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UNIDADE II TRIBUTO Prof. Msc. FRANCIVALDO DE SOUZA LIMA 1 2 • O tributo modernamente não é mais só visto como um instrumento de arrecadação de receitas para a manutenção do Estado. • Com a evolução deste, evoluiu o tributo, que ganhou novos significados. • No Estado liberal, o tributo se limitava a financiar as atividades estatais. • Não se pedia do Estado uma atuação em atividades que não fossem o mero exercício do poder de polícia. INTRODUÇÃO 3 INTRODUÇÃO • E para isto bastava ao Estado a arrecadação de recursos suficientes para financiar esta atividade. • Com a evolução do Estado liberal para o Estado social e solidário, as atividades estatais passam a ser muito mais numerosas e complexas que no panorama liberal de antes. • Aumentam os serviços públicos a serem providos pelo Estado, e junto aumentam as despesas públicas a ele ligadas. 4 • O Estado passa a ter que aumentar sua arrecadação e, em alguns casos, arrecadar valores diretamente para determinadas atividades, tal como ocorre hoje com a previdência social. • Além do aumento de serviços públicos, é atribuída ao Estado a tarefa de regular e fomentar a atividade econômica. • O Estado, que no inicio apenas mantinha a ordem, agora passa a ter que regulamentar e fomentar a atividade privada, antes livre. INTRODUÇÃO • Encontramos o conceito de Tributo no art. 3° do CTN (Código Tributário Nacional), vejamos: • Art. 3º, do CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. TRIBUTO – CONCEITO 5 6 TRIBUTO – CONCEITO PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA Prestação exigida em moeda, dinheiro “pecuniariu = dinheiro” CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • Os tributos em geral, pagos na forma e prazo normais da extinção da obrigação tributária, somente podem ser quitados em moeda corrente nacional; 7 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • Isso significa que o tributo se forma inicialmente com a prestação, sendo assim é necessário falar em polo ativo e polo passivo, pois a prestação decorre de uma relação jurídica. • Essa relação jurídica tem início com a ocorrência do fato gerador (no sentido doutrinário de hipótese de incidência ) que pode ser observado no art. 114 do CTN. • Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 8 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • Quando nos referimos a “pecuniária”, significa dizer que o objeto dessa relação jurídica (prestação) entre o estado e o contribuinte será o de entregar dinheiro que consiste na Obrigação Tributária Principal, conforme art. 113, 1ª P, do CTN. • Observa-se ainda que o tributo nasce com esse objeto, mas não se extingue apenas com a entrega da coisa (entregar o dinheiro), há outras formas de extinção. 9 10 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. • “…em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,…” • A época de elaboração do Código havia outras maneiras que não fosse o dinheiro para pagar o tributo, conforme art. 162 do CTN e em razão disso a redação do conceito de tributo foi feita com a expressão “cujo valor nela se possa exprimir”. • Portanto isso não significa que a prestação tributária tenha outro objeto que não seja o dinheiro. CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE 11 12 • Art. 162. O pagamento é efetuado: • I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; • II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. • § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. • § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE 13 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150. § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. § 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. COMPULSÓRIA • Seu pagamento é obrigatório, pelo poder coercitivo do Estado, e independente da vontade do contribuinte; CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE 14 QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO • A obrigatoriedade do pagamento do tributo nasce de ato lícito. CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • A “multa” por infração fiscal é considerada sanção pela prática de ato ilícito e, portanto, (multa) não é TRIBUTO 15 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • O fato gerador que constitua tributo sempre deve decorrer de um fato lícito. • O que temos aqui é que o tributo não decorre de uma atividade ilícita e sim sempre de uma atividade lícita. • Ressalta-se que conforme o Art. 118 do CTN nos diz, os frutos de atividade ilícita gera o dever de pagar o tributo, vejamos: • Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 16 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.” Exemplo: o traficante, que praticando uma atividade ilícita acaba por auferir renda. Apesar da renda ser obtida mediante uma atividade ilícita, a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica que é o fato gerador do IR vai estar presente, ocorrendo a obrigação tributária. 