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04/12/2016 1 Reparo tecidual: Regeneração e cicatrização Tecidos II - Patologia Capacidade regenerativa dos tecidos Tecidos lábeis: Maioria dos epitélios de superfície; Alta taxa replicativa, com substituição das células lesadas por células troncos teciduais ou proliferação das células maduras; Tecidos estáveis: Parênquima de órgãos sólidos (fígado, rins, pulmões); Tecidos ricos em células quiescentes ( atividade replicativa no estado normal); Tecidos permanentes: Neurônios e músculo cardíaco; Células altamente diferenciadas, sem capacidade replicativa. Reparo e matriz extracelular: membrana basal e matriz intersticial A regeneração tecidual requer MEC intacta, e disponibilidade de células lábeis e quiescentes! Reparo e matriz extracelular Dano superficial (epitélio de revestimento) Dano profundo (dano da matriz extracelular) REGENERAÇÃO CICATRIZ DE COLÁGENO Tipos de cicatrização Primeira intenção Segunda intenção 04/12/2016 2 Cicatrização por primeira intenção Ruptura focal da membrana basal epitelial; morte de células epiteliais e do tecido conjuntivo subjacente; Bordas reaproximadas nas primeiras 12-24 hs; Regeneração epitelial > Tecido de granulação (cicatriz de colágeno discreta); Processo de cicatrização rápido. Cicatrização por segunda intenção Perda extensiva de tecido conjuntivo; Tecido de granulação > Regeneração epitelial; Proliferação tecidual intensa e reepitelização; Processo de cicatrização lento; Pode levar a restrição funcional (força da cicatriz). Etapas da cicatrização I. Hemostasia e Inflamação II. Proliferação celular e formação do tecido de granulação III. Remodelamento Normal Lesão tecidual Inflamação Tecido cicatricial provisório Tecido cicatricial 1 2 3 4 5 I. Hemostasia e Inflamação: 0 hs – 4/6 dias Ruptura dos vasos Exposição do colágeno subendotelial Agregação plaquetária Agregação plaquetária PDGF, TGF- beta, PAF, serotonina Fibronectina e fragmentos Trombina Formação do coágulo* Coágulo de fibrina Recrutamento de: Neutrófilos Monócitos Fibroblastos Células endoteliais Suporte Fonte de mediadores inflamatórios 04/12/2016 3 Migração de células inflamatórias para a ferida Mediadores derivados de plaquetas e de células residentes Funções: - Degradação do tecido lesado - Iniciação da cascata de reparo - Aporte vascular (angiogênese) Citocinas (TNF-α e IL-1) Quimiocinas Proteases Mediadores da Inflamação Colágeno-IV (colágeno da membrana basal) + plaquetas Ativação plaquetária: agregação e formação de coágulo; Liberação de mediadores inflamatórios (citocinas, quimiocinas…) Resposta inflamatória, com recrutamento leucocitário. Migração de células inflamatórias Funções da Resposta inflamatória: 1) Degradação do tecido lesado; 2) Início do processo de reparo; 3) Aporte vascular (angiogênese). Neutrófilos: Os primeiros a chegarem Mais abundantes; Maior número de receptores para os mediadores inflamatórios; Funções: Limpeza da ferida; Liberação de mediadores inflamatórios que induzem o recrutamento de monócitos macrófagos (TNF-alfa). Importância do macrófago na migração celular Atividade microbicida Limpeza da ferida Recrutamento e ativação celular Síntese e regulação da MEC Angiogênese ERO’s Fagocitose Colagenases Elastases Fatores de crescimento Citocinas Colagenases Metaloproteinases Fatores de crescimento (TGF) Citocinas (TNF, IL-1, IFN) Migração de fibroblastos Fatores de crescimento endoteliais II. Proliferação celular: 4 – 14 dias Reepitelização Angiogênese Formação do tecido de granulação e da MEC provisória Reepitelização Células epidérmicas remanescentes dos apêndices cutâneos Retração dos tonofilamentos Dissolução da maioria dos desmossomos intercelulares Formação de filamentos de actina