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TEP 1 Marcia_Ferreira_Amendola.pdf

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Panorama da História dos Testes Psicológicos no Brasil e 
Críticas Atuais 
 
 
Marcia Ferreira Amendola 
 
 
 
Este texto objetiva fornecer um panorama da história dos testes 
psicológicos no Brasil desde o início do século XX até os dias atuais, 
apresentando alguns dos principais problemas, exemplificados a partir de 
um breve relato de minha experiência profissional em relação ao processo 
de avaliação psicológica com fins jurídicos. 
 
 
 
 
A história da testagem psicológica no Brasil surge como uma versão 
do movimento europeu e norte-americano início do século XX e se 
confunde com a própria história da Psicologia no país. 
De acordo com Pasquali e Alchieri (2001), é possível apreender a 
história da avaliação psicológica brasileira em cinco grandes períodos, 
decorrentes do desenvolvimento do campo de conhecimento científico e 
cultural. 
Compreendendo o período entre 1836 a 1930, a produção médico-
científica acadêmica foi considerada o gérmem do desenvolvimento da 
Psicologia no Brasil, à semelhança da Europa, cujas idéias de cunho 
positivista, vinculadas à psiquiatria, deram origem aos primeiros estudos 
de Psicologia, principalmente em Salvador e Rio de Janeiro (capital 
Panorama da História dos Testes Psicológicos no Brasil 
federal). Neste período, os autores definiram três aspectos principais para 
o desenvolvimento do uso de testes psicológicos: 
 
1. Psicologia como novo campo de estudo das faculdades de medicina – 
em geral, os temas abordados em teses acadêmicas relacionavam-se às 
questões de Neurologia, Psiquiatria e Saúde Mental. A atenção voltada 
para a busca da compreensão do homem e para os estudos da inteligência 
deram origem às primeiras referências à Psicologia: Psicofisiologia acerca 
do Homem, por Francisco Tavares da Cunha (em Salvador, no ano de 
1851) e Proposições a respeito da Inteligência, por José Augusto César de 
Menezes (no Rio de Janeiro, no ano de 1843), respectivamente. Em 
instituições de saúde, como o Hospital Psiquiátrico São Pedro (em Porto 
Alegre, no ano de 1884) e o Hospital do Juqueri (na cidade de São Paulo, 
no ano de 1898), estudos dirigidos à psiquiatria deram ênfase à avaliação 
psiquiátrica. 
Fernandes Figueira, médico pediatra, utilizou, pela primeira vez, um 
teste de inteligência com pacientes do Hospício Nacional em 1913. A 
escala Binet-Simon foi, portanto, o primeiro instrumento estruturado de 
avaliação a ser empregado no país (sua revisão foi chamada de escala de 
inteligência Stanford-Binet e considerada o primeiro instrumento útil pra a 
mensuração da capacidade cognitiva geral – conhecida como Quociente de 
Inteligência, ou QI). 
José Joaquim Medeiros e Albuquerque publicou “Psicologia de um 
Neurologista – Freud e suas teorias sexuais” (1919) e o primeiro livro de 
testes denominado “Tests” (1924). 
 
2. Uso de métodos da psicologia nas escolas normais – há um movimento 
da psicologia pedagógica no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1914, é 
inaugurado o Laboratório de Pedagogia Experimental na Escola Normal, 
cujo foco eram os estudos de memória, inteligência infantil e 
psicomotricidade. 
www.canalpsi.psc.br 2
Marcia Ferreira Amendola 
Isaias Alves fez a adaptação brasileira da escala Binet-Simon em 
1924. 
 
3. Surgimento de centros de pesquisa psicobiológica junto aos laboratórios 
em instituições relacionadas à área de saúde – surge o primeiro 
Laboratório de Psicologia do Hospital Nacional de Alienados em 1907. 
 
