Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO UNIDADE II - PERSPECTIVA HISTÓRICA: O PENSAMENTO ORTODOXO – (4 ENCONTROS) AULA 8 – CRESCIMENTO COM OFERTA ILIMITADA DE MÃO DE OBRA Prof. Ricardo Chaves Lima Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra Arthur Lewis 1915 - 1991 Nasceu em Santa Lucia e morreu em Barbados. Prêmio Nobel de Economia em 1979 • Lewis Também acreditava que a industrialização era o caminho para o desenvolvimento; • Nos países menos desenvolvidos, o preço dos produtos primários não estariam sujeitos à desvalorização dos termos de troca com relação a produtos industriais; • Pelo contrário, a elevação da renda em países desenvolvidos aumentaria a demanda e, consequentemente os preços, do produtos primários de países periféricos; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • O setor urbano em países menos desenvolvidos era menor que o setor rural, e exibia maior produtividade do trabalho. Consequentemente, os salários urbanos eram mais elevados; • O setor rural era o maior setor, mas tinha baixa produtividade marginal do trabalho; • Com produtividade marginal do trabalho na agricultura próxima a zero, relocar trabalhadores para o setor industrial não ocasionaria perda do produto agrícola; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra MODELO DE LEWIS Agricultura Camponesa • Emprega mais mão-de-obra; • Baixa produtividade; • Baixos salários; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • Lewis acreditava que as economias dualista nos países menos desenvolvidos tinham os dois setores, o moderno (industrial) e o tradicional (agrícola), pouco conectados. A diferença salarial faria uma conexão entre esses dois setores via transferência de mão-de-obra; • Lewis estimava que, se os salários na indústria fossem pelo menos 30 por cento acima dos salários agrícolas, haveria um fluxo migratório campo-cidade; • Um aumento da oferta de mão-de-obra urbana, a partir de trabalhadores oriundos do setor rural, pressionaria para baixo os salários urbanos, que seriam mantidos no nível de subsistência (salário mínimo); Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra MODELO DE LEWIS Setor Industrial • Emprega menos mão-de-obra; • Elevada produtividade; • Salários mais elevados; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • Pagando salários de subsistência, os empresários urbanos teriam sua massa de lucro aumentada. Se reinvestidos, esses lucros aumentariam o estoque de capital e a produtividade da indústria; • Como os industriais tinham à sua disposição uma oferta ilimitada de mão-de-obra, vinda do meio rural, seria possível crescer o produto industrial sem a necessidade de aumentar salários; • A figura 01 mostra os produtos físico marginal (PMgL) e médio (PML) na agricultura; • Desde que o modelo assume oferta ilimitada de mão-de- obra na agricultura, pode-se dizer que PMgL = 0 e LA Trabalhadores estão empregados na agricultura; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra PMgL PML Sr PMgL PML Mão-de-obra agrícola Figura 01 – Setor Agrícola Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • Diferentemente da suposição usual neoclássica, de que os trabalhadores são pagos pelo produto marginal, no modelo de Lewis os trabalhadores agrícolas (LA) são remunerados pelo produto médio (PML); • Ou seja, na agricultura subsistência, que caracteriza os países menos desenvolvidos, o produto da unidade agrícola familiar é dividido pelos seus membros; • A figura 02 mostra o mercado de trabalho no setor urbano, segundo o modelo de Lewis; • Sr e Su são respectivamente os salários rural e urbano, e L é a mão-de-obra disponível para a indústria; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra PMgL PMgL1 PMgL2 trabalho na indústria Sr Su Sr Su L1 L2 Figura 02 – Setor Urbano Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • A área 0M1P1L1 é o produto da indústria para L1 trabalhadores urbanos. Desse, 0SuP1L1 é apropriado pelos trabalhadores; • O montante apropriado pelos empresários é SuM1P1; • Quando os lucros são reinvestidos, aumenta o estoque de capital e o produto marginal vai para MPgL2, fazendo com que a nova demanda por trabalhadores no setor industrial seja L2. O lucro então aumenta novamente (SuM2P2) que, quando reinvestido, gera uma nova rodada de investimentos, maior produtividade e mais ganhos para a empresa; Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • Enquanto houver uma oferta ilimitada de mão-de-obra vindo do setor rural, a indústria se expande com salários ao nível de subsistência; • Na medida em que a oferta ilimitada de mão-de-obra rural se esgota, as indústrias no setor urbano passam a aumentar salários acima do nível de subsistência para atrair novos migrantes; • A figura 03 mostra a trajetória do mercado de trabalho urbano até que desenvolvimento se processe; • A agricultura responde também aumentando salários para segurar os trabalhadores no meio rural, já o o produto marginal do trabalho no setor agrícola passa a ser positivo Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra Su Sr PMgL1 PMgL2 PMgLn Su L1 L2 Ln L Figura 03 – Setor Urbano Desenvolvido Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • Esse processo se repete até que a interação entre oferta e demanda por trabalhadores, nos setores rural e urbano, passam a funcionar como em países desenvolvidos. Sobre o Modelo de Lewis, ver: http://growthanddevelopmentias.blogspot.com.br/2012/06/lewis-model-of- development-with-surplus.html Crescimento com Oferta Ilimitada de Mão de Obra • Se o processo de crescimento industrial for intensivo em capital, parte da mão-de-obra vinda do setor rural deve ficar desempregada nos centros urbanos; • Se parte do lucro na indústria não for investido em desenvolvimento rural pode haver uma queda no produto agrícola ocorrendo desabastecimento e inflação; • O modelo assume uma elevada propensão marginal a poupar por parte dos capitalistas. No entanto, se os lucros não forem reinvestidos, o processo de desenvolvimento não ocorrerá como planejado; • O trabalhadores rurais migrantes não tem o treinamento necessário para o trabalho na indústria. Assim, deve existir custo para essa realocação. ALGUMAS CRÍTICA AO MODELO
Compartilhar