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1 - O que entende por PRINCÍPIOS CONTRATUAIS? Aponte três doutrinadores que contribuíram para o seu entendimento.
R- Para o Direito os princípios contratuais são as bases fundamentais para estabelecer um equilíbrio justo na elaboração de um contrato. As partes são livres para estipular o formalismo do contrato, desde que observados os princípios que regem as garantias pessoais e sociais.
Silvio Rodrigues, afirma: 
Os Princípios contratuais consistem na prerrogativa conferida aos indivíduos de criarem relações na órbita do direito, desde que se submetam as regras impostas pela lei e que seus fins coincidam como o interesse geral, ou não o contradigam. (RODRIGUES, 2007, p.15).
Para Maria Helena Diniz: 
Os princípios contratuais dos contratantes, consistindo no poder de estipular livremente, como melhor convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. (DINIZ, 2008, p.23).
Carlos Roberto Gonçalves afirma: 
A liberdade contratual além de observar os interesses sociais tem que obedecer certos limites. Assim tentar firmar contrato sobre aquilo que não é licito ou é visto como totalmente imoral tanto para a sociedade quanto para o ordenamento jurídico não é possível.
2 – Fale sobre a importância do PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, nas relações contratuais, usando como exemplo o filme o Mercador de Veneza, Para respaldar a sua resposta, utilize no mínimo, dois doutrinadores.
R - O princípio da dignidade da pessoa humana nasceu para proteger o ser humano, mantendo e garantindo o respeito recíproco. O homem do século XX busca felicidade, o viver dignamente, dentro de condutas respeitosas e confiáveis. Nesse contexto a intervenção do Estado para conduzir as condições do contrato entre as partes confirma as garantias e possibilidades de realização pessoal superando o status de garantias individuais para garantias sociais.
	Para Cristiano Chaves: Os direitos fundamentais assumem então uma dimensão objetiva. Superam o status de garantias de situações individuais, passando a ostentar a envergadura de bens jurídicos essenciais, de máxima efetividade, com força expansiva e eficácia irradiante a todo o ordenamento jurídico.
 Nesta perspectiva entendemos que Shylock estaria infringindo o princípio da dignidade humana, ao tirar um pedaço da carne de Antônio, caracterizando-se a tortura, a violação á dignidade, à saúde e até mesmo a possibilidade da perda da vida de Antônio. Além de afetar o corpo afetaria também a mente causando dano moral, na medida da sua exposição frente aos vizinhos da comunidade.
Ainda confirmando as palavras de Cristiano Chaves o Doutrinador Carlos Roberto Gonçalves no explica que “O principio da sociabilidade adotado pelo código civil de 2002 reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana”. 
3 – Qual o objetivo do PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO? No filme o Mercador de Veneza pode-se constatar a presença desse princípio? Por que? Fundamente a sua resposta com respaldo em dois Doutrinadores.
R – O objetivo do PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO conforme podemos verificar no Código Civil em seu Art. 421, segundo o qual “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”; é limitar toda e qualquer atividades abusivas que possa causar dano à parte contrária ou a terceiros, impedindo atos ilícitos do titular de um direito que, ao exercê-lo, excede os limites impostos previstos na função social do contrato.
No filme em estudo podemos constatar a presença desse Princípio quando o Judeu Shylock pede autorização da Lei para efetuar a sua cobrança e são impostos limitações com a finalidade de proteger a vida de Antonio numa cobrança abusiva baseada na vingança do Judeu.
Segundo Pablo Stolze; “A partir do momento em que o Estado passou a adotar uma postura mais intervencionista, abandonando o ultrapassado papel de mero expectador da ambiência econômica, a função social do contrato ganhou contornos mais específicos. Impondo-se, igualmente, a observância dos limites traçados pela própria ordem social, a fim de que a perseguição dos interesses das partes contratantes não esbarre em valores constitucionais superiores, condensados sinteticamente no princípio da dignidade da pessoa humana”. 