O segundo período, entre 1930 e 1962, os autores situam a criação 
das primeiras universidades e conseqüente movimento de organização da 
Psicologia, tanto no ensino e pesquisa quanto na própria profissão. Apesar 
de o ensino de psicologia permanecer restrito às escolas normais, novos 
programas foram criados, entre eles, os laboratórios de Psicologia, que 
ainda contavam com a colaboração de representantes da comunidade 
internacional, como Theodore Simon, no laboratório de psicologia, situado 
na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico em Belo Horizonte, chefiado por 
Helena Antipoff e dedicado aos estudos da inteligência geral, 
aprendizagem, memória, psicomotricidade, julgamento social e 
julgamento moral, personalidade e tipos de criança, entre outros. Havia, 
também, o Serviço de Psicologia Aplicada na Faculdade de Educação em 
São Paulo, no qual foi instalado o Laboratório de Psicologia Educacional e, 
em 1932, os cursos de aperfeiçoamento e especilização vontados à 
psicologia na Escola Nacional, posteriormente, Instituto de Educação, na 
cidade do Rio de Janeiro. 
Com a fundação de algumas universidades (USP é a primeira), 
surgiram várias disciplinas de psicologia ensinadas em diferentes cursos 
da época (Medicina, Filosofia, Direito, Administração, Sociologia). O ensino 
de psicologia ensejou as primeiras pesquisas psicológicas, sendo a 
pioneira na área de psicologia social e relações humanas por Eliezer 
Schneider. Em São Paulo, no ano de 1927, Henri Pierón lecionou 
Psicologia Experimental e Psicometria. 
www.canalpsi.psc.br 3
Panorama da História dos Testes Psicológicos no Brasil 
As pesquisas psicológicas também eram desenvolvidas fora do 
ambiente acadêmico, nos centros orientados para questões do trabalho, 
como no: Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP); Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Nacional de 
Aprendizagem Comercial (SENAC), dentre outros. Assim como em centros 
pedagógicos de educação, onde foram realizadas adaptações e revisões de 
numerosos testes de inteligência e aptidão, incluindo a elaboração de 
testes para medida psicológica e verificação do rendimento do ensino 
(Alchieri & Cruz, 2006). 
O primeiro setor do mundo social do trabalho em que se deu a 
aplicação da Psicologia foi o setor de transportes, origem do campo de 
atuação da Psicologia do Trânsito. Em 1951, o ISOP iniciou o exame de 
candidatos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 
meio de entrevistas, provas de aptidão e personalidade e, em 1962, o 
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAM) estendeu o exame psicotécnico 
a todos os candidatos a CNH (Alchieri & Cruz, 2006). 
De acordo com Pasquali e Alchieri (2001), a instrumentação 
utilizada pelos pesquisadores da época estava amparada nos testes 
psicológicos de inteligência, aptidão, inventário de personalidade e 
projetivos, no entanto, foram as avaliações de inteligência e de 
personalidade as maiores responsáveis pelo aumento de publicações de 
artigos em periódicos científicos referentes à avaliação psicológica neste 
período no país. Para os autores, este período foi o mais produtivo no 
Brasil em relação aos testes psicológicos (período áureo), havendo grande 
entusiasmo e crença exagerada no poder desses instrumentos. 
No terceiro período, entre 1962 e 1970, houve a regulamentação da 
Psicologia como disciplina e como profissão (Lei nº 4.119 de 1962), 
culminando com a criação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os 
Conselhos Regionais de Psicologia (CRP), Lei 5.766 de 1974. 
A rápida expansão da Psicologia acarretou na queda de qualidade 
dos cursos por falta de docentes qualificados, especialmente na área de 
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Marcia Ferreira Amendola 
avaliação psicológica, provocando um crescente desinteresse pela 
aprendizagem de medidas psicológicas, descrédito e banalização no uso 
dos instrumentos objetivos, associados ao engessamento na construção e 
atualização de instrumentos nacionais (Alchieri & Cruz, 2006). Neste 
período, os testes foram criticados e o uso minimizado, o que representou 
um forte declínio na produção de artigos, estudos e criação de 
instrumentos,tanto no Brasil quanto em outros países. 
As explicações a esta redução eram o movimento cultural de reação 
à quantificação (movimento contra-cultura, questionamento das idéias 
tecnicistas e a crítica histórica da associação dos modelos de avaliação 
com a cultura norte-americana), ao Positivismo e às suas manifestações 
técnicas, juntamente com o advento do Humanismo e da dialética na 
compreensão do comportamento humano, que tornava a medida como 
