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Ponto 6 Resumão TRF5 (Atualizado por Priscilla e Fabricio)

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PONTO 06
Atualizado por Fabricio de Lima Borges e por Priscilla Galdini de Andrade com base no material do XVI Concurso para Juiz Substituto do TRF1
1. DIREITO CONSTITUCIONAL: O controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos. Conceito. Natureza. Espécies. A Ação Declaratória de Constitucionalidade e a Ação Direta de inconstitucionalidade. A ação de Inconstitucionalidade por Omissão. Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental.
O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS NORMATIVOS. Conceito. Consiste na verificação de adequação e compatibilidade dos demais atos normativos aos preceitos estabelecidos na Constituição. Pressupostos para o controle: a) CF rígida (processo de alteração mais dificultoso); b) Supremacia da CF (ápice da pirâmide); c) Competência a um só órgão para resolver os problemas de constitucionalidade (STF). Natureza jurídica. No Brasil, prevalece que a decisão no controle concentrado de constitucionalidade é de natureza declaratória, com efeitos ex tunc. 
ESPÉCIES. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE. (A) POR AÇÃO. Ocorre pela edição de leis ou atos normativos incompatíveis, no sistema vertical de normas, com a Constituição. A.1 Vício formal (Nomodinâmica – na dinâmica do processo de formação do ato normativo): incide sobre o próprio ato normativo enquanto tal, independentemente de seu conteúdo. (i) Inconstitucionalidade formal orgânica: inobservância da competência legislativa para a elaboração do ato. (ii) Inconstitucionalidade formal propriamente dita: inobservância do devido processo legislativo e ocorre em 02 momentos: na fase de iniciativa – vício subjetivo; ou nas demais fases posteriores – vício objetivo (nas hipóteses em que não se observam determinadas formalidades, p. ex., o quórum de votação, o princípio do bicameralismo federativo, previstas no processo de elaboração da norma em questão). Obs: contrabando legislativo: é incompatível com a Constituição a apresentação de emendas sem relação de pertinência temática com medida provisória submetida a sua apreciação (Info STF 8032015). A.2 Vício material (Nomoestática –pois o processo de formação do ato normativo está acabado): é o vício no conteúdo da lei ou ato normativo, que se mostra incompatível, substancialmente, com uma regra ou um princípio da Constituição. A.3 Vício de decoro parlamentar (Lenza): é o vício no motivo ilícito que ensejou a votação de um parlamentar (Mensalão); há uma mácula na essência do voto e no conceito de representatividade popular. (B) POR OMISSÃO. Decorrente da inércia do legislador ordinário na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.
MOMENTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. (A) PRÉVIO OU PREVENTIVO. A.1 Pelo Legislativo: através das comissões de constituição e justiça; também o plenário ou outras comissões do Congresso Nacional durante as votações do próprio projeto. A.2 Pelo Executivo: pelo veto jurídico do Chefe do Poder Executivo. A.3 Pelo Judiciário: impetração de mandado de segurança por parlamentar, para proteção, no caso concreto (controle incidental), do direito público subjetivo dos parlamentares ao devido processo legislativo. STF já decidiu que: MS é a via adequada; apenas parlamentares tem legitimidade ativa ad causam (terceiros não têm, ainda que invoquem a sua potencial condição de destinatários da norma, sob pena de transformar o controle preventivo de constitucionalidade em abstrato); cessação superveniente do mandado parlamenar enseja a ilegimitidade passiva ad causam (MS 33444-MCDF, 2015); não cabe esse controle prévia sobre regras procedimentais contidas nos regimentos internos das casas legislativas, por se tratar de matéria interna corporis; em regra, não se deve admitir ação judicial para controle de constitucionalidade prévio dos atos normativos, com duas Exceções: (a) proposta de emenda à Constituição manifestamente ofensiva à cláusula pétrea; e (b) tramitação do projeto de lei ou de emenda à Constituição que viola regra constitucional que discipline o processo legislativo (STF. Plenário. MS 32033/DF, 20/6/2013). (B) POSTERIOR OU REPRESSIVO. Realizado sobre lei ou ato normativo já vigentes, a fim de se averiguar a presença de vício formal e/ou material. B.1 Em regra, é exercido pelo Poder Judiciário. B.2 Pelo Legislativo. O Congresso Nacional poderá sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem dos limites de seu poder de regulamentar definido pela própria lei a ser regulamentada (na verdade, é um controle de legalidade) ou dos limites da delegação legislativa atribuída por meio de resolução pelo Congresso, mediante decreto legislativo (Art. 49, V, da CF). Também apreciarão a constitucionalidade das medidas provisórias editadas pelo Presidente da República no processo de conversão em lei, ocasião na qual será verificado o atendimento de seus pressupostos constitucionais (controle posterior pois o ato normativo já está). B.3 Pelo Executivo. (i) Antes da CF/1988 - Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) não tinham legitimidade para ajuizar ADI e doutrina e jurisprudência entendiam que poderiam deixar de aplicar uma lei que considerassem manifestamente inconstitucional, baixando determinação para que seus subordinados hierárquicos também não cumprissem a referida lei. Contudo, Poder Judiciário é que daria a palavra final sobre a aplicação ou não da lei alegada inconstitucional e tornaria, a partir de então, obrigatória a observância de sua decisão. (ii) Após a CF/1988: expandida a legitimação ativa para o ajuizamento de ADI e ADC, parte da doutrina não mais admite o descumprimento de lei inconstitucional pelo Presidente da República e pelos Governadores de Estados e do Distrito Federal, já que podem ajuizar ADI. Ressalva aos Prefeitos: por não constarem no referido rol dos legitimados, ainda lhes seria permitido descumprir lei flagrantemente inconstitucional, com a determinação de sua não aplicação aos seus subordinados hierárquicos. (Gilmar Mendes). Luis Roberto Barroso: a supremacia da constituição é o fundamento a conferir legitimidade ao chefe do poder executivo para determinar que não seja aplicada lei inconstitucional, não obstante possa haver controle posterior pelo Judiciário. Quanto à jurisprudência, é possível entender que o STF e o STJ ainda permitem ao Chefe do Executivo que não apliquem administrativamente lei que considere inconstitucional (STJ, RESP 23121-1 GO nov. 1993). B.4. Situações peculiares. Tribunal de Contas: tema é controverso. Ainda prevalece que o TCU pode realizar o controle de constitucionalidade em concreto (Súm. 347 do STF). Porém, vasta doutrina é pela inaplicabilidade da súmula, após a CF88, tendo em vista o monopólio da jurisdição e ampliação de legitimados para ADI e ADC. Precedentes: (STF, MS 25888) – TCU reconheceu a inconstitucionalidade de atos normativos sobre o regime simplificado de licitações aplicável à Petrobrás e mandou aplicar a Lei 8.666. Petrobrás insurgiu-se e Gilmar Mendes, relator, concedeu liminar para suspender decisão do TCU. Está pendente de apreciação pelo Pleno (última consulta em 22/06/2016). CNMP e CNJ – STF já estabeleceu que não têm competência para efetuar controle de constitucionalidade, configurando invasão de competência jurisdicional (STF, MS 33163, j. 05.05.2015, info 781, e MS 30793, j. 05.08.2014, info 753).
SISTEMAS DE CONTROLE. Controle político. É exercido por um órgão de natureza política, distinto dos três poderes, que tem como função garantir a supremacia da Constituição (e.g. Conselho de Estado Francês). Controle jurisdicional. É exercido tão somente pelo Poder Judiciário, seja através de um único órgão, por meio de ação direta (controle concentrado), seja por qualquer juiz ou tribunal, em arguição incidenter tantum (controle difuso). Obs: o Brasil adota o controle jurisdicional MISTO (por admitir o controle na forma difusa e concentrada). Controle misto. É uma mistura dos dois sistemas, no qual algumas normas são levadas a controle perante órgão distinto dos três poderes (controlepolítico), e outras, a apreciação do Poder Judiciário (controle jurisdicional). Dentro do controle jurisdicional. Sistema Austríaco (concentrado) (Kelsen): decisão tem eficácia constitutiva (constitutiva-negativa); em regra, o vício é aferido no plano da eficácia; a lei inconstitucional é anulável; lei inconstitucional é provisoriamente válida; em regra, decisão efeitos ex nunc; o reconhecimento da ineficácia da lei produz efeitos a partir da decisão (ex nunc) e erga omnes, respeitados os efeitos produzidos até então. Sistema Americano (difuso) (Juiz Marshall): decisão tem eficácia declaratória de situação preexistente; em regra, vício é aferido no plano da validade; a lei inconstitucional é ato nulo; em regra, a decisão tem efeitos ex tunc; a lei nasce morta, nunca chegando a produzir efeitos; apesar de existir, não chegou ao plano da eficácia. Obs: em ambos os sistemas houve atenuação dos efeitos das decisões, pois sistema austríaco passou a possibilitar a retroação da decisão em determinados casos e o sistema norte-americano passou a prever a modulação de efeitos (caso Mapp x Ohio). O Brasil adota o sistema norte-americano, com possibilidade de modulação de efeitos (Lei 986899, art. 27). 
TIPOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Quanto ao momento. Preventivo: antes do ingresso da norma no ordenamento jurídico, ou seja, antes da sua vigência. Repressivo: feito quando a norma já esteja no mundo jurídico. Quanto ao critério subjetivo ou orgânico (órgão que fará o controle). Difuso: feito por qualquer juiz. Concentrado: feito somente por corte específica. Quanto ao critério formal. Concreto ou incidental: ocorre no caso concreto entre as partes. Abstrato ou principal: caso de controle realizado abstratamente sobre a lei (não há caso concreto de aplicação da lei). Em regra, o controle difuso ocorre pela via concretaincidental, e o controle concentrado pela via abstrata. Excepcionalmente, poderá haver controle concentrado pela via concretaincidental, quando um único órgão judicial tem competência originária para apreciar a questão de constitucionalidade num caso concreto. Ex.: Controle preventivo pelo Judiciário – parlamentar impetra MS para resguardar direito líquido e certo ao devido processo legislativo.
ESBOÇO HISTÓRICO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL. CF 1824. Não havia previsão de qualquer sistema de controle jurisdicional da constitucionalidade das leis. Existia a figura do Poder Moderador, ao qual cabia exclusivamente solucionar os conflitos entre os Poderes. CF 1891. Previu-se o controle de constitucionalidade difuso (por qualquer juiz ou Tribunal), repressivo ou posterior, e incidental, ou seja, pela via de exceção ou defesa. CF 1934. Manteve a previsão do controle difuso de constitucionalidade. Inovando, previu: a) a ação direta de inconstitucionalidade interventiva (na intervenção federal, a eficácia da lei interventiva, de iniciativa do Senado, ficava condicionada à declaração de constitucionalidade pelo STF); b) a cláusula de reserva de plenário; e c) a atribuição ao Senado Federal de competência para suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou ato declarado inconstitucional por decisão definitiva . CF 1937. Manteve o controle difuso. Previu a possibilidade de o Presidente (casos envolver o bem-estar do povo ou a promoção ou a defesa de interesse nacional de alta monta) submeter a decisão que declarar a inconstitucionalidade de determinada lei ao reexame pelo Parlamento, que, por sua vez, pela decisão de 2/3 dos membros de cada uma das Casas, poderia tornar sem efeito a referida declaração proferida pelo Tribunal, confirmando a validade da lei. CF 1946. Manteve o controle difuso. A EC 16/65 previu, pela primeira vez no Brasil, o controle concentrado - exercido pela representação inconstitucionalidade (ADI), de competência originária do STF, proposta exclusivamente pelo Procurador-Geral da República. Estabeleceu, também, a possibilidade de controle concentrado no âmbito estadual. CF 1967. O controle concentrado em âmbito estadual não mais foi previsto nesta Constituição. Contudo, a EC nº 1/69 previu o controle de constitucionalidade de lei municipal, em face da Constituição Estadual para fins de intervenção no município. (ADI interventiva no municipio). CF 1988. Trouxe 04 inovações: (a) ampliou o rol dos legitimados para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade; (b) previu o controle de constitucionalidade de omissões legislativas, seja de forma concentrada (ADI por omissão), seja de modo incidental, pelo controle difuso (Mandado de Injunção); (c) permitiu o controle concentrado em âmbito estadual, através da instituição pelos Estados de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedando, contudo, a atribuição da legitimação para agir a um único órgão; (d) Previu a ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF). A EC 3/93 estabeleceu a ação declaratória de constitucionalidade (ADC). A EC 45/04, por sua vez, (i) igualou a legitimação ativa para o ajuizamento da ADC à da ADI, bem como (ii) estendeu o efeito vinculante, previsto expressamente para a ADC, para a ADI. Aliás, segundo Lenza, caminha-se para a consagração da ideia de efeito dúplice ou ambivalente entre essas duas ações, faltando somente a igualação de seus objetos, já que a ADI cabe para lei ou ato normativo federal ou estadual, enquanto a ADC somente para federal.
CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE. 
(A) Origem histórica: Marbury X Madison. John Adams (2º presidente dos EUA) foi derrotado na eleição presidencial por Thomas Jefferson. Antes de ser sucedido, Adams nomeou diversas pessoas ligadas ao seu governo para o cargo de juiz federal, entre elas, Marbury. Ao assumir o governo, Jefferson nomeou Madison como seu Secretário de Estado e determinou que Madison não mais efetivasse a nomeação de Marbury. Marbury, então, impetrou writ of mandamus em face de Madison perante a Suprema Corte Norte-Americana. O Presidente da Suprema Corte, Juiz Marshall, relatou o caso e a Suprema Corte decidiu que: qualquer lei incompatível com a Constituição é nula e que os tribunais e os demais departamentos são vinculados a ela. No caso concreto: declarou a inonstitucionalidade da lei que previa a competência originária da Suprema Corte para apreciar a questão (pois a a Constituição Americana só reconhecia competência de apelação nos casos não indicados por ela como de competência originária), assim declarou-se incompetente para apreciar o mandamus. Detalhe histórico: Marshall foi secretário de John Adams. 
(B) Noções gerais. (i) É realizado por qualquer juiz ou tribunal do Poder Judiciário (ii) Verifica-se em um caso concreto (iii) A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei é causa de pedir (fundamento) da demanda, por isso chamado de controle pela via de exceção ou defesa. 
(C) Cláusula de Reserva de Plenário ou Full Bench. O art. 97 da CF estabelece que “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. É verdadeira condição de eficácia jurídica à declaração de inconstitucionalidade em controle difuso pelos Tribunais. Ocorre a cisão funcional de competência no plano horizontal - verificada a existência de questionamento incidental sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo, órgãos fracionários (câmara ou turma), caso a acolham, devem suscitar questão de ordem e remeter a sua análise ao pleno ou órgão especial daquele respectivo tribunal. Isso não ocorre no STF – Pleno julga tudo. O NCPC prevê o incidente de arguição de inconstitucionalidade (arts. 948 a 950). Havendo decisão do pleno ou do órgão especial do respectivo tribunal ou do plenário do STF, dispensa a observância da cláusula (art. 481 CPC73 e 949 do NCPC e STF, Rcl 17185, j. 30.09.14). Fundamentos: racionalidade princípio da celeridade e da segurança jurídica.Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto (há um texto normativo com múltiplos significados, e um deles (ou muitos deles) estão eivados de inconstitucionalidade). Nesta hipótese, o órgão fracionário deve encaminhar a questão constitucional ao plenário/órgão especial; não se poderia dizer que houve interpretação conforme? Tema controverso na doutrina, mas o STF entende pela não aplicação da cláusula de reserva de plenário (full bench) na hipótese de interpretação conforme à Constituição, pois a hipótese não se identifica com a declaração de inconstitucionalidade da norma a que se refere o art. 97 da CF, já que mantida a norma (in verbis: STF, RE n. 460.971, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 30.03.2007). (Marcelo Novelino) Cláusula de reserva de plenário deve ser observada não apenas no controle difuso, mas também no concentrado, pois a Lei n. 9.868/99 exigiu o quorum de sessão de 8 ministros (art. 22) e quórum de votação de 6 (art. 23). A observância da cláusula não é necessária: para reconhecimento da constitucionalidade (princípio da presunção de constitucionalidade das leis); na interpretação conforme a constituição, já que não se declara a lei inconstitucional ou se afasta a sua aplicação (ARE n. 854.606-PE, Rel. Min. Roberto Barroso); nas decisões de juízes singulares; nas decisões das turmas recursais dos juizados especiais, pois não são Tribunais e não funcionam sob regime de plenário ou de órgão especial; na não-recepção de normas anteriores à Constituição, pois há análise de direito intertemporal e não juízo de constitucionalidade, que apenas ocorre quando o parâmetro é norma da Constituição em vigor (CF88) (lembrando que a recepção exige: compatibilidade formal e material com a constituição antiga, compatibilidade apenas material com a constituição nova); no indeferimento de cautelar; na declaração de inconstitucionalidade das turmas do STF quando julgam RE. A inobservância desta cláusula, salvo no caso das exceções supramencionadas, acarreta a nulidade absoluta da decisão proferida pelo órgão fracionário. A norma declarada inconstitucional pelo plenário é dotada de vinculação horizontal, atingindo os órgãos fracionários do tribunal, embora não vincule juízes de 1º grau e nem outros órgãos do poder judiciário. Segundo o STF, o deferimento de medida liminar, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, por maioria simples dos membros de Órgão Especial de Tribunal de Justiça não viola artigo 97 da CF mas art. 10 da 9.868/99. (STF, Rcl 10.114-AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-12-2013, Plenário).
(D) Efeitos da decisão no controle difuso. Em regra, a decisão é inter partes e ex tunc (efeitos retroativos desde a edição da lei), uma vez que a lei em discussão se torna nula somente para as partes em litígio, em razão de sua não aplicação no caso concreto. 
