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Fisiologia Renal - P1 Fisio II

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INTRODUÇÃO A FISIOLOGIA RENAL 
 
O rim exerce o processo de filtração e excreção (urina). O plasma que é inicialmente filtrado perde substâncias 
importantes pro organismo e a medida que passa pelo néfron este absorve parte das substâncias que inicialmente 
foram perdidas na filtração, chamado ​processo de reabsorção​. Faz também o equilíbrio químico e eletrolítico. 
Os rins recebem cerca de 25% do débito cardíaco - quantidade de sangue bombeada pelo ventrículo esquerdo 
durante o período de 1 minuto. Ou seja, ¼ do sangue que circula no nosso organismo, por minuto, passa pelo rim. 
 
FUNÇÕES: regulação de fluidos corporais e função endócrina através da produção de eritropoietina e renina. A 
eritropoietina estimula a produção de glóbulos vermelhos, portanto, a medida que entra sangue pouco oxigenado no 
rim, há liberação de eritropoietina, que forma precursores dos glóbulos vermelhos. Faz também excreção de 
compostos residuais. 
 
ANATOMIA: um par de rins e ureteres que se ligam a bexiga e uretra, que leva a urina para o meio externo. 
Possui 2 regiões, sendo o córtex, mais superficial, fica logo abaixo da cápsula renal, e a medula, região central. Há 
também uma unidade funcional, o ​néfron​, que é um sistema tubular que possui uma rede de capilares, envolvidos 
pela cápsula de Bowman, que levam sangue para iniciar a filtração. Arteríolas aferentes chegam no néfron, onde 
ficam todas emaranhadas formando um tufo de capilares, o glomérulo. O sangue então sai do glomérulo através das 
arteríolas eferentes. 
➢ Néfron é composto de glomérulo, cápsula de Bowman, TCP, alça de Henle, TCD e ducto coletor 
 
Cada parte do néfron possui uma celularidade diferente, o que altera a função de cada um dos segmentos à medida 
que o fluido passa por eles. 
- Tubulo Contorcido Proximal (TCP): abundância de mitocôndrias e vilosidades, ou seja, ocorre a maior 
parte da absorção, é um segmento bem ativo. Há absorção tanto de solutos quanto de água 
- Alça de Henle: as células são pequenas, com poucas vilosidades e mitocôndrias, tendo atividade menor. 
Além disso, muda a permeabilidade ao longo dos segmentos. 
- Alça de Henle descendente (AHD), por possuir um epitélio mais baixo e menos ativo, há absorção 
de água apenas, enquanto a alça ascendente (AHA), é permeável somente a solutos. 
- Ducto coletor (DC): sua porção finalé determinante para a formação de urina diluída ou concentrada, pois 
nele ocorre reabsorção de solutos e de água. 
 
O néfron localiza-se tanto no córtex quanto na medula, sendo que na medula são apenas as porções descendentes e 
ascendentes das alças de Henle e ducto coletor, e o restante (glomérulos, TCP e TCD…) está no córtex. 
Existem 2 tipos de néfrons: os ​corticais​ (superficiais) e os ​justaglomerulares​, que possuem alças de henle muito 
maiores e se alongam adentrando na medula. Na alça de Henle ocorre grande troca de água e solutos, os néfrons 
justamedulares, por estarem mais inseridos na medula são os que mais contribuem com a concentração da urina. 
 
CIRCULAÇÃO RENAL: O sangue entra no néfron através da AA, os capilares glomerulares se enovelam 
formando o glomérulo. O sangue então é escoado do glomérulo pela AE e há capilares peritubulares que envolvem 
o néfron, acompanhando o mesmo para que ocorram as trocas. Dessa forma, parte do líquido é absorvido e há 
também eliminação de substâncias. Conforme esses capilares ficam paralelos a alça de Henle são chamados de 
Vasa recta. 
● Processos envolvidos na formação de urina: filtração glomerular, reabsorção e secreção tubular. 
 
GLOMÉRULO: é formado por uma rede de capilares e forma o filtrado glomerular, que ainda não é a urina 
(constituição semelhante ao plasma sg, mas não tem proteínas). 
Capilares glomerulares: ​possuem 3 camadas. ​Endotélio capilar​ é a porção mais interna, possui perfurações 
(fenestras) que têm como objetivo passagem de água e solutos. A camada intermediária é a ​membrana basal​, uma 
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camada acelular formada de diversas proteínas, é a única camada contínua. A camada mais externa é o ​epitélio 
visceral​, formado por podócitos (células com prolongamentos chamados pedicelos), também fenestrados. 
 
De maneira geral, água e solutos passam facilmente pelos capilares. Células e proteínas possuem uma maior 
dificuldade devido ao tamanho. Requisitos para passar pelos capilares: peso molecular, raio da molécula, cargas 
(moléculas de cargas positivas têm mais facilidade de passar pelo capilar, pois suas fenestras são negativas). 
 
APARELHO JUSTAGLOMERULAR: acoplado ao glomérulo, regula a filtração glomerular. No início do TCD há 
células mais densas, sendo portanto essa porção inicial chamada de​ mácula densa​. Essas células são capazes de 
reconhecer excesso de perda de sais. 
Na arteríola aferente há células de músculo liso que envolvem a AE, as ​células justaglomerulares​, células de 
m.liso que têm a função de ajustar o glomérulo. Por exemplo, ao se contrair, as células justaglomerulares contraem 
também o glomérulo, diminuindo a filtração glomerular. 
 
Existem substâncias que indicam funcionamento glomerular e podem ser medidas no sangue ou na urina. Essa 
função glomerular pode ser acessada por avaliar o processo de passagem de subst dos capilares pelos néfrons. A 
FG é um indicativo de massa renal funcional (se o rim tá funcionando direito ou não) e há dois parâmetros 
importantes: ​níveis de uréia e creatinina​ no sangue. 
 
A ​creatinina​ é formada a partir da degradação da creatina, que vem da degradação de fosfocreatina do m. 
esquelético. É formada de forma constante diariamente e seus níveis dependem da massa muscular (um animal 
caquético vai ter níveis baixos). A partir do momento que é formada não tem mais função e deve ser eliminada pela 
urina. Portanto, se o nível de creatinina está alto, quer dizer que não está sendo eliminada e pode haver um 
problema na filtração glomerular. Obs: pode haver falso aumento de creatinina, por exemplo, pelo uso de alguns 
fármacos, porém não sofre interferência do tipo de dieta. 
 
A ​uréia​ é sintetizada no fígado a partir da formação de amônia (ciclo da ornitina), parte da uréia é reabsorvida, 
porém sua maior parte é eliminada pela urina. No sg, a concentração é inversamente proporcional a filtração 
glomerular (= creatinina). Não há produção constante ao longo do dia e sofre grande influência da dieta. 
 
FORMAÇÃO DA URINA: dá-se pela soma de 3 processos renais: filtração glomerular, reabsorção de subst. dos 
túbulos pro sangue e secreção de subst. do sangue para os túbulos. Há filtração seletiva do sangue, o tamanho das 
moléculas importam, assim como sua carga. 
 
