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12/11/2013 1 Regulação da Expressão Gênica PROCARIOTOS E EUCARIOTOS Expressão Gênica Conjunto de processos que levam à produção de produtos difusíveis (RNA e proteínas) a partir de um gene. 12/11/2013 2 Definições • Gene – sequência de DNA que codifica para um produto difusível (proteína ou RNA) • Elementos cis – sequências reguladoras no DNA, menores que 10 pb • Elementos trans – proteínas e RNA’s que regulam a expressão de outros genes • Genes Estruturais codificam para proteínas requeridas para funções enzimáticas ou estruturais da célula • Genes Regulatórios codificam para proteínas que regulam a expressão de outros genes • Genes Constitutivos genes expressos em níveis relativamente constantes Ex: “housekeeping” genes • Genes Induzidos genes cujos produtos aumentam de concentração em resposta a uma sinal molecular. O fenômeno chama-se INDUÇÃO. • Genes Reprimíveis genes cujos produtos diminuem de concentração em resposta a uma sinal molecular. O fenômeno chama-se REPRESSÃO. Definições 12/11/2013 3 Indução e Repressão • Indutor – pequena molécula ou agente ambiental que ativa a expressão • Ativador – proteína que se liga ao DNA para ativar a transcrição • Correpressor – pequena molécula que inibe a síntese da(s) enzima(s) necessária(s) para sintetizá-lo • Repressor – proteína que se liga ao DNA para inibir a expressão Regulação por fatores TRANS • Controle positivo → via Ativador (comum em eucariotos) • Controle negativo → via Repressor (comum em procariotos) 12/11/2013 4 Procariotos • Os genes em procariotos geralmente estão ativos – principal controle é por repressão ▫ RNA pol é bem ativa, requer fatores específicos σ70,32 ▫ Repressores – operador ▫ Ativadores ▫ Os genes podem ser monocistrônicos ou policistrônicos ▫ Permite controle coordenado: transcrição e tradução acopladas Eucariotos • Os genes eucarióticos geralmente estão reprimidos – controle por ativação ▫ Acesso limitado à cromatina ▫ RNA Polimerase é pouco ativa ▫ Requer fatores basais ou gerais ▫ Requer fatores específicos ▫ Organização monocistrônica ▫ Transcrição ocorre separadamente da tradução 12/11/2013 5 PROCARIOTOS Pontos de Controle em Procariotos • Transcrição – mais frequente • Degradação do mRNA – alguns casos • Tradução 12/11/2013 6 Diferentes Fatores σ Operon • Conjunto de genes que estão sob o controle do mesmo promotor/sinal regulatório. • mRNA policistrônico 12/11/2013 7 Componentes de um Operon • Promotor • Operador (sítio de controle) • Sequências Codantes • Terminador da transcrição Repressor (TRANS) 12/11/2013 8 Operon Lac de E. coli • Genes relacionados ao catabolismo de lactose → estudado por Francois Jacob and Jacques Monod (Institute Pasteur) • E. coli expressa os genes para o metabolismo de glicose constitutivamente • O metabolismo de outros açúcares (ex. lactose) são regulados especificamente • Lactose = dissacarídeo (glucose + galactose) provê energia. Organização do Operon Lac 12/11/2013 9 Metabolismo da Lactose β-Galactosidase tem duas reações: Principal: metabolismo Secundária: Indutor do operon Lac Genes do Operon Lac • β-galactosidase (lacZ) • Quebra a lactose em glicose + galactose (metabolismo) • Converte lactose em alolactose que regula o operon • Lactose permease (lacY) • Transporta lactose através da membrana plasmática • Transacetilase (lacA) • Transfere o grupo acetil para a lactose. 