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Direito das Obrigações II Resumo completo para provas

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Direitos das Obrigações -
Civil II
OBRIGAÇÕES:
Não patrimonial: Não se quantifica o não cumprimento da
obrigação. Ex: se um pai deixar de proteger um filho,
maltratá-lo, pode perder o pátrio poder, o poder familiar, mas
não terá perdas econômicas, não precisará despender nenhum
valor devido a isto.
 
Patrimonial: quando podemos quantificar em valor uma conduta
negativa ou positiva. Ex: quando um prestador não realiza o
serviço a contento do tomador, poderá ser solicitado o serviço
de outro prestador e o custo ser cobrado desse primeiro.
Será abrodado nesta parte do Direito Civil irá se ater às
obrigações de caráter de um dever jurídico patrimonial. (Arts.
233-416 CC)
 
Sequência do Código Civil: Modalidades/ Transmissão/
Adimplemento (no sentido de cumprimento das obrigações)/
Inadimplemento (no sentido do não cumprimento das obrigações)/
Extinção.
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Nota: A idéia de obrigação vem de Roma. Obrigação no sentido
de sujeição (um devedor sujeitando-se a um credor). Neste
período da história, caso o devedor não cumprisse com a
obrigação pactuada, poderia se sujeitar ao ponto de tornar-se
escravo do credor.
Esta idéia de subordinação é ultrapassada (sem o devedor o
credor não existe, e vice-versa).
Essa idéia foi sendo aperfeiçoada até que o Estado passou a
definir “quem o faça”.
 
Obrigação: É um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa
fica adstrita, submetida a satisfazer uma prestação (realizar
algo) em proveito de outra.
As Obrigações são realizadas entre sujeitos (um passivo e o
outro ativo), um objeto (elemento objetivo) e um vínculo
(elemento abstrato). Onde o objeto é uma prestação (no sentido
de realizar algo).
 
A estrutura do Direito Obrigacional é constituída do:
Elemento Subjetivo: os sujeitos (passivo e ativo)
Elemento Objetivo: o objeto
Elemento abstrato: o vínculo
Obs: O sujeito ativo (irá beneficiar-se) é o que fica de
“braços cruzados”. Quem tem que realizar algo é o sujeito
passivo. O que tem a obrigação de fazer, de dar, cumprir,
realizar algo.
 
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Conceito de obrigação: Obrigação é uma relação jurídica, de
caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e
cujo objeto consiste em uma prestação pessoal, econômica,
positiva ou negativa devida pelo primeiro (devedor) ao segundo
(credor) garantindo-lhe o adimplemento (cumprimento da
obrigação) através do patrimônio.
 
Relação jurídica: tudo que for estranho ao Direito não1.
irá interessar a relação; havendo repercussão para o
Direito ocorrerá o Direito obrigacional;
Transitório: é imprescindível que exista um prazo para2.
que a obrigação se encerre; não existe uma condição
eterna, perene, terá que ser transitória;
Devedor e Credor: o devedor é o sujeito passivo (aquele3.
que tem o dever de cumprir com a obrigação).
Obs: Não se admite que uma pessoa estranha à relação participe
dela.
Numa relação obrigacional de compra e venda, o sujeito passivo
pode virar ativo: passivo quando paga pelo e ativo quando
recebe a coisa.
Ex. uma pessoa que oferece uma recompensa para quem achar o
seu cão perdido torna-se o devedor da obrigação/sujeito
passivo. Quem achar o cão (não identificado até que se cumpra
a obrigação/achar o cão) é o sujeito ativo.
 Prestação pessoal: a relação só é realizada entre4.
pessoas (físicas ou jurídicas). Não pode ser entre
pessoas e coisas.
 Prestação econômica: é preciso que esteja presente na5.
relação o caráter patrimonial. A conseqüência do não
fazer, o descumprimento contratual gera ônus
patrimonial, econômico.
Prestação positiva e negativa: obrigação de fazer,6.
cumprir e obrigação de não fazer, descumprir.
Positiva – ex. a obrigação de um sujeito passivo em realizar
uma prestação a sujeito ativo. Ex: eu (sujeito passivo) vendo
um aparelho de DVD e caso este apresente algum problema eu
devolvo o dinheiro ao meu cliente (sujeito ativo).
Negativa – ex. um vendedor que possui uma área delimitada de
atuação que tem como obrigação não invadir a área de outros
vendedores da concorrência. Caso ele ultrapasse, estará
descumprindo a obrigação do não fazer.
Obs: se quebra a obrigação do não fazer fazendo!
Patrimônio: forma de responsabilizar-se pelo cumprimento7.
da obrigação; em regra, é o que irá responder pela
nossas obrigações.
Ex: garantia real (uma coisa. Ex: oferecer uma fazenda como
garantia) garantia fidejussória (uma pessoa. Ex: alguém que
se coloca como fiador de uma dívida)
 
Elementos da relação obrigacional
Sujeito Passivo: é o devedor, é aquele que deverá cumprir a
obrigação – a prestação. Este poderá ser singular ou plural.
Obs: admite-se que o devedor deverá ser identificável.
Sujeito Ativo: é o credor, aquele que fica na expectativa de
obter do devedor a prestação. Também pode ser individual ou
coletivo.
Existe uma cooperação entre o sujeito ativo e sujeito passivo.
Representantes, auxiliares e mensageiros não são partes
integrantes da relação obrigacional.
 
Elemento objetivo – é a atividade destinada a satisfazer o
interesse do credor, que está a aguardar que ela seja
realizada pelo devedor.
 
Direitos das Obrigações – Civil II – Objetos da relação
O objeto da relação é a prestação e o da prestação é a coisa
em si.
Ex: na relação de compra e venda de um relógio:
o objeto da relação é o ato de se entregar o relógio
o objeto da prestação é o relógio
 
Ex: em um show de música:
o objeto da relação é fazer o show
o objeto da prestação é o próprio show
 
O objeto da prestação pode ser positivo ou negativo.
Prestação é fazer algo (positivo) ou deixar de fazer
(negativo).
 
De acordo com o ordenamento jurídico a Prestação (Negócio
Jurídico) tem que ser:
Possível: não pode ir de encontro à moral e aos bons
costumes;
Lícita: pois se é lícita é porque é possível;
Determinada ou determinável: existindo uma contratação a
obrigação terá que ser conhecida pelos sujeitos, ou
seja, terá que ser determinável ou determinada.
Patrimonial: o seu cumprimento ou descumprimento tem que
ser quantificável.
Obs: se faltar qualquer desses elementos o negócio é nulo, em
outras palavras, será extinta a obrigação.
 
Elemento abstrato: Vínculo
O vínculo é o elemento abstrato que sujeita o devedor a
realizar um ato positivo ou negativo em benefício do credor
(interesse duplo). Criada uma relação, o vínculo é que permite
a aplicação de uma sanção (perdas e danos) no caso de
descumprimento da obrigação. A possibilidade de ressarcimento
existe porque há o vínculo (Art. 389 CC).
 
Existem três teorias que disciplinam a existência do vínculo,
são elas: a monista, a dualista e a ecletista.
 
Pode-se ter responsabilidade sem ter débito? Sim, onde o
devedor e o credor possuem a responsabilidade e o débito, o
fiador possui apenas a responsabilidade.
 
Nota: o benefício da ordem é prejudicial ao fiador e beneficia
o credor. Ele permite que se busque o patrimônio do fiador. O
credor pode escolher o melhor patrimônio (o do devedor ou
fiador).
 
Fontes do direito obrigacional: a fonte das obrigações é a lei
(fonte primária, é aquela originária das obrigações). A lei
tem que autorizar.
 
Os atos lícitos e ilícitos são fontes secundárias da
obrigação. Ex: se eu bater em um carro gera obrigação.
 
Direitos das Obrigações – Civil II – OBRIGAÇÕES POSITIVA DE
DAR (arts. 233 a 242)
 
Esta obrigação tem como conteúdo uma coisa. A prestação da
obrigação é justamente a entrega de uma coisa. O fato da
entrega da coisa não pode ser confundidocom a obrigação de
fazer. Ex: a obrigação que tem como objeto/prestação um
quadro. Se o quadro não estiver pronto, a obrigação é de
fazer; e se ele já foi pintado, a obrigação é de dar.
 
Obrigação de dar representa a entrega de alguma coisa pelo
devedor ao credor.
Obs. Tecnicamente dar = entregar
 
Obrigação de dar coisa certa:
 
O devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem,
perfeitamente individuado, móvel ou imóvel. A coisa certa
consta de objeto preciso, que se possa distinguir por
características próprias de outros da mesma espécie. (coisa
específica, determinada, individualizada).
Ex. o devedor deve entregar um animal de corrida, o credor tem
que receber aquele animal.
 