Há como calcular a filtração glomerular através de forças: 
● Forças que favorecem: pressão hidrostática capilar glomerular e pressão oncótica do filtrado glomerular; 
● Forças contrárias: pressão oncótica do plasma (μp) e pressão hidrostática do filtrado glomerular (Pfg) 
PEF = Pcg – (μp + Pfg) 
A pressão hidrostática favorece a saída de líquido dos vasos, já a oncótica garante que os líquidos permaneçam 
dentro dos vasos​. Portanto, geralmente num indivíduo saudável, essas forças estão em equilíbrio para que o sg 
fique dentro dos vasos. Sempre que a pressão hidrostática é maior que a oncótica há extravasamento de líquido. 
● A pressão hidrostática se sobrepõe a pressão oncótica do vaso e a pressão dentro da cápsula glomerular, 
dessa maneira, favorece a saída do líquido do capilar para ser filtrado. 
 
A TFG se mantém normal, mas pode variar ao longo dia dia devido à pressão arterial. Se esta aumenta muito, 
aumenta a TFG, se diminuir, diminui. Os rins de maneira geral são muito sensíveis aos extremos: uma pressão 
muito elevada pode levar à lesão de néfrons devido à alta pressão que chega nos néfrons, já uma pressão muito 
baixa pode lesionar também os néfrons, pois chega pouco sangue para oxigená-los de forma adequada.Portanto, a 
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TFG é mantida pela PA estável, quantidade de líquido que temos no organismo (se estamos bem hidratados), 
pressão de perfusão e controle do próprio rim. 
 
O rim é importante na regulação da pressão arterial com um fator hormonal: o sistema 
renina-angiotensina-aldosterona. Há também dois mecanismos de controle intrínseco: o feedback tubuloglomerular 
e o reflexo miogênico, que são atividades reflexas onde o rim consegue alterar o calibre da arteríola aferente por si 
só. Caso chegue muito sangue, essa arteríola é distendida, e quando o m. liso é distendido ele pode se contrair, 
regulando o fluxo sanguíneo. 
 
SISTEMA R-A-A: é um sistema humoral necessário para manutenção da PA e da TFG. As ​células 
justaglomerulares ​especializadas reconhecem a chegada de pouco sangue nos rins pela AA e são estimuladas a 
produzir​ renina​. Então, vai converter o angiotensinogênio do fígado em angiotensina I ​→ ​ECA ​→​ ​angiotensina 
II​. Esse último é um vasoconstritor, o que aumenta a PA, desviando sangue e consertando sua falta no rim. A 
angiontensina II estimula a liberação de ​aldosterona​ (do córtex da adrenal). Esta retém água e sódio, ativando 
então a captação de Na+ nos túbulos renais, que aumenta a água nos vasos, aumentando a PA. Estimula também a 
liberação de ​vasopressina​ (formada na neurohipófise), que também é importante na regulação da PA. A medida 
que se restabelece a perfusão do rim, há feedback negativo e cessa esse sistema. 
 
CONTROLE INTRÍNSECO DO RIM: ​reflexo miogênico​ (capacidade do rim de contrair ou dilatar arteríolas, 
ocorre independente da hidratação do animal, pois auxilia na formação do IMH e pode sofrer ação do SNS) e 
feedback tubuloglomerular​. Esses controles ocorrem para evitar perda de água e sódio. 
 
Feedback tubuloglomerular:​ evitar perda de sais através da urina. Na mácula densa (início do TCD) há cels mais 
densas que são sensíveis a grande quantidade de NaCl que passam na região. Desta forma, elas reconhecem perda 
exagerada de sal. O NaCl começa a ser reabsorvido num cotransporte (Na, Cl e K), a medida que é reabsorvido, 
estimula as cels da mácula densa a liberar mediadores​, sendo um destes o ATP, que é liberado para o interstício. A 
adenosina do ATP age no receptor da célula justaglomerular (na AE), que permite então a entrada de Ca na célula, 
contraíndo as células justaglomerulares, o que contraí também a arteríola. Isso reduz a quantidade de sangue que 
chega ao glomérulo e reduz TFG, inibindo a liberação de renina. 
 
Os vasos também sofrem influência de outros hormônios ou mediadores, como óxido nítrico e prostaglandina, 
substâncias vasodilatadoras. Sofrem também ação de fatores locais do endotélio, que podem levar à vasoconstrição 
e fatores sistêmicos (S-R-A-A). 
 
Taxa de depuração plasmática de uma substância: depuração é em quanto tempo o sangue consegue eliminar uma 
subst do plasma. Em fármacos, isso pode ser usado para ver o quanto foi liberado na urina e quanto ainda resta no 
sangue. Se deseja-se saber apenas o processo de filtração, precisa ser usada uma subst que sofre apenas filtração e 
não é reabsorvida nem secretada. Usa-se, por exemplo, a ​inulina​, que a partir do momento que entra na cápsula de 
bowman, não é reabsorvida, apenas eliminada. Se um tempo depois ainda haver inulina no sg, há problema n a 
filtração glomerular (inversamente proporcional). 
 
A creatinina sofre ação renal semelhante a inulina, pois uma vez no néfron é muito pouco reabsorvida ou secretada, 
sendo um ótimo indicador de filtração. Um animal com níveis altos de creatinina indica que há problema na 
filtração glomerular. Caso haja problema nos rins, a hemodiálise é uma alternativa para limpar o plasma, porém 
não feito muito na veterinária devido a custos. 
 
REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR 
Reabsorção:​ quando uma substância que está no interior do tubo passa para um capilar, originário da arteríola 
eferente, que acompanha esse néfron. 
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Secreção:​ alguma substância que deveria ter sido filtrada e não foi ganha uma segunda chance de ser eliminada vai 
ser secretada pelo capilar que acompanha para dentro do tubo e ser eliminada através da urina. 
 
Um animal “modelo” tem uma formação de filtrado glomerular de 53L aproximadamente (não é urina, esta seria 
1-2% do total). Se não houvesse reabsorção tubular o cão precisaria ingerir em torno de 500g de sair e 50L de água 
para manter a osmolaridade do plasma. 
 
Dependendo da substância, ela tem uma grande quantidade ou altera de acordo com o segmento. Por exemplo, 
inicialmente tem-se uma grande quantidade de glicose no TCP, mas vai ser encontrada pouca quantidade dela nos 
outros segmentos, pois ela será praticamente toda absorvida no TCP. No caso da água ou do sódio ela vai 
reabsorvida ao longo de todos os segmentos, exceto por uma parte da alça de Henle que não é permeável à água, e 
vai reduzindo sua concentração a medida que passa pelos diferentes segmentos. Já a creatinina e a inulina são 
presentes em grande quantidade em todos os segmentos, pois elas são muito pouco reabsorvidas. 
 
TCP: primeiro segmento depois do glomérulo, é o mais ativo dos segmentos devido ao seu epitélio, pois possui 
muitas vilosidades e várias mitocôndrias. Cerca de 60% das substâncias filtradas são reabsorvidas nele. Tem 
permeabilidade a líquidos e a solutos. Um dos motivos para que ele seja tão ativo é a proximidade do TCP com os 
capilares peritubulares da região. O processo de reabsorção pode ocorrer de forma transcelular ou paracelular. 
 