(E) Possibilidade de modulação de efeitos em controle difuso. (i) Pelo STF é pacífica a possibilidade - por questões de razoabilidade e atendido o princípio da proporcionalidade, podem ser mitigados, sendo ex nunc ou pro futuro (art. 27 da lei . 9868/99), inclusive na via de embargos de declaração (v. Info 515). (ii) Por outros tribunais e juízos monocráticos - a questão não é pacífica, não havendo norma a disciplinar o tema. Tal procedimento poderia levar à insegurança jurídica diante da modulação por um tribunal e não modulação por outro em casos análogos. De outro lado, permitir o mais (declarar a inconstitucionalidade com efeito ex tunc) e não permitir a modulação parece atentar contra a essência do controle difuso, já que o reconhecimento da inconstitucionalidade não é de competência exclusiva do STF. Outro argumento contrário à modulação de efeitos por juízes singulares é a exigência legal de quórum diferenciado, sendo forçoso reconhecer que a possibilidade de aplicação, por analogia, do art. 27 da Lei nº 9.868/99 ao controle difuso, é autorizada apenas quando da sua realização pelo STF
(F) Possibilidade de efeitos erga omnes no controle difuso e procedimento do art. 52, inciso X, da CF. Excepcionalmente, poderá ter efeitos erga omnes, produzindo efeitos em relação a terceiros, caso o Senado suspenda, no todo ou em parte, a execução da lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF no controle difuso (art. 52, inciso X, da CF). É entendimento majoritário que o efeito erga omnes será apenas a partir da publicação da resolução do Senado na Imprensa Oficial (ex nunc), exceto em relação à Administração Pública Federal direta e indireta, para a qual a resolução do Senado produz efeitos ex tunc, consoante art. 1º, § 2º, do Decreto nº 2.346/97. Objeto de suspensão pelo Senado: leis federais, estaduais, territoriais, distritais ou mesmo municipais que forem declaradas inconstitucionais pelo STF. O Senado NÃO pode ampliar, restringir ou interpretar a extensão da decisão do STF. Discricionariedade e conveniência do Senado: o Senado não está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF, em respeito ao princípio da separação de poderes. Papel do Senado no controle incidental: o instituto, hoje previsto no art. 52, X, surgiu para suprir a falta do stare decisis no Brasil (é o stare decisis que empresta eficácia vinculante às decisões proferidas pelas Cortes Superiores no Direito norte-americano).
(G) Teoria da transcendência dos motivos determinantes subjacentes à declaração de inconstitucionalidade proferida no controle difuso. Segundo essa teoria, defendida por Gilmar Mendes, em razão da força normativa da Constituição e do papel do STF como guardião da Lei Maior, a quem cabe dar a última palavra acerca da interpretação constitucional, toda vez que se manifestasse sobre a constitucionalidade de uma lei, seja em controle difuso ou concentrado, não apenas Alguns doutrinadores (especialmente Gilmar Mendes) rumam para uma nova interpretação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso e entendem que não apenas o dispositivo, mas também os fundamentos da decisão (ratio decidendi), deveriam ter caráter erga omnes e efeitos vinculantes, expandindo-se para além do processo em que foram prolatado. Dessa forma, o sistema de controle difuso de constitucionalidade aproxima-se do sistema concentrado, configurando a chamada abstrativização do controle difuso. Principais argumentos: (i) a força normativa da Constituição, (ii) o princípio da supremacia da Constituição e a sua aplicação uniforme a todos os destinatários, (iii) o STF enquanto guardião da Constituição e seu intérprete máximo, e (iv) a dimensão política das decisões do STF. Nesse contexto, Gilmar Mendes entende que o art. 52, X, da CF teria passado por uma mutação constitucional, e atualmente o papel do Senado seria apenas o de conferir publicidade, de forma obrigatória, à decisão do STF, perdendo a discricionariedade para tanto, vez que a decisão do STF já teria eficácia erga omnes no controle incidental. Caso concreto (Rcl 4335): inconstitucionalidade da lei de crimes hediondos (vedação à progressão de regime) foi proferida pelo STF em HC. Um juiz declarou que não seguiria a decisão do STF, por não ser vinculante e ter efeitos inter partes. Foi ajuizada uma reclamação ao STF, finalmente julgada em 20.03.2014 e o STF concluiu pelo não acolhimento da teoria da abstrativização do controle difuso e que não houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF88. Para a maioria dos ministros, a decisão em controle difuso continua produzindo, em regra, apenas efeitos inter partes e o papel do Senado é o de amplificar essa eficácia, transformando em eficácia erga omnes. (Rcl. 4335, j. 20.03.14) O STF também não acolhe a teoria da transcendência dos motivos determinantes, mas a teoria restritiva, segundo a qual apenas o dispositivo da decisão possui efeito vinculante, não sendo cabível reclamação (STF, Plenário, Rcl 8168, j. 19.11.2015).
(H) Objetivação do recurso extraordinário e eficácia expansiva. Apesar de não aceitar as teorias da transcendência dos motivos determinantese da abstrativização do controle difuso, o STF reconhece a eficácia expansiva dos precedentes em controle difuso, já que vários institutos foram aos poucos sendo introduzidos no processo subjetivo de controle incidental, como repercussão geral, possibilidade de elaboração de súmula vinculante, modulação de efeitos no controle difuso, fazendo com que esse instrumento estenda seus efeitos para além das partes do caso decidido, exercendo função de defesa da ordem constitucional objetiva. No julgamento da repercussão geral no recurso extraordinário (art. 543-A, CPC, art. 1035 NCPC), por exemplo, possibilidade de julgamento por amostragem na hipótese de multiplicidade de recursos com fundamentos em idêntica controvérsia (art. 543-B, art. 1036 NCPC), bem como a participação de amicus curiae. 
(I) Controle difuso em sede de ação civil pública. A ACP não pode ser ajuizada como sucedâneo de ADI e o art. 16 da Lei nº 7347/1985 (ACP) estabelece que a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, ainda que nos limites da competência territorial do órgão prolator, o que evidencia que os efeitos ultrapassam as partes envolvidas no litígio. Contudo, isso não ocorrerá no caso de controle difuso, pois a controvérsia constitucional é mera questão prejudicial (incidental), indispensável à resolução do litígio do objeto principal, que deve ser uma específica e concreta relação jurídica. 
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. Quando a análise de constitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público é realizada em um único tribunal. No caso do Brasil, pelo STF.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ADI GENÉRICA Conceito. Ação que tem por objeto principal a própria declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em tese. Objeto. (a) Leis (art. 59 da CF): emendas constitucionais (por emanarem do poder constituinte derivado reformador), leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias (por terem força de lei, mas desde que em plena vigência, ou seja, não convertidas ainda em lei ou não tendo perdido a sua eficácia por decurso de prazo), decretos legislativos e resoluções (esses dois últimos somente se estiverem revestidos de generalidade e abstração), leis orçamentárias. (b) Atos normativos: qualquer ato revestido de indiscutível caráter normativo: b.1) resoluções administrativas dos Tribunais; b.2) os regimentos internos dos Tribunais. Ayres Britto: regimentos internos possuem natureza dúbia - natureza de atos primários, quando dispõem sobre competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e administrativos de cada qual deles (tribunais); e de atos secundários, quando dispuserem sobre o dever de observância das normas de processo e das garantias processuais das partes. b.3) deliberações administrativas dos órgãos judiciários; b.4) as deliberações dos Tribunais Regionais do Trabalho (salvo as convenções coletivas de trabalho); b.5) medidas provisórias: os requisitos da relevância e urgência somente podem ser apreciados em casos excepcionais (ADI 2.213 – etc). As medidas provisórias para abertura de créditos orçamentários extraordinários podem ser objeto de controle concentrado quanto aos requisitos da imprevisibilidade e urgência (art. 62, c/c art. 167, §3º), na forma do decidido pelo STF na ADI 4.048-MC. b.6) resoluções do Conselho Internacional de Preços (ADin 8-0/DF); b.7) resoluções do Senado Federal (art. 52, VII, VIII e IX e art. 155, § 2º, V, alíneas a e b, todos da Constituição Federal); b.8) decreto - regulamento autônomo - (art. 84, VI, CF); b.9) resolução do Conselho Nacional de Justiça; b.10) resolução do TSE; b.11) leis orçamentárias: excepcionalmente, se se demonstrar que referida lei tem certo grau de abstração e generalidade, o STF tem admitido seja ela objeto de controle abstrato de constitucionalidade (ADI 2.925/DF, em 2003). No caso de MP sobre crédito extraordinário, o STF admitiu o controle. Razões: a) CF não diferencia as leis, e sim tão-somente os atos (só cabem atos normativos); b) possibilidade tanto de se formular uma lei de efeito concreto de forma genérica e abstrata quanto de se apresentar como lei de efeito concreto regulação abrangente de um complexo mais ou menos amplo de situações. In verbis: MEDIDA CAUTELAR NA ADI N. 4.048-DF: (...) II. Controle abstrato de constitucionalidade de normas orçamentárias. Revisão de jurisprudência. O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de constitucionalidade. III (...). (Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 14.15.2008). Exemplos já julgados pelo STF em que cabe ADI: Resolução do Secretário de Segurança Pública do Estado do Piauí (ADI3731), Portaria 17/2005, da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão (ADI3691), Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça (MS25962), Resolução do TSE (ADIs 3999 e 4086), Resolução Nº 75/95 da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ADI 