A obrigação de dar coisa certa, só confere ao credor direito
pessoal (um crédito) e não real (sobre as coisas), pois não
transfere de logo o domínio, apenas obriga-se a transmiti-lo.
Logo, não cabe ao credor reivindicar a coisa, mas tão somente
mover ação de indenização. O domínio só acontece com a
tradição (transmissão, transferência de posse)
Ex: contrato de compra e venda (obrigação de dar). O contrato
gera o direito pessoal. O fim do contrato gera o direito real.
 
O direito real acompanha a coisa, já o direito pessoal, não!
Se a primeira pessoa passou para outras pessoas, o direito a
perdas e danos será cobrado do último.
 
Ex. Se A vende um cavalo a B, e B vende a C. O juiz não vai
exigir de B a entrega para C, mas de A (do primeiro que deu a
coisa), porque a obrigação de dar a coisa é pessoal. A tem o
direito a perdas e danos contra B.
 
As obrigações de dar podem vir aglutinadas com outras
obrigações de fazer e não fazer. Por exemplo: o vendedor além
de se comprometer a entregar a coisa vendida, contrai,
simultaneamente, salvo pacto em contrário, obrigação de
responder pelos vícios redibitórios (que estão ocultos e
diminuem o valor do produto, por ex. quadro com polia) e pela
evicção (direito de regresso, ex: compro um carro e o Banco
toma de mim porque o antigo dono estava devendo, eu tenho o
direito de regresso contra o antigo dono).
 
Princípios:
1. Identidade, “aliud pro alio” (art. 313 CC) – A coisa1.
não poderá ser substituída unilateralmente pelo devedor.
O credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que
mais valiosa, como também não pode exigir coisa
diferente, ainda que menos valiosa. Não é lícito o
devedor entregar coisa diversa da ajustada, pois estaria
alterando unilateralmente o objeto da prestação. O
adimplemento é específico, sem possibilidade de sub-
rogação ou substituição por prestações diferentes, salvo
com anuência do credor. Se fosse permitido aos devedores
entregar coisa diversa da pactuada, geraria impugnações
dos credores, perícias, comprometendo a distribuição da
justiça.
A dação em pagamento não é exceção à regra, pois nesta há o
expresso consentimento do credor em receber uma coisa por
outra (art.356).
O art. 373, II exclui a possibilidade de compensação nos casos
de comodato e depósito. O credor tem o direito de receber, de
volta, a própria coisa emprestada ou depositada. (exceto
depósitos tratados nos arts. 636 e 638).
“Art.636 O depositário, que por força maior houver perdido a
coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a
entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhes as ações que
no caso tiver contra terceiro responsável pela restituição da
primeira.”
A entrega parcelada só é permitida mediante pacto expresso.
Exceção: o portador da letra de cambio é obrigado a receber o
pagamento parcial, ao tempo do vencimento.
 
Acessoriedade (art.233) – O acessório segue o destino do2.
principal. Se eu não quiser que o acessório acompanhe a
coisa, terei que fazer uma ressalva, salvo se resultar
de uma circunstância. Essa regra se aplica aos frutos,
produtos e benfeitorias.
Ex. 1- a entrega de terreno com suas árvores frutíferas inclui
os frutos acaso pendentes.
 2- quem aliena um imóvel transmite o ônus do imposto as
servidões existentes e direito de cobrar do inquilino o
aluguel atrasado. São acessórios da coisa e seus acrescidos o
direito real de usufruto.
 
Direito aos melhoramentos, frutos e produtos acrescidos3.
(art.237)
Melhoramentos: Até a entrega, a coisa com seus melhoramentos e
acréscimos (pelos quais poderá exigir aumento do preço)
pertence ao devedor, após a entrega, ao credor. Ou seja, o
devedor deve entregar os acessórios, mas se houver acréscimos,
os chamados cômodos, pode o devedor cobrar por eles a
respectiva importância.
Frutos: Pendentes (frutos na árvore) pertencem ao devedor,
percipiendos (podiam ser colhidos, mas não foram) pertencem ao
credor.
Ex. o objeto da obrigação é um animal, este enquanto estava
com o devedor gera um filhote ainda para nascer, o devedor não
será compelido a entregar o animal com seu fruto. Ao devedor
cabe o direito de exigir aumento de preço pelo acréscimo que
teve a coisa.
Produtos: Idem aos frutos.
 
Obs: Se uma fazenda é vendida (ou locada), e antes da entrega
a estrada onde ela está situada é asfaltada, há uma
benfeitoria da qual o devedor (vendedor ou locatário) não
participou, então ele não pode aumentar o preço (no caso do
locatário, receber o valor da melhoria).
 
Perda (extinguir)/Deterioração (avariar) – arts 234 e4.
238
Perda é o desaparecimento completo da coisa para fins
jurídicos (incêndio, furto).
Obs. Deve-se identificar se houve culpa do devedor.
 
Se a coisa se perde, sem culpa do devedor, antes da tradição,
ou pendente a condição suspensiva => resolve-se a obrigação (o
devedor devolve o dinheiro ao credor). O único prejudicado é o
devedor (proprietário). No entanto, se houver culpa do
devedor, esse responderá pelo equivalente mais perdas e danos.
Ex. (perda sem culpa do devedor): A deveria entregar um
determinado boi, antes da entrega eu já recebi o dinheiro, mas
na noite anterior a da entrega cai um raio na cabeça do boi e
ele morre, neste caso eu apenas devolvo o dinheiro e resolve-
se a obrigação, sem pagamento de indenização a título de
perdas e danos.
 
Perda da coisa com culpa do devedor: culpa do devedor no
sentido amplo, para fins obrigacionais, que engloba o dolo:
que é a intenção de prejudicar outrem e no sentido stritum,
que é a culpa relacionada com negligência, imperícia e
imprudência. Neste caso, se a coisa se perder com culpa do
devedor, resolve-se a obrigação com perdas e danos.
Ex1: deveria entregar um determinado boi e já recebi o
dinheiro, eu mato o boi intencionalmente; só que este boi iria
participar de um rodeio, neste caso eu terei que devolver o
dinheiro que foi pago pego boi e ressarcir os eventuais lucros
cessantes que seriam recebidos com a exposição deste boi no
rodeio em forma de indenização a título de perdas e danos.
 
Ex 2. antes da tradição por imperícia eu deixo o carro cair no
penhasco. A perda será o que o credor deixou de ganhar sem
poder trabalhar, por falta de carro. E danos o valor
correspondente a destruição do carro.
 
Se a coisa se perde após a tradição, o risco é do credor
(comprador). Com a entrega o devedor ficou coberto de todo
risco.
 
Se a coisa estava à disposição do adquirente, por conta deste
correm os riscos, salvo se houve fraude ou negligência do
devedor.
 
Quando a coisa sofre danos sem desaparecer temos a
deterioração.
 
Deterioração da coisa sem culpa do devedor (art.235 CC): se
não há culpa do devedor não podemos falar de perdas e danos,
neste caso o credor tem duas opções; ou resolve-se a
obrigação (o devedor devolve o dinheiro ao credor sem perdas e
danos), ou o credor fica com a coisa, no estado em que se
encontrar,abatendo o valor do que se perdeu. Ex: eu vendo um
carro e devido a um alagamento a lataria do carro fica
prejudicada, com ferrugens e arranhada; ou devolvo o dinheiro,
ou, o credor fica com o carro no estado que ficou
(deteriorado), ou eu abato o valor da desvalorização.
 
Deterioração da coisa com culpa do devedor: (art. 236 CC)
neste caso, se a deterioração da coisa foi por culpa do
devedor, o credor terá a opção de exigir o equivalente à
coisa, ou ficar com a coisa no estado que se encontrar,
abatendo o preço da desvalorização em ambos os casos com
perdas e danos.
 
Obrigações de restituir:
 
Diferença entre a obrigação de dar e restituir:
Na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor até a
tradição, e o credor recebe o que não lhe pertence; na
obrigação de restituir a coisa pertence ao credor mesmo antes
do ato gerador da obrigação, ou seja, a coisa estava
legitimamente em poder do devedor (para seu uso), pertencendo,
porém ao credor , que tinha sobre ela o direito real.
Ex: em um contrato O Dono do Imóvel= Obrigação de Dar
 O Inquilino= Obrigação de Restituir
 
Obs: a diferença interfere na questão do risco.
 
Obrigação de restituir: é a obrigação que tem como objetivo a
transferência temporária da coisa para uso ou fruição (gozo).
 