Via transcelular​: algumas substâncias são absorvidas por essa via, onde precisam atravessar duas membranas da 
célula, a ​apical e basolateral​, pra ser reabsorvida, ou seja, precisa de 2 transportes para passar essas membranas. 
Uma vez que ela entrou na célula e depois saiu, a substância atinge o espaço intersticial e será reabsorvida pelo 
capilar para atingir a corrente sanguínea. Devido às vilosidades, as células do TCP são chamadas de borda em 
escova. Na membrana basolateral, as células também possuem algumas vilosidades com o objetivo de aumentar o 
número de superfície e, com isso, transportadores para facilitar a absorção. 
Via paracelular​: entre as membranas há um espaço estreito chamado ​junções oclusivas​. Algumas substâncias 
conseguem atravessar esses espaços e o transporte ocorre de maneira mais fácil, atingindo o interstício e chegando 
nos vasos. Ocorre de forma mais rápida e facilitada, porém não é toda substãncia que consegue. 
➢ Trajeto do soluto: zônula de oclusão → espaço intercelular lateral → fluido intersticial → reabsorção pelo 
capilar peritubular. 
 
REABSORÇÃO DE SOLUTOS: há uma infinidade de transportes transmembrana, transporte passivo, ativo 
primário e secundário… A maior parte de transportes ocorre por transporte ativo primário. 
 
HCO​3​:​ ele não é reabsorvido inicialmente sobre a forma de bicarbonato. Precisa de um contratransporte (bomba de 
Na​+​/H​+​). O H​+​ jogado na luz do túbulo se combina com o bicarbonato que foi filtrado e chegou a luz do tubo. Uma 
vez combinado, é formada uma ligação instável: H​+​ + HCO​3​ forma ​ácido carbônico​, um ácido instável que se 
quebra facilmente devido a ação da anidrase carbônica. Essa enzima é presente em grande quantidade nas células 
do TCP. Forma-se então H​2​O + CO​2​. O CO​2​ tem alta solubilidade através das membranas e uma vez que entrou na 
célula, entra em contato com a água e faz a reação contrária, formando ácido carbônico e quebrando-se em H​+​ e 
HCO​3, ​ Uma vez o bicarbonato sido formado dentro da célula, pode sofrer um ​cotransporte com o Na​ ou um 
contratransporte com o Cl​ na membrana basolateral e chegar no espaço intersticial e aos vasos sanguíneos. 
● No fim de tudo isso, cerca de até 85% do HCO​3, ​que chegou até essa região é reabsorvida já no TCP.Cloreto:​ no TCP ele é reabsorvido de 2 maneiras, pela via trans ou paracelular, é bem permeável à zona de 
oclusão. Sempre que é reabsorvido pela via paracelular funciona como um processo de difusão (meio mais pro 
menos concentrado) e ocorre quando há uma grande quantidade dessa substância dentro do lúmen, tendo um 
gradiente que favorece a passagem pela zona de oclusão. 
 
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Há outras substâncias reabsorvidas no TCP, sendo uma delas o ​Cálcio​ (65%) e o ​Potássio​, reabsorvidos de forma 
passiva pela via paracelular. E ​peptídeos​, reabsorvidos de forma intacta ou sofrem ação de peptidases, são 
quebrados em aminoácidos para que estes possam ser aproveitados. 
 
Na filtração glomerular geralmente as proteínas não devem ser filtradas (muito grandes e negativas), porém 
algumas de baixo peso molecular sofrem pequena filtração e, uma vez que atingem o filtrado glomerular, podem 
ser reabsorvidas por endocitose mediada por receptores. Um dos indicativos de lesão glomerular é avaliar os 
lisossomos da célula, pois as proteínas são reabsorvidas (sofrem ação lisossomal - enzimas) e são quebradas em 
aminoácidos (= as peptidases). Em cortes histológicos, um possível indicador de lesão glomerular é a expansão do 
compartimento do lisossomo. 
 
Nessa região são secretados vários íons, resíduos de metabolismos, toxinas, resíduos de medicamentos… 
Geralmente resíduos ou medicamentos que são ligados a proteínas plasmáticas vão ter maior dificuldade de 
secreção, pois terão maior dificuldade de atravessar as membranas celulares. 
Para que alguns medicamentos terminem sua atividade, precisam ser secretados através dos rins, por isso pode ser 
manipulada a secreção com o objetivo de eliminar mais rápido, ou atrasar a eliminação (fazendo ele atuar por mais 
tempo) através de inibidores de secreção. Ex: probenecida dificulta eliminação da penicilina. 
Em aves a secreção tubular é importante, pois é a partir dela que será eliminado o ácido úrico. Ele é eliminado 
através dos rins e chega à cloaca. 
 
ALÇA DE HENLE: a porção descendente da alça de Henle é achatada, com poucas mitocôndrias e poucas 
invaginações, ou seja, a reabsorção diminui muito. Além disso, esse segmento específico ​não é permeável à 
solutos​, somente à água. Desta forma o fluido celular fica mais concentrado. 
Na porção ascendente há grande quantidade de mitocôndrias e aumenta o número de vilosidades. É um segmento 
permeável a solutos, mas impermeável à água. Agora a composição do fluido tubular muda novamente, passa de 
concentrado para mais equilibrado. 
 
TCD: Epitélio alto com muitas mitocôndrias. Região permeável somente a solutos, não reabsorve água, à medida 
que o fluido passa pelo TCD, cerca de 90% dos sais já foram reabsorvidos. Estes dois segmentos (AHA e TCD) 
recebem o nome de ​segmentos diluidores​, pois retiram o sal, deixando hipotônico. A diluição ocorre independente 
do estado de hidratação do paciente. Nessa região há também um favorecimento para a absorção de cátions. 
 
Nos segmentos diluidores há um cotransporte importante, a reabsorção de Na+, K+ e 2Cl- ao mesmo tempo. É um 
tipo de bomba que só ocorre nessa região. A medida que o cálcio é reabsorvido em grande quantidade, o cálcio e o 
magnésio acabam sendo favorecidos gerando um gradiente de concentração e favorecendo absorção pela via 
paracelular. 
 
A grande absorção de solutos é importante para gerar o interstício de medula hipertônico​, ou seja um interstício 
“pesado”, que é importante para a concentração urinária. 
 
DUCTO COLETOR: primeiro há pequenos túbulos coletores que se unem convergindo em ducto coletor. Este 
atravessa tanto o córtex quanto a medula e chega até a pelve renal, onde desemboca a urina formada. No ducto 
coletor há células intercalares (bomba Cl-, HCO3) e células principais (bomba Na+, K+ -ATPase), sendo estas 
últimas mais abundantes no local (⅔), sendo que ambas possuem bastante mitocôndrias e vilosidades. 
Nas células do ducto coletor há absorção de solutos e de água mediante ação do ADH, que torna as células 
principais permeáveis a água, fazendo com que haja uma absorção final de água, concentrando a urina. A porção 
final também é importante para a formação de urina ácida ou básica (eliminação de H e HCO3). 
 
Fisiologia Renal - Fisiologia II - Blenda Fernandes 
O ducto coletor é um segmento importante na absorção e excreção do potássio. O K pode ser reabsorvido em 
contratransporte com íons H ou pode ser secretado se tiver em grande quantidade na corrente sanguínea. Uma das 
facilidades de eliminar potássio é por eles serem mais permeáveis nessa região favorecendo a relação com o ducto 
coletor. Caso necessário, uma maior reabsorção de potássio precisar acontecer, há o contratransporte com o H. Em 
algumas situações clínicas os níveis de K estão baixos e o organismo faz de tudo para reter e mantê-lo na corrente 
sg. Nessas situações a bomba é mais ativa para absorver mais potássio, enquanto os canais apicais vão ser inibidos 
(pois eles secretariam o K pro lúmen). Isso tudo preserva ao máximo a quantidade de K do indivíduo. 
 