17 • Portanto, mesmo o fato do tráfico de drogas ser ilícito não fará que o fato gerador se torne ilícito. • Não se trata da atividade de tráfico, e sim do fato gerador da aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica. • Obs.: o tributo não vai decorrer como medida de sanção, e sim do simples fato gerador. • A tributação não vai recair sobre o tráfico, mas sim sobre os frutos do tráfico, assim sendo, os frutos da atividade ilícita pode ser tributado. CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE 18 • Por fim, mais não menos importante, temos que saber que isto decorre do Princípio “Pecunia non olet” que nos diz que o dinheiro não tem cheiro, ou seja, a riqueza será tributada independente de sua origem. • Esse tópico é importante pois trata-se de entendimento do STF, vide HC 77530/RS. CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE 19 INSTITUÍDA EM LEI • Os tributos somente podem ser instituídos ou alterados por meio de lei válida e eficaz; CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE 20 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • O tributo tem que ser oriundo de uma receita derivada, ou seja, deverá decorrer de uma prestação descrita, ou melhor, imposta em lei (“ex lege“). • O tributonecessariamente nascerá de uma imposição legal, conforme o art. 150, I da CF. • Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (EC n° 3/93; 42/03 e 75/13). • I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 21 COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA • Autoridade administrativa está vinculada à previsão legal, não sendo mera liberalidade; CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • Para efetuar a cobrança de tributos a administração pública deverá agir na forma e nos limites fixados em lei; 22 CONCEITO DE TRIBUTO – ANÁLISE • Sujeito Ativo realiza Atos Administrativos vinculado a lei, ou seja, o administrador não pode usar da discricionariedade para realizar a arrecadação, cobrança, fiscalização do tributo. • O Sujeito Ativo poderá ser o titular da competência tributária ou o que detém a capacidade ativa tributaria, que não se confundem e estudaremos na Competência Tributária. 23 • NÃO Vinculados • Instituídos por lei, são devidos, independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte; • Ex.: impostos (art. 16 CTN) • Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. TRIBUTO 24 25 TRIBUTO • Vinculados • São devidos quanto houver atividade estatal prestada ou à disposição. • Ex.: taxas e contribuições de melhoria (art. 77 e 81 CTN) TRIBUTO 26 27 • Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. TRIBUTO 28 TRIBUTO 29 • Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. TRIBUTO 30 TRIBUTO • Diretos • Que recaem s/ pessoa física ou pessoa jurídica que tem relação pessoa e direita com o fato gerador. • Incidem s/ patrimônio e renda e são de responsabilidade pessoa. • Ex.: IRPF, IRPJ, IPTU, ITR, IPVA TRIBUTO 31 • Indiretos • Incidem s/ produção e a circulação de bens e serviços e são repassados p/ o preço, pelo produtor, vendedor ou prestador de serviços. • Contribuinte final = contribuinte de fato ≠ Contribuinte de direito = responsável • Ex.: ICMS, IPI, ISS, COFINS e etc. TRIBUTO 32 • O Tributo tem a função de financiar as atividades do Estado, o qual, por sua vez, precisa de recursos para cumprir suas obrigações essenciais à população (segurança, educação, saúde, previdência e assistência social); • Existem três modos de financiar o Estado: • a) Via emissão de Moedas; • b) Por meio de Endividamento; • c) Geração de Receitas Próprias. FINALIDADE DO TRIBUTO 33 • Um Estado que procura a construção de uma sociedade livre, justa e solidaria, que deve utilizar o Sistema Tributário para a redistribuição das Riquezas: • a) Gastos Sociais; • b) Tributando conforme a capacidade contributiva; FINALIDADE DO TRIBUTO 34 • Fiscal – visa carrear recursos para o Estado, para que pudesse satisfazer as necessidades básicas. • Ex.: IR, ISS, e etc. • Extrafiscal – é empregado como instrumento de intervenção do Estado para resolver problemas surgidos nas áreas econômica e social, embora sem desaparecer a sua finalidade fiscal, que fica relegada a segundo plano. • Ex.: II, IE, ITR, IOF FINALIDADE DO TRIBUTO 35 • Para-Fiscal • O objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividade que, em principio, não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades especificas • Ex.: Sociais (COFINS, PIS, FGTS) • Intervenção no domínio econômico (CIDE) • Corporativas (OAB, CRA, CRC, etc.) FINALIDADE DO TRIBUTO 36 37 OBRIGADO...
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