periféricos Função: Separar o tecido saudável do tecido que vai sofrer remodelamento Migração (Expressão de integrinas) 04/12/2016 4 Formação de MEC provisória: Migração e proliferação de fibroblastos Plaquetas e macrófagos ativados: fatores de crescimento de fibroblastos (PDGF; EGF...); Migração de fibroblastos de tecidos ao redor da ferida; Ativação dos fibroblastos e síntese de MEC; MEC provisória (colágeno III, proteoglicanos, glicoproteínas); Degradação de fibrina e fibronectina (enzimas proteolíticas e fagocitose); Degradação da MEC provisória/ tecido de granulação (digestão extra e intra-celular). Deposição de MEC definitiva (colágeno I) Formação do tecido de granulação: 7-21 dias Angiogênese + MEC provisória Células endoteliais migram através da MEC, formando novos capilares sanguíneos Troca gasosa, nutrientes e influxo de células inflamatórias 04/12/2016 5 Formação do tecido de granulação: 7-21 dias Tecido conjuntivo vascular () formado na superfície de um ferimento em cicatrização; Órgão de reparação especializado e transitório; Aspecto brilhoso e granular: células capilares. Aspecto microscópico (H/E) Reabsorção dos capilares recém-formados (apoptose) após a formação do tecido cicatricial III. Remodelamento Composição da MEC provisória x tempo Reorganização da MEC Degradação do colágeno: enzimas proteolíticas (colagenases e metaloproteinases); Metaloproteinases: produzidas pelos macrófagos, células epidérmicas, células endoteliais e fibroblastos. Contração e força da ferida Aproximação das bordas das feridas; Fibroblastos Miofibroblastos: microfilamentos de actina – locomoção ao longo da MEC e reorganização. 04/12/2016 6 Colágeno da pele saudável: Filamentos + espessos; organizado em trama força Colágeno da MEC provisória: Filamentos finos; organizado paralelamente; % de hidroxilação e glicosilação da lisina força Força máxima: 70% em feridas bem suturadas (~36 meses) CICATRIZES HIPERTRÓFICAS E QUELÓIDES Cicatrizes hipertróficas: elevadas, confinadas na incisão Quelóides: cicatrizes com crescimento fora do limite da incisão Deposição de fibronectina e colágeno Patogênese Atividade anormal dos fibroblastos; TGF-beta; apoptose dos fibroblastos; enzimas proteolíticas (remodelamento). Teoria da auto-imunidade Reação imune ao sebo cutâneo - + comum na adolescência; - Raramente acomete palmas das mãos e sola dos pés; - Geralmente ocorrem em regiões com atividade de glândulas sebáceas. Fibrose Estímulo fibrolítico Estímulo fibrogênico * metaloproteinases - RI exacerbada, com produção MEC; - Transtornos funcionais. FATORES LOCAIS A) Isquemia (O2 e glicose); B) Infecção: Prolongamento da fase inflamatória (interferência na reepitelização, depósito de colágeno e contração da ferida) C) Corpos estranhos: Obstáculo físico para a migração celular; Prolongamento da fase inflamatória; D) Edema: Compromete a perfusão tecidual; FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO 04/12/2016 7 FATORES SISTÊMICOS A) Diabetes Sorbitol (cls. Endoteliais) Permeabilidade vascular Deposição de albumina na perivasculatura Difusão O2 e nutrientes Colágeno glicosilado: Resistente à degradação enzimática ( remodelamento) B) Hipotireoidismo: produção de colágeno força tensil da ferida; C) Nutrição: aminoácidos, vitaminas e minerais - síntese de colágeno; D) Tabagismo - Nicotina: Vasoconstritor; proliferação de fibroblastos - Cianeto: Inibição de enzimas do metabolismo oxidativo - Monóxido de carbono: transporte de O2 pela Hb * agregação plaquetária e viscosidade sanguínea 1 cigarro: Em 10 minutos, significativa do O2 subcutâneo!! E) Drogas imunossupressoras - da RI; - Corticosteróides: secreção de colágeno pelos fibroblastos.
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