REGULAÇÃO DE RESPOSTAS HOMEOSTÁTICAS NO NÉFRON 
A absorção e secreção sofre grande influência de hormônios, sendo que alguns são específicos para a regulação de 
alguns eletrólitos. Alguns desses hormônios podem ser ativados ou produzidos pelo rim (AGII e endotelina-1). 
● Para o equilíbrio de eletrólitos nas aves marinhas há uma glândula no nariz que regula a quantidade de 
sódio, sendo talvez mais importante que os próprios túbulos. 
 
Angiotensina II:​ ​favorece a reabsorção do sódio​ em diferentes segmentos do néfron, e com isso aumenta o volume 
de água (e a pressão) dentro dos vasos, isso ocorre quando a AG2 age em receptores específicos chamados AT1. 
TCP: favorece a expressão das bombas Na+, H+ ATPase e Na+, K+ ATPase e do cotransporte Na+ e HCO3-. 
AHA: aumenta a expressão das bombas Na+, H+ATPase e Na+, K+, 2Cl. 
TCD: aumenta a expressão apical de cotransporte de Na+ e Cl-. 
DC: melhora o transporte de Na+ por canais do epitélio apical nas células principais e estimula a troca Cl-/HCO3- 
pela ação da pendrina nas céls intercalares. 
● Há receptores AT2 que aumentam a excreção de Na, mas não ocorrem muito. 
 
Aldosterona:​ liberada da zona glomerulosa do córtex da adrenal, também tem objetivo de reabsorver sódio. Seus 
receptores estão nas células principais do ducto coletor e no TCD, que é onde ela atua favorecendo a reabsorção de 
sódio, aumentando o volume de água e a pressão. Estimula a atividade da bomba Na+, K+ - ATPase. A liberação 
do SRAA, além da baixa pressão arterial, pode ser estimulada pela ​hipercalemia​ (níveis elevados de potássio na 
corrente sanguínea), pois além de reabsorver Na estimula a eliminação de K, aumentando os canais apicais dessa 
molécula, com o objetivo de normalizar os níveis de K+. 
 
ADH:​ é produzido na neurohipófise. Importante para formar urina concentrada ou diluída, é liberado quando o 
sangue está com grande quantidade de sólidos comparado com a quantidade de líquidos (osmolaridade maior). 
Situações de perda de volume, desidratação e hipotensão liberam o ADH. Ele favorece a reabsorção de sais no 
ramo descendente da AH e no DC, o aumento do cotransporte apical de Na+, K+ e 2Cl- na AHD e aumento da 
atividade dos canais do epitélio apical de Na+ no DC. 
Sem a presença do ADH o ducto coletor é impermeável a água, não sendo possível a reabsorção final de água. 
 
Óxido nítrico:​ inibe mecanismos de reabsorção de sódio. É o gás resultante do metabolismo de um aminoácido 
(L-arginina), é produzido por células do epitélio renal e endotélio de alguns vasos. Eliminando mais sódio, elimina 
mais água. Na AHA inibe a absorção apical de sódio e no DC nibe o canal epitelial apical de Na. 
 
Endotelina:​ pode ser produzida pelo próprio rim, por células endoteliais. Também inibe os vários mecanismosem 
diversos segmentos, incluindo o sódio, aumentando a excreção dele e, juntamente, de água: 
- TCP: bomba Na+, K+ -ATPase, bomba Na+, H+ apical 
- AH: cotransporte Na+, K+ e 2 Cl- 
- Ducto coletor: canal de Na+ epitelial, bomba Na+, K+ -ATPase 
 
Peptídeo Natriurético Atrial (ANP):​ produzido nos átrios cardíacos, é um hormônio peptídico antagônico à ação 
da aldosterona: estimula a eliminação de sódio pela urina. Sua liberação é estimulada pela distensão das células 
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atriais (a medida que o sangue chega no ​♥​, as células mecanorreceptoras sentem a distensão do átrio direito, 
quando a pressão está elevada e chega sangue com uma grande força há estímulo para liberar o ANP). O ANP 
libera elimina então mais sódio e água pela urina, baixando a pressão do sangue (inibe também o SRAA - para que 
não possa reabsorver). 
 
Paratormônio (PTH)​: produzido na paratireoide, é importante para manter os níveis de Cálcio e fosfato, mineirais 
antagônicos (quando um tá aumentado o outro tá reduzido). O fosfato é reabsorvido principalmente no TCP junto 
com o sódio, na forma de Fosfato de Sódio ou por transportadores na membrana apical. 
O PTH vai diminuir a absorção de fosfato e aumentar a eliminação do mesmo, porém quando faz isso, estimula a 
absorção de cálcio. Cerca de 65% do Ca é reabsorvido no TCP, 20% na AH (com o Ca outros cátions podem ser 
reabsorvidos juntos, como o Mg), 10% reabsorvido no TCD (com bombas específicas, como a Ca ATPase) e uma 
pequena porção é reabsorvida nos ductos coletores. Níveis baixos de Cálcio estimulam liberação do PTH. 
O PTH aumenta a reabsorção de Ca pelos intestinos e estimula os osteoclastos (corroem os ossos). Além disso, 
também estimula a ativação da vit D no TCD, sendo que esta estimula a reabsorção de cálcio no intestino. 
 
Calcitonina:​ reduz os níveis de Ca, favorece eliminação. É liberada em situações de hipercalcemia e faz o 
contrário do PTH: faz com que o Ca seja depositado nos ossos e rins e aumenta a eliminação pela urina. 
 
EQUILÍBRIO HÍDRICO 
Regular e manter a quantidade de água no organismo é muito importante. Esse um dos principais objetivos do 
sistema renal, além de regular os níveis de solutos e o tônus do plasma (a quantidade de sólidos que chegarão ao 
sangue), através dos processos de reabsorção e secreção. Os rins são preparados para fazer esta reabsorção grande 
de água, sendo a maior parte no TCP. O objetivo é gerar uma urina de 7 a 8 vezes mais concentrada que a 
osmolaridade do plasma, em torno de, 1200 e 2000 mOsm/kg de H​2​O (a do plasma é de 300). 
 
Essa regulação é importante, pois ao longo do dia há perda de água não controladas pelas secreções, excreções e 
até mesmo sistema respiratório (à medida que se respira ar aquecido e umidificado). Já a perda de água através dos 
rins é controlada pela ação de alguns hormônios que são liberados em situações específicas. A via renal é por onde 
mais eliminamos e preservamos água. 
 
Com relação aos solutos, existem reabsorção na forma passiva, ativa e outros transportes através da membrana 
localizados na região dos néfrons realizando absorção. A medida que alguns solutos são reabsorvidos gera um 
gradiente de concentração, e alguns solutos, como o sódio, podem atrair grandes quantidades de água. 
 
As células do TCP, com borda em escova (várias microvilosidades), reabsorvem cerca de 66% da água do filtrado 
glomerular. Essas células também possuem bombas de transportadores de solutos e muitos canais de água 
(​aquaporinas​) tanto na membrana apical como na basolateral. A medida que a água é reabsorvida ela altera a 
osmolaridade do fluido tubular, fazendo com que o fluido que entra mantenha uma osmolaridade semelhante ao do 
plasma sangue. Depois disso, a medida que esse filtrado passa pelo TCP, AH etc, vai alterando sua osmolaridade 
ao longo do tubo até formar a urina. 
 
