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Aulas de Direito Tributário Severino Cajazeiras - Cópia

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Dir. Tributário – Prof. Severino Cajazeiras 2
UniCeub – 7º semestre “B” Noturno – Aulas digitadas por Rômulo Miranda Alvim
Direito Tributário
	
Aula 01 (02 / 75 horas-aula)
Data: 31/07/2006
Dados do Professor:
	Nome: Severino Oliveira (Cajazeiras)
	Fone: 9983-2097, 3348-8010 a 8016
	Email: severinocajazeiras@hotmail.com, severinocajazeiras@gmail.com
	Ocupação atual: Assessoria da Dep. Eliana Pedrosa - CLDF
Avaliação:
Serão 2 provas:
1ª) subjetiva com 4 questões tipo problema com situações que cobram entendimento da matéria (não é decoreba). Permitida a consulta ao código e a CF.
2ª) objetiva com 10 questões.
Haverá também um trabalho facultativo (em grupo ou individual) valendo 1 ou 2 pontos sobre parte importante da matéria, a ser definida mais adiante.
BIBLIOGRAFIA – a mesma da Internet
Importante!!! O professor não gosta de conversas em sala de aula.
OBS: Trazer o Código e a CF para as aulas.
Início da matéria:
I - RECEITA PUBLICA
Antes de tudo, é bom saber diferenciar o Dir. Tributário x Dir. Financeiro:
Basta fazer uma analogia: o homem provedor da casa é o Direito Tributário, que cuida de abastecer, arrecadar. O Direito Financeiro é a mulher, que cuida de gastar o dinheiro. 
Histórico
1º - Dir Constitucional
2º - Dir. Financeiro (e seus princípios, como o da unicidade)
3º - Dir Tributário - cuidando da arrecadação
O Estado, para sobreviver, precisa de dinheiro, que é a receita publica.
Receita Pública: É a entrada de dinheiro nos cofres públicos para satisfazer as necessidades gerais do Estado em beneficio da população, visando ao bem comum.
Classificação da Receita:
Corrente alemã: 
a) Originária - é aquela que o Estado obtém pela exploração do seu próprio patrimônio, com o emprego do direito privado, de forma voluntária. Logo, o Estado não obriga ninguém a contribuir, seria uma atividade empresarial, como o banco BRB, a CEB, a CAESB, a TERRACAP, uma renda proveniente de aluguel de espaços públicos (tarifas publicas, e não taxas). Em geral, são exemplos: aluguéis e alienações de bens pertencentes ao Estado, as receitas das empresas estatais, as tarifas ou preços públicos.
Diferença entre tarifa pública e preço público:
Tomando como exemplo o transporte coletivo do DF:
Tarifa: é a lista dos preços, é o local onde os preços estão afixados, seria o menu do restaurante. No nosso exemplo, é o conjunto de preços de passagens de ônibus, ou seja, a tarifa pública é a passagem de ônibus em geral.
Preço: é cada preço individualmente. No nosso exemplo, um Circular Plano Piloto teria o preço R$ 2,50; o Plano Piloto – Satélite, R$ 3,20. É o valor propriamente dito. Nunca pode ser chamado de taxa, está errado mesmo.
Outros exemplos: Tarifas alfandegárias, portuárias.
b) Derivada - é aquela obtida pela exploração do patrimônio do particular com o emprego do direito público, de forma compulsória e prevista em lei. Ex.: os tributos e as multas. Os tributos estão organizados dentro do sistema tributário nacional
É importante saber diferenciar receita originária e derivada. Para o advogado é muito importante para saber a legislação que rege o assunto, se há o principio da anterioridade, etc.
II - SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL (arts. 145 a 162 - CF; art. 2º - CTN)
É o conjunto dos tributos existentes no país e das normas que regem estes tributos.
III - TRIBUTO
Origem da palavra tribo. A evolução passou por “tribure”, “tribuo”, “tribo”, “tributo”. A sociedade primitiva saía para caçar e pescar e no final dava a cada tribo o que era seu de direito. Antes nômades, as sociedades passam a ficar em locais fixos. Chegando estranhos, estes deveriam pagar com trabalho (labore), natura (alimentos) e pecúnia (metais, dinheiro) ou bens. Essa é a origem do tributo.
Art 3 - CTN: você só terá certeza se é tributo se for enquadrado neste artigo.
(VER ARTIGO)
Tributo é:
- Toda prestação;
- pecuniária - em dinheiro
- compulsória - obrigatória
- em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: títulos, precatórios, bens
- Que não constitua sanção de ato ilícito - não pode ser multa. Não é porque descumpriu a lei que paga tributo. O pagamento do tributo é o cumprimento da lei.
- instituída em lei - se está na lei e houve o fato gerador, o tributo já é devido.
Art. 150 CF - vedado exigir tributo sem lei que previamente o estabeleça.
- cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada - não há escolha do administrador tributário, do agente do fisco para ver se cobra ou não. É obrigado a cobrar!
QUAIS SÃO OS TRIBUTOS?
Espécies de tributos:
A) Impostos (art. 145, I, § 1º; 153 ao 156 da CF; 16 a 76 do CTN)
B) Taxas (art. 145, II, § 2 da CF; 77 a 80 do CTN)
C) Contribuições de melhoria (arts. 145, III da CF; 81 e 82 do CTN, regulamentado pelo Dec. Lei 195/67): é cobrada sobre a valorização do imóvel em decorrência de uma obra pública.
D) Empréstimos compulsórios (art. 148 da CF; 15 do CTN)
E) Contribuições sociais (ou parafiscais ou especiais para alguns autores) - Arts. 149; 149-A; 177, § 4º; 195; 212, §§ 4º e 5º e 239 da CF; 84, 85 e 90 do ADCT. São os encargos sociais. Têm impacto no custo-Brasil.
Aula 02 (04 / 75)
Data: 01/08/2006
BIBLIOGRAFIA:
1) CF;
2) CTN;
3) Curso de Direito Tributário - Hugo de Brito Machado – RT;
4) Curso de Direito Tributário Brasileiro - Luciano Amaro – Saraiva;
5) Direito Tributário - Vitório Cassone – Atlas;
6) Direito Tributário - Yoshiaki Ichihara – Atlas;
7) Novo Manual de Direito Financeiro e de Direito Tributário - Luiz Emigdyo F. da Rosa Jr. - Dialética (mais completo seria o 5).
I - IMPOSTOS:
Arts. 149, I, §1º; 153 a 156; 167, IV, da CF; 16 a 76 – CTN.
1) Conceito: 
Art. 16 CTN – “É o tributo cuja geração tenha por fato gerador...”.