Enquanto Pablo Stolze nos assegura sobre a observância do Estado para garantir a ordem social Carlos Roberto Gonçalves explica os aspectos da função social do contrato como podemos conferir:
Carlos Roberto Gonçalves
É possível afirmar que o atendimento à função social pode ser enfocado sob dois aspectos: um, individual, relativos aos contratantes, que se valem do contrato para satisfazer seus interesses próprios (relação equilibrada entre as partes), e outro, público, que é o interesse da coletividade sobre o contrato (o contrato, ainda que justo entre as partes não poderá prejudicar a coletividade).
___________________________________________________________________. 
4 - Diferencie: BOA-FÉ OBJETIVA X BOA-FÉ SUBJETVA, utilizando o filme Mercador de Veneza como exemplo. Para fundamentar a sua resposta, utilize o argumento de um Doutrinador e duas Jurisprudências.
R- Cristiano Chaves 
A Boa Fé Subjetiva, não é um princípio, e sim um estafo psicológico em que a pessoa possui uma crença de ser titular de um direito que em verdade só existe na aparência. O indivíduo se encontra em escusável situação de ignorância sobre a realidade dos fatos e da lesão a direito alheio.
A Boa Fé Objetiva: Se constitui em uma norma jurídica fundada em um princípio geral do direito, segundo o qual todos devem comportar-se de boa-fé nas suas relações recíprocas. Classifica-se, assim, como regra de conduta.
No Filme O Mercador de Veneza, O Judeu Shylock acredita que poderia cortar uma libra de carne de Antonio, sua crença se baseia nos costume da época em que as condições do contrato eram livres para que os contratantes pudesse dispor livremente sobre dos bens e da vida um do outro segundo as clausulas por eles estipuladas no contrato. O Judeu acredita ser titular do direito objetivo, fundado na Lei, e por ela cobrar a sua divida sem limites,no entanto, ele se encontrava em total ignorância sobre o respeito ao direito alheio, ou seja, direito que o seu devedor tem de continuar vivo,
 .......................................................................................
STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1461301 MT 2011/0200703-2 Data de publicação: 23/03/2015 
Dados Gerais
	Processo:
	REsp 1461301 MT 2011/0200703-2
	Relator(a):
	Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
	Julgamento:
	05/03/2015 
	Órgão Julgador:
	T3 - TERCEIRA TURMA
	Publicação:
	DJe 23/03/2015
Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. LEI N. 8.009/1990. BEM DE FAMÍLIA. ACORDO HOMOLOGADO JUDICIALMENTE. DESCUMPRIMENTO. PENHORA. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE BOA-FÉ. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça inclinou-se no sentido de que o bem de família é impenhorável, mesmo quando indicado à constrição pelo devedor. 2. No entanto, verificado que as partes, mediante acordo homologado judicialmente, pactuaram o oferecimento do imóvel residencial dos executados em penhora, não se pode permitir, em razão da boa-fé que deve reger as relações jurídicas, a desconstituição da penhora, sob pena de desprestígio do próprio Poder Judiciário. 3. Recurso especial a que se nega provimento. 
 ....................................................................................................
JURISPRUDÊNCIA : STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1145542 RS 2009/0116221-0 Data de publicação: 19/03/2014 
Dados Gerais
	Processo:
	REsp 1145542 RS 2009/0116221-0
	Relator(a):
	Ministro SIDNEI BENETI
	Julgamento:
	11/03/2014 
	Órgão Julgador:
	T3 - TERCEIRA TURMA
	Publicação:
	DJe 19/03/2014
Ementa: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO PAULIANA. SUCESSIVAS ALIENAÇÕES DE VEÍCULO QUE PERTENCIA AO DEVEDOR.ANULAÇÃO QUE NÃO ALCANÇA OS TERCEIROS DE BOA-FÉ. 1.- Em consonância com o art. 109 do CC/1916 (com redação correspondente no art. 161 do CC/2002 ), tendo havido sucessivos negócios fraudulentos, cabe resguardar os interesses dos terceiros de boa-fé e condenar tão somente os réus que agiram de má-fé, em prejuízo do autor, a indenizar-lhe pelo valor equivalente ao do bem transmitido em fraude contra o credor. 2.- Recursos Especiais providos. 