Conforme sua necessidade, o organismo reconhece se o indivíduo está bem hidratado ou não e forma uma urina 
diluída ou concentrada. Para isso 3 componentes são pré-requisitos para que possa ser diluído ou concentrado: 
● Geração de interstício medular hipertônico: mais pesado em relação ao plasma sanguíneo; 
● Diluição do filtrado glomerular nos segmentos diluidores (AHA e TDC); 
● Presença do ADH: sua ação ocorre no ducto coletor, causando (ou não) a absorção final de água. 
 
O objetivo da concentração urinária é formar um líquido com concentração urinária maior que o plasma, e para isso 
são úteis novamente o interstício medular hipertônico e a ação do ADH, devido a reabsorção de água. 
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Os néfrons podem ser classificados em seu tamanho: os ​Justamedulares​ possuem alça de Henle bem maior e se 
insere totalmente na medula. Quanto mais inserido nesta mais essa alça está em um ambiente hipertônico, um dos 
fatores importantes pra concentrar urina. Já a alça ​Superficial ou Cortical​ só uma pequena parte está na medula. 
 
Os 2 principais tipos de solutos que vão contribuir para a formação do interstício medular hipertônico (IMH) são o 
NaCl ​e a ​Ureia​. Esta última é um resíduo do metabolismo, onde parte dela será excretada na urina parte é 
reabsorvida para o interstício medular, contribuindo para a formação deste ambiente hipertônico. As regiões dos 
néfrons localizadas no córtex são menos permeáveis a ureia, já na medula as regiões são mais permeáveis e acaba, 
sendo responsáveis pela reabsorção de ureia para o interstício medular e pelo ambiente hipertônico. ​Nas aves não 
terá a formação de ureia, então esse ambiente hipertônico depende somente de NaCl​. 
 
O NaCl é reabsorvido em todos os locais dos néfrons que reabsorvem solutos. Para a concentração de urina ele é 
importante no AHA e no TCD, os segmentos diluidores e impermeáveis a água, e fazem grande reabsorção de 
NaCl. ​Quanto mais se reabsorve esse soluto, maior fica a concentração do fluído intersticial formando o IMH​, 
atraindo mais água do néfron para região intersticial, pela diferença nos gradientes de concentração. 
 
Mecanismo Contracorrente:​ tem como objetivo amplificar a hipertonicidade medular. Esse mecanismo existe 
devido a anatomia da região e diferenças de permeabilidade à água e solutos nos segmentos da região. 
A partir da arteríola eferente há a ramificação de vasos que irão acompanhar este néfron, e há vários capilares e 
ramificações. A medida que os capilares chegam na AH ficam paralelos a esta, chamados de ​Vasos Retos​, 
acompanham a AH e depois seguem sentido para a veia Renal, onde escoam o sangue do néfron. No entanto, o 
sangue destes Vasos Retos, quando chegam na região onde ficam paralelos a AH vão em ​sentido contrário ao do 
fluido​, por isso contracorrente. O líquido no interior do túbulo e o sangue dos vasos vão em sentidos contrários. 
 
A medida que ele passa pela AHD, há somente absorção de água, o que aumenta a osmolaridade do sangue. 
Quanto mais profundo na medula, mais água perde (a troca de soluto e água na região que torna o ambiente mais 
hipertônico na medula). Na interseção de AHA e AHD é o pico da osmolaridade, tá mais concentrado do que em 
outras regiões. A medida que passa para o ramo ascendente, começa a absorver só solutos e o fluido vai ficando 
novamente mais diluído. No final do TCD, o fluido está hipotônico. A partir daí, se tiver ação do ADH (produzido 
na neurohipófise) há reabsorção final de água nessa região e o fluido é desidratado, formando uma urina 
concentrada. Se não tiver, a urina é liberada com a mesma osmolaridade que chegou no TCD, formando urina 
diluída. ​A permeabilidade final do túbulo coletor depende da presença - ou não - do ADH​. 
 
Vasos retos:​ capilares que acompanham a região. O objetivo dos vasos é, a medida que passam pelos segmentos, 
reabsorver soluto ou água. Sem eles, o rim ficaria inchado, acumularia água e solutos no interstício e levaria a umedema renal, porém os vasos escoam tanto os líquidos quanto os sólidos que chegam na região. Dentro dos vasos 
sanguíneos há proteínas plasmáticas que garantem pressão oncótica (faz com que os líquidos permaneçam dentro 
dos vasos), ou seja, uma vez que a água é atraída para dentro dos vasos não volta para o interstício. 
O sangue sai da AE, a medida que passa pela AHA vai ficando com osmolaridade maior (pois reabsorve os 
solutos). A medida que os vasos sobem pra região cortical, ficando paralelos à alça descendente, absorve mais água 
(a maior osmolaridade dentro dos vasos na AHD favorece a reabsorção de água no interstício) e fica diluído 
novamente, saindo com uma concentração semelhante à que entrou. 
➢ Primeiro ele fica bem concentrado na AHA para depois ser diluído pela água que é reabsorvida na AHD. 
 
O ADH, junto com a ação dos segmentos diluidores, torna o rim apto a formar urina concentrada, conforme a 
necessidade do indivíduo. A medida que toma-se mais líquido forma-se uma urina diluída, volumosa. Em uma 
situação de escassez de água forma-se uma urina bem concentrada, com pouco volume, retendo o máximo de água 
que pode, tendo uma coloração mais amarelada escura, intensa. A pressão arterial também irá influenciar na urina, 
pois altera a velocidade de filtração (maior a pressão maior a filtração). 
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O ADH dá permeabilidade a água no ducto coletor, fazendo a reabsorção final do solvente. Em uma situação de 
sobrecarga hídrica (indivíduo hiper hidratado), não há necessidade de liberar o ADH pela neuro hipófise. Desta 
forma, o DC não reabsorve água na porção final, permanecendo impermeável. O líquido passa na região sem sofrer 
alteração e fica numa osmolaridade baixa de 100 mOsm (normal 1200 a 2000 mOsm). 
Com ADH, a medida que o ducto coletor se aprofunda na medula irá perder água. A osmolaridade urinária é um 
reflexo do ambiente medular, se está formando uma urina concentrada significa que a medula é um ambiente 
pesado, pois sempre tenta equilibrar o ambiente. Com o ADH há então reabsorção, concentrando a urina. 
 
ADH é liberado em situações de perdas de volume, desidratação, hipotensão. Desencadeando um pequeno aumento 
de osmolaridade plasmática 3-5 mOsm/Kg de água, o corpo identifica a perda de água e leva o estímulo para a 
liberação do ADH, aumentando a quantidade de líquido, restaurando o volume sanguíneo. 
O ADH atua no ducto coletor, nas células principais onde há receptores metabotrópico, localizados na membrana 
basolateral. Uma vez agindo nos receptores favorece a reabsorção de água do túbulo para o espaço intersticial. 
 