1372). Ato normativo primário = retira sua validade da própria CF (daí podendo inovar no ordenamento e, por conseguinte, ser objeto de controle de constitucionalidade). (c) Tratados internacionais (qualquer deles): c.1) Tratados internacionais sobre direitos humanos e aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos de seus respectivos membros (art. 5, § 3º, da CF) equivalem a emendas constitucionais e, portanto, podem ser objeto de controle de constitucionalidade. c.2) Tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados pela regra anterior à EC 45/2004 têm natureza supralegal (porém infraconstitucional) e, portanto, podem ser objeto de controle de constitucionalidade (RE 466.343); c.3) Tratados internacionais de natureza diversa equivalem a meras leis ordinárias e podem, portanto, ser objeto de controle de constitucionalidade. (d) Políticas públicas: desde que configurada evidente e arbitrária abusividade governamental, em violação a concretização dos direitos mínimos existenciais do ser humano (direitos sociais, econômicos e culturais), devendo ainda se verificar, no caso concreto, a razoabilidade da pretensão, bem como a disponibilidade financeira do Estado. O controle concentrado de constitucionalidade de políticas públicas, em verdade, analisa os instrumentos normativos nas quais estão delineadas, de sorte que devem se enquadrar em uma das hipóteses presentes nas letras e itens anteriores. Não podem ser objeto de controle concentrado. (A) Súmulas: por não possuírem grau de normatividade qualificada pela generalidade e abstração, mesmo no caso de súmula vinculante. No caso de SV, há procedimento de revisão, na forma da Lei nº 11.417/2006. Obs: também não cabe ADPF. "A arguição de descumprimento de preceito fundamental não é a via adequada para se obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante." (ADPF 147-AgR, j. 24-3-2011, ADPF 80-AgR) (B) Regulamentos ou decretos regulamentares expedidos pelo Executivo e demais atos normativos secundários: por não estarem revestidos de autonomia jurídica. Trata-se de questão de legalidade - inobservância do dever jurídico de subordinação normativa à lei. Decreto que não regulamente lei alguma: poderá haver ADI para discutir observância do princípio da reserva legal (Chamados Decretos autônomos) ADI 3.731-MC Min. Cezar Peluso (C) Normas constitucionais originárias: são sempre constitucionais, devendo os aparentes conflitos entre as suas normas ser harmonizados através de uma interpretação sistemática do caso concreto (princípio da unidade, concordância prática); (D) Normas anteriores à Constituição: são recepcionadas, ou não, e, nesse caso, são revogadas, pelo novo ordenamento jurídico, não se podendo falar em inconstitucionalidade superveniente. (Conflito de leis no tempo, e nãohierárquico). A ADPF pode ser utilizada para, de forma definitiva e com eficácia geral, solver controvérsia relevante sobre a legitimidade do direito ordinário pré-constitucional em face da nova Constituição. Há discussão sobre a possibilidade de modulação da decisão de declaração de não recepção de norma perante à CF, tendo por base o previsto no art. 27 da lei nº 9.868/99. Celso de Mello entende que não (RE-AGr 353.508 2007), Gilmar Mendes, em seu voto, defendeu que sim. Pedro Lenza entende ser cabível, pois o próprio STF aceita a tese da norma ainda constitucional (ação civil ex delicto). (E) Atos estatais de efeitos concretos (aceita, todavia, o controle sobre atos de efeitos concretos editados sob a forma de lei): por não possuírem densidade jurídico-material (densidade normativa). Obs: Salvo no que tange à Lei orçamentária que o STF aceita o controle concentrado. O STF distinguiu ato de efeitos concretos de atos de efeitos concretos editados sob forma de lei. A matéria, por ter sido delineada no bojo de medida cautelar, ainda não está consolidada. INFO 527 de 07 de outubro de 2008. (F) Atos normativos já revogados ou de eficácia exaurida: porque a sua eventual declaração teria valor meramente histórico. Revogação ou a perda de vigência da lei ou ato normativo ocorrer no curso da ação de inconstitucionalidade. Entende o STF pela perda do objeto, com a prejudicialidade da ação, devendo os efeitos residuais concretos que possam ter sido gerados pela aplicação da lei ou ato normativo não mais existente ser questionados por intermédio do controle difuso de constitucionalidade. Gilmar Mendes tem posição diferente: princípios da máxima efetividade e da força normativa da CF (minoritário) Obs: o STF já afastou a prejudicialidade da ADI em casos nos quais restou configurada a tentativa de fraude processual por meio da revogação da lei após o ajuizamento da ADI (ADI 3232 e 3306) e na ADI 4426 em razão da singularidade do caso. Ou seja, o STF vem entendendo que a fraude processual impede o reconhecimento da prejudicialidade da ADI. Atenção: seguinte julgado do STF em 2015 que contradiz a jurisprudência - EMB. DECL. NA ADI N. 3.106-MG, RELATOR: MIN. LUIZ FUX “A revogação da norma objeto de controle abstrato de constitucionalidade NÃO gera a perda superveniente do interesse de agir, devendo a Ação Direta de Inconstitucionalidade prosseguir para regular as relações jurídicas afetadas pela norma impugnada. Precedentes do STF: ADI nº 3.306, rel. Min. Gilmar Mendes, e ADI nº 3.232, rel. Min. Cezar Pelluso”. (G) Respostas emitidas pelo Tribunal Superior Eleitoral às consultas que lhe forem endereçadas (AS RESOLUÇÕES DO TSE SÃO PASSIVEIS DE ADI): por se tratar de ato de caráter meramente administrativo, não possuindo eficácia vinculativa aos demais órgãos do Poder Judiciário. (H) A divergência entre a ementa da lei e o seu conteúdo: não é suficiente para configurar afronta à CF. Obs.: A posterior ab-rogação ou derrogação, com sua substancial alteração, da Constituição, por afetar o próprio paradigma (parâmetro) de confronto invocado no processo de controle concentrado de constitucionalidade, configura hipótese caracterizadora de prejudicialidade da ação, em virtude da evidente perda superveniente de seu objeto (Celso de Mello). MUDANÇA DE POSICIONAMENTO - Essa era a regra, todavia no julgamento da Questão de Ordem na ADI 2158, o STF rejeitou a preliminar de prejudicialidade, mesmo tendo havido a modificação no parâmetro de confronto. O fundamento, correto em suas bases estruturais, é no sentido de que não se pode deixar às vias ordinárias à solução de problemas que podem ser resolvidos de forma mais eficiente, eficaz e segura, no âmbito do controle concentrado de constitucionalidade. Parâmetro de controle e o conceito de bloco de constitucionalidade. Diz respeito à identificação do próprio conceito de Constituição, que servirá de parâmetro para aferir constitucionalidade das demais normas jurídicas do sistema. Em suma: é tudo que pode servir de parâmetro no controle de constitucionalidade. Nesse sentido, duas posições: A ampliativa engloba não somente as normas formalmente constitucionais, expressamente positivadas, mas também os princípios não escritos, bem como os valores suprapositivos, principalmente aqueles que norteiam e fundamentam a própria Constituição. Por sua vez, a restritiva considera apenas as normas e os princípios formalmente expressos na Constituição escrita e positivada. A jurisprudência brasileira, incluindo o STF - uma tímida tendência ampliativa, utilizando como paradigma de confronto normas e princípios, ainda que não expressamente contidos no texto constitucional, mas dele diretamente decorrentes. EC 45/2004 - ampliação, no direito brasileiro, do bloco de constitucionalidade – estabeleceu um novo parâmetro de controle (norma formal e materialmente constitucional), qual seja, os tratados internacionais de direitos humanos (art. 5º, § 3º, da CF), aprovados com quórum de emendas constitucionais. COMPETÊNCIA. Lei ou ato normativo federal ou estadual em face da CF: competência do STF;. Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da CE: competência do TJ local; Observe-se que, na hipótese de tramitação simultânea de ações, uma buscando declarar a inconstitucionalidade de lei estadual perante o STF (confronto em face da CF) e outra perante o TJ local (confronto em face da CE), tratando-se de norma repetida da CF na CE, dever-se-á suspender o curso da ação proposta no TJ local até o julgamento final da ação intentada perante o STF. Lei ou ato normativo municipal em face da CF: não há controle concentrado, só difuso. Há, porém, a possibilidade do ajuizamento de ADPF. Lembre-se, contudo, de que, em caso de haver repetição de norma da CF pela CE, apesar de incabível o controle de constitucionalidade perante o STF, será perfeitamente possível perante o TJ local, confrontando-se a lei municipal em face da CE que repetiu norma da CF. Lei ou ato normativo distrital de natureza estadual em face da CF: competência do STF. Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal em face da CF: não há controle concentrado, só difuso. Há, porém, a possibilidade do ajuizamento da ADPF. Lei ou ato normativo distrital em face da Lei Orgânica Distrital: competência do TJDFT local. Previsão na lei nº 11.697/2011. IMPORTANTE! Lei ou ato normativo municipal em face da Lei Orgânica do Município: Não há controle de constitucionalidade, tratando-se, pois, de simples caso de controle de legalidade. LEGITIMIDADE. Consoante o art. 103, da CF/88, são legitimados para a propositura de ADI perante o STF, para se questionar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual em face da própria CF, os seguintes: a)Presidente da República (Legitimação Ativa Universal e Capacidade Postulatória); b)Mesa do Senado Federal (Legitimação Ativa Universal e Capacidade Postulatória); c)Mesa da Câmara dos Deputados (Legitimação Ativa Universal e Capacidade Postulatória); Observe-se que a Mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para a propositura de ADI. d)Mesa das Assembleias Legislativas ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Legitimação Especial, na qual se deve demonstrar pertinência temática, ou seja, o seu interesse na propositura da ação relacionado a sua finalidade institucional, e Capacidade Postulatória); e)Governadores de Estado ou do Distrito Federal (Legitimação Especial); ADI 1663 Agr/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, 24.4.2013 INFORMATIVO 703 – EM SUMA: ESTADO-MEMBRO NÃO DISPÕE DE LEGITIMIDADE PARA INTERPOR RECURSO EM CONTROLE ABSTRATO, AINDA QUE A ADI TENHA SIDO AJUIZADA PELO GOVERNADOR (NA VERDADE, NENHUMA PESSOA, FORA AS LEGITIMADAS, TEM TAL PODER. MESMA INTELIGÊNCIA QUE NEGA POSSIBILIDADE DE RECURSO AO AMICUS CURIAE). f)Procurador-Geral da República (Legitimação Ativa Universal e Capacidade Postulatória); g)Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (Legitimação Ativa Universal e Capacidade Postulatória); h)Partido Político com representação no Congresso Nacional (Legitimação AtivaUniversal – necessita de advogado. Segundo o STF, a representação do partido político é preenchida com a existência de apenas um parlamentar, em qualquer das Casas Legislativas. Ademais, a representação do partido político na ação dar-se-á pelo Diretório Nacional ou pela Executiva do Partido, de acordo com a sua constituição, não se admitindo a legitimidade ativa ao Diretório Regional ou Executiva Regional, na medida em que não podem agir nacionalmente. Por sua vez, o novo entendimento do STF é no sentido de que a perda de representação política do partido no Congresso Nacional posterior ao ajuizamento da ação, esse sim momento em que o partido político deva estar devidamente representado, não mais extingue a sua legitimidade ativa, não sendo, destarte, óbice ao prosseguimento da ação Por fim, lembre-se ainda de que o STF tem entendido ser imprescindível a presença de advogado para que esses legitimados possam propor ação de controle concentrado de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual perante o STF. (ADI 131 / RJ - RIO DE JANEIRO 1989 DICA! CEP (CONFEDERAÇÃO, ENTIDADE DE CLASSE E PARTIDOS – necessitam de advogado). i)Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional (Legitimação Especial, na qual se deve demonstrar pertinência temática, ou seja, o seu interesse na propositura da ação relacionado a sua finalidade institucional – necessita de advogado Entidades de classe: devem ser compreendidas apenas como categoria profissional, organizadas em, pelo menos, 09 Estados da Federação (aqui se utiliza analogicamente a lei dos partidos políticos 9096/95, exigindo 1/3 dos estados da federação). Exceção: se a atividade econômica atingir menos Estados – exemplo relacionado ao sal. Obs: Não se considera entidade de classe a reunião de categorias diversas ou permeada por membros vinculados a extratos sociais, profissionais ou econômicos diversificados, cujos objetivos individuais são contrastantes. EX: UNE (ADI 894-DF) CLT art. 534 e 535 = as confederações sindicais devem ser constituídas por, no mínimo, 03 Federações Sindicais (federação = 5 sindicatos). Obs: Central Única dos Trabalhadores - CUT não possui legitimidade ativa para ADI (STF ADI 271) STF, alterando entendimento anterior, passou a admitir o ajuizamento de ADI por Associação de Associação (Ex.: ADEPOL). (ADI 3153). AG. REG. NA ADI N. 4.600-DF, RELATOR: MIN. LUIZ FUX(…) As associações que congregam mera fração ou parcela de categoria profissional por conta de cujo interesse vem a juízo não possuem legitimidade ativa para provocar a fiscalização abstrata de constitucionalidade. Procedimento. Encontra-se previsão nos §§ 1° e 3° do art. 103 da CF/88, nos arts. 169 a 178 do RISTF, bem como na Lei n° 9.868/99. Quando imprescindível a presença de advogado, a procuração deverá ser outorgada com poderes especiais, indicando, ainda, objetivamente, a lei ou ato normativo que estejam sendo levados à apreciação do Judiciário Se a petição inicial for inepta, poderá o relator indeferi-la liminarmente, cabendo contra tal decisão recurso de agravo. Não sendo o caso de indeferimento liminar, regra geral, o relator pede informações aos órgãos ou às entidades das quais se emanou a lei ou o ato normativo impugnado, as quais deverão prestá-las no prazo de 30 dias, a contar do recebimento do pedido. Pode o relator, ainda, sendo relevante, solicitar a manifestação de outros órgãos ou entidades Após as informações, são ouvidos, sucessivamente, o AGU e o PGR, que devem se manifestar, cada qual, no prazo de 15 dias. Sempre se entendeu, ademais, que o AGU deveria, necessariamente, defender o ato impugnado, enquanto o PGR poderia dar parecer tanto favorável quanto desfavorável. Contudo, o STF vem afirmando que o AGU não está obrigado a defender tese jurídica sobre a qual o STF já se pronunciou pela sua inconstitucionalidade. Sobre o papel do AGU: a CF diz que será citado para defender o ato impugnado. Descobriu-se, posteriormente, que muitas vezes há conflito (Presidente ajuíza a ADI e o AGU vai defender?). Para Gilmar Mendes, o AGU não deve ser entendido como parte, e sim como uma instituição que é chamada para se manifestar, podendo dizer o que entende. Hoje, isso se consolidou. Há direito de manifestação, sem obrigatoriedade de defesa do ato impugnado, notadamente quando há um interesse da União na inconstitucionalidade da lei. É basicamente um parecer concorrente ao do PGR. O leading case: exigir da AGU defesa em favor do ato impugnado em casos como o presente, em que o interesse da União coincide com o interesse do autor, implicaria retirar-lhe sua função primordial que é a defender os interesses da União (CF, art. 131). Além disso, a despeito de reconhecer que nos outros casos a AGU devesse exercer esse papel de contraditora no processo objetivo, constatou-se um problema de ordem prática, qual seja, a falta de competência da Corte para impor-lhe qualquer sanção quando assim não procedesse, em razão da inexistência de previsão constitucional para tanto. (ADI 3916/DF). Participação do amicus curiae: é permitida, ainda que excepcionalmente, e desde que o relator considere a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, a manifestação de outros órgãos ou entidades. Para o STF, o seu ingresso é admitido até a entrada do processo na pauta. Para o STJ, apenas até ANTES DO JULGAMENTO. O STJ tem entendido que, segundo o § 4º do art. 543-C do CPC, bem como o art. 3º da Resolução 8/2008 do STJ, admite-se a intervenção de amicus curiae nos recursos submetidos ao rito dos recursos repetitivos somente antes do julgamento pelo órgão colegiado e a critério do relator (EDcl no REsp 1.120.295-SP, Primeira Seção, DJe 24/4/2013) Se houver necessidade de esclarecimentos de matéria ou de circunstância de fato ou houver notória insuficiência de informações existentes nos autos, pode o relator requisitar outras, designar perito para emitir parecer sobre a questão, ou designar audiência pública para ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. Art. 9º, § 1º, da Lei nº 9.868/99. E pode ainda o relator solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais Federais e aos Tribunais Estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição. A declaração de inconstitucionalidade será proferida pelo voto da maioria absoluta dos membros do STF (mínimo de 6), observado ainda o quorum necessário para a instalação da sessão de julgamento (mínimo de 8). Arts. 22 e 23 da Lei n° 9.868/99. QUORUM INSTALAÇÃO = 8 MINISTROS. QUORUM DELIBERAÇÃO = 6 MINISTROS. Ressalte-se ainda que sobre o controle de constitucionalidade não recai qualquer prazo prescricional ou decadencial, uma vez que atos inconstitucionais jamais se convalidam pelo mero decurso do tempo. (princípio da nulidade das leis inconstitucionais – It is not law at all). Outrossim, não se admite assistência jurídica a qualquer das partes, nem intervenção de terceiros, ressalvados nos caso já citados em que o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, admite a manifestação de outros órgãos ou entidades. Por fim, é vedada a desistência da ação já proposta (art. 5°, caput, da Lei n° 9.868/99), bem como é irrecorrível (salvo a interposição de embargos declaratórios) e irrescindível a decisão proferida (art. 26 da Lei n° 9.868/99). IMPORTANTE! Não se aplicam prazos diferenciados para fazenda pública. Causa de pedir aberta: em vista da natureza objetiva da ação de controle concentrado de constitucionalidade, não fica o STF condicionado à causa petendi apresentada pelo postulante, mas apenas ao seu pedido, motivo pelo qual ele poderá declarar a inconstitucionalidade da norma impugnada por teses jurídicas diversas. Medida cautelar na ADI: será concedida, salvo no período de recesso, por decisão da maioria absoluta dos membros do STF, observado o quorum mínimo para a sua instalação, após a audiência, exceto nos casos de excepcional urgência, dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativoimpugnado, que se pronunciarão no prazo de 5 dias. Se o relator ainda julgar indispensável, serão ouvidos o AGU e o PGR, no prazo de 3 dias cada. Art. 10, caput e §§, da Lei nº 9.868/99. E ainda é facultada a sustentação oral aos representantes judiciais da parte requerente e dos órgãos ou autoridades responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida pelo RISTF. Procedimento “sumário” (art. 12): em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá o relator, após a prestação das informações, no prazo de 10 dias, e a manifestação do AGU e do PGR, sucessivamente, no prazo de 5 dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. Art. 12 da Lei nº 9.868/99. Medida cautelar: dotada de eficácia contra todos (erga omnes), será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa (ex tunc). O caráter vinculante da decisão cautelar será aferido pelo STF na análise do caso. Gilmar Mendes defende a existência do efeito vinculante na Cautelar em ADI, eis que opera no plano da vigência da lei atacada. Ademais, a concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente (EFEITO REPRISTINATORIO TÁCITO NA CAUTELAR), salvo expressa manifestação em sentido contrário. Art. 11, §§ 1º e 2º, da Lei nº 9.868/99 (efeito repristinatório). Obs.: o