O Estado não te dá nada em troca imediata pelo pagamento do tributo. Basta que o Estado crie o imposto e cobre.
O fato gerador é também chamado hipótese de incidência e deve ser previsto em lei. Seria o equivalente ao fato típico do Direito Penal. Pode ser uma situação qualquer, independente de qualquer atividade em relação, em contraprestação ao contribuinte.
Desse conceito, sai a primeira característica dos impostos: tributo não contraprestacional.
2) Características dos Impostos:
a) Tributo não contraprestacional (art. 16 - CTN). OBS: A contraprestação que não existe é em relação a cada pessoa, indivíduo, mas o dinheiro pago volta para a sociedade de alguma forma;
b) Tributo não vinculado (ou sem vinculação de sua receita), salvo as exceções listadas no art. 167, IV, da CF, que remetem a vários dispositivos da própria Constituição. Ou seja, existem muitas exceções a essa não-vinculacao, todas previstas na CF. Vale aqui lembrar do principio da não afetação do Direito Financeiro. A principio, o dinheiro do imposto vai para um bolo geral, sem carimbo, sem destinação específica. Cabe observar que, na prática, quase todos os impostos têm receita vinculada pela CF. OBS: A contraprestação aqui é em relação à coletividade.
Diferença entre as características: na primeira, sou egoísta, só penso em mim: o Estado não me dá nada em troca? Na segunda, já sou mais democrático: o que o Estado faz com o dinheiro? 
Logo, estou dizendo assim: a receita do IPVA não é para pavimentação de ruas, isso é fruto do dinheiro de todos os impostos. 
3) Classificação Legal:
a) De acordo com a competência - CF arts. 153 a 156
 a.1) Impostos de Competência da União (arts. 153 e 154)
 - II: Imposto de Importação;
 - IE: Imposto de Exportação;
 - IR: Imposto sobre a Renda;
 - IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados;
 - IOF: Imposto sobre Operações Financeiras (compreende quatro operações: crédito, câmbio, seguro, títulos ou valores mobiliários);
 - ITR: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Só o terreno é tributado, a casa, as construções não são. A propriedade de prédios não é, por isso não tem o P como no IPTU.
 - IGF: Imposto sobre Grandes Fortunas, depende de L.C.
 - Impostos de Competência Residual. (Art. 154, I) Na verdade existe só a competência. Só a União podeinstituir outros impostos que ainda não foram previstos. E para cobrá-los, deve criá-los.
 - IEG: Imposto Extraordinário em caso de Guerra Externa.
 a.2) Impostos de competência dos Estados e do DF (art. 155). 
 - ITCMD: Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de bens
 - ICMS: Imposto sobre operações relativas a Circulação de Mercadorias e Serviços (nome abreviado). Que serviços? Serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de telecomunicações. Os demais pagam o ISS.
 - IPVA: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
a.3) Impostos de competência dos Municípios e do DF (art. 156 e 147)
 - IPTU: Imposto sobre a propriedade Predial Territorial Urbana
 - ITBI: Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis
 - ISS: Imposto Sobre Serviços (LC 116/2003). Somente se estiverem na lei. Obviamente estão excluídos os serviços tributados no ICMS. Então, para entrar aqui, tem alguns requisitos: precisa ser um serviço, não ser hipótese do ICMS e deve estar definido em Lei Complementar.
Curiosidade: a extinta TRU era uma taxa que incidia sobre a propriedade de veiculo. Sua base era o preço do veículo. Foi extinta e logo após criado o IPVA.
Aula 03 (06 / 75) 
Data: 07/08/2006
I - IMPOSTOS (cont.)
1)
2)
3) CLASSIFICAÇÃO LEGAL
 a.1)
 a.2) De acordo com a categoria econômica - CTN: arts. 16 a 76
 a.21 Impostos sobre o comércio exterior (16a 28)
	II-
	IE-
OBS 1: Art. 28 do CTN não foi recepcionado pela CF (art 167, IV) (princípio da não vinculação).
 a.22 Impostos sobre o patrimônio e renda - Arts 29 a 45
	IPTU
	ITR
	ITBI*
	ITCMD*
	IR
	IPVA - criado em 1985, cindindo a TRU, que era uma taxa inconstitucional.
	IGF - só existe a previsão na CF
OBS 2: Os arts. 35 a 42 do CTN foram revogados pela CF, arts 155, I e par 1°, 156, II e par 2°. O ITBI era da competência dos Estados e do DF. A CF veio e o dividiu em dois: ITCMD com os Estados e DF (art 155, par 1°); ITBI ficou para os Municípios e DF (art 156, II, par 2° e 147)
 a.23 Impostos sobre a produção e a circulação - arts 46 a 73
	IPI
	IOF
	ICMS
	ISS
 	OBS 3: 
	a) Com relação ao IOF, o art. 67 do CTN não foi recepcionado pela CF, art. 167, IV (pelo principio da não vinculação)
	b) Com relação ao ICMS, os arts. 52 a 62, 68 a 70 do CTN foram revogados pelo art. 155, II, §§ 2° ao 5° da CF, regulamentado pela LC n° 87/96 (Lei Kandir)
	c) Os arts. 71 a 73 do CTN foram revogados pela CF, art. 156, III e par 3° da CF, regulamentado pela LC n° 116/2003. O Serviço deve estar listado taxativamente em Lei Complementar (no caso essa).
 a.24 Impostos especiais - Arts. 74 a 76.
	IEG - art. 76
 OBS 4: Os arts. 74 e 75 do CTN foram revogados pelo art. 155, II, par 3° da CF.
Vários impostos que existiam antigamente foram extintos e novos criados no lugar, infelizmente mais pesados. Exemplos:
- IUEE (Imposto Único sobre Energia Elétrica) que incidia sobre o telefone - Hoje é ICMS de 17% a 25%.
- IUM (Imposto Único Minerais) de 3% para 17%.
- IUCLG (Imposto Único Combustíveis Líquidos e Gasosos) de 3% para 25%.
IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA: para quando for ver imunidade tributária.
Aula 04 (08 / 75)
Data: 08/08/2006
I - IMPOSTOS (continuação)
1-
2-
3-
4-Classificação Doutrinária
1° Grupo 
- Impostos Pessoais: ver art. 145, par 1°, CF. São aqueles que tributam pessoas levando em consideração a sua capacidade econômica. Ex.: Imposto de Renda.
- Impostos Reais. São aqueles que tributam coisas. Não interessa a capacidade contributiva do contribuinte. Não tem como dar caráter pessoal a esses impostos. Podem ser em virtude de:
- Ato Econômico: para adquirir as coisas, se pratica um ato econômico. Ex. IPI, ICMS.