Uma vez que chega através da corrente sanguínea, o ADH tem o seu ​receptor metabotrópico​ associado a uma 
proteína G​ e dependem de um segundo mensageiro. Na presença do ADH, a proteína G estimula uma enzima de 
membrana a distância, que converte ATP em ​AMPc​ (2ºMSG). O AMPc, quando em maior quantidade, ativa uma 
proteína quinase​ que adiciona fosfato nas ​vesículas​ dentro da célula que possuem canais de água. Ao serem 
fosforiladas as vesículas são quebradas e os ​canais de água inseridos na membrana apical​, tornando o ducto coletor 
permeável a água. 
➢ A água é reabsorvida pela via transcelular, apenas com a ação do ADH, pela membrana apical (do ducto 
para a célula). Para sair da célula e ir para o espaço intersticial utiliza canais de aquaporina-3. Estes estão 
sempre expressos na membrana basolateral das células principais do ducto coletor, independente da ação 
do ADH, porém, sem a abertura dos canais de aquaporina-2, a água não é reabsorvida. 
 
A neuro hipófise é considerada uma extensão do hipotálamo, local que tem osmorreceptores que detectam a 
osmolaridade. Quando aumentada estimula a secreção do ADH, liberado pela neuro hipófise. Ele chega nas células 
principais do rim, liga-se a seu receptor e expressa os canais de água na membrana apical do ducto coletor. Agora 
há reabsorção, conservando mais água corporal e a osmolaridade do sangue volta ao normal. Isto é um feedback 
negativo para a liberação de ADH, pois à medida que volta ao normal não precisa mais liberar. 
ADH também pode ser liberado à medida que perde sangue ou sede e insuficiência cardíaca. O centro da sede a 
nível neurológico é estimulado também pelo ADH fazendo com que o animal ingira mais água. 
➢ Aumenta osmolaridade, aumenta os níveis de ADH. 
 
Ausência de resposta Renal ao ADH:​ Associada à ausência de resposta renal temos a Diabetes insipidus. Os 
sinais muito semelhantes a mellitus, o indivíduo bebe muita água, faz muito xixi, pode apresentar uma desidratação 
intensa, porém, o problema não é com a insulina, e sim com a produção de ADH. Pode ser: 
- Central​: problema na neuro ou hipotálamo o indivíduo não produz ou produz pouco ADH 
- Nefrogênica​: produz ADH em quantidade normal, mas a célula principal não produz os canais de água para 
serem inseridos na membrana apical (ex: alteração genética) não expressando os canais de água. 
Em ambos os casos não há reabsorção de água e concentração de urina. Não se tem o mecanismo que elucide 
claramente o problema, podendo ser por anormalidades nas aquaporinas, deficiência ou diminuição na expressão. 
 
Nas aves a reabsorção de sais e água também ocorre no ducto coletor e depende de um hormônio, a ​Arginina 
vasocitocina​, que corresponde ao nosso ADH. As aves não possuem bexiga então assim que é produzida nos rins é 
eliminada pela cloaca, onde pode ocorrer a reabsorção final de solutos e água. A medida que chega na cloaca existe 
um movimento retrógrado da urina para dentro do trato digestivo, para que ele absorva mais sais e água antes de 
ocorrer a eliminação da mesma através das fezes. 
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Na região do ducto coletor há células que determinam o pH da urina, se será ácida ou básica. Essas células têm 
diferentes respostas a situações de acidose ou alcalose. As células intercalares também vão agir no pH final da 
urina, pois estas possuem maior quantidade de canais que eliminam hidrogênio e grande quantidade de Anidrase 
Carbônica que leva a formação de Bicarbonato. 
 
As​ hemáceas ​do rim não murcham mesmo estando expostas a um interstício hipertônico, pois elas se adaptam a 
esse ambiente. No interior dessas células elas reabsorvem substâncias que têm um peso osmótico ou uma 
osmolaridade maior, desta forma ​não ficam com uma osmolaridade tão diferente que o interstício​. Osmólitos como 
o Sorbitol, Aminoácidos e Betaína que equilibram a osmolaridade, fazendo com que não murchem. 
 
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO 
Mamíferos possuem metabolismo elevado, que leva o metabolismo celular formar subprodutos resultantes do 
metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas num maior ou menor grau na corrente sanguínea. Uma vez que 
tais produtos são produzidos acumulam na corrente sanguínea podemos ter desequilíbrios ácidos-básicos. 
 
O objetivo do organismo é manter o pH próximo do normal, o do sangue é em torno de 7.4. Este é o pH que 
conseguimos mensurar no meio extracelular (o intracelular seria mais ácido devido a quantidade de proteínas 
dentro da célula). É importante mantê-lo, pois algumas enzimas intracelulares só funcionam dentro desse pH ótimo 
(afeta reações enzimáticas), alguns canais iônicos também só se abrem mediante certo pH (balanço iônico). 
Também influencia o controle de respiração, circulação e função renal. 
➢ De maneira geral o metabolismo celular é afetado pelo pH. 
 
Como resultado dos metabolismos de diferentes substratos, no metabolismo de carboidratos e ácidos graxos, 
obtemos CO​2​ + ATP + H​2​O, enquanto no de proteínas obtemos íons H​
+​, que deixam o ambiente mais ácido. 
O CO​2​ livre também é importante na acidificação, pois ele quando livre se liga com a água extracelular 
(CO​2​+H​2​O). Por ação da anidrase carbônica forma-se o ácido carbônico (H​2​CO​3​),que é muito instável. Uma vez 
formado, esse ácido facilmente se dissocia em hidrogênio, água e 
bicarbonato. Ou seja, ​com o CO​2​ elevado o H​
+​ também se eleva​ (o 
bicarbonato também aumenta, mas fica armazenado, não livre na corrente 
sanguínea). 
 
O CO​2​ é eliminado através da respiração, então os ​pulmões ​são extremamente importantes nesse equilíbrio 
ácido-básico. Para combater os íons de hidrogênio e CO​2​, além dos pulmões temos os ​tampões​, que vão agir direto 
combatendo o aumento de íons H​+​. Os ​rins​ são os principais responsáveis pela eliminação real de ácido, conforme 
a necessidade ou estado de acidez do sangue os rins formam uma urina ácida ou alcalina. Os ​pulmões e tampões 
agem de forma mais rápida​, dentro de minutos ou horas tornam o pH normal. Os ​rins são um sistema mais lento, 
porém leva à correção completa do desequilíbrio​. 
 
pH:​ potencial hidrogeniônico. Expressa a concentração de íons H​+​ na corrente sanguínea. A quantidade de íons 
hidrogênio é demonstrada em escala logarítmica: ​a medida que aumenta a quantidade de H no sangue, o pH 
diminui​ e a medida que diminui, o pH fica mais alcalino. Um ácido é aquela molécula capaz de doar H​+​ , enquanto 
uma base é capaz de receber. 
 
Tampão:​ substância que vai levar o pH próximo do normal, corrigindo os desequilíbrios. Geralmente leva um 
conceito de que cada ácido fraco possui uma base conjugada (que vai combater esse ácido). 
 
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SISTEMAS TAMPÕES 
Sistema Ácido Carbônico/Bicarbonato:​ é a 
primeira linha de defesa com relação aos tampões, na 
regulação do pH é o tampão de maior importância no 
sangue. Existe uma reabsorção do bicarbonato à 
medida que este chega nos néfrons, principalmente, 
nos TCP. 
 
Proteínas plasmáticas​: Albumina (20%), mas principalmente com relação ao equilíbrio, a Hemoglobina (80%). 
Fosfato​ (HPO​3​): combina-se com o H​
+​ formando H​2​PO​3​. Esse ácido fosfórico é formado no lúmen do néfron, e é 
muito insolúvel em lipídios, não atravessa membranas e, portanto, é obrigatoriamente eliminado na urina. 
Carbonato: ​com o aumento de H​+​, o carbonato, provindo dos ossos, é liberado pelos osteoclastos. Ele funciona 
como um tampão reduzindo os níveis de H​+​ (H​+​ + CO​3​ → HCO​3​) . Em casos de Acidose Crônica poderá ocorrer 
liberação contínua de carbonato pelos ossos, gerando diminuição da densidade óssea. 
 