indeferimento da cautelar, embora preserve a lei, não ampara reclamação (Rcl 3267, j. 21/10/09). Efeitos da decisão. A ação em comento possui caráter dúplice ou ambivalente, nos termos do art. 24 da Lei nº 9.868/99, segundo o qual: Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. Regra geral, a decisão proferida na ADI possui os seguintes efeitos: a)erga omnes; b)ex tunc; c)efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Judiciário e à Administração de todos os entes políticos. Obs.: não vincula o Poder Legislativo quanto ao desempenho de sua atividade legiferante, sob pena de fossilização constitucional. Modulação: Contudo, excepcionalmente, por motivos de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por manifestação qualificada de 2/3 de seus membros (8 Ministros), declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo sem a pronúncia de sua nulidade, restringindo os efeitos da referida declaração ou decidindo que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, ou seja, atribuindo-lhe efeito ex nunc, nos termos do art. 27 da Lei nº 9.868/99. Nesse último caso, os referidos efeitos só se iniciarão a partir do trânsito em julgado da decisão (e não a partir da publicação da ata de julgamento no DJU). QUORUM MODULAÇÃO DE EFEITOS = 2/3. EFEITOS DA DECISÃO = SÓ A PARTIR DO TRANSITO EM JULGADO. Efeitos temporais da declaração de inconstitucionalidade. Coisa julgada inconstitucional. Súmula 343/STF. Colisão entre Segurança jurídica e autoridade do poder judiciário X Força normativa da constituição, princípio da máxima efetividade das normas constitucionais e isonomia. A eficácia normativa da decisão do STF no controle concentrado (retirar ou manter determinada norma no ordenamento jurídico) tem efeito ex tunc, operando, em regra, de forma retroativa. Já a eficácia executiva (efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal) tem efeito ex nunc, a partir da publicação do acórdão do STF no Diário Oficial (art. 28 da Lei n. 9.86899). Em outras palavras, terceiros só devem respeito à decisão após sua publicação. Assim, o efeito vinculante não atinge os atos passados, sobretudo a coisa julgada, sendo que a sentença apenas pode ser desconstituída mediante ajuizamento de ação autônoma de impugnação (ação rescisória proposta no prazo decadencial de 2 anos) (STF, RE 592912, j. 03.04.12). Se a sentença foi proferida de forma contrária a posicionamento já adotado pelo STF em controle concentrado sobre a constitucionalidade de lei, com base no efeito erga omnes e caráter vinculante, a sentença pode ser desconstituída por rescisória, pois o julgador já deveria ter seguido o posicionamento do STF. Porém, se a sentença foi proferida com base na jurisprudência do STF vigente à época e, posteriormente, esse entendimento foi alterado (ou puder ser alterado), não se pode dizer que essa decisão impugnada tenha violado literal disposição de lei. Desse modo, não cabe ação rescisória em face de acórdão que, à época de sua prolação, estava em conformidade com a jurisprudência predominante do STF (STF. Plenário. AR 2199/SC, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/4/2015, Info 782). IMPORTANTE! O STF aplicando a ponderação dos interesses, aceitou a relativização da coisa julgada ainda que depois do prazo da rescisória, no caso de DNA para investigação de paternidade (prevalênica do direito fundamental à busca da identidade genética como manifestação do direito da personalidade) (RE n. 363889, c repercussão geral). Início da eficácia da decisão que declara a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. Em regra, a decisão tem eficácia (eficácia normativa) já a partir da publicação da ata de julgamento no DJU. Exceção: quando STF modula efeitos; caso da ADI (emenda dos precatórios). 
PECULIARIDADES DAS DECISÕES NO CONTROLE CONCENTRADO
1. Teoria da inconstitucionalidade por arrastamento ou atração ou inconstitucionalidade consequente de preceitos não impugnados ou inconstitucionalidade consequencial ou inconstitucionalidade consequente ou derivada Julgada inconstitucional determinada norma principal, em processo de controle concentrado de constitucionalidade, poderá haver também declaração subsequente de inconstitucionalidade de outras normas que com aquela guardem correlação, conexão ou interdependência. Trata-se, sem dúvida, de verdadeira exceção à regra de que o juiz deve se ater aos limites da lide fixados pelas partes. Essa contaminação pode se dar também em relação a decreto que se fundava em lei declarada inconstitucional. Fala-se, de outra forma, em: a) Declaração de nulidade total em virtude de uma dependência unilateral: verifica-se quando o Tribunal constata que uma parte da lei é inconstitucional e que a parte hígida, por ser dependente, não pode subsistir. b) Declaração de nulidade total em virtude de dependência recíproca: ocorre quando a disposição inconstitucional é parte de um complexo normativo que perderia seu sentido e sua justificação se determinada parte ou uma parte central fosse retirada ou subtraída.
2. Lei ainda constitucional ou inconstitucionalidade progressiva ou declaração de constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade. Considera-se que uma lei, em virtude das circunstâncias de fato, pode vir a ser inconstitucional, não o sendo, porém, enquanto essas circunstâncias de fato não se apresentarem com a intensidade necessária para que se tornem inconstitucionais. Ex.: artigo 68 do CPP (ação civil ex delicto) e prazo em dobro para defensoria no processo penal: leis ainda constitucionais e que estão, em trânsito, progressivamente, para a inconstitucionalidade, à medida que as Defensorias Públicas forem sendo efetiva e eficazmente instaladas. Na verdade, o caso do referido artigo 68 seria de recepção ou não pela CF/88 e, por conseguinte, de sua revogação ou vigência, e não de inconstitucionalidade. 
3. Apelo ao legislador (Direito alemão). A lei ainda é constitucional, mas que por uma realidade fática indesejada está se tornando inconstitucional, então é feito um apelo ao legislador para que ele melhore a lei sob pena de ser declarada inconstitucional. Há uma correlação com a inconstitucionalidade progressiva, às avessas. Pode decorrer, por exemplo, da mutação constitucional quanto à interpretaçãode um parâmetro de controle.
A decisão é de improcedência (lei constitucional), porém há um obiter dictum (fundamento não vinculante) que faz um apelo ao legislador: a lei é ainda constitucional, tomem cuidado porque poderemos mudar de posição no futuro. Foi muito usado na Alemanha em casos de omissão parcial. Note-se que o apelo ao legislador é uma técnica processual.
4. “Inconstitucionalidade circunstancial” ou lei “ainda inconstitucional”. A lei é formalmente constitucional, mas em determinadas circunstâncias a sua aplicação caracterizaria uma inconstitucionalidade. Ou seja, em regra a lei é constitucional. Todavia, levando em conta determinadas circunstâncias no caso concreto pode ser tida por inconstitucional para aquela situação. E.g. ADI 223 (discussão da norma que proíbe tutela antecipada contra a fazenda pública). 
5. Interpretação conforme e declaração de nulidade parcial sem redução de texto. Pressuposto: texto normativo plurisignificativo (não unívoco). O controle concentrado é regido pelo princípio da parcelaridade, segundo o qual é permitido ao STF julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade, apenas expurgando do texto normativo uma única palavra, expressão ou frase, diferentemente do que ocorre com o veto presidencial a um projeto de lei, que só poderá ser de texto integral (princípio da integralidade) de todo um artigo, parágrafo, inciso ou alínea (Art. 66, §2º CF). A interpretação conforme é um método de interpretação sistemática, que pode resultar em várias técnicas de decisão, podendo gerar declaração de inconstitucionalidade ou mesmo acrescer um sentido. Ou seja, a interpretação conforme não está necessariamente relacionada à técnica de decisão que diz que apenas uma interpretação é constitucional. Situação 1: a norma diz que a Administração pode revogar os seus atos. A interpretação conforme pode aditar um sentido: desde que observado o contraditório e a ampla defesa. Situação 2: a norma tributária diz que se aplica imediatamente. A interpretação conforme demanda que a norma só é constitucional se for observado o princípio da anterioridade. A declaração parcial de nulidade sem redução de texto é uma técnica de decisão que exclui determinada interpretação (norma) que se extrai do texto normativo plurissignificativo. Essa técnica é uma subespécie da interpretação conforme a constituição, mas aqui será declarada a inconstitucionalidade sem a redução de texto. ADI = procedente e a ADC = improcedente. Da decisão que reconhece a inconstitucionalidade não decorrerá a redução do texto, mas apenas a exclusão de uma interpretação possível.
Com o tempo, passou-se a adotar a interpretação conforme com o intuito de proteger a lei – a lei é constitucional desde que feita certa interpretação (julgamento de improcedência). Porém, na verdade também havia um julgamento de inconstitucionalidade das outras interpretações. Assim, na declaração de inconstitucionalidade, acabou-se por inevitavelmente caminhar a interpretação conforme em conjunto com a declaração parcial de nulidade sem redução de texto. Há a declaração da inconstitucionalidade das demais interpretações. Ambas devem caminhar juntas. Por isso, o STF fala em julgamento de parcial procedência.
6. Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade. Reconhece-se a incompatibilidade do ato legislativo em face da CF, porém permite-se, em dadas circunstâncias, a continuidade da operância dos seus efeitos ou, ao menos, mantém hígidos aqueles até então produzidos, isto a fim de evitar agressão ainda maior às normas e princípios supralegais.
A declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade permite a continuidade da aplicação da norma até que sobrevenha uma nova e válida deliberação legislativa. Lacunas jurídicas ameaçadoras. 