algo impraticável (Pasquali & Alchieri, 2001). 
No quarto período, entre 1970 e 1990, Pasquali e Alchieri (2001) 
retrataram um momento de expansão da Psicologia, mas marcado por 
crises. Enquanto surgiam cursos de pós-graduação, que possibilitaram o 
aumento do ensino e de pesquisas em avaliação psicológica, faltavam 
docentes qualificados. Em relação aos testes psicológicos, este período foi 
pobre, havendo sido abandonados ou usados sem atualização de suas 
normas. A pesquisa foi nula, assim como a produção e publicação de 
artigos, o que se faz sentir no despreparo dos profissionais e docentes da 
área de avaliação psicológica até os dias de hoje (era negra). 
Os psicólogos centravam sua prática em clínicas particulares ou em 
seleção de pessoal, sem um preparo adequado quanto aos métodos e 
técnicas disponíveis, o que provocou uma série de críticas pela sociedade. 
O problema se estendeu quando o CFP e os CRPs não se mostraram 
preocupados com a ausência de estudos dos instrumentos, deixando a 
disseminação de testes nas mãos do mercado editorial, que traduziu, 
adaptou e comercializou instrumentos para os mais diversos propósitos, 
sem qualquer cuidado com essa prática. Os psicólogos que faziam uso 
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Panorama da História dos Testes Psicológicos no Brasil 
desses testes, por não terem suficiente conhecimento para perceber a 
carência técnica e metodológica, não tinham maiores críticas em utilizá-
los, ensejando uma reação da sociedade, dos usuários e das vítimas do 
uso abusivo e indiscriminado desta prática por parte de psicólogos 
despreparados quanto à avaliação psicológica. Numerosos processos 
judiciais contra decisões pautadas em resultados de testes psicológicos e 
por erros dos profissionais mobilizou o CFP a criar a Comissão Nacional de 
Avaliação Psicológica, cujo objetivo, dentre outros, era analisar a situação 
e as principais dificuldades em avaliação psicológica com que o psicólogo 
se deparava. 
No quinto período, entre 1990 até hoje, as repercussões negativas 
dos testes psicológicos, resultantes dos processos judiciais contrários aos 
resultados de avaliações psicológicas, geraram a mobilização de alguns 
profissionais, pesquisadores e, em especial, do CFP. As ameaças de ordem 
judicial para extinguir o Psicotécnico no Trânsito em 1997 culminaram 
com uma tomada de atitude por parte da classe dos psicólogos e dos 
Conselhos para verificar os problemas das técnicas de avaliação 
psicológica. 
Apesar das dificuldades, algumas iniciativas foram e vêm sendo 
tomadas no sentido de promover a avaliação psicológica brasileira e lhe 
conferir a devida importância. O Instituto Brasileiro de Avaliação 
Psicológica (IBAPP, 1998), composto por pesquisadores da área de 
avaliação, visando à pesquisa científica sobre a instrumentação psicológica 
e à criação e validação de técnicas de exame psicológico, vem procurando 
promover a área por meio da organização de eventos científicos, da 
publicação de livros e de uma revista de Avaliação Psicológica para 
unificar as pesquisas, além da representação dos psicólogos junto aos 
órgãos de classe. Também é intenção do IBAPP que haja maior discussão 
sobre como formar psicólogos em avaliação psicológica (Noronha, Primi & 
Alchieri, 2005). 
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Marcia Ferreira Amendola 
Atualmente, verifica-se uma participação ativa da categoria na 
produção do conhecimento em avaliação psicológica em diversos 
trabalhos, pesquisas, ensino e intervenção profissional, especialmente, em 
virtude da expressiva produção de artigos, livros e eventos nacionais e 
internacionais da área (Alchieri & Cruz, 2006). 
O aumento na demanda por realização de avaliação psicológica para 
motoristas, porte de armas, ingresso nas polícias civil e militar e, 
acrescentaria, para embasar processos judiciais, requer uma análise e 
solução dos problemas decorrentes do abuso das avaliações psicológicas e 
do uso inadequado dos testes psicológicos. A legislação vem 
responsabilizar o profissional, exigindo deste qualidade na prestação de 
serviços à sociedade. (Pasquali & Alchieri, 2001). 
Nesse sentido, trago a minha experiência como profissional e 
pesquisadora na área de avaliação psicológica em casos de suspeita de 
abuso sexual de crianças para fins jurídicos (Amendola, 2006). 
Como foi possível verificar, a Psicologia erigiu-se, principalmente, a 
partir da práxis da avaliação psicológica. De forma semelhante ocorreu à 
Psicologia Jurídica, que se baseou na verificação da autenticidade de 
testemunhos nos processos judiciais (Psicologia do Testemunho), a partir 