12/11/2013 10 Operon Lac – Ausência de Lactose P lacI T P O lacZ lacY lacA mRNA Operon Lac – Ausência de Lactose 12/11/2013 11 Operon Lac – Presença de Lactose P lacI T P O lacZ lacY lacA Alolactose mRNA Operon Lac – Presença de Lactose 12/11/2013 12 Proteína Responsiva a cAMP (CAP) • Glicose é preferida à lactose; • A presença de glicose também afeta o operon Lac; • cAMP é presente na ausência de glicose; • CAP-cAMP liga-se upstream do operon Lac amplificando sua expressão em até 50x (aumenta a afinidade da RNA pol); • Experimentos adicionando cAMP a células restaura a alta expressão do operon Lac mesmo na presença de glicose. 12/11/2013 13 Operon Triptofano (Trp) • Genes relacionadas à síntese de triptofano. • Se aminoácidos estão presentes no meio, E. coli irá importá-los antes de sintetizá-los. • Os genes para a síntese de aminoácidos estão reprimidos. • Quando aminoácidos são escassos no meio de cultura, os genes biossintéticos são expressos e a síntese ocorre. Organização do Operon Trp 12/11/2013 14 Regulação do operon Trp • Dois Mecanismos: Interação repressor/operador (regulação transcricional) Terminação de transcritos iniciados (regulação traducional) 12/11/2013 15 Interação repressor/operador • Quando triptofano (correpressor) está presente, ele se liga à molécula repressora trpR. • A proteína trpR se liga ao operador e impede a transcrição do operon. • Repressão reduz a transcrição do operon em 70 vezes. Interação repressor/operador 12/11/2013 16 Regulação por Atenuação • Quando as células estão necessitadas de triptofano, os genes trp são expressos ao máximo. • Sob condições mais amenas de ausência de triptofano, os genes trp são expressos em níveis abaixo do máximo. • Atenuação pode regular os níveis de transcrição por um fator de 8 a 10 e, quando combinada com o mecanismo de repressão, de 560 a 700 vezes. 12/11/2013 17 A Região Líder P O trpL trpE trpD trpC trpB trpA A A Região Líder • A transcrição e a tradução são acopladas em procariotos e ocorrem ao mesmo tempo. • O pareamento das regiões 1 e 2 da região líder faz com que a RNA polimerase sofra uma pausa logo depois que estas regiões foram sintetizadas. • A pausa é longa o suficiente para o ribossomo ser carregado no mRNA e iniciar a tradução logo atrás da RNA polimerase; • A região 1 possui dois códons para triptofano. 12/11/2013 18 Situação 1: Escassez de Trp • A posição do ribossomo tem um papel importante na atenuação; • Quando triptofano é escasso ou está em baixa concentração: Trp-tRNA não está disponível, o ribossomo para nos códons para Trp e cobre a região 1 do atenuador; A região 1 não está disponível para parear com a região 2 que, por sua vez pareia com a região 3 quando esta é transcrita; Região 3 (agora pareada com a região 2) não é capaz de parear com a região 4 quando esta é transcrita; A RNA polimerase continua transcrevendo a região 4 e adiante sintetizando o mRNA trp policistrônico completo. 12/11/2013 19 Situação 2: Trp Disponível Quando Trp está em altas concentrações na célula: Os ribossomos sintetizam o peptídeo líder passando rapidamente pela região 1; A tradução é contínua até o códon UGA que fica entre as regiões 1 e 2 impedindo o pareamento das regiões 2 e 3; Há o pareamento das regiões 3 e 4 gerando um hairpin terminador, assim há a interrupção da transcrição do operon trp. Resumo 12/11/2013 20 Outros operons regulados por atenuação Eucariotos 12/11/2013 21 Possíveis pontos de controle • Inciação da transcrição • Processamento de RNA • Transporte de mRNA para o citoplasma • Estabilidade do mRNA • Inciação da tradução • Estabilidadee modificação pós-traducional