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Ciência e tecnologia do materiais Arranjos Atômicos Prof (a): Jania Betania A. da Silva Por que Estudar ? • Não se pode prever se um determinado material terá alta ou baixa resistência, ou será dúctil ou frágil, baseando-se simplesmente na natureza de suas ligações; • Os arranjos de átomos e íons também desempenham um importante papel nas propriedades de um material; • Através do arranjo dos átomos é possível explicar porque o magnésio e o berílio puros são mais quebradiços e frágeis do que o ouro e a prata; • A ordem assumida pelos arranjos de átomos explica porque alguns materiais cerâmicos e poliméricos são opticamente transparentes e outros se apresentam opacos. Cristalinidade Ordem de curto e longo alcance? • Nos diferentes estados da matéria, podemos encontrar três tipos de arranjos atômicos ou iônicos: • Sem ordem: Os átomos preenchem aleatoriamente o espaço disponível; • Ordem de curto alcance: O arranjo espacial dos átomos se estende apenas aos vizinhos mais próximos de cada átomo; • Ordem de longo alcance: O arranjo atômico espacial estende-se a distâncias maiores (acima de 100 nm). Sem Ordem ............ • Nos gases monoatômicos, como o Argônio (Ar) os átomos ou íons não possuem arranjo ordenado: Arranjo atômico do argônio Gás argônio Ordem de curto alcance.... • Os vidros inorgânicos, usados em recipientes e janelas consistem em vidros a base de sílica (SiO2); • Tais materiais são ditos amorfos, assim como os gases e os líquidos. Estrutura bidimensional para a sílica não cristalina Vidros Ordem de longo alcance........ • A maioria dos metais e ligas, muitas cerâmicas e alguns polímeros possuem uma estrutura, na qual os átomos formam uma ordem repetitiva, regular e tridimensional. • Tais materiais são ditos cristalinos (Ex: Quartzo) Estrutura bidimensional para a sílica cristalina Quartzo Sílica-gema na cor turquesa Materiais amorfos: princípios e aplicações tecnológicas • Em geral, a maioria dos materiais tende a formar arranjos periódicos, uma vez que esta configuração maximiza a estabilidade termodinâmica do material; • Os materiais amorfos tendem a se formar quando a cinética do processo de fabricação não permite a organização dos átomos em arranjos periódicos; • A exemplo dos vidros inorgânicos, muitos plásticos também são amorfos, embora possam conter pequenas porções de material cristalino; EX: Nos polímeros durante o processamento, as cadeias ficam emaranhadas entre si, como um “espaguete”. Estruturas Cristalinas Por que cristal? Antigos gregos: pedaços de quartzo encontrados em regiões frias era um tipo especial de gelo - Krystallos eram congelados de maneira tão forte que não se fundiam mais. Cristal – Estrutura cristalina • Termo “cristal”: também aplicado a outros minerais com características geométricas definidas. • Diversas substâncias formadas por cristais, com faces planas e ângulos definidos entre uma face e outra. • 1660, Nicolaus Steno: cristais preservam tais ângulos ao crescerem e tal crescimento ocorre com a adição de camadas externas de átomos ou moléculas e não através de um crescimento interno. • Forma geométrica externa: conseqüência do arranjo interno dos átomos ou moléculas. Rutilo Magnetita EMPACOTAMENTO EM SÓLIDOS • Dois tipos de ligação: Direcionais e Não-direcionais. Direcionais: Covalentes e Dipolo-Dipolo; Arranjo deve satisfazer os ângulos das ligações direcionais Sólidos Covalentes; • Não-direcionais: Metálica, Iônica, van der Walls; Arranjo depende de aspectos geométricos e da garantia de neutralidade elétrica; Sólidos Metálicos; Sólido Iônicos. Covalentes/Moleculares Ex.: Diamante, Gelo Iônicos Ex.: NaCl Metálicos Ex.: Pb, Ni SISTEMAS CRISTALINOS Estruturas Cristalinas são formadas por unidades básicas e repetitivas denominadas de Células Unitárias; 1. Célula Unitária - menor arranjo de átomos que pode representar um sólido cristalino; 2.Existem 7 sistemas cristalinos básicos que englobam todas as substâncias cristalinas conhecidas. Classificação das 14 Células Unitárias de Bravais, baseada nos 7 Sistemas Cristalinos CÉLULAS UNITÁRIAS DE BRAVAIS PRINCIPAIS ESTRUTURAS CRISTALINAS • Maioria dos elementos metálicos (90%) cristaliza-se com estruturas altamente densas: • Cúbica de Corpo Centrado (CCC) • Cúbica de Face Centrada (CFC) • Hexagonal Compacta (HC) Dimensões das células cristalinas metálicas são pequenas: Aresta de uma célula unitária de Fe à temperatura ambiente é igual a 0,287 nm; • Sólidos Cristalinos de 1 único elemento: 52% - estrutura cúbica 28% - estrutura hexagonal 20 % - outros 5 tipos estruturais Tipos de Cristais Cristais Cúbicos •Cúbico simples (CS) •Cúbico de corpo centrado (CCC) •Cúbico de face centrada (CFC) •Cristais Hexagonais •Hexagonal simples (HS) •Hexagonal compacto (HC) FATOR DE EMPACOTAMENTO • Fator de Empacotamento (F.E.): nível de ocupação por átomos de uma estrutura cristalina; N = Número de átomos que efetivamente ocupam a célula; VA = Volume do átomo (4/3.