- Patrimônio: pagos em virtude de um patrimônio. Ex. IPTU, IPVA, ITR
- Situação Jurídica: Ex.: ITCMD e ITBI. Nestes, usa-se o Direito Civil para caracterizar as situações jurídicas.
2° Grupo
- Impostos Diretos: são aqueles em que não ocorre o fenômeno da repercussão. Ex. IPVA, ITBI, pois não há como eu transferir este ônus para um terceiro. Há também os mistos. Se eu alugar o imóvel, eu posso transferir o pagamento do IPTU para o inquilino, mas eu continuo responsável perante o Fisco pelo imposto. Te amo meu lindo!!!!!!!
- Impostos Indiretos: são aqueles em que ocorre o fenômeno da repercussão, ou seja, o contribuinte de direito, designado pela lei, transfere ao contribuinte de fato (consumidor de fato, terceiro) a carga tributária. Ex. IPI, ICMS.
3° Grupo
- Impostos Proporcionais: são aqueles cujas alíquotas permanecem constantes, qualquer que seja a base de cálculo. Ex. ICMS, IPI. Estes impostos são também seletivos, pois tributam mais pesadamente produtos ditos supérfluos (cigarro, bebida alcoólica) do que os de maior necessidade. Mas dentro de uma mesma faixa de essencialidade, a alíquota é a mesma para todos os produtos, independentemente do preço (base de cálculo).
- Impostos Progressivos: são aqueles cujas alíquotas variam conforme também varie a base de calculo (IR) e aqueles por determinação constitucional (ITR e IPTU - por exemplo por valor, localização do imóvel)
- Ex.: - IR: Art 153, par 2° - CF
 - ITR: Art 153, par 4°, I - CF (função social da propriedade)
 - IPTU: Art 156, I, par 1° - CF
4° Grupo
- Impostos Cumulativos: são aqueles em que não há compensação em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Ex. IR, IPVA, ITBI, IOF. Não se confunde com os impostos em cascata, pois nestes é um imposto incidindo sobre outro (ex ICMS incidindo sobre produto + IPI)
- Impostos Não Cumulativos: Os artigos abaixo dão o conceito. São aqueles em que há compensação em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores.
 - Ex. IPI: Art. 153, par 3°, II CF
 - ICMS: Art 155, par 2°, I CF
Data: 14/08/2006 - Não houve aula (Professor faltou) 
Reposição 3ª feira, às 17:40 as 18:50, na sala da turma A.
Aula 05 (10 / 75 horas-aula)
Data: 15/08/2006
I - Impostos
(...)
4 - Classificação Doutrinária (cont..)
(...)
5° grupo
Impostos fiscais - são aqueles que visam apenas arrecadar dinheiro para os cofres públicos. Ex. ITBI, ITCMD, ISS, IPVA.
Impostos extra-fiscais – têm outras finalidades, além de arrecadar dinheiro para os cofres públicos. A extra-fiscalidade é algo subjetivo. Ex.
- IPI, ICMS: pelo aspecto da seletividade (maiores sobre cigarros, bebidas, supérfluos, de forma a coibir seu consumo);
- II e IE: equilibrar a Balança Comercial; proteger a indústria nacional;
- ITR: fazer com que o solo cumpra a sua função social, alíquotas elevadas para terras improdutivas e baixas para terras produtivas;
- IPTU: função social do solo nas cidades.
OBS: Nos impostos II, IE, IPI e IOF, muitas vezes as alterações de alíquotas pelo governo são feitas de forma a incentivar o mercado.
	
6° grupo
Impostos exigíveis mediatamente - são aqueles que estão sujeitos aos princípios da anterioridade e/ou da noventena. Art. 150, III, b, c - CF. Ex.: IPI, IR, ITR, IPVA, IPTU, ISS, ITBI, ITCMD, etc.
Impostos exigíveis imediatamente - são aqueles que estão excetuados dos princípios da anterioridade e da noventena. Ou seja, podem ser exigidos a partir da data da publicação da lei que os houver instituído ou aumentado. Ex.: II, IE, IOF, IEG. Importante saber decorado o art. 150, par 1° - CF, que lista as exceções.
“CF art. 150 - § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.”
Tradução: A vedação de “cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou" não se aplica aos tributos Empréstimos Compulsórios (para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência), II, IE, IPI, IOF e IEG e a vedação de "cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data emque haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou" não se aplica aos tributos: Empréstimos Compulsórios (para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência), II, IE, IR, IOF e IEG nem à fixação da base de cálculo dos impostos IPVA e IPTU.
Para entender a matéria, é preciso ler o art. 150, III, b, c da CF:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
III - cobrar tributos:
...
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”
O inciso “b” trata do Princípio da Anterioridade, que busca evitar que o contribuinte seja pego de surpresa. A origem deste princípio remonta à Adam Smith. 
Antes existia também o Princípio da Anualidade, pelo qual o tributo criado tinha que constar da Lei Orçamentária Anual para ser cobrado. O governo reclamou, pois sempre preferiu lançar novos tributos em dezembro, no apagar das luzes. O judiciário, provocado pelo executivo, afastou esta regra de constar na LOA e hoje o princípio da anualidade não existe mais na Dir. Tributário.	
	Com a EC 42/2003, foi criado o Princípio da noventena (CF art. 150, III, c), pelo qual é vedado cobrar tributo antes de decorridos 90 dias da data de publicação da lei. Há exceções! Uns tributos estão sujeitos a anterioridade e noventena, outros somente a um dos dois.
Aula 06 (12 / 75 horas-aula)
Data: 22/08/2006 (aula de reposição – não foi copiada)
Aula 07 (14 / 75 horas-aula)
Data: 21/08/2006
I - Impostos (continuação)
(...)
5 - Elementos constitutivos dos impostos e dos demais tributos:
a) Elemento Pessoal
 a.1 - Sujeito Ativo (art. 119 e 120 – CTN) - é aquele que pratica a ação, cobra o tributo. São os entes da federação:
	- União
	- Estados
	- DF 
	- Municípios
"Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria."
 a.2 - Sujeito Passivo (art. 121 a 138 - CTN) - é aquele que sofre a incidência do tributo, que paga o tributo, ou que sofre a sanção pecuniária. É dividido em dois:
	a.2.1 - Contribuinte - Art. 121, par único, I - CTN.
a.2.2 - Responsável - art. 121, par único, II; 128 a 138 - CTN. Ex. Art. 134 CTN. Ex. Se um menor de idade ganha do avô um imóvel, ele será o contribuinte do IPTU, mas o responsável pelo pagamento é o pai.
a.2.3 - Obs. ver art. 123 CTN - os acordo particulares não tem o menor efeito perante o fisco, assim, se o inquilino transferir ao locatário a responsabilidade por pagar os tributos e este não pagar, a Fazenda publica vai ignorar o contrato e executar o próprio inquilino.
“Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.”
b) Elemento Material
 - Fato gerador ou Hipótese de Incidência: arts. 114 a 118 - CTN. Todo tributo tem o seu fato gerador. As leis que criam cada tributo copiam este artigo. 
“Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
(...)
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.”
c) Elemento temporal - art. 116 e 117. É o momento em que ocorre o fato gerador do tributo. É importante para efeitos de prescrição, decadência, atualização do débito tributário.
“Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.”
d) Elemento Espacial - é o local em que ocorre o fato gerador do tributo. É importante para definir para quem o tributo será pago.
e) Elemento Valorativo - é o mais importante.
 e.1 Base de Cálculo - é o montante que se pega para tributar. Ex. Na compra de um carro, é o valor do carro.
 e.2 Alíquota - é o percentual que se aplica sobre a base de calculo. Ex. No IPVA, 3% sobre o valor do carro.
Aula 08 (16 / 75 horas-aula)
Data: 22/08/2006
2a feira, 28/08, não haverá aula
II - TAXAS (arts. 145, II, par 2°; 150 a 152-CF; 77 a 80-CTN)
	Depois dos impostos, as taxas são a segunda espécie de tributos que vamos estudar. Convém relembrar o conceito de tributo trazido pelo art. 3° do CTN. 
"Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada"
Logo, antes de tudo, para algo ser considerado “taxa”, deve se enquadrar neste conceito.
	
1) COMPETÊNCIA (art. 145, II - CF)
“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;”
	É um tributo de competência comum (ou concorrente), isto é, todos os entes da federação podem institui-la (União, Estados e Municípios).
2) FATO GERADOR (art. 77 - CTN)
"Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição."
Falando lato sensu, como se pode ver no artigo, tem como fato gerador o exercícioregular do poder de polícia ou o serviço público específico e divisível prestado ou posto a disposição do contribuinte. Diferente do imposto, a taxa é um tributo contraprestacional.
3) BASE DE CÁLCULO (arts. 145, par 2° - CF e 77, parágrafo único - CTN)
"CF, art. 145, §2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos."
"CTN, art. 77 - Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas."
As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. Assim, não pode dizer, por exemplo, que é o valor venal do imóvel, pois já é base do IPTU. Poderia ser pelo tamanho do imóvel, pela quantidade de lixo produzido, etc.
4) CLASSIFICAÇÃO
a) Taxas de Polícia (arts. 145, II - CF; 77 e 78 – CTN).
"Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos."
	É em razão do exercício do poder de polícia. O art. 78 dá o mais amplo e completo conceito de poder de polícia. Estas taxas devem ser implementadas por lei. Têm relação com atividades de fiscalização, licenciamento, etc. OBS: no DF existe a Taxa de Licenciamento de Veículos, que é inconstitucional, pois foi o DETRAN que a implementou, e não a Câmara Legislativa.
b) Taxas de Serviços (arts. 145, II - CF; 77; 79 e 80 - CTN)
“Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.”
Serviços específicos e divisíveis: o conceito é trazido no art. 79.
Ex. Taxa de Limpeza Pública - o serviço pode ser utilizado ou simplesmente colocado à disposição.
	Aquele que é passível de separação são os divisíveis. Ex. Taxa judiciária. Só vai pagar quem for utilizar os serviços da justiça.
	OBS: Pedágio pelo Poder Público é taxa. Se for administrado pelo particular (numa concessão de rodovias) é preço público.
	A taxa de iluminação pública que existia em alguns municípios era inconstitucional, pois as luzes que ficam acesas na cidade inteira não poderiam ser consideradas específicas nem divisíveis.
	Aí foi criada a CIP - Contribuição de Iluminação Publica, aí sim constitucional. Vem na conta de luz de todos que a pagam. Estudaremos as contribuições mais a frente na matéria.
5) OBSERVAÇÕES:
1 - As taxas estão sujeitas a todas as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150 ao 152 - CF), exceto às imunidades previstas no art. 150, VI, a, b, c, d, §§ 2°, 3° e 4°.
2 - Existe apenas uma imunidade prevista para taxas: art. 5°, XXXIV - CF. Desembargador Federal Antônio Prudente defende esta corrente.
3 - art. 177, I - CTN - expressão "salvo disposição de lei em contrário" é totalmente inútil.
“Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;”
Se lei não proibir, pode ser dada isenção de taxa para determinados entes.
Concluindo: Em princípio, não tem isenção para taxas, salvo disposição de lei em contrário!
4 - Não existe repartição da receita tributária das taxas entre os entes federados (ver arts. 157 a 162 da CF).
Aula 09 (18 / 75 horas-aula)
Data: 29/08/2006 - reposição não copiada
Aula 10 (20 / 75 horas-aula)
Data: 29/08/2006
III - CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
(arts. 145, III, 150 a 152-CF; 81 e 82 - CTN; DL 195/67)
“CF - Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
(...)
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
CTN - Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.”
	Só paga este tributo quem se beneficiar com uma obra pública. Seria um tributo democrático. Para ser cobrado, deve ser publicado um edital, com prazo de 30 dias para os moradores alegarem irregularidades no edital. O ônus da prova cabe a quem alega. 
	Este tributo é muito pouco cobrado, pois há carência de técnicos e de critérios para instituí-lo.
	Acaba que o Estado prefere outros meios para financiar suas obras, como o estabelecimento de parcerias entre o poder público e o particular (ex. o Estado dando as máquinas e o particular comprando os materiais) ou mesmo o aumento de impostos.
	Há uma polêmica: valorizando o imóvel, a base de calculo do IPTU também aumenta (valor venal do imóvel) e obviamente o valor do imposto a pagar. Se a pessoa já pagou a contribuição de melhoria - CM, ficaria brava em ter que pagar mais imposto decorrente do mesmo fato, que é a valorização do imóvel. Por este e outros motivos, é um tributo ruim politicamente. Há casos de contribuição de melhoria instituídos no Paraná e em Patos de Minas.
	A CM é limitada ao valor da valorização do imóvel. A lei não estabelece critérios temporais. Logo, não se sabe a rigor quando a valorização do imóvel deve ser mensurada. 
1. Competência comum: art. 145, III - CF - pode ser cobrada por todos os entes federados.
2. Fato gerador: é previsto no art. 1° do Decreto-Lei nº 195/67. Esse Decreto-Lei é um regulamento da contribuição de melhoria. Antigamente era chique ter obras públicas perto de casa. Hoje, muitas delas desvalorizam o imóvel do contribuinte Ex. Aeroporto, usina de tratamento de lixo, etc.