Sem trabalho (Art. 241 CC) – lucro para o credor. Ex. se o
devedor não participou das reformas do terreno, se quem
asfaltou foi a Prefeitura, o lucro é para o credor.
Com trabalho (Art. 242 CC) – lucro para o devedor.
 
Perda (desaparecer/extinguir) e Deterioração
(danificar/deteriorar): Nos interessa a questão indenizatória.
 
Perda da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir
coisa certa: (art. 238 CC) o credor suportará a perda da
coisa, ele nada poderá exigir do devedor (a coisa perece para
o dono – “res perit domino”) Ex: eu empresto um veículo com
contrato de comodato expresso a uma pessoa e na vigência desse
contrato ela é assaltada a mão armada, neste caso eu perco a
coisa, terei que suportar o prejuízo sem exigir nada do
devedor. Se na vigência de uma locação o imóvel for destruído
sem culpa do devedor, o credor não será restituído, porém se
existirem débitos referentes a valores locatícios estes
valores terão que ser pagos ao locador (art. 238 CC).
 
Perda da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir
coisa certa: (art. 239 CC) o devedor responderá pelo
equivalente (sem restituir a coisa no estado que se encontrar)
da obrigação mais perdas e danos. A resolução acontece com
perdas e danos. Ex. se eu causei um acidente na vigência do
comodato e a coisa se perdeu eu terei que pagar um carro novo
e outros prejuízos que você suportou porque eu não cumpri com
a obrigação de restituí-lo.
 
Deterioração da coisa sem culpa do devedor na obrigação de
restituir: (art. 240 CC) segue o mesmo raciocínio da perda sem
culpa, a coisa perece para o credor, a única possibilidade que
o credor tem será a de exigir a coisa no estado em que se
encontrar.
 
Deterioração da coisa com culpa do devedor na obrigação de
restituir: o art. 240 CC diz que se aplica o art. 239 CC:
responderá o devedor pelo equivalente à coisa mais perdas e
danos. O credor pode exigir o equivalente ou aceitar a coisa
no estado que se encontrar, com direito a reclamar, em
qualquer das duas hipóteses, indenização das perdas e
danos.(cfe. enunciado 15 CJF, aprovado na primeira jornada de
direito civil no conselho da justiça federal no STJ, que manda
aplicar ao artigo art. 240 CC as disposições do art. 236 CC).
 
Sobre Perdas e Danos: Perdas= aquilo que se deixou de ganhar.
Danos= o prejuízo. Ex: caso uma pessoa bata num táxi (com
culpa) causando perda total neste veículo e o taxista se
machucar precisando passar 04 meses sem trabalhar o causador
do acidente terá que arcar com perdas e danos: a perda se dará
pelo tempo que o taxista deixar de trabalhar e os danos pelo
prejuízo causado no táxi.
Obs: Hoje no direito civil procura-se buscar a conservação
máxima do negócio jurídico (Princípio da conservação do
negócio jurídico ou do contrato).
 
Obrigação de dar coisa incerta: Consiste da relação
obrigacional cujo objeto (que é o conteúdo da prestação) é
indeterminado, sendo indicado ao menos pelo gênero e
quantidade (e aí está a razão de ser chamada de obrigação
genérica).
Obs: O ponto de referência para que possamos questionar a
coisa é a escolha.
 
Escolha ou concentração: é o fato pelo qual a coisa incerta se
transforma em coisa certa, determinada e específica, dessa
forma, a obrigação que era de dar coisa incerta se transforma
 em obrigação de dar coisa certa, só podendo ser entregue o
objeto escolhido.
Ex: Eu comprei cinco cabritos com 06 meses de vida para
receber e não escolhi ainda, é coisa incerta, quando eu chego
na fazenda e estou escolhendo os cinco cabritos esta é a fase
da concentração/escolha, após a escolha ser feita a coisa
passa a ser certa, determinada.
 
Artigo 244 CC: este é um dispositivo que sempre desperta
dúvida, porque em regra a escolha, a concentração da dívida
cabe ao devedor, salvo previsão em contrário do instrumento,
porque, dependendo do que estiver determinado no instrumento,
a escolha pode ser feita pelo credor e até por um terceiro.
Este dispositivo legal ainda traz que o devedor quando escolhe
não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
melhor. Levando em conta a Vedação do Enriquecimento sem
causa, pelo princípio da equivalência das prestações, temos
que a escolha, no caso do devedor, sempre deve recair no termo
médio, no gênero médio.
Ex: Se tenho cinco cavalos de raças diferentes, nem posso dar
o pangaré, nem sou obrigada a dar o alazão premiado. Terei que
escolher um dos outros três cavalos levando em conta a boa fé
objetiva.
 
Art. 246 CC: Não se fala em inadimplemento na obrigação de dar
coisa incerta porque antes da escolha não pode o devedor
alegar deterioração da coisa ainda que decorrente de caso
fortuito, evento totalmente imprevisível e força maior.
Antes da escolha se houver perda ou deterioração, de quem é a
culpa? Do devedor. Antes da escolha o devedor responde pela
perda ou deterioração, mesmo que por caso fortuito ou força
maior. A responsabilidade é do devedor, independente de culpa.
O credor é eximido de qualquer culpa.
Obs: O gênero nunca perece “genus nunquam periti”, ou seja, o
gênero não se perde. A coisa incerta não poderá se perder ou
deteriorar, mesmo por caso fortuito ou força maior, porque não
foi individualizada.
 
Descumprimento de dar a coisa certa (art.461-a CPC):
Coisas móveis: busca e apreensão;
Coisas imóveis: emissão da posse.
 
Direitos das Obrigações – Civil II – Obrigação de Fazer
O devedor se vincula a determinado comportamento, consistente
em praticar um ato ou realizar uma tarefa, donde decorre uma
vantagem para o credor.
Ex: Construir um muro, ministrar uma aula, realizar uma obra.
Obs: Dentro da idéia de FAZER, encontra-se a idéia de DAR.
Quem promete a entrega de determinada prestação, a rigor,
vincula-se a fazer referida entrega. Para diferenciar temos
obrigação de fazer quando a entrega (dar) é conseqüência de
um fazer, quando não é obrigação de dar.
A obrigação de fazer envolve uma atitude humana (ativa,
positiva).
A obrigação fungível é aquela cujas qualidades pessoais do
devedor não interessam, não são relevantes. Ex: a construção
de um muro, qualquer pedreiro poderá fazer.(art.249)
A obrigação infungível não se funda nas qualidades pessoais e
objetivas do devedor (cantor famoso), mas em CONDIÇÕES
PARTICULARES, intuitu personae, (Ex. Marisa Monte). Ex: Caso
ocorra algum problema numshow de Marisa Monte, a ausência
dela não poderá ser substituída por um outro
cantor(a).(art.247)
 
Impossibilidade da Obrigação de Fazer:- (não tem como cumprir
a prestação, torna-se impossível):
 
Sem Culpa: Ex: O professor que deveria ministrar a aula e
adoece no dia. Solução: Ele apresenta o atestado médico e daí
resolve-se a obrigação (retorna ao estado anterior da
desavença). Outro exemplo de Impossibilidade sem culpa seria a
apresentação de um show numa festa de aniversário de 50 anos
de casamento de um casal. Se o cantor adoecer no dia da festa,
não adiantará ele fazer outro show depois, pois o aniversário
já passou. Ou seja, tornou impossível a obrigação, não terá
como fazê-la depois.
 
Com Culpa: Se o professor simplesmente faltar (tornando a
obrigação impossível), sem uma justificativa, levará falta e
não irá receber por aquela aula não ministrada. Ou seja,
Resolve-se a obrigação + Perdas e Danos.
 
Descumprimento da Obrigação de Fazer: (há possibilidade de
fazer, mas não no prazo convencional, já se caracteriza a má
fé)
 
Sem Culpa: Assim como a Impossibilidade sem culpa, a solução
do Descumprimento sem culpa também ocorre através da resolução
da obrigação e retorno ao estado anterior. Ex: a entrega de
uma obra em tempo posterior ao acordado porque a construtora
não conseguiu cumprir o prazo estabelecido.
 
Com Culpa:
Fungível (art. 249 CC) – Quando qualquer pessoa pode realizar
a prestação. Solução da Lei (Perdas e Danos + terceiro): Se
qualquer pessoa poderá realizar a prestação, o juiz
solucionará o problema estabelecendo que um terceiro cumpra e
“enviará a conta” para o devedor.
Infungível (art. 247 CC) – Se resolve automaticamente com
Perdas e Danos.
Obs.1: Fungível ≠ Infungível: O segundo terá que ser apenas
com Perdas e Danos porque não tem como um terceiro substituir
a obrigação de fazer.
Obs.2: Execução da Obrigação de Fazer (art. 632 CPC): “Quando
o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será
citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se
outro não estiver determinado no título executivo”. Pode ainda
o credor requerer a conversão em indenização (perdas e danos)
Obs.3: Art. 466-A CPC: “Condenado o devedor a emitir
declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em
julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida
“.Ex. se vc paga o imóvel e o vendedor não assina a escritura,
o juiz determina que o cartório emita a escritura sem
assinatura do devedor.
 