π.r3); r = Raio do átomo; VC = Volume da célula unitária. ESTRUTURA - Cúbica Simples - CS • No de átomos dentro da célula unitária 1/8 de átomo em cada vértice: 8x1/8=1 átomo Volume da célula Fator de Empacotamento ESTRUTURA CFC - Metais (Al, Cu, Au, Ag) • No de átomos dentro da célula unitária; 1/8 de átomo nos vértices e 1/2 nas faces: 8x1/8+3=4 átomos Volume da célula Fator de Empacotamento Vc = 16r 3√2 F.E = N. VA/ Vc F.E = 0,74 a = 2r√2 ESTRUTURA CCC - Metais (Fe, Nb, Cr) • No de átomos dentro da célula unitária ? • 1/8 de átomo nos vértices e 1 no centro: 8x1/8+1 = 2 átomos. • Volume da célula Fator de Empacotamento ESTRUTURA – Hexagonal Simples- HS Nº de átomos dentro da célula unitária? 1/6 de átomo nos vértices e 1/2 nas faces: 12x1/6+1=3 átomos Volume da célula Fator de Empacotamento ESTRUTURA Hexagonal Compacta–HC metais (Ti, Mg, Zn) No de átomos dentro da célula unitária; 1/6 de átomo nos vértices e 1/2 nas faces e 3 no interior: 12x1/6+1=3 + 3 átomos = 6 Volume da célula Fator de Empacotamento SEQÜÊNCIA DE EMPILHAMENTO Fator de Empacotamento das estruturas cúbicas e hexagonais: CS – 0,52 CCC - 0,68 CFC - 0,74 ⇐ HS - 0,60 HC - 0,74 ⇐ Cálculo da densidade dos Metais • O conhecimento da estrutura cristalina permite o cálculo da densidade. n = número de átomos associados a cada célula unitária A = peso atômico Vc = volume da célula unitária NA = 6,02 X 10 23 átomos/mol Ex: O cobre possui um raio atômico de 0,128 nm, uma estrutura cristalina CFC e um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcular sua densidade: ALOTROPIA OU POLIMORFISMO • Fenômeno onde uma substância apresenta variações de arranjos cristalinos em diferentes condições dos elementos químicos conhecidos, 40 % apresentam variações alotrópicas POLIMORFISMO DO Fe Ferro Puro POLIMORFISMO DO CARBONO Carbono Exercícios À TEMPERATURA AMBIENTE, O ESTRÔNCIO EXIBE ESTRUTURA CFC. AO SER AQUECIDO ACIMA DE 557 ºC, ESSE ARRANJO ATÔMICO TRANSFORMA-SE EM CCC. DETERMINE A VARIAÇÃO DE VOLUME QUE ENVOLVE ESSA TRANSFORMAÇÃO ALOTRÓPICA. CONSIDERE QUE O RAIO ATÔMICO PERMANECE CONSTANTE. Antes da transformação: Após a transformação: POLIMORFISMO DO Ti Baixa densidade, boa resistência mecânica, alta resistênciaà fadiga e à corrosão; Modificação do comportamento mecânico é obtido com a adição de elementos de liga ao titânio; Elementos de liga podem mudar a estabilidade das estruturas cristalinas. Estrutura cristalina dos materiais Cerâmicos • A estrutura cristalina das cerâmicas é mais complexa que a dos metais; Muitas cerâmicas exibem uma combinação de ligações iônica e covalente; • Estruturas cristalina dos materiais cerâmicos Tipo AX Ex: sal-gema (NaCl) Tipo AmXp Ex: Fluorita (CaF2) Tipo AmBnXp Ex: Titanato de Bário (BaTiO3) Estrutura AX das cerâmicas • Materiais com números iguais de cátions (A) e ânions (X); • Ex1: Sal-Gema ou cloreto de sódio (NaCl) É gerada a partir de um arranjo CFC para os ânions, com o cátion situado no centro do cubo e no centro de cada uma das 12 arestas do mesmo cubo. Outros exemplos: MgO, MnS, LiF e o FeO Estrutura cristalina tipo AmXp • Materiais com números diferentes de cátions (A) e ânions (X), onde m e/ou p ≠1; • Ex: composto com a fórmula AX2, Fluorita (CaF2) , Os íons F- estão posicionados nos vértices e os íons Ca2+, nos centros dos cubos; Célula unitária para a estrutura cristalina da fluorita Estrutura cristalina tipo AmBnXp • Materiais com mais que um tipo de cátion (A e B); • Ex: Titanato de Bário (BaTiO3), com os cátions Ba 2+ e Ti4+ • Os íons Ba2+estão posicionados nos 8 vértices, o íon Ti4+ nos centros e o 02-, no centro de cada uma das faces do cubo. Célula unitária para a estrutura cristalina do titanato de bário Estruturas dos Polímeros • MECANISMO DE POLIMERIZAÇÃO • • Classificam-se em duas categorias gerais: adição e condensação. • • A reação abaixo mostra a polimerização por adição, a qual meros sucessivos são adicionados à molécula a fim de aumentá-la. • • H H H H H H H H H H • | | (calor, pressão e luz) | | | | | | | | • C = C -----C----C----C----C----C----C----C----C----- • | | | | | | | | | | • H H H H H H H H H H n • • Monômero Mero Polímero • • A polimerização por condensação pode ser descrita como uma polimerização de subprodutos, A reação produz c/subproduto pequenas moléculas (Ex. H2O) paralelamente ao crescimento da molécula polimérica. •Obrigada!!
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