____________________________________________________________
5 - Quais são os elementos que caracterizam o PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA CONTRATUAL? Fale sobre eles, utilizando o argumento de três doutrinadores, utilizando filme o Mercador de Veneza como exemplo.
R – Os elementos que caracterizam o PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA CONTRATUAL são
1 – A vontade - vontade como elemento principal para fazer surgir o consentimento, pedra fundamental do negócio jurídico contratual.
2 – Liberdade negocial – ampla liberdade para contratar ou não contratar e criar normas jurídicas capazes de disciplinar os seus interesse surtindo efeitos tutelados pela ordem jurídica.
3 – Tutela Jurisdicional – é o reconhecimento jurisdicional das regras estabelecidas livremente no contrato com a finalidade de satisfazer as necessidades dos contratantes desde que tenham obedecidos os limites estabelecidos em lei.
4 – Limitação Estatal - a autonomia privada, não sendo poder originário, deve ser exercida nos limites estabelecidos pela lei. A livre manifestação da vontade permanece como regra, porém, compete ao Estado, através das funções legislativas e jurisdicionais, direcionar e intervir em relações jurídicas contrárias a interesses sociais e de ordem pública. 
No filme O Mercador de Veneza os elementos que caracterizam o PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE são evidentes e podemos verificar o elemento da vontade quando Antonio e o Judeu shylock aceitam livremente contratar pactuando e estabelecendo as condições por eles determinadas.
O elemento da Liberdade negocial se faz presente na ampla liberdade que tiveram para criar normas e condições que norteariam o contrato. A Tutela Jurisdicional foi o reconhecimento jurisdicional que o Judeu Shylock buscou para fazer cumprir as regras por eles pactuadas, e a Limitação Estatal tornou-se necessária, para que a liberdade volitiva, sem contenção, não se convertesse em abuso, isto porque, a autonomia privada deve subordinar-se aos condicionamentos: da Lei, da Moral e da Ordem Pública.
Segundo:
Carlos Roberto Gonçalves
O principio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, e no poder que os particulares têm de regular, pelo exercício de sua própria vontade, as relações que participam, estabelecendo-lhes o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica. É o reconhecimento da existência de um âmbito particular de atuação com eficiência normativa.
Pablo Stolze
A autonomia da vontade, no plano da bilateralidade do contrato, pode ser expressa pelo denominado consensualismo: o encontro das vontades livres e contrapostas faz surgir o consentimento, pedra fundamental do negócio jurídico contratual.
A limitação da manifestação de vontade dos contratantes, imposta por normas de ordem pública (dirigismo contratual), tornou-se necessária, para que a liberdade volitiva, sem contenção, não se convertesse em abuso. A autonomia privada deve sofrer os seguintes condicionamentos: da Lei, da Moral e da Ordem Pública.
Cristiano Chaves
Autonomia privada pode ser definida como o poder concedido ao sujeito para criar a norma individual nos limites deferidos pelo ordenamento jurídico. 
6 – Diferencie: LIBERDADE DE CONTRATAR x LIBERDADE CONTRATUAL, UTILIZANDO O FILME O Mercador de Veneza como exemplo. Para fundamentar a sua resposta, utilize o argumento de um doutrinador e duas Jurisprudências.
R- A Liberdade de contratar é a possibilidade que o indivíduo tem de contratar "se quiser". A pessoa pode contratar ou não. Já a liberdade contratual se revela na faculdade de escolher o conteúdo do contrato. À liberdade de contratar e de não contratar chamamos PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE - as partes se obrigam e o contrato faz lei entre elas. Fazendo uma analogia com o nosso filme em análise Antonio tinha a liberdade de contratar mas não dispunha de liberdade contratual sobre seu próprio corpo para aquele fim oferecendo-o como forma de pagamento com a possibilidade de trazer conseqüências para sua vida.