Obrigação de Não Fazer
Conceito: ocorre quando um devedor assume um compromisso de se
abster de um ato (apenas atos lícitos) que poderia praticar se
não fosse o vínculo que o prende.
Ex. a pessoa que promete não vender uma casa a não ser para o
credor.
A obrigação de não fazer envolve uma atitude humana (negativa,
passiva).
Deve ser lícita – sem restrição sensível à liberdade
individual, sem colidir com os fins da sociedade, não pode ser
imoral ou anti-social. Ex. não casar, não trabalhar, etc.
Inadimplemento das obrigações de não fazer = Inadimplemento
das obrigações de fazer
 
Art. 250 CC: “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que,
sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do
ato, que se obrigou a não praticar”.
Ex: Se eu possuo terreno baldio que facilita o acesso de uma
estrada para a praia e eu me comprometo com meus vizinhos a
não permitir que ninguém utilize este terreno como passagem
para evitar que pessoas desconhecidas caminhem pela vizinhança
e o poder público manda que eu libere para a passagem das
pessoas.
 
Art. 251 CC: “Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção
de obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena
de desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e
danos”.
Obs. Em caso de urgência o credor pode desfazer ou mandar
desfazer, independente de autorização judicial (cabe o
ressarcimento).
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Obrigação Alternativa (Arts. 252 a 256 CC)
Conceito: são aquelas obrigações que têm por objeto duas ou
mais prestações, porém apenas uma deverá ser cumprida. Tal
obrigação dará a opção ao devedor ou credor de escolher pela
obrigação a ser cumprida.
 
Obs. Não se pode inferir que a obrigação é alternativa, esta
condição terá que estar expressa que é uma coisa ou outra, a
conjunção OU deverá constar no contrato.
 
Após a escolha/concentração a obrigação passa a ser a de Dar
Coisa Certa, de Fazer ou Não Fazer.
Ex: Um supermercado firmou contato com um fornecedor de todo
dia 30 comprar leite condensado ou creme de leite. No dia 15
faz a escolha e no dia 30 recebe (até o dia 15 a obrigação é
alternativa, depois é obrigação de dar coisa certa e simples).
 
A Obrigação de Fazer depende de um ato. O devedor faz a
escolha em regra, mas nada impede que a escolha seja feita
pelo credor. (ou seja, tanto um quanto o outro, depende do que
for definido no contrato). A Obrigação também pode ser feita
por sorteio (Art. 817 CPC: “Ressalvado o disposto no artigo
810 – ‘O indeferimento da medida obsta a que parte intente a
ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no
procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de
prescrição do direito do autor’ – , a sentença proferida no
arresto não faz coisa julgada na ação principal”).
 
Impossibilidade:
Uma (Art. 253: “Se uma das duas prestações não puder ser
objeto da obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o
débito quanto à outra”).Ex. A deve entregar a B um jumento ou
duas cabritas. Se o jumento morre A deve entregar as
cabritas.
Uma com escolha do Credor (Art. 255 CC).: prestação
 subsistente ou valor da outra mais perdas e danos.
Art. 255: “Quando a escolha couber ao credor e uma das
prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor
terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da
outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as
prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar
o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e
danos”.
Ambas (Art. 256: “Se todas as prestações se tornarem
impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a
obrigação”).
Ambas com escolha do Devedor (Art. 254 CC). Solução da Lei:
Devolve-se o valor da última prestação + Perdas e Danos.
Art 254: “Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir
nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha,
ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determina”.
Ambas com escolha do Credor (Art. 255 CC).Solução da Lei: O
credor escolhe o valor de qualquer uma delas + Perdas e
Danos. 
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Obrigação Cumulativa (Conjuntiva): São aquelas que possuem em
sua prestação vários objetos ou várias obrigações que deverão
ser cumpridas integralmente, sem exclusão de qualquer uma
delas, sob pena de se haver por não cumprida (o devedor
continuará inadimplente ou in mora).
Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é um reforço da
Obrigação de Dar Coisa Certa.
 
Obrigação Facultativa: É aquela que, tendo por objeto uma só
prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por
outra. Essa faculdade pode derivar de convenção especial
(acordo) ou de expressa disposição de lei (art. 157, § 2°)
Art. 157, § 2°: Não se decretará a anulação do negócio, se for
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida
concordar com a redução do proveito.
Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é apenas
doutrinária.
Ex. Você faz um consórcio para receber uma moto, mas pode
receber um carro.
 
Distinção entre obrigaçãoalternativa e obrigação facultativa.
 
Alternativa: a obrigação se extingue com a entrega de um dos
dois ou mais objetos existentes. Há pluralidade de objetos e
todos são devidos até que se entregue um deles.
 
Facultativa: existe um objeto devido apenas e o devedor pode
exonerar-se dela oferecendo outro no lugar daquele. Não pode
porém, ser obrigado pelo credor a dar outra coisa.
 
Obs: Obrigação Impossível
Obrig. Alternativa: continua existindo com relação aos demais.
Obrig. Facultativa: extingue a obrigação (porque o objeto é
único)
 
Perecimento sem culpa do devedor: tanto na Obrigação
Alternativa (todos os objetos sem culpa) como na Obrigação
Facultativa será extinta a obrigação.
 
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis: As Obrigações Divisíveis
e Indivisíveis dizem respeito ao Objeto da Prestação. A
questão da divisibilidade ou indivisibilidade só se apresenta
importante diante da pluralidade de sujeitos.
 
Dos Bens Divisíveis
Art. 87 CC: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem
alteração na sua substância, diminuição considerável de valor,
ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88 C: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se
indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das
partes.
 
Obrigações Divisíveis: são as obrigações possíveis de
cumprimento fracionado. É aquela cujo pagamento pode ser
dividido em parcelas sem que se descaracterize o objeto da
prestação.
Art. 257 CC: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor
em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas
obrigações, iguais e distintas, quanto aos credores e
devedores:
 
Pluralidade de devedores: Divide-se em tantas obrigações
iguais e distintas quanto os devedores. Ex: Despesas com
condomínio; se o valor total do condomínio é de R$100 e
existem 10 condôminos, o valor que deverá ser pago por
cada um deles é de R$10.
Pluralidade de credores: O devedor comum paga a cada um
dos credores a parcela da dívida global. Cada credor só
poderá exigir a sua parcela. Ex: A divisão dos lucros de
uma empresa entre os sócios.
 
Obrigações Indivisíveis: são aquelas que só podem cumprir em
sua integralidade. São aquelas cujo pagamento só pode ser
efetuado de uma única vez, sob pena de descaracterizar o
objeto da prestação.
Art. 258 CC: A Obrigação é indivisível quando a prestação tem
por objeto uma coisa ou um fato não suscetível de divisão, por
sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
determinante do negócio jurídico.
 
Pluralidade de devedores: Cada um dos devedores será
obrigado pela dívida toda. Ex: A e B devem um animal a
C. Este poderá exigir de um ou de ambos. Se A pagar sub-
roga-se no direito de credor em relação a B (art.259).
Art. 259 CC: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação
não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo Único: O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no
direito do credor em relação aos outros coobrigados”.
 
Pluralidade de credores: qualquer um dos credores pode
exigir do devedor a dívida inteira. Ex. C deve um
automóvel a A e B. Tanto A como B podem exigir de C o
automóvel.
Obs: Se A, B e C adquirem um lote de terreno a X qualquer
deles pode exigir de X o cumprimento integral da obrigação.
 
Art. 260 CC: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada
um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores
se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros
credores”.
 
Quando o devedor se desobriga?
Ele se exime cumprindo a obrigação para todos, exigindo1.
uma quitação (através de recibo) em nome de todos
devedores. Pode também pagar a um só e este se
compromete com os outros dois.
 
Art. 261 CC: “Se um só dos credores receber a prestação por
inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir
dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total”.
 
Art. 262 CC: “Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação
não ficará extinta para os outros; mas estes só a poderão
exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo Único: O mesmo critério se observará no caso de
transação, novação, compensação ou confusão”.
Portanto, se um dos credores disser que não quer a sua parte
(remissão/perdão da dívida) não se deverá mais cobrar a quota
deste credor ao devedor.
 