Alguns casos de declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade referem-se às chamadas LACUNAS JURÍDICAS AMEÇADORAS, que poderiam, em caso de uma pronúncia de nulidade, ter sérias consequências, ensejando mesmo eventual caos jurídico (Gilmar Mendes). A lacuna resultante da declaração de nulidade poderia fazer surgir uma situação ainda mais afastada da vontade constitucional. Advém do Direito alemão, tendo como ponto de partida a busca pela “exclusão do benefício incompatível com o princípio da igualdade”, quando a lei concede benefícios apenas a um grupo de cidadãos, em quebra ao princípio da isonomia. Todavia, a retirada do benefício com a invalidação da lei seria mais prejudicial, não podendo, por outro lado, haver a extensão pelo Poder Judiciário, já que não pode atuar como legislador positivo. 
7. Decisões manipulativas de efeitos ativos. Na concepção dominante do Estado Liberal Clássico, a CF consagra os direitos fundamentais enquanto direitos de caráter negativo, impondo ao legislador, em princípio, um dever de abstenção. Assim, em caso de extrapolação dos limites, haveria declaração de nulidade da lei. A teoria da nulidade era perfeita para resolver os problemas de extrapolação de limites pelo legislador. Com o avanço do Estado Social, o panorama muda, em razão da necessidade de implementação de direitos sociais: o legislador tem um dever de agir. Surge a necessidade do controle da omissão legislativa. E mais: não vai existir só a omissão total, mas também a omissão parcial (atuação incompleta, com proteção deficiente). Nas situações de omissão, notadamente a parcial, a simples declaração de nulidade de uma lei pode agravar o estado de inconstitucionalidade, criando um vácuo normativo. Ex: art. 7º, IV, da CF – lei do salário mínimo.
Nesse sentido, as decisões do Tribunal Constitucional em controle de constitucionalidade, em caso de procedência da ação, podem ser classificadas, quanto aos efeitos, em simples (aquelas em que uma norma inconstitucional é expurgada da ordem jurídica) e manipulativas. As decisões decisões manipulativas seriam, em síntese, aquelas decisões em que a Corte Constitucional não se limita a declarar a inconstitucionalidade de determinada norma, mas age como uma espécie de legislador positivo, modificando o ordenamento jurídico, ao adicionar ou substituir normas, a pretexto de conformá-lo à Constituição. Surgem em caso de omissão parcial do legislador. São decisões que integram ou complementam um regime previamente adotado pelo legislador ou, ainda, quando a solução adotada pelo Tribunal incorpora solução constitucionalmente obrigatória. A adição de textos de conteúdo normativo nessas sentenças representam mais do que uma interpretação conforme. Há uma maior autonomia. Exemplo: MI 670, em que o STF determinou a aplicação, aos servidores públicos, da Lei n. 7.78389, que dispõe sobre o exercício do direito de greve na iniciativa privada, promovendo a extensão aditiva do âmbito de incidência da norma. RMS 22.307, STF entendeu desnecessária lei específica que estendesse a revisão de vencimentos (28,86%) para alcançar servidores públicos não contemplados na lei que disciplinou a revisão, já que se trata de revisão geral, nos termos do art. 37, X, da CF, e determinou de plano o reajuste.
8. O inconcebível fenômeno da fossilização da Constituição. Vinculação do Legislativo às decisões em ADI. As decisões de inconstitucionalidade não atingem o Legislativo, que poderá inclusive legislar em sentido diverso da posição adotada pelo STF, ou até mesmo contrário, sob pena de, em sendo vedada essa atividade, inegável petrificação da evolução social, pois se impediria as constantes atualizações da Constituição, bem como dos textos normativos, sem falar na perda da relação de equilíbrio entre os Poderes. (Haveria a fossilização). Reação legislativaSuperação legislativa da jurisprudência: é possível e legítimo que o Legislativo edite lei incompatível com a jurisprudência do Supremo, não havendo óbice prévio a essa medida. Quando isso é feito por meio de emenda, só haverá inconstitucionalidade se violar as cláusulas pétreas ou o processo legislativo de criação de emenda. Quando realizado por meio lei, há uma presunção relativade inconstitucionalidade, sendo possível, contudo, ao Legislativo demonstrar que houve mudança das circunstâncias fáticas ou jurídicas que ensejaram a superação do precedente do STF (STF, Plenário, ADI 5105, Rel. Min. Luiz Fux, j. 01.10.15, info 801).
9. Município putativo. Eros Grau entendeu que, ainda que a Lei nº 7.619/2000, do Estado da Bahia, que criou o Município de Luís Eduardo Magalhães, tenha violado frontalmente o artigo 18, § 4º, da CF, não seria razoável declará-la inconstitucional. Isso porque o citado Município foi efetivamente criado, por uma decisão política de caráter institucional, assumindo, por conseguinte, existência de fato, como ente federativo dotado de autonomia municipal, há mais de 6 anos, e daí resultando diversos efeitos jurídicos, os quais não podem ser ignorados. Consagrou-se, assim, os seguintes princípios: o da reserva do impossível, o da continuidade do Estado, o federativo, o da segurança jurídica, o da confiança (Karl Larenz), o da força normativa dos fatos (Georg Jellinek), bem como o da situação excepcional consolidada (ante a inércia do Poder Legislativo em não editar a LC). Voto-vista de Gilmar Mendes: a solução do problema não poderia advir da simples decisão da improcedência do pedido formulado, haja vista o princípio da nulidade das leis inconstitucionais, mas que seria possível primar pela otimização de ambos os princípios por meio de técnica de ponderação. Gilmar Mendes fez Eros Grau ajustar seu voto, estabelecendo a inconstitucionalidade da lei, mas com efeito pro-futuro, determinando prazo de 24 meses para a elaboração de lei estadual que fixasse os parâmetros de formação do município, a partir da lei complementar federal prevista no art. 18, §4º, para a qual declararam a inconstitucionalidade por omissão, determinando ao Legislador que a elaborasse em 18 meses. Utilização do art. 27 para evitar o caos jurídico. Adotou-se a técnica da declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade. Foi reconhecida, então, a omissão com apelo ao legislador. Não se pode negar, ainda, que nessa hipótese excepcional foi aceito fenômeno da constitucionalidade superveniente, que permite que uma lei que nasceu viciada venha a se tornar constitucional posteriormente, desde que realizados determinados ajustes ou modificado o parâmetro (obs: em regra não é aceito).É importante observar que a EC 57/2008 buscou convalidar todos os atos de criação de município que possuíam vício formal, numa tentativa de aplicação da constitucionalidade superveniente e afronta à decisão do STF. “Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 57, de 2008).” O STF considerou prejudicada a ação que impugnava a criação do Municópio de Pinto Bandeira/RS em face da edição superveniente da EC 57 (ADI 2381).
Não se pode negar que o CN modificou a decisão do STF que conferia prazo para a correção do vício formal no processo de criação dos municípios, passando a simplesmente afirmar que essas criações, ainda que viciadas, estariam convalidadas. Ocorre que é cediço que inconstitucionalidade é vício insanável. 
10. Princípio da proibição do atalhamento constitucional e do desvio de poder constituinte
Quando o poder constituinte reformado utiliza artifícios para abrandar, suavizar, abreviar, dificultar ou impedir a produção de efeitos de princípios constitucionais.
Caso concreto: art. 2º da EC 52/2006, ao determinar que o fim da obrigatoriedade da verticalização das coligações partidárias fosse aplicável desde as eleições do ano de 2002, já finda, para que, então, pudesse já ser aplicada às próximas eleições de 2006, pretendia burlar a regra constitucional trazida pelo artigo 16 da CF, que consagra o princípio da anualidade, segundo o qual a lei que altera o processo eleitoral entra em vigor na data de sua publicação, porém não se aplica à eleição que ocorra em até um ano da data de sua vigência. Assim, o Ministro Ricardo Lewandowski entendeu que o constituinte reformador incorreu em desvio de poder ou de finalidade, ou seja, expediente mediante o qual se busca atingir um fim ilícito utilizando-se de um meio aparentemente legal. 
A figura do amicus curiae. Regra geral, é vedada a intervenção ordinária de terceiros nos processos de ADI (art. 7º, 9.86899). Excepcionalmente, poderá o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades, nos termos do § 2º do art. 7º da Lei nº 9.868/99 (amicus curiae). Trata-se de verdadeiro fator de legitimação social das decisões da Suprema Corte, na medida em que democratiza o debate constitucional (Celso de Mello). Sua natureza jurídica é de modalidade sui generis de intervenção de terceirosintervenção anômala de terceiros, inerente ao processo objetivo de controle concentrado de constitucionalidade, com características próprias e bem definidas. Há quem entenda que tenha natureza de parte interessadas ou mero colaborador. Algumas considerações gerais acerca do amicus curiae: Cabe ao relator, verificando a presença dos requisitos necessários, admitir ou não a intervenção do amicus curiae. Contudo, ressalte-se que mesmo sendo admitido pelo relator, poderá o Tribunal deixar de referendá-lo, afastando a sua intervenção. A decisão que admite ou não a presença do amicus curiae é irrecorrível, a fim de se evitar tumulto processual (alguns ministros vem aceitando o recurso. Marco Aurélio aceita apenas os Embargos de Declaração e não o agravo. Tema ainda não pacífico). NCPC, no art. 138, diz que é irrecorrível. Requisitos para a admissão do amicus curiae: relevância da matéria e representatividade dos postulantes. Sustentação oral - a partir do julgamento da ADI 2777 QO/SP (j. em 27.11.2003), admite-se a sustentação oral do amicus curiae, editando norma regimental para regulamentar a matéria. Interposição de recurso - não pode interpor recurso contra as decisões proferidas em ação direta, pois para o STF não são cabíveis os recursos interpostos por terceiros estranhos à relação processual nos processos objetivos de controle de constitucionalidade (CASO DOS ESTADOS NA ADI DOS GOVERNADORES) – só caberiam ED’s de sua não admissão, nesses incluídos os que ingressam no feito na qualidade de amicus curiae. O NCPC admite a interposição de embargos e de recurso contra a decisão que resolve o incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 138, §§ 1º e 3º).