Nas palavras de Silvio Rodrigues, "o contrato vai constituir uma espécie de lei privada entre as partes, adquirindo força vinculante igual a do preceito legislativo"
STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 966163 RS 2007/0155661-8
Dados Gerais
	Processo:
	REsp 966163 RS 2007/0155661-8
	Relator(a):
	Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
	Julgamento:
	26/10/2010 
	Órgão Julgador:
	T4 - QUARTA TURMA
	Publicação:
	DJe 04/11/2010
Ementa
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO CONCESSIVA DE LIMINAR. RECURSO ESPECIAL RETIDO. ART. 542, § 3º, DO CPC. NÃO-INCIDÊNCIA. ROMPIMENTO CONTRATUAL IMOTIVADO. LEI N.º 6.729/79 - "LEI FERRARI". BOA-FÉ OBJETIVA. LIBERDADE CONTRATUAL. MANUTENÇÃO FORÇADA DO CONTRATO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Cuidando-se de decisão concessiva de liminar em ação cautelar, descabe a incidência do art. 542, § 3º, do CPC, uma vez que a retenção do recurso, nesse caso, inviabilizaria a própria solução da controvérsia tratada nesse momento processual, haja vista que, por ocasião da eventual ratificação do recurso, o próprio mérito da ação já teria sido julgado e mostrar-se-ia irrelevante a discussão acerca da tutela provisória.
2. O princípio da boa-fé objetiva impõe aos contratantes um padrão de conduta pautada na probidade, "assim na conclusão do contrato, como em sua execução", dispõe o art. 422 do Código Civil de 2002. Nessa linha, muito embora o comportamento exigido dos contratantes deva pautar-se pela boa-fé contratual, tal diretriz não obriga as partes a manterem-se vinculadas contratualmente ad aeternum, mas indica que as controvérsias nas quais o direito ao rompimento contratual tenha sido exercido de forma desmotivada, imoderada ou anormal, resolvem-se, se for o caso, em perdas e danos. 3. Ademais, a própria Lei n.º 6.729/79, no seu art. 24, permite o rompimento do contrato de concessão automobilística, pois não haveria razão para a lei pré-conceber uma indenização mínima a ser paga pela concedente, se esta não pudesse rescindir imotivadamente o contrato. 4. Recurso especial conhecido e provido.
.........................................................................................................................
Acórdão 718135 “Dentro da liberdade de contratar que rege nosso sistema jurídico, não existe ilicitude em que o vendedor do imóvel, seja construtora ou incorporadora, contrate que a remuneração do corretor seja paga pelo adquirente. Não existe norma legal que o proíba e as partes estão dentro da esfera da liberdade contratual, não havendo que falar em ilicitude intrínseca em cláusula contratual nesse sentido. Todavia, essa cláusula contratual se subordina às regras do art. 46 do código de Defesa do Consumidor, e tratando-se de contratos de adesão, também às regras do art. 54 do mesmo Código. Assim, deve haver cláusula contratual explícita de que a obrigação de pagar a comissão de corretagem incumbe ao Adquirente/Consumidor, e sendo cláusula limitativa do direito do consumidor, deve ser grafada em destaque, para garantir a plena ciência prévia do mesmo a essa obrigação.” (Juiz Flávio Augusto Martins Leite, DJ 03/10/2013)
7 – O que entende por DIRIGISMO CONTRATUAL? Para fundamentar a sua resposta utilize o argumento de três doutrinadores.
