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Aula 01 Intrução e Princípios

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TÍTULOS DE CRÉDITO 
AULA 01
LIVROS: FABIO ULHOA COELHO, RUBENS REQUIÃO adotar como linha o Direito Empresarial Esquematizado – ANDRÉ LUIZ SANTA CRUZ RAMOS (Editora Método) e Direito Empresarial Sistematizado – TARCÍSIO TEIXEIRA (Editora Saraiva).
1 – INTRODUÇÃO DA MATÉRIA
Nas sociedades mais primitivas, o comércio se limitava ao ESCAMBO, isto é, a troca direta de mercadoria por mercadoria (ECONOMIA NATURAL). Com o passar do tempo e a consequente necessidade de dinamizar as trocas, certos bens passaram a ser usados como “moedas”, ou seja, como meios de troca indireta (inicialmente, o sal, que sucedido por metais preciosos, sobretudo a prata e o ouro e, finalmente, papel-moeda (ECONOMIA MONETÁRIA).
Mais adiante, a própria moeda já não conseguia atender a dinâmica e a complexidade do mercado e foi para preencher esse vazio que surgiram os títulos de crédito (ECONOMIA CREDITÓRIA), os quais servem até hoje para tornar mais rápida e mais segura a circulação de riquezas.
Cham-se de DIREITO CAMBIÁRIO ou DIREITO CAMBIAL o sub-ramo do direito empresarial que disciplina todo o regime jurídico aplicável aos títulos de crédito, que são, em síntese, INSTRUMENTOS DE CIRCULAÇÃO DE RIQUEZAS.
A palavra “crédito” vem do latim credere e significa confiar, confiança. 
Dessa forma, o crédito oferece a possibilidade de consumo imediato pelo seu tomador em relação à compra de produto ou de serviço e à espera do vendedor para receber a contraprestação pelo que vendeu.
Com isso, o crédito possibilita a circulação de riquezas sem a necessidade do pagamento imediato.
Assim, cuida-se da troca de uma prestação atual por uma prestação futura com base na confiança de uma parte com a outra.
Hodiernamente, entretanto, estamos vivendo um novo momento histórico, em que a complexidade das relações econômicas tem demonstrado que nem a moeda, nem os títulos de crédito tradicionais conseguem, de maneira eficiente, dar efetividade ao incrível número de transações realizadas no mercado globalizado dos dias atuais. (Comércio Eletrônico – desmaterialização dos títulos de crédito)
2 – LEGISLAÇÃO CAMBIÁRIA 
O Direito Cambiário tem normas próprias que o regem, como a Lei Uniforme sobre letra de câmbio e nota promissória (Dec. nº. 57.663/66 – Lei Uniforme de Genebra), a lei do cheque (Lei nº. 7.357/85), a lei da duplicata (Lei nº. 5.474/68), cabendo a aplicação do Código Civil apenas subsidiariamente (CC, art. 903).
“Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. “
Ao longo da história, os diversos países atentaram-se para a necessidade de uniformização da legislação aplicável aos títulos de crédito, uma vez que eles constituem os principais instrumentos de efetivação das negociações mercantis internacionais. 
Assim as legislações aprovadas em convenções internacionais são aplicadas no Brasil.
3 – CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO
O conceito clássico de título de crédito foi formulado pelo jurista italiano Cesare Vivante como o “documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado” (grifos nossos).
Esse conceito é importantíssimo para o Direito Cambiário, pois a partir dele se abstraem os seus três princípios elementares: cartularidade (documento), literalidade (literal) e autonomia (autônomo), que serão estudados mais adiante.
Nosso Código Civil de 2002, com influências do Direito Italiano, no seu art. 887, trouxe um conceito de título de crédito, que é semelhante ao de Cesare Vivante: “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”.
4- PRINCIPAIS EXPRESSÕES CAMBIÁRIAS:
Estudar o Direito Cambial é visto por muitos como uma tarefa árdua, tendo em vista a antiguidade de parte da sua legislação e os termos utilizados por ela.
Assim, a fim de melhor situar o estudante a respeito da matéria, elaborou-se um “minidicionário” com algumas expressões muito utilizadas pelo Direito Cambiário. É importante destacar que algumas dessas expressões serão melhor explicadas no desencadeamento deste curso.
Sacar – Significa emitir o título (pode significar abater/descontar de conta bancária).
Saque – É a expedição do título, emissão ou criação.
Aceite – É a concordância em pagar.
Sacador – É o emitente, quem cria o título; ele saca, por exemplo, a letra de câmbio, dando a ordem para o sacado pagar determinado valor em determinada data.
Sacado – É o aceitante, o devedor, pois aceitando (aceite) o título estará concordando; portanto, deverá pagá-lo no vencimento.
Tomador – É o credor, o beneficiário, que poderá ser um terceiro (cheque ou letra de câmbio), ou ser a mesma pessoa que o sacador (duplicata).