Obs.1: não obstante o § 2º do art. 18 da Lei nº 9.868/99 ter sido vetado, admite-se ainda a figura do amicus curiae na ADC, com as ressalvas já apresentadas, em aplicação analógica do art. 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99, considerando se tratar a ADI e ADC de ações dúplices ou ambivalentes. Obs.2: admite-se o amicus curiae em todas as espécies de ações: ADC, ADO, ADPF, ADI interventiva; Obs.3: também, na ADPF, será admitida, em casos excepcionais, bem como desde que configuradas as hipóteses de seu cabimento, a presença do amicus curiae. Obs.4: amicus curiae na ADO: perfeitamente possível, eis que as regras da ADO (LEI 12.063/2009) expressamente autorizam a aplicação do procedimento da ADI. Obs.5: na representação interventiva (art. 36, III) também deve ser aceita a figura do amicus curiae, pois a lei nº 12.562/2011 permite que o relator autorize a manifestação de interessados no processo, mesmo termo usado no art. 6º, da lei 9882/99 ADPF. Logo, excepcionalmente deve ser aceito. Obs.6: ainda se identificam as seguintes outras hipóteses de cabimento do amicus curiae: a) processos de interesse da CVM (artigo 31 da Lei nº 6.385/76); b) processos de interesse do CADE (artigo 118 da Lei nº 12.529/11); c) processos de controle difuso de constitucionalidade (art. 950, § 3º, NCPC; art. 482, § 3º, CPC73); d) processos no âmbito dos Juizados Especiais Federais (artigo14, § 7º, da Lei nº 10.259/01); e) no procedimento de edição, revisão e cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo STF (artigo 3º, § 2º, da Lei nº 11.417/06); f) na análise da repercussão geral no julgamento de recurso extraordinário (art. 1035, § 4º, NCPC; art. 543-A, § 6º, do CPC73, introduzido pela Lei nº 11.418/06); g) Novo Código de Processo Civil disciplinou a figura do amicus curiae, no art. 138, do qual se infere a possibilidade de amicus curiae em qualquer processo, por decisão do juízo, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia. O NCPC diz que o amicus curiae pode ser pessoa natural ou jurídica. Obs.7: Parlamentar na condição de amicus curiae - Pedro Lenza entende ser possível a admissão desde que, presente a situação de relevância da matéria, demonstre atuar como verdadeiro representante ideológico de uma coletividade. Porém, inexiste, por ora, um posicionamento do STF a esse respeito. Alerte-se que o STF não vem aceitando a atuação de pessoa natural na condição de amicus curiae ADI 4.178/GO, mas já se manifestou pela possibilidade desde que desinteressada no feito. Obs 8: Amicus curiae no mandado de segurança: não é admitida (STF, 1ª T, MS 29192, j. 19.08.14), pois no rito do MS não é admitida qualquer modalidade de intervenção de terceiro e, caso admitida a participação do amicus curiae, a celeridade do MS poderia ficar comprometida. Porém, a doutrina defende que, dada a amplitude do amicus curiae no NCPC, é possível a intervenção do amicus curiae em MS (Enunciado n. 249 do Fórum Permanente de Processualistas Civis). 
Reclamação Constitucional. Tem por finalidade garantir a autoridade da decisão proferida, em sede de ADI, pelo STF. Serve também para reafirmar a competência da Corte e observância de sumulas vinculantes. Quando o ato que se alega ter desrespeitado a decisão do STF for judicial, não poderá ele já ter transitado em julgado, pois seria usada como sucedâneo de ação rescisória. Após o julgamento da Reclamação nº 1.880, em 07.11.2002, ampliaram-se os legitimados para a propositura de reclamação, não mais se restringindo ao rol constante no art. 103 da CF e no art. 2º da Lei nº 9.868/99, para considerar legitimados todos aqueles que forem atingidos por decisões dos órgãos do Poder Judiciário ou por atos da Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, municipal e distrital contrários ao entendimento firmado pelo STF, em julgamento de mérito proferido em ADI, em decorrência da eficácia vinculante atribuída as suas decisões (Art. 28, pú da Lei nº 9.868/99 e art. 102, § 2º, da CF, com redação dada pela EC 45/2004). Nessa linha de ampliação do instituto da reclamação, foi introduzido, pela EC 45/2004, o § 3º do art. 103-A, a fim de se exigir também a observância das súmulas vinculantes editadas pelo STF. Natureza jurídica da reclamação. Há controvérsia na doutrina. Algunas autores apontam natureza de ação ou de sucedâneo recursal ou de incidente processual. Para outros, seria medida de Direito Processual Constitucional (José Frederico Marques ou instrumento de caráter constitucional), com dupla finalidade: preservar a competência e garantir a autoridade das decisões. Para Ada Pelegrini, trata-se de simples direito de petição (5º, XXXIV). O STF adotou esse entendimento ao permitir a reclamação no âmbito estadual (TJ). Reconheceu-se que, sendo direito de petição, (1) os Estados podem estabelecer em suas constituições a reclamação para seus tribunais (não seria matéria de direito processual, competência privativa da União); (2) os TRFs poderiam receber reclamações ainda que não exista previsão na CF (há controvérsia na doutrina quanto à possiblidade, já que o STF disse que os Estados poderiam prever em suas constituições; entretanto, todos concordam que, caso admitida, haveria a necessidade de lei, não bastando a previsão no regimento interno, como decidiu o STF no RE 405031, STF, PLENO, j.15/10/08); (3) não se pode exigir custas e honorários (STJ, Rcl 2017); (4) a decisão proferida faz coisa julgada (STF, Rcl 532). Com o NCPC, discussão perdeu o sentido, pois ampliou as hipóteses de cabimento da reclamação, já que agora ela será possível em qualquer tribunal (e não apenas nos Superiores) (ver artigo 988 do NCPC). Reclamação contra turma de juizados especiais para o STJ. Turma Juizado Estadual: CABÍVEL no caso de súmulas e decisões em Repetitivos. Turma Juizado Federal: INCABIVEL = deve utilizar o incidente de uniformização. Nesse sentido: Juizado Especial da Fazenda Pública, rito previsto na Lei 12.153/2009. A lei referida estabelece sistema próprio para solucionar divergência sobre questões de direito material. (...) Nesse contexto, havendo procedimento específico e meio próprio de impugnação, não é cabível o ajuizamento da reclamação prevista na Resolução 12/2009 do STJ. (...) (RCDESP na Rcl 8718/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 22/08/2012, DJe 29/08/2012). Reclamação não é substituto de ação rescisória. Súmula 734 do Supremo: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal”.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – ADC. Conceito. A ADC foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro pela EC 03/93, a qual alterou a redação dos arts. 102 e 103 da CF, sendo regulamentada pela Lei nº 9.868/99. Sua finalidade é declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (apenas federal), transformando uma presunção relativa (iuris tantum) em absoluta (iure et iure) e, por conseguinte, afastando o quadro de incerteza sobre a validade ou aplicação da aludida lei. Objeto. Lei ou ato normativo federal. Não cabe em face de norma estadual. Parâmetro. Competência. A apreciação de ADC é de competência originária do STF (art. 102, inciso I, alínea a, da CF). Legitimidade. São os mesmos legitimados para a propositura da ADI. Procedimento. É praticamente o mesmo seguido na ADI, porém com algumas observações (peculiaridades). A petição inicial deverá indicar: a) o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido; b) o pedido, com suas especificações; e c) a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. E ainda deverá conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de constitucionalidade (art. 14 da Lei nº 9.868/99). A petição inicial será liminarmente indeferida pelo relator, se for inepta, se não for fundamentada, ou ainda se for manifestamente improcedente, cabendo contra essa decisão agravo. O AGU não será citado, uma vez que não há ato ou texto impugnado a ser defendido. Pedro Lenza entende que o AGU deve ser citado, pois a ADC é uma ADI com sinal trocado, logo a improcedência acarreta no reconhecimento da inconstitucionalidade da lei. Por sua vez, será dada vista dos autos ao PGR, que deverá se pronunciar no prazo de 15 dias (art. 19 da Lei nº 9.868/99), sendo que, havendo pedido cautelar, poderá haver decisão sobre a liminar antes da manifestação do PGR. O PGR sempre se manifesta nas ações de controle concentrado. Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, pode o relator requisitar informações adicionais, inclusive, aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria, a serem realizadas no prazo de 30 dias a contar da solicitação do relator (§§ 1º a 3º do art. 20 da Lei nº 9.868/99). A decisão, em sede de ADC, será dada pela votação da maioria absoluta dos membros do STF (6), desde que presente

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