R- É o intervencionismo estatal que, embora não tenha aniquilado o conceito tradicional da autonomia da vontade, passou a limitá-lo. A liberdade dos contraentes sofreu considerável redução, no sentido de que se subordinam, hoje, à prevalência e preponderância do interesse social sobre o particular. Esse dirigismo contratual justifica-se, no dizer do ProfessorCAIO Mário da Silva PEREIRA, “...na convicção de que o Estado tem de intervir na vida do contrato, seja mediante a aplicação de leis de ordem pública, que estabelecem restrições ao princípio da autonomia da vontade em benefício do interesse coletivo, seja com a adoção de uma intervenção judicial na economia do contrato, instituindo a contenção dos seus efeitos, alterando-os ou mesmo liberando o contratante lesado, por tal arte que logre evitar que, por via dele, se consume atentado contra a justiça.” 
Ainda neste raciocínio LEHMANN, nos ensina que o Dirigismo Contratual é a Regulamentação coativa do conteúdo de negócios submetidos a grande interseção com o interesse público.
Num comparativo entre a liberdade contratual e os limites impostos pelo Estado Pontes de MIRANDA afirma que “não há autonomia absoluta ou ilimitada de vontade; a vontade tem sempre limites, e a alusão à autonomia é alusão ao que se pode querer dentro desses limites.”
8 – O Reconhecimento do Princípio da Função Social significa negação da Autonomia Privada e da Livre iniciativa?
R – o reconhecimento deste princípio não significa negação da autonomia privada e da livre-iniciativa.
Pelo contrário.Significa sua reeducação.
Nesse sentido, com maestria, escreve NELSON NERY JR.:
“A função social do contrato não se contrapõe à autonomia privada, mas com ela se coaduna e se compatibiliza”. 
‘A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
9 – Comente sobre a Importância do PRINCÍPIO DAS ORIGATORIEDADE DOS CONTRATOS, utilizando o filme o Mercador de Veneza como exemplo. Para fundamentar sua resposta, utilize o argumento de um doutrinador e duas Jurisprudências.
R – O PRINCÍPIO DA ORIGATORIEDADE DOS CONTRATOS nos ensina que é fundamental nas relações contratuais, a observância do cumprimento do contrato e se o contrato não for cumprido pode ser executado coercitivamente, e o inadimplente responde com o patrimônio. Por isso se diz que as pessoas se escravizam, se tornam servas do que contrataram. No Filme em análise Antonio uma vez pactuado em contrato, se viu obrigado a cumprir a pena por descumprimento do contrato por Bassânio, uma vez que fora fiador. A importância deste Princípio está evidenciado no livro do Doutrinador Orlando Gomes conforme segue: “O princípio da força obrigatória dos contratos consubstancia-se na regra de que o contrato é lei entre as partes. Tendo sido celebrado com observância de todos os pressupostos e requisitos, deve ser executado pelas partes como se suas cláusulas fossem preceitos imperativos”. (GOMES, Orlando. Contratos, 7ª ed. Forense, Rio de Janeiro, 1979, p. 40). Também pode ser demonstrado nas jurisprudências a seguir:
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL : AgRg no AREsp 225721 RJ 2012/0184215-4 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA. ESCRITURA DEFINITIVA. PACTA SUNT SERVANDA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULAS NºS 5 E 7/STJ e Nº 282/STF. 
Dados Gerais
	Processo:
	AgRg no AREsp 225721 RJ 2012/0184215-4
	Relator(a):
	Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA
	Julgamento:
	16/06/2015 
	Órgão Julgador:
	T3 - TERCEIRA TURMA
	Publicação:
	DJe 23/06/2015
Ementa
1. Se o conteúdo normativo contido nos dispositivos apresentados como violados não foi objeto de debate pelo tribunal de origem, evidencia-se a ausência do pré-questionamento, pressuposto específico do recurso especial. Incidem, na espécie, os rigores da Súmula nº 282/STF.
2. Se as conclusões da Corte de origem resultaram da estrita análise das provas carreadas aos autos e das circunstâncias fáticas que permearam a demanda, não há como rever tal posicionamento sem adentrar no reexame das provas. Aplicação das Súmulas nºs 5 e 7/STJ.