“DL 195/67 - Art 1º A Contribuição de Melhoria, previstana Constituição Federal tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas. ”
3. Obras que podem ensejar sua criação; art. 2° DL 195/67 - trata-se de uma lista exemplificativa, e não exaustiva. 
“Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: 
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas; 
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos; 
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive tôdas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema; 
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública; 
V - proteção contra sêcas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação; 
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem; 
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; 
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico.”
4. Requisitos mínimos para sua criação: previstos no art. 5° do DL 195/67 ou no art. 82 do CTN:
“DL 195/167 - Art 5º Para cobrança da Contribuição de Melhoria, a Administração competente deverá publicar o Edital, contendo, entre outros, os seguintes elementos: 
I - Delimitação das áreas direta e indiretamente beneficiadas e a relação dos imóveis nelas compreendidos; 
II - memorial descritivo do projeto; 
III - orçamento total ou parcial do custo das obras; 
IV - determinação da parcela do custo das obras a ser ressarcida pela contribuição, com o correspondente plano de rateio entre os imóveis beneficiados. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, também, aos casos de cobrança da Contribuição de Melhoria por obras públicas em execução, constantes de projetos ainda não concluídos.
“CTN - Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo”
5. Observações:
1) As contribuições de melhoria estão sujeitas a todas as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150 a 152 - CF). Deve ser criada por lei e respeitar a anterioridade e a noventena. Não estão sujeitas às imunidades - não há imunidade para contribuição de melhoria. Ver art. 150, VI, a, b, c, d, §§ 2°, 3°, 4° da CF. Por exemplo, se valorizar a obra de uma igreja, ela vai pagar a CM.
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.”
2) Em principio, não há isenção para contribuição de melhoria, salvo disposição de lei em contrario (art. 177, I - CTN) 
“Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;”
3) Não há repartição da receita tributária da contribuição de melhoria entre os entes federados (ver arts. 157 a 162 da CF)
OBS: O que diferencia o imposto da taxa é a contraprestação. O que diferencia a taxa da contribuição é que a taxa tem como contraprestação um serviço. Na contribuição a contraprestação é uma obra.
IV - EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (ats. 148 - CF e 15 - CTN)
“CF - Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”
“CF - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
(...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;”
“CTN - Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.”
É um empréstimo obrigatório. Trata-se de um tributo nada simpático.
Na época do governo Sarney, foram criados três empréstimos compulsórios (um sobre combustíveis, outro sobre veículos, outro sobre viagens ao exterior). Houve um grande problema de disponibilidade financeira no governo e esta foi a única saída para conseguir recursos.Como conseguir depois o ressarcimento? Provando pelas notas fiscais? Quem entrou na justiça até ganhou, mas o valor restituído acabava sendo bem irrisório.
1. Competência: art. 148 - CF. Privativa da União. A CF exige lei complementar para criar o empréstimo compulsório. A CF só trouxe duas hipóteses e extinguiu a conjuntura econômica, prevista no CTN. O interessante é que no lugar da conjuntura econômica criou o inciso II, que traz o investimento público de caráter urgente ou de relevante interesse nacional, mas submetido ao princípio da anterioridade do art. 150, III, b. Soa contraditório um caráter de urgência obedecer à anterioridade.
2. Espécies 
	São as listadas nos incisos I e II do art. 148 da CF:
	a) art. 148, I - CF (transcrito anteriormente)
	b) art. 148, II - CF (transcrito anteriormente)
3. OBSERVAÇÕES:
1) art. 148, par. único CF (transcrito anteriormente) - a receita proveniente do empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua criação.
2) O art. 15, III do CTN (transcrito anteriormente) não foi recepcionado pelo art. 148 da CF tendo sido tacitamente revogado. Como já comentado, falava da conjuntura econômica. 
3) O empréstimo compulsório constante no art. 148, I, CF não está sujeito aos princípios da anterioridade nem da noventena, previstos no art. 150, III, b, c, CF. Já o empréstimo constante do inciso II do mesmo art. 148 está sujeito a ambos os princípios. Ver art. 150, §1° (transcrito anteriormente).
4) A Súmula 418 - STF dizia que não é tributo e sua instituição não estava sujeita a prévia autorização orçamentária. 
“Súmula 418 – STF: O empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita a exigência constitucional da prévia autorização orçamentária”
Hoje o empréstimo compulsório está no art. 148 da CF, dentro do sistema tributário nacional, obedecendo a todas as características de tributo. Logo, a súmula 418 do STF perdeu sua eficácia em face da CF, art. 148. Trata-se, pois, de um tributo.
5) Súmula 236 do extinto TFR (Tribunal Federal de Recursos) diz que o empréstimo compulsório não está sujeito ao princípio da anterioridade. 
“Súmula 236 – TFR: O empréstimo compulsório instituído pelo Decreto-Lei nº 2.047, de 1983, não está sujeito ao princípio da anterioridade”
Na época dessa súmula, em 1983, o Estado de SC ficou alagado por muitas chuvas, sendo decretado o estado de calamidade pública. Alguns questionaram que o empréstimo compulsório, instituído à época pelo DL 2.047/83, não obedeceu ao princípio da anterioridade. Por isso o Tribunal firmou tal entendimento. Porém, atualmente esta súmula se tornou inútil, pois além de estar direcionada especificamente ao caso do DL 2.047/83, a própria CF já previu que ele se submete sim ao princípio da anterioridade. 
6) Não há repartição da receita tributária do empréstimo compulsório entre os entes federados (ver arts. 157 a 162 da CF). Logo, a União não o divide com ninguém.
Aula 11 (22 / 75 horas-aula)
Data: 04/09/2006
III - CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS / PARAFISCAIS / ESPECIAIS
(arts. 149; 149-A; 177, § 4; 195; 212, § 4° e 5°; 239; 150 a 152-CF; 84, 85 e 90 - ADCT)
Um pouco de história:
Surgiram na época da II Guerra Mundial. No pós-guerra, percebeu-se que havia arrecadações que eram destinadas não para o Estado, mas para entidades parafiscais. No Brasil, essas arrecadações já existiam antes da Guerra. O que mudou foi a percepção que essas contribuições (para marinha e ferroviários) se tratavam de um tributo. Os autores ainda não se acertaram quanto ao nome. Uns chamam de sociais, outro de parafiscais e outros de especiais.
1) Competência: exclusiva da União (art. 149 - CF):
“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”
Todavia, ver arts. 149, § 1° e 149-A da CF. 