Art. 263 CC: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que
se resolver em perdas e danos.
1º: Se, para efeito do disposto neste artigo, houver
culpa de todos os devedores, responderão todos por
partes iguais.
2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os
outros, respondendo só esse pelas perdas e danos”.
 
Ex: Em uma dívida de R$30. Onde A, B e C são os devedores e X
é o credor.
Obs.: O objeto torna-se indivisível e o causador da culpa
(neste caso, A) irá pagar a sua parte mais Perdas e Danos. Sem
culpa não há responsabilidade civil.
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Obrigações Solidárias (Arts.264 a 285): Existe solidariedade
quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de
credores, cada um com o direito a dívida toda (solidariedade
ativa) ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à
dívida por inteiro (solidariedade passiva).
Obs: A idéia de solidariedade é fortalecer o vínculo entre
credores e devedores.
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre
mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito,
ou obrigado, à dívida toda.
(Solidariedade Mista = Solidariedade Ativa + Solidariedade
Passiva)
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da
vontade das partes.
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para
um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo,
ou pagável em lugar diferente, para o outro.
 
 SOLIDARIEDADE X
INDIVISIBILIDADE
Subjetiva (sujeito,origem
técnica)
Objetiva (objeto, origem material)
tem origem no próprio
título (título no sentido
de contrato)
tem origem na natureza da
obrigação (é a própria natureza)
Cada devedor paga por
inteiro porque deve por
inteiro
Cada devedor paga por inteiro
porque outra solução não é
possível
Converte-se em perdas e
danos e o vínculo se
mantém (os atributos
permanecem). Art. 271
Convertendo-se a prestação
em perdas e danos,
subsiste, para todos os
efeitos, a solidariedade.
Converte-se em perdas e danos e
desaparece a indivisibilidade (os
atributos não permanecem). Art.
263. Perde a qualidade de
indivisível a obrigação que se
resolver em perdas e danos. § 1o
Se, para efeito do disposto neste
artigo, houver culpa de todos os
devedores, responderão todos por
partes iguais. § 2o Se for de um
só a culpa, ficarão exonerados os
outros, respondendo só esse pelas
perdas e danos.
 
Obs: A causa de um é a causa do outro !
 
Características da solidariedade:
A prestação é única ou “unidade na prestação”: qualquer1.
que seja o número de devedores e credores o
débito/crédito é sempre único;
Pluralidade e Independência do vínculo: o vínculo que2.
une os devedores é um e o que une os credores é outro.
Não há vínculo entre devedores e credores, apenas entre
si. O credor está para exigir dos devedores solidários e
os devedores estão para cumprir com os credores
solidários;
Unidade de causa: a causa é única. A dívida solidária é3.
suportada por igual por todos os devedores. O contrato é
um só para todos: credores e devedores. Todos os
devedores assumem a dívida de uma só vez quando assinam
o contrato.
 
Obs: – Solidários (dívidas solidárias): a origem é comum: Ex.
três irmãos que vão ao banco pedirum empréstimo;
“In solidum”: Não existe solidariedade entre os devedores
porque não existe uma origem comum na obrigação. Embora
ligados por um mesmo fato, os liames que unem os devedores ao
credor são independentes. Ex: suponhamos um caso de incêndio
em uma fazenda segurada, causada por culpa de terceiro. Tanto
a seguradora como o autor do incêndio devem à vítima a
indenização pelo prejuízo; a seguradora no limite do contrato
e o agente pela totalidade. A vítima pode reclamar a
indenização de qualquer um deles, indistintamente, e o
pagamento efetuado por um libera o outro devedor. Contudo, não
existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma
causa comum, uma origem comum na obrigação. A responsabilidade
da seguradora tem origem no contrato, e a do agente decorre
dos princípios do art. 186 CC (ato ilícito);
 
Solidariedade Ativa: é a mais rara que existe: Conceito:
Havendo vários credores pode cada um exigir do devedor comum a
prestação por inteiro; e o devedor se libera da dívida pagando
a qualquer um dos credores.
Ex: Uma conta bancária em nome de três pessoas. Se
depositarmos o valor nesta conta, nos livramos/eximimos da
dívida com as três pessoas. Existe vantagem para o devedor,
porque pagando a um se exonera da dívida toda, e qualquer um
pode cobrar a dívida.
Obs: Vantagem: qualquer credor pode exigir a totalidade da
dívida e o devedor pode liberar-se da obrigação pagando a
prestação a qualquer um dos credores.
Desvantagem: pode “D” cobrar durante a ausência de “E” e “F” e
depois “D” sumir.
 
Efeitos da Solidariedade Ativa:
Quanto ao cumprimento da prestação: Quando um dos1.
credores poderá exigir o cumprimento da prestação (Art.
267 CC).
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir
do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
 
Quanto ao Pagamento e Remissão = Perdão (Arts. 268, 2692.
e 272 CC)
 Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não
demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este
pagar.
Ex. Se “D” acionar “C” na justiça, C terá que pagar
preferencialmente a “D”, que recebe em nome de todos. E se
nenhum acionar, “C” poderá pagar a qualquer um dos três.
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários
extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Ex. “C” pagou R$200 a “D” de uma dívida de R$300. Ele continua
devendo R$100 aos três credores.
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o
pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Ex.Se “D” perdoar a dívida completa, “C” não vai pagar nada a
ninguém. E “D” responderá perante “E” e “F”.
Se “C”, receber a remissão de R$200 de “D” ele ainda continua
devendo R$100 aos 03 credores.
 
Quanto às Perdas e Danos (Art. 271 CC): Subsiste a1.
solidariedade.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos,
subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
 
Quanto às Exceções Pessoais:1.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor
as exceções pessoais oponíveis aos outros.
É matéria de Defesa.
 
Julgamento:1.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários
não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a
menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
O julgamento desfavorável a um credor não prejudica os demais.
Se for favorável beneficia os demais.
 
Morte (Art. 274 e 270 CC, respectivamente):1.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando
herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a
quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível.
Obs: se a obrigação for um animal, f1 e f2 podem cobrar a
dívida toda.
 
Solidariedade Passiva: é aquela que obriga todos os devedores
ao pagamento total da dívida.
Obs. É muito importante na vida negocial porque reforça o
vínculo e facilita o adimplemento.
 
Efeitos da Solidariedade Passiva:
 
Pagamento Total e Parcial:1.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de
alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum;
se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores
continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a
propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos
devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a
remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores,
senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem
direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota,
dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os
co-devedores.
Exemplos:
Se existem 3 devedores e um paga toda a dívida, todos se
exoneram e o que pagou tem direito de regresso contra os
outros 2.
Se existem 3 devedores e um paga a dívida parcialmente,
todos ficam responsáveis pelo restante.
Se numa dívida de R$300, com 3 devedores, e um é
insolvente, os outros 2 terão que pagar toda a dívida:
 
Art. 285. Se a dívida solidária interessa exclusivamente a um
dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele
que pagar.
Ex. Se A deu um bem (uma casa) em garantia. B paga a dívida e
resgata a hipoteca. A deve pagar a B para retirar a hipoteca.
 
Renúncia: Se a solidariedade for legal, a renuncia1.
poderá dar-se verbalmente ou por escrito ou, ainda, pela
prática de atos reveladores de intentio de abrir mão do
benefício, hipótese em que se terá a renúncia tácita. Ao
credor para que possa demandar os co-devedores
solidários remanescentes, cumprirá bater no débito o
quantum alusivo ã parte devida pelo que foi liberado da
solidariedade. Ex. A, B e C são devedores solidários de
D pela quantia de R$ 30.000,00. D renuncia a
solidariedade em favor de A, perdendo então o direito de
exigir dele uma prestação acima de sua parte no débito,
isto é, R$ 10.000,00. B e C responderão solidariamente
por R$ 20.000,00, abatendo da dívida inicial de R$
30.000,00 a cota de A (R$ 10.000,00). Assim os R$
10.000,00 restante só poderão ser reclamados daquele que
se beneficiou da renúncia da solidariedade. Se a
renúncia for total ou absoluta extinguir-se-á a
obrigação solidária passiva, surgindo em seu lugar uma
obrigação conjunta, em que cada devedor responderá tão
somente por sua parte, pois o débito será rateado entre
os co-devedores, visto-se que a obrigação torna-se pro
rata em relação a todos. (art.282)
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de
um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou
mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores,
contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo
credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Ex. Se numa dívida de R$300 “A” foi exonerado por “D”
(credor), e “C” ficou insolvente. Se “C” fica insolvente, “A”
volta a dever junto com “B”.
Obs: Renúncia (=exoneração) não é perdão (=remissão).
Cláusula Adicional:
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional,
estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não
poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Obs: Não surtirá efeito, não tem eficácia.
Ex: Caso exista uma dívida de 24 meses a 1% e “A” vai ao banco
sozinho e negocia esta dívida a 24 meses a 10% , isto é numa
condição pior que a anteriormente contratada, essa nova
negociação passa a não valer para “B”e “C”. Exceto se “B” e
“C” for ao banco negociar a dívida junto com “A”.
 