3. Agravo regimental não provido.
_________________________________________________________________.
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL : AgRg no AREsp 349273 RN 2013/0160885-1 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO. REVISIONAL. PACTA SUNT SERVANDA. RELATIVIZAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. PACTUAÇÃO EXPRESSA. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE DO REEXAME DA QUESTÃO EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. 
	
Dados Gerais
Processo:
	AgRg no AREsp 349273 RN 2013/0160885-1
	Relator(a):
	Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
	Julgamento:
	01/10/2013 
	Órgão Julgador:
	T3 - TERCEIRA TURMA
	Publicação:
	DJe 07/10/2013
Ementa
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO. REVISIONAL. PACTA SUNT SERVANDA. RELATIVIZAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. PACTUAÇÃO EXPRESSA. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE DO REEXAME DA QUESTÃO EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL.
1. A legislação consumerista permite a manifestação acerca da existência de eventuais cláusulas abusivas, relativizando o princípio do pacta sunt servanda.
2. Se a capitalização mensal foi afastada em razão da inconstitucionalidade da Medida Provisória 1.963-17/2000 (em vigor como MP n. 2.170-36/2001), não cabe recurso especial para revisar a questão.
3. Agravo regimental desprovido.
_____________________________________________________________.
10- Do que trata o PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS? Para fundamentar sua resposta, utilize o argumento de dois doutrinadores e três Jurisprudências.
R- Trata da idéia de que o contrato vincula apenas as partes contratantes, só as partes ficam obrigadas a cumprir o objeto do contrato. Por exemplo, eu fiz um contrato com você, então somente eu posso cumprir a obrigação que me cabe e você também, como também, só posso exigir a prestação de você.
Segundo Maria Helena Diniz, por esse princípio a avença apenas vincula as partes que nela intervenham não aproveitando nem prejudicando terceiro, salvo raras exceções. Em consonância, Orlando Gomes ressalta, a formulação desse principio faz-se em termos claros e concisos ao dizer-se que o contrato é “res inter alios acta, aliis neque nocet neque podest” o que significa, que seus efeitos se produzem exclusivamente entre as partes , não aproveitando nem prejudicando terceiros.Portanto, podemos concluir que tanto para Maria Helena Diniz quanto para Orlando Gomes , o contrato apenas produz efeitos às partes não afetando terceiros.
TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL : AC 6017 SP 0006017-72.2001.4.03.6119
Dados Gerais
	Processo:
	AC 6017 SP 0006017-72.2001.4.03.6119
	Relator(a):
	DESEMBARGADORA FEDERAL CECILIA MELLO
	Julgamento:
	20/08/2013 
	Órgão Julgador:
	SEGUNDA TURMA
Ementa
DIREITO CIVIL. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS. INOPONIBILIDADE DE CLÁUSULAS E PREÇOS CONTRATAIS A TERCEIROS.
I.A pretensão deduzida na inicial encontra óbice intransponível no princípio da relatividade dos efeitos do contrato, positivado no artigo 421 do Código Civil, segundo o qual os efeitos do contrato atingem apenas as partes que o celebram, não podendo prejudicar terceiros., 
II. Inexistindo prova nos autos de que a INFRAERO celebrou com a Associação autora um negócio jurídico assumindo as obrigações anteriormente pactuadas entre a autora a empresa MASTER ESTACIONAMENTO S/C LTDA, as condições estabelecidas neste pacto não lhe são oponíveis.
III.Apelação improvida.
...............................................................................................................................................
TJ-SP - Apelação : APL 02077425920098260008 SP 0207742-59.2009.8.26.0008 
APELAÇÃO CÍVEL LOCAÇÃO AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS RECONVENÇÃO COBRANÇA DE ALUGUERES NULIDADE DO CONTRATO INOCORRÊNCIA PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS. 