Art. 149 - §1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
No DF, há a contribuição para o PSS - Plano de Seguridade Social, se encaixando no 149, § 4°.
Art. 149 - § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez
Outra contribuição que existe no DF é a CIP - Contribuição de Iluminação Publica - de competência dos municípios e do DF.
OBS: No Direito Tributário, a competência privativa não pode ser delegada.
2) Classificação
a) contribuições sociais (art. 149, caput – CF, já transcrito)
a.1) De seguridade social - compreende as áreas de saúde, previdência e assistência social. Ver art. 194.
“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”
A seguir, cada uma das contribuições sociais de seguridade social:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a.1.1) art. 195, I, a – CF
“195, I, a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;”
a.1.2) art. 195, I, b - CF (COFINS, paga pelos profissionais liberais e empresas)
“195, I, b) a receita ou o faturamento;”
a.1.3) art. 195, I, c - CF (CSSL - Contribuição Social Sobre o Lucro) - para Ives Gandra, havia uma bitributação, a União cobrando duas vezes sobre o mesmo fato. STF disse ser válida.
“195, I, c) o lucro;”
a.1.4) art. 195, II - CF
“195, II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;”
a.1.5) art. 195, III - CF (loterias)
“195, III - sobre a receita de concursos de prognósticos.”
a.1.6) art. 195, IV - CF (importações)
“195, IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.”
a.1.7) art. 149, ,§ 1° - CF* (Contribuições dos servidores para custeio de sistemas de previdência e assistência social. Seria um INSS estadual ou municipal).
“149, 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.”
a.1.8) arts. 84, 85 e 90 - ADCT (CPMF)
Art. 84. A contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira, prevista nos arts. 74, 75 e 80, I, deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, será cobrada até 31 de dezembro de 2004.
(...)
Art. 85. A contribuição a que se refere o art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias não incidirá, a partir do trigésimo dia da data de publicação desta Emenda Constitucional, nos lançamentos
(...)
Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias fica prorrogado até 31 de dezembro de 2007.
a.2) Salário educação: art. 212, §. 4° e 5° - CF:
212, § 4º - Os programassuplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
212, § 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei.
Lembrar que as duas grandes características dos impostos são a não-vinculação e a não-contraprestação. Esse artigo lista justamente uma das exceções, percebam que o salário educação tem sua receita vinculada à educação.
a.3) PIS/PASEP: art. 239-CF 
“Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo.”
(...)
“3º - Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.”
Seria uma participação do trabalhador nos lucros da empresa. A partir da CF/88 passou a financiar o seguro-desemprego (6 meses desempregado) e o abono, que seria um 14° salário, devido aos trabalhadores que ganham até 2 salários mínimos por mês, na quantia de 1 salário mínimo por ano. O problema é que poucos sabem que têm direito a esse abono.
b) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE: Art. 149, caput – CF (transcrito no início da aula)
Ex. CIDE combustível (R$ 0,79 por litro de combustível, criada em 2002, no final do governo FHC. Olhar art. 177, §4º, II, c)
177, §4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
(...)
II - os recursos arrecadados serão destinados
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes
Ou seja, para arrumar as estradas do nosso país. E aí? Cadê o dinheiro?
Essas contribuições eram para ser temporárias, para fortalecer determinados setores da economia, e depois extintas. 
Outro exemplo para essa contribuição é o "adicional ao frete para a renovação da marinha mercante" (Já caiu num concurso para procurador, pedindo para discorrer sobre a natureza jurídica deste adicional)
c) Contribuições no Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas. Arts. 149, caput – CF (transcrito no início da aula). Ex. OAB, CRM, CREA, CRC, ...
3 - OBSERVAÇÕES
1) As contribuições sociais de seguridade social não estão sujeitas ao principio da anterioridade, estão sujeitas apenas ao principio da noventena, conforme art. 195, §6° da CF. Já as demais contribuições estão sujeitas a ambos os princípios. Ver art. 150, III, b, c e §1° da CF. (lista as regras - anterioridade e noventena - e as exceções, sem inserir nestas as contribuições.)
“195, §6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".”
2) No art. 195, §7° da CF, onde se lê são "isentas de contribuições ..." leia-se "são imunes de contribuições ..."
“195, §7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.”
3) Repartição da receita tributária - apenas a CIDE dos combustíveis é repartida entre os entes federados. Ver art. 159, III, §4° da CF. 
159, III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo
(...)
159, § 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso
4) Imunidade é quando é previsto pela CF, isenção é quando é previsto pela Lei.
Aula 12 (24 / 75 horas-aula)
Data: 05/09/2006
I - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA OU DISCRIMINAÇÃO DE RENDAS:
(arts. 6° ao 8° - CTN, 145, 147 a 149, 153 a 156 - CF)
1. CONCEITO
	Competência tributária é a atribuição dada pela Constituição Federal às Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno para criar tributos.
	Tem a ver com legislar, com criar o tributo. A Constituição não cria tributo, quem cria tributos é a lei.
	Art. 6° - a competência é plena, observadas as limitações ao poder de tributar.
TÍTULO II
Competência Tributária
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
	Só pode legislar quem tem a titularidade do tributo. Assim, apesar de o ITR ser repartido entre a União e os Municípios, só a União tem a competência para legislar sobre o ITR. Se o Município arrecadar e fiscalizar, recebe a totalidade do imposto, conforme 153, §4, III - CF;
OBS: A capacidade tributária (atribuições de arrecadar e fiscalizar os tributos) pode ser delegada. A competência (legislar) é indelegável. Art. 7° - CTN.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
	O art. 8° fala do não exercício da competência. Isso não faz essa competência passar para outro ente.
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
2. CLASSIFICACAO
a. Competência Privativa
a.1 Conceito - é aquela atribuída a apenas um ente federado para instituir determinado tributo.
a.2 Exemplos
a.2.1 Da União
a.2.1.1 Empréstimos Compulsórios: art. 148-CF
a.2.1.2 Contribuições Sociais / parafiscais / Especiais: art. 149-CF
a.1.2.3 II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF: art. 153-CF
a.2.2 Dos Estados e do DF: ITCMD, ICMS, IPVA: art. 155-CF
a.2.3 dos Municípios: IPTU, ITBI, ISS: art. 156-CF
b. Competência Comum: art. 145, I, II, III – CF
“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
É quando todos os entesfederados podem criar o mesmo tributo. Ex. Os impostos são de competência comum (genericamente, sem falar o nome. Se falar o nome do imposto, será de competência privativa). As taxas são de competência comum (novamente, sem falar o nome, porque a taxa de passaporte é privativa da União, a taxa de limpeza publica é privativa de Municípios). As contribuições de melhoria são de competência comum.