de proteínas 12/11/2013 22 Regulação Transcricional 12/11/2013 23 Como “ligar” um gene eucariótico? • Remodelagem da cromatina ▫ Torna sítios do promotor mais acessíveis • Recrutamento de fatores de transcrição ao complexo de iniciação Remodelagem da Cromatina • O DNA interfásico é ainda bem condensado e associado a histonas (nucleossomos) • A inacessibilidade das proteínas pode ser demonstrada por ensaios de sensibilidade da cromatina a nuclease ▫ Genes inativos são mais resistentes a DNAse ▫ Genes ativos são mais sensíveis ao tratamento com DNAse • Remodelagem da cromatina é necessária para tornar o DNA mais acessível aos fatores de transcrição 12/11/2013 24 Nucleossomos e Transcrição Modificação de Histonas • Complexo SWI/SNF ▫ 11 subunidades Inclui atividades de ligação ao DNA e ATPase Comum em eucariotos (leveduras a humanos) ▫ Remodelador global da cromatina → permite que regiões do DNA sejam mais acessíveis às proteínas da transcrição 12/11/2013 25 Remodelagem de Nucleossomos • 3 mecanismos possíveis para recrutamento do complexo SWI/SNF ▫ Fatores de transcrição ▫ Histonas modificadas (acetiladas) ▫ DNA modificado (metilado nas citosinas) Modificação de Histonas • Histona acetiltransferases (HAT) Direcionada a genes específicos por fatores de transcrição • Histona deacetilases (HDAC) 12/11/2013 26 Metilação do DNA • 5-metil citosina • Associada com inativação gênica ▫ Grau de metilação inversamente relacionado com grau de atividade ▫ Padrões de metilação são tecido-específicos • Alvos da metilação: “ilhas de CpG” Silenciamento de genes de mamíferos por metilação Alguns genes são mantidos silenciados por metilação de regiões adjacentes Metilação do DNA pode marcar onde a heterocromatina irá se formar Metilação do DNA explica o fenômeno de imprinting 12/11/2013 27 Como atua a metilação do DNA na repressão gênica ? • Modelo ▫ Algumas proteínas preferencialmente se ligam a DNA metilado ▫ Poderiam recrutar repressores ou HDAC e induzir a remodelagem da cromatina a um estado mais condensado • Não é um mecanismo universal pois Drosophila não metila o seu DNA Epigenética “Estudo de mudanças na expressão gênica causadas por mecanismos que não envolvem a alterações na sequência do DNA” (hereditário) 12/11/2013 28 Iniciação da Transcrição Iniciação da Transcrição • Um dos mais comuns mecanismos de regulação • Iniciação pode envolver a ação de mais de 100 proteínas diferentes • A maioria dos fatores atuam para ativar a expressão • São poucos os repressores da iniciação da transcrição 12/11/2013 29 Elementos regulatórios cis 1) Promotor (core): TATA 2) “Promoter-Proximal Elements” ou “Upstream Promoter Elements (UPE): - CAAT ou CCAAT box - GC box (consenso GGGCGG) 3) Enhancers 12/11/2013 30 Formação do complexo basal de iniciação no promotores eucarióticos Enhancers • Sequência de DNA (elementos cis) onde se ligam vários fatores de transcrição para aumentar a taxa de iniciação da transcrição ▫ Podem ter sítios para fatores inibitórios também ▫ Funcionam nas duas orientações ▫ Não são específicos para um dado gene, podem atuar em qualquer um que esteja próximo • Podem ser localizados upstream ou downstream do promotor e atuam a grandes distâncias • Em leveduras são chamados de UAS (upstream activating sequences) 12/11/2013 31 Enhancers Posição de alguns enhancers ▫ Cadeia pesada da imunoglobulina dentro do gene ▫ gene da β-globina downstream ▫ SV40 upstream e perto do promotor • “Silenciadores” (Silencers) bloqueiam a “passagem” do efeito ativador