Impossibilidade da Prestação: Art. 279.1.
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos
devedores solidários, subsiste para todos o encargo de
pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só
responde o culpado.
Ex. Os devedores não puderam entregar o produto por culpa de
A. A obrigação permanece para os três e A responde por perdas
e danos.
Juros da Mora: Art. 280. Todos os devedores respondem pelos
juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida.
Ex: Por causa de “A” o pagamento foi realizado em atraso
(30/09) gerando juros de mora  “A”, “B” e “C” pagam e “B” e
“C” cobram (têm direito de regresso) de “A”.
Obs: na mora a entrega ainda é útil, isto é, mesmo com atraso
a entrega interessa ao credor.
 
Exceções Pessoais (Matéria de Defesa)1.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções
que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe
aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
 
Morte: Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer1.
deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar
senão a quota que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas
todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.
Obs: Espólio é a herança na justiça. Bens que ficam por morte
de qualquer pessoa.
 
Obrigações Naturais (Imperfeitas para os escritores alemães):
As Obrigações naturais se opõem às obrigações civis. Obrigação
natural é aquela em que o credor não tem o direito de exigir a
prestação e o devedor não está obrigado a pagar. Não há sanção
e se houver pagamento não pode ser repetido (devolvido). Não
existe garantia nem responsabilidade do devedor. Não existe
sequer o vínculo. A RETENÇÃO DO PAGAMENTO é a única garantia
atribuída pelo direito positivo a esta espécie de obrigação.
Ex. 1. Gorjeta de um garçom, a não ser que haja norma.
Comissão amigável para intermediar venda de um imóvel.2.
Não são corretores profissionais e não há
obrigatoriedade de remuneração da intermediação.
Ninguém pode exigir (art.564, III e 832)
Art. 564. Não se revogam por ingratidão.
III – as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver
dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Obrigações Principais e Acessórias:
Art. 92 (noção de principal e acessório).
O acessório segue o principal.
As obrigações principais nascem existem por si mesmas
(independentes).
As obrigações acessórias surgem unicamente para se agregar a
outras. Elas dependem da principal.
Distinção: A obrigação acessória segue a sorte da obrigação
principal. Desaparecendo a obrigação principal desaparece a
obrigação acessória. A recíproca não é verdadeira. 
Ex. o contrato principal pode ser perfeito, sendo nula a
fiança, por incapacidade do agente. Mas se nulo for o contrato
principal, não havemos de falar em fiança, porque nada mais há
o que garantir.
 
Transferência da Obrigação Principal = Transferência da
Obrigação Acessória.
Exceção: fiança. O fiador garante um primitivo devedor e só
com a sua anuência garantirá outro, pois é uma garantia
pessoal (intuito persona, personalíssima), baseada na
confiança.
 
O caráter acessório e/ou principal pode emanar da:
 
Vontade das partes: são comuns os direitos de1.
garantia como a fiança (garantia pessoal) e o
penhor e a hipoteca (garantias reais). A fiança, o
penhor e a hipoteca são obrigações acessórias a
uma obrigação principal. Constituem um reforço
para o adimplemento da obrigação principal.
(servem para garantir o cumprimento da principal).
Ex: juros: sua existência depende da principal e são
considerados frutos civis. Podem ser demandados autonomamente,
porque ganham foro de obrigação autônoma, sem perderem seu
caráter de acessório.
 
Lei: é o caso da evicção, onde o vendedor, além da1.
obrigação inerente à compra e venda, de entregar a
coisa vendida, é obrigado a resguardar o comprador
contra os riscos. (art. 447 CC)
Art. 447: Nos contratos onerosos, o alienante responde pela
evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha
realizado em hasta pública.
 
Obrigações Líquidas e líquidas:
 
Líquidas: estão presentes os requisitos que permitem a
imediata identificação do OBJETO DA OBRIGACAO (qualidade +
quantidade + natureza)
Art. 1533 do CC/1916: Considera-se líquida a obrigação certa,
na sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto.
Ex. obrigação de pagar R$ 1.000,00, 100 sacas de cereal,
entregar automóvel específico.
 
Ilíquidas: o objeto da prestação é desconhecido (não há
quantidade e gênero). Diante da impossibilidade o juiz pode
dar a sentença ilíquida (não pode mensurar). Exigem uma
posterior liquidação (ex. perícia). A ilíquida é incerta
quanto à existência e indeterminada quanto ao objeto.
Ex. bateram no carro do taxista, ele vai exigir perdas e
danos, se o juiz não determinar o valor é ilíquida porque não
está determinada.
OI => processo de liquidação (CPC arts. 586 e §§ / 603 a 611)
=> OL
 
Obrigações Puras e Simples: As obrigações puras e simples são
as de dar, restituir, fazer e não fazer. Característica:
credor + devedor + objeto da prestação.
 
Obrigações Condicionais: Art. 121 (Conceito de Condição)
 
Condição Suspensiva (Art.125): quando os contraentes1.
protelam temporariamente a eficácia do negócio até a
realização do evento futuro e incerto. Se pendente tal
condição, só com seu implemento é que o contrato se
aperfeiçoará. Não há débito, nem obrigação, nem ação,
apenas um Direito Eventual.
Ex. o contrato de compra e venda do quadro X só produzirá
efeitos se ele for aceito numa exposição internacional.
 
Consequências da Condição Suspensiva:
Pagamento: não se pode exigir o pagamento da obrigação
antes do implemento da condição.
Restituição: caberá a repetição do indébito se o devedor
pagar a obrigação antes do implemento da condição
(art.876).
Ex. a compra de um cavalo se ele ganhar o prêmio Y. Cabe
repetição se tiver pago o cavalo e ele não ganhar. Se não
tiver pago e ele não ganhar extingue-se a obrigação.
Extinção: extingue-se a obrigação se a condição não se
realizar.
Novas disposições: art. 126
Ex: A doa um objeto a B sob condição suspensiva e vende o
mesmo bem a C. A venda será nula se realizada a condição. A
doa a B o usufruto de uma coisa (uso e gozo) sob condição
suspensiva e aliena a C a sua propriedade. Váalida será tal
alienação porque não há compatibilidade entre a nova
disposição e a anterior. 
Prescrição: não há prescrição, se pendente a condição
suspensiva (art.199-I)
Atos de Conservação: A condição suspensiva não obsta o
exercício dos atos destinados a conservar o direito a
ela subordinado. O devedor poderá praticar os atos
normais de gestão e até perceber os seus frutos, mas
todos os riscos correrão por sua conta (art. 130).
Data do Cumprimento: data do implemento da condição,
cabe o credor provar que o devedor teve ciência de tal
implemento. (art. 332)
Perda e Deterioração da Coisa: art. 234 – 236.
 
Condição Resolutiva (art. 127): quando a ineficácia do
ato negocial se subordina a um evento futuro e incerto.
Verificada a condição a obrigação se desfaz
retroativamente, como se nunca tivesse existido
(art.1359 CC).
 
Negócio Jurídico = Aquisição do Direito e Produção dos Efeitos
Jurídicos => Implemento da condiçãoresolutiva = resolve-se o
NJ (extingue-se o Direito)
Ex. compra e venda de uma fazenda sob a condição de o negócio
se desfazer se gear nos próximos três anos.
 
Os riscos da coisa alienada são do credor ou adquirente. A
resolução supõe a restituição do objeto.
Ex. No exemplo acima da fazenda, se houver uma enchente por
conta de uma quebra de barragem, quem arca com a perda é o
comprador.
Consequências da Condição Resolutiva: Perda e Deterioração:
como o direito se adquire de pleno direito, o possuidor
suporta a perda ou deterioração.
 
Direitos das Obrigações – Civil II
Modais: encontram-se oneradas como um modo (encargo). É
a cláusula acessória que impõe um ônus à pessoa natural
ou jurídica contemplada na relação creditória.
Ex. obrigação imposta ao donatário de construir no terreno
doado uma escola. Ele terá que empregar o bem recebido pela
maneira e com a finalidade estabelecida pelo doador. Se não
construir a escola resolve-se a obrigação.
Consequências: CC arts. 136 e 137.
Não Cumprimento: revogação da liberalidade. Pode ser cumprido
por outrem (desde que não personalíssimo) e exigido pelos
herdeiros, beneficiários, MP (se for do interesse público).
 