Ditado pelo professor: os impostos, quando considerados em sentido amplo como uma das espécies de tributo são de competência comum (ver art. 145, I da CF), porém quando considerados em sentido estrito ou nominalmente previstos são de competência privativa. 
c. Competência Cumulativa: art. 147 – CF
“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.”
Questão de português no Direito: as vírgulas são importantes: 
O juiz ditou a sentença: "Perdoar, impossível executar". 
O serventuário escreveu: "Perdoar impossível, executar". 
Logo, uma pessoa pode ser executada por uma vírgula errada.
	O art. 147 vem cheio de vírgulas. Antes de 1988, cabia à União os impostos estaduais dos Territórios de Roraima, Amapá e Rondônia e além dos estaduais, também os impostos municipais em Fernando de Noronha.
	Importante: Os Impostos do DF não estão só no art. 155. Estão também no art. 156, conforme dispõe o art. 147. Obviamente, o DF tem competência para arrecadar os impostos municipais somente dentro do seu território.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
(...)
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...)
Já caiu em prova: “Quais são os impostos da competência do DF?” Quem respondeu “os impostos do art. 155” errou! A resposta correta seria: “São os impostos do art. 155 e os do art. 156, conforme disposição do art. 147”.
d. Competência Especial: art. 154, II - CF c/c 76 – CTN
CF - Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
CTN - Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz. 
A União pode invadir a competência tributária dos Estados e Municípios para instituir impostos em caso de guerra.
e. Competência Residual: art. 154, I, c/c 195, § 4° e 157, II – CF
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
(...)
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
195, § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Seria a competência para criar um novo imposto, mediante Lei Complementar, desde que este novo imposto seja não-cumulativo (ou seja, ocorre compensação em cada operação com as anteriores) e que não tenha base de cálculo ou fato gerador próprios de impostos já criados.
	Para evitar que a União tivesse que repartir 20% com os Estados (art. 157, II), ao invés de usar a competência residual quando criou o IPMF, foi feita uma Emenda Constitucional autorizando a União a criar o IMPF, com 100% da receita destinada a ela própria.
	O art. 195, §4°, permite criar outros impostos para financiar a seguridade social.
II - Repartição da Receita Tributaria: arts. 157 a 162 - CF
 1 - Pertencem aos Estados e ao DF
	a. art. 157, I, II - CF
	b. Art. 159, II - CF
	c. Art. 159, III - CF
	d. Art. 153, § 5°, I - CF
 2 - Pertencem aos Municípios
	a. Art. 158, I, II, III, IV - CF
	b. Art. 159, § 3° - CF
	c. Art. 159, § 4° - CF
	d. Art. 153, § 5°, II - CF
 3 - Do produto da arrecadação do IR e do IPI a União entregara 47% da seguinte forma (art. 159, I, a, b, c - CF)
	a. 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do DF - FPE
	b. 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios - FPM
	c. 3% a Programas de Financiamento do Setor Produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste (FNO, FNE, FCO)
Aula 13 (26 / 75 horas-aula)
Data: 11/09/2006
II - Repartição da Receita Tributaria: (arts. 157 a 162 – CF)
1) Pertencem aos Estados e ao DF
a) art. 157, I, II - CF
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
	Logo, o imposto de renda arrecadado na fonte (IRRF) pelos Estados e DF fica para o respectivo ente. Dos impostos residuais (aqueles que podem ser criados pela União, sem estarem listados na CF), compete 20% do produto da arrecadação aos Estados e ao DF.
b) Art. 159, II, § 2° - CF 
Art. 159. A União entregará:
(...)
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.
(...)
§ 2º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
Quer dizer: em tese, quanto mais o Estado é industrializado, mais ele participa da arrecadação, pois mais IPI irá arrecadar. Mas o parágrafo segundo impõe limites: nenhuma unidade da federação poderá receber mais que 20% do bolo de 10% que serão repartidos entre todos os Estados.
c) Art. 159, III - CF
Art. 159. A União entregará:
(...)
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
Ou seja, do produto da arrecadação da CIDE-combustível, os Estados recebem 29% da União e do valor recebido, entregam aos seus Municípios, 25%. Obs.: Este valor deveria ser aplicado no financiamento de programas de infra-estrutura de transportes, segundo o art. 177, §4º, II.
d) Art. 153, § 5°, I - CF
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
Esse artigo está um pouco deslocado na CF, deveria vir um pouco depois. Dispõe que 30% da arrecadação do IOF sobre o Ouro Ativo Financeiro, vai para o Estado. A lei 7.766/89 dispõe sobre o Ouro Ativo Financeiro e seu tratamento tributário. O conceito é dado no art. 1º:
Lei 7.766/89 - Art. 1º O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto ou refinado, quando destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País, em operações realizadas com a interveniência de instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, na forma e condições autorizadaspelo Banco Central do Brasil, será desde a extração, inclusive, considerado ativo financeiro ou instrumento cambial.
§ 1º Enquadra-se na definição deste artigo:
I - o ouro envolvido em operações de tratamento, refino, transporte, depósito ou custódia, desde que formalizado compromisso de destiná-lo ao Banco Central do Brasil ou à instituição por ele autorizada.
II - as operações praticadas nas regiões de garimpo onde o ouro é extraído, desde que o ouro na saída do Município tenha o mesmo destino a que se refere o inciso I deste parágrafo.
 A repartição desse imposto serviu para incentivar os Estados e Municípios a fiscalizarem o ouro que é extraído em seu território, pois sabem que vão ganhar com isso. Antes, muito desse ouro era contrabandeado para outros países, principalmente o Uruguai.
2 - Pertencem aos Municípios
a) Art. 158, I, II, III, IV - CF
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
Ou seja, tudo que ele arrecadar do I) IRRF. II) ITR: 50% ou 100%, esse último caso o próprio Município arrecade e fiscalize o imposto (c/c 153, § 4°). III) IPVA: 50% veículos com placa no município. IV) ICMS: 25% para Município onde foi gerada a receita.
b) Art. 159, § 3° - CF
Art. 159. A União entregará:
(...)
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
Ou seja, IPI: 25% do que os Estados recebem da União. Quanto mais industrializado for o município, mais ele vai receber, mas também limitado a 20%.
c) Art. 159, § 4° - CF
Art. 159. A União entregará:
(...)
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso.
d) Art. 153, § 5°, II – CF
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:
(...)
II - setenta por cento para o Município de origem.
Isto é, 70% do IOF sobre ouro vai para o Município.