dos enhancers sobre o complexo basal de transcrição Iniciação da Transcrição 12/11/2013 32 “Enhanceosome” Fatores de Transcrição • Fatores de Transcrição (FT) se ligam a enhancers e UPE’s e interagem com o complexo basal • FT têm 2 domínios (estrutura modular) “DNA binding domain”- para interação com o elemento cis “Protein binding domain” - para interagir com outro FT, com um mediador (coativador) ou com a RNA Polimerase 12/11/2013 33 Motivo “Helix-Turn-Helix” Motivo “Zinc Finger” 12/11/2013 34 Motivo “Leucine Zipper” Interações cooperativas dos FT levam a padrões diferenciais de expressão 12/11/2013 35 Regulação Pós-Transcricional Splicing Alternativo do mRNA • Geração de mais de uma variante de mRNA a partir do mesmo transcrito primário • O que é íntron pode ser éxon, e vice-versa • Número de proteínas de um proteoma não precisa estar limitado ao número de genes do seu genoma • Humanos podem fazer milhares de diferente proteínas a partir de 30.000 genes 30-60% podem sofrer eventos de splicing alternativo 12/11/2013 36 Determinação de Sexo em Drosophila Estabilidade de mRNA Encurtamento da cauda poli A e remoção do CAP 12/11/2013 37 Silenciamento por RNA (RNA Silencing) • Mecanismo de regulação de expressão de genes por moléculas de RNA antisense • Originalmente verificado no citoplasma • Hoje também são encontrados exemplos no núcleo onde a estrutura da cromatina é afetada (silenciamento gênico - “gene silencing”) “RNA Interference” • “RNA interference” (RNAi) é o mais conhecido mecanismo de silenciamento por RNA e envolve pequenas moléculas de RNA Efeitos: inibição da tradução de mRNA específicos, degradação de mRNA, afeta a transcrição de genes específicos. • Alvos do RNAi incluem RNA de vírus, transposons e genes do desenvolvimento e de manutenção do genoma. 12/11/2013 38 “RNA Interference” • Dois tipos: siRNA e miRNA • siRNA: “pequenos RNAs interferentes” são gerados a partir de dsRNA exógenos e complementares ao RNA alvo • miRNA: “micro RNAs” são pequenos dsRNA (19-24 nt) transcritos pelo genoma (endógenos) e atuando de forma semelhante aos siRNA. • Embora transcritos, não são traduzidos. 12/11/2013 39 siRNA •Mecanismo dsRNA de 70 nt é processado pela RNase DICER (ds-specific) ssRNA de 21 nt são gerados (siRNA) Complexo RISC se liga a uma das fitas de RNA e a pareia com mRNA complementar mRNA é degradado pela RISC miRNAs • RNA de 19-24 nt derivados de um precursor (pri-miRNA) de 70- 130 nt pela ação da Drosha • 0.2 a 0.5% do genoma do nematódeo C. elegans é formado por estes precursores • Afeta a tradução do mRNA ligando-se à 3’-UTR via RISC 12/11/2013 40 miRNA Resumo: “RNA Interference” 12/11/2013 41 Regulação Traducional Regulação Traducional • Iniciação da tradução pode ser bloqueada por proteínas regulatórias que se ligam à UTR e bloqueiam a ligação dos ribossomos ao mRNA 12/11/2013 42 Regulação da transferrina e ferritina: metabolismo do ferro Regulação Pós-Traducional 12/11/2013 43 Regulação Pós-Traducional • Existem diversas maneiras de regular a atividade de uma proteína • Modificações das cadeias laterais • Interação com ligante ou cofactor • Interação com outras proteínas • Direcionamento de proteínas ▫ NLS (“nuclear localization signal”) ▫ NES (“nuclear export signal”) • Estabilidade proteica e degradação Regulação Pós-Traducional • Modificações das cadeias laterais de aminoácidos • Fosforilação ▫quinases ▫ fosfatases 12/11/2013 44 Reciclagem de eIF-2 Estabilidade de Proteínas
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