tratar-se de contrato celebrado entre pessoas físi-
cas; 
b) natureza contínua (necessidade permanente): os 
serviços devem ser prestados com continuidade; 
c) o serviço deve ser prestado a pessoa ou a família – 
ambiente familiar - (ex.: mordomo, copeira, cozinheira, 
jardineiro, motorista etc.), que não tenha por intuito 
atividade lucrativa e para o âmbito residencial delas; 
d) subordinação do empregado à pessoa ou à família; 
e 
e) prestação do serviço personalíssima e a título one-
roso. 
 
III – Trabalhador avulso 
O inciso VI do art. 12 da Lei nº 8.212/91 considera 
avulso “quem presta, a diversas empresas, sem 
vínculo empregatício, serviços de natureza urbana 
ou rural definidos no regulamento”. 
Por seu turno, o inciso VI do art. 9º do Decreto nº 
3.048/99 esclarece que o trabalhador avulso é aquele 
que, sindicalizado ou não, presta serviçosde natureza 
urbana ou rural, sem vínculo empre-gatício, a diversas 
empresas, com intermediação obrigatória do sindicato 
da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra. 
 
Características: 
1) liberdade na prestação de serviços, pois não tem 
vínculo nem com sindicato, muito menos com as em-
presas tomadoras de serviço; 
2) possibilidade de prestação de serviços a mais de 
uma empresa; 
3) o órgão sindical é que faz a intermediação da mão-
de-obra, colocando os trabalhadores onde é o serviço 
necessário, cobrando posteriormente um valor pelos 
serviços prestados, já incluindo os direitos trabalhistas 
e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo o 
rateio entre as pessoas que participam da prestação 
de serviços; 
4) o curto período de tempo em que o serviço é pres-
tado ao beneficiário. 
De acordo com o Regulamento da Previdência Social 
– Decreto nº 3.048/99, são considerados trabalhado-
res avulsos: 
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de 
capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, 
vigilância de embarcação e bloco; 
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer 
natureza, inclusive carvão e minério; 
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para car-
ga e descarga de navios); 
d) o amarrador de embarcação; 
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; 
f) o trabalhador na indústria de extração de sal; 
g) o carregador de bagagem em porto; 
 
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h) o prático de barra em porto; 
i) o guindasteiro; e 
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de 
mercadorias em portos. 
 
 
IV – Contribuinte Individual 
O inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212 usa a expressão 
contribuinte individual. 
Esta categoria foi criada pela Lei nº 9.876/99, a qual 
reuniu três categorias existentes – autônomo, equipa-
rado a autônomo e empresário – em uma única, de-
nominada contribuinte individual. Estes segurados 
são definidos na legislação previdenciária da seguinte 
forma (art. 11, V da Lei nº 8.213/91): 
 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora 
atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter 
permanente ou temporário, em área, contínua ou des-
contínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quan-
do em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais 
ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de 
empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda 
nas hipóteses dos §§ 8
o
 e 23 deste artigo; 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora 
atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter 
permanente ou temporário, diretamente ou por inter-
médio de prepostos, com ou sem o auxílio de empre-
gados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma 
não contínua; 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de 
instituto de vida consagrada, de congregação ou de 
ordem religiosa; 
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para orga-
nismo oficial internacional do qual o Brasil é membro 
efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo 
quando coberto por regime próprio de previdência 
social; 
e) o titular de firma individual urbana ou rural; 
f) o diretor não empregado e o membro de conselho 
de administração na sociedade anônima; 
g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo 
e de capital e indústria; 
h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam re-
muneração decorrente de seu trabalho e o administra-
dor não empregado na sociedade por cotas de res-
ponsabilidade limitada, urbana ou rural; 
i) o associado eleito para cargo de direção em coope-
rativa, associação ou entidade de qualquer natureza 
ou finalidade, bem como o síndico ou administrador 
eleito para exercer atividade de direção condominial, 
desde que recebam remuneração; 
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em 
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem rela-
ção de emprego; 
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, ativi-
dade econômica de natureza urbana, com fins lucrati-
vos ou não; 
m) o cooperado de cooperativa de produção que, nes-
ta condição, presta serviço à sociedade cooperativa 
mediante remuneração ajustada ao trabalho executa-
do; e 
n) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tra-
tam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar n
o
 123, 
de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhi-
mento dos impostos e contribuições abrangidos pelo 
Simples Nacional em valores fixos mensais. 
 
 
3.2 – Segurado Especial 
 
Está previsto inicialmente no § 8º do art. 195 da Cons-
tituição Federal, assim como no inciso VII do art. 12 da 
Lei nº 8.212/91. 
O segurado especial, em síntese, é o pequeno produ-
tor rural e o pescador artesanal. São denominados 
especiais, porque estes segurados recolhem com 
base de cálculo diferenciada em relação aos demais 
trabalhadores, pois enquanto estes recolhem com 
base na remuneração auferida pelos serviços presta-
dos (salário-de-contribuição), os especiais recolhem 
sobre a comercialização da produção agropecuária ou 
pesqueira. Além do que, mesmo que não recolham 
nada aos cofres da previdência social, os segurados 
especiais terão direito aos benefícios previdenciários, 
desde que comprovem, apenas, o tempo de serviço 
em atividade agropecuária ou pesqueira. 
 
A Lei nº 11.718/2008 deu nova qualificação ao segu-
rado especial, nos seguintes termos: pessoa física 
residente no imóvel rural ou em aglomerado urba-
no ou rural próximo a ele que, individualmente ou 
em regime de economia familiar, ainda que com o 
auxílio eventual de terceiros a título de mútua co-
laboração, na condição de: 
1 - produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatá-
rio ou arrendatário rurais, que explore atividade: 
a) agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos 
fiscais; ou 
b) de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça 
suas atividades nos termos do inciso XII do caput do 
art. 2° da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça 
dessas atividades o principal meio de vida; 
2 - pescador artesanal ou a este assemelhado, que 
faça da pesca profissão habitual ou principal meio de 
vida; e 
3 - cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 
16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado 
que, comprovadamente, trabalhem com o grupo fami-
liar respectivo. 
Entende-se como regime de economia familiar a ativi-
dade em que o trabalho dos membros da família é 
indispensável à própria subsistência e ao desenvolvi-
mento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido 
em condições de mútua dependência e colaboração, 
sem a utilização de empregados permanentes. 
 
 
 – Segurado facultativo 
 
Segurado facultativo é a pessoa que não tem obriga-
ção legal de recolher a contribuição previdenciária, 
mas o faz para contar tempo de contribuição. 
Nos termos do § 5º do art. 201 da Constituição, é ve-
dada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado 
facultativo, de pessoa participante de regime próprio 
de previdência. 
É segurado facultativo o maior de 16 anos de idade 
que se filiar ao RGPS mediante contribuição, desde 
que não esteja incluído entre os segurados obrigató-
rios. 
O enquadramento como facultativo é um ato de vonta-
de da pessoa e não uma imposição legal, como ocorre 
 
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com o segurado obrigatório, gerando efeitos somente 
a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não 
podendo retroagir, nem a competências anteriores à 
sua inscrição, exceto se fizer opção pelo recolhimento 
trimestral. 
 
NOTA: 1 - O recolhimento da contribuição em atraso

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