					CARACTERÍSTICAS:
Os títulos de crédito são documentos que representam obrigações em dinheiro. Porém, podem representar obrigações cambiárias (como é o caso do aval) e obrigações não cambiárias, ou seja, qualquer outro tipo de obrigação (p. ex., um contrato de empréstimo).
Pode-se dizer que o credor de uma obrigação representada por um título de crédito tem mais vantagens do que aquele credor de uma obrigação representada em outro título, por exemplo, um contrato, um reconhecimento de culpa, ou inclusive uma sentença judicial. Isso se dá em razão das características da negociabilidade e executividade, nem sempre presentes em outras obrigações.
NEGOCIABILIDADE
A característica da negociabilidade (ou circulação) permite que o título de crédito circule de forma simplificada, dando mais certeza e segurança a quem o recebe, o que propicia maior agilidade e facilidade na transmissão do crédito.
Desse modo, o título de crédito é mais eficiente e seguro, com relação à sua transmissão, se comparado com créditos decorrentes de outros títulos, pois, entre outras coisas, no título de crédito, o devedor não pode opor exceções pessoais a quem recebeu por transferência o título (tema que será aprofundado no estudo do princípio da autonomia e suas extensões).
A negociabilidade possibilita que o título de crédito seja utilizado em operação de desconto, que significa o recebimento antecipado dos valores de títulos de créditos não vencidos. Essa antecipação dos valores é feita pelo banco ao qual o comerciante transferiu os créditos.
O título de crédito também pode ser utilizado como uma forma de garantia, como em um empréstimo bancário, ou para efetuar o pagamento de fornecedores e credores.
Já a circulação dos títulos de crédito se dá de forma simples e ágil, pela mera tradição nos casos de títulos ao portador, ou pela assinatura do credor – endosso – nos títulos nominativos (como será visto adiante).
Isso, que de certa forma se torna difícil com os outros tipos de títulos, tendo em vista sua incerteza e insegurança na circulação e transmissão, sendo que esses são circuláveis apenas pela cessão de crédito (tema que será tratado adiante), o que permite a oposição de exceções pessoais pelo devedor junto ao credor.
Diga-se de passagem, os títulos de crédito são objeto de penhora, conforme prevê o novo Código de Processo Civil, art. 856, ao asseverar que a penhora de crédito representado por cheque, duplicata, nota promissória ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, independentemente dele estar ou não em poder do executado (devedor).
EXECUTIVIDADE
Outra característica dos títulos de crédito é a executividade, pois há uma presunção de verdade quanto ao seu teor, bem como se trata de um documento formal disposto em lei.
É a executividade que dá maior eficiência e celeridade/rapidez na cobrança da obrigação porque os títulos de crédito são considerados títulos executivos extrajudiciais. O Código de Processo Civil, no art. 784, I, enumera os títulos com essa característica.
Sendo o título de crédito executivo, ele pode ser cobrado diretamente por meio de execução judicial – ação cambial/cobrança sumária –, sem a necessidade de ação de conhecimento e todo o seu rito processual de discussão, prova e contraditório,como em outros casos de cobrança de créditos decorrentes de um contrato.
Assim, um título de crédito pode ser negociado e executado, o que lhe assegura vantagens em relação às outras obrigações.
6. PRINCÍPIOS
O Direito Cambiário tem três princípios: cartularidade, literalidade e autonomia. O princípio da autonomia é constituído por dois subprincípios: abstração e inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé.
CARTULARIDADE
Cartularidade: cártula significa papel; logo, um título de crédito necessariamente deve ser firmado em papel.
A princípio, em razão da expressão “cartulidade”, o título de crédito não poderia ser materializado em outro suporte que não o papel, como, por exemplo, em tecido, madeira, couro, vidro etc. Se assim fosse, o mais apropriado, então, seria chamar esse princípio de princípio da materialidade ou da documentalidade, e não da cartularidade.
Mas isso vem sendo cada vez mais discutido, principalmente, a partir da vigência do art. 889, § 3º, do Código Civil, ao prever a possibilidade da emissão de título por computador. Dessa forma, emitido eletronicamente, não sendo materializado em papel, seria uma exceção ao princípio da cartularidade.
Pelo princípio da cartularidade, o exercício dos direitos representados por um título de crédito pressupõe a sua posse, pois somente quem exibe a cártula (o papel, que representa o título) pode exigir a satisfação do direito que está documentado no título. Assim, em geral, quem não tem a posse do título não pode ser presumido credor.
Com isso, para instruir a petição inicial de uma execução judicial, é necessária a exibição do original, não podendo ser cópia autenticada. Dessa forma, tem-se a garantia de que quem postula a satisfação do direito é realmente o seu titular, o que dá segurança às operações creditórias.
A necessidade da cártula original evita o enriquecimento sem causa de oportunistas, como quando alguém já foi credor daquele título, mas agora não é mais por tê-lo transferido a outra pessoa.