 Dados Gerais
	Processo:
	APL 02077425920098260008 SP 0207742-59.2009.8.26.0008
	Relator(a):
	Antonio Nascimento
	Julgamento:14/08/2013 
	Órgão Julgador:
	26ª Câmara de Direito Privado
	Publicação:
	16/08/2013
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL LOCAÇÃO AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS RECONVENÇÃO COBRANÇA DE ALUGUERES NULIDADE DO CONTRATO INOCORRÊNCIA PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS.
O contrato e o débito locatício estão incontroversos nos autos. Reconhecimento do direito do réu-reconvinte para pleitear a cobrança dos aluguéis em atraso, pois figurava como locador no contrato. Diante do princípio da relatividade dos contratos, as disposições inerentes ao contrato para a aquisição da propriedade imóvel não interferem na relação jurídica estabelecida entre locador e locatário. Sentença mantida. Aplicação do art. 252 do Regimento Interno do E. TJSP. RECURSO DESPROVIDO.
.........................................................................................................................................
TJ-MS - Apelacao Civel : AC 5270 MS 2005.005270-5 
APELAÇÃO - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EXTRAJUDICIAIS - INDEVIDOS - AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO EFETIVA DO CAUSÍDICO - PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS - MULTA PELO ATRASO NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO - LIMITE DE DOIS POR CENTO - INTELIGÊNCIA DO ART. 52, § 1º, DO CDC - RECURSO IMPROVIDO. 
Dados Gerais
	Processo:
	AC 5270 MS 2005.005270-5
	Relator(a):
	Des. Paschoal Carmello Leandro
	Julgamento:
	24/10/2006 
	Órgão Julgador:
	4ª Turma Cível
	Publicação:
	16/11/2006
	Parte(s):
	Apelante: Banco Volkswagen S/A
Apelada: Aparecida Sales da Silva Miguelão
Ementa
APELAÇÃO - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EXTRAJUDICIAIS - INDEVIDOS - AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO EFETIVA DO CAUSÍDICO - PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS - MULTA PELO ATRASO NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO - LIMITE DE DOIS POR CENTO - INTELIGÊNCIA DO ART. 52, § 1º, DO CDC - RECURSO IMPROVIDO.
Os honorários advocatícios apenas têm cabimento quando ocorre a efetiva atuação profissional do advogado. 
De acordo com o Princípio da Relatividade dos Contratos, o negócio só ata os participantes, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. 
O art. 52, § 1º, do CDC, estabelece que a multa decorrente do inadimplemento da obrigação, no seu termo, não pode ser superior a 2% do valor da prestação. 
A  C  Ó  R  D  à O 
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juízes da Quarta Turma Cível do Tribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, rejeitar a preliminar e negar provimento ao recurso. Unânime. 
Campo Grande, 24 de outubro de 2006. 
Des. Paschoal Carmello Leandro – Relator 
RELATÓRIO 
O Sr. Des. Paschoal Carmello Leandro 
Banco Volkswagen S.A. interpõe recurso de apelação contra sentença prolatada pelo juízo da vara única da Comarca de Rio Verde de Mato Grosso, que julgou procedente o pedido formulado na inicial, suscitando preliminar de nulidade de intimação da sentença, uma vez que não foi incluído o nome do seu advogado no Diário da Justiça/MS, n. 843, motivo pelo qual não tomou conhecimento da decisão. Assim, pugna pelo reconhecimento do início do prazo recursal como o dia 20 de outubro de 2004. 
No mérito, requer a reforma da decisão singular, aduzindo, em síntese, que pretende receber tão somente o que foi pactuado entre as partes; o art. 395 do Código Civil estabelece o pagamento de honorários advocatícios na hipótese de mora do devedor; os valores pleiteados, a título de quitação da parcela devida, foram de acordo com o estabelecido contratualmente entre as partes, portanto a cláusula impugnada é absolutamente válida, não pesando sobre ela qualquer vestígio de abusividade ou ilegalidade. 
Sem contra-razões. 
VOTO 
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