do processo Psicodiagnóstico. Decorre, portanto, dessa prática psicológica, 
a importância atribuída pelo Poder Judiciário ao saber psicológico sobre o 
indivíduo, a partir do uso de técnicas de exame, tradicionalmente, 
considerado um campo pragmático, científico e objetivo do conhecimento, 
na obtenção da verdade jurídica. 
Para Brito (2004), os psicólogos, ao procurar atender a demanda do 
poder judiciário na produção de uma verdade sobre o indivíduo, buscaram 
se especializar nas técnicas de exame psicológico, denominadas de 
perícias, estudos de casos, exames criminológicos, por conseguinte, uma 
prática, cuja exclusividade, confere ao psicólogo um saber científico-
psicológico que será aplicado à produção da verdade jurídica. 
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Panorama da História dos Testes Psicológicos no Brasil 
No entanto, tomando por base as informações obtidas em minha 
dissertação de Mestrado em Psicologia Social pela Universidade do Estado 
do Rio de Janeiro, verificamos que a maioria dos psicólogos que atuam em 
instituições de referência para atendimentos em casos de suspeita de 
abuso sexual contra crianças e adolescentes atendem apenas a essa 
população infanto-juvenil, excluindo a participação do provável abusador 
no processo de avaliação psicológica. Conforme explicações dos psicólogos 
entrevistados na pesquisa, os pais acusados não eram convocados a 
participar da avaliação, pois a situação poderia colocar os profissionais em 
risco. Fato que, de acordo com Noronha (2002), coloca em discussão 
muitas instâncias do ser e do fazer psicológicos. 
Para a autora, se, por um lado, existe o psicólogo que atua sem a 
devida atualização/qualificação e sem preparo para as solicitações do 
mercado, por outro, não há padrões de atuação na área de avaliação 
psicológica, tampouco de competência profissional para utilização de 
instrumentos psicológicos. Deste modo, as práticas de avaliação 
psicológica podem ser tornar formas ineficientes ou abusivas de 
intervenção profissional, ensejando a realização de denúncias contra 
psicólogos junto aos Conselhos Regionais de Psicologia. 
Em pesquisa recentemente divulgada pela Comissão de Orientação e 
Ética do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP), verificou-
se que a área de maior concentração de processos éticos é a da avaliação 
psicológica e que os principais aspectos referem-se basicamente: às 
técnicas utilizadas; à condução do profissional durante a avaliação; à 
fundamentação das conclusões e à produção de um laudo parcial, quando 
apenas uma parte é avaliada (Jornal PSI, jan/mar 2006). 
Preocupação semelhante ocorrena Comissão de Orientação e Ética 
do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ), da qual 
faço parte como membro colaborador desde outubro de 2005. O uso de 
técnicas não padronizadas, com vistas ao diagnóstico de abuso sexual de 
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Marcia Ferreira Amendola 
crianças, parece ser um dos itens que mais têm levado os psicólogos a 
serem processados eticamente. 
Segundo Uziel (2006), se o psicólogo opta por uma técnica, sua 
escolha deve se remeter à ética. Nesse sentido, resta a dúvida: o que faz 
o psicólogo nesses lugares em que seu olhar técnico é requisitado? O que 
é ético fazer? De acordo com Brito (2004), a prática em Psicologia não 
pode estar afastada dos indicadores dispostos no Código de Ética 
Profissional dos Psicólogos, que são os princípios norteadores da atuação 
profissional em qualquer espaço. 
De um modo geral, o assunto tem gerado debates em alguns 
Conselhos Regionais de Psicologia (CRP-RJ, CRP-RS e CRP-SP) acerca do 
papel a ser desempenhado pelos psicólogos diante da demanda do poder 
judiciário, incluindo as técnicas e instrumentos empregados. 
Nesse sentido, Noronha e Freitas (2005) entendem ser 
imprescindível que a avaliação psicológica seja repensada e melhor 
discutida nos âmbitos nacional e internacional. De acordo com as autoras, 
a American Psychological Association (APA) estabeleceu alguns princípios 
éticos norteadores da formação e atuação dos psicólogos, como os que se 
referem à competência do profissional, que deve se manter em constante 
atualização científica e prática, além do princípio de responsabilidade 
científica e profissional, o qual determina que o profissional deva procurar 
técnicas específicas para atender determinados tipos de clientela. 
Para finalizar, ressalto Noronha (2002), quando afirma que ainda é a 
formação que orienta a ação do psicólogo e, para que este seja com um 
mínimo de problemas graves e freqüentes, é preciso investir na 
preparação do profissional. 
 