GASOMETRIA: Aparelho para pedir os níveis de pH no sangue. A produção de ácidos pode ser influenciada pela 
dieta (carnívoro ou herbívoros) e nas espécies veterinárias tem-se uma grande variação, que influencia na maior ou 
menor formação de ácidos. Os exercícios também podem levar a formação de mais ácidos ou não, sendo estes dois 
os principais hábitos que levam a alteração do pH. 
 
Regulação Pulmonar​: Um nível elevado de CO​2​ levará ao aumento de H​
+​ no meio, portanto, é desejável que o 
CO​2 ​fique entre 35-45 mmHg (valor normal). Quando este valor aumenta diz-se que este indivíduo está em ​Acidose 
Respiratória​. O contrário, quando há pouco CO​2​ acumulado, abaixo de 35 mm Hg, este indivíduo está em ​Alcalose 
Respiratória​. 
 
PCO​2​: pressão parcial de CO​2​ na corrente sanguínea, à medida que aumenta acidifica o LEC, assim como os 
baixos níveis de PCO​2​ levam a alcalinização do LEC. A ​ventilação é inversamente proporcional às concentrações 
de CO​2​, pois quando o animal está ventilando bastante tá eliminando o CO​2​. 
 
O aumento de CO​2 ​estimula os quimiorreceptores presentes nos grandes vasos (A. Aorta e Carótida). Estes são 
sensíveis a variação de oxigênio, hidrogênio e CO​2​. A medida que o CO​2​ aumenta estimula os Quimiorreceptores, 
que enviam potenciais de ação até o centro respiratório localizado a nível encefálico. Isso leva estímulos aos 
músculos da respiração, aumentando a frequência respiratória e, com isso, o chamado ​Volume/Minuto​ (quantidade 
de ar que entra e sai no período de um minuto) corrigindo os níveis de CO​2 ​alterados. 
O sistema respiratório atua sobre a velocidade de remoção do CO2: 
 
 
Sistema Renal:​ Os rins levam à excreção real de ácido, podem fazer isso com várias estratégias: expressando em 
maior ou menor quantidade os transportadores de íons (H​+​ e bicarbonato), através de ação de tampões no fluido 
tubular (corrigindo o excesso de ácido) e com a ação de Anidrase Carbônica (leva a formação - ou não - de 
bicarbonato). Esses processos ocorrem principalmente no TCP e ducto coletor (responsável por eliminar urina com 
pH diferente do plasma). Os íons H​+ ​estão envolvidos nas bombas de Na​+​ e H​+​, K​+​ e H​+​ e H​+​ e ATPase que levam a 
regulação do mesmo. A própria Creatinina pode atrair hidrogênios e ser considerado um tampão mesmo não sendo 
sua função principal. 
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Bicarbonato:​ é o principal tampão localizado dentro do lúmen dos néfrons, está em alta quantidade no fluido 
tubular. É reabsorvido principalmente no TCP, chega no néfron, se combina com o H​+​ , levando a formação do 
Ácido Carbônico e formando CO​2​ que é a molécula que irá entra na célula. Dentro desta, forma HCO​3​ de novo. 
 
Células intercalares: ​Células em menor quantidade no Ducto Coletor, são responsáveis pela reabsorção ou 
eliminação de Bicarbonato, importantes para regular o pH final da urina. O bicarbonato pode ser reaproveitado de 
diferentes formas e ainda pode ser reabsorvido na forma de Bicarbonato de Sódio. 
 
Fosfato:​ uma vez que é eliminado na luz do túbulo se combina com o H​+​, formando o Ácido Fosfórico (H​2​PO​4​
-​) 
insolúvel em lipídeos. Uma vez formado no lúmen ele não é reabsorvido novamente e é eliminado na urina. Sendo 
mais um processo de eliminação de hidrogênio. 
 
Nas células do TCP podemos ter a quebra de alguns aminoácidos, como a glutamina. Esta pode ser quebrada 
formando amônia e a partir dos aminoácidos a formação de bicarbonato. A glutamina pode ser quebrada no fígado, 
o amônio (NH​4​ ) ou amônia (NH​3​ ) formados são precursores da ureia que será eliminada na urina. A glutamina 
também pode viajar pela corrente sanguínea e ser quebrada nos rins, onde o mesmo processo acontece. Anidrase 
carbônica no TCP faz com que o H​+​ seja eliminado na urina. 
 
Alça Ascendente de Henle e Ducto Coletor: ​O TCP é o mais ativo, eliminando H​+ ​na luz do túbulo, porém as 
outras estruturas também participam, podem reabsorvem parte da amônia e amônio. Essas substâncias são 
precursores da ureia, substância importância para formar o interstício hipertônico, porém, a principal função será a 
eliminação de ácidos. A amônia se combina com íons hidrogênio formando o amônio que é eliminado na urina. ​A 
excreção de ácidos na forma de amônia corresponde a 60% da eliminação de H​+​ pelos rins​. 
Alguns dos hormônios do organismo podem influenciar na eliminação de ácidos, a Angiotensina II e a Endotelina 
são hormônios que favorecem a reabsorção de Bicarbonato e eliminação de ácidos. O paratormônio inibe a 
reabsorção basolateral de Bicarbonato, suprimindo-a, menos bicarbonato é reabsorvido pra corrente sanguínea. 
Devido a ação de tampões no fluido que está passando no TCP para a Alça de Henle sai com um pH muito 
semelhante ao do fluido que entrou no néfron. 
 
O ramo ascendente da alça de Henle, que é aquele permeável só a solutos, terá uma pequena reabsorção de 
Bicarbonato e há também ação da Anidrase carbônica, com reabsorção similar ao que ocorre no TCP. 
 
Ducto Coletor:​ Determina o volume urinário e se a urina é ácida ou básica, através das células intercalares desta 
região. As células principais são envolvidas com receptores de ADH, determinando se elimina mais ácido ou 
substâncias básicas na urina. O líquido que atinge este segmento está com o PH de 7.4 (urina dos carnívoros: 
5.5-7.5, nos ruminantes: 6-9). Este é o segmento responsável por eliminar uma urina diferentedo pH do plasma. 
 
As células intercalares, como as do TCP são ricas em Anidrase Carbônica levando a secreção em maior quantidade 
de ácidos. Tem-se células ​tipo A ​que fazem principalmente a excreção Ácida através de bombas, mas também faz 
excreção básica eliminando bicarbonato por cotransporte com Cl. 
 
Bicarbonato pode ser eliminado por um contratransporte com íons Cloreto formando uma urina ácida ou básica 
conforme a necessidade do organismo. ​Se o pH do sangue estiver muito ácido as células intercalares expõem mais 
transportadores de hidrogênio, eliminando mais íons desse tipo​. Se o pH está mais alcalino ele expressa mais 
transportadores de Bicarbonato pela membrana apical (voltada pra luz do tubo, eliminando o bicarbonato). 
➢ Secreção de ácido em acidose, secreção de bicarbonato em alcalose. 
 