A Termo (prazo): as partes subordinam os efeitos do ato
negocial a um evento futuro e certo. Termo é o dia em
que começa ou se extingue a eficácia do negócio
jurídico. Não atua sobre a validade do negócio, mas
sobre seus efeitos.
 
Inicial (dies a quo): o direito só se torna exercitável com a
superveniência do termo (art. 131).
Obs: O devedor pode pagar antes do termo, mas o credor não
pode exigir a obrigação antes do prazo, salvo nos casos
verificados no art. 133, I a III, do CC. Os atos destinados ä
conservação do direito já são permitidos.
Ex. Uma locação só se iniciará daqui a dois meses e o
locatário já pode exercer os atos de conservação. 
 
Final (dies ad quem): determina a data da cessação dos efeitos
do ato negocial extinguindo as obrigações dele oriundas.
 
Certo: quando estabelece a data do calendário (dia, mês e ano)
ou quando fixa um certo lapso de tempo.
 
Incerto: refere-se a acontecimento futuro que ocorrerá em data
indeterminada.
Ex. a transferência de determinado imóvel será realizada a
partir da morte de seu proprietário. A morte é sempre certa, a
data é que é incerta.
 
Obrigações de Meio e de Resultado
Obrigações de Meio: o devedor se obriga tão-somente a usar de
prudência e diligência normais na prestação de certo serviço
para atingir um resultado sem, contudo, se vincular a obtê-lo.
O conteúdo é a própria atividade do devedor.
Ex: contrato de prestação de serviços médicos (operação
plástica reparadoraestética) ou advocatícios.
 
Obrigações de Resultado: o credor tem o direito de exigir do
devedor a produção de um resultado. O conteúdo é a produção
de um resultado útil ao credor.
Ex: contrato de transporte, ou empreitada de uma obra, ou
operação plástica estéticareparadora.
 
Transmissão das Obrigações (Arts. 286 -303 CC).
 
Cessão de Crédito: É um negocio jurídico bilateral onde o
credor transfere a terceiro seu direito de credito contra o
devedor (é quando o devedor fica sabendo da cessão de crédito
e transmite o valor direto para o cessionário).
Partes: Credor = cedente; terceiro = cessionário; devedor =
cedido.
A doutrina costuma classificar as seguintes espécies:
Cessão Onerosa: O cessionário paga pelo recebimento do1.
crédito (é quando se vende um crédito a um terceiro).
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que
não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela
existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma
responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se
tiver procedido de má-fé.
Ex: compra e venda; empresas de factoring: vc troca um cheque
de terceiro na factoring que era pra 30 dias no valor de R$
1.000,00. A factoring fica com o cheque e paga R$ 900,00 a vc.
 
Cessão Gratuita: não há contraprestação por parte do1.
cessionário. Ex: doação.
 
Voluntária: Emana da vontade livre do cedente e do1.
cessionário. A voluntária você escolhe, pode ser onerosa
ou gratuita.
 
Legal/Necessária: Acontece por força da lei. Toda cessão1.
de crédito depende de um acordo de vontade (o que for
expresso na lei é legal ou necessária).
Obs: Fazer por exclusão, se não for legal (estiver escrito na
lei) será voluntária.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se
opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta
ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da
obrigação.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um
crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
Ex: Cessão de crédito (vontade) + Hipoteca (lei): A deve um
empréstimo ao BB e transfere para o Bradesco, a hipoteca segue
junto.
 
Judicial: Tem origem na sentença (decisão). Ex.1.
partilha, adjudicação: quando há apenas um herdeiro, o
juiz não vai fazer uma partilha, fará uma adjudicação
passando o bem para o herdeiro.
 
Pro Soluto: O credor transfere seu crédito em pagamento1.
a obrigação sua com o cessionário. Ex: “A” deve R$100 a
“B”. “C” deve R$100 a “A”. “A” com intenção de pagar a
“B” cede seu crédito junto a “C”.
 
Pro Solvendo: o credor transfere seu crédito em garantia1.
de pagamento a obrigação sua com o cessionário. Ex1: eu
sou credor e também devedor. Devo R$ 200,00 a A em 15
dias e B me deve R$ 500,00 em 30 dias. Eu dou o cheque
de R$ 500,00 em garantia a A, para daqui a 15 dias pagar
R$ 200,00 a A e pegar o cheque de R$ 500,00 de volta.
(poderia ser de mesmo valor). Ex 2: pego um dinheiro
emprestado e dou um cheque de um terceiro em garantia, e
no dia do vencimento eu pego o cheque do meu devedor e
pago o meu débito com o meu credor.
 
Requisitos da Validade
Subjetivos: partes capazes para, respectivamente,
alienar e adquirir. Qualquer pessoa que estiver na
livre administração dos seus bens (cedente e
cessionário).
Objetivos: O objeto da cessão (crédito) deve ser
material e juridicamente possível. Qualquer
crédito lícito.
Formais: A cessão, em princípio, tem forma livre.
(arts 288 e 289)
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de
um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público,
ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do
art. 654.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito
de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
 
O devedor não é parte do negócio entre cedente e cessionário,
e deve ser notificado para efetuar o pagamento. Ou seja, se
faz necessária a escritura pública para ser eficaz (ou
particular com procuração). O devedor precisará apenas ter
ciência. O negócio jurídico só será eficaz após a comunicação
formal (notificação= tomar ciência formal da cessão).
(art.290)
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao
devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se
tem o devedor que, em escrito público ou particular, se
declarou ciente da cessão feita.
O devedor só se desobriga quando paga ao cessionário.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter
conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no
caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que
lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida;
quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a
prioridade da notificação.
 
Cessões Múltiplas: prevalece a tradição (art. 291)
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece
a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.
Atos Conservatórios: Independem do conhecimento da cessãopelo
devedor. Qualquer ato que viabilize ou agilize o cumprimento
das obrigações. Ex. pagamento de impostos, multa.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo
devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do
direito cedido.
 
Exceção Pessoal (matéria de defesa): contra credor e contra
terceiro.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que
lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter
conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
 
Responsabilidade do Cedente = existência do crédito (art.295,
296 e 297)
O cedente se responsabiliza com o cessionário apenas pela
existência do crédito e não pela solvência do devedor
(adimplemento do crédito). Exceto se houver disposição
escrita.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que
não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela
existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma
responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se
tiver procedido de má-fé.
 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não
responde pela solvência do devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência
do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com
os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da
cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Ex. Eu me comprometi com o cheque de outrem (sua solvência). A
factoring vai cobrar se o devedor não pagar, e eu vou me
responsabilizar pelo principal mais juros e despesas de
cobrança.
 
Se o crédito for penhorado não poderá ser transmitido a
terceiros, não poderá ocorrer a cessão. O devedor que pagar,
não tendo notificação dela, fica exonerado. Os direitos de
terceiro subsistem somente contra o credor.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser
transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas
o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica
exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de
terceiro.
Ex. D deve a C, mas esse bem está penhorado. C não pode
transferir a T. C deve comunicar a D da penhora. Se D não foi
avisado da penhora, paga e se exonera. Mas se D foi notificado
da penhora e paga, ele responde judicialmente e T também.
 
Assunção da Dívida (ou cessão de débito): É o negócio jurídico
bilateral, por meio do qual terceiro assume a responsabilidade
da divida contraída pelo devedor originário, sem que a
obrigação deixe de ser ela própria. (é a mesma dívida). É
necessária a concordância expressa do credor.
Partes: credor, devedor, terceiro (assuntor).
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do
devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da
assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
 
Extinguem-se as garantias especiais (aval, fiança, penhor,
hipoteca de terceiro) – art. 300
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo,
consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as
garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
 
Espécies:
causa mortis: os herdeiros assumem as obrigações1.
dos mortos nos limites do patrimônio herdado (até
o limite da herança).
Obs: se tiver fiador ele não deve mais nada com a morte do
devedor, pois ele não tinha dívida, só responsabilidade.
 
inter vivos:
 
.Acordo entre terceiro x credor (expromissão) –1.
assunção perfeita
Ex. pai assume dívida do filho.
.Acordo entre terceiro x devedor (delegação) –1.
assunção imperfeita
Ex. os dois assumem a dívida, pai e filho.
 