Se fosse possível ajuizar a execução com uma cópia do título, o original poderia continuar circulando, prejudicando terceiros de boa-fé. Uma exceção a isso (e ao princípio da cartularidade) ocorre quando o devedor não devolve a duplicata (que lhe foi enviada para aceitação). Nesse caso, a execução pode ser instruída com o comprovante de entrega da mercadoria, pois o título original foi retido pelo devedor.
LITERALIDADE
Literalidade: literal quer dizer que vale apenas o que está escrito, ou seja, o que efetivamente está estampado no título. Assim, somente produzem efeitos jurídicos-cambiários os atos lançados no próprio título de crédito, pois apenas o conteúdo do título é que possui valor. 
Os atos firmados em documentos separados entre as partes, ainda que válidos entre elas, não irão produzir efeitos perante os terceiros.
É o caso do recibo separado, que não produz consequência jurídica perante o terceiro de boa-fé que recebeu o título, pois este não sabia que o título tinha sido quitado devido ao fato de não constar a quitação no corpo do título de crédito. Logo, a quitação deve constar no próprio título.
No caso de pagamento parcial, quem paga apenas uma parte de um título deve exigir a quitação parcial no corpo do título, para evitar a transmissão pelo valor total a terceiro de boa-fé.
Outro exemplo é o aval (garantia dada em títulos de crédito, que será estudada mais adiante), que apenas é válido se constar no corpo do título, pois, do contrário, será considerado inexistente (art. 31 do Decreto n. 57.663, de 24 de janeiro de 1966 – conhecido como Lei Uniforme – LU).
AUTONOMIA
Autonomia: autônomo significa independente. Assim, quando um único título documentar mais de uma obrigação, elas serão consideradas independentes, sendo que uma possível invalidade de qualquer uma delas não irá acarretar prejuízos às demais obrigações. 
O princípio da autonomia facilita a circulação dos títulos de crédito, pois traz segurança jurídica a estes.
As obrigações são autônomas umas das outras. Por exemplo, se, por algum motivo, o aval for considerado nulo, isso não irá prejudicar o aceite feito por quem irá efetuar o pagamento.
Resumindo, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica não se estendem às demais obrigações abrangidas no mesmo título.
Um bom exemplo é a seguinte hipótese: se A vende uma casa para B, e B assina uma nota promissória em favor de A, A torna-se devedor de C e efetua o pagamento do seu débito com a mesma nota promissória; então, o título representa três relações jurídicas: de A e B (compra e venda); de A e C (quitação da dívida); e de B e C (B agora deve para C).
Havendo vício em qualquer relação, como problemas com a casa, não haverá interferência nas demais relações representadas pelo título, pois, para sanar esse problema, existem outros remédios jurídicos, como ação judicial por vício redibitório.
Por essa razão, o princípio da autonomia é fundamental para a garantia da circulação do título de crédito.
Vale destacar que o princípio da autonomia é constituído por dois subprincípios: abstração e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé.
ABSTRAÇÃO
A abstração ocorre quando o título de crédito circula (é transmitido de uma pessoa à outra), pois nesse caso ele se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem (dito negócio subjacente). Por isso, como regra, deverá ser pago mesmo que haja problemas entre as partes originárias do negócio. 
Deve-se ter em conta que a abstração é fundamental para a garantia da circulação do título de crédito, uma vez que quando o título é posto em circulação, se diz que ocorre a abstração.
Cabe destacar que não havendo a circulação do título, ele fica vinculado entre as partes do negócio jurídico originário. Logo, havendo algum problema entre as partes, poderá haver oposição ao pagamento desse documento creditório por estar ele ligado à relação obrigacional entre as partes.
No exemplo de A que vende uma casa para B e B assina a nota promissória, se a compra e venda da casa for desfeita, o título não precisa ser honrado. No entanto, se a nota promissória circulou (mesmo tendo sido a compra e venda desfeitas), o título terá que ser pago ao seu portador/credor.
INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS AOS TERCEIROS DE BOA-FÉ
Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé: exceção significa defesa. Nesse contexto, o executado, em virtude de um título de crédito, não pode alegar em sua defesa (embargos) matéria estranha à sua relação direta com o exequente (credor), salvo prova de má-fé.
Ainda nesse exemplo, depois de a nota promissória assinada por B ter circulado, sendo este cobrado por C, B não poderá alegar em sua defesa que a casa tinha problemas (relação pessoal de A e B). Apenas poderá alegar problemas da sua relação com C, ou seja, deficiências do título (por exemplo, falsidade, nulidade por falta de requisito, prescrição). Assim, C não pode ser prejudicado por ser portador de boa-fé.
No entanto, se antes da circulação do título C tinha conhecimento da notificação de B para A sobre os problemas com a casa, C será considerado de má-fé, podendo essa matéria ser alegada na defesa de B, sendo que, nesse caso, C terá que provar a inexistência dos vícios.

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