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Formação da Urina Alcalina:​ O bicarbonato que chega através do filtrado glomerular pelo TCP acaba sendo 
reabsorvido e secretando íons H. A medida que a quantidade de bicarbonato dentro da corrente sanguínea é maior, 
mais bicarbonato vai ser filtrado e vai chegar mais bicarbonato para ser reabsorvido no TCP. A quantidade 
plasmática de Bicarbonato no ducto coletor é quem pode levar a secreção de Bicarbonato em resposta à alcalose. 
 
Como já mencionado, no Ducto Coletor há as células do ​tipo A​, mas também tem células do ​tipo B​ que eliminam 
Bicarbonato na luz através de um contratransporte com íons Cl, corrigindo a Alcalose. Em contrapartida para 
corrigir esta alcalose, na membrana basolateral, tem-se a reabsorção de H​+​, ou seja, faz uma reação ao contrário do 
que acontece no TCP. O ​Tipo C​ apresenta a ​Pendrina​, proteína de membrana que secreta Bicarbonato e reabsorve 
de Cl​-​. 
 
Essa maior ou menor eliminação de bicarbonato ocorre com a necessidade. ​Durante alcalose existe um estímulo 
das cels B e C pra ter maior eliminação de bicarbonato​. Durante a acidose essa eliminação é desfavorecida, levando 
a eliminação de uma urina ácida. ​Em um rim com função normal o pH da urina formada é reflexo do que está 
acontecendo no sangue​. Em algumas situações há pouco cloreto e a eliminação de Bicarbonato fica prejudicada, 
levando o indivíduo a uma ​Alcalose metabólica​. Isso pode ocorrer devido a obstruções gastrointestinais, diarreia, 
tratamento com diuréticos vômito (muito cloreto perdido, além disso o H​+ ​do HCl). 
 
Diagnóstico dos Distúrbios EAB:​ Acidose é o excesso de substância ácidas e alcalose o excesso de substâncias 
básica ou déficit de substâncias ácidas. Um pH abaixo de 7.35 é considerado acidose e acima de 7.45 é alcalose. Se 
só o pH for considerado é chamado de ​Alcalemia​ ou ​Alcinemia​. Para afirmar Acidose e Alcalose leva-se em 
consideração o pH mais o contexto, como a quantidade de substâncias bicarbonato e etc. Primeiro analisa-se a 
Alcalemina e Alcinemia e depois a Alcalose e Acidose. Muitas vezes o indivíduo pode ter uma alcalose metabólica 
associado a uma acidose respiratória, dois distúrbios, chamados de ​mistos​. Como cada um “puxa o pH” para um 
lado, indivíduo pode apresentar pH normal e através da gasometria pode-se descobrir de é um distúrbio misto ou se 
é uma forma compensatória. 
Como Diagnosticar?​ Pelo exame de Gasometria, gasômetros ou hemogasômetros, coloca-se uma amostra de 
sangue na fita e vai analisar o perfil do sangue. 
 
Acidose metabólica:​ é o tipo de desequilíbrio Ácido Básico mais comum da rotina clínica, várias doenças 
relacionadas aumentam a quantidade de ácidos, deixando o pH abaixo de 7.35. No caso de Acidose Metabólica ​os 
níveis de bicarbonato estão reduzidos​, pois este é utilizado para tentar combater o excesso de H​+​. 
 
Exemplos: Piometra (acúmulo de pus dentro dos úteros) e cólica equina, casos relacionados a ​proliferação 
bacteriana na corrente sanguínea causando uma toxemia​ (aumento de toxinas na corrente sanguínea). Essa toxemia 
leva a formação de uma ​resposta inflamatória​, levando a uma ​vasodilatação​ (aumento do espaço entre as células 
endoteliais) essa vasodilatação diminui a ​resistência vascular​, associada ao calibre dos vasos (ex: 1L de sangue 
passando por um vaso grande passa em menor tempo, pois a resistência é menor. Num vaso pequeno demoraria 
mais). Essa alteração de calibre é a resistência vascular, aumentando o calibre pela toxemia, diminui a resistência 
dos vasos, um dos determinantes da Pressão Arterial: ​o indivíduo com toxemia terá uma PA baixa​. 
 
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A Pressão Arterial depende do débito cardíaco e da resistência vascular sistêmica. O débito depende de ​frequência 
cardíaca​ e do ​volume sistólico​ (volume eliminado do coração a cada contração).Com o volume sistólico baixo, a 
quantidade de sangue que retorna ao coração para ser bombeada começa a ficar menor e a ​pré carga​ (quantidade 
de sangue que vai da parte direita para ser filtrado) é diminuída também. Além disso, em situações de piometra e 
cólica o animal fica desidratado. Se há ​menos líquido circulante​, menos líquido que passa pelo lado direito do 
coração, ​diminuindo a pré-carga​. Essa ​acidose acaba prejudicando a abertura de canais de cálcio​, que é importante 
para o bombeamento do coração. Com menos cálcio na acidose a contração é mais fraca e isso leva a um volume 
sistólico mais baixo, débito cardíaco mais baixo e a pressão mais baixa. 
 
PA + DC + Desidratação = hipoperfusão​ (menor chegada de sangue aos tecidos, chegando menos oxigênio. Para 
reverter isso os tecidos fazem ​metabolismo anaeróbico formando mais ácidos​ como o lactato, diminuindo o 
bicarbonato que é utilizado para combater estes ácidos), a resposta fisiológica será a compensação respiratória, 
hiperventilação, ​tentando reduzir os níveis de CO​2​ para tentar reduzir a quantidade de ácidos​. 
 
Acidose respiratória​: indivíduo ​acumula CO​2​, acima de 45 mm Hg. Ocorre em situações quando a ventilação fica 
prejudicada como a hipoventilação, por anestesia, problemas pulmonares e dificuldades de trocas gasosas, 
formando mais ácidos, mais CO​2​ e H​
+​ . Nesse caso, a compensação precisa ser renal. ​Os rins aumentam a excreção 
de ácidos​. 
 
Alcalose Metabólica:​ Poucas cargas ácidas e uma grande quantidade de cargas básicas. O pH é aumentado acima 
de 7.45, pode ocorrer em casos como o vômito (perdendo H​+​ e Cloreto). Ocorre ​compensação respiratória​ tentando 
reter CO​2​ acumulando-o, ​deprimindo sua própria frequência respiratória​, tendendo a normalizar o pH. 
 
Alcalose Respiratória:​ Ocorre sempre que haver uma hiperventilação, quando não tá acumulando ou ​eliminando 
CO​2​ demais​ e ele fica abaixo de 35 mmHg. Ocorre em situações que levem ao aumento da frequência respiratória 
como situações de dor, febre, exercício. Haverá uma compensação renal, tendo uma menor reabsorção de HCO​3​
-​, 
eliminando, pelos rins, mais bicarbonato​ do que normalmente eliminam. 
 
Distúrbios Mistos:​ Piometra, por exemplo, pode formar uma ​acidose metabólica​, devido a todos os fatores já 
explicados anteriormente. No entanto, a deposição de imunocomplexos no glomérulo pode levar a uma 
insuficiência renal, levando a casos de vômito, ocorrendo uma ​alcalose metabólica​. E ainda em um caso mais 
extremo este útero repleto de pus pode romper e no peritônio leva a peritonite causando dor, hiperventilando, tendo 
uma ​alcalose respiratória​, sendo esta compensatória. 
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