 
Bibliografia: 
 
www.canalpsi.psc.br 9
Panorama da História dos Testes Psicológicos no Brasil 
ALCHIERI, J.C. & CRUZ, R.M. Avaliação Psicológica: Conceitos, Métodos e 
Instrumentos. 1ª reimpressão, São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. 
 
AMENDOLA, M.F. Vidas em Papel: a prática da avaliação psicológica para 
fins jurídicos e o agir ético. Ante-Projeto de Doutorado, Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro, 2006. 
 
BRITO, Leila M.T. Rumos e Rumores da Psicologia Jurídica. In: A.M. JACÓ-
VILELA & D.MANCEBO (Org.). Psicologia Social: abordagens sócio-
históricas e desafios comtemporâneos, 2ª edição, 2004, p.223-235. 
 
JORNAL PSI CRP-SP. A inserção do psicólogo no Poder Judiciário e sua 
interface com o Direito. Questões éticas. Edição Nº 146, janeiro/março 
2006. 
 
NORONHA, A.P.P.; PRIMI, R. & ALCHIERI, J.C. Instrumentos de avaliação 
mais conhecidos/utilizados por psicólogos e estudantes de psicologia. 
Psicologia Reflexão e Crítica, 2005, vol. 18, nº. 3, p. 390-401. 
 
NORONHA, A.P.P. & FREITAS, F.A. Testes psicológicos, usos e 
conhecimento. PSICO, vol. 36, nº. 1, 2005, p. 21-28. 
 
NORONHA, A.P.P. Os Problemas Mais Graves e Mais Frequentes no Uso 
dos Testes Psicológicos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2002, vol.15, nº1, 
p. 135-142. 
 
PASQUALI, L. & ALCHIERI, J.C. Os Testes Psicológicos no Brasil. In: L. 
PASQUALI (org.). Técnicas de Exame Psicológico – TEP: manual, vol 1. 
São Paulo: Casa do Psicólogo/CFP, 2001, p.195-221. 
 
UZIEL, A.P. Quart’ética: Relações Psicologia e Justiça: o lugar do 
psicólogo, CRP, 2006. 
 
 
Bibliografia Complementar: 
 
ALCHIERI, J.C. & BANDEIRA, D.R. Ensino da Avaliação Psicológica. In: R. 
PRIMI (org.) Temas em Avaliação Psicológica. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2005, p.77-85. 
 
NORONHA, A.P.P. & ALCHIERI, J.C. Reflexões sobre os Instrumentos da 
Avaliação Psicológica. In: R.PRIMI, (org.) Temas em Avaliação Psicológica. 
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, p.19-35. 
 
 
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