Expromissão:
com liberação do devedor (assunção da dívida perfeita)
sem liberação = (imperfeita/reforço) = responsabilidade
cumulativa (devedor + terceiro)
 
Delegação:
com liberação do devedor (assunção da dívida perfeita)
Obs. Tem que conversar com o credor, não tem assunção da
dívida sem concordância do credor.
sem liberação = (imperfeita) = responsabilidade
cumulativa (devedor + terceiro)
 
Anulação da substituição = restauração do débito + garantias
(art.301)
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada,
restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as
garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o
vício que inquinava a obrigação.
 
Exceção: as garantias prestadas por terceiro – exceto se este
sabia do vício que maculava a obrigação.
 
NÃO PODE o novo devedor opor ao credor as EXCEÇÕES PESSOAIS
que competiam ao devedor primitivo (art. 302)
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções
pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Ex. D (menor incapaz) deve R$ 100,00 a C. T assume a dívida,
não pode alegar incapacidade porque cabia a D.
Assunção da Dívida (delegação) > Notificação > Silêncio
do Credor = Recusa (art. 299, p. único)
Art. 299. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar
prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida,
interpretando-se o seu silêncio como recusa.
 
Aquisição de Imóvel Hipotecado > Notificação > Silêncio
= Aceitação (art. 303)
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu
cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor,
notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do
débito, entender-se-á dado o assentimento.
Ex. compro imóvel de 100.000 que tem hipoteca de 10.000, quero
pagar, se o credor hipotecário ficar em silêncio entende-se o
seu consentimento.
Adimplemento das obrigações
 
Adimplemento representa o cumprimento voluntário. Qualquer
cumprimento voluntário é pagamento. Pagamento é cumprimento.
Não existem obrigações perpétuas, visto que, os seres humanos
não são perpétuos. As obrigações são temporais, passageiras.
 
1.Pagamento (art. 304 – 333): acontece de forma livre, a não
ser que haja uma solenidade prevista em lei.
Ex. compra de imóvel.
 
É a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da
prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos
no titulo constitutivo. É o fim da obrigação. É o seu
cumprimento.
 
Natureza jurídica = contrato (negócio jurídico bilateral):
acordo de vontade com finalidade obrigatória e que se submete
aos princípios que regem os contratos.
 
Requisitos essenciais: vínculo obrigacional (Lei ou Negócio
Jurídico). Solvens (quem paga) e Accipiens (quem recebe).
 
Quem pode pagar?
Qualquer pessoa pode pagar, a não ser que a obrigação seja
personalíssima que necessitará da anuência do credor.
 
Podem pagar:
– o devedor, ou representante (legal, contratual ou preposto)
ou sucessores.
=> o devedor se exonera da obrigação: entregando (obrigação de
dar), praticando (obrigação de fazer) ou abstendo-se
(obrigação de não fazer)
 
– terceiro interessado: é aquele que de uma forma ou de outra
se obriga (fiador, coobrigado, herdeiro, outro credor do
devedor, adquirente de imóvel hipotecado).- art. 304
=> conseqüência: sub-rogação do solvens em todos os direitos
do accipiens. Não cabe recusa do credor em receber, se houver
recusa faz-se a consignação em pagamento (depósito judicial).
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode
pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes
à exoneração do devedor.
– terceiro não interessado: juridicamente é aquele que não
está vinculado à relação obrigacional, embora possa ter de
ordem moral.
 
=>Terceiro não interessado que paga em nome do devedor: não se
sub-roga; não cabe recusa do credor mas do devedor cabe; tem
direito a reembolso. O terceiro não interessado poderá pagar o
débito, salvo oposição do devedor alegando inconveniência por
exemplo, desde que anterior ao pagamentoe provada por meio
lícito. Ex. o administrador do imóvel locado que pagar
aluguéis pelo locatário, o pai que paga dívida em nome do
filho, o homem que resgata dívida de sua amante, da pessoa que
cumpre a obrigação de um amigo. (art. 304)
 
Art. 304, Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não
interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo
oposição deste.
 
=>Terceiro não interessado que paga em nome próprio: como é
proibido por lei o locupletamento em causa alheia, a lei
permitirá ao terceiro não interessado que pagar o débito
alheio em seu próprio nome reembolsar-se do que realmente
pagou, por meio da ação in rem verso, pleiteando tão somente o
quantum realmente despendido, não podendo reclamar juros,
perdas e danos. Não se sub-roga nos direitos do credor, porque
esse pagamento não só poderá ser um meio de vexar o devedor,
como também poderá possibilitar que o terceiro maldoso formule
contra o devedor exigências mais rigorosas que as do primitivo
credor. Essa regra da não sub-rogação admite exceções nos
casos de sub-rogação legal e convencional. Credor e Devedor
podem recusar. Ex. quando um inimigo paga.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu
próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas
não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá
direito ao reembolso no vencimento.
 
Se o pagamento de terceiro acontecer sem o conhecimento ou com
oposição do devedor, não caberá o reembolso. (art. 306)
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento
ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que
pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
 
A Quem Pagar?
Em regra deve-se pagar ao credor, ou accipiens como denomina a
doutrina.
 
– Credor, ou representante (legal, contratual ou preposto) ou
sucessores. (art. 308).
 
Se o pagamento for feito à pessoa errada, o devedor deve pagar
novamente, salvo se provar que a culpa foi do credor.
 
Hipóteses de pagamento inválido a não credor, em que há
liberação do devedor:
– se o credor der causa ao erro ou ratificar o pagamento;
(art. 308)
– quando o pagamento é proveitoso ao credor; (art. 308)quando
o pagamento é feito a credor putativo ou a seu representante;
(art. 309)
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de
direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele
ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é
válido, ainda provado depois que não era credor.
Se o credor é incapaz de quitar, o pagamento é inválido.(art.
310)
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor
incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício
dele efetivamente reverteu.
O portador da quitação está autorizado a receber (art. 311)
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o
portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem
a presunção daí resultante.
Art. 312, exemplo: Suponha-se que A seja devedor de B e este
tenha o seu crédito penhorado em beneficio de C e D que o
executam. A paga a B, mesmo recebendo intimação da penhora;
logo, C e D poderão exigir que A pague novamente. A porém pode
reclamar de B o reembolso do que foi obrigado a pagar.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da
penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta
por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que
poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe
ressalvado o regresso contra o credor.
 
O Que Pagar?
O objeto deve ser lícito.
Exemplo: Se você adquire um uno mille e o credor quer lhe dar
um corolla, vc pode aceitar mas não esta obrigado a aceitar,
ainda que seja mais valiosa.(art. 313)
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Se o pagamento importar a transmissão de propriedade é exigido
a legitimidade para dispor, isto é, só quem pode transmitir é
o possuidor ou proprietário do bem. (art.307)
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar
transmissão da propriedade, quando feito por quem possa
alienar o objeto em que ele consistiu.
Se o pagamento for de coisa fungível (substituível), e houver
o consumo de boa fé, não cabe repetição (devolução) – art.
307, p. único.
Ex. Se vc. Recebe 10 sacos de açúcar que não lhe era devido e
consome de boa fé.
Obs: ninguém pode receber uma coisa que não lhe é devida. Para
não configurar enriquecimento ilícito deve-se fazer alguma
compensação. A boa fé se presume. A má fé deve ser provada.
Art. 307, Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa
fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-
fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o
direito de aliená-la.
Prestação Diversa (art. 313)
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Prestação indivisível. Ex: é para pagar 3 pgtos de 500,00 e
paga 2 de 750,00. O credor poderá receber mas não está
obrigado. (art. 314)
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o
devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Dívidas em dinheiro > pagamento = moeda corrente ( arts. 315 e
318)
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o
disposto nos artigos subseqüentes.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em
moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o
valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos
previstos na legislação especial.
Prestações sucessivas = cabe aumento progressivol (art. 316)
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de
prestações sucessivas.
Art. 317 x 478 : o que vai haver é um reequilíbrio contratual.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o
do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido
da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real
da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se
a prestação de uma das partes se tornar excessivamente
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença
que a decretar retroagirão à data da citação.
Se o pagamento for feito em moeda estrangeira, será feito o
ajuste jurídico em moeda nacional.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em
moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o
valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos
previstos na legislação especial.
 
Como provar o pagamento?
O pagamento não se presume, tem que ser provado, salvo nos
casos expressos em lei.
A quitação é direito do devedor, direito do solvens. A
quitação consiste numa declaração unilateral escrita, no qual
o credor reconhece ter recebido o que lhe era devido,
liberando o devedor até o montante do que lhe foi pago. (art.
319)
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e
pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Requisitos formais. A Comprovação do pagamento se dá com
recibo ou título. O art. 320 estabelece com deve ser feito o
recibo, mas este pode conter mais dados.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por
instrumento particular, designará o valor e a espécie da
dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou,

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