3 – A união repartirá, ainda (art. 159, I, a, b, c - CF):
Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta e sete por cento na seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
Ou seja, alem disso tudo, do produto da arrecadação do IR e do IPI a União entregará 47% da seguinte forma:
a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do DF (FPE);
b) 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
c) 3% a Programas de Financiamento do Setor Produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste (FNO, FNE, FCO, gerenciados respectivamente pelos bancos BASA, BNB e BB). Um dos critérios levados em consideração e a população do Estado e do Município. Por isso muitos municípios pediram para haver recontagem dos seus habitantes no ultimo censo, pois achavam que tinham mais habitantes do que foi divulgado e, consequentemente, mereceriam maior parcela na repartição.
Aula 14 (28 / 75 horas-aula)
Data: 12/09/2006
III - Limitações Constitucionais a Poder de Tributar: arts. 150 a 152 - CF 
Essa é a matéria mais importante do curso!
	Os limites são justamente os princípios do direito tributário. De tão importantes, foram consideradas pelo STF cláusulas pétreas da CF. Em 1993, o STF julgou a inconstitucionalidade do IPMF, pois a sua criação tinha o excetuado do princípio da anterioridade.
As cláusulas pétreas são instituídas pelo CF, art. 60, § 4. 
Art. 60, §4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
	Os limites ao poder de tributar estariam incluídos no inciso IV, dos direitos e garantias individuais.
1. Principio da Legalidade (art. 150, I, CF)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
É exigir ou aumentar! Este princípio é também um princípio geral do direito, só que aqui está voltado ao direito tributário. Começou com a história do João Sem Terra, lá pelo ano 1200, onde tributos eram criados a todo momento.
Exceções parciais:
a) art. 153, § 1° - CF (II, IE, IPI, IOF). 
Art. 153, § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Lembrar que o II, IE, IPI e IOF são impostos extrafiscais, que são utilizados para regular o mercado.
Ex.: na época da Min. Dorotéia Werneck, o Imposto de Importação foi elevado de 30% para 70%, por pressão das montadoras nacionais, que estavam preocupadas com o grande consumo de carros importados. Depois, o Brasil teve que voltar atrás no aumento, pois os países exportadores de veículos para o país foram a OMC, ameaçaram sanções. 
b) Art. 155, § 4°, IV, c, - CF (ICMS - apenas nesta hipótese)
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...)
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...)
XII - cabe à lei complementar:(...)
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b (...)
§4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (...)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (...)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b
LC 24/75 - CONFAZ - Convênio. Esse órgão pode reduzir as alíquotas desse imposto e depois restabelecê-las, sem precisar de lei. Logo, nesta hipótese, está excetuado do princípio da anterioridade.
c) Art. 177, § 4°, I, b, CF (CIDE - combustíveis - apenasnesta hipótese)
art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
(...)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;
 Também ocorre o mesmo que no ICMS, a União pode reduzir e restabelecer as alíquotas sem a necessidade de lei.
2. Principio da Igualdade ou Isonomia: art. 150, II, f
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Este princípio veda a instituição de tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Não pode fazer distinção do cargo (lembrar caso dos juizes, que recebiam R$ 1000,00 reais de salário, portanto fora da incidência do IR, mais um monte de vantagens pessoais que não se enquadravam na incidência desse imposto – não vale mais)
3. Principio da Irretroatividade: art. 150, III, a - CF. A lei não pode retroagir.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
4. Principio da Anterioridade: art. 150, III, b, CF. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
(...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Tem que ser cobrado no exercício financeiro seguinte ao da sua instituição. Exceções:
	a) Art. 150, §. 1° - CF
		a.1: II, IE, IPI, IOF, IEG
		a.2: Empréstimo Compulsório do art. 148, I - CF
	b) Art. 195, §. 6° - CF: Contribuições de Seguridade Social
	c) Art. 155, §. 4° - CF: ICMS - apenas nesta hipótese.
	d) Art. 177, §. 4° - CF: CIDE combustíveis - apenas nesta hipótese.
5. Principio da Noventena: art. 150, III, c - CF. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
(...)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
Disposto pela EC 42, valendo a princípio para todos os tributos. Todas as exceções estão no mesmo art: 
Art. 150, § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
	Ou seja, não se submetem a este princípio os seguintes tributos:
a) II, IE, IOF, IEG
	b) IR
	c) IPVA, IPTU - quando for alterada apenas a base de cálculo. Quando for alterada a alíquota esta sujeito.
	d) Empréstimo Compulsório do art. 148, e, - CF
Exercício: se o ITR, IPVA ou IPTU tiverem alterada sua alíquota em 31/12/2006. Vale a partir de quando? A princípio seria 31/03/2007, mas como ficaria o principio da anterioridade? Lembrar que o fato gerador desses tributos é em 1º de janeiro do exercício, no caso, seria em 01/01/2007. Como um imposto que vale a partir de 31/03/2007 pega um fato gerador de 01/01/2007? Não pode! Logo, nesse caso, o imposto só poderá ser cobrado em 01/01/2008. Por isso, quando for alterar alíquotas desses impostos, o legislador tem que estar atento aos prazos.
Aula 15 (30 / 75 horas-aula)
Data: 18/09/2006
III - Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar:
1.
(...)
6. Princípio da Vedação ao Confisco: art. 150, IV – CF.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
O que é confisco? A CF não conceituou, logo é necessário determinar o que é confiscatório ou não. Diz respeito a um tributo, e não à carga tributária como um todo.
7. Princípio da Não Limitação ao Tráfego de Pessoas ou de Bens, por meio de tributos: art. 150, V - CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
O pedágio não pode limitar que as pessoas trafeguem por determinadas rodovias. O pedágio pode ser uma taxa (quando cobrado pela União ou Estado diretamente) ou preço público (quando cobrado por um terceirizado). Pode ser uma receita derivada ou originária. Surgiu na época feudal. Passar a pé por dentro da fazenda. 
8. Imunidade tributaria: art. 150, VI, a, b, c, d, § 2, 3, 4 – CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, aténdidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
(...)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
	O tópico “Imunidade Tributária” será visto logo após os princípios.
9. Princípio da uniformidade: art. 151, I – CF
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
	Também chamado de princípio da uniformidade geográfica. Não é correto afirmar que os incentivos fiscais irão ferir esse princípio. O objetivo desses incentivos é tornar equilibradas as regiões.
10 - Princípios Inominados - complementam alguns outros. 
a) art. 150, § 5° - CF
Art. 150, §5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços
Seria o sonho de consumo. Até hoje não veio lei regulamentando isso. 
b) art. 150, § 6 - CF*
Art. 150, §6º Qualquer subsídio